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GERAÇÃO HELIOTÉRMICA:
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA UTILIZAÇÃO DE NOVOS
FLUIDOS NO CUSTO DA ENERGIA GERADA
X, 93p.:il; 29,7 cm
i
“…a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.
ii
AGRADECIMENTOS
somente pela atenção, bom humor e empenho com qual me orientou neste trabalho, mas
tambem por ter me apresentado o caminho das fontes alternativas de energia, tendo me
ajudado a trilhá-lo desde então, e ao Prof. Silvio Carlos de Almeida, por toda a
deste trabalho.
Tenho muita sorte de ter os amigos que tenho, gostaria de agradecer à todos eles:
W’s, Amigos do Colégio São Vicente de Paulo e CRJ, Plein!, pessoal de Vancouver,
Metalmat e todos os outros que não pertencem a nehum grupo específico, mas têm igual
ajuda mútua, e aos amigos Rafael Komatsu, Pedro Lund, Nícolas Martíns, Diego
Agradecimentos não faltam à Christina, Léo e Gustavo, por todos esses anos.
E por ultimo, porém mais importante, a minha mãe, pai, irmão, vó Nair (in
Obrigado!
iii
AGRADECIMENTOS ...................................................................................................................... iii
Índice das Figuras .........................................................................................................................vi
Índice das Tabelas....................................................................................................................... viii
RESUMO ........................................................................................................................................ix
ABSTRACT ..................................................................................................................................... x
Capítulo 1- Introdução.................................................................................................................. 1
Figura 3 – Geração elétrica nacional por fonte em 2012 ............................................................. 3
1.1- Objetivos, metodologia e organização dos capítulos. ..................................... 11
iv
3.5.1 - Calor Sensível. ........................................................................................................ 43
3.5.2 - Calor Latente.......................................................................................................... 45
3.5.3 - Reações termoquímicas ......................................................................................... 48
3.5.4 - Fluido de Trabalho. ............................................................................................... 49
3.5.5 - Desafio para o desenvolvimento do HTF/SM. ..................................................... 51
Capítulo 4 - Ganho Potencial de competitividade para CSP a partir do desenvolvimento do
dos fluidos de trabalho............................................................................................................... 55
4.1 – System Advisor Model ...................................................................................... 56
4.1.1 - Localidade............................................................................................................... 60
4.1.2 - Torre e Receptor .................................................................................................... 63
4.1.3 - Coletores (Heliostatos) ........................................................................................... 69
4.1.4 - Ciclo de potência: ................................................................................................... 73
4.1.5 - Armazenamento Térmico. ..................................................................................... 73
4.1.6 - Custos do Sistema da Torre. ................................................................................. 76
4.1.7 - Parâmetros de financiamento. .............................................................................. 77
4.2 - Resultados. ........................................................................................................ 78
v
Índice das Figuras
vi
Figura 31 – Otimização do múltiplo solar da planta 2 ................................................................ 71
Figura 32 – Otimização do múltiplo solar da planta 3 ................................................................ 72
Figura 33 – Otimização do múltiplo solar da planta 4 ................................................................ 84
Figura 34 – Otimização do múltiplo solar da planta 5 ................................................................ 85
vii
Índice das Tabelas
viii
RESUMO
transição para uma economia com menos emissões de gases de efeito estufa, uma vez
que eletricidade pode ser gerada através de fontes renováveis de energia não carbono-
alcançado.
primeiro foram selecionadas, com base na literatura cientifica, duas melhorias vistas
ix
ABSTRACT
The electric power sector plays a major hole in the transition for an economy with
less carbon emissions, through the electricity generated by renewable energy sources.
potencial. Thus, it is worth evaluating the possibilities for the deployment of this
This work aims to evaluate the impact of improvements in the heat transfer fluid
and storage medium on the levelized cost of energy. The first step was to select, based
on the scientific literature, two improvements that are seen as promising: the
improvement of the thermodynamical cycle through the usage of a fluid which operates
in a wider range of temperature (NaK), and also a improvement in the fluid’s properties,
Then, the software System Advisor Model (SAM) was run aiming at quantifying
the improvements in terms of the levelized cost of energy in two types of CSP plants:
x
Capítulo 1- Introdução.
2011 foram emitidos um total de 31,3 Gt de CO2 (IEA, 2013), sendo a grande
Esta marca mostra uma necessidade de transição para uma economia menos
carbono-intensiva.
uma vez que, em 2011, a maior parcela da energia elétrica gerada no mundo era
1
Figura 2 – Geração mundial de eletricidade por fonte.
Fonte: IEA, 2013a
mais afetadas por mudanças climáticas. Previsões nesta área apontam grandes
das usinas termelétricas no país, tais usinas vem sendo a principal opção a
2
hidroeletricidade. Entre o ano de 2011 e 2012, ainda segundo o BEN houve um
até 2018, gerando neste ano um total de 7400 TWh/ano em seu cenário mais
2013).
3
Figura 4 – Previsão da penetração de fontes renováveis por fonte.
Fonte: IEA (2013b)
MW/m2 (KUSHNIR, 2000). Caso fosse possível converter toda esta quantidade
4
fotovoltaica (FV). Em 2012 a capacidade instalada chegou a 100 GWp 1 ,
1
Wp = watt pico. Watt pico é uma unidade que indica a pontência gerada em condições
climáticas padrão: 1kW/m2
5
Figura 5 – Exemplo de uma planta CSP com termoacumulação
Fonte: Soria, 2011
como recurso a radiação difusa, além da radiação direta normal, do inglês Direct
de energia elétrica a partir de CSP, tendo sua radiação direta normal na faixa de
6
Figura 6 – Tipos de radiação solar
Fonte: Bianchini, 2013
7
Em termos da penetração de CSP na geração mundial de energia elétrica,
a mesma ainda tem uma das menores capacidades instaladas dentre as fontes
2050 serão gerados pouco mais de 2000 TWh/ano no cenário mais conservador,
Energia, porém, é necessário que o custo da energia gerada através de CSP seja
reduzido. O custo atual da energia varia de 0,14 USD2/kWh até 0,22 USD/kWh
2
USD = dólar estadunidense
8
(SULYOK, 2013), dependendo do sítio e do tipo de tecnologia (os tipos de
tecnologia CSP serão aprofundados no capítulo 2). Para que se reduza o custo,
destas tecnologias. Na área das fontes renováveis podem ser adotados diferentes
o sistema de leilão.
9
Tabela 1 – Quadro comparativo das políticas de incentivo
10
potencial tecnológico,
porém pouco competitivas
Sistema de Leilão Este sistema tende a O sistema de licitação não
favorecer os projetos mais foi suficiente para atrair
eficientes uma vez que os grandes investimentos. Por
projetos de custos mais estar sujeita a muitas
reduzidos são escolhidos incertezas de oferta e
pelo processo de leilão. demanda do setor de
energia, o crescimento de
projetos em FAEs de
geração renovável é baixo.
Também apresenta o
problema de não fomentar
fontes com elevado
potencial tecnológico,
porém pouco competitivas.
Harmonização dos sistemas Cria uma estabilidade O sistema de licitação não
Feed-In e financeira para o investidor foi suficiente para atrair
Quota/Certificados Verdes ao garantir a compra da grandes investimentos. Por
energia por um período estar sujeita a muitas
pré- determinado em um incertezas de oferta e
primeiro momento de demanda do setor de
aplicação do sistema Feed- energia, o crescimento de
In. Após o amadurecimento projetos em FAEs de
da tecnologia a aplicação geração renovável é baixo.
do sistema de Também apresenta o
Quota/Certificados Verde problema de não fomentar
proporciona um cenário fontes com elevado
mais competitivo reduzindo potencial tecnológico,
assim os custos de geração porém pouco competitivas.
inicialmente aplicados
durante o sistema Feed-In.
Fonte: Malagueta (2013)
tecnológicos associados aos fluidos de trabalho do sistema CSP na energia gerada e seu
meio de termoacumulação, assim foram simuladas melhorias nesses dois fluidos. Tais
11
Para concretizar esta análise foram desenvolvidos cinco capítulos, sendo o
componentes de uma planta CSP e os custos típicos da planta, além da apresentação das
avaliação será feita através da ferramenta System Advisor Model, desenvolvida pelo
National Renewable Energy Laboratory (NREL); no final deste capítulo, há uma seção
para discussão dos resultados. Por fim, o capítulo 5 é um capítulo de conclusão, onde
12
Capítulo 2 – Tecnologia Heliotérmica.
2.1 - Introdução
solar para geração de energia elétrica. Este tipo de tecnologia utiliza superfícies
fluido de trabalho, geralmente óleo sintético ou sal fundido, que executa um ciclo
objetivo é ativar de forma mecânica uma turbina, assim gerando energia elétrica.
conjunto de nove plantas situadas no estado da Califórnia, sudoeste dos EUA. Juntas
2013). Em 2013, dezoito países dos 191 reconhecidos pela ONU possuíam plantas do
O coletor solar é definido como um trocador de calor que capta a radiação solar
e a transforma em energia térmica (KALOGIROU, 2009). Esta energia térmica pode ser
sua superfície é plana. Por sua vez, os concentradores possuem uma superfície curva
para que se consiga focar os raios refletidos, afim de que sejam atingidas maiores
13
uma CSP são, em geral, concentradores. Um bom exemplo de coletores não
concentradores móveis rastreiam o sol, sendo que este movimento pode se dar em um
Como foi dito anteriormente, existem quatro tipos de tecnologias CSP: Cilindro
podem ser classificadas de acordo com seu foco e receptor, como mostra a figura 9.
14
Figura 9 – Classificação dos tipos de tecnologia CSP
Fonte: Soria, 2011
heliostatos. Tais espelhos são distribuídos 360º ou 180º em volta da torre, para que a
Sol em dois eixos, a fim de refletir sua radiação no receptor central situado no alto da
torre. Uma vantagem desse receptor central decorre do fato de o foco ser pontual, assim
15
A torre de concentração ainda está longe de ter a mesma capacidade instalada
que o cilindro parabólico: em 2013, eram 64MW instalados com a tecnologia da torre,
contra 2.627MW do cilindro (NREL, 2013a). O interesse nesta tecnologia, porém, tem
crescido ao redor do mundo: em 2014, será inaugurada a torre Ivanpah, que apresentará
a maior capacidade instalada de uma planta CSP, 392MW; esta planta é de propriedade
São utilizadas três possibilidades de fluidos de trabalho para a torre solar: vapor,
sais fundidos e ar. O vapor é o fluido de trabalho em diversas plantas da Espanha, como
a PS10: ele apresenta como vantagem o fato de não necessitar de trocadores de calor,
uma vez que o vapor gerado no campo solar pode ser diretamente utilizado na turbina a
sistema que opera com sais fundidos necessita de trocadores de calor, e de um sistema
16
de backup devido à alta temperatura de fusão dos mesmos. Contudo, tais sais
17
2.3.2 - Cilindro Parbólico
inicio de 2013 a mesma era responsável por 2.626 MW dos 2.655 MW instalados
(NREL, 2013a). Este fato pode ser explicado como uma decorrência de esta tecnologia
eixo, podendo ser este o eixo leste-oeste ou norte-sul. Cada um deles traz suas
diretamente voltados para o sol de meio dia. O rastreamento norte-sul não fica voltando
para o sol de meio dia, porém recebe mais radiação no início do dia e no fim de tarde
18
Figura 12 – Ilustração da planta de cilindro parabólico
Fonte: IEA, 2010
que trabalha na faixa de 300ºC – 400ºC, apesar de, em alguns casos, ser utilizado vapor
entre 200 e 290 USD/MWh (LODI, 2011). A figura 13 mostra uma planta de cilindro
parabólico.
19
Figura 13 – Exemplo de planta de cilindro parabólico
Fonte: SEIA (2012)
linear. Os espelhos deste, porém, são planos ou levemente côncavos. Neste arranjo o
receptor se situa um pouco acima dos espelhos que podem ser organizados em
posicionar “tiras” de espelho no chão. Para este arranjo, porém, é necessário o terreno
planto. Um cuidado necessário com este tipo de tecnologia é o sombreamento que pode
ocorrer, fazendo com que a luz solar não atinja os espelhos. (MALAGUETA, 2013). A
figura 14 mostra uma planta CSP que opera com Refletor Linear Fresnel.
20
Figura 14 – Planta que opera com a tecnologia de refletor Linear Fresnel
Fonte: Lodi, 2011
O Refletor Linear Fresnel ainda possui variações como o Refletor Linear Fresnel
Compacto, do inglês, Compact Linear Fresnel Reactor (CLFR). Esta variação utiliza
dois receptores em paralelo para cada espelho, o que ajuda a contornar o problema de
opera a aproximadamente 380ºC. Existem esforços para que essa temperatura atinja
21
Figura 15 – Ilustração do Refletor Linear Fresnel Compacto
Fonte: NREL, 2013b
pontual. Outra semelhança é o fato de ambos rastrearem o sol em dois eixos. Graças a
temperatura em seu receptor (somente a torre atinge temperaturas mais altas). O espelho
(KALOGIROU, 2009).
Este tipo de tecnologia pode ser utilizado de duas maneiras. A primeira delas
Stirling, (LODI, 2011): nesse caso, a energia é gerada diretamente no motor, que
geralmente opera com o ciclo Stirling. Esta variação é útil para regiões remotas
22
(MALAGUETA, 2013). A outra possibilidade é o arranjo de uma planta onde o disco
opera em conjunto com outros discos. O primeiro modelo é o mais utilizado por
apresentar menos perdas térmicas, alem de possuir menor custo (BIANCHINI, 2013). A
23
Tabela 2 – Parâmetros técnicos, comerciais e econômicos das tecnologias CSP
extrema importância para o projeto de uma planta CSP: o Múltiplo Solar (MS). O
24
Múltiplo Solar é definido como a razão entre a superfície do campo solar da planta real
capacidade nominal, dada uma radiação de projeto (plena carga) (NREL, 2011), ou seja
o MS será igual a 1 quando a área do campo solar permitir operar a turbina com 100%
de carga, para uma radiação normal direta (DNI) de projeto. Quando a planta não possui
armazenamento térmico, o MS ideal é maior que 1 pois se deseja gerar mais energia no
campo solar do que a necessária para operar a turbina em plena carga, afim de se
diversas formas. Tais sistemas são classificados como passivo ou ativo, direto ou
o fluido de trabalho passa pelo meio de termoacumulação apenas para carga e descarga;
O sistema ativo apresenta como vantagem ter maiores velocidades nos processos
25
O sistema de armazenamento direto consiste em utilizar o mesmo fluido como
fluidos diferentes. Uma vantagem do sistema direto é o menor custo quando comparado
tanques, diretos ou indiretos (MEDRANO et al., 2010). No arranjo com dois tanques, o
meio que recebe calor do fluido de trabalho, proveniente do campo solar (fluido
neste tanque, o fluido de trabalho passa pelo bloco de potência; ao sair do mesmo, ele se
encontra a uma temperatura mais baixa. Assim, o calor deste fluido de trabalho (fluido
frio) é armazenado em outro tanque (tanque frio). (BARNES et al., 2011). A figura 17
26
No sistema com um tanque tanto o fluido frio quanto o fluido quente são
armazenamento em um tanque.
Renewable Energy Agency (IRENA) o custo de uma planta CSP pode ser dividido em
27
operação e manutenção (CO&M) e Custo de Financiamento (CF). Em uma planta CSP,
sem hibridização, é válido ressaltar que o custo com combustíveis é menor que os
custos de capital, mesmo em plantas que operam com sal fundido e necessitam de
combustível de queima auxiliar para que o mesmo não solidifique (BURGI, 2013). Em
plantas CSP o CAPEX é responsável 80% do custo total da planta (SULYOK, 2013),
em grande parte por causa do custo do campo solar, maior responsável pelo alto preço
(LCOE). O LCOE é o preço da eletricidade requerido por uma unidade geradora, que
3
Fator de capacidade é a relação entre o que foi gerado e o máximo que poderia ser gerado em uma planta.
28
do capital investido conforme uma determinada taxa de desconto e uma vida útil
(IRENA, 2012). Em uma planta CSP, o LCOE é de suma importância. Por exemplo,
como foi feito por Malagueta (2013), Burgi(2013), Lodi (2011) e Soria (2011). Isto será
que o dimensionamento da planta para uma dada radiação de projeto atinja o menor
custo possível.
onde:
r = taxa de desconto
29
Capítulo 3 - Sistemas de Armazenamento para Geração de Energia Elétrica.
3.1 - Introdução
elétrica: em 2008 12% do total da energia final consumida no planeta era proveniente de
sistemas de armazenamento, enquanto que as previsões apontam que até 2025 esse
al., 2011).
questão todas as alternativas são compostas por três etapas: carga, acumulação e
1
Despachabilidade é a capacidade de gerir a operação de uma planta conforme a necessidade de energia elétrica ou como o ótimo
financeiro da operação.
30
Figura 19 – Quadro esquemático com diversos tipos de armazenamento.
Fonte: (GIL et al., 2010) adaptado pelo autor.
três formas, como mostra a figura 19. Algumas dessas formas usam a energia cinética
físico, neste caso se utiliza uma bomba para que a água alcance um nível superior nos
elétrica para que a bomba execute tal função. A água permanece no nível mais alto até
que a demanda por eletricidade ultrapasse a oferta; quando isso ocorre o fluxo de água é
liberado acionando uma turbina que gera energia elétrica, suprindo, assim, a elevada
31
Nesse caso a energia armazenada depende das seguintes variáveis:
EP = ρgVH
2005)
32
3.2.2 - Energia Cinética (Volantes de inércia)
assim atendendo à demanda. Tal sistema faz uso de rolamentos avançados, com baixo
coeficiente de atrito, para que a energia cinética não seja dissipada na forma de calor
(DINCER; ROSEN, 2011). O volante de inércia pode chegar até a 90% de eficiência em
passa por um certo número de processos e retorna ao mesmo estado inicial (VAN
sua máxima eficiência quando a energia que sai do sistema é igual à energia que entra;
em outras palavras não houve perda de energia. A eficiência de um ciclo é dada pela
seguinte equação:
exemplo, onde se fornece calor para gerar trabalho a eficiência é dada por:
33
η = Trabalho Realizado .
inércia são:
EC = ½ I ω2 ;
34
3.2.3 - Trabalho (Compressão de gases)
maioria dos casos, o ar é escolhido devido a sua vasta disponibilidade. Nesse caso o gás
sistema de armazenamento.
W = -∫PdV
35
Figura 22 – Configuração de um sistema de armazenamento de ar comprimido
Fonte: (SØRENSEN, 2007)
energia (DINCER; ROSEN, 2011). Caso essa reação libere (ou absorva) energia na
forma de calor, ela pode ser chamada de armazenamento termoquímico; nesse caso,
uma das reações libera calor (exotérmica) e outra absorve calor (endotérmica). O tipo de
2011) ou as células combustíveis que são uma opção para o armazenamento químico de
36
3.3.1 - Baterias eletroquímicas
baterias são formadas por dois eletrodos, sendo um positivo (catodo), onde ocorre a
trabalham com uma quantidade menor de energia armazenada quando comparadas com
80%, quando nos sistemas mecânicos se alcança no máximo 60% (DINCER; ROSEN,
37
Corrente do circuito (I) [A]
Vc = Eo – ηIR
Vc I = P
Pt=E
(Ah); assim uma bateria de 100Ah dura uma hora conectada a uma corrente de 100
2011).
38
Figura 23 – Comparação entre os diferentes tipos de bateria
Fonte: IEA, 2011
gráfico de potencia específica vs. energia específica, pode-se perceber que todas as
baterias tem uma queda na sua potencia especifica quando se aumenta a energia
específica, nas baterias de íon-lítio, porém, essa queda ocorre de forma mais branda.
para sua sobrevivência. Apesar de a natureza fazer isso há milhares de anos, este
processo não é tão fácil assim de ser reproduzido em laboratório, uma vez que os
39
agentes que reagem se separando e, assim, liberando energia, tenderiam a reagir mais
uma vez, assim voltando para o seu estado inicial e absorvendo a energia liberada
(SØRENSEN, 2007).
A + hv B
B A + energia útil
2011)
utiliza uma bobina supercondutora, quando uma corrente elétrica passa por essa bobina
absoluto (0 K) eles passam a ter sua resistência elétrica quase nula; sendo assim não há
tem muitas vantagens, como alta eficiência, aproximadamente 95%, resposta abaixo de
armazenam 100GJ (SØRENSEN, 2007). Seus custos, porém, tanto dos elementos,
40
quanto para manter as baixas temperaturas ainda é muito elevado. (IBRAHIM;
diferença entre eles é que o tipo I aumenta a sua temperatura com alto valores de fluxo
impróprio para acumulação energética. O tipo II não tem esse problema e pode trabalhar
(SØRENSEN, 2007).
W = B2/2 μ0
Energia também pode ser armazenada na forma de calor, tanto em altas quanto
41
armazenamento (etapa de carga), do inglês, Storage Medium (SM), em seguida o SM
para o HTF (etapa de descarga), quando há necessidade. Logo, apesar de o HTF não ser
o meio que acumula calor, ele é essencial nas etapas de carga e descarga do processo de
ao HTF.
2008). Em uma planta CSP a termoacumulação ainda traz mais algumas vantagens
pois tanto o SM quanto o HTF ainda não possuem as características desejadas. Isso fica
evidente quando se analisa a tabela 2, esta mostra que a temperatura de trabalho na torre
até 1000ºC (TAGGART, 2008). Esta perda exergética2 faz com quem o custo da energia
gerada, 0,22 USD/kWh, ainda seja alto quando comparado com o das fontes
2
exergia é definido como uma medida de utilidade, qualidade ou potencial de se causar mudança (DINCER AND ROSEN, 2011)
42
considerados os componentes que comprometem o desenvolvimento tecnológico desta
tecnologia.
físico utilizado, podendo ser calor latente, calor sensível ou até mesmo pares reações
temperatura do SM, geralmente liquido ou sólido. O SM, por sua vez, é, geralmente,
construção e perdas de energia devido à sua área de contato (KOUSKSOU et al., 2014).
V = volume [m3]
Q = ρVc∆T
43
Onde Q é o calor armazenado.
44
Tabela 6 – Materiais liquídos que utilizam calor sensível e suas características
o calor sensível, como o tamanho, o baixo ∆T (ou menores perdas de 2ª Lei) entre o SM
térmica que acarreta em uma transferência de calor lenta (GIL et al., 2010).
materiais são conhecidos no mundo como Phase Change Material (PCM) neste
45
Tais variáveis se relacionam através da sequinte equação:
Q = ρVL
último uma mistura dos outros dois. As tabelas abaixo apresentam os principais
canditados orgânicos e inorgânicos para utilização como PCM, alem dos materiais em
estágio comercial.
46
Tabela 8 – Materiais inorgânicos com potencial para PCM
47
Tabela 9 – PCMs em estágio comercial
amônia. Este tipo de armazenamento, porém, não é térmico, pois não armazena calor
48
Tabela 10 – Compostos e reações de armazenamento termoquímico
indesejáveis como ser tóxico, poluente, explosivo, alto custo de produção e temperatura
fluidos. Segundo Py et al. (2013), as principais apostas dos programas de P&D são os
sais fundidos, vapor e ar. Alem dessas três áreas de estudo, o conceito de fluidos com
49
condutividade térmica e o calor específico é promissor (PAUL et al.,
altos pontos de fusão, 220ºC (PACIO et al., 2013), o que acarreta em uma baixa
(2010) aponta que, caso se desenvolva um sal que opere a 500ºC e tenha o ponto de
traz como vantagem um arranjo mais simples, não necessitando de trocadores de calor o
que diminui o preço de construção da planta. Este arranjo, porém, traz como desafio o
desenvolvimento de materiais que suportem as altas pressões atingidas pelo vapor, além
(HENNECK et al., 2008). O ar, porém, possui uma desvantagem: a baixa capacidade
térmica. Sendo assim, transporta pouco calor, o que compromete sua performance como
CINOCCA; GUALTIERI, 2013), o que não é simples pois, do mesmo modo que na
50
Tabela 11 – Principais HTFs e suas plantas
4. Baixo custo
armazenamento térmico, assim há necessidade de que o mesmo seja elevado para que se
satisfaça a característica 1.
51
A taxa de transferência de calor, porém, é diretamente proporcional a difusidade
α = k/(ρc),
condutividade térmica. Um corpo que acumula mais energia térmica a transfere sob a
figura 24 apresenta um gráfico da melhora na troca térmica. O eixo das abcissas mostra
mesmo
52
Figura 24 – Melhora na capacidade de troca térmica
Fonte: Paul et al, 2013
Tal melhora na troca térmica deriva do aumento da capacidade térmica dos sais
que adere a essas partículas. Tal camada passa a ter uma temperatura de fusão maior do
que a do resto do fluido que não está em contato com as nanoparticulas. Assim, o estado
dessa passa a ser um estado comprimido, que apresenta características mais próximas às
53
da fase sólida. Portanto, quando este novo fluido é aquecido, a camada em contato com
térmica do fluido (THOMS, 2012). Porém, a obtenção de partículas estáveis com essa
comprimido.
54
Capítulo 4 - Ganho Potencial de competitividade para CSP a partir do
Neste capítulo serão simulados, a exceção da sessão 4.3, três sistemas de torre de
concentração com auxilio do software System Advisor Model (SAM), a fim de avaliar a
variação de LCOE3, a energia gerada e o fator de capacidade. O motivo pelo qual a torre
1000ºC (TAGGART, 2008), temperatura mais elevada que a das outras tecnologias,
A primeira simulação consiste em uma torre solar padrão do programa. Tal torre
opera com sal fundido, tem potência de 100 MW e 7 horas de armazenamento térmico,
assim como a maioria das plantas em operação com este fluido (NREL, 2013). A
segunda simulação baseia-se em outro sal fundido como fluido de trabalho: o NaK, que
já é utilizado em usinas nucleares (INCROPERA et al., 2011). Este sal pode operar
numa faixa ampla de temperatura, de -12,6ºC até 785ºC (KOTZ, 2012). Esta simulação
tem como objetivo avaliar o impacto da mudança das temperaturas de trabalho do fluido
3
LCOE é o custo nivelado da energia, e foi definido no subcapítulo 2.5.
55
na energia gerada, em seu custo e fator de capacidade. Por fim, a terceira simulação
térmica do HTF, sua massa específica e capacidade térmica, a fim de simular o efeito da
desempenho de diferentes fontes renováveis de energia, como eólica, solar (FV, CSP e
versão mais recente do software é a versão 2014.1.14, esta será a versão utilizada nas
O primeiro passo do SAM é dar um nome para seu projeto e em seguida clicar
no “botão” create a new file, após o clique é aberta automaticamente uma outra janela
56
Figura 26 – Tela inicial do SAM
Fonte: SAM/NREL, 2013
57
Figura 27 – Opções de tecnologia do SAM
Fonte: SAM/NREL, 2013
apresenta ainda variantes. Por exemplo, no caso da torre é possível simular plantas que
operam com sal fundido e com vapor gerado diretamente no campo solar, ou Direct
Steam Generation (DSG). Após a escolha entre essas duas ainda pode-se escolher entre
IPP. Apesar de esta opção ser mais restrita, ou seja, um menor número de parâmetros
58
pode ser mudados pelo analista, ela abrange todos os parâmetros necessários às
simulações desta monografia, cujo objetivo é analisar a energia gerada, o custo nivelado
de concentração.
Uma vez que se escolhe uma destas duas opções é aberta a área de simulação.
Esta área é diferente para cada tipo de tecnologia, porém segue um padrão similar.À
guisa de exemplo, a janela para o caso da torre de concentração que opera com sal
59
Figura 29 – Tela de simulação do SAM
Fonte: SAM/NREL
4.1.1 - Localidade
o sitio onde serão feitas as simulações. Nesta monografia as simulações serão feitas para
Bom Jesus da Lapa – BA, esta localidade foi escolhida com base na tese de mestrado de
Adriano Burgi (2013). Em sua tese, Burgi (2013) avaliou o potencial da tecnologia CSP
instalação de plantas CSP; nessa etapa foram adotados diversos critérios de exclusão:
60
Radiação direta normal mínima de 2.000 kWh/m2.ano.
Disponibilidade hídrica.
Após esta estapa o autor identificou uma série de localidades consideradas aptas.
Contudo, destas localidades nem todas podem ser utilizadas no SAM, pois o mesmo
necessita de dados horários de radiação e lê três formatos, TMY2 (.tm2), TMY3 (.csv)
climatológicos nesses três formatos, são eles: Belo Horizonte, Boa Vista, Bom Jesus da
Manaus, Petrolina, Porto Nacional, Porto Velho, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Santa
Maria e São Paulo. A tabela 4.1 mostra os dados climatológicos destas 20 localidades.
61
Tabela 12 – Dados climatologicos das localidades com dados georreferenciados
Da tabela 4.1, nota-se que a única localidade que possui dados georreferenciados e
como Clifton & Boruff, 2010; Fluri, 2009; Gastli et al., 2010; Bravo et al., 2007; Anders
et al., 2005; e Burgi, 2013, é Bom Jesus da Lapa (BJL). Sendo assim, será a localidade
62
Tabela 13 – Dados climatológicos de Bom Jesus da Lapa
dois componentes. Vale ressaltar que esta aba é diretamente influenciada pelo
Aqui é selecionado o HTF. No SAM são dadas ao analista duas opções de sal
primeiro dos sais citados acima, por ser o fluido utilizado na primeira torre, chamada de
CESA-I PSA localizada na Espanha, e ser utilizado até hoje como na Solar TRES-PSA
ressaltar que não é permitido pelo software SAM que o analista tenha acesso e nem que
ele mude tais propriedades, no caso de fluidos da biblioteca do modelo. Sendo assim,
63
afim de evitar erros, todos os fluidos dessa monografia serão modelados pelo autor,
seguintes características:
Viscosidade [Pa.s]
duas temperaturas, pois o programa faz uma interpolação a partir destes dois (ou mais)
condutividade térmica.
Para a condutividade térmica foi feita uma busca em diversos estudos que
abordaram o problema, como (WANG et al., 2012 ; JANZ, 1967 ; TUFEU et al., 1985 ;
SOHAL et al., 2010 ; KEARNEY et al., 2002 ;ZHAO et al., 2011 e JANZ et al., 1979).
temperatura, não é possível achar uma relação exata para a mesma (SOHAL et al.,
2010). A literatura ainda indica o uso da uma fórmula empírica presente em Janz et al.,
64
A viscosidade também apresenta comportamento não linear com a temperatura.
Assim, para identificação esta relação no caso do sal fundido escolhido, foram
consultadas fontes como (JANZ, 1967 e SOHAL et al., 2010). Dentre essas a que
fundido antes simulado. Estas variações nos dois parâmetros do HTF decorrem dos
que essas propriedades são função uma da outra. Além dessas três propriedades, outro
parâmetro que se altera com a dispersão de tais particulas é a massa especifica: essa
propriedade será calculada como apontado por (IAEA, 2008) 1/ρnanofluido= 0.99/ρsal+
0.01/ρSiO2.
65
Tabela 14 – Fórmulas e propriedades do 60% NaNO3 40%KNO3.
et al., 2002)
Para a planta 2, que utiliza NaK como HTF, as fórmulas utilizadas são apontadas
Collection of Data” de 2008 (IAEA, 2008). Este relatório, porém, não possui formula
66
para entalpia específica. Assim, para o cálculo da mesma foi utilizada a fórmula: dH =
67
Tabela 15 – Formular e valores simulados para o NaK
Viscosidade – 6.954 – 0.353lnT + 0,70 0,64 0,57 0.5 0.4 0.4 0,3 0,3 0,33
cinemática 511.3/T 6 3 1 15 67 26 90 60 5
(ν) [m2.s] x10-6 x10-6 x10-6 x10 x10 x10 x10 x10 x10-
-6 -6 -6 -6 -6 6
–3
Condutivida 8.2 + 27.3×10 xT – 22,3 22,6 23,1 23, 31, 32, 33, 34, 34,9
de térmica 41.0 × 10–6 x T2 + 16.1 0 0 0 60 10 11 10 04 4
(k) × 10–9 x T3
[W/m.ºC]
Entalpia - 2375 5181 801 106 133 159 185 211
especifica ∫(Cp x dT) + Ho 4475 0 0 15 490 110 425 320 030
(h) [J/kg]
Fonte: IAEA (2008)
68
4.1.3 - Coletores (Heliostatos)
software permite que se mude uma série de parâmetros do campo como o raio, além de
ferramenta do programa que otimiza o campo solar, além da altura ótima da torre e do
sabe a priori qual é o múltiplo solar mais indicado, pois o mesmo é função de outros
múltiplos solares para cada uma das plantas, uma vez que cada uma delas opera com um
fluido diferente, a fim de se escolher o mais indicado. O critério adotado para a escolha
do múltiplo solar foi o menor LCOE, na medida em que este seria a mínima
plantas: primeiro simularam-se múltiplos solares de 1,0 até 3,5 variando os valores em
intervalos de 0,5. Uma vez identificada a faixa em que estaria o múltiplo solar que
confere o menor LCOE para planta, foram feitas simulações mais refinadas nessa faixa,
4
Múltiplo Solar foi definido no subcapítulo 2.4
69
com intervalo de 0,1 afim de se refinar o resultado. Vale ressaltar que, sempre que o
Da tabela 16 pode-se concluir que o LCOE mínimo para planta 1 será dado por
LCOE
27
26,5
26
25,5
25
24,5
24
23,5
23
2 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3
LCOE
70
Analisando o gráfico acima pode-se concluir que o valor do múltiplo solar que
confere à planta o menor LCOE é 2,5. Logo, este será o valor utilizado na simulação da
palnta 1.
LCOE
27
26,5
26
25,5
25
24,5
24
23,5
23
2 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3
LCOE
71
Analisando o gráfico acima pode-se concluir que o valor do múltiplo solar que
confere à planta o menor LCOE é 2,4. Logo, este será o valor utilizado na simulação da
planta 2.
Da tabela 18 pode-se concluir que o LCOE mínimo para planta 3 será dado por
LCOE
27
26,5
26
25,5
25
24,5
24
23,5
23
2 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3
LCOE
72
Analisando o gráfico acima pode-se concluir que o valor do múltiplo solar que
confere à planta o menor LCOE é 2,4. Logo, este será o valor utilizado na simulação da
palnta 3.
e o sistema de resfriamento. Nesta monografia foi utilizado resfriamente seco. Este tipo
de resfriamento utiliza o ar para resfriar a planta. Apesar de ser mais custoso foi
Neste ponto é necessário ressaltar uma limitação do SAM: este não tem a opção
de armazenamento via calor latente, motivo pelo qual esta monografia só fará
73
Tabela 19 – Parâmetros técnicos das simulações
74
Eficiência de 1
recirculação do
aquecedor
Diâmetros do 40mm
tubo
Espessura da 1,25mm
Características parede do tubo
termodinâmica Temperatura 574ºC 785ºC 574ºC
s de saída do
HTF
Temperatura 350ºC 20ºC 350ºC
máxima de
entrada do
HTF
Absorção do 0,94
revestimento
Fator de perda 1
de calor
Potencia de 115MWe
Capacidade da saída bruta da
planta turbina
Perdas 10% (padrão do SAM)
parasíticas
Potencia de 100MWe
saída liquida
Bloco da turbina
de Eficiência de 41,2%
potênci conversão do
a ciclo
Ponto de termodinâmico
design do Pressão de 100 bar
bloco de operação na
potencia caldeira
Fração de 0,02
reposição de
água no ciclo
Modo de Operação suplementar
despacho fóssil
T de entrada no 574ºC 785ºC 574ºC
bloco de
potência
T de saída no 290ºC 20ºC 290ºC
bloco de
potência
Controle da Máximo de 1,05
planta operação da
turbina acima
do design
Mínimo de 0,25
operação da
75
turbina
Tipo de Seco
resfriamento
Temperatura 43ºC
do ambiente de
Sistema de design
resfriamento Relação de 1,0028
pressão do
condensador
Temperatura 5ºC
de Approach
Sistema de Horas de 7h
armazenament armazenament
o de calor o
TES Fluido de Sal Fundido - 60% NaNO3 40% KNO3
armazenament
o
Sistema de Fração de 1,05
controle de potência de
despacho saída da
turbina
Modo de Uniforme
despacho
Fonte: Elaboração própria
ponto vale ressaltar que ainda não há parâmetros de custo de componentes de uma
planta CSP no Brasil, uma vez que ainda não há uma planta piloto no país. Deste modo,
serão utilizados os parâmetros padrões do software. O SAM vem com valores padrões
que constam no relatório “Molten Salt Power Tower Cost Model for the System Advisor
Model (SAM)” (TURCHI; HEATH, 2013). Este relatório foi feito com base em outros
quinze estudos sobre CSP como Roadmap da IEA. A tabela 20 detalha os parâmetros
76
Tabela 20 – Parâmetros de custo das simulações
onde é possível ajustar incentivos, taxação, inflação dentre outros parâmetros. Esta aba
diretamente LCOE.
77
(2011), SCHAEFFER et al. (2012) e MALAGUETA (2013). Tais parâmetros serão os
reduzir o custo da energia gerada, e vem com o padrão do tipo feed-in. Já o Brasil
realiza sua expansão energética através do sistema de leilões. Sendo assim não foi
4.2 - Resultados.
Após a simulação das três plantas descritas nos subcapítulos anteriores, foram
obtidos o LCOE, a energia gerada e o fator de capacidade para cada caso. A tabela 21
78
Tabela 21 – Resultado das simulações
poderia ser utilizado também como meio de termoacumulação, o que causaria uma
CSP, têm incentivo governamental. Apenas para ilustrar, a planta 3 foi tambem
planta que opera com NaK com a padrão percebe-se que esta apresenta maior custo da
energia, menor fator de capacidade e energia gerada. Isso pode ser justificado pelo
baixo calor específico do NaK, quando comparado ao Solar Salt (60% NaNO3 40%
KNO3), cerca de 1/3 menor, como visto nas tabelas das propriedades do fluido nos
subcapítulos anteriores.
79
recente e ainda preliminar, pode-se prever que uma diminuição de até 1,00 ¢/kWh não
gerada diminuíram em comparação com a planta 1. Tal resultado pode ser justificado
pelo fato de, apesar do Optimization Wizard ter sido utilizado em todas as simulações,
ele otimiza apenas o campo solar e não parâmetros técnicos como a potência da turbina
tecnologia de torre solar, escolhida para simulações dessa monografia por atingir
de não ser permitido alterar a temperatura de trabalho do HTF, logo serão feita mais
duas simulações com essa tecnologia, afim de se avaliar não só a influência do fluido de
80
Tabela 22 – Parâmetros de custo das plantas com cilindro parabólico.
Planta 4 Planta 5
(planta 4) terá o 60% NaNO3 40% KNO3 como HTF e fluido de armazenamento. Já a
81
Trata-se, portanto, de um sistema de termoacumulação direto, em que os fluidos de
Neste ponto é válido explicitar o motivo pelo qual não foi simulada uma planta
com NaK para cilindro parabólico. Esta escolha se deu pelo fato de o software não
parabólico, logo não haveria motivo de fazer uma simulação com NaK, uma vez que a
faixa de temperatura na qual este fluido opera e sua influência no custo da energia
82
fóssil
Controle da Máximo de 1,05
planta operação da
turbina acima do
design
Mínimo de 0,25
operação da
turbina
Tipo de Seco
resfriamento
Temperatura do 43ºC
ambiente de
Sistema de design
resfriamento Relação de pressão 1,0028
do condensador
Temperatura de 5ºC
Approach
Sistema de Horas de 7h
armazenamento armazenamento
de calor Fluido de Sal Fundido - 60% NaNO3 40%
TES armazenamento KNO3
Sistema de Fração de potência 1,05
controle de de saída da turbina
despacho Modo de despacho Uniforme
Fonte: Elaboração própria
Nesta seção será feita a otimização do múltiplo solar para as plantas 4 e 5. Para
tal será utilizado o mesmo procedimento das simulações anteriores, que consiste em
fazer duas baterias de simulações. A primeira com intervalos de 0,5 e seus resultados
83
Da tabela 25 pode-se concluir que o LCOE mínimo para planta 4 será dado por
valores de MS entre 2,5 e 3,5, sendo assim, a segunda bateria de simulações com
LCOE
25
24,5
24
23,5
23
22,5
22
21,5
21
20,5
2 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3
LCOE
Analisando o gráfico acima pode-se concluir que o valor do múltiplo solar que
confere à planta o menor LCOE é 2,8. Logo, este será o valor utilizado na simulação da
palnta 4.
84
O resultado da segunda bateria, com intervalos de 0,1 é mostrada no gráfico
abaixo
LCOE
25
24,5
24
23,5
23
22,5
22
21,5
21
20,5
2 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3
LCOE
correspondente ao LCOE mais baixo é 2,7. Logo, este será o mutiplo solar utilizado
nessa dissertação.
4.3.2 - Resultados
¢/kWh enquanto na planta 5 (cilindro nano) foi atingido um LCOE de 22,08 ¢/kWh,
registrando assim uma redução de 0,46 ¢/kWh. Estes resultados indicam aparentemente
modificado. Contudo, eles devem ser vistos com cautela na medida em que se baseiam
85
com nanopartículas. O importante aqui, portanto, é notar a pertinência desta fronteira de
pesquisa científica, que leva à redução no LCOE de plantas CSP e as pode tornar
monografia.
86
Capítulo 5 - Conclusões.
estudadas na área de CSP, a fim de que a mesma se torne uma fonte competitiva com as
vigentes. Com base na literatura científica (WANG et al., 2012 ; SOHAL et al., 2010 ;
2013), foram identificadas duas prospostas vistas como as mais promissoras para
planta CSP. A segunda é uma solução física, onde se procura melhorar as propriedades
indicar que, em princípio, a proposta mais promissora entre essas duas abordagens é a
87
abordagem física, pois apresentou uma redução no custo da energia, fato que não
24,10 (planta 1 - padrão), 24,26 (planta 2 - NaK) e 23,75 (planta 3 - nano), todos os
valores em ¢/kWh.
avaliam apenas o potencial técnico do mesmo e não a sua viabilidade econômica, como
Por fim é válido destacar algumas propostar para estudos futuros. A primeira
parâmetros da planta, como espelho e receptor. Tal melhoria pode fazer com que o
resultado dos estudos com fluidos seja mais expressivo. A segunda proposta envolve um
estudo sobre a melhoria de outras propriedades dos sais fundidos e não só a capacidade
capítulo 4.
em outros sais e não somente os à base de nitrato. Neste ponto é válido lembrar que o
NaK não obteve o resultado esperado devido a sua baixa capacidade térmica, o que
88
uso deste sal, porém, é necessário sempre se atentar à questões de segurança, uma vez
notar, neste sentido, que esta é uma fronteira científica (a nanotecnologia) cujo
desenvolvimento pode levar a rupturas tecnológicas não apenas na área de CSP. Este
não afetaria significativamente seus custos. Isto pode não ser verdade e mereceria
software SAM a torre solar, a fim de permitir alterar o fluido de termoacumulação e ter
no Brasil, uma vez que o país tem excelente índices de DNI, como mostrado no capítulo
1.
89
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