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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

Coordenadoria do Curso de Engenharia Elétrica


Trabalho Final de Curso

SOBREDIMENSIONAMENTO DE MOTORES
ELÉTRICOS TRIFÁSICOS NA INDÚSTRIA

AUTOR: Wesley Patrick Silveira Barbosa


ORIENTADOR: Paulo C. M. Lamim Filho

São João del-Rei, 24 de novembro de 2017


Universidade Federal de São João del-Rei
Coordenadoria do Curso de Engenharia Elétrica
Trabalho Final de Curso

SOBREDIMENSIONAMENTO DE MOTORES
ELÉTRICOS DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS NA
INDÚSTRIA

Trabalho Final de Curso submetido ao


Departamento do Curso de Engenharia
Elétrica da Universidade Federal de São
João del-Rei, para obtenção do título de
Engenheiro Eletricista.

São João del-Rei, 24 de novembro de 2017


AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida, pela família e pelos amigos.


Aos meus pais, Valdivino Barbosa e Maria Neuza Silveira, pelo amor incondicional, por me
ensinarem a sempre ir em busca dos meus objetivos.
A minha irmã, Waleska Barbosa pela paciência e compreensão durante os momentos que
estive distante para fazer a graduação.
À minha namorada, pelo carinho e por estar sempre ao meu lado me apoiando.
Agradeço ao professor e pesquisador Paulo Lamim e ao mestrado Josemar Moreira por
estarem sempre à disposição prontificando-se em orientar-me.
Finalmente, agradeço a todos meus amigos de graduação pelos momentos vividos de
grandes aprendizados, pelos valiosos momentos de estudos e troca de experiências.

[...] há um ditado chinês que diz que, se dois homens vêm


andando por uma estrada, cada um carregando um pão, ao se
encontrarem, eles trocam os pães; cada um vai embora com um.
Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um
carregando uma ideia, ao se encontrarem, trocam as ideias;
cada um vai embora com duas.
Quem sabe, é esse mesmo o sentido do nosso fazer: repartir
ideias, para todos terem pão.
Mário Sergio Cortella.
4

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................ 3

RESUMO .............................................................................................................................. 5

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. 6

LISTA DE TABELA................................................................................................................ 7

LISTA DE SIMBOLOS ........................................................................................................... 8

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 9

2. OBJETIVOS ..............................................................................................................10

3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ..............................................................................10

4. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................10

4.1 CONSUMO DE ENERGIA NO BRASIL ...................................................................10

4.2 SOBREDIMENSIONAMENTO ................................................................................13

4.3 RENDIMENTO DO MOTOR ATRAVÉS DO ANALISADOR DINÂMICO ..................17

5. METODOLOGIA ........................................................................................................18

5.1 DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO .....................................................................19

6. RESULTADOS EXPERIMENTAIS .............................................................................21

7. CONCLUSÃO ............................................................................................................25

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................27
5

RESUMO

A forte e crescente política de Eficiência Energética vem estimulando cada vez mais o estudo
sobre os motores elétricos de forma a evitar desperdício de energia no país e nesse contexto
esse trabalho faz um estudo sobre o sobredimensionamento de motores elétricos trifásicos e
suas consequências quando deixado operando sobre essa condição. A proposta é um estudo
de caso em laboratório de um motor de 3 posto a trabalhar sobre diversas condições com
o objetivo de retirar sua curva de desempenho e feito isso supor o mesmo operando com 25%
da sua carga nominal de forma a propor uma substituição desse motor por um que se adeque
a carga de forma a verificar o custo da energia desperdiçada, caso aconteça desperdício,
quando esse motor trabalha sobre condição de sobredimensionamento. Além de estudar o
motor do laboratório é feito um levantamento de alguns motores elétricos postos a trabalhar
sobredimensionado e assim pode supor uma possível troca desse motor para evitar o
sobredimensionamento e o desperdício de energia.

Palavras Chaves
Motor Elétrico de Indução Trifásico, Sobredimensionamento, Maquinas Elétricas.
6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Distribuição do consumo de energia pelos setores da economia.........................11


Figura 2 – Distribuição do consumo de energia Elétrica pelos setores da economia. ...........11
Figura 3 – Perfil de consumo de eletricidade na industria brasileira .....................................12
Figura 4 – Curva de desempenho MIT 25 CV. .....................................................................15
Figura 5 - Curva de desempenho MIT 100 CV. ...................................................................16
Figura 6 – Equipamento BAKER EXPLORE 3000. ...............................................................19
Figura 7 – Bancada experimental. ........................................................................................20
Figura 8 – Esquema de ligação BAKER EXPLORE 3000.....................................................20
Figura 9 – Curva de desempenho MIT 3 HP. .......................................................................21
Figura 10 – Curva experimental MIT 3HP.............................................................................22
Figura 11 – Curva de desempenho MIT 0,75 HP..................................................................23
7

LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Dados MIT 25 CV. ..............................................................................................15


Tabela 2 – Dados MIT 100 CV. ............................................................................................15
Tabela 3 – Dados do MIT 3 HP. ...........................................................................................21
Tabela 4 – Dados MIT 0,75 HP. ...........................................................................................22
Tabela 5 – Custo de energia desperdiçada por sobredimensionamento na faixa de 25% da
carga nominal. Linha WEG – W22 PLUS. ............................................................................25
Tabela 6 – Custo de energia desperdiçada por sobredimensionamento na faixa de 25% da
carga nominal. Linha WEG – W22 PREMIUM. .....................................................................25
8

LISTA DE SIMBOLOS

1. Potência consumida da rede em ;


2. 0 Potência útil;
3. Rendimento para o ponto de carga referente à potência útil, dado em porcentagem.
4. Energia desperdiçada;
5. 0 100 Potência útil do motor de 100 ;
6. 0 25 Potência útil do motor de 25 ;
7. Eficiência ou rendimento;
8. Potência dissipada;
9. Potência de entrada.
9

1. INTRODUÇÃO

Os motores elétricos de indução são máquinas responsáveis por transformar a energia


elétrica em mecânica [1] e se destacam por ser uma ferramenta fundamental nas indústrias.

No âmbito de mercado e sobre as atuais perspectivas econômicas do país a cada dia as


empresas vêm se preocupando cada vez mais com a questão da eficiência energética de sua
planta industrial, no que se destacam os motores elétricos como o maior consumidor de
energia dentro da indústria devido a sua grande utilização. É muito comum encontrar motores
elétricos que trabalham com o valor da potência superior ao valor especificado nos dados de
placa do mesmo (valor de potência nominal), ou seja, subdimensionado, assim como motores
com carga abaixo de uma porcentagem, ou seja, sobredimensionados, em ambos os casos
ocorre baixo rendimento e, contudo, pouca eficiência energética além da redução da vida útil
[2] o que é preocupante em termos financeiros para a empresa.

O motor do tipo gaiola de esquilo é considerado o mais importante no consumo de energia


elétrica desta forma, qualquer iniciativa que se desenvolva para reduzir o desperdício de
energia é considerada importante para a economia do país [3].

Em termos de governo, um problema bastante preocupante é o fator ambiental e o grande


custo de investimento em pesquisa quando se tem que construir novas usinas para o
atendimento de uma demanda crescente de energia elétrica que em muitos casos são energia
desperdiçada devido ao uso não eficiente da energia elétrica. Diante dos problemas que
afetam tanto a indústria quando o governo, o uso eficiente da energia é uma forma inteligente
e prudente para conter a expansão do consumo, mantendo os padrões de qualidade e
assegurando o desenvolvimento econômico do país. Segundo a Agência Nacional de Energia
Elétrica – ANEEL o Brasil desde 1985, com a criação do Programa Nacional de Conservação
de Energia Elétrica – PROCEL, vem pensando na eficiência da energia elétrica.

Em 2001 no Brasil, o racionamento de energia elétrica promoveu de maneira forçada o uso


consciente da energia e estimulou a eficiência energética, mostrando que o país tem um
potencial grande de racionalização do uso da eletricidade sem comprometer a qualidade e a
confiabilidade dos serviços a partir de medidas simples de substituição de equipamentos
como motores e racionalização dos mesmos [4].
10

2. OBJETIVOS

Este trabalho tem por objetivo principal analisar o desempenho de um motor de indução
trifásico quando submetido a diferentes perfis de carga, abaixo do seu valor nominal, mais
especificamente quando a carga é menor que a metade da nominal, e o custo monetário que
se tem ao trabalhar com esse motor sobredimensionado e de posse do analisador dinâmico
de motor BAKER EXPLORE 3000 da SKF realizou-se a coleta dos dados e a análise dos
resultados a partir de uma unidade de conexão BAKER EP1000.

3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O presente trabalho está dividido da seguinte forma:


1. no item 4 a revisão da literatura, onde é feito um levantamento do consumo de energia
elétrica dos motores no Brasil de forma a mostrar a importância do correto
dimensionamento desses motores de forma a proporcionar, no âmbito do país, um uso
eficiente da energia, além de expor as principais equações que foram utilizadas nesse
trabalho e os principais assuntos relacionados ao mesmo;
2. o item 5, corresponde a metodologia utilizada, expondo a descrição do experimento;
3. no item 6, tem-se os resultados do experimento onde encontra-se todos os dados obtidos
no experimento;
4. no item 7, para finalizar o trabalho é feito a conclusão de forma a apontar os principais
resultados obtidos.

4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1 CONSUMO DE ENERGIA NO BRASIL

O maior consumidor de energia no Brasil é o setor industrial no qual corresponde a 32,5% do


consumo de energia do país segundo o Balanço Energético Nacional ano base de 2015 (BEN
2016) [5]. A figura 1 mostra a variação da participação do consumo de energia por setor no
Brasil.
11

5,8% SETOR ENERGÉTICO


3,3%
10,7% 1,5% SETOR COMERCIAL
SETOR PÚBLICO

32,5% 9,6% SETOR RESIDENCIAL


4,4% SETOR AGROPECUÁRIO
SETOR DE TRANSPORTES
32,2% SETOR INDUSTRIAL
USO NÃO ENERGÉTICO

Figura 1 – Distribuição do consumo de energia pelos setores da economia.


Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados do BEN 2016 (MME, 2016).

O setor industrial além de ser o maior consumidor de energia de toda a matriz energética do
país é também o maior consumidor de energia elétrica correspondendo a 37,6. A figura 2
expõe a distribuição do consumo de energia elétrica por setor no Brasil com base no ano
2015, dados coletados do Balanço Energético Nacional ano base de 2015 (BEN 2016)1 [5].

6,1%
SETOR ENERGÉTICO
SETOR COMERCIAL
17,5% SETOR PÚBLICO
37,6%
SETOR RESIDENCIAL
8,2%
SETOR AGROPECUÁRIO

25,1% SETOR DE TRANSPORTES

5,1% SETOR INDUSTRIAL


0,4%

Figura 2 – Distribuição do consumo de energia Elétrica pelos setores da economia.


Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados do BEN 2016 (MME, 2016).

Diante do senário industrial, os motores elétricos são os maiores responsáveis pelo consumo
de energia, correspondendo aproximadamente a 61,8% do consumo de energia elétrica
industrial segundo o levantamento feito pelo Plano Nacional de Energia (PNE 2030) [6]
conforme é visto na figura 3.

1Dados correspondentes ao ano base de 2015, mas o Balanço Energético Nacional é feito no ano de
2016.
12

0,5%
FORÇA MOTRIZ
3,2%
10,4% CALOR DE PROCESSO
6,1%
AQUECIMENTO DIRETO
REFRIGERAÇÃO
16,1%
61,8% ILUMINAÇÃO
ELETROQUIMICA
1,9%
OUTRAS

Figura 3 – Perfil de consumo de eletricidade na indústria brasileira.


Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados do PNE 2030 (MME, 2030).

A Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (ABINEE), através de boletins


trimestrais fornece a quantidade de motores de indução trifásicos comercializados no
mercado brasileiro, os motores elétricos trifásicos de indução rotor gaiola de esquilo,
corresponde a aproximadamente 90% da força motriz na indústria brasileira, o que
fortalece a importância de se estudar o sobredimensionamento desses tipos de motores
[7].

Supõe-se que no Brasil, ocorre um grande desperdício de energia elétrica devido à forma
inadequada de utilização de máquinas e de equipamentos elétricos industriais, bem como à
baixa qualidade de alguns materiais utilizados na produção destes componentes. O
desperdício pode vim da utilização de motores sobredimensionados no qual operam com o
rendimento baixo, ou seja, quando a carga é menor que a metade da nominal.

Conforme é visto no Plano Nacional de Eficiência Energético [8], o peso da energia elétrica
no custo final do produto é significativo e pode atingir, em alguns segmentos, até 60% do
custo total de produção. Com a crescente competitividade de mercado, a indústria brasileira
deve-se tomar medidas necessárias para que sua competitividade tanto no mercado interno
quanto no externo seja garantida. Para o país manter um elevado grau de competitividade de
sua economia, a eficiência energética deve ser estimulada e incentivada de forma mais
incisiva. Neste contexto a tecnologia tem um papel fundamental uma vez que ela compõe um
dos fatores de competição sem estar livremente disponível. No Brasil, desde 2001 está em
vigor a Lei de Eficiência Energética que estabelece “níveis máximos de consumo específico
de energia, ou mínimos de eficiência energética, de máquinas e aparelhos consumidores
de energia fabricados ou comercializados no país” [9]. No ano de 2002 o Comitê Gestor
de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética (CGINEE) aprovou o Decreto 4.508/2002,
que regulamentou a eficiência energética dos motores elétricos trifásicos de indução rotor
13

gaiola de esquilo, onde “o indicador de eficiência energética a ser utilizado é o rendimento


nominal” [10]. Contudo, a questão da eficiência energética vem se tornando cada vez mais
consolidada também por projetos como os programas, PROCEL Indústria (Programa de
Conservação de Energia Elétrica), PROESCO (Apoio a Projetos de Eficiência Energética)
entre outros que objetivam o uso eficiente da energia elétrica e combater o seu desperdício
cujo um dos focos de ação é os motores elétricos. Desta forma, fica evidenciado a grande
importância de estudar e propor ações que visem minimizar o desperdício de energia elétrica
produzido por motores sobredimensionados.

Do ponto de vista da adequação da planta industrial através de substituições de motores com


o objetivo de adequar o motor a carga e evitar sobredimensionamento ou o
subdimensionamento, a empresa WEG, líder no setor de motores elétricos na América Latina,
junto com a empresa Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC) através do programa
Indústria + eficiente, fez um estudo de caso com algumas empresas brasileiras selecionadas,
são elas: BRF, Tupy e Tigre. A empresa Tigre substituiu 91 motores2, a BRF 113 motores3 e
a Tupy 297 motores4. Com essa adequação a Tigre reduziu em 11,7% do seu consumo de
energia elétrica anual, um investimento com retorno de apenas dois anos e meio. A BRF teve
uma redução de 2,85% do seu consumo anual, só na planta de Chapecó – SC gerou uma
economia de mais de $500 mil ao ano. A Tupy conseguiu uma redução de 2, 06% do seu
consumo anual.

4.2 SOBREDIMENSIONAMENTO

Um motor é considerado sobredimensionado quando sua potência nominal é muito superior


à potência solicitada pela carga, e as consequências em trabalhar com um motor nessas
condições são, entre outras, a redução do fator de potência, do rendimento do motor e uma
maior corrente de partida. Em termos gerais, para cargas entre 75% e 100% da nominal, o
motor pode ser considerado bem dimensionado, entre 50% e 75%, deve ser realizado o
diagnóstico energético e abaixo de 50%, ele é considerado sobredimensionado [3].

Segundo Garcia para uma amostra de 2.119 motores da indústria brasileira, 36% operavam
a menos de 50% da carga nominal [7], em comparativo com os Estados Unidos, demostrado

2 91 motores, 80 inversores de frequência e soluções para injetoras e extrusoras de plásticos. Investimento de 4,52 milhões de
reais.
3 Investimento de 3,96 milhões de reais.
4 297 motores, inversores de frequência e soluções para filtros de manga e para torres de resfriamento. Investimento de 9,73
milhões de reais.
14

no trabalho de Nadel [11] através de uma amostra da indústria desse país, 44% dos motores
operavam com baixo rendimento a menos de 40% da carga nominal.

Segundo Tabosa, R. P. (1996) e Soares, G. A. (1996), no Brasil o sobredimensionamento de


motores é elevado, assegurando que aproximadamente 71% dos motores na indústria operam
sobredimensionados e que 24% dos motores operam com cargas inferiores a 50% [12].

Motores sobredimensionados, com mais potência do que o necessário, são muito comuns na
indústria brasileira. Um motor sobredimensionado consome muito mais energia do que um
motor com a potência correta, do ponto de vista técnico o motor está trabalhando em condição
fora do que foi projetado, ou seja, o motor está trabalhando de forma ineficiente. Um motor
deve trabalhar utilizando entre 75 e 100% de sua potência para ter a melhor eficiência [13].
Quando se faz a adequação de potência é comum encontrar na literatura reduções no
consumo de energia de até 14%. No que se diz respeito a fator de potência, os motores
sobredimensionados operam com um fator de potência muito baixo e se enquadra nos
grandes causadores de multa nas faturas de energia, exigindo investimento/ adequação das
instalações para correção do fator de potência.

Conforme já discutido, o sobredimensionamento é o principal fator de desperdício de energia


elétrica no Brasil. O problema de sobredimensionamento será exemplificado através de um
exemplo real. Trata-se de um motor de indução (MIT) 100 que pode ser substituído por um
motor de 25 sem nenhum comprometimento da confiabilidade do processo e aproveitando
ao máximo estas máquinas em suas capacidades nominais.

A figura 4 mostra a curva de rendimento em função da potência fornecida de um motor de


25 , pólos e a tabela 1 os dados deste motor com os respectivos rendimentos. O
rendimento a plena carga (100% da potência nominal) é igual a 90,2%.

Onde:

1. Corrente nominal em ampères;


2. Corrente de partida;

3. Corrente com o rotor bloqueado;

4. Conjugado de partida;
5. Conjugado nominal;

6. Conjugado
15

7. Conjugado máximo;

8. Conjugado máximo;

9. !" Fator de serviço;


10. #$ Tempo de rotor bloqueado em segundos.

Tabela 1 – Dados MIT 25 CV.


Fonte: WEG motores elétricos
HP In Rendimento (%) Fator de Pot. INERCIA Tr (s) Massa
Carcaça Ip/In Cp/Cn Cm/Cn FS
(CV) A 50% 75% 100% 50% 75% 100% Kgm³ Kg
25 284JP 31,6 8,3 2,4 2,2 88,5 89,5 90,2 0,79 0,84 0,86 1.15 0,1435 8.00 124

Figura 4 – Curva de desempenho MIT 25 CV.


Fonte: WEG motores elétricos

A figura 5 mostra a curva de rendimento em função da potência fornecida de um motor de


100 , pólos e a tabela 2 os dados deste motor com os respectivos rendimentos. Para um
motor de 100 , pólos, fornecendo apenas 25 , ou seja, 25% da potência nominal, tem-
se um rendimento de 79,96%, conforme pode ser visto na curva de rendimento.

Tabela 2 – Dados MIT 100 CV.


Fonte: WEG motores elétricos
HP In Rendimento (%) Fator de Pot. INERCIA Tr (s) Massa
Carcaça Ip/In Cp/Cn Cm/Cn FS
(CV) A 50% 75% 100% 50% 75% 100% Kgm³ Kg
100 404/5JP 123 9 3 3 89,5 91,7 92,4 0,75 0,82 0,86 1.15 0,9798 7 442
16

Figura 5 - Curva de desempenho MIT 100 CV.


Fonte: WEG motores elétricos.

A partir da equação 1 e das curvas de desempenho dos motores elétricos, pode-se calcular a
potência útil ( %) destes motores.

100
& = ( 0,736 (1)

Onde:

1. & Potência consumida da rede em ;


2. ( Potência útil;
3. Rendimento para o ponto de carga referente à potência útil, dado em porcentagem.

Na equação 1 o valor de 0,736 é o fator para transformação da unidade de potência de para


.

Com o objetivo de deixar o motor de 100 trabalhando com somente 25 , conforme feito
pela análise gráfica da figura 5 o rendimento é η = 79,96%, substituindo os valores na
equação 1, ( = 25 e η = 79,96% tem-se de potência consumida da rede ( &) de 23,01
.

Se ao invés de deixar o motor de 100 trabalhando com 25 fosse feita a troca do motor
de 100 para um de 25 de forma a adaptar o motor a carga, ou seja, o motor de 25
17

agora estará trabalhando com um rendimento a plena carga (100% da potência nominal).
Conforme a tabela 1 o rendimento será igual a 90,2%. Substituído ( = 25 e = 90,2%
tem-se o valor de potência consumida da rede ( &) de 20,4 .

Através da equação 2 pode –se calcular a energia desperdiçada ( ) considerando o regime


contínuo de trabalho, ou seja, 24 horas por dia, 30 dias por mês e 12 meses por ano.

= ( ( 0((&1 − ( 34&1 ) . 24 . 30 . 12 (2)

Onde:

4. Energia desperdiçada;
5. ( 0((&1 Potência útil do motor de 100 ;
6. ( 34&1 Potência útil do motor de 25 .

Substituindo ( 0((&1 = 23,01 , ( 34&1 = 20,4 tem-se = 22 550,4 ℎ (ano).

Com a equação (3) o custo da energia ( ) desperdiçada por ano.

= . 89 9 ℎ (3)

Considerando o valor de 1 ℎ igual a :;$ 0,06 o custo da energia ( ) desperdiçada por ano,
é de = :;$ 1353.025.

Deve-se tomar cuidado quanto a análise do sobredimensionamento de motores elétricos. Não


basta medir a corrente consumida e substituir o motor por um de menor potência baseado na
proporção de corrente absorvida versus a nominal. Além da curva de corrente não ser
totalmente linear em função da potência fornecida, deve-se avaliar as condições de partida
do motor. Pode ser necessária para partida do motor, uma potência bem maior à necessária
em regime nominal, devido a outros fatores envolvidos na aceleração.

4.3 RENDIMENTO DO MOTOR ATRAVÉS DO ANALISADOR DINÂMICO

Eficiência é a relação entre a potência de saída mecânica do motor e a entrada de potência


elétrica. Conforme é expresso pela equação 3.
18

=>??> @A@
= 100 <1 − D (4)
B C$@A@

Onde:

7. Eficiência ou rendimento;
8. =>??> @A@ Potência dissipada;
9. B C$@A@ Potência de entrada.

A potência dissipada pode ser vista como a potência perdida principalmente por conta do calor
e que degrada a vida útil do motor.

O teste de eficiência mostra a eficiência operacional do motor. Baixo resultado no teste de


eficiência sugere que a troca do motor é a mais aconselhável. Um declínio na eficiência pode
indicar um aumento na temperatura de funcionamento do motor, causando uma degradação
mais rápida do motor.

É fornecido um banco de dados de fabricantes com mais de 20 000 projetos de diferentes


tipos de motores. Este banco de dados compara os motores existentes no banco com o motor
em análise. Estes motores são comparados com relação ao ponto de carga operacional atual,
e suas eficiências resultantes. Se a eficiência do motor sob teste é significativamente menor
do que a eficiência encontrada em um dos motores dos 20 000 do banco de dados, é emitido
um sinal de advertência. Se for emitido um sinal de advertência correspondente a eficiência,
o motor pode estar operando em baixa eficiência por função do seu mal dimensionamento do
projeto. Na tentativa de corrigir é possível então verificar se o nível de tensão é o que
corresponde ao dado de placa do motor testado e se o desequilíbrio de tensão e a distorção
de tensão estão dentro da faixa aceitável [14].

5. METODOLOGIA

Para o trabalho apresentado é utilizado um motor típico, ao qual é realizado um levantamento


do rendimento deste motor em relação a sua potência nominal. Para tal é plotado a curva
característica deste. Uma vez obtido a curva e realizado o cálculo de custo é feito uma
proposta de substituição deste motor por um outro motor, ambos adequados à carga
acionada.
19

5.1 DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO

Para coleta dos sinais de corrente e tensão foram utilizados alicates amperímetro e
conectores tipo jacaré, sendo que ambos os sensores estão disponíveis no equipamento
BAKER EXPLORE 3000, tecnologia disponível no Laboratório de Máquinas e
Transformadores (LAMET) da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) que pode
ser visualizado na figura 6.

Figura 6 – Equipamento BAKER EXPLORE 3000.


Fonte: BAKER 2013.
A bancada é constituída por um motor de indução trifásico (1): WEG 3 , 220 , 60 E, 4
polos e velocidade nominal de 1735 F, alimentado por um varivolt trifásico (não mostrado
na imagem). O motor (1) está acoplado ao motor de corrente continua (2) no qual está
trabalhando como gerador. Desta forma, o gerador CC alimenta um banco de resistores (3).
O motor (1) então enxerga o conjunto gerador CC e banco de resistores como uma carga. O
nível de carga varia conforme a corrente de campo aplicada ao gerador CC. A alimentação
do campo é feita através de um varivolt monofásico (4) ligado a um retificador (5). Entre o
motor e o gerador foi inserido o transdutor de torque (6) (Magtrol, modelo TM309/011) através
de um cabo o sinal é enviado até o torquimetro digital (não mostrado na figura), para medir o
nível de torque e garantir uma aquisição de dados padronizada.

Para aquisição dos dados são utilizados: alicates amperímetros (7) e conectores tipo jacaré
(9), para coleta de correntes e tensões respectivamente. O Baker Explore 3000 (8) é uma
tecnologia de análise dinâmica, para monitoramento de equipamentos em operação (on-line)
e monitoramento remoto do Centro de Controle do Motor (CCM), sendo uma unidade portátil
e robusta para ser usada em “chão de fábrica”.
20

Figura 7 – Bancada experimental.

Respeitando-se as condições mecânicas e elétricas de operação dos equipamentos e com as


ligações dos alicates amperímetro e conectores tipo jacaré às três fases, os sinais foram
processados e memorizados na própria unidade BAKER 3000 (8).
O esquema de ligação do equipamento BAKER EXPLORE 3000 é mostrado na Figura 8.

Figura 8 – Esquema de ligação BAKER EXPLORE 3000.


21

6. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Utilizou-se para a simulação, via Analisador Dinâmico BAKER 3000, um MIT cujo dados de
placa estão apresentados na tabela abaixo e a sua curva de desempenho é mostrada na
figura 9. Vale destacar que esse motor é um W22 Plus cuja categoria é N de marca WEG.

Tabela 3 – Dados do MIT 3 HP.


Fonte: WEG motores elétricos

Pot. In Rendimento (%) Fator de Pot. INERCIA Massa


Carcaça Ip/In Cp/CnCm/Cn FS Tr (s)
HP A 50% 75% 100% 50% 75% 100% Kgm³ Kg
3 90L 8,2 6,5 1,95 2,5 83,8 84,8 85,1 0,6 0,76 0,83 1,15 0,63 10 23

Com objetivo de comparação, na figura 9 mostra a curva de desempenho do MIT retirado do


site da WEG [15] e na figura 10 a curva obtida através do experimento. Observa -se que a
curva traçada pelo experimento ficou bem próxima da fornecido pelo fabricante, comprovando
uma boa precisão nas medições e nos cálculos executados.

Através da figura 10, curva de rendimento em função da potência fornecida dada através do
experimento, o rendimento a plena carga (100% da potência nominal) é igual a 82,36 %, em
comparação com a curva retirada do site WEG e pela tabela 3 esse valor de rendimento é
85,1% o que corresponde um erro relativo pequeno, em torno de 3,22 %.

Figura 9 – Curva de desempenho MIT 3 HP.


Fonte: WEG motores elétricos

Com o objetivo de deixar o motor de 3 trabalhando de forma sobredimensionado com 25%


da potência nominal, ou seja, com somente 0,75 , é possível através da análise gráfica da
figura 10 encontrar um rendimento de η = 82,30%. Substituindo os valores na equação 1,
22

fazendo a conversão de para , com ( = 0,76 e η = 82,3%, tem-se de potência


consumida da rede ( &) de 0,68 .

88
84
80
76
Rendimento (%)

72
68
64
60
56
52
48
44
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Potência fornecida em relação a nominal (%)

Figura 10 – Curva experimental MIT 3HP.

Com o objetivo de adaptar a planta é feito a troca do motor de 3 , que se encontra


sobredimensionado, para um motor de 0,75 de forma a adaptar o motor a carga, ou seja,
o motor de 0,75 agora estará trabalhando com um rendimento a plena carga (100% da
potência nominal). Os dados de placa fornecido pelo fabricante encontram-se na tabela 4 e
sua curva de desempenho na figura 11.

Tabela 4 – Dados MIT 0,75 HP.


Fonte: WEG motores elétricos

Pot. In Rendimento (%) Fator de Pot. INERCIA Massa


Carcaça Ip/In Cp/CnCm/Cn FS Tr (s)
HP A 50% 75% 100% 50% 75% 100% Kgm³ Kg
0,75 71 3,05 5,3 2,5 2,5 65 68 69 0,46 0,67 0,69 1,15 0,08 12 11,5

Conforme a tabela 4 o rendimento do motor de 0,75 HP a plena carga é igual a 69%.


Substituindo os valores na equação 1, fazendo a conversão de para , com ( = 0,76
e η = 69%, tem-se de potência consumida da rede ( &) de 0,81 .
23

Figura 11 – Curva de desempenho MIT 0,75 HP.


Fonte: WEG motores elétricos

A potência consumida da rede, pelo motor proposto de 0,75 , é maior que a potência
consumida do motor já existente, motor de 3 , o que demostra que a troca não traz nenhum
ganho energético e financeiro no custo da energia elétrica, pelo contrário, caso a troca seja
feita o consumo de energia será maior além de ter que investir na compra de um novo motor
o que produz um custo inicial no investimento desnecessário.

Em vários artigos e trabalhos publicados demonstram que motores do tipo padrão (Standard)
possuem um rendimento inferior quando comparado aos motores de alto rendimento e
motores de modelos mais novos que buscam atender os níveis de rendimento especificados
na norma ABNT NBR 17094 que atende a Portaria Nº 553 da Lei de Eficiência Energética Nº
10.295 que entrou em vigor em dezembro de 2009. Encontra -se no mercado motores que
além de atender as normas brasileiras buscam acata normas internacionais como, por
exemplo, a WEG em sua linha de motores Premium Plus que atende os níveis de rendimentos
IE4, estabelecidos na Europa, através da norma IEC 60034-30-1.

O motor de 3 em estudo atende todas as normas de Eficiência Energética, por se tratar


de um motor da linha W22 PLUS da WEG Motores o seu rendimento está de acordo a portaria
Nº 533 que estabelece para esse nível de potência um rendimento a plena carga de 85%.

Com essa nova política de Eficiência Energética, do ponto de vista da metodologia aplicada
no trabalho, os motores elétricos disponíveis no mercado brasileiro apresentam além de um
melhor rendimento, quando comparados aos seus antecessores, uma curva de desempenho
mais suave e linear na região entre 25% e 50% (região considerada de
24

sobredimensionamento) da carga nominal o que demostra que, mesmo que o motor não opere
em carga nominal seu rendimento não sofre alterações que tenham impactos relativamente
grande no custo da energia o que garante níveis de eficiência energética superiores e
menores custos de operação. Esse resultado pode ser observado nas tabelas 5 e 6.

As tabelas 5 e 6 demonstram que motores da WEG que atendem a Lei de Eficiência


Energética, linhas W22 PLUS e W22 PREMIUM, ao se trabalhar com um motor
sobredimensionado, na faixa de 25% da carga nominal, e com isso fazer uma readequação,
ou seja, um motor de 200 trabalhando a 50 (25% da carga nominal) seja feita a troca
desse motor de 200 , na tentativa de readequar a planta, por um de 50 de forma a
trabalhar no regime nominal não apresentam alterações consideráveis no custo da energia
desperdiçada devido ao sobredimensionamento.

As escolhas dos motores nas tabelas 5 e 6 foram feitas visando sempre encontrar no mercado
um motor que possa ser substituído quando esse motor estiver trabalhando com 25% da carga
nominal e por esse motivo nessas tabelas não encontram -se todos os motores disponíveis,
pois alguns deles não podem ser substituídos quando estiver trabalhando com 25% da carga
por não encontrar no mercado um motor que tenha igual valor de potência.

As equações utilizadas foram as disponíveis na seção 4.2 que se trata de


sobredimensionamento. Para a potência consumida, energia desperdiçada e custo da energia
desperdiçada são utilizadas as equações 1, 2 e 3 respectivamente, respeitando as devidas
transformações de unidades.

O custo da energia desperdiçada é levado em consideração a tarifa convencional da Cemig


para clientes de média/ alta tensão do grupo A3A na faixa de 30 a 44 , bandeira verde,
sem levar em consideração os impostos. O valor do ℎ é de 0,27859 $/ ℎ [16].

A tabela 5 demonstra que motores dessa linha não apresentam ganhos significativos no custo
anual de energia quando se faz a troca do motor sobredimensionado por um motor que
trabalhe no regime nominal de operação, além disso alguns motores apresentam valores de
energia desperdiçada negativas o que implica em custos negativos, ou seja, esses motores
trabalhando sobredimensionados consomem menos energia da rede que o motor trabalhando
no regime nominal. Vale salientar que o estudo foi feito considerando uma única unidade, ou
seja, um único motor, se for considerado uma planta industrial no qual apresenta uma grande
quantidade de motores elétricos e se os mesmos estiverem operando de forma
25

sobredimensionado a soma dos pequenos custos de cada motor no montante final terá um
aumento significante no custo anual da energia.

Tabela 5 – Custo anual de energia desperdiçada por sobredimensionamento na faixa de


25% da carga nominal. Linha WEG – W22 PLUS.
LINHA WEG - W22 PLUS IV POLOS
MOTORES (HP) RENDIMENTOS (%) POTÊNCIAS CONSUMIDAS - Pc (kW) ENERGIA
CUSTO (R$)
Potência Útil (Po) 25% de Po Plena Carga 25% CargaSobredimensionado 100% Nominal DESPERDIÇADA (kWh)
200 50 95,5 93 40,11872688 39,86155556 2221,960258 619,01591
100 25 94,6 90,9 20,52278108 20,10259483 3630,409205 1011,3957
60 15 94,1 89 12,57654472 12,20624297 3199,407145 891,32284
50 12,5 93,6 89 10,48045393 10,25011429 1990,134549 554,43158
40 10 93,4 88 8,47964 8,200091429 2415,299657 672,87833
30 7,5 93 88 6,35973 6,646748694 -2479,841513 -690,859
20 5 92,4 86 4,338420465 4,23982 851,9080186 237,33305
6 1,5 88,5 82 1,36501522 1,371706471 -57,8124093 -16,10596
4 1 86,5 77 0,969101714 0,926966857 364,0451657 101,41934
3 0,75 85,1 75 0,74620832 0,811096 -560,6295552 -156,1858
2 0,5 84,2 72 0,518200222 0,556871881 -334,1231284 -93,08336
1 0,25 80,5 64,5 0,289228031 0,300890452 -100,763314 -28,07165

A tabela 6 apresenta as mesmas características da tabela 5 demostrando que trocar motores


sobredimensionados por outro motor dessa mesma linha não trazem ganhos significativos de
economia de energia elétrica.

Tabela 6 – Custo anual de energia desperdiçada por sobredimensionamento na faixa de


25% da carga nominal. Linha WEG – W22 PREMIUM.
LINHA WEG - W22 PREMIUM IV POLOS
MOTORES (HP) RENDIMENTOS (%) POTÊNCIAS CONSUMIDAS - Pc (kW) ENERGIA
CUSTO (R$)
Potência Útil (Po)25% de Po Plena Carga 25% Carga Sobredimensionado 100% Nominal DESPERDIÇADA (kWh)
200 50 96,2 93,5 39,90418824 39,44018605 4008,978911 1116,8614
100 25 95,5 90,9 20,52278108 19,88828145 5482,076788 1527,2518
60 15 95,1 90 12,43680533 12,11377143 2791,012937 777,54829
50 12,5 94,6 90,8 10,27269163 10,09480952 1536,901397 428,16536
40 10 94,4 91 8,200091429 8,11096 770,0955429 214,54092
30 7,5 94 88,9 6,295345782 6,470014335 -1509,136302 -420,43028
20 5 93,4 86,7 4,303392849 4,168761564 1163,214299 324,05987
6 1,5 89,5 83,5 1,340493988 1,348569253 -69,7702895 -19,437305
4 1 88 80 0,9327604 0,901217778 272,528256 75,923647
3 0,75 87,5 78,7 0,711126099 0,70842562 23,33213733 6,5001001
2 0,5 86,5 75,5 0,494177695 0,477115294 147,4191468 41,0695
1 0,25 82,8 71 0,262749408 0,266502971 -32,43078413 -9,0348922

7. CONCLUSÃO

Diante dos dados apresentados e dos estudos feitos de alguns motores, os motores que
atendem a norma ABNT NBR 17094 da Portaria Nº 553 da Lei de Eficiência Energética Nº
10.295 por possuírem uma curva de desempenho suave e aproximadamente linear na faixa
de 25% a 50% da potência fornecida em relação a nominal a troca de motores
26

sobredimensionados por um motor que trabalhe na condição nominal trazem ganhos muito
pequeno do ponto de vista da economia de energia, isso acontece porque esse motores
trazerem em sua construção melhorias quando comparados com os motores padrão, essas
melhorias são: maior quantidade de cobre, o que reduz as perdas Joule (perdas no estator);
Chapa magnética com baixas perdas, reduzindo a corrente magnetizante e,
consequentemente, as perdas no ferro; Enrolamento dupla camada, provendo melhor
dissipação de calor; Rotores tratados termicamente, reduzindo as perdas suplementares;
Menor região de entreferro, reduzindo as perdas suplementares. Vale destaca que o estudo
considera um número de poucos motores, pois caso o universo de motores seja maior, ou
seja, se for levado em consideração uma planta industrial, por exemplo, a soma dos pequenos
custos de energia elétrica de cada motor no montante final terá um aumento significante no
custo anual da energia.

O experimento com o motor de 3 demostrou que não compensa fazer a substituição desse
motor caso ele venha trabalhar com uma potência abaixo dos 50% da potência fornecida em
relação a nominal, vale destacar que a proposta de substituição foi feita propondo substituir o
mesmo por um motor da mesma linha.

As análises feita nas tabelas 5 e 6 mostram que, dentro da gama de motores escolhidos, todos
os motores que possuem o seu correspondente quando trabalhando em 25% da nominal, o
custo de energia elétrica anual, caso seja feita a substituição, é muito pequeno ou até mesmo
negativo mostrando que não é compensativo a troca desses motores. Vale destacar ainda
que se o universo de motores for aumentado e se for analisado no longo prazo então, esses
pequenos custos anuais, de cada motor, são acumulados no final do período avaliado e no
montante final terá um valor bastante considerável. Tomando como base um dos motores, o
de 100 , quando o mesmo está trabalhando com 25% do seu valor nominal (25 ) e então
é proposto a sua substituição por um outro motor, no caso um de 25 , o valor da energia
desperdiçada, para a linha WEG – W22 PLUS, é 3630,401 ℎ e o custo anual da energia
desperdiçada é $ 1011,40, o que confirma um custo muito pequeno5.

5 Custo esse que aumenta se for levado em consideração um número maior de motores.
27

REFERÊNCIAS

[1] S. J. Chapman, Fundamentos de Máquinas Elétricas, 5ª ed., New York: Bookman, 2013.
[2] R. A. Castro, “Análise de viabilidade de troca de motores elétricos superdimensionados
e a influência da energia reativa,” Disertação de Mestrado, UNICAMP - SP, p. 120, Junho
2008.
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Rezende, “Estudo da Eficiência Energética e Dimensionamento de Motores de Indução
Trifásicos a Partir da Plotagem de suas Curvas Características,” Conferência de Estudos
em Engenharia Elétrica , p. 06, 2008.
[4] EPE - Empresa de Pesquisa Energética, “Aspectos Fundamentais de Planejamento
Energético,” EPE – Empresa de Pesquisa Energética, Rio de Janeiro, 2005.
[5] EPE - Empresa de Pesquisa Energética, “Balanço Energético Nacional Ano Base 2015,”
EPE - Empresa de Pesquisa Energética, Rio de Janeiro, 2016.
[6] EPE - Empresa de Pesquisa Energética, “Plano Nacional de Energia,” EPE - Empresa
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[7] A. G. P. Garcia, “Impacto da Lei de Eficiência Energética para Motores Elétricos no
Potencial de Conservação de Energia na Indústria,” Tese de Doutorado, UFRJ - RJ,
Dezembro 2003.
[8] EPE - Empresa de Pesquisa Energética.
[9] Brasil, “Decreto 4.059 de 19.dez.01. Regulamenta a Lei no 10.295, de 17 de outubro de
2001, que dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia,
e dá outras providências,” D.O.U, p. 1, 20 Dezembro 2001.
[10] Brasil, “Decreto 4.508 de 11.dez.02. Dispõe sobre a regulamentação específica que
define os níveis mínimos de eficiência energética de motores elétricos trifásicos de
indução rotor gaiola de esquilo, de fabricação nacional ou importados, para
comercialização.,” D.O.U, p. 8, 12 Dezembro 2002.
[11] S. M. Nadel, M. N. Reid e D. R. Wolcott, “Regulatory Incentives for Demand-Side
Management,” American Council for an Energy-Efficient Economy, 2001.
[12] R. d. P. Tabosa e G. A. Soares, “Ações tecnológicas de conservação de energia em
motores e acionamentos,” Revista Eletricidade Moderna, p. 36, 1996.
[13] A. T. R. Barbosa e G. A. Matos, “Para uma melhor eficiência energética na indústria de
embalagem: uma proposta de substituição de motor elétrico de indução,” VI Simpósio
Brasileiro de Sistemas Elétricos, 2016.
28

[14] Baker Instrument Company, “User’s Manual,” Baker Instrument Company.


[15] WEG Motores Elétricos, “WEG Motores Elétricos,” 2008. [Online]. Available:
http://catalogo.weg.com.br/tec_cat/tech_motor_curva_web.asp. [Acesso em 10 Outubro
2017].
[16] Cemig - Companhia de Energia de Minas Gerais, “Cemig Atendimento,” [Online].
Available: https://www.cemig.com.br/pt-
br/atendimento/Paginas/valores_de_tarifa_e_servicos.aspx. [Acesso em 26 Outubro
2017].
[17] WEG motores elétricos, “Eficiência Energética,” WEG motores elétricos, [Online].
Available: http://www.weg.net/institutional/BR/pt/solutions/energy-efficiency/see-
simulator. [Acesso em 27 Março 2017].

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