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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA MECÂNICA
Dissertação submetida à
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A Deus,
A minha família que sempre me apóia em todos os momentos;
Ao meu Orientador Prof. Dr. Luiz G. M. de Souza, pelos ensinamentos e
orientações, criatividade e paciência no apoio e no desenvolvimento do trabalho;
A Aldo P. M. Júnior pelo apoio e hábeis idéias em todas as etapas do projeto;
Aos meus colegas de laboratório, que contribuíram direta e indiretamente pela conclusão
desse projeto.
"Quando chega a hora de competir, a hora de treinar já passou."
.
Figura 2.2. Mapa da radiação solar global media anual típica (Wh/m². dia)............................25
Figura 3.4. Vista parcial dos raios incidentes e refletidos pela parábola..................................46
Figura 3.13. Corte dos Espelhos em (a) e ferramenta com uma ponta de diamante em (b).....51
Figura 4.7. Comportamento médio assumido pela temperatura do absorvedor e radiação solar
direta para os três dias de ensaios.............................................................................................71
Figura 4.8. Comportamento médio assumido pelas temperaturas do absorvedor e da água para
o ensaio de ebulição..................................................................................................................73
Tabela 4.1. Resumo dos resultados dos parâmetros térmicos do fogão solar estudado............61
Tabela 4.8. Temperatura média horária do absorvedor no foco do fogão solar para os seis dias
ensaiados...................................................................................................................................70
Tabela 4.10. Resumo do processo de cozimento de cada alimento testado no fogão solar à
concentração proposto...............................................................................................................79
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
αp - Absortividade da panela.
σ - Constante de Stefan-Boltzmann.
Dp – Diâmetro da panela.
DS – Desenvolvimento Sustentável
ε - Emissividade do absorvedor.
Quant. - Quantidade
rf – raio do foco.
Temp. – Temperatura
Veloc. – Velocidade
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 17
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES......................................................... 84
5.2 SUGESTÕES.................................................................................. 85
6. REFERÊNCIAS ................................................................................... 86
1. INTRODUÇÃO
O sol sempre foi uma fonte de energia. Quando estendemos a roupa no varal,
usamos o seu calor. Quando as plantas fazem fotossíntese, elas usam a sua luz. E
quando os animais e vegetais se decompõem, eles dão origem a combustíveis fósseis.
Como o carvão, o petróleo e o gás natural, por exemplo.(QUEIROZ,2005)
Para que técnicas alternativas que têm o sol como fonte principal de energia,
como o fogão solar, possam realmente ocupar o seu espaço na sociedade é necessário
antes de tudo difundir o seu uso, mostrando as vantagens e as desvantagens de sua
Miguel Cabral de Macedo Neto Dissertação de Mestrado -PPGEM/UFRN.
1. INTRODUÇÃO 18
utilização e os cuidados que a ele devem ser dispensados para que possa realmente
operar satisfatoriamente.
• Maior rendimento;
1.2 OBJETIVOS
2. REVISÃO BILIOGRÁFICA
petróleo, carvão e gás natural. Portanto, apesar da radiação solar ser convertida em
diversos outros tipos de energia, o termo "Energia Solar" muitas vezes é utilizado para
expressar somente as formas de aproveitamento da radiação solar direta. (QUEIROZ
2005).
O Brasil, como mostra a Figura 2.2, em que se destacam as regiões mais claras
com maiores índices de radiação solar, possui significativo potencial solar com
disponibilidade equivalente a 1,13 X 1010 GWh, em quase todo o ano, como acontece no
nordeste. A radiância em solos nordestinos flutua no intervalo de 1.752 kWh/m2 a 2.190
kWh/m2. Num comparativo rápido, a França recebe algo em torno de 1.000 kWh/m2 a
1.500kWh/m2, enquanto no deserto do Sahara verifica-se radiância por volta de
2.600kWh/m² por ano (ALDABÓ, 2002).
Figura 2.2. Mapa da radiação solar global media anual típica (Wh/m². dia).
Fonte: Ramos,( 2011, p. 26).
Nessa busca de fazer do fogão solar uma opção real para uma utilização
massiva para a cocção de alimentos não se pode deixar de citar os esforços da
engenheira Maria Telkes que criou inúmeros desenhos de cozinhas solares, que se
caracterizavam pela fácil construção e baixo custo, viáveis, portanto, para serem
utilizadas em países pobres.
Nos anos 80 houve a popularização do solar chef, de Sam Erwin. Era o mais
eficiente forno solar doméstico. Mais simples era o Sunspot de Bud Clevette,
juntamente com o Sun Oven, que alcançou uma maior difusão.
assar, fritar e aquecer alimentos. Para que possam ter bom desempenho, estes sistemas
necessitam de radiação direta, céu claro e sem nebulosidades.
Os fogões ou fornos solares são dispositivos especiais que através da luz solar
promove o cozimento de alimentos e outras utilidades. Podem ser classificados em três
tipos básicos: fogão do tipo caixa, fogão concentrador e como forma de cozimento
existe ainda as cozinhas aquecidas por meio de coletores de placa plana (GOMES,
2009).
Os fogões tipo caixa podem ter distintos números de refletores externos, planos
ou levemente côncavos. Permitem a obtenção de temperaturas inferiores a 150°C.
Demoram a aquecer e sua operacionalidade não é muito simples. Têm a vantagem de
poderem funcionar praticamente sem a intervenção do usuário, mantendo o alimento
aquecido durante um tempo prolongado. Não produzem efeitos danosos ao usuário nem
A seguir na Figura
ura 2.3.
2.3 São apresentados diversos modelos de fornos/fogões
forno
solares em utilização no mundo.
mundo
Figura
ura 2.3.
2.3 Fornos/fogões solares em uso no mundo.
Figura
ura 2.4.
2. Mecanismo da irradiação no fogão solar
Os fogões solares
es à concentração
c são usados em situações reais,
ais, em
e várias
partes do mundo como podem
m ser vistos na Figura 2.5.
Características
ísticas:
• Temperatura
ra de aquecimento: bem variável dependendo do tamanho
tam da
parábola refletora,
a, podendo
pod ultrapassar 800°C.
• Tempo de aquecimento:
aqueci Rápido, quando comparado com outros
utros fogões.
• Mecanismo
o de acompanhamento
ac da trajetória do sol com reorientação
reorie a
cada 30 minutos;
• Esfriamento
o rápido
rápi do alimento se há desvio de foco ou
u nebulosidade
nebu
acentuada;
• Instável a ventos;
entos;
• Risco de fogo
go ou queimaduras;
Características:
Facilidade de uso
o e a possibilidade de poder cozinhar na sombra,, nnão sendo
necessária sua reorientação,
ção, funcionando
fu sem a intervenção do usuário,
rio, mantendo
m
quente o alimento durante
te longo
lon tempo, não produzem chama, sendo estáveis
estáve e não
oferecendo riscos de fogo ou queimaduras.
qu Podem ser feitas de grandes tamanhos,
taman para
atender até as instituições,, hotéis
hotéi e hospitais.
2.5. FUNDAMENTAÇÃO
AÇÃO TEÓRICA
O processo de convers
nversão da energia solar em energia térmica passa
assa por
po alguns
estágios para se concretizar,
ar, como
com segue:
• No primeiro
o estagio
esta a radiação solar é captada através de uma ssuperfície
e refletida;
• No segundo
o estagio
esta a radiação solar é absorvida e transferi
nsferida a um
elemento absorvedor
edor ou
o a um fluido de trabalho que pode ser água, óleo ou
sais. Esquematicamen
camente, o ciclo de conversão energético global
bal do sistema
pode ser representado
tado de
d acordo com o diagrama da Figura 2.7.
ηo - Eficiência ótica
tica do sistema de captação da energia solar; ηt - Eficiência
Efic de
conversão térmica e ηu - Eficiên
ficiência útil de conversão.
η u = η o ⋅η t (1)
2.5.2. No Concentrador
Ac = π.a.b (2)
2.5.3. No absorvedor
Afoco - Área iluminada do foco (m2). É a área do fundo da panela que recebe os
raios solares concentrados por meio do concentrador refletor, em que “rf” corresponde
ao raio do foco.
Af = π.rf ²
(3)
ε - Emissividade do absorvedor (%). Estimada como sendo 0,9 (LION, 2007, et al).
αp - Absortividadee da panela.
p Corresponde a quantidade de luz que
ue é absorvida
a
- 0,9 (LION et al, 2007).
Potência:
Pu -- Potência térmica
rmica útil (W) – Potência total do sistema.
Temperatura:
Tep – Temperatura
ra externa
exte da panela (0C).
Eabs = I c ⋅ Ac ⋅ ρ ⋅ kr ⋅ α p (5)
Onde:
Ic- Radiação instantânea coletada pelo sistema de captação de energia solar W/m
Onde:
Potência útil:
Ρu = E abs − E p (7)
Onde:
Eficiência óptica:
η o = ρ .k r (8)
Onde:
Eficiência térmica:
Ρu
ηt =
I c ⋅ Ac ⋅ η o (9)
Onde:
O fator de concentração (C) é definido como sendo a relação entre (Ac) - área
da superfície de coleção de energia solar e (Afoco) - área do foco, área iluminada do
absorvedor:
Ac
C =
A foco
(10)
Onde:
E = C.Pabs (11)
Onde:
E = ε.σ.T 4 (12)
Onde:
C.Pabs = ε.σ.T4
1
C . P abs 4
T =
ε.σ (13)
Onde:
ε- Emissividade do absorvedor.
T - Temperatura absoluta
absolu no foco (K).
C – Fator de concentra
centração solar.
O mesmo construído
ruído a partir de fibra de vidro aplicada sobre
bre um molde
cerâmico, conforme se observa
serva na Figura 2.9.
O fogão de Queiroz
iroz demonstra
d excelentes resultados devido a sua perfeição
geométrica parabólica e a sua área
ár relativamente elevada quando comparada
ada com
c outros
fogões. A Figura 2.10. apresent
resenta o fogão concluído.
Construído a partir
rtir de
d fibra de vidro aplicada sobre um molde
olde cerâmico,
c
conforme se observa na Figura
Figur 2.11. Porém possuia possibilidade de cozinhar
cozin duas
refeições ao mesmo tempo,
o, por ser um fogão bifocal (Figura 2.12.).
Figura
gura 2.11.
2 Estrutura do Fogão de Lion.
Fonte:
Fo Ramos,( 2011, p. 46).
• Área de captaçã
aptação de 0,75m².
• Potência absorvida
absorv de 346,27 W.
• Fator de concentração
concen de 68,18.
• Temperatura
tura máxima
m de 550°C.
• Custo: R$$ 300,00.
300,0
Construído a base
se de materiais de sucata sendo aplicado sobre um molde
m de
antena de TV. Porém apresenta
esenta uma diferenciação, com relação ao fogão
o de Queiroz
Q e
Lion, pois é composto porr duas parábolas refletoras de forma elíptica (Figura
ura 2.13.).
2.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
PROPOSTO
Somente nos casos em que o projeto do parabolóide prevê uma distancia focal
igual ao raio da superfície de captação de energia solar pode ser utilizado um método
auxiliar para a determinação do perfil da curva geratriz do parabolóide e procede-se da
seguinte forma: tomando-se os pontos (AOB), Figura 3.2, (c) e (d), e traçando-se uma
circunferência passando pelos referidos pontos chega-se ao perfil desejado com uma
boa margem de precisão.
Figura 3.4. Vista parcial dos raios incidentes e refletidas pela parábola.
Houve a confecção de uma tela, como mostra a figura 3.9. para reforço
estrutural utilizando fio elétrico de 4mm de diâmetro, fazendo com que o material
compósito fosse colocado sobre essa tela, assim fornecendo uma maior resistência a
estrutura do molde. Em primeiro momento um teste sem a estrutura, com resultado não
esperado, partindo todo o molde,fratura, devido uma maior resistência que só foi
encontrado com a colocação da estrutura de tela com fio elétrico.
a) b)
a) b)
Figura 3.13. Corte dos Espelhos em (a) e ferramenta com ponta de diamante
para o corte dos mesmo em (b).
3.1.7. Panela
a) b)
a) b)
a) b)
Para analisar o foco da parábola foi necessária uma verificação a olho nu,
utilizando-se de uma máscara de proteção de solda do tipo carbografite com CA8091
usada sem serviços de soldagem, observando a área mais clara do fundo da panela,
como mostra a figura 3.19.
O próximo alimento a ser testado para sua cocção foi a batata doce, em duas
espécies a de pele marrom e roxa, na quantidade correspondente a 1,0 quilograma. A
quantidade de água colocada na panela correspondeu a 1,0 litro. O teste foi realizado
com excelentes condições solarimétricas, com radiação solar direta média
correspondente a 777,16 W/m². A temperatura ambiente esteve em torno de 31,5°C e a
sensação térmica de 33,0°C.
O último alimento escolhido para cocção no fogão solar construído foi o feijão,
o mais tradicional alimento da mesa do nordestino. Escolheu-se o tipo mulatinho
também chamado de carioquinha, na quantidade de 500 gramas. O feijão foi colocado
de molho na noite anterior ao dia de cozimento, como se faz tradicionalmente quando
do seu cozimento em fogão a gás. A quantidade de água colocada na panela foi de 1,7
litros. O feijão e a água foram colocados juntos na panela e após 90 minutos teve seu
cozimento.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Por intermédio da eq. (5) encontra-se a máxima energia que é absorvida pela
panela a partir dos seguintes dados: Ic =760 W/m2, Au = 1,0m2, ρ = 0,95, Kr = 0,90,
αp=0,9
Pu 426,3
ηt = = = 0 , 65
Ic Ac ηo 760.1,0.0, 85
ηu = ηo × ηt = 0,85.0,65 = 0,55
Tabela 4.1. Resumo dos resultados dos parâmetros térmicos do fogão solar
estudado.
Parâmetros Resultados
Eficiência térmica
η t = 0 , 65
esteve acima do nível propício para a cocção. O teste foi realizado para excelentes
condições solarimétricas baseados pelos resultados mostrados em Lion (2007) e Ramos
(2011).
Tabela 4.8. Temperatura média horária do absorvedor no foco do fogão solar para os
seis dias ensaiados
Outro teste realizado consistiu na ebulição de um litro de água que foi colocado
na panela de compósito a base de gesso e isopor, com capacidade de armazenar em
torno de 4,5 litros, absorvedora na temperatura de 30°C. A panela foi colocada no fogão
alguns minutos antes do início do teste. O teste foi feito com um termopar colocado
dentro da panela, fazendo assim a medição da água. A água foi colocada na panela as
10:35 horas. A Tabela 4.9. apresenta os resultados do teste para ebulição de água.
(W/m²)
200
180
176
180
164
160
148
140 135
120
120
100
Tempertura °C 100 89,7 T absorvedor°C
77 T panela°C
80
62
60 49
40
40
20
0
10:35 10:38 10:41 10:44 10:47 10:50
Tempo (h)
radiação solar direta média correspondente a 765 W/m². A Figura 4.18 mostra o feijão
em processo de cozimento.
1l de água
1l de água
1l de água
1l de água
1l de água
1,7l de água
30
35
Macarrão 28
37
32 40
32
34
Inhame 40
41
36
50
QUEIROZ
30
30 BEZERRA
Alimentos Batata Doce 26
38
50 A GÁS
35
30 40 LION
Macaxeira 40 RAMOS
38
56
50 NETO
30
35
Arroz 30
40
44
30
0 10 20 30 40 50 60
Tempo (minutos)
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1. CONCLUSÕES
relação ao seu peso, porém seu custo é menor devido a utilização de materiais
de sucata e podendo ser mais fácil de ser fabricada;
5.2. SUGESTÕES
6. REFERÊNCIAS
MELO, Aroldo Vieira de. Desempenho de um Fogão Solar Tipo Caixa Construído a
Partir de uma Sucata de um Fogão Convencional à Gás. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Mecânica) Programa de Pós Graduação em Engenharia Mecânica.
Universidade federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2008.
SOUZA L.G.M et al. Cocina Solar Tipo Caja Confeccionada com Material
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cies 2008, universidade de vigo, 2008.
SOUZA, L. G. M. et al. Bifocal Solar Cook for Direct Cooking. 9th International
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