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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
NATAL – RN
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
Dedico este trabalho à Deus, aos meus pais, que me deram toda base de educação e
compreensão ao longo do curso, aos meus irmãos, à minha noiva Taliane Paz e ao professor
Dr. Luiz Guilherme.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente à Deus por tudo que tem proporcionado na minha vida até
hoje.
Agradeço aos meus pais por todo incentivo em toda minha trajetória, pela educação que
me deram, pela compreensão da minha ausência em muitos momentos pelo fato de estar
dedicado
ao curso.
Agradeço à minha noiva Taliane Paz, que ao longo do curso inteiro me motivou, foi
compreensiva em muitos momentos de ausência e perseverou orando por mim.
Resumo
A utilização da energia solar para assamento e assamento de alimentos é uma realidade no
mundo. São utilizados os fornos (assamento) e os fogões solares(assamento) de vários tipos,
princípios e materiais. No LMHES/UFRN há mais de trinta anos a assamento de alimentos
tem sido estudada e para tanto já foram fabricados e estudados inúmeros protótipos solares.
Esse trabalho apresenta um novo modelo de forno solar, para o assamento de alimentos,
fabricado a partir de um orelhão em desuso. O forno foi estudado para duas configurações:
forno negro e forno misto (negro + espelhado). Será apresentado um estudo comparativo
entre essas duas configurações, destacando-se a que apresenta maior viabilidade de
utilização por parte de comunidades carentes. Para o estudo comparativo foram realizados
testes de assamento para vários alimentos, sendo a configuração de forno negro a mais
eficiente e viável nos campos térmico e econômico. As principais características do forno
solar fabricado foram seus fáceis processos de fabricação, montagem e operação, baixo
custo e reutilização de materiais. O objetivo principal do estudo foi repassar as tecnologias
de fabricação, montagem e operação do forno para ajudar comunidades carentes na
alternativa para o uso do GLP, de alto custo, e também minimizar o uso da lenha para a
operação de assamento de alimentos.
Abstract
The use of solar energy for baking and roasting food is a reality in the world. Ovens
(roasting) and solar cookers (cooking) of various types, principles and materials are used.
In the LMHES / UFRN for more than thirty years the cooking of food has been studied and
for that have already been manufactured and studied countless solar prototypes. This work
presents a new model of solar oven, for the food roasting, made from a disused telephone
booth. The oven was studied for two configurations: black oven and mixed oven (black +
mirrored). A comparative study will be presented between these two configurations,
highlighting the one that presents greater viability of use by poor communities. For the
comparative study, bake tests were performed for various foods, the black furnace
configuration being the most efficient and viable in the thermal and economic fields. The
main characteristics of the solar oven manufactured were its easy manufacturing processes,
assembly and operation, low cost and reuse of materials. The main goal of the study was to
review furnace fabrication, assembling and operation technologies to help underprivileged
communities in the alternative to use high-cost LPG, and also to minimize the use of
firewood for the food roasting operation.
Figura 2. Bárbara Kerr e Shery Cole com um dos modelos de seus fogões Solares .. 5
Figura 13. Fogão solar de placa plana construído na Universidade Federal do Ceará
................................................................................................................................. 14
Figura 19. Forno solar configuração corpo negro – Acervo pessoal ......................... 18
Tabela 7. Tempo do assamento dos pães na nata - Tipo Corpo Negro ................... 21
Tabela 13. Tempo de assamento dos pães na nata - Configuração Mista ............... 23
Tabela 14. Comparativo configuração mista e configuração caixa sem carga ......... 24
Dedicatória..................................................................................................... iv
Agradecimentos ............................................................................................... v
Resumo ......................................................................................................... vi
1 Introdução .................................................................................................... 1
5. Comparativo ........................................................................................... 24
6. Conclusões ............................................................................................. 30
7. Referências ............................................................................................ 31
1
1 Introdução
Comparativo entre dois tipos de forno solar do tipo caixa, um de configuração corpo
negro e na configuração do tipo misto(corpo negro + reflexivo)xiva, e outro de configuração
tipo mista para produzir o assamento de alimentos.
2 Revisão Bibliográfica
Como já dito anteriormente, a confecção de forno solar não é uma tecnologia atual, ela
vem se aprimorando já de muito tempo, para entendermos essa importância traremos um breve
histórico sobre forno solar.
Desde a mais remota antiguidade os povos já utilizavam a energia do sol para aquecer
água, secar frutas e cozinhar vegetais, porém a primeira cozinha solar e/ou fogão solar com
tecnologia moderna se atribui ao franco-suíço Horace de Saussure, considerado o avô da energia
solar, que projetou e construiu uma pequena caixa solar entre outros inventos relacionados com
esta fonte de energia no ano de 1767. Ele cozinhou frutas em um fogão solar do tipo caixa
primitivo em que alcançava temperaturas de 190 °F (88°C) (RAMOS FILHO, 2011).
• 1830: O astrônomo britânico John Herschel utilizou uma cozinha solar de sua invenção
durante sua viagem ao sul da África.
4
Só após 1950 é que os fornos solares tiveram um melhor andamento pois nesse período
o mundo ainda estava envolvendo em conflitos e guerras, após isso buscavam meio de criar um
futuro melhor.
Figura 2. Bárbara Kerr e Shery Cole com um dos modelos de seus fogões Solares
Fonte (http://solarcooking.wikia.com/wiki/Barbara_Kerr)
Nos meados nos anos 80 houve a popularização do Solar Chef, de Sam Erwin, tornando-
se o mais eficiente forno solar doméstico. O mais simples era o Sunspot de BudClevette
juntamente com o Sun Oven, alcançado, portanto, uma maior difusão.
Nas fontes de energia renováveis o “uso pela humanidade não causa uma variação
significativa nos seus potenciais e se suas reposições a curto prazo são relativamente certas”
(JANNUZZI; SWISHER, 1997).
Na Tabela 1, mostra os exemplos das diferentes fontes de energia definidas
anteriormente. Pode-se observar na tabela que são muitas as fontes de energia que podem ser
exploradas, chamam atenção a diversificação de possibilidades de obtenção de energia por
fontes renováveis.
7
Os Países tropicais são os mais favoráveis ao uso de equipamentos solares devido a sua posição
geográfica que consequentemente recebem maiores quantidades de radiação solar, mais dias de
sol que países em outras regiões do hemisfério. Na Figura a baixo podemos constatar isso.
O sol é a estrela mais próxima de nosso planeta e também a mais estudada. Esta esfera
de gás, que em seu núcleo reações termonucleares, com maior destaque para a fusão, converte
600 milhões de toneladas de hidrogênio em hélio por segundo (GRIMM, 2007).
A Energia solar pode ser indireta ou diretamente utilizada, as energias biomassa, eólica,
maremotriz, o fenômeno da fotossíntese, o crescimento dos seres vivos e mesmo as fontes não
renováveis são, em última análise, uma forma indireta de utilização da energia solar
(BEZERRA, 1998,p 16).
A energia irradiada pelo sol, para a atmosfera terrestre é praticamente constante. Esta
energia irradiada ou intensidade de radiação é descrita como a constante solar relativa a uma
área de 1m². O valor médio da constante solar é E0 = 1.367 W/m² (LOPO, 2009).
A energia solar pode ter vários tipos de aproveitamento como na iluminação, aquecimento de
fluidos, geração de potência mecânica e elétrica, fonte de energia térmica, entre outros. O que
nos deixa mais entusiasmado para o uso desse tipo de fonte é o os benefícios que se traz à
população, como economia, sem falar de uma fonte limpa e renovável.
Tratando-se de Natal, capital do Rio Grande do Norte, local de estudo, considera-se uma
radiação solar global média entre 0,5 a 0,7 kW/m2, com nível de iluminação médio da ordem
de oito horas por dia (BEZERRA, 2001). Essa radiação atinge valores máximos de 1,2 kW/m2
no intervalo das 11 às 13h (INPE, 2015).
Existem vários tipos de fornos solares, dentre eles os principais são: fornos do tipo caixa,
fogões concentradores, fogões do tio painel e coletores de placa plana aplicados a cozinhas.
• Forno tipo caixa
11
O objetivo principal desse tipo de forno é gerar uma atmosfera ao redor do alimento que
provocará o chamado efeito estufa. Podendo ser feito de diversos tipos de materiais, o que
realmente é necessário é possuir um vidro ou algum outro tipo de material transparente que
permita a passagem dos raios solares para seu interior e mantenha boa parte do calor que é
necessário para assar o alimento. Pinta-se de preto também para caracterizar um corpo negro
com maior absorção.
Este tipo de forno pode ter distintos número de refletores externos, planos ou levemente
côncavos, colaborando para uma aceleração na temperatura interna, diminuindo o tempo de
assamento conforme podemos analisar nas figuras abaixo (SOCIEDADE DO SOL)
• Fogões Concentradores
Fogões que captam a radiação solar e a concentram numa região focal, onde se posiciona o
absorvedor ou forma, promovendo o assamento dos alimentos. É necessário refletores para a
captação e reflexão da luz solar, geralmente espelhos (LION, 2007)
• Fogão Painel
Pode ser desmontado e montado de maneira prática. O forno solar tipo painel, como mostrado
na figura abaixo, a panela fica localizada no centro do painel com superfície interna refletora.
A reflexão acontece devido a utilização de papel alumínio ou espelhos (SANTOS FILHO,
2008). O mais conhecido desses fogões é o de Bernad, desenvolvido posteriormente por
Barbara Kerr, justamente o da figura abaixo.
Fonte: solarcooking.org
São cozinhas que promovem o assamento do alimento por meio de aquecimento através
de coletores de placa plana. Esses coletores aquecem algum fluido de trabalho como óleo ou ar
(QUEIROZ, 2005; LION, 2007)
14
Figura 13. Fogão solar de placa plana construído na Universidade Federal do Ceará
Fonte: LION, 2007
Fonte: solarcooking.org
2.5.1 Radiação
É a designação dada à energia radiante emitida pelo Sol, em particular que é transmitida
sob a forma de radiação eletromagnética.
15
O forno solar faz o processo de assamento dos alimentos graças à radiação fornecida
pelo sol, mas essa radiação também é emitida pelos objetivos no interior do forno até mesmo
pelo alimento.
2.5.2 Condução
2.5.3 Convecção
Ao se colocar um corpo negro nessa região interna estará se aproveitando ainda mais
desse calor contido no interior do forno. Esse calor emitido por infravermelho é transmitido ao
vidro e retorna ao corpo negro sendo absorvido novamente, promovendo uma elevação na
temperatura até atingir um ponto de equilíbrio entre o ganho e a perda de calor.
16
3 Materiais e Métodos
3.1 Fabricação
3.2 Avaliação
• Termômetro
• Cronômetro
• Radiômetro
• Termopar
Foram realizados testes nos dois tipos de configuração durantes vários dias e
apresentaram resultados satisfatórios.
4 Resultados e Discussões
• Sem carga
SEM CARGA
CONFIGURAÇÃO CORPO NEGRO
Tª NA BASE Tª AR Tº AMBIENTE
HORÁRIO RADIAÇÃO GLOBAL (W/m²)
(°C) (°C) (°C)
10:30 29 29 29 865
10:45 77 70 29 910
11:00 80 65,8 29 860
11:15 83 65 30 840
11:30 92 58 29 870
11:45 105 62,7 29 900
12:00 109 71,7 31 955
12:15 112 73,5 31 885
o Assamento do bolo
o Assamento da Pizza
o Assamento do Empanado
o Assamento da Calabresa
o Sem carga
CONFIGURAÇÃO MISTA
Tª NA BASE Tª AR Tº AMBIENTE
HORÁRIO RADIAÇÃO GLOBAL (W/m²)
(°C) (°C) (°C)
10:30 29 29 29 998
10:45 86,8 62,2 29 1072
11:00 93,8 70 29 1184
11:15 115 78,1 30 947
11:30 114 90 29 1038
11:45 114 92 29 1000
12:00 115 93 31 981
12:15 115 95 31 1040
o Assamento do bolo
o Assamento da Pizza
o Assamento do Empanado
o Assamento Calabresa
Assamentos
100
90
90 84
80
69
70 65
60
50
Configuração Mista
40 33
29 Configuração Corpo Negro
30 26 24 25
20
20
10
0
Tempo(min)
BOLO PIZZA EMPANADO CALABRESA PÃES
5. Comparativo
60
40 29 29
20
0
10:30 10:45 11:00 11:15 11:30 11:45 12:00 12:15
Tª AR - SEM CARGA
100 92 93 95
90
90
78,1
80 71,7 73,5
70 70
70 65,8 65 62,7
62,2
58
60
50
40
29 29
30
20
10
0
10:30 10:45 11:00 11:15 11:30 11:45 12:00 12:15
30,5
30 30
30
29,5
29 29 29 29 29 29 29 29 29 29
29
28,5
28
10:30 10:45 11:00 11:15 11:30 11:45 12:00 12:15
RADIAÇÃO TÉRMICA
1400
1184
1200 1072
998 1038 1000 1040
947 981 955
1000 910 870 900 885
865 860 840
800
600
400
200
0
10:30 10:45 11:00 11:15 11:30 11:45 12:00 12:15
RADIAÇÃO GLOBAL (W/m²) CONF. MISTA RADIAÇÃO GLOBAL (W/m²) CORPO NEGRO
Tabela 15. Comparativos tempo de assamento configuração mista e configuração caixa com carga
Horário Horário
BOLO Tempo(min)
Inicial Final
Configuração Mista 12:00 13:30 90
Configuração Caixa 11:10 12:34 84
27
Horário Horário
PIZZA Tempo(min)
Inicial Final
Configuração Mista 11:12 11:38 26
Configuração Caixa 11:55 12:19 24
Horário Horário
Empanado Tempo(min)
Inicial Final
Configuração Mista 11:00 11:33 33
Configuração Caixa 12:05 12:34 29
Horário Horário
Calabresa Tempo(min)
Inicial Final
Configuração Mista 11:49 12:58 69
Configuração Caixa 12:33 13:38 65
Horário Horário
Pães com nata Tempo(min)
Inicial Final
Configuração Mista 12:27 12:52 25
Configuração Caixa 12:35 12:55 20
BOLO
Convencional 40
Configuração Mista 90
0 20 40 60 80 100
PIZZA
Convencional 15
Configuração Mista 26
0 5 10 15 20 25 30
EMPANADO
Convencional 15
Configuração Mista 33
0 5 10 15 20 25 30 35
Convencional 7
Configuração Mista 25
0 5 10 15 20 25 30
Tempos de Assamento
100
90
90 84
80
69
70 65
60
50
50 Configuração Mista
40
40 33 Configuração Corpo Negro
29
30 26 24 25 Convencional
20
20 15 15
10 7
0
Tempo(min)
BOLO PIZZA EMPANADO CALABRESA PÃES
6. Conclusões
A cerca de todos os dados coletados e análise realizados, pôde-se constatar que os dois tipos
de configuração são totalmente viáveis para utilização, obteve-se dados satisfatórios para essa
comprovação. Porém, é certo que em comparação a um forno convencional o tempo de
assamento dos fornos apresentados são maiores, mas há vantagens como em não utilizar
gás(GLP), não necessitar de energia elétrica e sim utilização de uma fonte de energia renovável
(sol) conseguimos ter resultados aceitáveis.
Os dois tipos mostram melhor eficiência em horários pré-definidos entre 10:00 às 13:30
horas, sob boas condições solares.
No comparativo entre o forno solar do tipo corpo negro e do tipo configuração mista, o
forno de configuração tipo corpo negro obteve melhores resultados em relação ao tempo de
assamento dos alimentos, com uma diferença de 2 à 4 minutos de diferença de ganho em tempo
em relação ao de configuração mista. Conclui-se que fica mais viável a confecção do forno
solar na configuração tipo corpo negro, pois obteve melhores resultados e a sua fabricação
necessita de menos passos que o de configuração mista, pelo fato de não necessitar da colocação
dos espelhos, ou superfície reflexiva no forno.
31
7. Referências
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Pessoa, 2001.
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Avançados, v. 21, n. 59, p. 7-20, 2007.
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32