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Natal – RN
Maio 2012
Jose Menezes da Silva
Viabilidade do Uso de Secadores Solar de Convecção Natural e Forçada
Para a Secagem do Coco Licuri
Natal – RN
Maio 2012
Silva, José Menezes da
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
ORIENTADOR – Prof. Dr. José Ubiragi de Lima Mendes (UFRN)
___________________________________________________________
COMPONENTE – Prof. Dra. Djane Santiago de Jesus (IFBA)
____________________________________________________________
COMPONENTE – Prof. Dr. Luiz Guilherme Meira de Souza (UFRN)
.
DEDICATÓRIA
Licuri is a palm tree from the semiarid regions of Bahia State, Brazil. It is an important
source of food and feed in that region, since their nuts are commonly eaten by humans and
used as maize substitute for poultry feeding. The aim of this dissertation is to study the
feasibility for use of natural convection solar dryers and forced being compared with the
traditional drying outdoors for drying coconut licuri Syagrus coronate.
The study led to the construction of two prototype solar dryer for carrying out experiments
proving: model Solar Drying System Direct Exposure to Natural Convection built with
wood, has a drying chamber with direct cover transparent glass laminates 4 mm, using
techniques for proper isolation of the drying chamber.
The two prototypes were comparatively analyzed for performance and drying efficiency
with traditional extractive use by the community. Were evaluated the variables: time and
drying rates and quality of the final samples of coconut licuri. The fruits were harvested and
brought the town of Ouricuri, in the city of Caldeirão Grande, BA for the experiments
comparing the three methods of drying was used a standard load of 4.0 kg
The quantitative analysis for the result of the drying rate was found in 74% yield and 44%
for natural and forced convection respectively compared with the traditional drying. These
drying rates represent variation 3-5 times lower.
Drying using forced convection licuri showed better quality, was found in a reddish pulp,
representing the quantities that were kept of the nutrient beta carotene, and not notice the
flavor change from the previous system, the final cost of construction of this system were
higher .
The prototypes built competitive advantage and had testified fully to resolve the technical
difficulties previously encountered in the production of products made of coconut
licuri. Allowing add value and increase their potential use for the fruit extractive
communities of semi-arid region of Bahia.
Lista de Figuras 11
Lista de Tabelas 12
Nomenclatura 13
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
4.1. Eficiência Térmica Para o Sistema de Secagem Com Secador Com Exposição 53
Direta e Convecção Natural (SSSEDCN)
4.2. Eficiência Térmica Para o Sistema de Secagem Com Secador de Exposição 57
Indireta e Convecção Forçada (SSSEICF)
4.3. Avaliação Físico Química do Óleo Obtido Com Amêndoas Secadas Pelos
Sistemas de Secagem Tradicional e Convecções Natural e Forçada
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CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1 – Conclusões 64
5.2 – Sugestões 65
6. Referencias Bibliográficas 66
LISTA DE FIGURAS
Tabela 4.2 - Teor de umidade para o licurí submetido a secagem no secador solar 57
de exposição direta e convecção natural.
Tabela 4.3 - Dados de ensaio para o licurí com polpa em secagem forçada 57
indireta.
CAPITULO 1
1.1 - INTRODUÇÃO
Nos últimos anos o Brasil tem registrado bons exemplos de soluções inovadoras
voltadas para a promoção do desenvolvimento social visando a melhoria da qualidade de
vida, principalmente, das classes menos favorecidas da nossa população (SILVA,2008).
O progresso social existe quando as condições de vida dos indivíduos melhoram,
elevando o índice de desenvolvimento humano e diminuindo os riscos sociais. Iniciativas
que difundam a disseminação e popularização da ciência e tecnologia, são fundamentais
para o desenvolvimento de habilidades individuais e coletivas que venham a auxiliar a
minoração de dependência do Estado no que diz respeito a melhoria da qualidade de vida
de cidadãos.
Sendo o Nordeste brasileiro uma região com grandes disparidades
socioeconômicas frente às demais, faz-se necessário, por parte das Instituições difusoras do
saber, uma ação mais atuante que venha a implantar esta disseminação do saber.
A Bahia é o estado da região Nordeste do país que tem uma das maiores áreas e
onde se observa também grandes problemas de ordem social, principalmente no interior.
Conforme Sampaio 2008, o estado baiano possui o número de municípios mais elevado no
semiárido, atingindo 23,4% do total, o que equivale a 63,9% das cidades da Bahia, ou seja,
dos 417 municípios baianos, 265 estão localizados na região semiárida.
No que diz respeito também à demografia, a Bahia também se destaca no tocante à
população residente na região semiárida, representando 27,3% desse território, conforme
dados do IBGE.
O semi-árido baiano, é caracterizado, no tocante à aspectos socioeconômicos e
geoambientais por uma estrutura espacial heterogênea, apresentando, consequentemente,
um espaço interno diversificado, dificultando homogeneização dos dados estudados.
Conforme ainda esses autores, nessa complexidade do espaço geográfico podem ser
identificadas áreas rurais, urbanas, agricultura moderna, agricultura de subsistência,
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sorvetes, geléias, iogurtes, cocadas, doces, licor e farinha) fortalecendo a cadeia produtiva
do fruto, bem como possibilitando a inclusão produtiva da população do semiárido que tem
no licuri sua principal fonte de renda.
A exploração extrativa do licuri compete, acirradamente, na ocupação de mão-de-
obra, com outras atividades agrícolas regionais, sendo utilizada para complementar a renda
familiar.
Um cacho de licuri médio possui, conforme LIMA (1961), cerca de 500 frutos, os
quais devem ser apanhados “de vez ou maduros”. Esta maturação do licuri se dá de forma
licuri é rápida, levando à queda do fruto, que se depositava ao pé do licurizeiro ou “cama”,
como é denominado. Ao cair e ficar depositado ao chão, o coquilho acaba por sofrer a
contaminação pelo germe de bicho de coco, conhecido cientificamente, por
Pachimerusnucleorum, germe que acaba por destruir o licuri. Tradicionalmente, o
aproveitamento do licuri envolve um modelo de extrativismo artesanal, restringindo-se à
produção de amêndoa do licuri a partir de resíduos do processo de quebra do coco in natura
com pedra, geralmente realizado por mulheres e crianças, no entanto, é comum no turno da
noite toda a família, inclusive os homens, se ocuparem na debulha. O processamento do
licuri começa com de colheita que se dá durante todo o ano, com destaque no período de
novembro a abril. As colheitas são realizadas em camas no chão e nos currais de bovinos e
caprinos, os frutos expelidos após a ruminação, muito poucos frutos são colhido
diretamente no palmeiral.
Neste sentido, através das pesquisas realizadas para o desenvolvimento de
produtos alimentícios, bem como a aproximação com a comunidade do semiárido baiano, o
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia, juntamente com comunidade
do município de Caldeirão Grande – Bahia, na perspectiva de fortalecer a Cadeia Produtiva
do Licuri, identificou três demandas por Tecnologias Sociais no processo produtivo do
licuri,
Apesar da inexistência de estatísticas oficiais, o desperdício de licuri na Bahia é
estimado em mais de 40% da produção, ou seja, mais de 14 milhões de toneladas. Por outro
lado as condições de coleta, manuseio e armazenamento impende a implementação do uso
para fins alimentícios e o fortalecimento da cadeia produtiva do licuri.
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1.2 - Objetivos
O homem ao direcionar o seu olhar para o futuro percebe o custo cada vez maior que
a energia tende a sempre ter e o que é pior, encontra-se na crise cada vez maior que
experimenta os combustíveis fosseis atualmente utilizados em grande escala, o que nos
preocupa com a possibilidade de racionamentos sempre crescente e mesmo o
desabastecimento o que para a sociedade moderna representa uma completa paralisação de
todas as suas atividades. As formas de suprimento de energia estão determinando o curso
do desenvolvimento social e econômico para um futuro cada vez mais próximo.
O suprimento de energia será a base para um elevado e sustentável nível de segurança
e conforto, a energia também determinará o balanço ecológico. As fontes energéticas e as
tecnologias que são usadas nos dias atuais influenciarão significativamente o futuro do
planeta.
Há também uma grande evidência de que a maioria das tecnologias energéticas em
uso não são ecologicamente apropriadas e tem o potencial de provocar sérias e irreversíveis
mudanças climáticas, bem como a constatação de que a quase totalidade destas fontes
energéticas não são renováveis e estão se esgotando rapidamente. Em função dessas
percepções, o direcionamento às fontes renováveis de energia é inevitável. As fontes de
energia eólica, solar e de biomassa são abundantes, amplamente distribuídas,
ecologicamente atrativas e renováveis. Essas fontes não poluem a atmosfera e não
contribuem para o aumento da temperatura do planeta.
constituído por uma câmara, geralmente cônica com diâmetro e comprimento precisamente
calculados, nele o fluido a ser processado é introduzido por aspersão, sob pressão. É um
processo continuo, no qual um liquido, ou pasta são transformados em produto seco,
caracterizando-se por um túnel de secagem relativamente curto. Consiste na atomização do
produto no interior da câmara de secagem em contato com uma corrente de ar quente que
pode atingir até 200 °C, com tempo de contato variando entre 20 e 30 segundos . Encontra
aplicação não apenas na indústria de alimentos, como também farmacêutica, cerâmica e de
detergentes etc.
Fornos secadores – encontram grande aplicação para a secagem de maçã, lúpulo,
malte e batata. A construção do modelo ocorre com a formação de dois pisos: o primeiro,
onde é colocado o produto a ser desidratado, o qual entra em contato com o ar aquecido,
através do calor gerado neste piso pelo forno, estufa ou outra fonte de calor. O ar aquecido
então passa pelo produto por corrente material ou forcada, através de um soprador ou
ventilador. Para que seja reduzido o tempo de secagem, o material deve ser colocado numa
agitação continua, porém mesmo após todos estes cuidados, ainda se verifica um grande
tempo de secagem .
alumínio, de ferro galvanizado e outros. O processo para escolha do tipo de material mais
adequado a construção deve primar pela obtenção da qualidade e eficiência para o produto
final, redução dos custos e elevação do tempo de vida útil para o protótipo. O sistema deve
garantir o melhor isolamento térmico, utilizando materiais com baixa condutibilidade
térmica, para que sejam evitadas perdas de calor no interior da câmara de secagem e a
cobertura deve possuir a melhor transparência possível com a utilização de vidro ou
plástico transparente com a espessura definida corretamente em projeto (BEZERRA, 2005
e POTTER, 2006).
O sistema utiliza para aquecimento do fluido de trabalho, a radiação solar que é um
tipo de radiação eletromagnética, onde a terra recebe a radiação com pequeno comprimento
de onda e retransmite de volta com grande comprimento de onda. Quando a radiação solar
incidente atinge a cobertura do secador, uma parte é absorvida causando uma elevação da
temperatura no interior da câmara de secagem, com consequente elevação da energia
térmica, resultando em uma radiação com grandes comprimentos e pequenas frequências, o
que consequentemente leva a radiação a ficar retida no interior da câmara de secagem,
promovendo um “efeito estufa” (SILVA, 2005).
Este efeito pode ser grandemente favorecido pela pintura da superfície absorvedora
com tinta preto fosco (GOMES, 2007). A construção da caixa do secador é em formato de
uma caixa retangular, por cima da estrutura é colocado um vidro transparente e na parte
frontal da estrutura da caixa uma entrada de ar frio e na parte posterior na outra
extremidade uma saída para expulsar o ar quente e úmido.
Segundo MELONI (2005), faz-se necessário o fornecimento de calor, para que seja
evaporada a umidade do produto e um meio de transporte para remover o vapor de água
que se forma na superfície do produto a ser secado. A maneira para se realizar a circulação
de ar, da câmara de secagem é transportar a umidade removida do produto para o meio
ambiente. Este processo pode ser realizado por convecção natural ou através de um
soprador ou ventilador o que caracteriza a convecção forçada.
No trabalho desenvolvido por MATTHEW (2001) é citado que o sistema solar pode
ser constituído com três componentes principais: a câmara de secagem onde o alimento é
processado; o coletor solar utilizado para aquecer o ar que constitui o fluido responsável
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O licuri (Syagrus coronata) (Figura 2.1) é uma palmeira bem adaptada às regiões
secas e áridas da caatinga e possui grande potencial alimentício, ornamental e forrageiro;
sendo o seu manejo de grande importância para essas regiões, visto que as mesmas
apresentam limitações para a agricultura. No entanto, essa cultura ainda se encontra sendo
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explorada de forma extrativista. A palmeira do licuri possui tronco ereto, com comprimento
situado na faixa que vai dos 6 aos 10 metros de altura, apresenta cerca de 20 centímetros de
diâmetro, profundamente anelado. As folhas, geralmente em fileiras de cinco, ocorrem no
ápice do tronco, formando uma “coroa foliar”, daí o epíteto específico coronata. As bases
dos pecíolos são persistentes (BONDAR, 1938; NOBLICK, 1991). Há emissão de uma
folha por mês. A folha possui em média 186 pinas.
O florescimento acontece entre os meses de dezembro e de março. A inflorescência
tem um comprimento de 60,3 cm e leva dois meses para o seu desenvolvimento total
(Figura 2.2 D). Os ramos basais têm 28,5 cm de comprimento e os apicais
aproximadamente 7,2 cm de comprimento. As flores masculinas medem entre 15 e 17 mm
de comprimento e são amarelas e as femininas medem entre 10 e 12 mm de comprimento e
tem coloração esbranquiçada. A proporção entre as flores masculina/feminina é de
10587,8/1327,2. Os frutos são tipo drupa com uma média de 1,9 cm de comprimento e 2,3
cm de diâmetro. Levam cerca de dois meses para amadurecerem e são amarelos quando
maduros (CRESPALDI et al, 2006).
A B C D
Figura 2.2 - Palmeira Licuri: Caule (A), Frutos (B), Folha (C), e Inflorescência (D).
A palmeira frutifica o ano todo, mas apresenta um pico para sua frutificação entre os
meses de junho e julho (CRESPALDI, et al., 2006). A distribuição da espécie vai do Norte
de Minas Gerais, porção oriental e central da Bahia até o Sul de Pernambuco, incluindo os
estados de Sergipe e Alagoas (NOBLICK, 1991)
As sinonímias listadas para S. coronata estão em Noblick (1986, 1991): Cocos
coronata Mart., 1826; Cocos coronata var. todari Beccari, 1887; Cocos botryophora var.
ensifolia Drude, 1881; Cocos quinquefaria Barb. Rodr, 1900; Licuri é o nome mais
utilizado no semiárido baiano, entretanto, outros nomes também designam a mesma
espécie: ouricuri, aricuri, nicuri, coqueiro dicori, coqueiro cabeçudo, alicuri e baba-de-boi.
(BONDAR,1942).O licuri embora não se saiba, até então, qual o grau de ameaça do licuri,
em 1996 a IUCN já recomendava estudos ecológicos e biológicos que permitissem o
manejo sustentável da palmeira e ações de conservação diante da crescente pressão e erosão
genética sofrida a qual esta espécie está submetida (JOHNSON, 1996). O coco licuri in
natura apresenta uma polpa agridoce, endocarpo e amêndoa conforme mostra a Figura 2.3 .
35
particularmente em áreas de cultivo com grande adensamento de palmeiras. Áreas com esta
característica possuem uso limitado para a agricultura tradicional e a redução do
adensamento de licurizeiros pode ser uma alternativa para viabilizar a agricultura, sem que
palmeiras sejam sacrificadas, mas transplantadas para outras áreas. Um licurizeiro adulto ao
ser retirado da caatinga e transplantado em outro local sobrevive naturalmente, como pode
ser observado em diversos povoados no interior baiano, em que, por ocasião de festas, se
transplantam licurizeiros para ornamentação das ruas, os quais, ao serem deixados no novo
lugar, continuam vegetando e produzindo frutos. A figura 2.4 mostra a germinação e muda
da palmeira do licuri (CARVALHO et al,2005).
A B
Figura 2.4 – Germinação (A) e muda (B), do Licuri.
ligada à existência do licuri que também serve como fonte de alimentação a animais
domésticos como bovinos e caprinos. A Figura 2.5 mostra a espécie alimentando-se dos
frutos dos licuri.
da mudança sofrida pelo comprimento de onda dos raios incidentes que ao passarem pelo
vidro são desviados no interior da câmara, atingindo a superfície preta do absorvedor e
permanecendo no interior dela, contribuindo para elevar a temperatura que pode ser
atingida no interior da câmara, o que contribui diretamente para a otimização do processo
de secagem.
O modelo foi construído, tendo-se o cuidado para eliminar as pequenas frestas
presentes nos cantos, da caixa retangular, fazendo uso do material lã de vidro e cola de
silicone. O modelo apresenta uma pequena porta, presa com dobradiças, a qual facilita o
carregamento e descarregamento do produto no interior do secador. As extremidades do
secador são providas de duas entradas e saídas de ar, fechadas com telas de isolamento, as
quais possibilitam a filtragem do ar e não permitem a entrada de insetos e pássaros. O ar ao
entrar no interior da câmara é aquecido, por uma corrente convectiva de ar ascendente, a
qual promove o arrastamento da umidade que é retirada dos frutos do licurí.
Figura 3.2 - Secagem de exposição direta com convecção natural. Caldeirão Grande -Ba.
46
Figura 3.3- Sistema de secagem indireta com convecção forçada, instalado no LABTECA.
Nesta dissertação foi utilizado o método das perdas térmicas, que consiste na
determinação do Coeficiente Global de Perda Térmica (Uloss), através do conhecimento dos
parâmetros: potência absorvida pelo secador (Pabs.),dada em watts; potência transferida ao
fluido de trabalho (Pu), dada em watts; transmissividade do vidro (τv); absortividade da
placa(αp); radiação solar global (I), dada em KW/m2; temperatura média da placa (Tmp) e
temperatura ambiente (Ta); da área útil do coletor (A), dado em m2 ; da vazão mássica do
fluido ( m ), dado em kg; do calor específico do fluido (Cp) e da diferença de temperatura
do fluido obtida no sistema (∆T), conforme as equações (3.1) a (3.4).
Os experimentos para a secagem dos frutos do licurí foram realizados através de três
sistemas de secagem distintos e comparativos, entre si, visando atestar a qualidade para os
protótipos desenvolvidos. Os experimentos foram realizados entre os dias 23 a 27 de março
de 2009, o tempo apresentava-se bom, com sol e algumas nuvens durante o dia, com a
temperatura variando entre 38 e 42 °C e com média na faixa dos 34,5 °C. A umidade
relativa do ar ficou variando numa faixa entre 95 e 99 %.
Os experimentos foram realizados com uma carga inicial de licuri, variando na faixa
de 4 a 6 kg sendo colocados para secar nas câmaras dos secadores solares de exposição
direta com convecção natural e forçada de ar, também sobre a superfície de uma lona
plástica em um terreno ao lado dos secadores. Todo esse procedimento teve com objetivo a
obtenção das testemunhas, ambos os processo ocorreram na área externa do Laboratório de
Tecnologia de Alimentos (LABTECA) do Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia da Bahia IFBA, situado na cidade de Simões Filho que fica a cerca de 32 km da
capital, Salvador, Bahia.
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Para a extração do óleo presente nas amêndoas de licuri secas no secador solar, foi
utilizada uma prensa mecânica do tipo PITECA.
4.1 - Eficiência Térmica Para o Sistema de Secagem com Secador com Exposição
Direta com Convecção Natural (SSSEDCN)
Os frutos do licuri com polpa foram colocados no interior do secador solar de
exposição direta e convecção natural apresentando uma taxa inicial de umidade de 64,5 % e
após serem secados por um período de cinco dias a nova taxa encontrada foi de 6,3 %.
Quando se avaliou a metodologia da secagem tradicional os resultados encontrados foram:
a umidade variou de 66,4% para 36,00% após cinco dias secagem, obtendo se uma taxa de
5,8 % quando se realiza a secagem por período de tempo de quinze dias. Durante os
processos de secagem se observou que a coloração dos frutos passou de amarelado ouro
(devido a presença do betacaroteno na polpa do licuri) para marrom escuro (indicando que
foram perdidas as melhores características para o betacaroteno) no secador solar de
exposição direta e convecção natural, conforme vê-se na Figura 4.1.
A Figura 4.2 apresenta os resultados para a variação da temperatura nas amêndoas:
entre a superfície externa e a da câmara de secagem no interior do secador solar de
exposição direta e convecção natural, os dados servem para se determinar o desempenho
próprio do secador. Os parâmetros que melhor caracterizam a eficiência térmica de um
secador solar são: o seu rendimento térmico, a potencia perdida para o meio ambiente e o
coeficiente global de perdas.
A B
Figura 4.1- Fruto do licuri com polpa no primeiro (A) e quinto (B) dia de secagem.
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AMOSTRAS/DIAS 1° 2° 3° 4° 5°
Variação de
temperatura ∆T (ºC) 25,6 a 66 36 a 65 36 a 65 37 a 67 35 a 67
Massa inicial (Kg) 4,000 3,382 2,784 2,175 1,559
Massa final (Kg) 3,882 3,284 2,675 2,059 1,434
Tempo de
Secagem(h) 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0
A análise dos resultados demonstrou uma perda de massa com valor significativo,
apresentando uma variação média de 113 gramas, esta redução mássica ocorrida nos frutos
é resultado do processo de secagem que ocorre no interior da câmara de secagem, devido
principalmente a presença da água na polpa dos frutos e ao efeito estufa que é criado na
câmara, atuando diretamente para a retirada do excesso de água.
As amostras retiradas da câmara durante os três primeiros dias, apresentaram
dificuldades para a quebra do endocarpo, sendo também observado que as amêndoas
ficaram presas no interior do casquilho, mostrando que o processo de secagem não estava
adequado.
Tendo o objetivo de efetuar a comparação entre os métodos de secagem, em um
mesmo período de tempo, outra amostra dos frutos foi submetido a secagem tradicional. Os
resultados mostraram uma menor redução de massa e mesmo após cinco dias de secagem,
as amêndoas ainda continuaram presas ao endocarpo dificultando a sua retirada.
Os frutos continuaram expostos ao processo de secagem tradicional até ao décimo
quinto dia, quando então as amêndoas apresentaram facilidade na retirada do casquilho,
sendo determinado o teor da umidade.
A Figura 4.3 apresenta o comparativo entre o sistema de secagem solar com
exposição direta e convecção natural com a secagem tradicional observando que
inicialmente um melhor desempenho para a secagem tradicional em virtude do alto teor de
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umidade presente no fruto. O gráfico mostra que durante a secagem realizada pelos dois
sistemas, observa-se claramente a ocorrência de diferenças na taxa de secagem.
Tabela 4.2 - Teor de umidade para o licurí submetido a secagem no secador solar de
exposição direta e convecção natural
AMOSTRAS/DIA 1° 2° 3° 4° 5°
Umidade 64,3± 0,5 45,2 ±0,3 27,2 ±0,2 10,6± 0,3 6,3± 0,1
Tabela 4.3 - Dados de ensaio para o licurí com polpa em secagem forçada indireta.
AMOSTRAS/DIAS 1° 2° 3° 4° 5°
A Figura 4.4 apresenta os resultados da variação da umidade dos frutos do licuri com
o tempo de secagem pelo processo tradicional e com o secador solar de exposição direta e
convecção forçada. Estes resultados mostram que o secador solar de exposição indireta e
convecção forçada atua diretamente para reduzir a quantidade de dias necessários para
realizar a secagem em comparação com a secagem tradicional realizada sobre um plástico
em terreno aberto.
C e o sistema de secagem com exposição direta com convecção forçada só teve o seu
máximo de temperatura após sete horas de exposição solar atingindo um valor de 47 º C.
Utilizando o sistema de secagem de exposição indireta com convecção forçada,
verificou-se que o mesmo operava em condições mais uniformes, já que a diferença de
temperatura entre os compartimentos do secador foi de, no máximo, 5 ºC. Dado que o ar
tem uma baixa condutividade térmica, isto contribui para um aumento da resistência interna
à transferência de calor entre o coletor solar e o ar ambiente, com consequentemente
redução da eficiência do secador.
4.3 - Avaliação Físico - Química do Óleo Obtido Com Amêndoas Secadas Pelo
Sistema de Secagem Tradicional e Convecções Natural e Forçada
5.1 - CONCLUSÕES
5.2 - SUGESTÃO
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS