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Instalações

Hidráulico-Sanitárias

Evaldo Miranda Coiado

2a. Edição
Campinas, 2007
Revisada em 2013
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA – BAE –
UNICAMP

Coiado, Evaldo Miranda


C664i Instalações hidráulico – sanitárias. 2.ed./
Evaldo Miranda Coiado. Campinas, SP:
Evisada em 2014-01-13
426 p. Il.
1. Instalações hidráulicas e sanitárias. 2.
Água – Tubulações. 3. Águas residuárias. 4.
Águas pluvias. 5. Incêndi. I. Título.

ISBN
978-85-906854-0-1

Cópias desta publicação podem ser solicitadas pelo


e-mail: emcoiado@yahoo.com.br
Instalações Hidráulico-Sanitárias

Dedicatória

À minha mãe Angelina e à minha sogra Orieta, duas mulheres que admiro por fazerem de
todos os seus dias o dia dos filhos.
À Jane, minha esposa, pelo amor, apoio, paciência e dedicação.
Aos meus filhos, Olívia e Lorenzo, minhas paixões e razão de tudo.
Instalações Hidráulico-Sanitárias

Agradecimentos

À Professora Marina S. Oliveira Ilha por ter me dado a oportunidade de ingressar no


ensino e pesquisa do tema Instalações Prediais Hidráulicas e Sanitárias.

À todos os autores que compõem as referências bibliográficas.

Ao Fábio Albino de Souza pela Arte Gráfica da Capa.


Instalações Hidráulico-Sanitárias [i]

APRESENTAÇÃO

Para o desenvolvimento dos projetos de instalações hidráulicas e sanitárias de


edifícios, além dos conhecimentos pré adquiridos de fenômenos de transporte, de hidráulica,
de hidrologia, de desenho, de sistemas estruturais, de arquitetura, e etc, é fundamental que
engenheiros, técnicos, e estudantes conheçam detalhadamente as exigências das várias
normas pertinentes.
O projetista dos sistemas hidráulicas prediais encontrará neste texto os fundamentos
básicos de hidráulica geral aplicada, e de hidrologia, necessários ao desenvolvimento dos
projetos. Esses fundamentos estão associados aos conhecimentos práticos adquiridos pelo
autor e ao uso comentado das normas em vigor da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT e do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.
No capítulo 1 são apresentadas: generalidades e comentários acerca da qualidade
das instalações hidráulicas, concepção dos projetos, e técnicas construtivas.
Nos capítulos 2, 3, e 4 são apresentadas de forma didática, as informações
necessárias para o desenvolvimento de projetos dos sistemas prediais de esgoto sanitário,
de água fria, e de água quente, respectivamente.
Nos capítulos 5 e 6, são apresentadas as informações necessárias para o
desenvolvimento de projetos dos sistemas prediais de águas pluviais e de gás combustível,
respectivamente.
No capítulo 7 apresentam-se as informações necessárias para o desenvolvimento de
projetos dos sistemas prediais de combate a incêndio: hidrantes/mangotinhos e extintores.
Para o combate a incêndio com hidrantes e mangotinhos são apresentadas concomitantes
as normas da ABNT e as instruções técnicas do Corpo de Bombeiro do Estado de São
Paulo, e também o Decreto Nº 56.819, de 10 de março de 2011.
A partir do capítulo 2, o usuário encontrará ao longo do texto, problemas práticos
ilustrativos com soluções detalhadas. E ao final de cada capítulo, a partir do capítulo 3, listas
de problemas práticos propostos.

Prof. Dr. Evaldo Miranda Coiado


Autor
[ii] Instalações Hidráulico-Sanitárias

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1
1.1 – Generalidades...................................................................................................... 1
1.2 – A qualidade das instalações hidráulicas............................................................. 1
1.3 – Projeto Hidráulico................................................................................................. 2
1.4 – Referências bibliográficas.................................................................................... 7

CAPÍTULO 2
SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO (SPES)............................................. 8
2.1 – Introdução............................................................................................................ 8
2.2 – Terminologia adotada na NBR-8160/99............................................................... 8
2.3 – Classificação dos Sistemas Prediais de Esgotos Sanitários............................... 17
2.4 – Projeto do Sistema Predial de Esgoto Sanitário.................................................. 20
2.5 – Recomendações gerais....................................................................................... 22
2.6 – Dimensionamento................................................................................................ 27
2.7 – Referências bibliográficas.................................................................................... 56
ANEXO A: Símbolos..................................................................................................... 57
ANEXO B: Convenções gráficas................................................................................... 58
ANEXO C: Aparelhos sanitários – medidas.................................................................. 59

CAPÍTULO 3
SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA FRIA (SPAF).............................................................. 63
3.1 – Introdução........................................................................................................... 63
3.2 – Terminologia adotada na NBR 5626/1998.......................................................... 63
3.3 – Fontes de abastecimento.................................................................................... 69
3.4 – Sistemas de abastecimento e distribuição.......................................................... 69
3.5 – Componentes e características do SPAF........................................................... 74
3.6 – Dimensionamento das tubulações da rede predial de distribuição..................... 93
3.7 – Dimensionamento do sistema de recalque......................................................... 119
3.8 – Cavitação em bombas........................................................................................ 125
3.9 – Projeto do Sistema Predial de Água Fria (SPAF)............................................... 134
3.10 – Problemas práticos propostos............................................................................ 150
3.11 – Referências bibliográficas.................................................................................. 151
ANEXO Alturas dos pontos de utilização dos aparelhos e peças em relação ao piso
acabado e detalhes.......................................................................................... 152

CAPÍTULO 4
SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA QUENTE (SPAQ)...................................................... 163
4.1 – Introdução............................................................................................................ 163
4.2 – Terminologia adotada na NBR 7198/1993........................................................... 163
4.3 – Fundamentos sobre aquecimento de água.......................................................... 166
Instalações Hidráulico-Sanitárias [iii]

4.4 – Modalidades dos sistemas prediais de água quente........................................... 166


4.5 – Consumo de água quente.................................................................................... 177
4.6 – Determinação do volume a ser reservado........................................................... 178
4.7 – Aquecimento elétrico............................................................................................ 179
4.8 – Tipos de aquecedores elétricos e dimensionamento........................................... 181
4.9 – Poder calorífico de gás e óleo combustíveis........................................................ 185
4.10 – Aquecedor a gás individual ou local................................................................... 185
4.11 – Produção de água quente nas instalações centrais.......................................... 192
4.12 – Capacidade do storage e da potência calorífica da caldeira............................. 196
4.13 – Aquecimento da água com energia solar........................................................... 199
4.14 – Dimensionamento da tubulação de água quente sem circulação...................... 202
4.15 – Dimensionamento das tubulações de água quente com circulação................. 220
4.16 – Isolamento das tubulações................................................................................ 230
4.17 – Dilatação dos encanamentos............................................................................. 230
4.18 – Problemas práticos propostos............................................................................ 232
4.19 – Referências bibliográficas.................................................................................. 232
4.20 – ANEXO – Esquemas de montagem de aquecedores de acumulação.............. 234

CAPÍTULO 5
SISTEMA PREDIAL DE ÁGUAS PLUVIAIS (SPAP)............................................... 237
5.1 – Introdução............................................................................................................ 237
5.2 – Terminologia adotada na NBR 10844/89............................................................. 237
5.3 – Exigências da NBR 10844/89.............................................................................. 240
5.4 – Classificação dos sistemas prediais de águas pluviais........................................ 240
5.5 – Parâmetros hidrológicos...................................................................................... 240
5.6 – Vazão de projeto.................................................................................................. 244
5.7 – Coberturas horizontais de laje............................................................................. 246
5.8 – Calhas.................................................................................................................. 248
5.9 – Condutores horizontais........................................................................................ 253
5.10 – Condutores verticais.......................................................................................... 256
5.11 – Problemas práticos propostos............................................................................ 266
5.12 – Referências bibliográficas.................................................................................. 266

CAPÍTULO 6
SISTEMA PREDIAL DE GÁS COMBUSTÍVEL (SPGC).............................................. 267
6.1 – Introdução............................................................................................................ 267
6.2 – Definições mais importantes utilizadas pelas NBR 13932/97 e NBR
13933/97....................................................................................................................... 267
6.3 – Requisitos gerais (p/ GLP e GN).......................................................................... 271
6.4 – Sistema Predial de Gás Combustível – GLP....................................................... 277
6.5 – Sistema Predial de Gás Combustível – GN......................................................... 298
6.6 – Materiais empregados nos Sistemas Prediais de Gás Combustível................... 309
6.7 – Aparelhos de utilização e sua adequação aos ambientes................................... 312
6.8 – Chaminés............................................................................................................. 313
[iv] Instalações Hidráulico-Sanitárias

6.9 – Problemas práticos propostos.............................................................................. 322


6.10 – Referências bibliográficas.................................................................................. 324
6.11 - Símbolos............................................................................................................. 325

CAPÍTULO 7
SISTEMAS PREDIAIS DE COMBATE A INCÊNDIO:
HIDRANTES/MANGOTINHOS E EXTINTORES.......................................................... 326
7.1 – Introdução............................................................................................................ 326
7.2 – Principais substâncias utilizadas no combate a incêndio.................................... 326
7.3 – Classificação das edificações e áreas de risco.................................................... 328
7.4 – Sistema de proteção por extintores de incêndio.................................................. 329
7.5 – Sistemas de hidrantes e de mangotinhos segundo NBR – 13714/2000 da
ABNT e IT22-CB-SP........................................................................................ 332
7.6 – Dimensionamento segundo a NBR 13714/2000 e a IT.22-CB/SP....................... 348
7.7 – Reserva de incêndio ........................................................................................... 351
7.8 – Reservatórios....................................................................................................... 352
7.9 – Bombas de incêndio segundo a NBR 13 714 e IT.22-CB/SP................... 357
7.10 – Bombas de incêndio acopladas a motores elétricos segundo a NBR 13
714 e IT.22-CB/SP........................................................................... 360
7.11 - Bombas acopladas a motores de combustão interna segundo a NBR
13714 e IT.22-CB/SP.......................................................................... 363
7.12 - Casos de isenção de sistemas de hidrantes e de mangotinhos segundo
a IT.22-CB/SP.................................................................................... 365
7.13 – Dimensionamento de Sistemas de Hidrantes e ou Mangotinhos por
gravidade utilizando a IT.22-CB/SP................................................................. 366
7.14 – Dimensionamento de Sistemas de Hidrantes e ou Mangotinhos utilizando
bomba de incêndio........................................................................................... 369
7.15 – Problemas práticos propostos............................................................................ 382
7.16 – Referências bibliográficas.................................................................................. 383
ANEXO A
DECRETO Nº 56.819, DE 10 DE MARÇO DE 2011 ESTADO DE SÃO PAULO.
PARCIAL....................................................................................................................... 385
ANEXO B
CARGAS DE INCÊNDIO ESPECÍFICAS POR OCUPAÇÃO....................................... 407
Instalações Hidráulico-Sanitárias [1]
Introdução

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 – Generalidades

Segundo CREA e IBAPE (1999) “O homem criou os edifícios, até certo ponto, à sua
imagem e semelhança”.
- Assim como o ser humano tem esqueleto, os edifícios têm estruturas.
- Assim como o ser humano tem musculatura, os edifícios têm alvenaria.
- Assim como o ser humano tem pele, os edifícios têm revestimentos.
- Assim como o ser humano tem sistema circulatório, os edifícios têm instalações
hidráulicas e elétricas”.

As Instalações Hidráulicas de um edifício são constituídas pelos seguintes sistemas


prediais :

- Sistema Predial de Esgoto Sanitário (SPES);


- Sistema Predial de Água Fria (SPAF);
- Sistema Predial de Água Quente (SPAQ);
- Sistema Predial de Águas Pluviais (SPAP);
- Sistema Predial de Gás Combustível (SPGC);
- Sistema Predial de Combate a Incêndio (SPCI);

Normalização Técnica – ABNT:


– NBR 5626/98 – Instalações Prediais de Água Fria
– NBR 7198/93 – Instalações Prediais de Água Quente
– NBR 8160/99 – Instalações Prediais de Esgotos Sanitários
– NBR 10844/89 – Instalações Prediais de Águas Pluviais
– NBR 13932/97 – Instalações Prediais para a Distribuição do Gás Liquefeito de
Petróleo – GLP.
– NBR 13933/97 – Instalações Prediais para a Distribuição do Gás Natural – (GN)
– NBR 1412298 – Instalações hidráulicas, contra incêndio, sob comando, por
hidrantes e mangotinhos – Procedimento.

1.2 – A qualidade das instalações hidráulicas prediais

Segundo CREA e IBAPE (1999) para a garantia de sua perfeita utilização e manutenção
recomenda-se manter em arquivo; e com conhecimento dos responsáveis pela edificação,
todos os documentos e desenhos integrantes do projeto completo de hidráulica.
Ainda segundo CREA e IBAPE, em conseqüência de vazamentos e/ou infiltrações,
podem ocorrer as seguintes situações indesejáveis:
Por: Evaldo Miranda Coiado
[2] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Introdução

- deterioração dos componentes da construção;


- oxidação de ferragens no concreto armado;
- trincas, fissuras e ou rachaduras na alvenaria;
- deterioração da instalação elétrica;
- aumento de pesos na estrutura e recalques;
- ruptura de porções de terreno provocando deslizamento e afundamentos;
- danos a elementos externos à edificação (automóveis, armários, etc.).
As patologias verificadas nos Sistemas Hidráulicas Prediais (SHP) podem ser
decorrentes de falhas originadas em qualquer etapa ao longo do processo de geração,
uso/operação e manutenção dos SHP ou, o que é mais freqüente, podem ocorrer de forma
cumulativa, Santos et al. (2003).

Outros
Pátio
9%
17%
Estrutura
9%

Aquecimento,
Luz
Pintura, 18%
Aberturas
25%

Instalaçôes
Hidráulicas
22%

Figura 1.1 – Atividades de manutenção (Fonte: Lichtenstein, 1985).

1.3 – Projeto hidráulico

O projeto hidráulico de um edifício deve ser elaborado por profissionais capacitados.


Segundo Santos et al. (2003) a seleção dos projetistas deve ser feita a partir da análise,
entre outros, dos seguintes aspectos:
- Capacitação técnica (curricula vitae da equipe de projeto);
- Organograma do setor de projeto da empresa;
- Metodologia de cálculo a ser utilizada;
- Normalização a ser seguida;
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [3]
Introdução

- Experiência anterior (projetos de obras similares realizados anteriormente);


- Assistência técnica.

1.3.1 – Concepção do projeto

A concepção do projeto compreende a proposição da solução a ser adotada, a qual é


função não somente das solicitações sobre o sistema, mas também das exigências da
normalização técnica, das concessionárias e órgãos públicos locais, resultando na definição
do traçado dos sistemas, Santos et al. (2003).

1.3. 2 – Planejamento da distribuição das tubulações dos SHP

O planejamento da distribuição das tubulações dos SHP (Sistemas Hidráulicos Prediais)


consiste na definição da localização dos reservatórios de alimentação e dos espaços para o
encaminhamento das tubulações (verticais e horizontais).

1.3.2.1 – Técnica construtiva 1 (tradicional)

Trechos verticais. Embutimento das tubulações na alvenaria, por meio de rasgos


executados na alvenaria provocando as seguintes conseqüências negativas:
- queda na produtividade;
- geração de entulhos;
- dificuldades na fase de manutenção (devido a não acessibilidade às tubulações);
- desempenho acústico será insatisfatório.
Trechos horizontais. Para os trechos horizontais existem as seguintes formas de
encaminhamento das tubulações:
- Lajes rebaixadas (em desuso devido as dificuldades de execução);
- Embutimento na alvenaria;
- Forro falso do pavimento inferior (mais utilizado atualmente por permitir
acessibilidade à tubulação).

Na Figura 1.2 apresenta um esquema de encaminhamento das tubulações dos SPES e


SPAF, com alguns trechos embutidas na alvenaria e outros passando por forro falso.

1.3.2.2 – Técnica construtiva 2 (mista)

Trechos verticais. Passagem pelos vazios dos blocos.


Trechos horizontais. Passagem por blocos canaletas e/ou pelo forro falso.
Esta forma de encaminhamento reduz, mas não elimina rasgos na parede no caso
de necessidade de manutenção, uma vez que somente as tubulações que passam pelo forro
falso estão mais acessíveis.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[4] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Introdução

1.3.2.3 – Técnica construtiva 3 (“shafts”)

Trechos verticais. Encaminhamento das tubulações através de “shafts”. A adoção


de “shafts” é bastante interessante em edifícios de alvenaria estrutural, uma vez que nesse
método construtivo as paredes possuem função portante, não podendo ser procedida a
embutimento das tubulações da forma tradicional, Santos et al.,2003.
Trechos horizontais: Encaminhamento dos trechos horizontais pode ser feito da
mesma maneiro que as indicadas nas Figuras 1.2, e 1.3.
A Figura 1.5 mostra encaminhamentos das tubulações dos SPES, os trechos
verticais (colunas) passando por “shafts” e os trechos horizontais passando por forro falso.
Nos edifícios de alvenaria estrutural, podem ser utilizados também os blocos hidráulicos
que compõem as paredes hidráulicas, as quais não possui função portante, Figura 1.6.

0,50
MAX. 2,20
MIN. 2,00
1,30
1,10

Figura 1.2 – Encaminhamento das tubulações dos SPES e SPAF – Trechos verticais
embutidos na alvenaria e trechos horizontais passando por forro falso.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [5]
Introdução

Figura 1.3 – Encaminhamento das tubulações – trechos verticais pelos vazios dos blocos e
trechos horizontais por forro falso

1.3.2.4 – Técnica construtiva 4

Encaminhamento dos ramais e subramais sobre a alvenaria, no interior de um


enchimento. Na Figura 1.7 são apresentados encaminhamentos das tubulações pelo
enchimento da alvenaria.

Figura 1.4 – Bloco canaleta.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[6] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Introdução

1.3.2.5 – Técnica construtiva 5

Esta solução permite o acesso praticamente a todos os trechos dos SHP. Consiste
na adoção conjunta de “shafts” para o encaminhamento das colunas e sobreposição à
alvenaria dos ramais e sub-ramais, sem enchimento.
Vantagens:
• Não há necessidade de efetuar cortes na alvenaria;

• A execução é facilitada;

• Aumento da produtividade e da qualidade dos SHP;

• As atividades de manutenção são extremamente facilitadas.

TQ CV
"SHAFTS"

Figura 1.5 – Encaminhamento das tubulações – trechos verticais (colunas) passando por
“shafts” e trechos horizontais por forro falso.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [7]
Introdução

50

190
25 110 25 110 25

47,5
50
5

145
29

47,5
14
5

295

Figura 1.6 – Bloco hidráulico.

Figura 1.7 – Encaminhamento das tubulações pelo enchimento da alvenaria.

1.4 – Referências bibliográficas

CREA - IBAPE. Manual do Proprietário: A Saúde dos Edifícios. Rip Editores, 1999.
LICHTENSTEIN, N. B.. Patologia das Construções. 1985. Dissertação de Mestrado
(Mestrado em Engenharia Civil) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
/USP, São Paulo.
SANTOS, D. C. dos; ILHA, M. S. O.; e NUNES, S. S. Qualidade dos Sistemas Hidráulicos
Prediais: EC. 712 – Instalações Prediais, Hidráulicas e Sanitárias. Faculdade de
Engenharia Civil. UNICAMP, 2003.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[8] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

CAPÍTULO 2
SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO (SPES)

2.1 – Introdução

Definição: O Sistema Predial de Esgoto Sanitário (SPES) é o conjunto de


tubulações e acessórios (aparelhos sanitários, e acessórios) destinado a coletar e
transportar o esgoto sanitário, garantir o encaminhamento dos gases para a atmosfera e
evitar o encaminhamento dos mesmos para os ambientes sanitários. O SPES deve atender
a NBR 8160 (ABNT, 1999).

2.2 – Terminologia adotada na NBR-8160/99

Apresenta-se, a seguir, a terminologia adotada na NBR 8160/99 acrescida de


ilustrações para melhor entendimento.

2.2.1 – Altura do fecho hídrico


Profundidade da camada líquida, medida entre o nível de saída e o ponto mais baixo
da parede ou colo inferior do desconector, que separa os compartimentos ou ramos de
entrada e saída desse dispositivo. (Figura 2.1).

Figura 2.1a – Indicação da altura do fecho Figura 2.1b – Indicação da altura do fecho
hídrico em um sifão. hídrico em uma bacia sanitária.

2.2.2 – Aparelho sanitário


Aparelho ligado à instalação predial e destinado ao uso da água para fins higiênicos
ou a receber dejetos e águas servidas.

2.2.3 – Bacia sanitária


Aparelho sanitário destinado a receber exclusivamente dejetos humanos.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [9]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
2.2.4 – Barrilete de ventilação
Tubulação horizontal com saída para a atmosfera em um ponto, destinada a receber
dois ou mais tubos de ventilação.

2.2.5 – Caixa coletora


É a caixa onde se reúnem despejos cujo esgotamento exige elevação mecânica
(bombeamento).

2.2.6 – Caixa de gordura


É a caixa destinada a reter, na sua parte superior, as gorduras, graxas e óleos
contidos no esgoto, formando camadas que devem ser removidas periodicamente, evitando
que esses resíduos escoem livremente pela rede, obstruindo a mesma. (Figura 2.2).

- Cálculo do volume de
retenção na caixa de
gordura individual (CGI):

- π.152.26 = 18,4 Litros

- Caixa de gordura
individual (CGI) também
chamada caixa de
gordura pequena (CGP)
de concreto. Usada para
uma cozinha.
- Fecho hídrico 20 cm.

Figura 2.2 – Caixa de gordura pequena (CGP).


(Fonte: Highlight/CaddProj, 2006)

2.2.7 – Caixa de inspeção/passagem


É a caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção, mudanças
de declividade e/ou direção das tubulações. (Figura 2.3).

2.2.8 – Caixa de passagem/inspeção


Destina-se a permitir a junção de tubulações do subsistema de esgoto sanitário.
(Figura 2.4).

2.2.9 – Caixa sifonada


É a caixa provida de desconector, destinada a receber efluentes da instalação
secundária de esgoto.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[10] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
2.2.10 – Coletor predial
Trecho de tubulação compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de
esgoto ou de descarga, ou caixa de inspeção geral e o coletor público ou sistema particular.
(Figura 2.5).

Figura 2.3 – Caixa de inspeção.


(Fonte: Catálogo Tigre)

Figura 2.4 – Caixa de passagem.


(Fonte: Highlight/CaddProj, 2006)

2.2.11 – Coletor público


Tubulação da rede coletora que recebe contribuição de esgotos dos coletores
prediais em qualquer ponto ao longo do seu comprimento. (Figura 2.5)

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [11]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
2.2.12 – Coluna de ventilação
É a canalização vertical destinada à ventilação dos desconectores situados em
pavimentos superpostos. Desenvolve-se através de um ou mais andares, e sua extremidade
superior é aberta à atmosfera, ou ligada ao tubo ventilador primário ou ao barrilete de
ventilação. (Figura 2.6).

Figura 2.5 – Ramal de esgoto, sub coletor e coletores predial e público.

2.2.13 – Curva de raio longo


Conexão em forma de curva cujo raio médio de curvatura é maior ou igual a duas
vezes o diâmetro interno da peça.

2.2.14 – Desconector
É o dispositivo provido de fecho hídrico, destinado a vedar a passagem de gases no
sentido oposto ao deslocamento do esgoto. Exemplos: sifões sanitários, ralos sifonados e
caixas sifonadas. (Figura 2.1).

2.2.15 – Diâmetro nominal (DN)


Simples número que serve como designação para projeto e para classificar, em
dimensões, os elementos das tubulações, e que corresponde, aproximadamente, ao
diâmetro interno da tubulação em milímetros.

2.2.16 – Dispositivos de inspeção


Peça ou recipiente para inspeção, limpeza e desobstrução das tubulações. Exemplo:
bujão ou cap. (Figura 2.7).

2.2.17 – Dispositivos de tratamento de esgoto


Unidades destinadas a reter corpos sólidos e outros poluentes contidos no esgoto
sanitário com o encaminhamento do líquido depurado a um destino final, de modo a não
prejudicar o meio ambiente.
Por: Evaldo Miranda Coiado
[12] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
2.2.18 – Esgoto industrial
Despejo líquido resultante dos processos industriais.

Figura 2.6 – Coluna de ventilação e tubo de queda.

Figura 2.7 – Bujão ou cap.

2.2.19 – Esgoto sanitário


Despejo proveniente do uso da água para fins higiênicos.

2.2.20 – Facilidade de manutenção


Viabilidade prática de manutenção do sistema predial.

2.2.21 – Fator de falha


Probabilidade de que o número esperado de aparelhos sanitários, em uso
simultâneo, seja ultrapassado.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [13]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
2.2.22 – Fecho hídrico
É a camada líquida de nível constante, que em um desconector veda a passagem de
gases.(Figura 2.1).

2.2.23 – Instalação primária de esgoto


É o conjunto de tubulações e dispositivos onde têm acesso gases provenientes do
coletor público ou dos dispositivos de tratamento. (Figura 2.8).

2.2.24. – Instalação secundária de esgoto


É o conjunto de tubulações e dispositivos onde não têm acesso gases provenientes
do coletor público ou dos dispositivos de tratamento. (Figura 2.8).

2.2.25 – Ralo seco


Recipiente sem proteção hídrica, dotada de grelha na parte superior, destinado a
receber águas de lavagem de piso ou de chuveiro. (Figura 2.9).

Figura 2.8 – Instalação primária e secundária de esgoto.

2.2.26 – Ralo sifonado


Recipiente dotado de desconector, com grelha na parte superior, destinada a
receber água de lavagem de piso ou de chuveiro e efluentes da instalação de esgoto
sanitário de um mesmo pavimento. Faz parte da instalação de esgoto primário. (Figura 2.10).

Por: Evaldo Miranda Coiado


[14] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.9 – Ralo seco.

Figura 2.10 – Ralo sifonado.

2.2.27 – Ramal de descarga


É a tubulação que recebe diretamente efluentes de um aparelho sanitário. Sendo,
portanto, uma canalização secundária de esgoto, com exceção do ramal de descarga das
bacias sanitárias, que pode ser considerada tubulação primária de esgotos. (Figura 2.11).

2.2.28 – Ramal de esgoto


É a tubulação primária que recebe efluentes de ramais de descarga diretamente, ou
a partir de um desconector. (Figura 2.11).

2.2.29 – Ramal de ventilação


É o tubo ventilador interligando o desconector, ou ramal de descarga, ou de esgoto
de um ou mais aparelhos sanitários a uma coluna de ventilação ou a um ventilador primário.
(Figura 2.11).

2.2.30 – Rede pública de esgoto sanitário


É o conjunto de tubulações pertencentes ao sistema urbano de esgoto sanitário,
diretamente controlado pela autoridade pública.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [15]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.11 – Ramais de descarga, de esgoto, e de ventilação.

2.2.31 – Sifão
É o desconector destinado a receber efluentes do sistema predial de esgoto
sanitário. (Figura 2.1.)

2.2.32 – Subsistema de coleta e transporte


É o conjunto de aparelhos sanitários, tubulações e acessórios destinados a captar o
esgoto sanitário e conduzi-lo a um destino adequado (rede pública de esgoto sanitário, fossa
séptica).

2.2.33 – Subsistema de ventilação


É o conjunto de tubulações ou dispositivos destinados a encaminhar os gases para a
atmosfera e evitar que os mesmos se encaminhem para os ambientes sanitários. Pode ser
dividido em ventilação primária e secundária.

2.2.34 – Subcoletor
É a tubulação que recebe efluente de um ou mais tubos de queda ou ramais de
esgotos. (Figuras 2.5 e 2.11).
Por: Evaldo Miranda Coiado
[16] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
2.2.35 – Tubo de queda
É a tubulação vertical que recebe efluentes de subcoletores, ramais de esgoto e
ramais de descarga. (Figuras 2.11).

2.2.36 – Tubo ventilador


É a tubulação destinada a possibilitar o escoamento de ar da atmosfera para o
sistema de esgoto e vice-versa ou à circulação de ar no interior do mesmo, com a finalidade
de proteger o fecho hídrico dos desconectores e encaminhar os gases para a atmosfera.
(Figura 2.11).

2.2.37 – Tubo ventilador de alívio


É o tubo ventilador ligando o tubo de queda ou ramal de esgoto ou de descarga à
coluna de ventilação.

2.2.38 – Tubo ventilador de circuito.


É o tubo ventilador secundário ligado a um ramal de esgoto e servido a um grupo de
aparelhos sem ventilação individual. (Figura 2.12).

2.2.39 – Tubulação de ventilação primária


É o prolongamento do tubo de queda acima do ramal mais alto a ele ligado e com a
extremidade superior aberta à atmosfera situada acima da cobertura do prédio. (Figura
2.11).

2.2.40 – Tubulação de ventilação secundária


É o conjunto de tubos e conexões com a finalidade de promover a ventilação
secundária do sistema predial de esgoto sanitário. (Figura 2.11).

2.2.41 – Unidade de Hunter de Contribuição (UHC)


É um fator numérico que representa a contribuição considerada em função da
utilização habitual de cada tipo de aparelho sanitário.

2.2.42 – Ventilação primária


É a ventilação proporcionada pelo ar que escoa pelo núcleo do tubo de queda, o
qual é prolongada até a atmosfera, constituindo a tubulação de ventilação primária. (ver item
2.2.39).

2.2.43 – Ventilação secundária


É a ventilação proporcionada pelo ar que escoa pelo interior de colunas, ramais ou
barriletes de ventilação, constituindo a tubulação de ventilação secundária. (ver item 2.2.40)

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [17]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.12 – Tubo ventilador de circuito.

2.3 – Classificação dos Sistemas Prediais de Esgotos Sanitários

O critério de classificação do SPES é baseado no tipo de ventilação adotado. Assim,


têm-se as seguintes tipologias mais comuns:

2.3.1 – SPES com ventilação primária, e secundária constituída de coluna e ramais de


ventilação

O subsistema de ventilação desta tipologia divide-se em primário e secundário. A


ventilação primária é basicamente a extensão do tubo de queda além do ramal conectado
mais elevado; esta extensão é denominada tubo ventilador primário e sua extremidade fica
em contacto com a atmosfera. Já a ventilação secundária é composta de colunas e ramais
de ventilação. (Figura 2.13)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[18] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
2.3.2 – SPES com ventilação primária, e secundária constituída somente da coluna
ventilação

Esta tipologia, conforme Figura 2.14, diferencia-se da tipologia anterior apenas pelo
fato de não apresentar ramais de ventilação, isto é, a ventilação secundária consta somente
de uma coluna conectada ao tubo de queda.

2.3.3 – SPES apenas com ventilação primária

Nesta tipologia, há apenas previsão da ventilação primária, através do


prolongamento do tubo de queda, Figura 2.15.

Figura 2.13 – SPES com ventilação através do tubo primário, coluna e ramais de
ventilação.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [19]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.14 – SPES com ventilação através do tubo ventilador primário e coluna de
ventilação.

Figura 2.15 - SPES apenas com ventilação primária.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[20] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
2.4 – Projeto do Sistema Predial de Esgoto Sanitário

As etapas do projeto do SPES são as seguintes:

• Planejamento;
• Dimensionamento;
• Desenhos e memorial descritivo.

2.4.1 – Planejamento

Nesta etapa o projetista deve definir juntamente com os outros projetistas envolvidos
(arquitetos, engenheiros de estruturas, engenheiros elétricos, e etc) as técnicas construtivas
a serem adotadas. Devem ser observadas todas as recomendações das normas, bem como
os componentes e características do SPES. Por exemplo, tipo de material a ser adotado
existente no mercado, PVC, ou outro. É considerada a etapa mais importante.

2.4.2 – Dimensionamento

Concebido o SPES, na etapa de planejamento, procede-se o dimensionamento,


onde as dimensões obtidas deverão atender às solicitações previstas em conformidade com
a NBR-8160/99.

2.4.3 – Desenhos e documentação básica

2.4.3.1 – Desenhos

Concluído o dimensionamento do sistema, elabora-se o projeto, o qual constam de


simbologia utilizada, representações gráficas e um conjunto de documentos. A
representação gráfica (desenhos) deve conter, basicamente, o seguinte:

• Planta 1:200 – situação

• Planta 1:50 – uma para cada pavimento diferenciado (planta baixa da


cobertura, do pavimento tipo, do térreo, e do subsolo) apresentando:
- Localização dos tubos de queda, ramais, e desvios;
- Localização das colunas de ventilação;
- Localização de dispositivos diversos;
- Declividades e seus sentidos;
- Diâmetros;
- Conexões.

• Planta 1:50 – térreo apresentando:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [21]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
- Localização dos tubos de queda, ramais, e desvios;
- Localização das colunas de ventilação;
- Localização dos sub-coletores, do coletor predial e ponto de ligação à
disposição final;
- Localização, dimensões e cotas do fundo das caixas de inspeção;
- Localização de ralos e canaletas;
- Declividades e seus sentidos;
- Indicação do ponto de ligação final;
- RN e cotas do terreno e dos pisos internos;
- Diâmetros;
- Conexões.

• Esquema vertical (fluxograma) sem escala, no qual serão apresentados os


principais componentes dos sistemas de encaminhamento e ventilação;
- Diâmetros;
- Conexões.

• Detalhes 1:20
- Plantas dos ambientes sanitários apresentando o traçado e diâmetros das
tubulações.
Em todas as plantas devem constar:
- Identificação da obra;
- Nome do responsável técnico e seu número no CREA;
- Lista de material;
- Tipo de material;
- Numeração das colunas, caixas, etc;
- Simbologia.

Nos anexos são apresentadas a simbologia e algumas representações gráficas


usualmente empregadas no projeto dos SPES.

2.4.3.2 – Documentação básica

A documentação básica é a seguinte:

Memorial descritivo.
“A Instalação de Esgotos Sanitários segue rigorosamente os princípios preconizados
na NBR-8160/99, disposições legais do Estado (Código Sanitário Estadual) e do Município
(Prescrição Municipal), bem como as prescrições dos fabricantes dos diversos materiais e
equipamentos. A IES compõem-se do conjunto de canalizações, aparelhos sanitários e
demais acessórios”.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[22] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Memorial de cálculo.
“A Instalação de Esgotos Sanitários foi dimensionada com base nas Unidades
Hunter de Contribuição (UHC), de acordo com as tabelas apresentadas na NBR 8160/99 –
Instalações Prediais de Esgotos Sanitários. Foram observados as recomendações dos
diversos fabricantes das tubulações, aparelhos e dispositivos a serem instalados”.

Especificações técnicas.
As especificações, devidamente subdivididas pelos tipos de projeto e relacionadas
por itens, devem apresentar todas as características dos serviços, materiais e equipamentos.
Em relação aos materiais, devem ser citadas as normas a eles pertinentes, seu padrão de
qualidade e eventuais testes para recebimento e aceitação. Com relação aos equipamentos,
a marca, características técnicas e critérios de recebimento.

Relação de Materiais e Equipamentos


Apresentar planilhas de orçamento, compostas por planilhas de quantitativos (lista
de material).

2.5 – Recomendações gerais

As recomendações, apresentadas a seguir, seguem a NBR-8160/99 e são de caráter


geral. Casos específicos devem ser consultados na referida norma.

A) Todos os aparelhos sanitários devem ser protegidos por desconectores, os quais


podem atender apenas um aparelho ou a um conjunto de aparelhos de um
mesmo ambiente.
B) As caixas sifonadas podem ser utilizadas para a coleta dos despejos de
conjuntos de aparelhos sanitários (lavatórios, bidês, chuveiros) de um mesmo
ambiente, além de águas provenientes de lavagem de pisos; neste caso as
caixas sifonadas devem ser providas de grelhas. Quanto às bacias sanitárias, as
mesmas já são providas internamente de um desconector, devendo, assim,
serem ligadas diretamente ao tubo de queda. (Figura 2.16).
C) Os tubos de queda devem, sempre que possível, ser instalados em um único
alinhamento. Quando necessário, os desvios devem ser feitos com peças com
ângulo central igual ou inferior a 900, de preferência com curvas de raio longo ou
duas curvas de 450.
D) Para edifícios de dois ou mais andares, quando os tubos de queda recebem
efluentes contendo detergentes geradores de espuma, pelo menos uma das
seguintes soluções, a fim de evitar o retorno de espuma para os ambientes
sanitários, deve ser adotada:
• Não conectar as tubulações de esgoto e de ventilação nas regiões de
ocorrências de sobrepressão;

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [23]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
• Atenuar a sobrepressão através de desvios do tubo de queda para a
horizontal, utilizando uma curva de 900 de raio longo ou duas curvas de
450;
• Instalação de dispositivos que evitem o retorno de espuma.

Figura 2.16 – Bacia sanitária ligada diretamente ao tubo de queda.

São consideradas regiões de sobrepressão. (Figura 2.18):


• O trecho, de comprimento igual a L=40.φ, (φ= diâmetro do trecho
considerado), imediatamente a montante de desvio para horizontal. O trecho
de comprimento igual a L=10.φ, imediatamente a jusante do mesmo desvio.
O trecho horizontal de comprimento igual a L=40.φ, imediatamente a
montante do próximo desvio e o próximo trecho vertical a jusante de L=10.φ;
• O trecho de comprimento igual a L=40.φ, imediatamente a montante da base
do tubo de queda e o trecho do coletor ou subcoletor imediatamente a
jusante da mesma base de L=10.φ;
• Os trechos a montante e a jusante do primeiro desvio na horizontal do
coletor ou subcoletor, com comprimentos iguais a L=40.φ e a L=10.φ,
respectivamente;
• O trecho da coluna de ventilação, para o caso de sistemas com ventilação
secundária, com comprimento igual a L=40.φ, a partir da ligação da base da
coluna com o tubo de queda ou ramal de esgoto.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[24] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.17 – Dispositivos de inspeção nos ramais de descarga das pias de cozinha e
máquinas de lavar louças.

E) Para pias de cozinha e máquinas de lavar louças, devem ser previstos tubos de
queda especiais com ventilação primária. Estes tubos devem descarregar em
uma caixa de gordura coletiva.
F) Recomenda-se o uso de caixas de gordura para efluentes que contenham
resíduos gordurosos.
G) As pias de cozinha e/ou máquinas de lavar louças instaladas superpostas em
vários pavimentos devem descarregar em tubos de quedas exclusivos, os quais
conduzem os esgotos para caixas de gordura coletivas; sendo vetado o uso de
caixas de gordura individuais nos andares.
H) O interior das tubulações deve ser sempre acessível através de dispositivos de
inspeção.
I) Desvios em tubulações enterradas devem ser feitos empregando-se caixas de
inspeção.
J) A extremidade aberta de um tubo ventilador primário ou de uma coluna de
ventilação deve:
• Prolongar-se verticalmente pelo menos 0,30 m acima da cobertura; todavia,
quando esta atender outros fins além de simples cobertura, a elevação
vertical deve ser, no mínimo, de 2,00 m, Figura 2.19; não sendo conveniente
o referido prolongamento, pode ser usado um barrilete de ventilação;
• Conter um terminal tipo chaminé, tê ou outro dispositivo que impeça a
entrada das águas pluviais diretamente ao tubo de ventilação.
K) O projeto do subsistema de ventilação dever ser feito de modo a impedir o
acesso de esgoto sanitário na interior do mesmo.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [25]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
L) O tubo ventilador primário e a coluna de ventilação devem ser verticais e,
sempre que possível, instalados em uma única prumada.

Figura 2.18 – Regiões de sobrepressão.


(Fonte: ABNT- NBR 8160:1999)

Figura 2.19 – Prolongamento do tubo de queda e/ou coluna de ventilação.


(Fonte: ABNT- NBR 8160:1999)

M) Todo o desconector deve ser ventilado. A distância máxima de um desconector


até o ponto onde o tubo ventilador que o serve está conectado consta no Quadro
2.1.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[26] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Quadro 2.1 – Distância máxima de um desconector ao tubo ventilador
Fonte: NBR 8160 – ABNT/99
Distância máxima
DN do ramal de descarga
(m)
40 1,00
50 1,20
75 1,80
100 2,40
DN = diâmetro nominal

N) Toda coluna de ventilação deve ter:


• Diâmetro uniforme;
• A extremidade inferior ligada a um subcoletor ou a um tubo de queda,
em ponto situado abaixo da ligação do primeiro ramal de esgoto ou de
descarga, ou neste ramal de esgoto ou de descarga;
• A extremidade superior situada acima da cobertura do edifício, ou ligada
a um tubo ventilador primário a uma distância mínima de 15 cm acima
do nível de transbordamento da água do mais elevado aparelho sanitário
por ele servido, e que tenham seus desconectores ligados à tubulação
de esgoto primário (bacias sanitárias, pias de cozinha, tanques de lavar
roupa, etc), excluindo-se aparelhos sanitários que despejem em ralos
sifonados de piso.
O) Quando não for conveniente o prolongamento de cada tubo ventilador até acima
da cobertura, pode ser usado um barrilete de ventilação.
P) As ligações da coluna de ventilação aos demais componentes do sistema de
ventilação do sistema de esgotos sanitários devem ser feitas com conexões
apropriadas:
• Quando feita em uma tubulação vertical, a ligação deve ser executada
por meio de junção a 450;
• Quando feita em uma tubulação horizontal, deve ser executada acima
do eixo da tubulação, elevando-se o tubo ventilador de uma distância de
até 15 cm, ou mais, acima do nível de transbordamento da água do mais
alto dos aparelhos sanitários por ele ventilados, antes de ligar-se a outro
tubo ventilador, respeitando-se o que se segue:
- A ligação ao tubo horizontal deve ser feita por meio de tê 900 ou junção
450, com a derivação instalada em ângulo, de preferência, entre 450 e 900
em relação ao tubo de esgoto. (Figura 2.20);
- Quando não houver espaço vertical para a solução apresentada no item
acima, podem ser adotados ângulos menores, com o tubo ventilador
ligado somente por junção de 450 ao respectivo ramal de esgoto e com
seu trecho inicial instalado em aclive mínimo de 2%;

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [27]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
- A distância entre o ponto de inserção do ramal de ventilação ao tubo de
esgoto e o cotovelo de mudança do trecho horizontal para a vertical deve
ser a mais curta possível.
Q) Quando não for possível ventilar o ramal de descarga da bacia sanitária ligada
diretamente ao tubo de queda, o tubo de queda pode ser ventilado
imediatamente abaixo da ligação do ramal da bacia sanitária. (Figura 2.21).
R) É dispensada a ventilação do ramal de descarga de uma bacia sanitária ligada
através de ramal exclusivo a um tubo de queda a uma distância máxima de 2,40
m, desde que esse tubo de queda receba, do mesmo pavimento, imediatamente
abaixo, outros ramais de esgoto ou de descarga devidamente ventilados. (Figura
2.22).
S) Bacias sanitárias instaladas em bateria devem ser ventiladas por um tubo
ventilador de circuito ligando a coluna de ventilação ao ramal de esgoto na
região entre a última e a penúltima bacia sanitária, Figura 2.12. Deve ser
previsto um tubo ventilador suplementar a cada grupo de, no máximo, oito
bacias sanitárias, contadas a partir da mais próxima ao tubo de queda.

2.6 – Dimensionamento

O SPES funciona por gravidade, isto é, existe pressão atmosférica ao longo de todas
as tubulações, característica esta mantida pelo sistema de ventilação.
As tubulações do SPES podem ser dimensionadas pelo Método das Unidades
Hunter de Contribuição (UHC) ou pelo Método Hidráulico devendo, em qualquer um dos
casos, ser respeitados os diâmetros mínimos dos ramais de descarga apresentados no
Quadro 2.2.
Neste texto será apresentado somente o Método das Unidades de Contribuição
(UHC) por ser o mais utilizado. O Método Hidráulico pode ser consultado em ABNT/NBR
8160:1999.

2.6.1 – Método das Unidades de Hunter de Contribuição (UHC)

Este método baseia-se na atribuição de UHC para cada aparelho sanitário


integrantes do SPES a ser dimensionado. Essas unidades constam na NBR 8160/99, e
encontram-se reproduzidos no Quadro 2.2. Definidas as UHC dos aparelhos sanitários
integrantes do sistema, inicia-se o dimensionamento dos demais componentes, conforme
será apresentado a seguir.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[28] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.20 – Ligação de ramal de ventilação.


(Fonte: ABNT- NBR 8160:1999)

Figura 2.21 – Ligação de ramal de ventilação. Impossibilidade de ventilação do ramal de


descarga da bacia sanitária.
(Fonte: ABNT- NBR 8160:1999)

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [29]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.22 – Dispensa de ventilação de ramal de descarga de bacia sanitária


(Fonte: ABNT- NBR 8160:1999)

2.6.1.1 – Subsistema de coleta e transporte de esgoto sanitário

A) - Tubulações

A1) Ramais de descarga:

Para os ramais de descarga devem ser adotados, no mínimo, os diâmetros


apresentados no Quadro 2.2. Para aparelhos não relacionados neste Quadro,
devem ser estimadas as UHC correspondentes e o dimensionamento deve ser feito
utilizando o Quadro 2.3.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[30] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Quadro 2.2 – Unidades Hunter de Contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal
mínimo dos ramais de descarga.
Fonte: ABNT/99 - NBR 8160
DN mínimo do
Aparelhos sanitários UHC
ramal de descarga
Bacia sanitária 6 100(1)
Banheira de residência 2 40
Bebedouro 0,5 40
Bidê 1 40
De residência 2 40
Chuveiro
Coletivo 4 40
De residência 1 40
Lavatório
De uso geral 2 40
Válvula de descarga 6 75
Caixa de descarga 5 50
Mictório Descarga automática 2 40
De calha 2(2) 50
Pia de cozinha 3 50
Pia de cozinha Preparação 3 50
industrial Lavagem de panelas 4 50
Tanque de lavar roupas 3 40
Máquina de lavar louças 2 50(3)
Máquina de lavar roupas 3 503
(1) O diâmetro nominal DN mínimo para o ramal de descarga de bacia sanitária pode ser
reduzido para DN 75, caso justificado pelo cálculo de dimensionamento efetuado pelo
método hidráulico apresentado no anexo B (da NBR 8160) e somente depois da
revisão da NBR 6452:1985 (aparelhos sanitários de material cerâmico), pela qual os
fabricantes devem confeccionar variantes das bacias sanitárias com saída própria
para ponto de esgoto de DN75, sem necessidade de peça especial de adaptação.
(2) Por metro de calha – considerar como ramal de esgoto (Ver Quadro 2.4).
(3) Devem ser consideradas as recomendações dos fabricantes.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [31]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Quadro 2.3 – Unidades de Hunter de Contribuição (UHC) para aparelhos não relacionados
no Quadro 2.2.
Fonte: ABNT/99 - NBR 8160
Diâmetro nominal mínimo do ramal Número de Unidades de Hunter de
descarga (DN) Contribuição (UHC)
40 2
50 3
75 5
100 6

A2) Ramais de esgoto:

Para os ramais de esgoto deve ser utilizado o Quadro 2.4.

Quadro 2.4 – Dimensionamento dos ramais de esgoto.


Fonte: ABNT/99 - NBR 8160
Diâmetro nominal mínimo do tubo Número máximo de Unidades de Hunter
(DN) de Contribuição (UHC)
40 3
50 6
75 20
100 160

A3) Tubos de queda:

Os tubos de queda podem ser dimensionados pela somatória das UHC


conforme Quadro 2.5

Quadro 2.5 – Dimensionamento de tubos de queda


Fonte: ABNT/99 - NBR 8160
Número máximo de Unidades de Hunter de Contribuição
Diâmetro
(UHC)
nominal do tubo
Prédios com mais de 3
(DN) Prédios de até 3 pavimentos
pavimentos
40 4 8
50 10 24
75 30 70
100 240 500
150 960 1900
200 2200 3600
250 3800 5600
300 6000 8400
Por: Evaldo Miranda Coiado
[32] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Quando os tubos de queda apresentarem desvios da vertical, eles devem
ser dimensionados da seguinte maneira:
i) Quando o desvio formar ângulo igual ou inferior a 450 com a vertical, o
tubo de queda deve ser dimensionado utilizando o Quadro 2.5;
ii) Quando o desvio formar ângulo superior a 450 com a vertical, deve ser
dimensionado da seguinte maneira:
- A parte do tubo de queda acima do desvio como um tubo de queda
independente, com base no número de Unidade Hunter de Contribuição dos
aparelhos acima do desvio, de acordo com o Quadro 2.5; e a parte horizontal
do desvio de acordo com o Quadro 2.6, uma vez que, neste caso, o trecho é
tratado como subcoletor;
- A parte do tubo de queda abaixo do desvio com base no número de
Unidade Hunter de Contribuição de todos os aparelhos que descarregam
neste tubo de queda, de acordo com o Quadro 2.5, não podendo o diâmetro
adotado ser menor do que o da parte horizontal. A Figura 2.23 ilustra os
desvios citados e opções de ventilação.

A4) Coletor predial e subcoletores:

O coletor predial e os subcoletores são dimensionados pelas somatórias das UHC


conforme Quadro 2.6. O coletor predial deve ter, no mínimo, um DN igual a 100.
No dimensionamento do coletor predial e dos subcoletores em prédios residenciais
deve ser considerado apenas o aparelho de maior descarga de cada banheiro para a
somatória do número de Unidades Hunter de Contribuição UHC. Nos demais casos, devem
ser considerados todos os aparelhos contribuintes para o cálculo do número de UHC.

B) - Desconectores

Os desconectores devem atender aos seguintes requisitos:

B1) Ter fecho hídrico com altura mínima de 5 cm;


B2) Apresentar orifício de saída com diâmetro igual ou superior ao do ramal de
descarga a ele conectado.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [33]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.23 – Desvios do tubo de queda.


(Fonte: ABNT- NBR 8160:1999)

Quadro 2.6 – Dimensionamento de subcoletores e de coletor predial.


Fonte: ABNT/99 - NBR 8160
Diâmetro Número máximo de unidades de Hunter de Contribuição em
nominal do tubo função das declividades mínimas (%)
(DN) 0,5% 1,0% 2,0% 4%
100 - 180 216 250
150 - 700 840 1 000
200 1 400 1600 1 920 2 300
250 2 500 2 900 3 500 4 200
300 3 900 4 600 5 600 6 700
400 7 000 8 300 10 000 12 000

Por: Evaldo Miranda Coiado


[34] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
As caixas sifonadas devem ser dimensionadas utilizando o Quadro 2.7

Quadro 2.7 – Dimensionamento das caixas sifonadas.


ABNT/99 - NBR 8160
Valor máximo de UHC a
Diâmetro nominal (DN)
montante da caixa
(mm)
sifonada
100 06
125 10
150 15

No caso das caixas sifonadas especiais, o fecho hídrico deve ter altura mínima de 20
cm; as mesmas devem ser fechadas hermeticamente com tampa facilmente removível e o
orifício de saída deve ter o diâmetro nominal, de no mínimo DN75.

C) - Dispositivos complementares

C1) Caixas de gordura

As caixas de gordura são dimensionadas em função do número de cozinhas por elas


atendidas utilizando um dos seguintes procedimentos:
i) Para a coleta de apenas uma pia de cozinha pode ser usada a caixa de
gordura pequena (CGP), Quadro 2.8;
ii) Para a coleta de uma ou mais cozinhas deve ser usada, pelo menos, a
caixa de gordura simples (CGS), Quadro 2.8;
iii) Para a coleta de duas a doze cozinhas deve ser usada, pelo menos, a
caixa de gordura dupla (CGD), Quadro 2.8;
iv) Para a coleta de mais de doze cozinhas, ou ainda, para cozinhas de
restaurantes, escolas, hospitais, quartéis, e etc., devem ser previstas
caixas de gorduras especiais (CGE), prismáticas de bases retangulares,
com as seguintes características:
1) Distância mínima entre o septo e a saída: 20 cm;
2) Volume da câmara de retenção de gordura obtida pela seguinte
equação:

V = 2.N + 20 (2.1)

Na qual:
N = número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem para a
caixa de gordura no turno em que existe mais afluxo;
V = volume em litros.

3) Altura molhada: 60 cm;


Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [35]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
4) Parte submersa do septo: 40 cm;
5) Diâmetro nominal mínimo da tubulação de saída: DN 100.

Quadro 2.8 – Tipologia das caixas de gordura em função das dimensões


características para as CGP, CGS, e CGD.
Fonte: ABNT/99 - NBR 8160
Tipologia
Caixa de
Caixa de Gordu- Caixa de Gordu-
Características Gordu-
ra Pequena ra Simpres
Ra Dupla
(CGP) (CGS)
(CGD)
Diâmetro interno
30 40 60
(cm)
Parte submersa do
20 20 35
septo (cm)
Capacidade de
retenção
18 31 120
(litros)
Diâmetro nominal da
tubulação de saída 75
75 100
(mm)

C2) Caixas de passagem

As caixas de passagem devem ter as seguintes características:


i) Quando cilíndricas, ter diâmetro mínimo igual a 15 cm e, quando prismáticas
de base poligonal, permitir na base a inscrição de um círculo de diâmetro
mínimo igual a 15 cm;
ii) Ser providas de tampa cega, quando previstas em instalações de esgoto
primário;
iii) Ter altura mínima igual a 10 cm,
iv) Ter tubulação de saída dimensionada pelo Quadro 2.4 de dimensionamento
de ramais de esgoto, sendo o diâmetro nominal mínimo igual a DN 50.

D) Dispositivos de inspeção

O interior das tubulações, embutidas ou não, deve ser acessível por intermédio de
dispositivo de inspeção. Para garantir a acessibilidade aos elementos do sistema, devem ser
respeitadas, no mínimo as seguintes condições:
i) A distância entre dois dispositivos de inspeção não deve ser superior a 25m,
Figura 2.24;
ii) A distância entre a ligação do coletor predial com o público e o dispositivo de
inspeção mais próximo não deve ser superior a 15m, Figura 2.24;
Por: Evaldo Miranda Coiado
[36] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
iii) Os comprimentos dos trechos dos ramais de descarga e de esgoto de bacias
sanitárias, caixas de gordura e caixas sifonadas, medidos entre os mesmos e os
dispositivos de inspeção, não devem ser superiores a 10,0m.
Os desvios, as mudanças de declividade e a junção de tubulações enterradas
devem ser feitos mediante o emprego de caixas de inspeção ou poços de visita.
Em prédios com mais de dois pavimentos, as caixas de inspeção não devem ser
instaladas a menos de 2m de distância dos tubos de queda que contribuem para elas, Figura
2.24.

D1) Caixas de inspeção

A caixa de inspeção é um dispositivo destinado a permitir a inspeção, limpeza,


desobstrução das canalizações, a junção de coletores e a mudança de declividade. As
caixas de inspeção devem ter:
i) Profundidade máxima de 100 cm;
ii) Forma prismática, de base quadrada ou retangular, de lado interno mínimo
de 60 cm, ou cilíndrica com diâmetro mínimo igual a 60 cm;
iii) Tampa facilmente removível, permitindo perfeita vedação;
iv) Fundo construído de modo a assegurar rápido escoamento e evitar
formação de depósitos.

Figura 2.24 – Distâncias entre os dispositivos de inspeção.

D2) Poço de visita

Os poços de devem ter:


i) Profundidade maior que 100 cm;

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [37]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
ii) Forma prismática, de base quadrada ou retangular, de lado interno
mínimo de 110 cm, ou cilíndrica com diâmetro mínimo igual a 110
cm;
iii) Degraus que permitam o acesso ao seu interior;
iv) Tampa removível e que garanta perfeita vedação;
v) Fundo constituído de modo a assegurar rápido escoamento e evitar
a sedimentação de partículas sólidas;
vi) Duas partes, quando a profundidade total for igual ou inferior a 180
cm, sendo a parte inferior formada pela câmara de trabalho (balão)
de altura mínima de 150 cm, e a parte superior formada pela câmara
de acesso, ou chaminé de acesso, com diâmetro interno mínimo de
60 cm.

2.6.2 – Inclinação das tubulações “horizontais”

2.6.2.1 – Ramais de descarga e de esgoto

Todos os trechos “horizontais” previstos no sistema de coleta e transporte de esgoto


sanitário devem possibilitar o escoamento dos efluentes por gravidade, devendo, para isso,
apresentar uma declividade constante. Recomendam-se as seguintes declividades mínimas:
A1) 2% para tubulações com diâmetro nominal (DN) igual ou inferior a 75;
A2) 1% para tubulações com diâmetro nominal (DN) igual ou superior a 100.

2.6.2.2 – Subcoletores e coletor predial

Todos os trechos “horizontais” previstos no sistema de coleta e transporte de esgoto


sanitário devem possibilitar o escoamento dos efluentes por gravidade, devendo, para isso,
apresentar uma declividade constante. Recomendam-se as seguintes declividades mínimas:
A1) 2% para tubulações com diâmetro nominal (DN) igual ou inferior a 75;
A2) 1% para tubulações com diâmetro nominal (DN) igual ou superior a 100.

A declividade máxima a ser considerada é de 5%

2.6.3 – Instalação de recalque

2.6.3.1 – Introdução

O dimensionamento da instalação de recalque das águas residuárias (esgoto) deve


levar em conta os seguintes dados:
A) A capacidade da bomba, que deve atender à vazão máxima provável de
contribuição dos aparelhos e dos dispositivos instalados que possam estar em
funcionamento simultâneo;
B) O tempo de detenção do esgoto na caixa;
Por: Evaldo Miranda Coiado
[38] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
C) O intervalo de tempo entre duas partidas consecutivas do motor.

2.6.3.2 – Dimensionamento da caixa coletora

A caixa coletora, Figura 2.25, deve ter a sua capacidade calculada de modo a evitar
a freqüência exagerada de partida e parada das bombas por um volume insuficiente, bem
como a ocorrência de estados sépticos por um volume exagerado.
No caso da caixa coletora receber os efluentes de bacias sanitárias, deve ser
considerado o atendimento aos seguintes aspectos:
A) A caixa coletora deve possuir uma profundidade mínima igual a 90 cm, a contar
da geratriz inferior da tubulação afluente mais baixa; o fundo deve ser
suficientemente inclinado, para impedir a deposição de materiais sólidos quando
a caixa for esvaziada completamente;
B) A caixa coletora deve ser ventilada por um tubo ventilador, preferencialmente
independente de qualquer outra ventilação utilizada no edifício;
C) Deve ser instalado pelo menos dois grupos moto-bombas para funcionamento
alternado. Estas bombas devem permitir a passagem de esferas com diâmetro
de 6 cm, e o diâmetro nominal mínimo da tubulação de recalque deve ser DN
75.

No caso da caixa coletora não receber os efluentes de bacias sanitárias, devem ser
considerados os seguintes aspectos:
A) A profundidade mínima deve ser igual a 60 cm;
B) As bombas devem permitir a passagem de esfera de 1,8 cm e o diâmetro
nominal mínimo da tubulação de recalque deve ser DN 40.

As tubulações de sucção devem ser previstas de modo a se ter uma para cada
bomba e possuir diâmetro nominal uniforme e nunca inferior ao das tubulações de recalque.

As tubulações de recalque devem atingir um nível superior ao do logradouro, de


maneira que impossibilite o refluxo do esgoto, devendo ser providas de dispositivos para
este fim.

O volume útil da caixa coletora pode ser determinado através da seguinte


equação:

Q.t (2.2)
Vu =
4
Na qual:
Vu = volume compreendido entre o nível máximo e o nível mínimo de operação da
caixa (faixa de operação da bomba), em metros cúbicos;

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [39]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Q = vazão da bomba em (m3/min.), sendo, no mínimo, igual a duas vezes a vazão
afluente de esgoto à caixa coletora.
t = intervalo de tempo em minutos, maior ou igual a 10 minutos, entre duas partidas
consecutivas do motor.

O volume total da caixa coletora é igual a soma do volume útil da caixa coletora e
os volumes ocupados pelas bombas (se forem do tipo submersível), tubulações e acessórios
da instalação que se encontrem no interior da caixa coletora.

O tempo de detenção do esgoto na caixa coletora pode ser determinado utilizando a


seguinte equação:

Vt (2.3)
d=
q

Na qual:
d = tempo de detenção do esgoto na caixa coletora, em minutos. Não deve ser
maior que 30 minutos;
Vt = volume total da caixa coletora, em m3;
q = vazão média de esgoto afluente, em m3/min.

2.6.4 – Dimensionamento do subsistema de ventilação

No caso das tubulações do subsistema de coleta e transporte de esgoto sanitário


terem sido dimensionadas pelo método do número de Unidades de Hunter de Contribuição
(UHC), as tubulações do subsistema de ventilação devem ser dimensionadas a partir da
seguinte metodologia:

2.6.4.1 – Ramal de ventilação

O diâmetro nominal do ramal de ventilação não deve ser inferior aos limites que
constam no Quadro 2.9.

2.6.4.2 – Coluna de ventilação

O diâmetro nominal da coluna de ventilação é determinado utilizando o Quadro 2.10


em função: do DN do tubo de queda ou do ramal de esgoto, da quantidade de UHC, e do
comprimento vertical da coluna de ventilação. Este comprimento é medido desde a
extremidade superior da coluna de ventilação, que se encontra em contacto com a atmosfera
até a sua base, no encontro com o tubo de queda (ventilador primário).

Por: Evaldo Miranda Coiado


[40] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.25 – Caixa coletora e sistema de recalque.


[Fonte: Highlight Caddproj Hidráulica, 2006]

Quadro 2.9 – Dimensionamento de ramais de ventilação.


Fonte: ABNT/99 - NBR 8160
Grupos de aparelhos com bacias
Grupos de aparelhos sem bacias sanitárias
sanitárias
Número de Unidades Número de Diâmetro nominal
Diâmetro nominal do
de Hunter de Unidades de Hunter do ramal de
ramal de ventilação
Contribuição de Contribuição ventilação
(DN)
(UHC) (UHC) (DN)
Até 12 40 Até 17 50
13 a 18 50 18 a 60 75
19 a 36 75 - -

2.6.4.3 – Barrilete de ventilação

O diâmetro nominal mínimo de cada trecho de acordo com o Quadro 2.10, sendo
que o número de UHC de cada trecho é a soma das unidades de todos os tubos de queda

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [41]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
servidos pelo trecho, e o comprimento a considerar é o mais extenso, da base da coluna de
ventilação mais distante da extremidade aberta do barrilete, até essa extremidade.

2.6.4.4 – Tubo ventilador de circuito

O diâmetro nominal mínimo de acordo com o Quadro 2.10.

2.6.4.5 – Tubo ventilador complementar

Diâmetro nominal não inferior à metade do diâmetro do ramal de esgoto a que


estiver ligado.

2.6.4.6 – Tubo ventilador de alívio

Diâmetro nominal igual ao diâmetro nominal da coluna de ventilação a que estiver


ligado.

Exemplo prático 2.1

Considere um prédio de apartamentos com pavimento térreo e 12 pavimentos tipo,


Figura 2.26.a, e Figura 2.26.b. A área de serviço e a cozinha de um dos apartamentos do
pavimento térreo são mostradas na Figura 2.26.c; e as áreas de serviço e as cozinhas, dos
pavimentos tipo, sobrepostas às do pavimento térreo são mostradas na Figura 2.26.d. Os
banheiros de um dos apartamentos do pavimento térreo e dos pavimentos tipo sobrepostos
são apresentados nas Figuras 2.26.e, e 226.f, respectivamente. A altura total da coluna de
ventilação, medida desde o sub-coletor (localizado no pavimento térreo) até o barrilete de
ventilação, localizado na última laje é de 39 m. Cada banheiro contém: chuveiro, bacia
sanitária e lavatório. Cada cozinha é constituída de uma pia, e cada área de serviço de
tanque e máquina de lavar roupas. Pede-se:
a) Dimensionar os ramais de descarga e de esgoto;
b) Dimensionar os tubos de queda;
c) Dimensionar os sub-coletores e coletor (para o dimensionamento do
coletor considere que cada pavimento (térreo e tipo) contém 4
apartamentos iguais;
d) Dimensionar os ramais de ventilação;
e) Dimensionar as colunas de ventilação;
f) Dimensionar o barrilete de ventilação 1, (considere que as tubulações de
ventilação primárias, constituídas pelo prolongamento dos TQ1, TQ2, e
TQ3 serão conectados ao barrilete 1, e que a distância vertical mais
extensa é de 41 m);
g) Dimensionar as caixas de gordura, (considere 4 pessoas por
apartamento);

Por: Evaldo Miranda Coiado


[42] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Quadro 2.10 – Dimensionamento de colunas e barriletes de ventilação.
(Fonte: ABNT/99 - NBR 8160)
Diâmetro Diâmetro nominal mínimo do tubo de ventilação
Número de
nominal do 40 50 75 100 150 200 250 300
Unidades de
tubo de
Hunter de
queda ou do
Contribuição Comprimento permitido
ramal de
esgoto (m)
(UHC)
(DN)
40 8 46 - - - - - - -
40 10 30 - - - - - - -
50 12 23 61 - - - - - -
50 20 15 46 - - - - - -
75 10 13 46 317 - - - - -
75 21 10 33 247 - - - - -
75 53 8 29 207 - - - - -
75 102 8 26 189 - - - - -
100 43 - 11 76 299 - - - -
100 140 - 8 61 229 - - - -
100 320 - 7 52 195 - - - -
100 530 - 6 46 177 - - - -
150 500 - - 10 40 305 - - -
150 1 100 - - 8 31 238 - - -
150 2 000 - - 7 26 201 - - -
150 2 900 - - 6 23 183 - - -
200 1 800 - - - 10 73 286 - -
200 3 400 - - - 7 57 219 - -
200 5 600 - - - 6 49 186 - -
200 7 600 - - - 5 43 171 - -
250 4 000 - - - - 24 94 293 -
250 7 200 - - - - 18 73 225 -
250 11 000 - - - - 16 60 192 -
250 15 000 - - - - 14 55 174 -
300 7 300 - - - - 9 37 116 287
300 13 000 - - - - 7 29 90 219
300 20 000 - - - - 6 24 76 186
300 26 000 - - - - 5 22 70 152

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [43]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.26.a – Planta pavimento térreo (1 apto).

Por: Evaldo Miranda Coiado


[44] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.26.b – Planta pavimentos tipo (1 apto).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [45]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.26.c – Área de serviço e cozinha de um dos apartamentos do pavimento térreo.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[46] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.26.d – Área de serviço e cozinha de um dos apartamentos dos pavimentos tipo.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [47]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.26.e – Banheiros de um dos apartamentos do pavimento térreo.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[48] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Figura 2.26.f – Banheiros de um dos apartamentos dos pavimentos tipo.

Solução:

A.) RAMAIS DE DESCARGA E DE ESGOTO

A.1) Dimensionamento dos ramais de descarga e de esgoto – Pavimento Térreo, (área


de serviço e cozinha), Figura 2.26.c:

Trecho (PIA – CG). Ramal de esgoto:


Do Quadro 2.4, tem-se que para (3 UHC) o diâmetro seria o DN40, mas, consultando o
Quadro 2.2, prevalecerá o diâmetro mínimo DN50.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [49]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Trecho (MLR – CS). Ramal de descarga:
Do Quadro 2.2, tem-se que para máquina de lavar roupas (3 UHC) o diâmetro mínimo é de
DN50.

Trecho (TQ – CS). Ramal de descarga:


Do Quadro 2.2, tem-se que para tanque de lavar roupas (3 UHC) o diâmetro mínimo é de
DN40.

Trecho (CS – CI-1). Ramal de esgoto:


Receberá efluentes do tanque de lavar roupas e da máquina de lavar roupas (6 UHC). Do
Quadro 2.4, tem-se diâmetro mínimo DN50.

A.2) Dimensionamento dos ramais de descarga e de esgoto – Pavimentos TIPO, (área


de serviço e cozinha), Figura 2.26.d:

Trecho (PIA – TQ2). Ramal de esgoto:


Do Quadro 2.4, tem-se que para (3 UHC) o diâmetro seria o DN40, mas, consultando o
Quadro 2.2, prevalecerá o diâmetro mínimo DN50.

Trecho (MLR – CS). Ramal de descarga:


Do Quadro 2.2, tem-se que para máquina de lavar roupas (3 UHC) o diâmetro mínimo é de
DN50.

Trecho (TQ – CS). Ramal de descarga:


Do Quadro 2.2, tem-se que para tanque de lavar roupas (3 UHC) o diâmetro mínimo é de
DN40.

Trecho (CS – TQ1). Ramal de esgoto:


Receberá efluentes do tanque de lavar roupas e da máquina de lavar roupas (6 UHC). Do
Quadro 2.4, tem-se diâmetro mínimo DN50.

A.3) Dimensionamento dos ramais de descarga e de esgoto – Pavimento Térreo,


(banheiros), Figura 2.26.e:

Trecho (LV1 – CS1). Ramal de descarga:


Do Quadro 2.2, tem-se que para lavatório de residência (1 UHC) o diâmetro mínimo é de
DN40.

Trecho (RS1 – CS1). Ramal de descarga:


O ralo seco (RS) receberá efluentes do chuveiro. Do Quadro 2.2, tem-se que para chuveiro
de residência (2 UHC) o diâmetro mínimo é de DN40.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[50] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Trecho (LV2 – CS2). Ramal de descarga:
Do Quadro 2.2, tem-se que para lavatório de residência (1 UHC) o diâmetro mínimo é de
DN40.

Trecho (RS2 – CS1). Ramal de descarga:


O ralo seco (RS) receberá efluentes do chuveiro. Do Quadro 2.2, tem-se que para chuveiro
de residência (2 UHC) o diâmetro mínimo é de DN40.

Trecho (BS1 – BS2). Ramal de esgoto:


Do Quadro 2.2, tem-se que para bacia sanitária (6 UHC) o diâmetro mínimo é de DN100.

Trecho (BS2 – 3). Ramal de esgoto:


Receberá efluentes de duas bacias sanitárias (12 UHC). Do Quadro 2.4, para 6<UHC≤20 o
diâmetro nominal mínimo é DN75. Mas do Quadro 2.2, verifica-se que o diâmetro mínimo
para tubos acoplados à bacias sanitárias é de DN 100. Portanto, o diâmetro deste trecho
será DN100.

Trecho (CS1 – CS2). Ramal de descarga:


Conecta as duas caixas sifonadas. Receberá efluentes de 1 lavatório de residência (1 UHC),
e de dois chuveiros de residência (4 UHC), totalizando 5 UHC. Do Quadro 2.3, tem-se que
para 5 UHC o diâmetro mínimo será DN75. Mas, neste caso, como o diâmetro de saída das
caixas sifonadas é DN50, então será adotado o DN50, com uma redução de DN50 para
DN40, na entrada da CS2.

Trecho (CS2 - 1). Ramal de esgoto:


Receberá efluentes de 2 lavatórios de residência (2 UHC), e de dois chuveiros de residência
(4 UHC), totalizando 6 UHC. Do Quadro 2.4, tem-se que para 6 UHC o diâmetro mínimo será
DN50.

Trecho (3 – CI-3). Ramal de esgoto:


Receberá efluentes de duas bacias sanitárias (12 UHC), de dois lavatórios de residência (2
UHC), de dois chuveiros de residência (4 UHC), totalizando 18 UHC. Do Quadro 2.4, para
6<UHC≤20 o diâmetro nominal mínimo é DN75. Mas do Quadro 2.2, verifica-se que o
diâmetro mínimo para tubos acoplados à bacias sanitárias é de DN 100. Portanto, o diâmetro
deste trecho será DN100.

A.4) Dimensionamento dos ramais de descarga e de esgoto – Pavimentos TIPO,


(banheiros), Figura 2.26.f:

Trecho (LV1 – CS1). Ramal de descarga:


Do Quadro 2.2, tem-se que para lavatório de residência (1 UHC) o diâmetro mínimo é de
DN40.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [51]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Trecho (RS1 – CS1). Ramal de descarga:
O ralo seco (RS) recebe as águas residuárias do chuveiro. Do Quadro 2.2, tem-se que para
chuveiro de residência (2 UHC) o diâmetro mínimo é de DN40.

Trecho (LV2 – CS2). Ramal de descarga:


Do Quadro 2.2, tem-se que para lavatório de residência (1 UHC) o diâmetro mínimo é de
DN40.

Trecho (RS2 – CS1). Ramal de descarga:


O ralo seco (RS) receberá efluentes do chuveiro. Do Quadro 2.2, tem-se que para chuveiro
de residência (2 UHC) o diâmetro mínimo é de DN40.

Trecho (BS1 – BS2). Ramal de esgoto:


Do Quadro 2.2, tem-se que para bacia sanitária (6 UHC) o diâmetro mínimo é de DN100.

Trecho (BS2 – 3). Ramal de esgoto:


Receberá efluentes de duas bacias sanitárias (12 UHC). Do Quadro 2.4, para 6<UHC≤20 o
diâmetro nominal mínimo é DN75. Mas do Quadro 2.2, verifica-se que o diâmetro mínimo
para tubos acoplados à bacias sanitárias é de DN 100. Portanto, o diâmetro deste trecho
será DN100.

Trecho (CS1 – CS2). Ramal de descarga:


Conecta as duas caixas sifonadas. Receberá efluentes de 1 lavatório de residência (1 UHC),
e de dois chuveiros de residência (4 UHC), totalizando 5 UHC. Do Quadro 2.3, tem-se que
para 5 UHC o diâmetro mínimo será DN75. Mas, neste caso, como o diâmetro de saída das
caixas sifonadas é DN50, então será adotado o DN50, com uma redução de DN50 para
DN40, na entrada da CS2.

Trecho (CS2 - 1). Ramal de esgoto:


Receberá efluentes de 2 lavatórios de residência (2 UHC), e de dois chuveiros de residência
(4 UHC), totalizando 6 UHC. Do Quadro 2.4, tem-se que para 6 UHC o diâmetro mínimo será
DN50.

Trecho (3 – TQ3). Ramal de esgoto:


Receberá efluentes de duas bacias sanitárias (12 UHC), de dois lavatórios de residência (2
UHC), de dois chuveiros de residência (4 UHC), totalizando 18 UHC. Do Quadro 2.4, para
6<UHC≤20 o diâmetro nominal mínimo é DN75. Mas do Quadro 2.2, verifica-se que o
diâmetro mínimo para tubos acoplados à bacias sanitárias é de DN 100. Portanto, o diâmetro
deste trecho será DN100.

B) TUBOS DE QUEDA

Por: Evaldo Miranda Coiado


[52] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
B.1) Dimensionamento do Tubo de Queda (TQ1):
O (TQ1) receberá efluentes de 12 áreas de serviços. Cada área de serviço contém: uma
máquina de lavar roupas - MLR, (3 UHC); um tanque de lavar roupas – TQ, (3 UHC).
Portanto, a somatória das UHC será igual a 72. Do Quadro 2.5, para prédios com mais de 3
pavimentos, e 70<UHC≤500 obtém-se DN100.

B.2) Dimensionamento do Tubo de Queda (TQ2):


O (TQ2) receberá efluentes de 12 cozinhas. Cada cozinha contém: uma pia - PIA, (3 UHC).
Portanto, a somatória das UHC será igual a 36. Do Quadro 2.5, para prédios com mais de 3
pavimentos, e 24<UHC≤70 obtém-se DN75.

B.3) Dimensionamento do Tubo de Queda (TQ3):


O (TQ3) receberá efluentes de 24 banheiros. Cada banheiro contém uma bacia sanitária (6
UHC), um lavatório de residência (1 UHC), um chuveiro de residência (2 UHC), totalizando 9.
Para os 24 banheiros resulta o total de (216 UHC). Do Quadro 2.5, para prédios com mais
de 3 pavimentos, e 70<UHC≤500 obtém-se DN100.

C) SUB-COLETORES, E COLETOR.

C.1) SUB-COLETORES

Trecho (TQ2 – CG):


Receberá efluentes de 12 pias de cozinhas, totalizando 36UHC. Para a declividade de 1%,
obtém do Quadro 2.6, o DN100.

Trecho (CG – CI-1):


Receberá efluentes de 13 pias de cozinhas, totalizando 39UHC. Para a declividade de 1%,
obtém do Quadro 2.6, o DN100.

Trecho (TQ1 – CI-1):


Receberá efluentes de 12 máquinas de lavar roupas, e de 12 tanques de lavar roupas,
totalizando 72UHC. Para a declividade de 1%, obtém do Quadro 2.6, o DN100.

TrechoS (CI-1 – CI-2),e (CI-2 – CI-3),:


Receberá efluentes de 13 máquinas de lavar roupas, de 13 tanques de lavar roupas, e de 13
pias de cozinha, totalizando 117UHC. Para a declividade de 1%, obtém do Quadro 2.6, o
DN100.

Trecho (TQ3 – CI-3):


Receberá efluentes de 24 banheiros. O aparelho de maior descarga é a bacia sanitária (6
UHC). Para os 24 banheiros resulta o total de (144 UHC). Para a declividade de 1%, obtém
do Quadro 2.6, o DN100.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [53]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Trecho (CI-3 - X):
Receberá efluentes de 26 banheiros, (aparelho de maior descarga é a bacia sanitária, 6
UHC), de 13 máquinas de lavar roupas, de 13 tanques de lavar roupas, e de 13 pias de
cozinha, totalizando 273UHC. Para a declividade de 1%, obtém do Quadro 2.6, o DN150.
Para a declividade de 2%, obtém do Quadro 2.6, o DN150.

C.2) COLETOR

Cada pavimento, térreo e tipo, contém 4 apartamentos iguais e cada apartamento contribuirá
com 273 UHC, resultando para o coletor 1092UHC. Para a declividade de 1%, obtém do
Quadro 2.6, o DN200. Para a declividade de 2%, obtém do Quadro 2.6, o DN200.

D) RAMAL DE VENTILAÇÃO

Dimensionamento do ramal de ventilação – Pavimentos Térreo e Tipos, (banheiros),


(Figura 2.26.e), e (Figura 2.26.f):

Trecho (2 – CV1):
Para 18 UHC, e grupos de aparelhos com bacias sanitárias, obtém-se do Quadro 2.9 o
diâmetro nominal do ramal de ventilação igual a DN75.

E) COLUNA DE VENTILAÇÃO

Dimensionamento da coluna de ventilação (CV1), (Figura 2.26.e), e (Figura 2.26.f):


Com: [DN100 (TQ3)]; [216UHC→(140<UHC≤320]; [comprimento da (CV1) igual a
39m→(7<UHC≤52)], obtém-se do Quadro 2.10 o diâmetro nominal da coluna de ventilação
igual a DN75.

F) BARRILETE DE VENTILAÇÃO
Para efeito de exemplo, considere que os três tubos de queda (TQ1, TQ2, e TQ3) serão
conectados a um barrilete de ventilação. O (TQ1) contribuirá com 72UHC, o (TQ2)
contribuirá com 36UHC, e o (TQ3) contribuirá com 216UHC, totalizando 324UHC. Com:
[DN100]; [324UHC→(320<UHC≤530]; [comprimento da (CV1) igual a 41m→(6<UHC≤46)],
obtém-se do Quadro 2.10 o diâmetro nominal do barrilete de ventilação igual a DN75.

G) CAIXA DE GORDURA
Cada caixa de gordura receberá efluentes de 13 pias de cozinhas, portanto será considerada
especial. Considerando 4 pessoas por apartamento, então 52 pessoas serão servidas pelas
cozinhas que contribuem para a caixa de gordura. O volume da caixa de gordura será:
Vol. = 2x52 +20 = 124 litros;
Altura molhada = 60 cm;
Parte submersa do septo = 40 cm;
Diâmetro nominal mínimo da tubulação de saída = DN100.
Por: Evaldo Miranda Coiado
[54] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Exemplo prático 2.2

Considere uma situação em que o efluente de todos os aparelhos sanitários será reunido
numa caixa coletora e esgotado por bombeamento. Trata-se de um prédio de apartamentos
com 72 apartamentos de 2 quartos. Dimensione a caixa coletora, e a instalação de recalque.
As tubulações de sucção e de recalque serão de PVC.

SOLUÇÃO:

A) CONSUMO DIÁRIO DE ÁGUA

Para prédios de apartamentos são previstas 2 pessoas por dormitório (Quadro 3.5/SPAF).
Portanto, o número de pessoas será igual a: 4 x 72 = 288 habitantes.
Consumo per capita = 200 litro por dia (Quadro 3.4/SPAF).
Consumo diário = 288 x 200 = 57.600 litros.

B) VAZÃO MÉDIA AFLUENTE DE ESGOTO NA CAIXA:

57.600
q= ≈ 0,67 L/s ou 0,04 m3/min.
24 x3600
C) CAPACIDADE DA BOMBA:

Q = 2.q = 2. 0,67 = 1,34 L/s ou 0,08 m3/min.

D) VOLUME ÚTIL DA CAIXA COLETORA:

Segundo a ABNT/NBR 8160:1999: [“o intervalo entre duas partidas consecutivas do motor
não seja inferior a 10 minutos.”); (“o tempo de detenção do esgoto na caixa coletora não
deve ultrapassar a 30 minutos”)]. Para atender a norma, o intervalo de tempo entre duas
partidas consecutivas será assumida igual a 30 minutos, assim, durante o período de 24
horas, o conjunto moto-bomba funcionará 12 horas.

0,08 x30
Vu = ≈ 0,60 m3 ou 600 litros.
4
E) VOLUME TOTAL DA CAIXA COLETORA:

Na prática considera-se que o volume, ocupado pelas bombas submersas, tubulações e


acessórios, é igual a 20% do volume útil:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [55]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
Vt = 0,6 . 1,2 ≈ 0,75 m3.

Figura 2.27 – Detalhes da caixa coletora.


[Fonte: Highlight Caddproj Hidráulica, 2006 – Desenho alterado]

F) VERIFICAÇÃO DO TEMPO DE DETENÇÃO:

O tempo de detenção na caixa coletora não deve ultrapassar a 30 minutos.

0,75
d= ≈ 19 minutos.
0,04

G) DIÂMETROS DE SUCÇÃO E DE RECALQUE DA INSTALAÇÃO DE RECALQUE:

A vazão de recalque é 1,34 L/s, e a bomba será acionada a cada 30 minutos, portanto
funcionará 12 horas por dia. Utilizando a fórmula de Forchheimer, (Consulte item 3.7.8, do
Capitulo 3), tem-se:
Por: Evaldo Miranda Coiado
[56] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
0 , 25
 12 
Dr = 1,3.  . 1,34.10−3 = 0,040 m ou (PVC-DN40; Di = 44 mm)
 24 

Segundo a ABNT-NBR/8160 (1999), para efluentes de bacias sanitárias, o diâmetro mínimo


da tubulação de recalque é o DN75 (Di = 75,6 mm). Portanto, embora o cálculo, utilizando a
fórmula de Forchheimer, resultou no diâmetro comercial, PVC-DN40, para o caso adota-se o
DN75.
Para a linha de sucção adota-se o diâmetro comercial imediatamente superior ao
estabelecido para a linha de recalque, ou seja, o DN100.
A vazão a ser utilizada no cálculo da potência da bomba será 1,34 L/s.

2.7 – Referências bibliográficas

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 8160. Rio de Janeiro.


Setembro de 1999.
CATÁLOGO TIGRE: Esgoto. Disponível em: www.tigre.com.br.
CREA-IBAPE. Manual do Proprietário: A Saúde dos Edifícios. 5. ed. Rio de Janeiro: Rip
Editores, 1999.
CREDER, Hélio. Instalações Hidráulicas Prediais. 3. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos Editora, 2003.
HIGHLIGHT COMPUTAÇÃO GRÁFICA (2006). Caddproj Hidráulica. São Paulo. SP.
Disponível em:
www.highlightcomputacaografica.com.br
LICHTENSTEIN, N. B.. Patologia das Construções. 1985. Dissertação de Mestrado
(Mestrado em Engenharia Civil) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo/
USP, São Paulo.
MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas Prediais e Industriais. 3.Ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [57]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

ANEXO A: Símbolos

Simbologia (Fonte: ABNT – NBR 8160:1999)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[58] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

ANEXO B: Convenções gráficas

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [59]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]
ANEXO C: Aparelhos sanitários - medidas

Bacia sanitária com válvula de descarga


[Desenho modificado extraído de: Highlight Caddproj Hidráulica, 2006]

Bacia sanitária com caixa acoplada

Por: Evaldo Miranda Coiado


[60] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Bacia sanitária com caixa suspensa

Mictório suspenso
[Desenho modificado extraído de: Highlight Caddproj Hidráulica, 2006]

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [61]
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Lavatório
[Desenho modificado extraído de: Highlight Caddproj Hidráulica, 2006]

Tanque

Por: Evaldo Miranda Coiado


[62] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Esgoto Sanitário [SPES]

Máquina de lavar roupas

Máquina de lavar pratos

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [63]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

CAPÍTULO 3
SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA FRIA (SPAF)
3.1 – Introdução

Definição: O Sistema Predial de Água fria (SPAF) é o conjunto de tubos,


reservatórios, peças de utilização, equipamentos e outros componentes, destinado a
conduzir água fria da fonte de abastecimento aos pontos de utilização. As instalações
hidráulicas prediais de água fria devem atender a NBR 5626/1998.

3.2 – Terminologia adotada na NBR 5626/1998

Apresenta-se, neste texto, a terminologia adotada na NBR 5626/1998 acrescida de


outras definições, comentários e/ou ilustrações para melhor entendimento.

3.2.1 – Água fria


Água à temperatura dada pelas condições do ambiente.

3.2.2 – Água potável


Água que atende ao padrão de potabilidade determinado pela Portaria nº 36 do
Ministério da Saúde.

3.2.3 – Alimentador predial


Tubulação que liga a fonte de abastecimento a um reservatório de água de uso
doméstico, NBR 5626/98. É o trecho de tubulação que se estende a partir do hidrômetro até
a primeira derivação, ou até à torneira de bóia de um reservatório. (Figura 3.1).

3.2.4 – Aparelho sanitário


Componente destinado ao uso da água ou ao recebimento de dejetos líquidos e
sólidos (na maioria das vezes pertence à instalação predial de esgoto sanitário). Incluem-se
nessa definição aparelhos como bacias sanitárias, lavatórios, pias e outros, e também,
lavadoras de roupa, lavadoras de prato, banheiras de hidromassagem, etc.

3.2.5 – Barrilete
Tubulação que se origina no reservatório e da qual derivam as colunas de
distribuição, quando o tipo de abastecimento é indireto, (Figura 3.2). No caso de tipo de
abastecimento direto, pode ser considerado como a tubulação diretamente ligada ao ramal
predial ou diretamente ligada á fonte de abastecimento particular.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[64] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

3.2.6 – Camisa
Disposição construtiva na parede ou piso de um edifício, destinada a proteger e/ou
permitir livre movimentação à tubulação que passa no seu interior.

Figura 3.1 – Alimentador predial e ramal predial.


(Fonte: Macintyre, 3a. Edição. Modificado)

3.2.7 – Coluna de distribuição


Tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar os ramais. (Figura 3.3).

3.2.8 – Conexão cruzada


Qualquer ligação física através de peça, dispositivo ou outro arranjo que conecte
duas tubulações das quais uma conduz água potável e a outra água de qualidade
desconhecida ou não potável.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [65]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.2 – Barrilete.

3.2.9 – Diâmetro nominal (DN)


Número que serve para designar o diâmetro de uma tubulação e que corresponde
aos diâmetros definidos nas normas específicas de cada produto.

3.2.10 – Dispositivo de prevenção ao refluxo


Componente, ou disposição construtiva, destinado a impedir o refluxo de água em
uma instalação predial de água fria, ou desta para a fonte de abastecimento.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[66] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.3 – Colunas de distribuição.

3.2.11 – Duto
Espaço fechado projetado, para acomodar tubulações de água e componentes em
geral, construído de tal forma que o acesso ao seu interior possa ser tanto ao longo de seu
comprimento como em pontos específicos através da remoção de uma ou mais coberturas,
sem ocasionar a destruição delas a não ser no caso de coberturas de baixo custo. Incluí
também o “shaft” que usualmente é entendido como um duto vertical.

3.2.12 – Fonte de abastecimento


Sistema destinado a fornecer água para a instalação predial de água fria. Pode ser a
rede pública da concessionária ou qualquer sistema particular de fornecimento de água. No
caso de rede pública, considera-se que a fonte de abastecimento é a extremidade a jusante
do ramal predial.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [67]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

3.2.13 – Junta
Resultado da união de dois componentes através de um determinado processo,
envolvendo ou não materiais complementares.

3.2.14 – Metal sanitário


Expressão usualmente empregada para designar peças de utilização e outros
componentes utilizados em banheiros, cozinhas, áreas de serviço e outros ambientes do
gênero, fabricados em liga de cobre. Exemplos: torneiras, registros de pressão e gaveta,
misturadores, válvulas de descarga, chuveiros e duchas, bicas de banheira.

3.2.15 – Peça de utilização


Componente na posição a jusante do sub-ramal que, através de sua operação (abril
e fechar), permite a utilização da água e, em certos casos, permite também o ajuste da
vazão.

3.2.16 – Plástico sanitário


Expressão usualmente empregada para designar peças de utilização e outros
componentes utilizados em banheiros, cozinhas, áreas de serviço e outros ambientes do
gênero, fabricados em material plástico. Exemplos: torneiras, registros de pressão e gaveta,
válvulas de descarga, chuveiros e duchas.

3.2.17 – Ponto de suprimento


Extremidade a jusante de tubulação diretamente ligada à fonte de abastecimento
que alimenta um reservatório de água para uso doméstico.

3.2.18 – Ponto de utilização (da água)


Extremidade a jusante do sub-ramal a partir de onde a água fria passa a ser
considerada água servida. Qualquer parte da instalação predial de água fria, a montante
destra extremidade, deve preservar as características da água para o uso a que se destina.

3.2.19 – Ramal
Tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-ramais.
(Figura 3.3).

3.2.20 – Ramal predial


Tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento de água e a
extremidade a montante do alimentador predial ou de rede predial de distribuição. O ponto
onde termina o ramal predial deve ser definido pela concessionária. (Figura 3.1).

3.2.21 – Rede predial de distribuição


Conjunto de tubulações constituído de barriletes, colunas de distribuição, ramais e
sub-ramais, ou de alguns destes elementos, destinado a levar água aos pontos de utilização.
(Figura 3.3).
Por: Evaldo Miranda Coiado
[68] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

3.2.22 – Registro de fechamento


Componente instalado na tubulação e destinado a interromper a passagem da água.
Deve ser usado totalmente fechado ou totalmente aberto. Geralmente, empregam-se
registros de gaveta ou registro de esfera. Em ambos os casos, o registro deve apresentar
seção de passagem da água com área igual à da seção interna da tubulação onde está
instalado.

3.2.23 – Registro de utilização


Componente instalado na tubulação e destinado a controlar a vazão da água
utilizada. Geralmente empregam-se registros de pressão ou válvula-globo em sub-ramais.

3.2.24 – Retrossifonagem
Refluxo de água usada, proveniente de um reservatório, aparelho sanitário ou de
qualquer outro recipiente, para o interior de uma tubulação, devido à pressão ser inferior à
atmosférica.

3.2.25 – Separação atmosférica


Separação física (cujo meio é preenchido por ar) entre o ponto de utilização ou ponto
de suprimento e o nível de transbordamento do reservatório, aparelho sanitário ou outro
componente associado a ponto de utilização.

3.2.26 – Sub-ramal
Tubulação que liga o ramal a ponto de utilização. (Figura 3.3).

3.2.27 – Tubulação
Conjunto de componentes basicamente formado por tubos, conexões, válvulas e
registros, destinado a conduzir água fria.

3.2.28 – Tubulação aparente


Tubulação disposta externamente a uma parede, piso, teto ou qualquer outro
elemento construtivo. Permite total acesso para manutenção. Pode estar instalada em
galerias de serviço.

3.2.29 – Tubulação de aviso


Tubulação destinada a alertar os usuários que o nível da água no interior do
reservatório alcançou um nível superior ao máximo previsto. Deve ser dirigida para desaguar
em local habitualmente observável.

3.2.30 – Tubulação de extravasão


Tubulação destinada a escoar o eventual excesso de água de reservatório onde foi
superado o nível de transbordamento.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [69]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

3.2.31 – Tubulação de limpeza


Tubulação destinada ao esvaziamento do reservatório, para permitir sua limpeza e
manutenção.

3.2.32 – Tubulação embutida


Tubulação disposta internamente a uma parede ou piso, geralmente em um sulco,
podendo também estar envelopada. Não permite acesso sem a destruição da cobertura.

3.2.33 – Tubulação recoberta


Tubulação disposta em espaço projetado para tal fim. Permite o acesso mediante
simples remoção da cobertura, somente implicando destruição da mesma em casos de
cobertura de baixo custo.

3.2.34 – Vazão de projeto


Valor da vazão, adotado para efeito de projeto, no ponto de utilização, corresponde à
consolidação de um valor historicamente aceito, referente ao maior valor de vazão esperado
para o ponto.

3.3 – Fontes de abastecimento

O abastecimento de uma instalação predial de água fria pode ser feito pela rede
pública ou por fonte particular (nascentes ou lençol subterrâneo).
Nos casos de nascentes e lençol subterrâneo, há a necessidade de verificação
periódica da potabilidade.
A utilização da rede pública é sempre preferencial em função de a água ser potável,
o que pode não ocorrer em relação a outras fontes. O padrão de potabilidade é estabelecido
pela Portaria nº 36 do Ministério da Saúde.
A água não potável pode também abastecer parcialmente um sistema de água fria,
desde que sejam tomadas precauções para que as duas redes não se conectem, evitando-
se a chamada conexão cruzada. Essa água, geralmente de menor custo, pode atender a
pontos de limpeza de bacias e mictórios, combate a incêndio, uso industrial, lavagem de
pisos e automóveis, jardinagem, e etc., onde não se fizer necessário o requisito de
potabilidade. Esse sistema deve ser totalmente independente daquele de água potável e
caracterizado com avisos alertando da não potabilidade.

3.4 – Sistemas de abastecimento e distribuição

Os sistemas prediais de abastecimento de água são classificados em:


• Sistema direto;
• Sistema indireto;
• Sistema misto.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[70] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

3.4.1 – Sistema direto de distribuição

A alimentação da rede interna de distribuição é feita diretamente pelo alimentador


predial, ou seja, é efetuado diretamente da rede pública e, portanto, sem reservatórios. Esta
modalidade requer abastecimento público com continuidade, abundância e pressão
suficiente. O sistema direto de distribuição é uma continuidade da rede pública, sendo a
distribuição ascendente. Quanto à segurança do sistema, é obrigatória a colocação de
dispositivo de proteção da rede pública contra um eventual refluxo, do tipo válvula de
retenção. (Figura 3.4).

3.4.2 – Sistema indireto de distribuição

Utilizam-se reservatórios internos, comuns ou pressurizados, de modo a garantir a


regularidade do abastecimento. Este sistema permite que a rede pública ao invés de
dimensionada para a descarga máxima (que pode atingir quase três vezes a descarga
média, Macintyre, 3a. ed.) seja projetada para atender à descarga média. A utilização de
reservatório é sempre desejável, sob todos os aspectos, (econômicos, técnicos, e etc.), e
preconizada pela NBR 5626/98 e por vários códigos sanitários estaduais. O Código Sanitário
do Estado de São Paulo, decreto 12.342 de 27/03/78, no seu artigo 10, observa: “ Sempre
que o abastecimento de água não puder ser feito com continuidade e sempre que for
necessário para o bom funcionamento das instalações prediais, será obrigatório a existência
de reservatórios prediais”. (Figura 3.5)

3.4.2.1 – Sistema indireto de distribuição com reservatório superior, e sem


bombeamento

Quando a pressão é suficiente mas sem continuidade utiliza-se um reservatório


superior e a alimentação da rede interna de distribuição será feita por gravidade
(descendente) a partir desse reservatório, (Figura 3.5). É o caso comum em residências de
até dois pavimentos.

3.4.2.2 – Sistema indireto de distribuição com reservatórios superior e inferior, e com


bombeamento

Quando não houver pressão suficiente ou ocorrerem descontinuidades no


abastecimento, deve-se adotar reservatório inferior abastecido pela rede pública, e
reservatório superior, abastecido pelo inferior, por meio de bombeamento. É o caso mais
usual nos grandes edifícios, (Figura 3.6). A utilização de bombas para sucção diretamente
da rede normalmente é proibida pelas concessionárias locais e pelos códigos sanitários
estaduais e somente autorizada em casos particulares, em razão da interferência que
causam na rede pública.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [71]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.4 – Sistema de distribuição direta.

Figura 3.5 – Sistema indireto por gravidade e sem bombeamento.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[72] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.6 – Sistema indireto por gravidade e com bombeamento.

3.4.3 – Sistema de distribuição hidropneumático

O sistema hidropneumático dispensa o reservatório superior mas sua instalação é


cara e só é recomendado em casos especiais, (Figura 3.7).

3.4.4 – Sistema misto de distribuição

Trata-se de uma combinação de dois dos sistemas mencionados, por exemplo, o


direto e indireto, isto é, uma parte da instalação é ligada diretamente à rede pública,
enquanto a outra, ao reservatório predial. A Figura 3.8 mostra um prédio de cinco
pavimentos, com sistema misto. Duas torneiras de limpeza (TL) no jardim recebem a água
diretamente da rede pública. As demais peças são alimentadas pelo reservatório localizado
na última laje, o qual por sua vez, é alimentado pelo alimentador predial.

3.4.5 – Escolha do sistema a ser utilizado

A NBR 5626/1998 deixa livre a escolha do tipo de sistema a ser utilizado, mas
recomenda consultar as condições da concessionária local.
O Código Sanitário de São Paulo, Decreto nº 12342 – 27/03/78, apresenta,
basicamente, dois artigos que referenciam os tipos de sistemas prediais de água fria a
serem adotados:
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [73]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

• Artigo 10: “Sempre que o abastecimento de água não puder ser feito com
continuidade e sempre que for necessário para o bom funcionamento das
instalações prediais, será obrigatória a existência de reservatórios prediais”.
• Artigo 12: “Não será permitida: I) A instalação de dispositivos para a sucção
da água diretamente da rede”.
A SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, refere-se
ao sistema predial de água fria nos seguintes artigos:
• Artigo 28: “ ...deverão ser providos de reservatórios...:”
Item I – Prédios com mais de 3 pavimentos deverão ter reservatórios inferior e
superior.
• Artigo 29: Veta qualquer dispositivo de sucção ligado diretamente à rede
pública.

Figura 3.7 – Sistemas hidropneumáticos.


(Fonte: Macintyre, 3a. ed.)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[74] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.8 – Sistema misto.

3.5 – Componentes e características do SPAF

3.5.1 – Ramal predial

O ramal predial é tratado na NBR 14122:1998 da ABNT.

3.5.1.1 – Ligação do ramal predial à rede pública de abastecimento

Quando o assentamento da tubulação da rede pública for feito após a construção do


prédio, rede nova, a ligação pode ser feita com a colocação de um Tê na própria rede. No
caso da existência da rede pública antes da construção do prédio a ligação poderá ser feita
de várias maneiras:
• Isolar o trecho da rede pública através de registros e proceder a instalação do
registro de derivação. (Figura 3.1);
• Com a rede pública em operação, utiliza-se uma máquina como a da Mueller
Co., que fura, abre rosca, e adapta o registro de derivação. Esta máquina
possibilita a derivação de ramais prediais de até 60 mm de diâmetro (2.1/2”).
(Figura 3.9);

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [75]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

• Com a rede pública em operação, utilizando o chamado colar de tomada que


permite a colocação do registro de derivação sem a necessidade de abrir
rosca no tubo da rede pública. (Figura 3.10).

Figura 3.9 – Máquina de Mueller Co. Figura 3.10 – Colar de tomada


(Fonte: Macintyre, 3a. Edição) (Fonte: Macintyre, 3a. Edição)

3.5.1.2 – Dimensionamento

O ramal predial e a medição (abrigo e cavalete com hidrômetro) são dimensionados


a partir dos parâmetros estabelecidos pelas Concessionárias, em função do consumo de
água diário no prédio.
O consumo diário nos prédios pode ser estimado a partir dos valores apresentados
nos Quadros 3.4, 3.5 e 3.6. No Quadro 3.4 têm-se os valores dos consumos diários de água
conforme a natureza do serviço a que a mesma se destina. O Quadro 3.5 permite estimar o
número de ocupantes em função da natureza do local e da taxa de ocupação. E o Quadro
3.6 apresenta o número mínimo de aparelhos para diversas serventias.
No Quadro 3.7 são apresentados os valores adotados, pela Companhia de
Saneamento de São Paulo – SABESP, para o ramal predial e medição.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[76] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Exemplo prático 3.1

Um prédio de apartamentos tem 20 pavimentos, 4 apartamentos por pavimento, e 3


dormitórios por apartamento. Considere ainda a existência de 1 apartamento para o zelador
e que não será permitida a lavagem de automóveis no prédio. Pede-se:
a) Calcular o consumo diário;
b) Dimensionar o ramal predial ou ramal externo considerando-o de ferro fundido
(FoFo). Utilize valores fornecidos pela SABESP (Quando 3.7).
Solução:
a) Consumo diário (CD):
- Total de dormitórios = (20 pavtos x 4 aptos x 3 dormitórios) = 240 dormitórios;
- Do Quadro 3.5, obtém-se a taxa de ocupação de 2 pessoas por dormitório;
- Total de pessoas: (240 dormitórios x 2 pessoas) = 480 pessoas;
- Do Quando 3.4, obtém-se o consumo de 200 Litros/habitante.dia;
R: Consumo diário = CD = (480 pessoas x 200 L/hab.dia) + 1000 litros para o zelador =
97.000 Litros = 97 m3.
b) O diâmetro do ramal predial ou ramal externo:
- Para o consumo de 97 m3/dia. Do Quadro 3.7, para consumo provável até 100 m3/dia, e
material FoFo, obtém-se o diâmetro externo de 50 mm (ramal predial).
R.: Diâmetro externo 50 mm.

3.5.2 – Cavalete/hidrômetro

O hidrômetro é o aparelho que mede o consumo de água, e o cavalete é o conjunto


de tubo, conexões e registros do ramal predial, destinado a instalação do hidrômetro.

3.5.2.1 – Normas e instalação

As NBR 10925/89, NBR 11304/90, e NBR 14122/98, tratam dos cavaletes de PVC
DN 20, de polipropileno DN 20, e de aço galvanizado, respectivamente, para ramais prediais.
A NBR 8193/97 trata dos hidrômetros taquimétricos para água fria até 15 m3/hora.
O cavalete deve ser instalado em abrigo próprio para proteção contra o sol e
intempéries contendo um registro, para o caso comum de ramais prediais, com diâmetro de
25 mm. Cada Concessionária adota um modelo, na prática muito parecidos entre si.
Usualmente, devem ser colocados, no máximo, a 1,50 m da divisa frontal do terreno, de
modo a facilitar a leitura do hidrômetro pela concessionária.

3.5.2.2 – Dimensionamento

As Concessionárias usam valores tabelados para a adoção do tipo de hidrômetro,


em função do consumo provável diário. O Quadro 3.7 apresenta as dimensões do ramal
predial, hidrômetro, e cavalete em função do consumo provável em metros cúbicos por dia.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [77]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Exemplo prático 3.2

Para um consumo diário de 97 m3, dimensione o cavalete, hidrômetro, e dimensões do


abrigo. Utilize valores fornecidos pela SABESP, (Quadro 3.7).
Solução:
R.: Do Quadro 3.7, para um consumo provável até 100 m3/dia, obtém-se hidrômetro com
consumo provável de até 300 m3/dia; cavalete de 50 mm; e dimensões internas do abrigo de
2,0 x 0,9 x 0,4 m.

3.5.3 – Alimentador predial e reservatórios de acumulação

O alimentador predial (ou ramal interno) inicia a partir do hidrômetro e se estende até
a torneira de bóia ou outro componente que cumpra a mesma função. Tendo em vista a
facilidade de operação do reservatório, a NBR 5626/98 recomenda que um registro de
fechamento seja instalado fora dele, para permitir sua manobra sem necessidade de
remover a tampa.
Ainda segundo a NBR 5626/98, o alimentador predial pode ser aparente, enterrado,
embutido ou recoberto. No caso de ser enterrado, deve-se observar uma distância mínima
horizontal de 3,0 m de qualquer fonte potencialmente poluidora, como fossas negras,
sumidouros, valas de infiltração, etc, respeitando a NBR 7229/93 – Projeto, construção e
operação de sistemas de tanques sépticos, e em outras disposições legais. No caso de
serem instaladas, na mesma vala, tubulações enterradas de esgoto, o alimentador predial
deve apresentar sua geratriz inferior 30 cm acima da geratriz superior das tubulações de
esgoto.
Quando enterrado, a NBR 5626/98 recomenda que o alimentador predial seja
posicionado acima do nível do lençol freático para diminuir o risco de contaminação da
instalação predial de água fria em uma circunstância acidental de não estanqueidade da
tubulação e de pressão negativa no alimentador predial.
Nos casos em que há a necessidade de reservatório inferior a extremidade de
jusante do alimentador dotada de uma das seguintes soluções:
• Caixa piezométrica, Figura 3.11. A caixa piezométrica é uma caixa
reguladora do nível piezométrico de 200 a 300 litros, com entrada da água a
3 m acima do meio fio, (Macintyre, 3a. Edição);

• Torneira bóia localizada à pelo menos 50 cm acima da cota do nível do meio


fio. Neste caso, a entrada para a caixa deverá ter uma gola, a fim de impedir
que alguma eventual inundação venha a poluir o reservatório. O reservatório
deverá ter tampa com gaxeta de vedação, e sobre tampa, conforme Figura
3.12;

• Coluna piezométrica, em forma de sifão, dotado de dispositivo quebra –


vácuo, até 2,50 m, no mínimo, acima da cota do meio – fio, Figura 3.13.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[78] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.11 – Reservatório inferior alimentada a partir da caixa piezométrica.

Figura 3.12 – Alimentação do reservatório inferior, com torneira bóia a 50 cm, no mínimo,
acima do nível do meio fio.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [79]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.13 – Coluna piezométrica.


(Fonte: Macintyre, 3a. Edição – Desenho modificado)

3.5.3.1 – Vazão a ser considerada no dimensionamento do alimentador predial

A vazão a ser considerada no dimensionamento do alimentador predial depende do


sistema de abastecimento e distribuição utilizado, definido no item 3.4. Assim, têm-se duas
possibilidades:
1ª) – O sistema de abastecimento e distribuição é direto, sem reservatório. Neste
caso o alimentador predial tem também a função de sistema de distribuição, devendo ser
calculado como barrilete, assim, o cálculo será visto no item (3.6.5).
2ª) – O sistema de abastecimento e distribuição é indireto, com reservatórios. Neste
caso tem-se que admitir as seguintes premissas:
• Abastecimento da rede pública seja contínuo;
• A vazão é suficiente para suprir o consumo diário por 24 horas;
Por: Evaldo Miranda Coiado
[80] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

• Velocidade de escoamento na rede pública de abastecimento, variando de


0,60 a 1,0 m/s.
O consumo diário nos prédios pode ser estimado a partir dos valores apresentados
nos Quadros 3.4, 3.5 e 3.6. No Quadro 3.4 têm-se os valores dos consumos diários de água
conforme a natureza do serviço a que a mesma se destina. O Quadro 3.5 permite estimar o
número de ocupantes em função da natureza do local e da taxa de ocupação. E o Quadro
3.6 apresenta o número mínimo de aparelhos para diversas serventias.
A vazão mínima a ser considerada no dimensionamento do alimentador predial é
calculada através da seguinte equação:

CD
Qmin = (3.1)
86400
Na qual:
Qmin = vazão mínima em (l/s);
CD = consumo diário em (litros).
Utilizando a equação da continuidade pode-se calcular o diâmetro do alimentador
predial através de:

4.Qmin
D AP = (3.2)
π .V
Adotando o valor da velocidade de escoamento na rede pública igual a 0,6 m/s,
menor valor do intervalo 0,60 m/s ≤ V ≤ 1,0 m/s, obtém-se:

D0, 6 = 1,457. Qmin (3.3)

Adotando o valor da velocidade de escoamento na rede pública igual a 1,0 m/s,


maior valor do intervalo 0,60 m/s ≤ V ≤ 1,0 m/s, obtém-se:

D1,0 = 1,128. Qmin (3.4)

Portanto, o diâmetro comercial selecionado para o alimentador predial (DAP) deverá


estar entre o seguinte intervalo:

D1,0 < DAP < D0,6 (3.5)

Observação: nas Equações (3.3) e (3.4) a unidade do valor da vazão (Qmin) é (m3/s).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [81]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Exemplo prático 3.3

Para um consumo diário de 97 m3, dimensione o alimentador predial. Considere o material


da canalização de aço galvanizado.
Solução:
- Vazão mínima a ser considerada:
97.000
Qmin = ≅1,12 L/s
86400
- Para a velocidade média de escoamento na rede pública igual a 0,6 m/s, obtém-se:
D0,6 = 1,457. 1,12 x10 −3 = ,051 m ou 51 mm

- Para a velocidade média de escoamento na rede pública igual a 1,0 m/s, obtém-se:
D1, 0 = 1,128. 1,12 x10 −3 = 0,040 m ou 40 mm

R.: Consultando o Quadro 3.12, entre os diâmetros D0,6 = 51 mm e D1,0 = 40 mm encontra-se


o diâmetro comercial de 50 mm (2”).

3.5.3.2 – Reservatórios de acumulação

3.5.3.2.1 – Preservação da potabilidade da água armazenada

A NBR 5626/98 enfatiza a necessidade da preservação da potabilidade das águas


reservadas e apresenta as medidas a serem adotadas em relação ao projeto, construção, e
manutenção dos reservatórios de acumulação. Aqui, resumidamente, são destacados os
seguintes pontos mais importantes:
• Os reservatórios não devem transmitir gosto, odor ou toxicidade à água nem
promover ou estimular o crescimento de microorganismos. Para isto, deve
ser construído com material adequado (resistente à corrosão), provido de
entrada, com tampas apropriadas e que vedam a entrada de quaisquer
substâncias, insetos, animais, e etc. A entrada deve ter dimensões que
permitam a limpeza e manutenção;
• Os reservatórios não devem ser apoiados no solo, ou ser enterrado total ou
parcialmente. Quando estas exigências não podem ser atendidas deve ser
construído dentro de compartimentos próprio, que permita operações de
inspeção e manutenção, devendo haver um afastamento, mínimo, de 60 cm
entre as faces externas do reservatório (laterais, fundo e cobertura) e as
faces internas do compartimento. O compartimento deve ser dotado de
drenagem por gravidade, ou bombeamento.
Por: Evaldo Miranda Coiado
[82] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

3.5.3.2.2 – Definição da forma e dimensões dos reservatórios

A NBR 5626/98, referindo-se à capacidade dos reservatórios, estabelece:


• O volume de água reservado para uso doméstico deve ser, no mínimo, o
necessário para 24 horas de consumo normal no edifício, sem considerar o
volume de água para combate a incêndio;
• No caso de residência de pequeno tamanho, recomenda-se que a reserva
mínima seja de 500 litros;
• Para o volume máximo de reserva recomenda-se que sejam atendidos dois
critérios: garantia de potabilidade e atendimento à disposição legal ou
regulamento que estabeleça volume máximo de reserva;
• Nos casos em que se tenham reservatórios, inferior e superior, a divisão da
capacidade de reserva total deve ser feita de modo a atender às
necessidades da instalação predial de água fria quando em uso normal, às
situações eventuais onde ocorra interrupção do abastecimento de água da
fonte de abastecimento e às situações normais de manutenção. O
estabelecimento do critério de divisão deve ser feito em conjunto com a
adoção de um sistema de recalque compatível e com a formulação de
procedimentos de operação e de manutenção da instalação predial de água
fria;
• Reservatórios de maior capacidade devem ser divididos em dois ou mais
compartimentos para permitir operações de manutenção sem que haja
interrupção da distribuição de água. São excetuadas desta exigência as
residências unifamiliares isoladas;
• Devem-se evitar os efeitos da formação do vórtice na entrada das
tubulações. Na entrada da tubulação de sucção prever crivo simples ou
válvula de pé e crivo;
• Evitar ocorrência de zonas de estagnação no interior do reservatório;
• A extremidade da tomada de água no reservatório deve ser elevada em
relação ao fundo deste reservatório. Para reservatórios de pequena
capacidade e de fundo plano e liso recomenda-se uma altura mínima de 2
cm. Para os reservatórios de cimento-amianto a tomada de água esteja 3
cm acima da região mais profunda do reservatório.

3.5.3.2.3 – Operação dos reservatórios

A NBR 5626/98 em relação à operação dos reservatórios estabelece:


• Toda a tubulação que abastece o reservatório deve ser equipada com
torneira bóia (de acordo com a NBR 10137), ou qualquer outro dispositivo
com o mesmo efeito no controle da entrada da água e manutenção do nível
desejado...;

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [83]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

• ...instalação de um registro de fechamento na tubulação de alimentação,


externamente ao reservatório, ou outro dispositivo ou componente que
cumpra a mesma função;
• ...o nível máximo da superfície livre da água, no interior do reservatório, seja
situado abaixo do nível da geratriz inferior da tubulação de extravasão ou de
aviso;
• ...a tomada de água da tubulação que alimenta o aquecedor deve se
posicionar em nível acima das tomadas de água fria,...

3.5.3.2.4 – Elementos complementares do reservatório

A NBR 5626/98 estabelece que em todos os reservatórios devem ser instaladas


tubulações de aviso, de extravasão e de limpeza.
• As tubulações de aviso, extravasão e de limpeza devem ser constituídas de material
rígido e resistente à corrosão. Tubos flexíveis (como mangueiras) não devem ser
utilizados, mesmo em trechos de tubulação. Os trechos “horizontais” devem ter
declividade adequada para desempenho eficiente de sua função e o completo
escoamento da água do seu interior;
• A superfície do fundo do reservatório deve ter uma ligeira inclinação no sentido da
entrada da tubulação de limpeza. Na tubulação de limpeza deve haver um registro
de fechamento;
• O diâmetro interno da tubulação de aviso deve ser maior ou igual a 19 mm. Toda
tubulação de aviso deve descarregar imediatamente após a água alcançar o nível de
extravasão no reservatório e, em local facilmente observável;
• O diâmetro interno da tubulação de extravasão deve ser dimensionado de forma a
escoar o volume de água em excesso. Em reservatório de pequena capacidade
recomenda-se que o diâmetro da tubulação de extravasão seja maior que o da
tubulação de alimentação do reservatório;
• A tubulação de aviso deve ser conectada à tubulação de extravasão em seu trecho
horizontal e em ponto situado a montante da eventual interligação com a tubulação
de limpeza do reservatório.

3.5.3.2.5 – Vazões no abastecimento de reservatório

Segundo a NBR 5626/98, nos pontos de suprimento de reservatórios, a vazão de


projeto pode ser determinada dividindo-se a capacidade do reservatório pelo tempo de
enchimento. No caso de edifícios com pequenos reservatórios individualizados, como é o
caso de residências unifamiliares, o tempo de enchimento deve ser menor que 1 hora. No
caso de grandes reservatórios, o tempo de enchimento pode ser de até 6 horas,
dependendo do tipo de edifício.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[84] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

3.5.3.2.6 – Volumes dos reservatórios, inferior e superior

No caso do sistema indireto de distribuição com reservatórios inferior e superior, o


superior recebe a água bombeada do inferior e a distribui por gravidade aos aparelhos de
consumo. A reserva total, a ser acumulada nos dois reservatórios, segundo a NBR 5626/98,
não pode ser inferior ao consumo diário (CD).
Em relação à reserva máxima recomenda-se que não pode ultrapassar a três vezes
o valor do consumo diário (CD), [Botelho e Ribeiro Jr. (1998), Macintyre, 3a. Edição].
Botelho e Ribeiro Jr, 1998, adotam a reserva total mínima como sendo igual a 2
vezes o consumo diário (CD).
A capacidade do reservatório superior deve ser tal que, recebendo a água
bombeada com vazão constante durante certos períodos, possa atender ao consumo das
peças, consumo este que ocorre de uma forma variável. O reservatório superior funciona
como um regulador de distribuição, (Macintyre, 3a. Edição).
Segundo Macintyre, 3a. Edição, as vazões a serem consideradas no
dimensionamento do reservatório são as seguintes:
A) Vazão de alimentação: Igual à vazão de dimensionamento das instalações
elevatórias, ou seja, vazão horária igual a 15% do consumo diário (CD);
B) Vazões de distribuição: Iguais às vazões de dimensionamento das colunas e
barriletes, (ver itens 3.6.5.3 e 3.6.5.4, respectivamente).
A parte da reserva a ser feita no reservatório inferior será obtida por diferença entre
a reserva total e a necessária para o reservatório superior.
Macintyre, 3a. Edição, com base nas interrupções de energia elétrica, recomenda
adotar sempre que possível como valores mínimos:
• Reservatório inferior: uma vez e meia a capacidade do reservatório superior;
• Reservatório superior: capacidade para atender o consumo diário (CD).
Além dessas reservas devem ser previstas reservas para o combate a incêndio ou
outra finalidade (por exemplo para sistema de ar condicionado).
Segundo Macintyre, 3a. Edição, o volume reservado para o combate a incêndio será
de 15 a 20% do consumo diário.
Para uma definição mais segura do volume reservado para o combate a incêndio, o
projetista deve consultar o Capítulo 7 (o item 7.7.1A trata da reserva de incêndio segundo a
NBR 3714/2000, e o item 7.7.1.B diz respeito à reserva de incêndio segundo a IT.22-CB/SP).
Recomenda-se que para os casos comuns, as reservas destinadas somente para o
suprimento do consumo diário (CD) sejam as seguintes:
• Reservatório inferior: 3/5 do consumo diário (CD);
• Reservatório superior 2/5 do consumo diário (CD).
Os volumes dos reservatórios inferiores e superiores, com base nas relações 3/5 e
2/5, podem ser calculados utilizando as seguintes fórmulas:

VRI = 0,6.CD + VI + Voutros (3.6)

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [85]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Na qual:
VRI = volume do reservatório inferior;
CD = consumo diário;
VI = volume de combate a incêndio;
Voutros = outros volumes.

VRS = 0,4.CD + VI + Voutros (3.7)

Na qual:
VRS = volume do reservatório superior;
CD = consumo diário;
VI = volume de combate a incêndio;
Voutros = outros volumes.

Exemplo prático 3.4

Para um consumo diário, de um prédio de apartamentos, de 97 m3, calcule os volumes dos


reservatórios, superior e inferior. Considere o volume mínimo de água da reserva de
incêndio segundo a NBR 13714/2000, sistema do tipo 1, (Consulte item 7.7.1A – Capítulo 7).
Solução:
a) Volume mínimo de água da reserva de incêndio:
- VI = 2 x 80 x 60 = 9.600 litros = 9,6 m3.

b) Volume do reservatório inferior:


VRI = 0,6 x 97 + 9,6 = 67,8 m3.

b) Volume do reservatório superior:


VRS = 0,4 x 97 + 9,6 = 48,4 m3.

3.5.3.2.7 – Dimensões características dos componentes dos reservatórios, superior e


inferior

Nas Figuras 3.14 e 3.15 são apresentados cortes esquemáticos com alguns
componentes dos reservatórios, superior e inferior
Os reservatórios de capacidade superior a 4000 litros devem ser divididos em dois
compartimentos iguais, comunicantes através de um barrilete provido de registros de
fechamento (exemplo: gaveta) para facilitar a limpeza, ou conserto de qualquer dos
compartimentos, ficando o outro em uso.
Os reservatórios superiores devem ficar com o fundo no mínimo a 0,80 m acima do
piso do compartimento, sobre o qual estejam situados para facilidade de acesso aos
barriletes e encanamento de limpeza, (Macintyre, 3a. Edição).
A NBR 5626/98, estabelece que o acesso ao interior do reservatório, para inspeção
e limpeza, deve ser garantido através de abertura com dimensão mínima de 60 cm, em
Por: Evaldo Miranda Coiado
[86] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

qualquer direção. No caso de reservatório inferior, abertura deve ser dotada de rebordo com
altura mínima de 10 cm para evitar a entrada de água de lavagem de piso e outras.
A NBR 5626/98 recomenda observar uma distância mínima de 60 cm (que pode ser
reduzida até 45 cm), no caso de reservatório de pequena capacidade até 1000 litros:
• Entre qualquer ponto do reservatório e o eixo de qualquer tubulação
próxima, com exceção daquelas diretamente ligadas ao reservatório;
• Entre qualquer ponto do reservatório e qualquer componente utilizado na
edificação que possa ser considerado um obstáculo permanente;
• Entre o eixo de qualquer tubulação ligada ao reservatório e qualquer
componente utilizado na edificação que possa ser considerado um obstáculo
permanente.
Cada compartimenta do reservatório inferior deve conter uma canalização de sucção
para água limpa. O crivo da canalização de sucção deve ficar numa posição tal que respeite
as seguintes dimensões:
a) Para evitar a entrada de ar na tubulação de sucção da bomba:

H1 > ((V2/2.g) + 0,20) (3.8)


e
H1 > (2,5.Ds + 0,10) (3.9)

Nas quais:
H1 = profundidade indicada na Figura 3.15 em (m);
V = velocidade média da água no tubo de sucção em (m/s);
Ds = diâmetro interno da tubulação de sucção;
g = aceleração da gravidade em (m/s2).

b) Para evitar arraste do material de fundo:

H2 > 0,50.Ds (3.10)


e
H2 > 0,30 m (3.11)

Nas quais:
H2 = profundidade indicada na Figura 3.15 em (m);
Ds = diâmetro interno da tubulação de sucção;

Nos reservatórios, superior e inferior, devem prever poços rebaixados no fundo do


reservatório para facilitar a limpeza.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [87]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.14 – Corte do reservatório superior.

3.5.3.2.8 – Dimensionamento do extravasor e da tubulação de aviso

Visando atender a NBR 5626/98, para que o extravasor tenha capacidade de escoar
o volume de água em excesso, o diâmetro interno da tubulação de extravasão deverá ter
diâmetro superior da tubulação de alimentação do reservatório.
Para isto, deverá ser prevista uma altura (h) de revanche, Figuras 3.14 e 3.15, acima
do nível de extravasão, para vencer a taquicarga (V2/2.g) e as perdas de carga singulares e
distribuídas desde a entrada do extravasor até a sua saída, calculadas com a vazão do
alimentador e um diâmetro comercial acima do diâmetro da tubulação do alimentador.
Assim, a altura (h) será dada por:

8.Qa2
h = ∆hT + (3.12)
π 2 .De4 .g
Na qual:
h = profundidade acima do nível de extravasamento;
∆hT = perda de carga total desde a entrada até a saída do extravasor;

Por: Evaldo Miranda Coiado


[88] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Qa = vazão do alimentador do reservatório;


De = diâmetro do extravasor, tal que (De > Da);
Da = diâmetro da tubulação de alimentação do reservatório.

Figura 3.15 – Corte do reservatório inferior.

Segundo Macintyre, 3a Ed., para atender a boa prática, o extravasor deve ser
constituído por um tubo horizontal, um joelho, um tubo vertical com cerca de 50 cm, tendo na
extremidade uma tela de proteção contra insetos. Para compensar a perda de carga devido
a presença da tela, pode-se alargar a secção da saída do extravasor.
A tubulação de aviso dever ter diâmetro igual ou superior a 19 mm que escoará
parte do volume extravasado em local de fácil visualização, enquanto o restante (com maior
vazão) irá para outro local de fácil escoamento, canaleta ou ralo de águas pluviais, de modo
a não causar transtorno às atividades da edificação.

Exemplo prático 3.5

A vazão bombeada para o reservatório superior é de 4,5 L/s. A tubulação da linha de


recalque é de 2.1/2” (63 mm) e de aço galvanizado. Determine o diâmetro do extravasor e
altura (h) de água acima do nível de extravasamento.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [89]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Solução:
a) O diâmetro do extravasor deverá ser maior que o da tubulação da linha de recalque. Será,
portanto, adotado para o extravasor o diâmetro de 3” (75mm).

b) Profundidade (h) acima do nível de extravasamento:

Perda de carga total:

Comprimento equivalente
Denominação
(m)
1 entrada de borda (3”) 2,2
1 cotovelo de 900 raio curto (3”) 2,1
1 saída de canalização (3”) 2,2
Comprimento real 0,50
Comprimento virtual = Lv 7,0
4,51,88
J = 20,2 x10 5. = 0,02416mca / m
75 4,88

∆hT = J . Lv = 0,02416 . 7,0 =0,17 m.c.a

8.0,0045 2
R.: h = 0,17 + = 0,22 m ou ≅ 25 cm
π 2 .0,0754.9,81

3.5.3.2.9 – Proteção contra refluxo de água

Segundo a NBR 5626/98, para preservar a potabilidade da água, devem ser


tomadas medidas de proteção contra o refluxo de água servida (por exemplo: provocado por
aparelhos passíveis de retrossifonagem, como as válvulas de descarga). Assim, um
dispositivo de prevenção ao refluxo deve ser previsto em cada ponto de utilização ou de
suprimento de água, instalado no próprio ponto de utilização ou suprimento, ou em local o
mais próximo possível.
O dispositivo de prevenção ao refluxo mais efetivo é a separação atmosférica
padronizada, representada na Figura 3.16.
Em edifícios de diversos pavimentos alimentados indiretamente a partir de um
reservatório superior, quando por motivos operacionais ou estéticos não se pode utilizar o
dispositivo apresentado na Figura 3.16, pode-se utilizar um quebrador de vácuo pela
ventilação da coluna de distribuição, conforme mostra a Figura 3.17, desde que tal
ventilação estenda sua ação aos pontos de utilização em questão, (NBR 5626/98).

Por: Evaldo Miranda Coiado


[90] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Segundo Botelho e Ribeiro Jr, 1998, no caso de se utilizar uma das alternativas
apresentadas na Figura 3.17, a coluna de ventilação deve ser executada de acordo com as
seguintes características abaixo:
• Ter diâmetro igual ou superior ao da coluna, de onde se deriva (a NBR 5626/98,
recomenda adotar o diâmetro da coluna de ventilação igual ao da coluna de
distribuição);
• O ponto de ligação, entre a tubulação de ventilação e a coluna de distribuição, será
sempre localizado à jusante do registro de fechamento existente na própria coluna;
• Haver uma para cada coluna que serve a aparelho possível de provocar
retrossifonagem;
• Ter sua extremidade livre acima do nível máximo admissível do reservatório.

No caso de residências unifamiliares, térreas ou assobradadas, alimentadas


indiretamente a partir de um reservatório superior, a proteção de todos os pontos de
utilização da sua rede predial de distribuição pode ser obtida pela ventilação da rede de
maneira análoga àquela apresentada para edifícios de diversos pavimentos do tipo de
abastecimento indireto. No caso de válvula de descarga alimentada por tubulação exclusiva,
não é exigível tal ventilação.
No caso de tipo de abastecimento direto para um conjunto de edifícios separados e
abastecidos individualmente, a partir de tubulação que desempenhe função similar à de uma
coluna de distribuição, deve ser prevista uma proteção contra refluxo de água da instalação
predial de água fria de cada edifício para a referida tubulação. A NBR 5626/98 recomenda
um dispositivo de prevenção ao refluxo do tipo conjunto combinado de válvula de retenção e
quebrador de vácuo, ou outro similar, conforme a Figura 3.18.

3.5.4 – Barrilete

O barrilete é o encanamento que liga entre si as duas ou mais células do


reservatório inferior, ou dois ou mais reservatórios superiores, e do qual partem ramificações
para as colunas de distribuição. Com isto se evita fazer a ligação de uma quantidade grande
de encanamentos diretamente ao reservatório, o que é inconveniente, pois o excesso de
perfurações no reservatório, pode comprometer a impermeabilização. Também seria anti-
econômico (excesso de registros, tubulações e serviços), bem como, em princípio, cada
coluna se ligaria a apenas uma célula do reservatório.
O barrilete pode ser de dois tipos: concentrado, (Figura 3.2a) e ramificado, (Figura
3.2b).
O tipo concentrado tem a vantagem de concentrar os registros de operação numa
única área, embora de maiores dimensões, facilitando a segurança e o controle do sistema.
A área, normalmente é fechada, com acesso somente para a pessoa credenciada (porteiro,
zelador, etc.).
O tipo ramificado é mais econômico e possibilita uma quantidade menor de
tubulações próximas do reservatório. Tem o inconveniente de espalhar muito, os registros
das colunas.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [91]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Legenda: Altura mínima da separação


Di = diâmetro interno do ponto de suprimento atmosférica
ou de utilização de água; Di Ymin.
Ymin.= altura mínima da separação (mm) (mm)
atmosférica;
Di ≤ 14 20
L = distância mínima entre o ponto de
suprimento ou de utilização de água e 14 ≤Di ≤ 21 25
qualquer obstáculo próximo a ele. 21 ≤Di ≤ 41 70
41 < Di 2.Di
Lmin.= 3.Di

Figura 3.16 – Esquema de separação atmosférica padronizada.


(Fonte: NBR 5626/98)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[92] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.17 – Esquema de ventilação na coluna.


(Fonte: NBR 5626/98)

Figura 3.18 – Esquema da localização do dispositivo de proteção.


(Fonte: NBR 5626/98)
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [93]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

3.6 – Dimensionamento das tubulações da rede predial de distribuição

3.6.1 – Vazão de dimensionamento

Cada peça de utilização é projetada para funcionar mediante determinada vazão que
não poderá ser menor que a vazão de projeto apresentada no Quadro 3.8.
Para instalações destinadas ao uso normal da água e dotadas de aparelhos
sanitários e peças de utilização usuais, nunca há o caso de se utilizar todas as peças ao
mesmo tempo. Assim, por razões de economia, é usual estabelecer uma demanda
simultânea de água menor do que a máxima possível.
Baseado na experiência foi proposto o método de pesos relativos que permite obter
uma vazão estimada considerando a não simultaneidade de uso dos aparelhos. Esta vazão
pode ser calculada através da seguinte equação:

Q = 0,3. ∑ P (3.13)

Na qual:
Q = vazão estimada (de dimensionamento) no trecho de tubulação considerado, em
litros por segundo;
∑P = soma dos pesos relativos de todas as peças de utilização alimentadas pelo
trecho de tubulação considerado.
Os pesos relativos foram estabelecidos empiricamente em função da vazão de
projeto e são apresentados no Quadro 3.8.
Segundo a NBR 5626/98, o método dos pesos relativos não se aplica quando o uso
é intensivo (como é o caso de cinemas, escolas, quartéis, estádios e outros), onde se torna
necessário estabelecer, para cada caso particular, o padrão de uso e os valores máximos de
demanda.

3.6.2 – Cálculo da perda de carga

3.6.2.1 – Perda de carga distribuída

A NBR 5626/98, recomenda que o cálculo da perda de carga ao longo de um tubo


(perda de carga distribuída) seja feito utilizando a equação universal obtendo-se os valores
das rugosidades junto aos fabricantes dos tubos. Na falta dessa informação, podem ser
utilizadas as expressões de Fair-Whipple-Hsiao.

Equação universal para condutos circulares:

Por: Evaldo Miranda Coiado


[94] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

8. f .L.Q 2
∆hd = 2 5
π .Di .g (3.14)

E a perda de carga unitária:

8. f .Q 2
J= 2 5
π .Di .g (3.15)

Nas quais:
∆hd = perda de carga ao longo do comprimento (L) do tubo em (mca);
L = comprimento do tubo em (m);
Q = vazão em (m3/s);
f = fator de atrito ou coeficiente de perda de carga;
Di= diâmetro interno da tubulação em (m);
J = perda de carga unitária em (mca/m).

O fator de atrito (f) pode ser calculado utilizando a equação de Swamee (1993), para
todos os regimes de escoamento (laminar, turbulento hidraulicamente liso, transição, e
turbulento hidraulicamente rugoso):

0 ,125
 64 8   e 5,74   2500   
6 −16
 
f =   + 9,5.ln + 0,9  −     (3.16)
 Re    3,7.Di Re   Re   

Na qual:
e = rugosidade absoluta da tubulação;
Di= diâmetro interno da tubulação em;
Re = número de Reynolds, dado por:

4.Q
Re = (3.17)
π .Di .υ
Na qual:
Q = vazão;
Di = diâmetro interno da tubulação;
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [95]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

ν = viscosidade cinemática da água à temperatura de utilização. Valores


apresentados no Quadro 3.9 em função da temperatura.

Equações de Fair-Whipple-Hsiao:

Para tubos rugosos (tubos de aço-carbono, galvanizado ou não):

Q1,88
J = 20,2 x10 5. (3.18)
Di4,88

Para tubos lisos (tubos de plástico, cobre ou liga de cobre):

Q1,75
J = 8,69 x10 5. (3.19)
Di4, 75

Nas quais:
J = perda de carga unitária, em metros coluna de água por metro (mca/m);
Q = vazão em (L/s);
Di = diâmetro interno do tubo em (mm).

Como as pressões requeridas nos pontos de utilização são expressas em kPa


(quilopascal), então é usual transformar a perda de carga unitária, expressa em (mca), para
(kPa), utilizando a relação:

1 mca = 10 kPa (3.20)

3.6.2.2 – Perdas de carga singulares ou localizadas

As perdas de carga nas conexões que ligam os tubos, formando as tubulações, deve
ser expressa em termos de comprimento equivalentes desses tubos. Os Quadros 3.10 a
3.14 apresentam esses comprimentos.

3.6.2.2.1 – Perdas de carga nos registros

Segundo a NBR 5626/98, os registros de fechamento (gaveta, globo), geralmente


utilizados na condição de passagem plena, apresentam perdas de carga pequenas que
podem ser desprezadas. Por outro lado, os registros de utilização (pressão) apresentam
perdas de carga elevadas que devem ser consideradas. A perda de carga em registro de
pressão pode ser obtida através do método dos comprimentos equivalentes ou calculada
através da seguinte equação:

Por: Evaldo Miranda Coiado


[96] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Q2
∆hreg . = 8.105.K . (3.21)
π 2 .Di4

Na qual:
∆hreg.= perda de carga no registro em (mca);
K = coeficiente de perda de carga do registro (consultar NBR 10071);
Q = vazão estimada em (L/s);
Di = diâmetro interno da tubulação, em (mm).

3.6.2.2.2 – Perdas de carga em hidrômetros

As perdas de carga em hidrômetros podem ser estimadas empregando-se a


seguinte equação:

2
 Q 
∆hhid . = 129,6.  (3.22)
 Qmax 

Na qual:
∆hhid. = perda de carga no hidrômetro em (mca);
Q = vazão estimada em (L/s);
Qmax. = vazão máxima especificada para o hidrômetro, em (m3/h) (consultar Quadro
3.15).

3.6.2.3 – Perda de carga total

A perda de carga total é igual a soma das perdas de carga distribuídas mais as
localizadas dada por:

∆hT = ∑∆hd + ∑∆hl (3.23)

Na qual:
∆hT = perda de carga total na tubulação considerada;
∑∆hd = somatória das perdas de carga distribuídas;
∑∆hl = somatória das perdas localizadas.

Ou

∆hT = J. (∑L + ∑Le) (3.24)

Na qual:
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [97]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

J = perda de carga unitária em (mca/m);


∑L = somatória dos comprimentos reais da tubulação considerada;
∑Le = somatória dos comprimentos equivalentes.

A soma, dos comprimentos reais e comprimentos equivalentes, resulta num


comprimento virtual dado por:

Lv = (∑L + ∑Le) (3.25)

Portanto, também. a perda de carga total pode ser expressa por:

∆hT = J. Lv (3.26)

3.6.3 – Velocidade máxima da água

A NBR 5626/98 estabelece que as tubulações da água, em qualquer trecho de


tubulação, não atinja valores superiores a 3 m/s.

3.6.4 – Pressões mínimas e máximas

A NBR 5626/98 estabelece que, em condições dinâmicas (com escoamento), a


pressão da água nos pontos de utilização deve ser estabelecida de modo a garantir a vazão
de projeto indicada no Quadro 3.8 e o bom funcionamento da peça de utilização e de
aparelho sanitário. Em qualquer caso, a pressão não deve ser inferior a 10 kPa ( 1 mca),
com exceção do ponto da caixa de descarga onde a pressão pode ser menor do que este
valor, até um mínimo de 5 kPa (0,5 mca), e do ponto da válvula de descarga para bacia
sanitária onde a pressão não deve ser inferior a 15 kPa (1,5 mca).
A NBR 5626/98 estabelece que, em qualquer ponto da rede predial de distribuição, a
pressão da água em condições dinâmicas (com escoamento) não deve ser inferior a 5 kPa
(0,5 mca), e que a pressão máxima, em condições estáticas (sem escoamento), não deva
superior a 400 kPa (40 mca). As sobrepressões devidas a transientes hidráulicas são
admitidas, desde que não superem o valor de 200 kPa (20 mca).
Em edifícios de diversos pavimentos em que a rede predial de distribuição é
alimentada por gravidade a partir de um reservatório superior, a pressão da água pode ser
limitada a 400 kPa (40 mca) utilizando uma das alternativas apresentadas na Figura 3.19.
Do ponto de vista prático a Alternativa B é a mais interessante, já que havendo
necessidade de uma regulagem na válvula, não é necessário incomodar morador ou
ocupante de andar intermediário.
Nos Detalhes A e B, acham-se indicados:
• (1) = válvula automática de redução de pressão, sempre instalada em
posição vertical (em trecho horizontal da tubulação);
• (2) = manômetro para ajustagem da pressão de saída;

Por: Evaldo Miranda Coiado


[98] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

• (3) = registro de globo ou gaveta para drenagem da linha;


• (4) = uniões, para permitir a desmontagem das peças;
• (5) = desvios (by-pass), para evitar a interrupção do suprimento de água à
coluna durante a manutenção ou reparos;
• (6) = registros de gaveta, normalmente abertos;
• (7) = registro de gaveta, normalmente fechado.

Figura 3.19 – Posições de válvulas redutoras de pressão.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [99]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

3.6.5 – Dimensionamento dos sub - ramais, ramais, colunas e barriletes

No dimensionamento dos diferentes trechos do sistema predial de distribuição de


água devem-se levar em considerações os cinco princípios básicos seguintes:
1) Atendimento às vazões exigidas nos pontos de utilização dos
aparelhos/equipamentos apresentados no Quadro 3.8;
2) Atendimento aos diâmetros mínimos para os sub – ramais, em função dos
aparelhos/equipamentos a serem instalados, os quais encontram-se no
Quadro 3.16;
3) Econômico, utilizar o menor diâmetro possível para a vazão estimada de
dimensionamento (para os ramais, colunas, e barriletes), e vazão de projeto
(para os sub – ramais);
4) Atendimento à NBR 5626/98 em relação à velocidade máxima permitida (Vmax
= 3 m/s);
5) Atendimento à NBR 5626/98 em relação às pressões dinâmicas mínimas e
estáticas máximas.
Conhecendo-se a vazão estimada de dimensionamento nos diferentes trechos do
sistema, pode-se efetuar o pré-dimensionamento dos mesmos, uma vez que, pela equação
da continuidade tem-se:

π .Dmin
2
Qed = .
.Vmax . (3.27)
4
Na qual:
Qed = vazão estimada de dimensionamento (m3/s);
Dmin. = menor diâmetro interno possível tal que a velocidade média de escoamento
não ultrapasse o valor de 3,0 m/s;
Vmax = limite superior admitido para a velocidade média. A NBR 5626/98 estabelece
(Vmax = 3m/s).

Assim, pode-se determinar o valor máximo da vazão estimada para cada diâmetro
da tubulação utilizando a seguinte expressão.

Qed = 2,356.Dmin
2
(3.28)

O Quadro 3.17, apresenta os valores máximos da vazão estimada e das somas dos
pesos relativos permitidas para cada diâmetro de tubos de aço galvanizado ou PVC.
Portanto, a utilização deste Quadro atende a NBR 5626/98 no que diz respeito à velocidade
máxima permitida e ao princípio econômico (de mínimo diâmetro).

Por: Evaldo Miranda Coiado


[100] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

O passo seguinte é processar os cálculos de modo a atender aos diâmetros mínimos


para os sub – ramais em função dos aparelhos sanitários/peça de utilização, Quadro 3.16, e
às pressões dinâmicas mínimas estabelecidas pela NBR 5626/98.

3.6.5.1 – Pré-dimensionamento dos sub - ramais

Cada sub-ramal é dimensionado a partir da vazão de projeto obtido no Quadro 3.8 a


partir do aparelho sanitário/peça de utilização. Com a vazão de projeto estabelece-se o
diâmetro mínimo utilizando os Quadros 3.16 e 3.17.

3.6.5.2 – Pré-dimensionamento dos ramais

Para cada ramal faz-se a soma dos pesos relativos dos aparelhos sanitários/peças
alimentados pelo referido ramal (mais de um aparelho). Utilizando a Equação 3.13 calcula-se
a vazão estimada. Com esta vazão ou com a própria soma dos pesos relativas obtém-se, do
Quadro 3.17, o diâmetro mínimo.

3.6.5.3 – Pré-dimensionamento das colunas

Para cada trecho da coluna considerada faz-se a soma dos pesos relativos dos
aparelhos sanitários/peças alimentados pelo referido trecho. Utilizando a Equação 3.13
calcula-se a vazão estimada. Com esta vazão ou com a própria soma dos pesos relativas
obtém-se, do Quadro 3.17, o diâmetro mínimo.

3.6.5. 4 – Pré-dimensionamento dos barriletes

Para cada trecho do barrilete faz-se a soma dos pesos relativos dos aparelhos
sanitários/peças alimentados pelo referido trecho. Utilizando a Equação 3.13 calcula-se a
vazão estimada. Com esta vazão ou com a própria soma dos pesos relativas obtém-se, do
Quadro 3.17, o diâmetro mínimo.

3.6.5.5 – Dimensionamento de modo a atender às pressões dinâmicas mínimas nos


pontos de utilização da água fria

Os pré-dimensionamentos feitos atenderam os quatro primeiros princípios


apresentados. Para atender o quinto princípio (atendimento da NBR 5626/98 quanto às
pressões dinâmicas mínimas nos pontos de utilização da água fria) existem duas
alternativas.
Uma das alternativas é manter toda a instalação com os diâmetros obtidos no pré-
dimensionamento. Esta solução resultará no menor custo da tubulação. Por outro lado, será
necessário um reservatório muito alto, o que elevará muito o custo do reservatório, e
indesejável esteticamente.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [101]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

A outra alternativa é fixar uma cota para o nível mínimo da água armazenada no
reservatório, e ir aumentando convenientemente os diâmetros dos vários trechos da
instalação predial, a partir dos diâmetros mínimos obtidos no pré-dimensionamento, de modo
a atender as pressões dinâmicas mínimas nos pontos de utilização da água fria por meio da
redução das perdas de carga. Esta solução é a usualmente adotada, e estabelecida pela
NBR 5626/98. A seguir é apresentada no Quadro 3.1 a rotina para o dimensionamento das
tubulações, orientando a utilização da planilha eletrônica da “Microsoft Excel”, Quadro 3.2.

3.6.5.6 – Verificação das pressões mínimas necessárias

A pressão dinâmica disponível a montante em um trecho qualquer é obtida utilizando


a seguinte equação:

Pmon Pjus
= ± Z + ∆hT (3.29)
γ γ
Na qual:
Pmon = pressão dinâmica efetiva a montante do trecho considerado;
Pjus = pressão dinâmica efetiva a jusante do trecho considerado;
∆hT = perda de carga total entre os pontos que definem o trecho;
Z = diferença de cotas geométricas dos pontos que definem o trecho:

Descendo: o valor de Z é negativo Subindo: o valor de Z é positivo

Ou

Pjus Pmon
= ± Z − ∆hT (3.30)
γ γ

Descendo: o valor de Z é positivo Subindo: o valor de Z é negativo

Para trecho horizontal, Z = 0.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[102] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.1 – Rotina para dimensionamento das tubulações.


(Uso da Planilha Eletrônica Microsoft Excel)
Quadro 3.2
ColunaLinha2
Passos Atividade Coluna
Equações
Planilha Excell
Preparar o esquema isométrico da rede e numerar seqüencialmente cada

nó ou ponto de utilização desde o reservatório.
2º Introduzir a identificação de cada trecho da rede. A A preencher
Determinar a soma dos pesos relativos de cada trecho (se ramal, coluna,
3º B A preencher
barrilete) ou vazão de projeto (se sub-ramal).
Calcular para cada trecho a vazão estimada, em litros por segundos (se Se sub-ramal: =B2
4º C
ramal, coluna, barrilete) ou repetir vazão de projeto (se ramais). Outros: = (0,3*B2^0,5)
3
5º Transformar vazão em (m /s). D =C2/1000
Partindo da origem de montante da rede, calcular o diâmetro interno da
=(((4*D2)/(3*3,1416))^0,5)*1000
6º tubulação de cada trecho, (em mm), considerando que a velocidade da E
água não deva ser superior a 3 m/s.
Selecionar o diâmetro interno comercial imediatamente superior ao diâmetro
7º F A preencher
calculado no passo 6º.
A preencher:
Determinar a diferença de cotas entre a entrada e saída de cada trecho,
Trecho horizontal: valor zero
8º considerando positiva quando a entrada tem cota superior à da saída e G
Descendo sinal positivo(+)
negativa em caso contrário.
Subindo sinal negativo (-)
9º Medir o comprimento real do tubo que compõe cada trecho considerado. H A preencher
Determinar a soma dos comprimentos equivalentes das conexões de cada
10º I A prrencher
trecho.
11º Determinar o comprimento virtual de cada trecho. J =(H+I)
Para PVC ou cobre:
=(869000*(C2^1,75))/(F^4,75))
12º Determinar a perda de carga unitária de cada trecho. K
Para Aço Galvanizado:
=(2020000*(C2^1,88))/(F^4,88))
Continua...

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [103]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

...Continuação
Obter a perda de carga total de cada trecho, pela multiplicação das colunas
13º L =J2*K2
(11) e (12).
O primeiro trecho faz a conexão entre o reservatório e o barrilete. A pressão
14º de montante será igual à a altura da coluna de água acima do início desse M A preencher
trecho.
Determinar a pressão disponível a jusante de cada trecho, subtraindo da
15º pressão disponível de montante, coluna 14, a perda de carga total, coluna N =M2+G2-L2
(13), e somando o desnível Z, coluna (8).
Se a pressão disponível a jusante do trecho for menor que a pressão requerida no ponto de utilização, ou se a pressão for negativa,
16º
aumentar, gradativamente o diâmetro interno comercial do trecho, corrigindo somente os comprimentos equivalentes.

Quadro 3.2 – Modelo de planilha eletrônica de cálculos.


Coluna/
A B C D E F G H I J K L M N
Linha
Desní-
Q Q Di-ca Di-co Lr Le Lv J ∆HT Pmon Pjus
Pesos vel
1 Trecho
/vazões 3 (Z)
(L/s) (m /s) (mm) (mm) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (mca) (mca)
(m)
2
3
4
5
6
7
Di-ca = diâmetro interno calculado Lr = comprimento real
Di-co. = diâmetro interno comercial Le = comprimentos equivalentes às perdas localizadas
Lv = comprimento virtual ou total.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[104] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Exemplo prático 3.6

Dimensione o barrilete, as colunas, os ramais e os sub-ramais do esquema mostrado na


Figura 3.20. A coluna 1 alimentará 10 banheiros sobrepostos e a coluna 2 alimentará 10
cozinhas sobrepostas de um prédio de apartamentos residencial. A tubulação será de PVC.

Figura 3.20 – Esquema de um sistema predial de água fria (parcial).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [105]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Solução:
Considerando a pressão estática ou dinâmica efetivas, o ponto desfavorável é o do
chuveiro localizado no último pavimento (10º andar). Portanto, deve-se iniciar o
dimensionamento tal que se tenha nesse ponto uma pressão dinâmica efetiva (pressão
disponível) igual ou superior a 1,0 mca.
O caminhamento inicia no ponto (1), localizado no reservatório, e vai até o ponto (6),
localizado na entrada do chuveiro.
Organiza-se uma planilha eletrônica de cálculos seguindo os passos apresentados
no Quadro (3.1), segundo o modelo do (Quadro 3.2).
Para melhor entendimento da seqüência de cálculo, foram mantidas todas as etapas
de dimensionamento, denominadas de “Tentativas”.

1º) Tentativa 1 – Dimensionamento do banheiro desfavorável:

Na Tentativa 1, ver Quando (3.3A), o banheiro contendo o ponto desfavorável


(chuveiro), foi dimensionado considerando o diâmetro mínimo, exigido para cada trecho, de
modo que a velocidade máxima de escoamento não ultrapasse 3,0 m/s.
Na seqüência são apresentadas as etapas de preenchimento do Quadro 3.3A –
Tentativa 1 – Dimensionamento do banheiro desfavorável.
No esquema da Figura 3.20, o trecho (1-2) alimentará as colunas (1) e (2). A coluna
(1), por sua vez, alimentará os 10 banheiros sobrepostos, e a coluna (2) as 10 cozinhas
sobrepostas. O trecho (2-3) alimentará 10 banheiros sobrepostos, (∑Pe=10x1,1=11,0). O
trecho (3-4) alimentará todas as peças de utilização de um banheiro, (∑Pe=1,1). Os trechos
(4-5) e (5-6) são sub-ramais, e alimentarão somente o chuveiro, (Qp=0,20 L/s). O trecho (4-
7) alimentará o bidê, a bacia sanitária com caixa de descarga, e o lavatório, (∑Pe= 0,7). O
trecho (7-8) alimentará a bacia sanitária com caixa de descarga e o lavatório, (∑Pe=0,6). E
finalmente, o trecho (8-9), é um sub-ramal, e alimentará somente o lavatório, (Qp = 0,15 L/s).

Levantamento dos pesos relativos nos pontos de utilização. (Valores tirados do Quadro 3.8):

Peça de utilização Coluna (1) Coluna (2)


Chuveiro ou ducha (CH/DU) 0,4
Bidê (Bi) 0,1
Bacia sanitária com caixa de descarga (BS/CX) 0,3
Lavatório (LAV) 0,3
Pia torneira ou misturador (PIA) 0,7
Lavadora de pratos (MLP) 1,0
∑Pesos parciais = 1,1 1,7
∑Pesos totais = 10.(1,1+1,7) = 28

Por: Evaldo Miranda Coiado


[106] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Pesos relativos e vazões de projeto:

Trecho 1-2 2-3 3-4 4-5 5-6 4-7 7-8 8-9


∑Pe 28,0 11,0 1,1 0,7 0,60
Qp (L/s) 0,20 0,20 0,15

Comprimentos equivalentes:

Para o levantamento dos comprimentos equivalentes às perdas de carga localizadas


de cada trecho recomenda-se o seguinte procedimento:
a) Seguindo o sentido de escoamento, o comprimento equivalente da última peça do
trecho considerado será computado para o/s trecho/s seguinte/s. Portanto, qualquer trecho
sempre terá uma peça inicial.
b) Quando de um trecho derivar dois ou mais trechos computar-se-á para cada um
dos trechos um comprimento equivalente da peça inicial.
c) Para os trechos finais do sistema, (sub-ramais), sempre será computado o
comprimento equivalente da última peça. Portanto nesses casos serão computados os
comprimentos equivalentes de uma peça inicial e de uma peça final.
Para efeito de ilustração considere o exemplo mostrado na Figura 3.21.
Trecho AB: Para esse trecho deverão ser considerados os comprimentos equivalentes das
seguintes peças: Uma entrada de borda de 1”; um registro de gaveta aberto de 1”; e um
joelho de 900 de 1”.
Trecho BC: Para esse trecho deverão ser considerados os comprimentos equivalentes das
seguintes peças: Um Tê 900 saída de lado de 1/2”; e um joelho de 900 de 1/2”.
Trecho BD: Para esse trecho deverão ser considerados os comprimentos equivalentes das
seguintes peças: Um Tê 900 passagem direta de 3/4”; e dois joelhos de 900 de 3/4”

Figura 3.21 – Exemplo para ilustrar o procedimento de levantamento dos comprimentos


equivalentes às perdas localizadas.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [107]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Aplicando, os procedimentos ilustrados no exemplo da Figura 3.21, ao Exemplo


prático 3.6, Quadro 3.3A – Tentativa 1, resulta:

Trecho (1-2):
Singularidades (peças) Le (m)
Uma entrada de borda de Di = 27,8 mm (Ref. = 1”; DE = 32 mm) 1,2
Um joelho de 900 de Di = 27,8 mm (Ref. = 1”; DE = 32 mm) 1,5
Dois Tês 900 saída de lado de Di = 27,8 mm (Ref. = 1”; DE = 32 mm) 6,2
Um registro de gaveta aberto de 1” 0,3
∑Le = 9,2
Trecho (2-3):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Te de 900 saída de lado de Di = 21,6 mm (Ref. = 3/4”; DE =25 mm) 2,4
∑Le = 2,4
Trecho (3-4):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 saída de lado de Di = 17,0 mm (Ref. = 1/2”; DE = 20 mm) 2,3
Dois joelhos de 900 de Di = 17,0 mm (Ref. = 1/2”; DE = 20 mm) 2,2
Um registro de gaveta aberto de 1/2” 0,1
∑Le = 4,6
Trecho (4-5):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 saída de lado de Di = 17,0 mm (Ref. = 1/2”; DE = 20 mm) 2,3
Um joelho de 900 de Di = 17,0 mm (Ref. = 1/2”; DE = 20 mm) 1,1
Um registro de pressão de 1/2” 11,1
∑Le = 14,5
Trecho (5-6):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 saída de lado de Di = 17,0 mm (Ref. = 1/2”; DE = 20 mm) 2,3
Um joelho de 900 de Di = 17,0 mm (Ref. = 1/2”; DE = 20 mm) 1,1
∑Le = 3,4
Trecho (4-7):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 passagem direta de Di = 17,0 mm (Ref. = 1/2”; DE = 20 mm) 0,7
∑Le = 0,7
Trecho (7-8):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 passagem direta de Di = 17,0 mm (Ref. = 1/2”; DE = 20 mm) 0,7
∑Le = 0,7

Por: Evaldo Miranda Coiado


[108] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Trecho (8-9):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 passagem direta de Di = 17,0 mm (Ref. = 1/2”; DE = 20 mm) 0,7
Dois joelhos de 900 de Di = 17,0 mm (Ref. = 1/2”; DE = 20 mm) 2,2
∑Le = 2,9

Análise da Tentativa 1 – Dimensionamento do banheiro desfavorável:

Verifica-se no Quadro 3.3A, que se manter em todos os trechos os diâmetros


mínimos, tal que a velocidade de escoamento não ultrapasse os 3 m/s, têm-se pressões
dinâmicas efetivas (pressões disponíveis) negativas a jusantes de todos os trechos.
Portanto, o passo seguinte será aumentar gradativamente os diâmetros comerciais de
trechos estratégicos, por exemplo os dos trechos (1-2), (2-3), (3-4), (4-5), e (5-6).

2º) Tentativa 2 – Dimensionamento do banheiro desfavorável:

Na tentativa 2, o diâmetro comercial do trecho (1-2) foi aumentado de (1”;


Di=27,8mm; DE32mm) para (1.1/2”; Di=44,0mm; DE50mm). Os diâmetros comerciais dos
trechos (2-3), (3-4), (4-5), e (5-6), foram aumentados para os diâmetros comerciais
imediatamente superiores. Na Planilha Eletrônica Excel, que resultou o Quadro 3.3B, os
únicos parâmetros alterados foram os diâmetros internos dos trechos citados e os
correspondentes comprimentos equivalentes às perdas localizadas. Os demais parâmetros
foram calculados automaticamente.

Trecho (1-2):
Singularidades (peças) Le (m)
Uma entrada de borda de Di = 44,0 mm (Ref. = 1.1/2”; DE = 50 mm) 2,3
Um joelho de 900 de Di = 44,0 mm (Ref. = 1.1/2”; DE = 50 mm) 3,2
Dois Tês 900 saída de lado de Di = 44 mm (Ref. = 1.1/2”; DE = 50 mm) 14,6
Um registro de gaveta aberto de 1.1/2” 0,7
∑Le = 20,8
Trecho (2-3):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Te de 900 saída de lado de Di = 27,8 mm (Ref. = 1”; DE =32 mm) 3,1
∑Le = 3,1
Trecho (3-4):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 saída de lado de Di = 21,6 mm (Ref. = 3/4”; DE = 25 mm) 2,4
Dois joelhos de 900 de Di = 21,6 mm (Ref. = 3/4”; DE = 25 mm) 2,4
Um registro de gaveta aberto de 3/4” 0,2
∑Le = 5,0

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [109]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Trecho (4-5):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 saída de lado de Di = 21,6 mm (Ref. = 3/4”; DE = 25 mm) 2,4
Um joelho de 900 de Di = 21,6 mm (Ref. = 3/4”; DE = 25 mm) 1,2
Um registro de pressão de 3/4” 11,4
∑Le = 15,0
Trecho (5-6):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 saída de lado de Di = 21,6 mm (Ref. = 3/4”; DE = 25 mm) 2,4
Um joelho de 900 de Di = 21,6 mm (Ref. = 3/4”; DE = 25 mm) 1,2
∑Le = 3,6

Análise da Tentativa 2 – Dimensionamento do banheiro desfavorável:

Verifica-se no Quadro 3.3B, que nesta tentativa, todas as pressões disponíveis, a


jusante dos trechos, assumiram valores positivos, no entanto, a pressão disponível no
chuveiro, (posição a jusante do trecho 5-6) ainda é inferior a 1,0 mca, (segundo norma, a
pressão mínima nos chuveiros deve ser igual ou superior a este valor). Assim, na Tentativa
3, os diâmetros comerciais dos trechos (1-2) e (2-3) foram aumentados novamente.

3º) Tentativa 3 – Dimensionamento do banheiro desfavorável:

Nesta tentativa o diâmetro comercial de referência do trecho (1-2) foi aumentado de


(1.1/2”) para (2”), e o do trecho (2-3) de (1”) para 1.1/2”). Na Planilha Eletrônica Excel, que
gerou o Quadro 3.3C, os únicos valores alterados foram os diâmetros internos destes dois
trechos e os correspondentes comprimentos às perdas localizados.

Trecho (1-2):
Singularidades (peças) Le (m)
Uma entrada de borda de Di = 53,4 mm (Ref. = 2”; DE = 60 mm) 2,8
Um joelho de 900 de Di = 53,4 mm (Ref. = 2”; DE = 60 mm) 3,4
Dois Tês 900 saída de lado de Di = 53,4 mm (Ref. = 2”; DE = 60 mm) 15,2
Um registro de gaveta aberto de 2” 0,8
∑Le = 22,2

Trecho (2-3):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Te de 900 saída de lado de Di = 44mm (Ref. = 1.1/2”; DE = 50 mm) 7,3
∑Le = 7,3

Análise da Tentativa 3 – Dimensionamento do banheiro desfavorável:

Por: Evaldo Miranda Coiado


[110] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Observa-se no Quadro 3.3C, que ao fazer as alterações mencionadas na tentativa 3,


a pressão disponível no chuveiro atingiu o valor de 1,33 mca, maior que o valor mínimo
exigido pela norma (1,0 mca). Portanto, o banheiro desfavorável, situado no 10º andar, deve
ter os diâmetros apresentados no Quadro 3.3C.

Dimensionamento do banheiro de 1/2 polegada:

Nas tentativas de 1 a 3 obtiveram-se os diâmetros mínimos para se atender a


pressão disponível mínima de 1,0 mca no chuveiro desfavorável do 100 andar.
No sistema indireto por gravidade, sabe-se que à medida que se vai descendo há
um ganho de pressão, (transformação de energia potencial de posição em energia potencial
de pressão), podendo com isto reduzir os diâmetros de cada trecho, desde que as
velocidades não ultrapassem o valor de 3,0 m/s.
Assim, dependendo da posição do banheiro, entre os sobrepostos, a tubulação
poderá ser toda de meia polegada, (consulte Quadro 3.16: todos os pontos de utilização do
banheiro admitem diâmetro de referencia mínimo de 1/2”) Para isto, é necessário que se
calcule a pressão mínima necessária no Tê de derivação da coluna de alimentação;
posições de 10 a 18, da Figura 3.20, tal que se tenha no chuveiro uma pressão disponível
igual ou superior a 1,0 mca.
No Quadro 3.3D, são apresentados os cálculos considerando um banheiro com a
tubulação toda de 1/2”.
Utilizando-se da mesma Planilha Eletrônica Excel, e mantendo os diâmetros
comerciais dos trechos (1-2) e (2-3), obtidos na Tentativa 3, os diâmetros comerciais de
todos os trechos do banheiro foram substituídos pelo interno correspondente à meia
polegada.
A seguir, foi aumentando a pressão disponível a montante do trecho (1-2), até obter
no chuveiro uma pressão disponível igual ou superior a 1,0 mca. Para esta situação, verifica-
se no Quadro 3.3D que a pressão no Tê de derivação, posição a jusante do trecho (2-3),
dever ser igual ou superior a 3,72 mca. Esta situação somente é possível se aumentar a cota
do nível mínimo do reservatório ou se mudar de andar no sentido descendente.
Com este procedimento, após o dimensionamento dos trechos da Coluna (1), é
possível definir a partir de que andar os banheiros podem ser de meia polegada.

Dimensionamento da Coluna 1:

No Quadro 3.3E, é apresentado o dimensionamento dos diâmetros internos dos


trechos que constituem a Coluna 1. O dimensionamento inicia-se a partir dos valores
correspondentes aos trechos (1-2) e (2-3) definidos na Tentativa 3, Quadro 3.3C.
No cálculo da vazão de dimensionamento é necessário obter, para cada trecho da
Coluna (1) a somatória dos pesos relativos. Assim, o trecho (2-3) alimentará 10 banheiros
sobrepostos resultando: ∑Pe=11,0. O trecho (3-10) alimentará 9 banheiros sobrepostos
resultando: ∑Pe=9,9. O trecho (10-11) alimentará 8 banheiros sobrepostos resultando:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [111]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

∑Pe=8,8. Ou seja, à medida que se vai descendo há um decréscimo de 1,1 pesos relativos
por andar.
Em relação aos comprimentos equivalentes, segue o mesmo procedimento
apresentado anteriormente. Neste caso, considera-se, para cada trecho, apenas o
comprimento equivalente correspondente ao Tê de 900 passagem direta.
Uma vez que os pontos de utilização alimentados pela Coluna 1, (ver Quadro 3.16),
admitem diâmetros internos mínimos correspondentes ao diâmetro de referencia de meia
polegada, então, o diâmetro interno mínimo desta coluna poderá ser reduzido até o
correspondente ao de meia polegada.

Análise do dimensionamento da Coluna 1:

Verifica-se no Quadro 3.3E, que a partir do trecho (14-15), localizado no 4º andar, a


tubulação passa a ter o diâmetro interno mínimo de 17 mm (Ref.: 1/2”).
A partir do 9º andar, a pressão disponível, no Tê de derivação, localizado a jusante
do trecho (3-10), já alcança o valor de 3,85 mca, superior ao mínimo de 3,72 mca exigido
para banheiros de meia polegada. Portanto, somente a tubulação do banheiro do 10º andar
terá os diâmetros dimensionados e apresentados na Tentativa 3, Quadro 3.3C. Os demais
banheiros serão constituídos por tubulação de meia polegada.

Dimensionamento da cozinha:

O diâmetro do trecho (1-2) já foi definido ao dimensionar o banheiro desfavorável,


localizado no 10º andar. Portanto, o dimensionamento, do trecho (2-19) e dos trechos da
cozinha, deve iniciar a partir do diâmetro interno estabelecido para o trecho (1-2), uma vez
que a pressão disponível de jusante deste trecho já está fixada.

1º) Tentativa 1 - Dimensionamento da cozinha:

Nesta tentativa, ver Quando (3.3F), a cozinha foi dimensionada considerando o


diâmetro mínimo, exigido para cada trecho, de modo que a velocidade máxima de
escoamento não ultrapasse 3,0 m/s, e atenda também os diâmetros mínimos em função do
ponto de utilização, conforme consta no Quadro 3.16.
Consultando o Quadro 3.16, o diâmetro de referência mínimo do sub-ramal que
alimenta a máquina de lavar pratos é 3/4”. Para esse mesmo trecho considerando somente a
exigência da velocidade máxima poderia ser de 1/2”. Então neste caso o diâmetro de
referência mínimo a ser adotado inicialmente será de 3/4”.
Na seqüência são apresentadas as etapas de preenchimento do Quadro 3.3F –
Tentativa 1 – Dimensionamento da cozinha.
No esquema da Figura 3.20, o trecho (2-19) alimentará as 10 cozinhas sobrepostas
conectadas à coluna (2). Cada cozinha é constituída por uma pia, (peso relativo =0,7), e por
uma máquina de lavar pratos, (peso relativo = 1,0).

Por: Evaldo Miranda Coiado


[112] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Levantamento dos pesos relativos nos pontos de utilização. (Valores tirados do Quadro 3.8):

Peça de utilização Coluna (2)


Pia torneira ou misturador (PIA) 0,7
Lavadora de pratos (MLP) 1,0
∑Pesos = 1,7
Para 10 cozinhas ∑Pesos = 17,0

Pesos relativos e vazões de projeto:

Trecho 2-19 19-20 20-21 20-22


∑Pe 17,0 1,7
Qp (L/s) 0,25 0,30

Comprimentos equivalentes:

Trecho (2-19):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 passagem direta de Di = 27,8 mm (Ref. = 1”; DE = 32 mm) 0,9
Um joelho de 900 de Di = 27,8 mm (Ref. = 1”; DE = 32 mm) 1,5
∑Le = 2,4
Trecho (19-20):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 saída de lado de Di = 21,6 mm (Ref. = 3/4”; DE = 25 mm) 2,4
Um registro de gaveta aberto de 3/4” 0,2
∑Le = 2,6
Trecho (20-21):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 saída de lado de Di = 17,0 mm (Ref. = 1/2”; DE = 20 mm) 2,3
Um joelho de 900 de Di = 17,0 mm (Ref. = 1/2”; DE = 20 mm) 1,1
∑Le = 3,4
Trecho (20-22):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 passagem direta de Di = 21,6 mm (Ref. = 3/4”; DE = 25 mm) 0,8
Dois joelhos de 900 de Di = 21,6 mm (Ref. = 3/4”; DE = 25 mm) 2,4
∑Le = 3,2

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [113]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Análise da Tentativa 1 - Dimensionamento da cozinha:


A NBR 5626/98 estabelece que, em qualquer ponto do sistema predial de água fria a
pressão da água em condições dinâmicas não deve ser inferior a 0,5 mca. Verifica-se no
Quadro 3.3F pressões dinâmicas negativas a jusante dos trechos (2-19) e (19-20).

2º) Tentativa 2 - Dimensionamento da cozinha:

Visando aumentar as pressões à jusante dos trechos (2-19) e (19-20), nesta


tentativa, o diâmetro interno do trecho (2-19) foi aumentado para 35,2 mm (1.1/4”). Como
pode ser visto no Quadro 3.3G, as únicas alterações feitas, em relação à tentativa 1, foi o
aumento do diâmetro do trecho (2-19) e a correção dos comprimentos equivalentes às
perdas localizadas.

Trecho (2-19):
Singularidades (peças) Le (m)
Um Tê 900 passagem direta de Di = 35,2 mm (Ref. = 1.1/4”; DE = 40 mm) 1,5
Um joelho de 900 de Di = 35,2 mm (Ref. = 1.1/4”; DE = 40 mm) 2,0
∑Le = 3,5

Análise da Tentativa 2 - Dimensionamento da cozinha:


Verifica-se no Quadro 3.3G, que ao aumentar o diâmetro interno do trecho (2-19) de
27,8 mm, (Ref.: 1”), para 35,2 mm (Ref.: 1.1/4”) as pressões a jusante de todos os trechos
assumiram pressões dinâmicas efetivas acima de 1,0 mca.
Uma vez que os diâmetros, de todos os trechos que compõem a cozinha do 10º
andar, são os menores possíveis à atender as exigências normativas de pressão e
velocidade, então as cozinhas dos demais andares serão iguais à do 10º andar.

Dimensionamento da Coluna 2:
No Quadro 3.3H, é apresentado o dimensionamento dos diâmetros internos dos
trechos que constituem a Coluna 2. O dimensionamento inicia-se a partir dos valores
correspondentes aos trechos (1-2) e (2-19) definidos, respectivamente, na Tentativa 3 –
Dimensionamento do banheiro desfavorável, Quadro 3.3C, e Tentativa 2 – Dimensionamento
da cozinha, Quando 3.3G.
No cálculo da vazão de dimensionamento é necessário obter, para cada trecho da
Coluna (2) a somatória dos pesos relativos. Assim, o trecho (2-19) alimentará 10 cozinhas
sobrepostas resultando: ∑Pe=17,0. O trecho (19-23) alimentará 9 cozinhas sobrepostas
resultando: ∑Pe=15,3. O trecho (23-24) alimentará 8 cozinhas sobrepostas resultando:
∑Pe=13,60. Ou seja, à medida que se vai descendo há um decréscimo de 1,7 pesos
relativos por andar.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[114] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Em relação aos comprimentos equivalentes, considera-se, para cada trecho, apenas


o comprimento equivalente correspondente ao Tê de 900 passagem direta.
Uma vez que o sub-ramal, que alimenta a máquina de lavar pratos, exige o diâmetro
interno mínimo correspondente ao diâmetro de referencia de (3/4”), então, o diâmetro interno
mínimo desta coluna poderá ser reduzido até o correspondente ao de (3/4”).

Análise do dimensionamento da Coluna 2:

Verifica-se no Quadro 3.3H, que a partir do trecho (24-25), localizado no 7º andar, a


tubulação passa a ter o diâmetro interno mínimo de 21,6 mm (Ref.: 3/4”).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [115]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.3A – Tentativa 1 – Dimensionamento do banheiro desfavorável (10º).


Coluna A B C D E F G H I J K L M N
3
Tre- pesos/ Q (L/s) Q (m /s) Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J (m/m) ∆H Pmont Pjus
Linha
cho vazões (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (mca) (mca) (mca)
2 1-2 28,00 1,59 0,00159 26,0 27,8 1,40 7,60 9,20 16,80 0,26979 4,53 0,00 -3,13
3 2-3 11,00 0,99 0,00099 20,5 21,6 1,30 1,30 2,40 3,70 0,39495 1,46 -3,13 -3,29
4 3-4 1,10 0,31 0,00031 11,6 17,0 1,90 2,70 4,60 7,30 0,16427 1,20 -3,29 -2,59
5 4-5 0,20 0,20 0,00020 9,2 17,0 -1,00 1,10 14,50 15,60 0,07433 1,16 -2,59 -4,75
6 5-6 0,20 0,20 0,00020 9,2 17,0 -0,90 0,90 3,40 4,30 0,07433 0,32 -4,75 -5,97
7 4-7 0,70 0,25 0,00025 10,3 17,0 0,00 0,80 0,70 1,50 0,11061 0,17 -2,59 -2,76
8 7-8 0,60 0,23 0,00023 9,9 17,0 0,00 0,40 0,70 1,10 0,09666 0,11 -2,76 -2,87
9 8-9 0,15 0,15 0,00030 11,3 17,0 -0,40 0,95 2,90 3,85 0,15113 0,58 -2,87 -3,85

Quadro 3.3B – Tentativa 2 – Dimensionamento do banheiro desfavorável (10º).


Coluna A B C D E F G H I J K L M N
3
Tre- pesos/ Q (L/s) Q (m /s) Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J (m/m) ∆H Pmont Pjus
Linha
cho vazões (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (mca) (mca) (mca)
2 1-2 28,00 1,59 0,00159 26,0 44,0 1,40 7,60 20,80 28,40 0,03047 0,87 0,00 0,53
3 2-3 11,00 0,99 0,00099 20,5 27,8 1,30 1,30 3,10 4,40 0,11912 0,52 0,53 1,31
4 3-4 1,10 0,31 0,00031 11,6 21,6 1,90 2,70 5,00 7,70 0,05267 0,41 1,31 2,81
5 4-5 0,20 0,20 0,00020 9,2 21,6 -1,00 1,10 15,00 16,10 0,02383 0,38 2,81 1,42
6 5-6 0,20 0,20 0,00020 9,2 21,6 -0,90 0,90 3,60 4,50 0,02383 0,11 1,42 0,41
7 4-7 0,70 0,25 0,00025 10,3 17,0 0,00 0,80 0,70 1,50 0,11061 0,17 2,81 2,64
8 7-8 0,60 0,23 0,00023 9,9 17,0 0,00 0,40 0,70 1,10 0,09666 0,11 2,64 2,53
9 8-9 0,15 0,15 0,00030 11,3 17,0 -0,40 0,95 2,90 3,85 0,15113 0,58 2,53 1,55

Por: Evaldo Miranda Coiado


[116] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.3C – Tentativa 3 – Dimensionamento do banheiro desfavorável (10º).


Coluna A B C D E F G H I J K L M N
3
Tre- pesos/ Q (L/s) Q (m /s) Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J (m/m) ∆H Pmont Pjus
Linha
cho vazões (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (mca) (mca) (mca)
2 1-2 28,00 1,59 0,00159 26,0 53,4 1,40 7,60 22,20 29,80 0,01215 0,36 0,00 1,04
3 2-3 11,00 0,99 0,00099 20,5 44,0 1,30 1,30 7,30 8,60 0,01345 0,12 1,04 2,22
4 3-4 1,10 0,31 0,00031 11,6 21,6 1,90 2,70 5,00 7,70 0,05267 0,41 2,22 3,72
5 4-5 0,20 0,20 0,00020 9,2 21,6 -1,00 1,10 15,00 16,10 0,02383 0,38 3,72 2,33
6 5-6 0,20 0,20 0,00020 9,2 21,6 -0,90 0,90 3,60 4,50 0,02383 0,11 2,33 1,33
7 4-7 0,70 0,25 0,00025 10,3 17,0 0,00 0,80 0,70 1,50 0,11061 0,17 3,72 3,55
8 7-8 0,60 0,23 0,00023 9,9 17,0 0,00 0,40 0,70 1,10 0,09666 0,11 3,55 3,44
9 8-9 0,15 0,15 0,00030 11,3 17,0 -0,40 0,95 2,90 3,85 0,15113 0,58 3,44 2,46

Quadro 3.3D – Dimensionamento do banheiro de 1/2”.


Coluna A B C D E F G H I J K L M N
3
Tre- pesos/ Q (L/s) Q (m /s) Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J (m/m) ∆H Pmont Pjus
Linha
cho vazões (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (mca) (mca) (mca)
2 1-2 28,00 1,59 0,00159 26,0 53,4 1,40 7,60 22,20 29,80 0,01215 0,36 1,50 2,54
3 2-3 11,00 0,99 0,00099 20,5 44,0 1,30 1,30 7,30 8,60 0,01345 0,12 2,54 3,72
4 3-4 1,10 0,31 0,00031 11,6 17,0 1,90 2,70 4,60 7,30 0,16427 1,20 3,72 4,42
5 4-5 0,20 0,20 0,00020 9,2 17,0 -1,00 1,10 14,50 15,60 0,07433 1,16 4,42 2,26
6 5-6 0,20 0,20 0,00020 9,2 17,0 -0,90 0,90 3,40 4,30 0,07433 0,32 2,26 1,04
7 4-7 0,70 0,25 0,00025 10,3 17,0 0,00 0,80 0,70 1,50 0,11061 0,17 4,42 4,26
8 7-8 0,60 0,23 0,00023 9,9 17,0 0,00 0,40 0,70 1,10 0,09666 0,11 4,26 4,15
9 8-9 0,15 0,15 0,00030 11,3 17,0 -0,40 0,95 2,90 3,85 0,15113 0,58 4,15 3,17

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [117]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.3E – Dimensionamento da Coluna 1.


Coluna A B C D E F G H I J K L M N
3
Tre- pesos/ Q (L/s) Q (m /s) Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J (m/m) ∆H Pmont Pjus
Linha
cho vazões (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (mca) (mca) (mca)
2 1-2 28,00 1,59 0,00159 26,0 53,4 1,40 7,60 22,20 29,80 0,01215 0,36 0,00 1,04
3 2-3 11,00 0,99 0,00099 20,5 44,0 1,30 1,30 7,30 8,60 0,01345 0,12 1,04 2,22
4 3-10 9,9 0,94 0,00094 20,0 21,6 3,00 3,0 0,8 3,80 0,36017 1,37 2,22 3,85
5 10-11 8,8 0,89 0,00089 19,4 21,6 3,00 3,0 0,8 3,80 0,32490 1,23 3,85 5,62
6 11-12 7,7 0,83 0,00083 18,8 21,6 3,00 3,0 0,8 3,80 0,28907 1,10 5,62 7,52
7 12-13 6,6 0,77 0,00077 18,1 21,6 3,00 3,0 0,8 3,80 0,25260 0,96 7,52 9,56
8 13-14 5,5 0,70 0,00070 17,3 21,6 3,00 3,0 0,8 3,80 0,21535 0,82 9,56 11,74
9 14-15 4,4 0,63 0,00063 16,3 17,0 3,00 3,0 0,7 3,70 0,55255 2,04 11,74 12,70
10 15-16 3,3 0,54 0,00054 15,2 17,0 3,00 3,0 0,7 3,70 0,42959 1,59 12,70 14,11
11 16-17 2,2 0,44 0,00044 13,7 17,0 3,00 3,0 0,7 3,70 0,30128 1,11 14,11 15,99
12 17-18 1,1 0,31 0,00031 11,6 17,0 3,00 3,0 0,7 3,70 0,16427 0,61 15,99 18,39

Quadro 3.3F – Tentativa 1 - Dimensionamento da cozinha.


Coluna A B C D E F G H I J K L M N
3
Tre- pesos/ Q (L/s) Q (m /s) Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J (m/m) ∆H Pmont Pjus
Linha
cho vazões (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (mca) (mca) (mca)
2 1-2 28,00 1,59 0,00159 26,0 53,4 1,40 7,60 22,20 29,80 0,01215 0,36 0,00 1,04
3 2-19 17,00 1,24 0,00124 22,9 27,8 1,30 11,30 2,40 13,70 0,17435 2,39 1,04 -0,05
4 19-20 1,70 0,39 0,00039 12,9 21,6 0,00 0,80 2,60 3,40 0,07708 0,26 -0,05 -0,31
5 20-21 0,25 0,25 0,00025 10,3 17,0 1,50 1,50 3,40 4,90 0,10985 0,54 -0,31 0,65
6 20-22 0,30 0,30 0,00030 11,3 21,6 1,90 2,40 3,20 5,60 0,04845 0,27 -0,31 1,32

Por: Evaldo Miranda Coiado


[118] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.3G – Tentativa 2 - Dimensionamento da cozinha.


Coluna A B C D E F G H I J K L M N
3
Tre- pesos/ Q (L/s) Q (m /s) Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J (m/m) ∆H Pmont Pjus
Linha
cho vazões (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (mca) (mca) (mca)
2 1-2 28,00 1,59 0,00159 26,0 53,4 1,40 7,60 22,20 29,80 0,01215 0,36 0,00 1,04
3 2-19 17,00 1,24 0,00124 22,9 35,2 1,30 11,30 3,50 14,80 0,05683 0,84 1,04 1,50
4 19-20 1,70 0,39 0,00039 12,9 21,6 0,00 0,80 2,60 3,40 0,07708 0,26 1,50 1,23
5 20-21 0,25 0,25 0,00025 10,3 17,0 1,50 1,50 3,40 4,90 0,10985 0,54 1,23 2,20
6 20-22 0,30 0,30 0,00030 11,3 21,6 1,90 2,40 3,20 5,60 0,04845 0,27 1,23 2,86

Quadro 3.3H – Dimensionamento da Coluna 2.


Coluna A B C D E F G H I J K L M N
3
Tre- pesos/ Q (L/s) Q (m /s) Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J (m/m) ∆H Pmont Pjus
Linha
cho vazões (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (mca) (mca) (mca)
2 1-2 28,00 1,59 0,00159 26,0 53,4 1,40 7,60 22,20 29,80 0,01215 0,36 0,00 1,04
3 2-19 17,00 1,24 0,00124 22,9 35,2 1,30 11,30 3,50 14,80 0,05683 0,84 1,04 1,50
4 19-23 15,30 1,17 0,00117 22,3 27,8 3,00 3,00 0,90 3,90 0,15899 0,62 1,50 3,88
5 23-24 13,60 1,11 0,00111 21,7 27,8 3,00 3,00 0,90 3,90 0,14342 0,56 3,88 6,32
6 24-25 11,90 1,03 0,00103 21,0 21,6 3,00 3,00 0,80 3,80 0,42309 1,61 6,32 7,71
7 25-26 10,20 0,96 0,00096 20,2 21,6 3,00 3,00 0,80 3,80 0,36970 1,40 7,71 9,31
8 26-27 8,50 0,87 0,00087 19,3 21,6 3,00 3,00 0,80 3,80 0,31519 1,20 9,31 11,11
9 27-28 6,80 0,78 0,00078 18,2 21,6 3,00 3,00 0,80 3,80 0,25928 0,99 11,11 13,12
10 28-29 5,10 0,68 0,00068 17,0 21,6 3,00 3,00 0,80 3,80 0,20158 0,77 13,12 15,36
11 29-30 3,40 0,55 0,00055 15,3 21,6 3,00 3,00 0,80 3,80 0,14137 0,54 15,36 17,82
12 30-31 1,70 0,39 0,00039 12,9 21,6 3,00 3,00 0,80 3,80 0,07708 0,29 17,82 20,53

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [119]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

3.7 – Dimensionamento do sistema de recalque

O recalque de água em edifícios ou outras instalações é normalmente feito por


bombas centrífugas acionadas por motores elétricos. Para o dimensionamento do sistema
de recalque, são necessárias informações básicas, tais como: esquema isométrico do
sistema hidráulico de recalque desde o reservatório inferior até o reservatório superior,
consumo diário do edifício, e número de horas de funcionamento do conjunto moto – bomba.

3.7.1 – Posição da bomba em relação ao nível do reservatório inferior

Dependendo da posição da bomba em relação ao nível do reservatório inferior ela


pode funcionar afogada, quando posicionada abaixo do nível do reservatório, Figura 3.22, ou
não afogada, quando posicionada acima do nível do reservatório, Figura 3.23. Do ponto de
vista operacional a bomba funcionamento afogada é mais vantajosa, porque dispensa o uso
de válvula de pé, o que reduz a perda de carga na linha de sucção diminuindo a
possibilidade de cavitação.

3.7.2 – Potência da bomba e do motor elétrico comercial

Aplicando a equação da energia entre os pontos (0) e (1), das Figuras 3.22 e 3.23, e
considerando como referencial o eixo da bomba tem-se:

V02
P0
et1 = et0 − ∆hs = + ± H s − ∆hs (3.31)
γ 2. g
No caso de se manter os níveis da água nos reservatórios constantes e livres, têm-
se: (P0/γ = 0), e (V02/2.g = 0), resultando:

et1 = ± Hs − ∆hs (3.32)

Na qual:
Hs = altura estática de sucção;
Sinal (+) da altura estática de sucção para bomba afogada;
Sinal (-) da altura estática de sucção para bomba não afogada;
∆hs = perda de carga na linha de sucção.

Aplicando a equação da energia entre os pontos (2) e (3), das Figuras 3.22 e 3.23,
considerando como referencial o eixo da bomba tem-se:

Por: Evaldo Miranda Coiado


[120] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

P3 V32
et 2 = et 3 + ∆hr = + + H r + ∆hr (3.33)
γ 2. g

No caso de se manter os níveis da água nos reservatórios constantes e livres, têm-


se: (P3/γ = 0), e (V32/2.g = 0), resultando:

et 2 = H r + ∆hr (3.34)

Figura 3.22 – Bomba afogada.

A energia que a bomba fornece ao sistema é expressa por:

et2 − et1 = H r + ∆hr m H s + ∆hs (3.35)

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [121]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.23 – Bomba não afogada.

Das Figuras 3.22 e 3.23 tem-se que o desnível entre os reservatórios é dado por:

Bomba afogada :

Hg = Hr - Hs (3.36)

Bomba não afogada:

Hg = Hr + Hs (3.37)

Portanto:
Por: Evaldo Miranda Coiado
[122] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

et2 − et1 = H g + ∆hr + ∆hs = H m (3.38)

3.7.3 - Potência a bomba

γ .Q.(et2 − et1 )
Pb = (3.39)
75.η

ou

γ .Q.H m
Pb = (3.40)
75.η

Na qual:

Pb = potência da bomba, em (CV);


γ = peso específico da água, em (kgf/m3);
Q = vazão, em (m3/s);
η = rendimento da bomba, valor menor que 1,0. Valor fornecido pelo fabricante em
(%) em função da vazão (Q). Exemplo: Figura 3.24.

3.7.4 - Potência do motor elétrico comercial

A potência do motor elétrico é obtida a partir do conhecimento da potência da


bomba. À potência da bomba acrescenta-se uma folga para se chegar na potência do motor
elétrico, ou seja:

Pm = Pb + Folga (3.41)

Na qual:
Pm = potência do motor elétrico;
Pb = potência da bomba;
Folga é tabelada em função da potência da bomba. (consultar Quadro 3.18).
A potência do motor elétrico comercial será obtida do Quadro 3.19, a partir do
conhecimento de (Pm).

3.7.5 - Ponto de funcionamento da instalação de recalque

O ponto de funcionamento da instalação de recalque será o ponto de interseção


entre as curvas características da canalização e da bomba. Figura 3.25.
A função característica da canalização é calculada por:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [123]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

H m = H g + ∆hr + ∆hs (3.42)

8. f r .Lr .Q 2 8. f s .Ls .Q 2
Hm = Hg + + 2 5 (3.43)
π 2 .Dr5 .g π .Ds .g

Ou

Hm = Hh + (Kr + Ks).Q2 (3.44)

Na qual:
8. f r .Lr . 8. f s .Ls
Kr = , e Ks =
π .Dr .g
2 5
π 2 .Ds5 .g

Figura 3.24 – Curvas características de bombas.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[124] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.25 – Ponto de funcionamento da bomba.

3.7.6 – Escolha da bomba

Com os valores da altura manométrica (Hm) e da vazão (Q), deve-se escolher a


bomba que forneça o rendimento máximo.

3.7.7 – Determinação da vazão a ser bombeada

Para a determinação da vazão a ser bombeada são necessários os conhecimentos


do consumo diário de água do edifício, a capacidade do reservatório superior, o modo como
o consumo de água se processa no decorrer das 24 horas diárias, e o tempo durante o qual
a bomba irá funcionar nesse período.
Com base na experiência recomendam-se os seguintes períodos de bombeamento:

Prédios de apartamentos e hotéis: Quatro períodos de 1 hora e 30 minutos cada.


Prédios de escritórios: Três períodos de 1 hora e 30 minutos cada.
Hospitais: Três períodos de 1 hora e 30 minutos cada
Indústrias: Dois períodos de 2 horas cada

3.7.8 – Dimensionamento da linha de recalque

O dimensionamento da linha de recalque é um problema hidraulicamente


indeterminado. Fazendo-se o recalque com velocidades de escoamentos baixos, resulta em
diâmetros relativamente grandes, implicando num custo elevado da tubulação e em menores

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [125]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

dispêndios com as bombas e a energia elétrica, pelo fato de se necessitar alturas


manométricas menores.
Por outro lado, velocidades altas requerem diâmetros menores, de custo mais baixo,
implicando, entretanto, em elevadas perdas de carga e conseqüentemente exigindo maior
dispêndio com os conjuntos elevatórios, consumindo mais energia.
Existirá então um diâmetro conveniente para o qual o custo total da instalação será
mínimo. Este diâmetro é chamado diâmetro econômico, Figura 3.26.
Para instalação com funcionamento contínuo (24 horas) o diâmetro econômico é
pré-dimensionado através da Fórmula de Bresse:

De = K . Q (3.45)

Na qual:
De em (m);
Q em (m3/s);
K varia de 0,7 a 1,6.

No caso de instalações que não são operadas continuamente, foi proposta a fórmula
de Forchheimer:

0 , 25
 nhfd 
De = 1,3.  . Q (3.46)
 24 

Na qual:
De em (m);
Q em (m3/s);
nhfd = número de horas de funcionamento por dia.

3.7.9– Dimensionamento da linha de sucção

Calculado o diâmetro da linha de recalque, adota-se para a linha de sucção o


diâmetro comercial imediatamente superior.

3.8 - Cavitação em bombas

3.8.1 – O fenômeno

Além dos aspectos referentes à natureza do líquido, temperatura etc., a cavitação


está intimamente relacionada à variação de pressão dentro da massa líquida.
Quando um líquido em escoamento passa por uma região de baixa pressão, que
chegue a atingir o nível que corresponde a sua pressão de vaporização, formar-se-ão bolhas
Por: Evaldo Miranda Coiado
[126] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

de vapor que provocam de imediato uma diminuição da massa específica do líquido. Estas
bolhas ou cavidades, sendo arrastadas no seio do escoamento, atingem regiões em que a
pressão reinante é maior que a pressão existente na região onde elas se formaram. Esta
brusca variação de pressão provoca o colapso das bolhas por um processo de implosão.
Este processo de criação e colapso das bolhas é extremamente rápido, chegando à ordem
de centésimos de segundos, conforme constatações efetuadas com auxílio da fotografia.
O desaparecimento destas bolhas ocorrendo junto a uma fronteira sólida, como
paredes das tubulações ou partes rodantes das bombas, provoca um processo destrutivo.

Figura 3.26 – Custo resultante de uma instalação de recalque.

3.8.2 – Critérios de cálculo para se evitar a cavitação

3.8.2.1 – Critério do NPSH (Net Positive Suction Head)

A) - NPSHdisponível: é uma característica da instalação, definido como a energia que o


líquido possui em um ponto imediatamente antes da flange de sucção da bomba, acima da
pressão de vapor (Pv/γ).

P2 V22 Pv
NPSH d = + − (3.47)
γ 2. g γ

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [127]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Mantendo-se constante o nível da água no reservatório de sucção, e aplicando-se a


equação de Bernoulli entre os pontos (1) e (2) da Figura (3.27), tem-se:

Figura 3.27 – Esquemas de bombeamento.

P1 V12 P V2
+ + Z 1 = 2 + 2 + Z 2 + ∆hs (3.48)
γ 2g γ 2. g
Na qual:
P1/γ) = Patm/γ) = pressão atmosférica local)

V12
= 0 (nível constante)
2g
Z1= - Hs (não afogada)

Z1= + Hs (afogada)

Z2=0 (referencial)

De (3.47) e (3.48) resulta:

Não afogada:

Patm − Pv
NPSH d = − H s − ∆hs (3.49)
γ

Por: Evaldo Miranda Coiado


[128] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Afogada:
Patm − Pv
NPSH d = + H s − ∆h s (3.50)
γ

B) NPSHrequerido: é uma característica da bomba, fornecido pelo fabricante, definido


como a energia requerida pelo líquido para chegar, a partir da flange de sucção e vencendo
as perdas de carga no interior da bomba, ao ponto onde ganhará energia e será recalcada.
Para o bom funcionamento da bomba, (não ocorrência de cavitação), é necessário
que para a vazão recalcada:

NPSHdisponível > NPSHrequerido

3.8.2.2 – Cálculo da máxima altura estática de sucção (bomba não afogada):

Impondo no caso limite que NPSHd = NPSHr, tem-se:

Patm − Pv
H ( S ) MAX = − NPSH r − ∆hs (3.51)
γ

3.8.2.3 – Cálculo da mínima altura estática de sucção (bomba afogada):

Pv − Patm
H ( S ) Min = + NPSH r + ∆hs (3.52)
γ

3.8.2.4 – Critério do coeficiente de cavitação de Thoma (σ):

O coeficiente (σ) é um adimensional definido como:


NPSH d
σ= (3.53)
Hm

Para NPSHd = NPSHr , então σ = σc, ficando:

NPSH r
σc = (3.54)
Hm

Ou

NPSHr = σc.Hm (3.55)


Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [129]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Na qual:

σc = f (Ns = rotação específica da bomba), e

n. Q
N s = 3,65. (3.56)
H m3 / 4

Na qual:
n = rotação da bomba em rpm (rotação por minuto);
Q = vazão em m3/s;
Hm = altura manométrica em mcH2O.

σc = 2,0.10-4. Ns4/3 (3.57)

3.8.2.5 – Cálculo da pressão atmosférica:

Patm  760 − 0,081.h 


= 13,6.  (3.58)
γ  1000 
Na qual:
Patm/γ = pressão atmosférica em mcH2O;
h = altitude do local da instalação, em metros,
A expressão pode ser usada para h<2000m.

3.8.3 – Determinação da pressão de vapor:

A pressão de vapor é obtida do Quadro 3.20 em função da temperatura da água.

Exemplo prático 3.7

Para um consumo diário de 97 m3 determine a vazão a ser recalcada do reservatório inferior


para o reservatório superior.
Solução:
Para prédios de apartamentos recomenda-se que o a bomba funcione 6 horas por
dia (4 períodos diários de 1 hora e 30 minutos).

97.000
Qr = = 4,49 L/s
6.60.60
Por: Evaldo Miranda Coiado
[130] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Exemplo prático 3.8

Para o sistema de recalque de um prédio de apartamentos, mostrado no esquema da Figura


3.28, a vazão será de 5,0 L/s. Considerando a tubulação de aço galvanizado e que o tempo
de funcionamento da bomba será de 6 horas diárias, pede-se:
a) Os diâmetros da tubulação de recalque e de sucção;
b) O ponto de funcionamento da bomba (Q; Hm);
c) A potência da bomba e do motor elétrico comercial;
d) Dadas as curvas da bomba, Figura 3.29, escolha o rotor adequado;
e) Verifique se ocorrerá cavitação. (Considere: A altitude do local da instalação igual a
800m e a água a 20 0C).
Solução:
a) Cálculo dos diâmetros da linha de recalque e sucção.
a1) Cálculo do diâmetro da linha de recalque:

0 , 25
 6 
De = 1,3.  . 5,0.10 − 3 ≅ 0,065 m (65 mm)
 24 

O diâmetro comercial interno mais próximo do diâmetro interno calculado é 63 mm


(2.1/2”).

a2) Definição do diâmetro da linha de sucção:


O diâmetro da linha de sucção deverá ter, no mínimo, um diâmetro comercial acima
daquele definido para a linha de recalque. Portanto o diâmetro interno da linha de sucção
será de 75 mm (3”).

b) Cálculo da altura manométrica.

b1) Cálculo da perda de carga na linha de sucção:


Singularidades Le (m) Lr (m)
Uma válvula de pé e crivo de (3”) 20,0
Um Tê saída de lado de (3”) 5,2
Um registro de gaveta de (3”) 0,5
∑le 25,7
Comprimento real 3,00
Comprimento virtual (m) 28,7

Perda de carga unitária (tubulação de aço galvanizado):

20,2.10 5.5,01,88
Js = ≅ 0,0295 mca/m
75 4,88
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [131]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Perda de carga total na linha de sucção:


∆hs = 0,0295 . 28,7 ≅ 0,85 mca.

Figura 3.28 – Sistema de recalque de um prédio de apartamentos

Por: Evaldo Miranda Coiado


[132] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.29 – Curvas características de bombas centrífugas (KSB 32-160.1)

B2) Cálculo da perda de carga na linha de recalque pelo caminho desfavorável:


Singularidades Le (m) Lr (m)
Uma válvula de retenção tipo pesada de (2.1/2”) 8,1
Um registro de gaveta de (2.1/2”) 0,4
Dois cotovelos de 450 de (2.1/2”) 1,8
Um Tê saída de lado de (2.1/2”) 4,3
Quatro cotovelos de 900 raio curto de (2.1/2”) 8,0
Uma saída de canalização de (2.1/2”) 1,9
∑le 24,5
Comprimento real 61,1
Comprimento virtual (m) 85,6

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [133]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Perda de carga unitária (tubulação de aço galvanizado):

20,2.10 5.5,01,88
Jr = ≅ 0,069 mca/m
63 4,88
Perda de carga total na linha de sucção:
∆hs = 0,069 . 85,6 ≅ 5,9 mca.

Altura manométrica:
Hm = 44,0 + 0,85 + 5,9 ≅ 50,8 mca.

Ponto de funcionamento: Q = 5,0 L/s (=18 m3/h); Hm ≅ 50,8 mca. Das curvas características,
Figura 3.29, obtém-se um rendimento de aproximadamente 53,5 %.

c) Cálculo da potência da bomba e do motor elétrico comercial.

1000.5,0.10 −3.50,8
Pb = = 6,33 CV ou 6,24 HP (EUA)
75.0,535

Pm = Pb + folga

Determinação da folga: Com o valor da potência da bomba igual a 6,24 HP, obtém do
Quando 3.18 a folga de 20%, assim, a potência do motor elétrico resulta:

Pm = 6,24 + 0,20 x 6,24 ≅ 7,5 HP (Para a escolha do motor elétrico comercial


consulte o Quadro 3.19).
Pmc = 7.1/2 HP.

d) Escolha do rotor adequado.

Entrando com o par de valores: Hm = 50,8 mca; Q = 5,0 L/s = 18 m3/h, obtém-se na Figura
3.29 o rotor φ169.

e) Verificação da ocorrência de cavitação.

e.1) Cálculo da pressão atmosférica do local da instalação:

Patm.  760 − 0,081x800 


= 13,6  = 9,45 mca.
γ  1000 

Por: Evaldo Miranda Coiado


[134] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

e.2) Pressão de vapor da água:


Com a temperatura da água igual a 20 0C, obtém do Quadro 3.20, o valor de Pv/γ =
0,24 mca.

e.3) Determinação do NPSHr:


Com o valor da vazão igual a 18 m3/h obtém-se das curvas da Figura 3.29 o valor do
NPSHr = 2,50 mca.

e.3) Para bombas não afogadas, a máxima altura estática de sucção é calculada utilizando a
equação (3.51)
Hs(masx.) = 9,45 – 0,24 – 2,50 – 0,85 = 5,86 mca.
Do esquema da Figura 3.20 tem-se que a altura estática de sucção Hs = 0,50 mca.
Como Hs(max.) = 5,86 mca > Hs = 0,5 mca, então não ocorrerá cavitação.

3.9 – Projeto do Sistema Predial de Água Fria (SPAF)

As etapas do projeto do SPAF são as seguintes:


• Planejamento;
• Dimensionamento;
• Desenhos e memorial descritivos.

3.9.1 – Planejamento

Nesta etapa o projetista deve definir juntamente com os outros projetistas envolvidos
(arquitetos, engenheiros de estruturas, engenheiros elétricos, e etc) as técnicas construtivas
a serem adotadas. Devem ser observadas todas as recomendações das normas, bem como
os componentes e características do SPAF. Por exemplo, tipo de material a ser adotado
existente no mercado, PVC, ou outro. É considerada a etapa mais importante.

3.9.2 – Dimensionamento

Concebido o SPAF, na etapa de planejamento, procede-se o dimensionamento,


onde as dimensões obtidas deverão atender às solicitações previstas em conformidade com
a NBR-5626/98.

3.9.3 – Desenhos e documentação básica

3.9.3.1 – Desenhos

Concluído o dimensionamento do sistema, elabora-se o projeto, o qual constam de


simbologia utilizada, representações gráficas e um conjunto de documentos. A
representação gráfica (desenhos) deve conter, basicamente, o seguinte:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [135]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

• Planta 1:200 – situação.

• Plantas 1:50 – térreo:


- Localização do cavalete;
- Localização dos reservatórios e suas dimensões;
- Caminhamento do alimentador predial;
- Diâmetros;
- Conexões.

• Planta 1:50 – uma para cada pavimento diferenciado (planta baixa da


cobertura, do pavimento tipo, do térreo, e do subsolo) apresentando:
- Posição e caminhamento da tubulação de alimentação;
- Diâmetros;
- Conexões.

• Cortes sem escala (cotados):


- Esquema vertical de distribuição;
- Diâmetros;
- Conexões;
- Pontos de ligação coluna/ramal;
- Bombas;
- Dispositivos;
- Reservatórios.

• Isométrico 1:20 (um para cada compartimento sanitário):


- Diâmetros;
- Conexões;
- Dispositivos (registros, válvulas, etc.);
- Peças de utilização.

• Detalhes 1:20 – reservatórios, pontos especiais do sistema etc.


- Diâmetros;
- Ligações.

3.9.3.2 – Documentação básica

A documentação básica é a seguinte:

Memorial descritivo:
O Projeto de Instalação de Água Fria segue rigorosamente os princípios
preconizados na NBR-5626/98, disposições legais do Estado (Código Sanitário Estadual) e

Por: Evaldo Miranda Coiado


[136] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

do Município (Prescrição Municipal), bem como as prescrições dos fabricantes dos diversos
materiais e equipamentos.
A Instalação de água fria (IAF) compõe-se do conjunto de tubulações, conexões,
registros, válvulas e demais acessórios detalhados.
O Projeto obedece ao sistema de distribuição (citar o tipo), sendo o(s) reservatório(s)
localizado(s) em (citar o local), que atenderá a pressão mínima necessária.
A reserva acha-se locada no(s) reservatório(s) (citar e caracterizar). A partir do
reservatório superior derivam as colunas que irão abastecer os (citar os locais).
As canalizações e conexões serão em (citar o material PVC, aço galvanizado ou
outro).
Itens a serem inseridos e caracterizados:
- Bombas (tipo, localização, material, localização);
- Reservatórios (tipo, material, localização, estrutura, etc.);
- Rede de distribuição (número de colunas, critérios de localização, aparelhos
conectados, etc.);
- Dispositivos espaciais (válvulas, etc.).

Memorial de cálculo:
A Instalação de Água Fria foi dimensionada com base nas unidades de carga (pesos
relativos), de acordo com as tabelas apresentadas na NBR 5626/98 – Instalação Predial de
Água Fria. Foram observados as recomendações dos diversos fabricantes das tubulações,
aparelhos, e dispositivos a serem instalados.

Especificações técnicas:
As especificações, devidamente subdivididas pelos tipos de projeto e relacionadas
por itens, devem apresentar todas as características dos serviços, materiais e equipamentos.
Em relação aos materiais, devem ser citadas as normas a eles pertinentes, seu padrão de
qualidade e eventuais testes para recebimento e aceitação. Com relação aos equipamentos,
a marca, características técnicas e critérios de recebimento.

Relação de Materiais e Equipamentos:


Apresentar planilhas de orçamento, compostas por planilhas de quantitativos (lista
de material).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [137]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.4 – Estimativa de consumo diário de água.


(Fonte: Macintyre, 3a Edição)
Consumo
Tipo do prédio Unidade
Litro por dia
A) SERVIÇO DOMÉSTICO
Apartamentos Per capita 200
Apartamentos de luxo Por dormitório 300 a 400
Por quarto de empregada 200
Residência de luxo Per capita 300 a 400
Residência de médio valor Per capita 150
Residências populares Per capita 120 a 150
Alojamentos provisórios de obra Per capita 80
Apartamento de zelador 600 a 1000
B) SERVIÇO PÚBLICO
Edifícios de escritórios Por ocupante efetivo 50 a 80
Escolas, internatos Per capita 150
Escolas, externatos Por aluno 50
Escolas, semi-internato Por aluno 100
Hospitais e casas de saúde Por leito 250
Hotéis com cozinha e lavanderia Por hóspede 250 a 350
Hotéis sem cozinha e lavanderia Por hóspede 120
Lavanderias Por kg de roupa seca 30
Quartéis Por soldado 150
Cavalariças Por cavalo 100
Restaurantes Por refeição 25
Mercados Por m2 de área 5
Garagens e postos de serviços Por automóvel 100
Garagens e postos de serviços Por caminhão 150
Rega de jardim Por m2 de área 1,5
Cinemas, teatros Por lugar 2
Igrejas Por lugar 2
Ambulatórios Per capita 25
Creches Per capita 50
C) SERVIÇO INDUSTRIAL
Fábricas (uso pessoal) Por operário 70 a 80
Fábrica com restaurante Por operário 100
Usinas de leite Por litro de leite 5
Matadouros – animais de grande porte Por animal abatido 300
Matadouros – animais de pequeno porte Por animal abatido 150
Piscinas domiciliares Lâmina de água de 2cm por dia -

Por: Evaldo Miranda Coiado


[138] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.5 – Taxa de ocupação de acordo com a natureza do local


(Fonte: Macintyre, 3a. Edição)
Natureza do local Taxa de ocupação
Duas pessoas por dormitório e 200 a 250
Prédio de apartamentos
litros/pessoa/dia
Prédio de escritórios de:
- Uma só entidade locadora Uma pessoa por 7 m2 de área
- Mais de uma entidade locadora Uma pessoa por 5 m2 de área
- Segundo CO do Rio de Janeiro 6 litros por m2 de área útil
Restaurantes Uma pessoa por 1,50 m2 de área
Teatros e cinemas Uma cadeira para cada 0,70 m2 de área
Lojas (pavimento térreo) Uma pessoa por 2,5 m2 de área
Lojas (pavimentos superiores) Uma pessoa por 5,0 m2 de área
Supermercados Uma pessoa por 2,5 m2 de área
“Shopping centers” Uma pessoa por 5,0 m2 de área
Salões de hotéis Uma pessoa por 5,5 m2 de área
Museus Uma pessoa por 5,5 m2 de área

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [139]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.6a – Número mínimo de aparelhos para diversas serventias.


(Fontes: Macintyre, 3a. Edição; e Creder, 1977)
Bebedouros
instalados
Tipo de Banheiras ou fora dos
Lavatórios Vasos sanitários Mictórios
edifício chuveiros com-
partimentos
sanitários
1 para cada
Residência ou 1 para cada residência residência ou 1 p/ caca residência ou apto e
- -
aptos ou apto apto e chuveiro um para serviço
para serviço
Escolas Meninos: 1 p/ cada 100
1 p/ cada 60 pessoas 1 p/ caca 20
primárias 1 p/ caca 75 Meninas: 1 p/ cada 25
alunos (caso haja 1 p/ cada 30 meninos
Escolas alunos Meninos: 1 p/ cada 100
1 p/ cada 100 pessoas Educação Física)
secundárias Meninas: 1 p/ caca 45
Nº de Nº de Nº de
Nº de aparelhos
pessoas aparelhos pessoas
1 - 15 1 1 -15 1 Qdo há mictórios, instalar
16 - 35 2 16 – 35 2 1 vaso sanitário para
Escritórios 36 - 60 3 36 - 55 3 cada mictório, contanto
1 p/ cada 75
ou edifícios 61 - 90 4 - 56 - 80 4 que o número de vasos
pessoas
públicos 90 - 125 5 81 - 110 5 não seja reduzido a
111 - 150 6 menos de 2/3 do
Acima de 125, adicionar especificado.
1 aparelho p/ cada 45 Acima de 150, adicionar 1
pessoas a mais aparelho p/ cada 40 pessoas a
mais

Por: Evaldo Miranda Coiado


[140] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.6b – Número mínimo de aparelhos para diversas serventias.


(Fontes: Macintyre, 3a. Edição; e Creder, 1977)
Bebedouros
instalados
Tipo de Banheiras ou fora dos
Lavatórios Vasos sanitários Mictórios
edifício chuveiros com-
partimentos
sanitários
1 chuveiro para Nº de
Nº de Nº de Nº de aparelhos
15 pessoas pessoas
pessoas aparelhos
dedicadas a 1-9 1
atividades contí-
10 - 24 2 Mesma especificação
1 p/ cada nuas ou expostas
Estabelecimen 1 - 100 1 p/ cada 75 25 - 49 3 feita para os escritórios
10 pessoas a calor excessivo
tos industriais pessoas ou 1 para cada 50
ou contaminação 50 - 74 4
operários.
da pe le com 75 - 100 5
Mais de 1 p/ cada substâncias Acima de 100, adicionar 1
100 15 pessoas venenosas, infec- aparelho para cada 30
ciosa ou irritantes empregados a mais
Nº de
Nº de Nº de Nº de Nº de aparelhos Nº de
pessoas
pessoas aparelhos pessoas aparelhos
Cinemas, H. M. H.
teatros, 1 - 200 1 1 -100 1 1 1 -100 1
1 p/ cada 100
auditórios e 201 - 400 2 - 101 - 200 2 2 101- 200 2
pesoas
locais de 401 - 750 3 201 - 400 3 3 201- 400 3
reuniões Acima de 750, adicionar Acima de 400, adicionar 1 Acima de 400, adicionar
1 aparelho p/ cada 500 aparelho cada 500 homens ou 1 aparelho cada 300
pessoas 300 mulheres homens

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [141]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.6c – Número mínimo de aparelhos para diversas serventias.


(Fontes: Macintyre, 3a. Edição; e Creder, 1977)
Bebedouros
instalados
Tipo de Banheiras ou fora dos
Lavatórios Vasos sanitários Mictórios
edifício chuveiros com-
partimentos
sanitários
1 p/ cada 8 Nº de
Nº de aparelhos
pessoas. No pessoas
1 p/ caca 12 pessoas. caso de H. M H. M.
1 p/ cada 25 homens.
Acima de 12 adicionar dormitórios de
1 p/ cada 75 1-10 1-8 1 1 Acima de 150 pessoas,
Dormitórios Um lavatório para cada mulheres,
pessoas adicionar 1 aparelho para
20 homens ou para 15 adicionar 1 p/
1 p/ 20 M. cada 20 pessoas.
mulheres banheiras na >10 >8 25 H.
razão de 1 para ad.
ad.
cada 30 pessoas.
Acampamen-
1 p/ cada 30
to e inst. - 1 para cada 30 pessoas
pessoas
Provisórias
Obs.: 1) Nas escolas tem havido exigência de serem instalados, no mínimo: a) um lavatório para cada 30 alunos nas escolas primárias; b) um
lavatório para cada 50 alunos nas escolas secundárias, c) um vaso para cada 50 alunos tanto nas escolas primárias quanto nas secundárias.
2) Em laboratórios, indústrias e locais onde possa haver contaminação da pele com materiais cáusticos, irritantes ou substâncias
portadoras de germes patogênicos, é necessário ter junto aos locais de maiores riscos um lavatório para cada cinco pessoas, e até mesmo
chuveiros de emergência.
3) Nas instalações provisórias de canteiros de obras, deve-se prever pelo menos um vaso sanitário e um mictório para cada 30
operários.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[142] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.7 – Dimensionamento do ramal predial e medição.


(Fonte: SABESP)
Ramal Predial Hidrômetro Cavalete Abrigo
Consumo
provável Diâmetro Consumo Vazão
Diâmetro Dimensões
(m3/dia) provável caracte-
externo Material 3 em Material internas
(m /dia) rística
até (mm) 3 (mm) (m)
até (m /h)
5 3 19
8 5 19
16 20 PEAD FºGº 0,85x0,65x030
11 7 25
16 10 25
30 20 PEAD 30 20 38 FºGº 0,85x0,65x030
50 32 PEAD 50 30 50 FºGº 2,00x0,90x0,40
32 PEAD
100
50 FºFº 300 50 FºGº 2,00x0,90x0,40
300 50 FºFº
1100 75 FºFº 1100 75 FºGº 2,30x1,10x0,50
1800 100 FºFº 1800 100 FºGº 3,00x1,25x0,80
4000 130 FºFº 4000 150 FºGº 3,20x1,50x0,80
6500 200 FºFº 6500 200 FºGº 3,20x1,50x0,80

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [143]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.8 – Pesos relativos nos pontos de utilização identificados em função do aparelho
sanitário e da peça de utilização.
(Fonte: NBR 5626/98)
Vazão de
Peso
Aparelho sanitário Peça de utilização projeto
relativo
(L/s)
Caixa de descarga 0,15 0,3
Bacia sanitária
Válvula de descarga 1,70 32,0
Banheira Misturador (água fria) 0,30 1,0
Bebedouro Registro de pressão 0,10 0,1
Bidê Misturador (água fria) 0,10 0,1
Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,20 0,4
Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10 0,1
Lavadora de pratos ou de roupas Registro de pressão 0,30 1,0
Torneira ou misturador
Lavatório 0,15 0,3
(água fria)
Com sifão
Válvula de descarga 0,50 2,8
integrado
Caixa de descarga,
Mictório cerâmico
Sem sifão registro de pressão ou
0,15 0,3
integrado válvula de descarga
para mictório
0,15
Caixa de descarga ou
Mictório tipo calha por metro de 0,3
registro de pressão
calha
Torneira ou misturador
0,25 0,7
Pia (água fria)
Torneira elétrica 0,10 0,1
Tanque Torneira 0,25 0,7
Torneira de jardim ou lavagem em
Torneira 0,20 0,4
geral

Por: Evaldo Miranda Coiado


[144] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.9 – Viscosidade cinemática da água em função da temperatura


Viscosidade Viscosidade
Temperatura Temperatura
0 cinemática 0 cinemática
C C
(m2/s) (m2/s)
-6
0 1,77 x 10 50 0,55 x 10-6
-6
4 1,57 x 10 55 0,51 x 10-6
-6
5 1,52 x 10 60 0,46 x 10-6
-6
10 1,31 x 10 65 0,44 x 10-6
-6
15 1,14 x 10 70 0,41 x 10-6
-6
20 1,01 x 10 75 0,39 x 10-6
-6
25 0,92 x 10 80 0,37 x 10-6
-6
30 0,83 x 10 85 0,35 x 10-6
-6
35 0,70 x 10 90 0,33 x 10-6
-6
40 0,66 x 10 100 0,29 x 10-6
-6
45 0,60 x 10 105 0,28 x 10-6

Quadro 3.10 – Comprimento equivalente para tubo rugoso (tubo de aço-carbono,


galvanizado ou não
(Fonte: NBR 5626/98)
Tipo de conexão
Diâmetro
Tê Tê
nominal Cotovelo Cotovelo Curva Curva
0 0 0 0 passagem passagem
(DN) 90 45 90 45
direta lateral
15 0,5 0,2 0,3 0,2 0,1 0,7
20 0,7 0,3 0,5 0,3 0,1 1,0
25 0,9 0,4 0,7 0,4 0,2 1,4
32 1,2 0,5 0,8 0,5 0,2 1,7
40 1,4 0,6 1,0 0,6 0,2 2,1
50 1,9 0,9 1,4 0,8 0,3 2,7
65 2,4 1,1 1,7 1,0 0,4 3,4
80 2,8 1,3 2,0 1,2 0,5 4,1
100 3,8 1,7 2,7 - 0,7 5,5
125 4,7 2,2 - - 0,8 6,9
150 5,6 2,6 4,0 - 1,0 8,2

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [145]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.11 – Comprimento equivalente para tubo liso (tubo plástico, cobre ou
liga de cobre
(Fonte: NBR 5626/98)
Tipo de conexão
Diâmetro
Tê Tê
nominal Cotovelo Cotovelo Curva Curva
0 0 0 0 passagem passagem
(DN) 90 45 90 45
direta lateral
15 1,1 0,4 0,4 0,2 0,7 2,3
20 1,2 0,5 0,5 0,3 0,8 2,4
25 1,5 0,7 0,6 0,4 0,9 3,1
32 2,0 1,0 0,7 0,5 1,5 4,6
40 3,2 1,0 1,2 0,6 2,2 7,3
50 3,4 1,3 1,3 0,7 2,3 7,6
65 3,7 1,7 1,4 0,8 2,4 7,8
80 3,9 1,8 1,5 0,9 2,5 8,0
100 4,3 1,9 1,6 1,0 2,6 8,3
125 4,9 2,4 1,9 1,1 3,3 10,0
150 5,4 2,6 2,1 1,2 3,8 11,1

Por: Evaldo Miranda Coiado


[146] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.12a - Comprimento equivalente à perdas localizadas, em metros de tubo de ferro fundido ou
aço galvanizado.
Registro 0 Saída Válvula de
Diâmetro aberto
Tê 90 de passagem Válvula
de retenção
de pé e
Pres- bi- canali- tipo tipo
(D) gaveta ângulo direta lado crivo
são lateral zação leve pesada

(mm) (pol.)

13 1/2 0,1 4,9 2,6 0,3 1,0 1,0 3,6 0,4 1,1 1,6
19 3/4 0,1 6,7 3,6 0,4 1,4 1,4 5,6 0,5 1,6 2,4
25 1 0,2 8,2 4,6 0,5 1,7 1,7 7,3 0,7 2,1 3,2
32 1.1/4 0,2 11,3 5,6 0,7 2,3 2,3 10,0 0,9 2,7 4,0
38 1.1/2 0,3 13,4 6,7 0,9 2,8 2,8 11,6 1,0 3,2 4,8
50 2 0,4 17,4 8,5 1,1 3,5 3,5 14,0 1,5 4,2 6,4
63 2.1/2 0,4 21,0 10,0 1,3 4,3 4,3 17,0 1,9 5,2 8,1
75 3 0,5 26,0 13,0 1,6 5,2 5,2 20,0 2,2 6,3 9,7
100 4 0,7 34,0 17,0 2,1 6,7 6,7 23,0 3,2 8,4 12,9
125 5 0,9 43,0 21,0 2,7 8,4 8,4 30,0 4,0 10,4 16,1
150 6 1,1 51,0 26,0 3,4 10,0 10,0 39,0 5,0 12,5 19,3
200 8 1,4 67,0 34,0 4,3 13,0 13,0 52,0 6,0 16,6 25,0
250 10 1,7 85,0 43,0 5,5 1,60 1,60 65,0 7,5 20,0 32,0
300 12 2,1 102,0 51,0 6,1 19,0 19,0 78,0 9,0 24,0 38,0
350 14 2,4 120,0 60,0 7,3 22,0 22,0 90,0 11,0 28,0 45,0

Quadro 3.12b - Comprimento equivalente à perdas localizadas, em metros de tubo de ferro fundido ou
aço galvanizado.
Entrada de
Cotovelo Curva
Diâmetro canalização
0 0 0 0 0
90 90 90 90 90
0 0
(D) raio raio raio 45 R/D R/D 45 normal borda
longo médio curto 1”.1/2 1”
(mm) (pol.)
13 1/2 0,3 0,4 0,5 0,2 0,2 0,3 0,2 0,2 0,4
19 3/4 0,4 0,6 0,7 0,3 0,3 0,4 0,2 0,2 0,5
25 1 0,5 0,7 0,8 0,4 0,3 0,5 0,2 0,3 0,7
32 1.1/4 0,7 0,9 1,1 0,5 0,4 0,6 0,3 0,4 0,9
38 1.1/2 0,9 1,1 1,3 0,6 0,5 0,7 0,3 0,5 1,0
50 2 1,1 1,4 1,7 0,8 0,6 0,9 0,4 0,7 1,5
63 2.1/2 1,3 1,7 2,0 0,9 0,8 1,0 0,5 0,9 1,9
75 3 1,6 2,1 2,5 1,2 1,0 1,3 0,6 1,1 2,2
100 4 2,1 2,8 3,4 1,5 1,3 1,6 0,7 1,6 3,2
125 5 2,7 3,7 4,2 1,9 1,6 2,1 0,9 2,0 4,0
150 6 3,4 4,3 4,9 2,3 1,9 2,5 1,1 2,5 5,0
200 8 4,3 5,5 6,4 3,0 2,4 3,3 1,5 3,5 6,0
250 10 5,5 6,7 7,9 3,8 3,0 4,1 1,8 4,5 7,5
300 12 6,1 7,9 9,5 4,6 3,6 4,8 2,2 5,5 9,0
350 14 7,3 9,5 10,5 5,3 4,4 5,4 2,5 6,2 11,0

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [147]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.13a - Comprimento equivalente à perdas localizadas, em metros de tubo de PVC rígido ou
cobre.
Registro 0 Saída Válvula de
Diâmetro aberto
Tê 90 de passagem
Válvula de retenção
Pres- bi- de pé e canali- tipo tipo
(D) gaveta são ângulo direta lado lateral crivo zação leve pesada
Interno Ref.
(mm) (pol.)
17,0 1/2 0,1 11,1 5,9 0,7 2,3 2,3 8,1 0,8 2,5 3,6
21,6 3/4 0,2 11,4 6,1 0,8 2,4 2,4 9,5 0,9 2,7 4,1
27,8 1 0,3 15,0 8,4 0,9 3,1 3,1 13,3 1,3 3,8 5,8
35,2 1.1/4 0,4 22,0 10,5 1,5 4,6 4,6 15,5 1,4 4,9 7,4
44,0 1.1/2 0,7 35,8 17,0 2,2 7,3 7,3 18,3 3,2 6,8 9,1
53,4 2 0,8 37,9 18,5 2,3 7,6 7,6 23,7 3,3 7,1 10,8
66,6 2.1/2 0,9 38,0 19,0 2,4 7,8 7,8 25,0 3,5 8,2 12,5
75,6 3 0,9 40,0 20,0 2,5 8,0 8,0 26,8 3,7 9,3 14,2
97,8 4 1,0 42,3 22,1 2,6 8,3 8,3 28,6 3,9 10,4 16,0
124,4 5 1,1 50,9 26,2 3,3 10,0 10,0 37,4 4,9 12,5 19,2
142,0 6 1,2 56,7 29,0 3,8 11,1 11,1 43,4 5,5 13,9 21,4

Quadro 3.13b - Comprimento equivalente à perdas localizadas, em metros


de tubo de PVC rígido ou cobre.
Diâmetro Entrada de
Joelho Curva
canalização
0 0 0 0
(D) 90 45 90 45 normal borda
Interno Ref.
(mm) (pol.)
17,0 1/2 1,1 0,4 0,4 0,2 0,3 0,9
21,6 3/4 1,2 0,5 0,5 0,3 0,4 1,0
27,8 1 1,5 0,7 0,6 0,4 0,5 1,2
35,2 1.1/4 2,0 1,0 0,7 0,5 0,6 1,8
44,0 1.1/2 3,2 1,3 1,2 0,6 1,0 2,3
53,4 2 3,4 1,5 1,3 0,7 1,5 2,8
66,6 2.1/2 3,7 1,7 1,4 0,8 1,6 3,3
75,6 3 3,9 1,8 1,5 0,9 2,0 3,7
97,8 4 4,3 1,9 1,6 1,0 2,2 4,0
124,4 5 4,9 2,4 1,9 1,1 2,5 5,0
142,0 6 5,4 2,6 2,1 1,2 2,8 5,6

Quadro 3.14 – Comprimento equivalentes à perdas localizadas, em metros de tubo de aço


galvanizado.[Fonte: Catálogo Tupy – BSP]
DN 2” x 2” x 2” x 2”.1/2 x 2”.1/2 x 2”.1/2 x 3” x 3” x 3” x
(pol.) 1” 1”.1/4 1”.1/2 1”.1/4 1”.1/2 2” 1”.1/2 2” 2” 1/.2

0,30 0,35 0,38 0,44 0,48 0,64 0,71 0,70 0,71

Por: Evaldo Miranda Coiado


[148] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.15 – Valor da vazão máxima (Qmax.) em hidrômetros


(Fonte: NBR 5626/98)
Qmax. Diâmetro nominal
(m3/h) (DN)
1,5 15 e 20
3,0 15 e 20
5,0 20
7,0 25
10,0 25
20,0 40
30,0 50

Quadro 3.16 – Diâmetros mínimos para os sub-ramais de água fria


Diâmetro
Ponto de utilização referência
(pol.)
Aquecedor Alta pressão 1/2
Baixa pressão 3/4
Banheira 1/2
Bebedouro 1/2
Bidê 1/2
Caixa de descarga 1/2
Chuveiro 1/2
Filtro de pressão 1/2
Lavatório 1/2
Máquina de lavar roupas ou pratos 3/4
Pia de cozinha 1/2
Tanque de lavar roupa 3/4
Válvula de descarga 1.1/4(*)
(*) Quando a pressão estática de alimentação for inferior a 30 kPa (3 mca),
recomenda-se instalar a válvula de descarga em sub – ramal com diâmetro de
referência 1.1/2”.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [149]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Quadro 3.17 – Valores máximos, das vazões e somatórias dos pesos.


Diâmetro Aço Galvanizado PVC rígido
de ref. Di Qmax. Di Qmax.
(∑P)max (∑P)max
(pol.) (mm) (L/s) (mm) (L/s
1/2 12,7 0,38 1,6 17 0,68 5,2
3/4 19,1 0,86 8,1 21,6 1,10 13,4
1 25,4 1,52 25,7 27,8 1,82 36,8
1.1/4 31,8 2,38 62,7 35,2 2,92 94,7
1.1/2 38,1 3,42 130,0 44 4,56 231,2
2 50,8 6,08 410,8 53,4 6,72 501,6
2.1/2 63,5 9,50 1002,9 66,6 10,45 1213,6
3 76,2 13,68 2079,7 75,6 13,47 2015,0
4 101,6 24,32 6572,9 97,8 22,54 5643,3
5 127,0 38,00 16047,0 124,4 36,46 14772,7
6 152,4 54,72 33275,1 142,2 47,64 25221,9

Quadro 3.18 – Folga dada ao motor elétrico acima da potência da bomba.


Folga do motor elétrico Para as bombas de
50 % até 2 HP
30 % de 2 a 5 HP
20 % de 5 a 10 HP
15% de 10 a 20 HP
10 % de mais de 20 HP

Quadro 3.19 – Potências dos motores elétricos comerciais nacionais em HP.


1/4; 1/3; 1/2; 3/4; 1; 1.1/2; 2; 3; 5; 6; 7.1/2; 10; 12; 15; 20; 25;

30; 35; 40; 45; 50; 60; 80; 100; 125; 150; 200; 250.

Quadro 3.20 – Pressão de vapor em função da temperatura da água.


T 0C 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Pv / γ (mcH2O) 0,09 0,13 0,17 0,24 0,32 0,43 0,57 0,75 0,98 1,25
T 0C 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Pv / γ (mcH2O) 1,61 2,03 2,56 3,20 3,96 4,86 5,93 7,18 8,62 10,33

Por: Evaldo Miranda Coiado


[150] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

3.10 – Problemas práticos propostos

3.1 - A vazão bombeada para o reservatório superior é de 4,0 (L/s). A tubulação da linha de
recalque é de 2” (50 mm). Pede-se determinar o diâmetro do extravasor e a altura h de
água no reservatório acima do mesmo. (R.: Para diâmetro do extravasor de 2.1/2” ,
h= 32 cm. Para diâmetro do extravasor de 3”, h= 16cm).

3.2 – Um prédio de apartamentos tem 48 apartamentos. Cada apartamento é constituído de:


uma sala, três quartos, e um quarto de empregada. Considere ainda, para todo o
prédio, um apartamento de zelador. Determine as capacidades mínimas dos
reservatórios, inferior e superior, e a vazão de recalque para 4 períodos diários de 1
hora e 30 minutos. Para o combate a incêndio considere uma reserva de 9,6 m3 em
cada um dos reservatórios. (R.: Rs ≅ 37 m3 L; Ri ≅ 51 m3, Q=3,16 L/s).

3.3 – Para uma vazão de recalque de 3,16 (L/s), dimensionar as tubulações de recalque e de
sucção. Considere que o recalque será feito durante 6 horas diárias e que a tubulação
será de PVC. (R: Linha de recalque: Di = 53,4 mm, Ref. = 2”, DE = 60 mm. Linha
de sucção: Di = 66,6 mm; Ref. = 2.1/2”, DE = 75 mm)).

3.4 – Para o sistema de recalque mostrada no esquema da Figura 3.30, a vazão será de 4,0
(L/s). Determine: a) a altura manométrica; b) a potência da bomba (η=60%) e do motor
elétrico comercial; c) verifique ocorrência de cavitação para água a 20 0C, altitude do
local da instalação de 700 m, e rotação da bomba de 3500rpm. Observações: 1) A
tubulação será de aço galvanizado; 2) A bomba funcionará durante 6 horas diárias. R:
Hm = 61,4m; Pb = 5,4 HP; Pmc = 7.1/2 HP para uma folga de 20%; Pmc = 6,0 HP
para uma folga de 11%; Não ocorrerá cavitação, pois, Hsmax = 7,30 m >Hs = 1,0
m, (Critério de Thoma)

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [151]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura 3.30 – Instalação de recalque de prédio de apartamento.

3.11 – Referências bibliográficas

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 5626. Rio de Janeiro.


Setembro de 1998.
BOTELHO, M. H. C., Ribeiro Jr., G. A. . Instalações Hidráulicas Prediais Feitas para Durar.
São Paulo: ProEditores, 1998.
HIGHLIGHT COMPUTAÇÃO GRÁFICA (2006). Caddproj Hidráulica. São Paulo. Software
para Instalações Hidráulicas.
MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas Prediais e Industriais. 3.Ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora.
SWAMEE, P.K. (1993) “Design of a submarine pipeline” – J. Transp Eng. ASCE, 119 (1),
159 – 170.
TUPY, CONEXÕES. Catálogo Técnico 9704. Joinville. SC.1999.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[152] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

ANEXO

ALTURAS DOS PONTOS DE UTILIZAÇÃO DOS APARELHOS E PEÇAS


EM RELAÇÃO AO PISO ACABADO E DETALHES

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [153]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura A1 – Esquema de ligação do chuveiro ou ducha.


[Fonte: NBR 5626/1998

Figura A2 – Altura da válvula de descarga.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[154] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura A3 – Altura do ponto de alimentação do lavatório

Figura A4 – Altura do ponto de alimentação Figura A5 – Altura do ponto de alimentação


da banheira. do bidê.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [155]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura A6 - Altura do ponto de alimentação do chuveiro.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[156] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura A7 – Altura do ponto de alimentação Figura A8 – Altura do ponto de alimentação


do aquecedo a gás. da caixa de descarga.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [157]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura A9 – Altura do ponto de alimentação de torneira de lavagem de piso.

Figura A10 – Altura do ponto de alimentação da bacia sanitária com caixa acoplada.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[158] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura A11 – Altura do ponto de alimentação da torneira da pia da cozinha

Figura A12 – Altura do ponto de alimentação da máquina de lavar pratos e do filtro.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [159]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura A13 – Altura do ponto de alimentação da máquina de lavar roupas.

Figura A14 – Altura do ponto de alimentação do tanque de lavar roupas.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[160] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura A15 – Vista frontal de um misturador.


[Fonte: HIGHLIGHT Computação Gráfica – CADDPROJ, 2006]

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [161]
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura A16 – Detalhes esquemáticos de reservatório residencial.


[Fonte: HIGHLIGHT Computação Gráfica – CADPROJ]

Por: Evaldo Miranda Coiado


[162] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Fria [SPAF]

Figura A17 – Detalhe esquemático de reservatório residencial pressurizado.


[Fonte: HIGHLIGHT Computação Gráfica – CADPROJ]

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [163]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

CAPÍTULO 4
SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA QUENTE (SPAQ)

4.1 – Introdução

O Sistema Predial de Água Quente (SPAQ), destina a conduzir água quente da fonte
de aquecimento aos pontos de utilização. As instalações hidráulicas prediais de água quente
devem atender a NBR 7198/1993. Essa norma se aplica às instalações prediais de água
quente para uso humano cuja temperatura seja, no máximo, de 70 0C.
A NBR 7198/1993 estabelece que as instalações de água quente devem ser
projetadas e executadas de modo a:
• Garantir o fornecimento de água de forma continua, em quantidade, suficiente e
temperatura controlável, com segurança, aos usuários, com as pressões e
velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários e
das tubulações;
• Preservar a potabilidade da água;
• Proporcionar o nível de conforto adequado aos usuários;
• Racionalizar o consumo de energia.
Quanto à temperatura da água, a NBR 7198/93 estabelece que a água fornecida ao
ponto de utilização para uso humano não deve ultrapassar a 400C visando proporcionar
conforto e segurança ao usuário.

4.2 – Terminologia adotada na NBR 7198/1993

Apresenta-se, neste texto, a terminologia adotada na NBR 7198/93.

4.2.1 – Aparelho sanitário


Aparelho destinado ao uso da água para fins higiênicos ou para receber dejetos e/ou
águas servidas.

4.2.2 – Aquecedor
Aparelho destinado a aquecer a água.

4.2.3 – Aquecedor de acumulação


Aparelho que se compõe de um reservatório dentro do qual a água acumulada é
aquecida.

4.2.4 – Aquecedor instantâneo


Aparelho que não exige reservatório, aquecendo a água quando de sua passagem
por ele.
Por: Evaldo Miranda Coiado
[164] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

4.2.5 – Coluna de distribuição


Tubulação derivada do barrilete, destinada a alimentar os ramais.

4.2.6 – Diâmetro nominal (DN)


Número que serve para classificar o diâmetro de uma tubulação e que corresponde
aproximadamente ao seu diâmetro interno ou externo, em milímetros.

4.2.7 – Dilatação térmica


Variação nas dimensões de uma tubulação, devida às alterações de temperatura.

4.2.8 – Dispositivo anti-retorno


Dispositivo destinado a impedir o retorno de fluidos para a rede de distribuição.

4.2.9 – Dispositivo de pressurização


Dispositivo destinado a manter sob pressão a rede de distribuição predial, composto
de tubulação, reservatórios, equipamentos e instalação elevatória.

4.2.10 – Dispositivo de recirculação


Dispositivo destinado a manter a água quente em circulação, a fim de equalizar sua
temperatura.

4.2.11 – Dreno
Dispositivo destinado ao esvaziamento de recipiente ou tubulação, para fins de
manutenção ou limpeza.

4.2.12 – Engate
Tubulação flexível ou que permite ser curvada, utilizada externamente para conectar
determinados aparelhos sanitários; geralmente bidês e lavatórios, aos respectivos pontos de
utilização.

4.2.13 – Isolamento acústico


Procedimento para reduzir a transmissão de ruídos da instalação.

4.2.14 – Isolamento térmico


Procedimento para reduzir as perdas de calor nas instalações.

4.2.15 – Junta de expansão


Dispositivo destinado a absorver as dilatações lineares das tubulações.

4.2.16 – Misturador
Dispositivo que mistura água quente e fria.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [165]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

4.2.17 – Ponto de utilização


Extremidade a jusante do sub-ramal.

4.2.18 – Ramal
Tubulação derivada da coluna de distribuição, destinada a alimentar aparelhos e/ou
sub-ramais.

4.2.19 – Registro de controle de vazão


Dispositivo, geralmente do tipo pressão, instalado em uma tubulação para regular
e/ou interromper a passagem de água. (ver NBR 10071).

4.2.20 – Registro de fechamento


Dispositivo, geralmente do tipo gaveta, instalado em uma tubulação para interromper
a passagem de água.

4.2.21 – Reservatório de água quente


Reservatório destinado a acumular a água quente a ser distribuída.

4.2.22 – Reservatório superior de água fria


Reservatório elevado que alimenta por gravidade os aquecedores.

4.2.23 – Respiro
Dispositivo destinado a permitir a saída de ar e/ou vapor de uma instalação.

4.2.24 – Separação atmosférica


Distância vertical, sem obstáculo e através da atmosfera (sem ligação física), entre a
saída da água da peça de utilização e o nível de transbordamento do aparelho sanitário.

4.2.25 – Sub-ramal
Tubulação que liga o ramal à peça de utilização.

4.2.26 – Tubulação de retorno


Tubulação que conduz a água quente de volta ao reservatório de água quente ou
aquecedor.

4.2.27 – Válvula de retenção


Dispositivo que permite o escoamento da água em um único sentido.

4.2.28 – Válvula de segurança de pressão


Dispositivo destinado a evitar que a pressão ultrapasse determinado valor.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[166] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

4.2.29 – Válvula de segurança de temperatura


Dispositivo destinado a evitar que a temperatura da água quente ultrapasse
determinado valor.

4.2.30 – Válvula redutora de pressão


Dispositivo que reduz a pressão em determinado trecho da instalação.

4.3 – Fundamentos sobre aquecimento de água

Vários são os meios pelos quais a água pode ser aquecida. Esses meios são
produtores de calorias as quais são transmitidas para a água. Os meios usados para a
produção de calorias podem ser classificados em:
• Energia elétrica (eletricidade): resistência ou efeito Joule (RI2);
• Combustíveis sólidos: madeira, carvão;
• Combustíveis líquidos: álcool, querosene, gasolina, óleo;
• Combustíveis gasosos: gás de rua, gás engarrafado, biodigestores;
• Aproveitamento de água de resfriamento de certos equipamentos industriais
(compressores, motores, etc.);
• Gases quentes resultantes de diversos processos fabris, por exemplo,
oriundos de altos-fornos;
• Vapor, por meio de serpentinas ou misturando-se á água;
• Energia solar, com o emprego de aquecedores solares.

4.4 – Modalidades dos sistemas prediais de água quente

O abastecimento de água quente é feito em tubulações separadas das de água fria e


pode ser de três sistemas:
• Individual ou local. Quando o sistema alimenta um único aparelho sem a
necessidade de uma rede de água quente. É o caso do aquecedor a gás localizado
no banheiro ou na cozinha, ou chuveiro elétrico;
• Central privado. Quando o sistema alimenta vários aparelhos de uma só unidade. É
o caso de uma residência (casa ou apartamento) onde existe um equipamento para
produção de água quente, do qual partem os alimentares para as peças de
utilização dos banheiros, cozinha e áreas de serviço;
• Central coletiva. Quando o sistema alimenta conjuntos de aparelhos de várias
unidades (prédios de apartamentos, hospitais, hotéis, escoas, quartéis e outros).

4.4.1 – Sistema individual ou local

Neste tipo de sistema, para o aquecimento da água, usam essencialmente como


fonte de calorias a eletricidade e ou gás combustível.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [167]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

No caso do uso de aquecedor individual à eletricidade, tem-se uma resistência que é


ligada automaticamente pelo próprio fluxo de água. Exemplo: chuveiro elétrico, Figura 4.1.

Figura 4.1 – Aquecedor individual de aquecimento – aquecedor elétrico


(Fonte: ILHA et ali, 2003)

O aquecedor individual a gás permite o aquecimento imediato da água que nele


passa através de uma serpentina de cobre aquecida com a combustão do gás que sai de
grande número de orifícios de um tubo queimador que é aceso automaticamente por um
pequeno bico de gás (chama piloto), no momento da entrada da água.
A Figura 4.2 representa um aquecedor a gás: a água escoa para a serpentina (S)
pela tubulação (A). O gás entra por (C), derivando por (F) para alimentar o bico de gás (BG).
Uma válvula (D) contida por uma mola (G) controla a entrada de gás nos queimadores (Q). A
válvula possui uma haste em cuja extremidade há um diafragma de lâmina (H), que separa
as duas seções em (m) e (n) de uma pequena câmara. Os tubos (I) e (J) mantêm as seções
(m) e (n) cheias de água.
Quando todos os aparelhos estão fechados, não há circulação de água e a pressão
nas duas faces do diafragma é a mesma, de modo que a válvula (D) não permite a entrada
do gás no queimador. Apenas a lamparina ou bico piloto pode ser aceso, por ter alimentação
independente pelo tubo (F)
Quando se abre o registro (R), cria-se em virtude do escoamento uma diferença de
pressões entre as duas faces do diafragma, pois (m) e (n) estarão sujeitas a pressões
diferentes. O diafragma de lâmina (H) então se deforma, comprimindo a mola (G) e abrindo a
válvula (D) que dá passagem ao gás, pelo tubo (E), até os queimadores (Q).
Ao fechar o registro (R), cessa o escoamento, restabelece a igualdade das pressões
em (m) e (n), e o diafragma (H) e a válvula (D) voltam á posição inicial, interrompendo a
passagem do gás.
Os aquecedores a gás individuais sempre são instalados no compartimento onde se
localizam os aparelhos que irão receber água quente. A Figura 4.3 apresenta um esquema
para instalação de um aquecedor a gás de passagem.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[168] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Figura 4.2 – Aquecedor a gás.


(Fonte: Macintyre, 3a. Edição)

4.4.2 – Sistema central privado

As fontes de calorias mais utilizadas neste tipo de sistema são: gás combustível
eletricidade, óleo combustível, lenha e energia solar.
Considerando o princípio de funcionamento, os equipamentos a gás combustível e a
eletricidade podem ser classificados em:
• Aquecedores de passagem. Quando a água vai sendo aquecida à medida
que passa pela fonte de calor, sem requerer reservação;
• Aquecedores de acumulação. Quando se tem a reservação do volume de
água a ser aquecido.
Os aquecedores elétricos do tipo “boiler”, Figura 4.4, são aquecedores de
acumulação, isto é, o elemento resistivo lentamente aquece a água nas horas sem consumo
para que, nas ocasiões de uso, a água já esteja na temperatura adequada. A potência
elétrica é pequena em comparação com os chuveiros elétricos, por exemplo, onde o tempo
que a água permanece em contacto com a resistência é muito menor.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [169]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

O “boiler” bem isolado termicamente (lã de vidro, amianto, e etc) pode manter a
temperatura da água durante 12 horas, sem consumo, com uma queda de somente 3 0C.
A Figura 4.5 apresenta um esquema de um sistema central privado residencial
constituindo de um aquecedor elétrico do tipo “boliler”. A Figura 4.6 apresenta um esquema
de sistemas centrais privados de um edifício constituído de aquecedores elétrico do tipo
“boiler”.

Figura 4.3 – Instalação do aquecedor a gás de passagem Rinnai.


(Fonte: Catálogo Rinnai – www.rinnai.com.br)

4.4.3 – Sistema central coletivo

No sistema central coletivo a água é aquecida em um local do edifício (no térreo ou


subsolo) e daí distribuída aos diversos pontos de utilização. Neste caso a distribuição da
água pode ser feito de uma das maneiras seguintes:

Por: Evaldo Miranda Coiado


[170] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

- Sem circulação: Ascendente

- Com circulação: Ascendente


Descendente ou por gravidade
Misto

4.4.3.1 – Distribuição ascendente sem circulação

Neste sistema, da tubulação que sai da parte superior do storage, em cada


pavimento, parte uma derivação alimentando os aparelhos, Figura 4.7. Há economia de
tubulação, mas há o inconveniente de se ter que esperar tempo até começar a sair água
quente, pois apesar do isolamento térmico que deve haver na tubulação, a água esfria ao
final de algum tempo.

Figura 4.4 – Aquecedor elétrico do tipo “boiler”


(Fonte: Creder, 2003)

O funcionamento da distribuição ascendente sem circulação consiste no seguinte:


Na Figura 4.7, a água fria entrando na caldeira, recebe um elevado calor de uma fonte
quente (óleo, gás, carvão ou eletricidade), transformando-se em vapor ou água em alta
temperatura, circulando através da tubulação (1) em serpentina dentro do storage. Aí

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [171]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

transmite o calor à água fria que chega pela tubulação 3, perde calor, voltando sob a forma
líquida à caldeira, pela tubulação (2). A água aquecida no storage sobe aos pontos de
consumo pela tubulação (4), auxiliado pela pressão disponível da caixa de água e pela
diferença de densidade das águas quente e fria (convecção). Na cobertura deve ser
instalado uma ventosa com ladrão para escapamento do excesso de vapor.
A água quente que sai da caldeira para o storage, praticamente não é consumida,
servindo apenas como transmissora de calor da fonte quente para a água fria que chega
pelo tubo (3), sendo transportada pela tubulação (4). A válvula de retenção evita que a água
quente retorne à caixa de água.

Figura 4.5 – Esquema de um sistema central privado residencial.


(Fonte: Creder, 2003)

Na Figura 4.5 tem-se:


(1) = Caixa de água para alimentar o aquecedor e as demais dependências da casa. Nunca ligar
água direta da rua ao aquecedor.
(2) = Tubulação que alimenta com água fria os diversos pontos de consumo.
0
(3) = Joelho de 90 .

Por: Evaldo Miranda Coiado


[172] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

(4) = Tubulação que alimenta exclusivamente o aquecedor saindo da caixa de água, a 5 cm do


fundo.
(5) = Aquecedor.
(6) = Registro de gaveta para fechar a água que vem para o aquecedor.
(7) = Registro de gaveta para esvaziar o aquecedor quando necessário.
(8) = Tubulação utilizada para o esvaziamento do aquecedor.
(9) = Tê.
(10)= Ralo para o qual a água do aquecedor é escoada.
(11)= Uniões.
(12)=Tê onde se adapta o tubo ventilador do aquecedor.
(13)= Tubo ventilador do aquecedor que deve se estender 1,5 m acima do nível da caixa de água.
(14)= Tubulação de saída que alimenta os pontos desejados.

(1)=Caixa de água.
(2)=Coluna de alimentação exclusiva para os
aquecedores.
(3)=Coluna de alimentação de água fria para
as demais peças.
(4)=Tubulação que deriva da coluna (2) para
abastecer o aquecedor. Deve ser
derivado de uma posição acima do
aquecedor.
(5)= Registro de gaveta para controle da
vazão de alimentação do aquecedor.
(6)=Registro de gaveta para esvaziar o
aquecedor quando necessário.
(7)=Tubulação para esvaziar o aquecedor.
(8)=Ralo onde deságua a tubulação (7).
(9)=Uniões.
(10)=Aquecedor.
(11)=Saída de água quente para os pontos
desejados.
(12)=Válvula de retenção que permite a saída
de vapor para a coluna de ventilação
(13) e impede que um aquecedor
roube a água do outro.
(13)= Coluna de ventilação (responsável pela
segurança do aquecedor), evitando a
compressão interna.
Figura 4.6 – Esquema de sistemas centrais privados em edifício.

4.4.3.2 – Distribuição ascendente com circulação

Nos sistemas com circulação, há circulação constante de água quente pela


tubulação, ou por efeito de termossifão simples ou termossifão com bombeamento. Gastam-

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [173]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

se mais tubulações, porém ao abrir uma torneira ou registro, a água quente sai
imediatamente. O efeito termossifão (movimento convectivo) é obtido pelo fato de a água
quente ser mais leve do que a fria.
Segundo Macintyre, 3a. Ed., se gasta de 10 a 15 % mais de combustível para
provocar a circulação da água quando não se faz o bombeamento, uma vez que a água
neste caso deve ser aquecida a uma temperatura mais elevada.

Figura 4.7 – Sistema ascendente sem circulação.

4.4.3.2.1 – Distribuição ascendente com circulação por termossifão

Neste sistema, Figura 4.8, a água quente sobe, por convecção, pela tubulação (4),
retornando ao storage pela tubulação (5). Por economia, faz-se o retorno no piso do último
pavimento.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[174] Instalações Hidráulico-Sanitárias
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Figura 4.8 – Sistema ascendente com circulação por termossifão.

4.4.3.2.2 – Distribuição descendente com circulação com bombeamento

Neste sistema a água do storage vai até um barrilete na cobertura, de onde descem
colunas que irão alimentar os aparelhos dos andares, Figura 4.9. As colunas se reúnem no

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [175]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

pavimento onde se encontra o storage, para alimentá-lo novamente com a água não
consumida. Uma bomba intercalada na alimentação de água quente do barrilete fornece a
energia para compensar as perdas de carga e permitir uma circulação contínua com
velocidade e pressão adequadas. Esse sistema é muito empregado em edifícios, pois
proporciona um reduzido gasto de tubulação.

Figura 4.9 – Sistema descendente com circulação por bombeamento.

4.4.3.2.3 – Distribuição com circulação mista.

É usado em grandes edifícios, mas é necessário, sempre, que os aparelhos de


utilização estejam na mesma coluna. Ligam-se os aparelhos de andares alternados à
tubulação ascendente e à tubulação descendente.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[176] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

A tubulação de retorno é ligada à tubulação ascendente um pouco abaixo da parte


mais elevada da coluna. Essa prolongação, desempenhará papel de ventosa ou suspiro, na
cobertura.
Ligam-se as colunas de retorno a um barrilete inferior, que conduzirá a água não
utilizada de volta ao storage, Figura 4.10.

Figura 4.10 – Distribuição com circulação mista.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [177]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

4.5 – Consumo de água quente

As temperaturas mais usuais para proporcionar o nível de conforto adequado aos


usuários, racionalizar o consumo de energia, e assegurar a higiene são as seguintes:

• Uso pessoal em banhos e higiene:................................. 35 a 50 0C


• Em cozinhas (dissolução de gorduras):.......................... 60 a 70 0C
• Em lavanderias:............................................................... 75 a 85 0C
• Em finalidades médicas (esterilização):.......................... ≥ 100 0C

Como base para o dimensionamento do aquecedor e do reservatório de acumulação


de água quente, pode-se usar o Quadro 4.1 para se estimar o consumo de água quente por
pessoa.

Quadro 4.1 – Estimativa de consumo de água quente.


(Fonte: NBR 7198/1982)
Prédio Consumo (litros/dia)
Alojamento provisório de obra 24 por pessoa
Casa popular ou rural 36 por pessoa
Residência 45 por pessoa
Apartamento 60 por pessoa
Quartel 45 por pessoa
Escola (internato) 45 por pessoa
Hotel (sem incluir cozinha e lavanderia) 36 por hóspede
Hospital 125 por leito
Restaurante e similar 12 por refeição
Lavanderia 15 por kgf de roupa seca

No Quadro 4.2, são apresentados alguns índices para a determinação da população


em edifícios para diferentes fins. Assim, utilizando os Quadros 4.1 e 4.2, pode-se obter o
valor do consumo diário de água quente numa residência ou edifício.

Quadro 4.2 – Estimativa de população em edifícios.


Edifício População (P)
Escritório 1 pessoa /3m2
Loja 1 pessoa /3m2
Hospital 1 pessoa /15m2
Hotel 1 pessoa /15m2
Apartamento/residência (P=2.NDS + NDE) ou 5 pessoas por unidade
NDS = número de dormitórios sociais
NDE = número de dormitórios de serviço

Por: Evaldo Miranda Coiado


[178] Instalações Hidráulico-Sanitárias
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4.6 – Determinação do volume a ser reservado

A determinação do volume de água a ser reservado é feita a partir da aplicação da


clássica equação das misturas de líquidos em temperaturas diversas (Primeira Lei da
Termodinâmica), ou seja:

tq.vq + tf.vf = tm.vm (4.1)

Na qual:
tq = temperatura da água quente no aquecedor (=70 0C);
tf = temperatura da água fria (=15 0C no inverno);
tm = temperatura da água misturada no aparelho de uso (valor médio de 42,7 0C);
vq = volume de água quente no aquecedor, isto é, a capacidade do aquecedor;
vf = volume de água fria misturada no aparelho;
vm = volume misturada no aparelho de uso.

Substituindo os valores das temperaturas usuais tem-se:

70.vq + 15.vf = 42,7.vm (4.2)

Mas:

vq + vf = vm (4.3)

Das equações (4.2) e (4.3) obtém-se:

vq = 0,504.vm (4.4)

No Quadro 4.3, apresentam-se as quantidades de água quente para realizar a


mistura em função do uso.

Quadro 4.3 – Quantidade de água quente para realizar a mistura.


Consumo Temperatura Quantidades para a
diário da mistura mistura
Usos aproximado, de em (em litros)
água quente, Quente Fria
(em litros) (0C) 70 0C 15 0C
Chuveiro 30 38 12,5 17,5
Barba, lavagem de mãos e rosto 10 38 4,2 5,8
Lavagem 20 52 13,5 6,5
Totais 60 42,7 30,2 29,8

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [179]
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4.7 – Aquecimento elétrico

O aquecimento elétrico, mais comum, é feito por meio de resistências metálicas de


imersão. O aquecimento da água, com o emprego da energia elétrica, é realizado pelo calor
dissipado, durante a passagem de uma corrente elétrica, em um condutor de resistência. A
potência correspondente à energia dissipada sob a forma de calor é dada por:

P = R.I2 (4.5)

Na qual:
P = potência, em (watts);
R = resistência, em (ohms);
I = corrente, em (ampères).

A energia dissipada, em (watts x horas), é expressa por:

E=P.t (4.6)

Na qual:
P = potencia, em (watts);
t = tempo, em (horas).

Desprezando a variação da densidade da água com a temperatura, a quantidade de


calor (G) necessária para elevar um volume (v) de água de calor específico (c) de uma
temperatura inicial (t0) para uma final (t) é dada por:

G = v.c (t – t0) (4.7)

Na qual:
G = quantidade de calor, em (kcal);
v = volume de água, em (litros);
c = calor específico da água, em (kcal/kg.0C) = 1;
t = temperatura final, em (0C);
t0 = temperatura inicial, em (0C).

A quantidade de calor em (kcal) produzida numa resistência (R), por uma corrente
de (I) ampéres em (t) segundos pode ser calculada por:

G = 0,00024.R.I2.t (4.8)

Na qual:
G = quantidade de calor, em (kcal);
R = resistência, em (ohms);
Por: Evaldo Miranda Coiado
[180] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

I = corrente, em (ampères);
t = tempo, em (segundos).

A quantidade de calor nominal ou bruta (Gb) é dada por:

G
Gb = (4.9)
η

Na qual:
η = rendimento do sistema produtor de água quente.

Equivalências entre unidades diversas:

1 kWh = 860 kcal

1 kcal = 4187 joule

1 kWh = 3,6.106 joule

1 kW = 1000 (joule/seg.)

Exemplo prático 4.1

Determine a potência consumida por um chuveiro elétrico para elevar a temperatura de 90


litros de água de 17 0C para 40 0C durante 15 minutos (duração média de um banho).
Considere o rendimento do chuveiro igual 90%.
Solução:
G = 90 x 1,0 x (40 – 17) = 2070 kcal

2070 = 2,67 kWh


Gb =
860 x0,90

2,67 ≅ 10,7 kW ou 10.700 watts


P=
(15 / 60)

Exemplo prático 4.2

Por um fio de cobre, cuja resistência é de 18 ohms e imerso em 100 litros de água, passará
durante 2 horas uma corrente 5,7 ampères. Determine a temperatura final da água e a
potencia consumida considerando que a temperatura inicial da água é de 15 0C.
Solução:
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [181]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

A quantidade de calorias transferidas para a água será:

G = 0,00024 . 18 . 5,72 . (2 . 3600) = 1 010,6 kcal

Utilizando a equação (4.7) tem-se:

1 010,6 = 100 . 1,0 . (t – 15)

R.: t = 25,1 0C

A potência consumida resulta:

1010,6 0,59 kW = 590 watts.


P= =
860 x 2

R.: 590 watts.

4.8 – Tipos de aquecedores elétricos e dimensionamento

Os aquecedores elétricos podem ser de dois tipos:


- De aquecimento instantâneo;
- De acumulação.

4.8.1 – Aquecedores elétricos de aquecimento instantâneo

A água vai se aquecendo instantaneamente ao escoar pelo aparelho por meio da


transmissão de calor de uma resistência elétrica. Exemplos: chuveiros elétricos, torneiras
elétricas, aquecedores automáticos.

4.8.2 – Aquecedores elétricos de acumulação (boilers)

Os aquecedores elétricos de acumulação, também conhecidos por boilers, são


constituídos de um recipiente interno de cobre que irá conter a água; de um recipiente
externo, de chapa de aço soldada; de uma camada de material isolante, como lã de vidro,
colocada entre os dois recipientes.
No interior do recipiente interno são dispostas uma ou mais resistências elétricas
que funcionam a seco, colocadas em um tubo de cobre, do qual são isoladas por
separadores e buchas de porcelana.
Os aquecedores de acumulação possuem um termostato ou termorregulador, que
mantém automaticamente a água a uma temperatura dentro dos limites estabelecidos.
Esses aquecedores, quando instalados em prédios de vários pavimentos, são
alimentados por colunas independentes das que servem os aparelhos sanitários. O ramal de

Por: Evaldo Miranda Coiado


[182] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

alimentação que liga a coluna ao boiler deve derivar da coluna em cota superior ao
aquecedor, entrando no mesmo, por uma posição localizada na sua parte inferior, Figura
4.11; esta tubulação deve ser provida de registro de gaveta e válvula de segurança, sendo
proibida pela NB 7298/93 a instalação de válvula de retenção quando a mesma não for
protegida por respiro.
A tubulação que alimenta de água quente os aparelhos sai pela parte superior
oposta, sendo desaconselhada a sua ligação a um respiro conjugado para todos os
pavimentos, Macintyre, 3a. Edição.

Figura 4.11 – Aquecedor elétrico de acumulação.

4.8.3 – Dimensionamento dos aquecedores elétricos de acumulação

A quantidade de água a ser aquecida depende do consumo das peças ou aparelhos.


O Quadro 4.4 apresenta a capacidade dos aquecedores elétricos de acumulação a
partir do consumo diário a 70 0C.
Para se calcular a capacidade do aquecedor elétrico e o consumo de energia pode-
se utilizar o seguinte procedimento:
1º) Do Quadro 4.1 obtém-se o consumo de água por pessoa;
2º) Do Quadro 4.2 determina-se a quantidade de pessoas;

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [183]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

3º) Calcula-se o consumo diário de água quente multiplicando o consumo por


pessoa pelo número de habitantes;
4º) Utilizando a Equação (4.4) calcula-se o volume de água quente a 70 0C;
5º) Do Quadro (4.4) com o volume de água a 70 0C tira-se a capacidade do
aquecedor elétrico e a potência;
6º) Utilizando a Equação (4.7) calcula-se a quantidade de calor em (kcal) necessária
para aquecer a água de 15 0C a 70 0C;
7º) Utilizando a Equação (4.9), considere um rendimento de 90% para o aquecedor,
e determine a quantidade de calor nominal ou bruta;
8º) Transforme (kcal) para (kWh).

Exemplo prático 4.3

Determine a potência e o volume de um aquecedor elétrico de acumulação, boiler, para


atender um apartamento residencial contendo: três quartos sociais e um de empregada.
Determine também a quantidade de calorias nominal ou bruta necessária e a energia
dissipada. Dados: temperatura inicial da água igual a 15 0C; temperatura final da água igual
a 70 0C.
Solução:
1º) Consumo de água quente por pessoa: Para apartamentos, do Quando 4.1, obtém-se 60
L/dia.
2º) Número de pessoas, do Quadro 4.2:
P = 2 . 3 + 1 = 7 pessoas.
3º) Consumo diário de água quente:
Cd = 7 pessoas x 60 L/dia = 420 litros.
4º) Volume de água quente a 70 0C:
vq = 0,504 . 420 = 211,7 litros. (Equação 4.4)
5º) Capacidade do aquecedor elétrico e a potência:
Do Quadro 4.4, para 211,7 litros de água a 70 0C obtém-se o aquecedor com
capacidade de 200 litros, e potencia de 1,5 kW.
5º) Quantidade de calor necessária para elevar a temperatura da água de 15 0C para 70 0C:
G = 211,7 . 1,0 . (70 – 15) = 11.643,5 kcal. (Equação 4.7)
7º) Quantidade de calor bruta para um rendimento de 90%:
11.643,5
Gb = = 12.937,2 kcal. (Equação 4.9).
0,90
8º) Quantidade de energia:
12.937,2
= 15,04 kWh.
860

Por: Evaldo Miranda Coiado


[184] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Exemplo prático 4.4

A quantidade de água quente necessária de um hotel é de 4700 kg/dia a 70 0C.


Considerando que o custo de 1 MWh de energia elétrica é de R$470,00, (preço em 05/2006
para residências), determine a despesa diária do proprietário com a energia elétrica, num dia
frio em que a temperatura da água inicial seja de 8 0C. A água será aquecida por um
aquecedor elétrico com uma eficiência de 75%. Despreze a variação da massa específica da
água com a temperatura.
Solução:
1º) Quantidade de calor necessária para elevar a temperatura da água de 8 0C para 70 0C:
G = 4700 . 1,0 . (70 – 8) = 291.400,0 kcal. (Equação 4.7)
3º) Como a eficiência do aquecedor é de 75%, a energia bruta em kWh vale:
291.400
≅ 452 kWh ou 0,452 MWh
860.0,75
40) O custo diário resulta em:
0,452 MWh x R$470,00 = R$212,44.

Quadro 4.4 – Dimensionamento indicado para aquecedores elétricos de acumulação.


(Fonte:Creder, 2003)
Consumo diário a Capacidade do Potência
70 0C aquecedor (kW)
(litros) (litros)
60 50 0,75
95 75 0,75
130 100 1,0
200 150 1,25
260 200 1,5
330 250 2,0
430 300 2,5
570 400 3,0
700 500 4,0
850 600 4,5
1150 750 5,5
1500 1000 7,0
1900 1250 8,5
2300 1500 10,0
2900 1750 12,0
3300 2000 14,0
4200 2500 17,0
5000 3000 20,0

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [185]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

4.9 – Poder calorífico de gás e óleo combustíveis

O poder calorífico de uma substância é a quantidade de calor desenvolvida pela


combustão completa da unidade de volume (ou massa) desta substância, estando ela e o
comburente nas condições normais de temperatura e pressão, e sendo os produtos da
combustão trazidos às mesmas condições.
O poder calorífico incluindo o calor de evaporação da água é denominado Poder
Calorífico Superior (PCS). Se desta quantidade de calor for subtraída o calor devido à
evaporação da água tem-se o chamado Poder Calorífico Inferior (PCI), ILHA, M. S.(2003).

Quadro 4.5 – Poder calorífico dos gases e óleo combustível.


Poder calorífico Poder calorífico
Densidade
Tipo de gás ou óleo Inferior Inferior
3 relativa
(kcal/kgf) (kcal/m )
Gás natural (GN) 11 800 9.230* 0,613
Gás de nafta 5 700 4200 0,560
Carvão vegetal 7 500 -
GLP 11 000 24.000* 1,746
Lenha 3 500
Óleo diesel 9 500 0,95
Obs.: (*) valores recomendados pelas: NBR 13932/97 (p/GLP) e NBR 13933/97 (p/GN)

4.10 – Aquecedor a gás individual ou local

Os aquecedores individuais são fabricados para funcionar com gás de rua ou gás
engarrafado. Pode-se instalar um aquecedor em cada banheiro, um na cozinha e um na área
de serviço, para fornecer água quente à máquina de lavar roupa ou ao tanque e banheiro de
empregada.
Os aquecedores a gás podem ser de dois tipos: de acumulação, e de passagem (ou
instantâneo).

4.10.1 – Seleção do aquecedor de acumulação a gás

A seleção do aquecedor de acumulação a gás é feita consultando catálogos de


fornecedores, a partir do conhecimento do consumo de água quente.
Nos Quadros 4.6, 4.7, e 4.8 são apresentados os dados técnicos, de aquecedores
de acumulação a gás, fornecidos por fabricantes nacionais.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[186] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.6 – Dados técnicos do aquecedor de água por acumulação a gás.


(Fonte: Catálogo KENT)
Características Modelos - KG
Capacidade do reservatório (Litros) 80 130 160
Quantidade de usuários 3 4/5 5/6
Recuperação (L/h) 230 295 300
Consumo (kcal/h) 6000 8000 8000
Obs.: Pressão de funcionamento de 2 a 5mca.

Quadro 4.7 – Dados técnicos do aquecedor de água por acumulação a gás (Fonte: Catálogo Morganti).
Disponibilidade Consumo de gás Tempo inicial de
de água quente Vazão Potência Potência aquecimento do
a Deposito
Tipo na 1 hora de (L/h) Nominal Efetiva GLP GN depósito
consumo (Litros) ∆t=500C (Litros) 3
0
(kcal/h) (kcal/h) (Kg/h) (m /h) (min.)
∆t=50 C ∆t=50 C
0

TH70+155 225 155 70 9.117 7.750 0,82 0,95 30


TH110+180 290 180 110 10.588 9.000 0,96 1,11 42
TH145+180 325 180 145 10.588 9.000 0,96 1,11 50
TH200+250 450 250 200 14.705 12.500 1,33 1,54 50
TH250+265 515 265 250 15.588 13.250 1,41 1,64 56

STO-75 146 71 75 4.300 0,40 0,45 65


STO-110 198 88 110 5.300 0,48 0,55 78
STO-150 241 91 150 5.500 0,50 0,58 90
STO-200 316 116 200 7.000 0,63 0,73 103
Os tipos STO em testes de laboratório atingiram o rendimento de 83%.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [187]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.8 – Dados técnicos do aquecedor a gás por acumulação Thermerô.


(Fonte: Cátalogo Thermerô)
Modelo TH
Características
60/120 70/130 100/170 150/170 300/284
Produção de água a
120 L/h 130 L/h 170 L/h 170 L/h 284 L/h
70 0C (∆t=50 0C)
Capacidade do depósito 60 L 75 L 100 L 150 L 300 L
Capacidade de recuperação (∆t=20 0C) 300 L/h 325 L/h 425 L/h 425 L/h 710 L/h
Potência do queimador (kcal/h) 7.500 7.500 9.800 9.800 16.000
Tempo de aquecimento da água do
30 min 37 min 38 min 55 min 64 min
depósito (∆t=50 0C)
Consumo de GLP p/ aquecimento da
325 g 425 g 570 g 800 g 1.700 g
água do depósito (∆t=50 0C)
Consumo de gás encanado p/
aquecimento da água do depósito 0,95 m3 1,24 m3 1,64 m3 2,61 m3 4,95 m3
(∆t=50 0C)
Regulagem do termostado 45 a 82 0C
Consumo de GLP da lâmpada piloto 3 g/h
Consumo de gás encanado 0,0087 m3/h
Queda horária de temperatura 1,4 0C
Material interno do aparelho Aço inoxidável
Peso sem água em (Kgf) 38 51 61 74 134
Peso com água em (Kgf) 58 99 120 103 213

Exemplo prático 4.5

Selecione o aquecedor de acumulação a gás (GLP) para atender um apartamento


residencial contendo: dois quartos sociais e um de empregada. Dados: temperatura inicial da
água igual a 20 0C; temperatura final da água igual a 70 0C. Para um rendimento médio do
aquecedor de 85%, determine a quantidade de quilos de gás consumida diariamente.
Solução:
1º) Consumo de água quente por pessoa: Para apartamentos, do Quando 4.1, obtém-se 60
L/dia;
2º) Número de pessoas, do Quadro 4.2:
P = 2 . 2 + 1 = 5 pessoas.
3º) Consumo diário de água quente (mistura a 42,70C):
Cd = 5 pessoas x 60 L/dia = 300 litros.
4º) Volume de água quente a 70 0C:
Utilizando a equação (4.1)
70 . vq + 20 . vf = 42,7 . 300
Mas:

Por: Evaldo Miranda Coiado


[188] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

300 = vq + vf → vf = 300 - vq
Substituindo na equação anterior tem-se:
70. vq + 20 . (300 – vq) = 42,7 . 300
Isolando vq resulta:
Vq ≅ 136 litros de água quente a 70 0C.
Seleção:
a) Alternativa 1: Não considerando a vazão de recuperação, escolheria do Quadro 4.6
o modelo KG com capacidade de deposito de 130 litros. Nesta alternativa os
usuários teriam, após a água do aquecedor ter atingido a temperatura de 700C,
praticamente todo o volume diário de água quente necessário.
b) Alternativa 2: Considerando a vazão de recuperação, escolheria do Quando 4.7 o
modelo STO-75, com capacidade de deposito de 75 litros. Esta alternativa tem o
inconveniente de que os usuários teriam disponíveis os 136 litros de água quente a
70 0C, somente após, decorridos aproximadamente 117 minutos do início do
aquecimento, (65 minutos para aquecer o deposito de 75 litros de água + 52 minutos
para a produção do volume complementar de 61 litros, uma vez que a vazão de
recuperação é de 71 L/h ).
5º) Quantidade de calor diária necessária para elevar a temperatura da água de 20 0C para
70 0C:
G = 136 . 1,0 . (70 – 20) = 6800 kcal. (Equação 4.7)
7º) Quantidade de calor bruta para um rendimento de 85%:
6800 8.000 kcal
Gb = =
0,85
8º) O poder calorífico do GLP vale 11.000 kcal/kg
8.000
= 0,73 kg
11.000

4.10.2 – Seleção do aquecedor de passagem ou instantâneo a gás

A seleção do aquecedor de passagem é feita a partir dos conhecimentos da vazão,


exigida pela peça a ser utilizada, e da elevação da temperatura que se deseja para a água
que escoa pelo aquecedor. As vazões das peças de utilização são fornecidas no Quadro
4.16. É importante observar que os valores e os pesos que constam nesse quadro referem-
se à água à temperatura de uso (da mistura).
Os Quadros 4.9, 4.10, e 4.11 apresentam as informações técnicas de aquecedores
de passagem ou instantâneo fornecidos por alguns fabricantes.

Exemplo prático 4.6

Determine a vazão que escoa por um aquecedor de passagem a gás para aquecer a água
para um chuveiro com e sem misturador. A temperatura inicial da água será de 18 0C.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [189]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Solução:
10) Sem misturador. A temperatura da água deverá ser elevada de 18 0C para
aproximadamente 380C, ou seja uma elevação ∆t = 20 0C. Portanto a vazão que passa pelo
aquecedor será igual àquela exigida pelo chuveiro que é de 0,20 L/s (ou 12 L/min), consulte
Quadro 4.16. Do Quadro 4.9, o aquecedor KO 6005 atende esta situação, e do Quadro 4.10,
o aquecedor WB 275 pode também ser utilizado.

20) Com misturador. Neste caso a temperatura da água deverá ser elevada de 18 0C para
700C, ou seja uma elevação ∆t = 52 0C. A vazão que passa pelo aquecedor será calculada
da seguinte maneira:

70.vq + 18.vf = 38.vm

Dividindo os dois membros da equação pelo tempo (t), fica:

Vq Vf Vm
70. + 18. = 38.
t t t

70.Qq + 18.Q f = 38.Qm

Mas:

Qm = Qq + Qf ou Qf = Qm - Qq

Portanto:

70.Qq + 18.(Qm − QQ ) = 38.Qm

Ou:

Qq = 0,385.Qm

Para vazão da mistura igual a 0,20 L/s:

0
Qq = 0,38.0,20 = 0,076 L/s a 70 C.

Para a escolha do aquecedor, buscar-se-á um aquecedor que produzirá 0,076 L/s


(4,6 L/min.) a 70 0C. Por exemplo: Do Quadro 4.10, para ∆t = 500C, selecionaria o WB275.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[190] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.9 - Dados técnicos do aquecedor de passagem ou instantâneo a gás Komeco.


(Fonte: Cátalogo Komeco)
Vazão de água (L/min.) Pressão de
Consumo de Pressão do
Modelo Tipo de Gás 0 0 0 água ideal
gás máximo gás (mmca) ∆t = 20C ∆t = 25C ∆t = 30C (mca)
KO GLP 0,8 kg/h 280 4,0 a 8,0 3,2 a 6,4 2,7 a 5,3 >5,0
5505 GN 0,9 m3/h 200 3,5 a 7,0 2,8 a 5,6 2,3 a 4,7 >5,0
KO GLP 1,5 kg/h 280 4,5 a 15,0 3,6 a 12,0 3,0 a 10,0 >5,0
6005 GN 1,6 m3/h 200 3,3 a 11,0 2,6 a 8,8 3,0 a 7,3 >5,0
KO GLP 1,8 kg/h 280 5,4 a 18,0 4,3 a 14,4 3,6 a 12,0 >5,0
1200 GN 1,8 m3/h 200 3,9 a 13,0 3,1 a 10,4 2,6 a 8,7 >5,0
KO GLP 2,2 kg/h 280 6,6 a 22,0 5,3 a 17,6 4,4 a 14,7 >5,0
1800 GN 2,8 m3/h 200 5,1 a 17,0 4,1 a 13,6 3,4 a 11,3 >5,0
KO GLP 1,9 kg/h 280 9,0 a 18,0 7,2 a 14,4 6,0 a 12,0 >5,0
1500FB GN 2,1 m3/h 200 7,5 a 15,0 6,0 a 12,0 5,0 a 10,0 >5,0

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [191]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.10 - Dados técnicos do aquecedor de passagem ou instantâneo a gás Bosch.


(Fonte: Cátalogo Bosch)
Consumo Pressão Vazão de água (L/min.) Pressão de
Modelo Tipo de
Máximo de do gás 0 0 0 0 água ideal
(η%) Gás ∆t = 20C ∆t = 25C ∆t = 40C ∆t = 50C
gás (mmca) (mca)
WB 150 GLP 1,0 kg/h 280 7,5 6,0 3,7 3,0 5
3
(83%) GN 1,4 m /h 190 7,5 6,0 3,7 3,0 5
WB 200 GLP 1,3 kg/h 280 10,0 8,0 5,0 4,0 5
3
(85%) GN 1,7 m /h 190 10,0 8,0 5,0 4,0 5
WB 275 GLP 1,7 kg/h 280 13,6 11,0 6,8 5,5 6
3
(88%) GN 2,3 m /h 190 13,6 11,0 6,8 5,5 6
WB 350 GLP 2,2 kg/h 280 17,6 14,0 8,8 7,00 8
(88%) GN 2,9 m3/h 190 17,6 14,0 8,8 7,00 8
WRB 275 GLP 1,7 kg/h 280 5,0 a 13,6 4,0 a 11,0 2,5 a 6,8 2,0 a 5,5 6
3
(88%) GN 2,3 m /h 190 5,0 a 13,6 4,0 a 11,0 2,5 a 6,8 2,0 a 5,5 6
WRB 350 GLP 2,2 kg/h 280 5,0 a 17,6 4,0 a 14,0 2,5 a 8,8 2,0 a 7,0 10
3
(88%) GN 2,9 m /h 190 5,0 a 17,6 4,0 a 14,0 2,5 a 8,8 2,0 a 7,0 10
WRB.RG-440/ GLP 2,8 kg/h 280 5,0 a 22,0 4,0 a 17,6 2,5 a 11,1 2,0 a 8,8 13 / 17
3
WRG-440 (88%) GN 3,7 m /h 190 5,0 a 22,0 4,0 a 17,6 2,5 a 11,1 2,0 a 8,8 13 / 17
WR 300 KME GLP 1,9 kg/h 280 5,0 a 15,0 4,0 a 12,0 3,0 a 7,5 2,0 a 6,0 6
3
(88%) GN 2,5 m /h 190 5,0 a 15,0 4,0 a 12,0 3,0 a 7,5 2,0 a 6,0 6
WR 500 KME GLP 3,0 kg/h 280 5,0 a 23,0 4,0 a 18,4 3,0 a 11,5 2,0 a 9,2 13
(88%) GN 3,9 m3/h 190 5,0 a 23,0 4,0 a 18,4 3,0 a 11,5 2,0 a 9,2 13
WR 325 AME GLP 1,9 kg/h 280 5,0 a 16,2 4,0 a 13,0 2,5 a 8,1 2,0 a 6,5 10
3
(88%) GN 2,6 m /h 190 5,0 a 16,2 4,0 a 13,0 2,5 a 8,1 2,0 a 6,5 10

Por: Evaldo Miranda Coiado


[192] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.11 – Dados técnicos dos aquecedores instantâneos Junkers.


(Fonte: Catálogo Junkers)
Modelo
Modelo W 125
W 200 GE
Características P/ gás P/ gás
engarrafado P/ gás de rua engarrafado
(GLP (GLP)
Capacidade útil nominal 125 kcal/min 125 kcal/min 200 kcal/min
Capacidade nominal 150 kcal/min 150 kcal/min 245 kcal/min
Vazão nominal de água:
- Com sobre aquecimento de 15 0C 8,3 L/min 8,3 L/min 13,3 L/min
- Com sobre aquecimento de 20 0C 6,25 L/min 6,25 L/min 10,0 L/min
- Com sobre aquecimento de 25 0C 5,0 L/min 5,0 L/min 8,0 L/min
Pressão nominal da água para obter a
vazão de 5 L/min 6,0 mca 6,0 mca 6,0 mca
Pressão mínima de água para abrir
1,2 mca 1,2 mca 1,5 mca
completamente a válvula de gás
Vazão de água com pressão mínima para 2,0 ± 0,28 2,0 ± 0,28 3,5 ± 0,21
abrir completamente a válvula de gás L/min L/min L/min
Pressão dinâmica do gás na entrada do 280 ± 10 70 280 ± 10
aquecedor mmca mmca mmca
0,8 kgf/h (38 ± 2) L/min
(gás butano, (gás e potência
Consumo de gás 1,3 kgf/h
propano, calorífica de
3
11 200 kcal/kgf 3900 kcal/m

4.11 – Produção de água quente nas instalações centrais

Nos itens acima foram apresentadas as maneiras de produção de água quente em


instalações individuais utilizando-se como fonte de calor a eletricidade e o gás. A seguir
serão apresentadas as maneiras mais usuais de se produzir água quente em sistemas
centrais coletivos.

4.11.1 – Aquecimento direto da água com gás de rua ou gás engarrafado

Existem aquecedores para instalação central privada (casas e apartamentos


isoladamente) e centrais coletivas.
O dimensionamento dos aquecedores a gás para instalações centrais (privada ou
coletiva) segue praticamente o mesmo procedimento de dimensionamento dos aquecedores
elétricos de acumulação (boilers) visto no item 4.8.3, alterando somente o catálogo de
escolha do equipamento, ou seja:
1º) Do Quadro 4.1 obtém-se o consumo de água por pessoa;
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [193]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

2º) Do Quadro 4.2 determina-se a quantidade de pessoas;


3º) Calcula-se o consumo diário de água quente multiplicando o consumo por
pessoa pelo número de habitantes;
4º) Utilizando a Equação (4.4) calcula-se o volume de água quente a 70 0C;
5º) A partir do volume calculado, de água quente a 70 0C, faz-se a seleção do
aquecedor consultando os catálogos de fabricantes de aquecedores.

4.11.2 – Aquecimento direto da água com óleo

Os aquecedores desse tipo possuem uma câmara de aquecimento onde a chama de


um queimador de óleo pulverizado aquece o ar insuflado por um soprador. O ar aquecido
passa por uma serpentina imersa na água do storage, a qual se pretende aquecer. No
Quadro 4.12 tem-se os dados do aquecedor a óleo Bahama.
O procedimento para a seleção do aquecedor de água quente a óleo é semelhante
ao apresentado no item anterior.

Quadro 4.12 – Aquecedor de água quente a óleo Bahama


Capacidade Água (em vazão contínua) L/h com elevação Consumo de
Modelo nominal de temperatura t óleo kgf/h
Kcal/h t = 10 0C t = 25 0C t = 50 0C t = 70 0C
Bahama-6 60.000 5.300 2.100 1.050 730 6
Bahama-10 100.000 8.800 3.500 1.700 1.200 10
Bahama-16 160.000 14.100 5.600 2.750 1.950 16
Bahama-25 250.000 22.000 8.800 4.300 3.050 25
Bahama-40 400.000 35.200 14.100 6.900 4.850 40

4.11.3 – Aquecimento da água utilizando vapor de água produzido na caldeira a óleo

Neste caso a água é aquecida por transferência de calor da serpentina do storage


que é alimentada por vapor de água produzido na caldeira. O vapor de água, gerado na
caldeira, circula pela serpentina, transfere o calor à água fria, se condensa, e retorna à
caldeira. (ver Figuras 4.7 a 4.10).
A escolha da caldeira para o caso de um prédio de apartamentos é feita utilizando o
seguinte procedimento:
1º) Do Quadro 4.1 obtém-se o consumo de água por pessoa;
2º) Do Quadro 4.2 determina-se a quantidade de pessoas;
3º) Calcula-se o consumo diário de água quente multiplicando o consumo por
pessoa pelo número de habitantes;
4º) Determina-se a capacidade do reservatório de água quente, (storage),
considerando:
• Que a elevação da temperatura (∆t) da água no storage deve ser de 50 0C
(por exemplo: de 20 0C a 70 0C);

Por: Evaldo Miranda Coiado


[194] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

• Que a relação entre o volume teórico (Vt) do reservatório de água quente,


(storage), e o consumo total diário (Ctd) pode ser obtida pelas relações
apresentadas no Quadro 4.13.
• Que o volume real (Vr) do storage é obtido multiplicando o volume teórico
(Vt) pelo fator 1,33.

Vr = 1,33.Vt (4.10)

5º) Com o consumo total diário de água quente (Ctd) e a relação (Vt / Ctd) tirar do
Quadro 4.14 a capacidade da caldeira a óleo e a quantidade de água aquecida
de um diferencial (∆t = 50 0C). Consultando-se os catálogos dos fabricantes de
caldeiras, seleciona-se o tipo comercial de capacidade igual ou imediatamente
superior ao valor encontrado, caso a caldeira se destine unicamente ao
aquecimento da água.

Quadro 4.13 – Relação entre o volume teórico do storage e o consumo total diário.
Tipo de prédio (Vt / Ctd)
Residências grandes 1/3
Apartamentos para 5 pessoas 1/5
Apartamentos muito grandes 1/7

Exemplo prático 4.7

Para um edifício residencial de 48 apartamentos de 5 pessoas cada, pede-se:


a) Calcular a capacidade da caldeira;
b) A quantidade de água aquecida para um diferencial de temperatura de 50 0C;
c) Consumo de óleo por hora para um rendimento da caldeira de 85%.
Solução:
1º) Do Quadro 4.1 tira-se o consumo diário de 60 L/pessoa;
20) Quantidade de pessoas: 48 x 5 = 240 pessoas;
30) Consumo diário: Ctd = 240 x 60 = 14.400 Litros;
40) Volume teórico: Vt/Ctd = 1/5 (apartamento para 5 pessoas).
Vt = 14.400 / 5 = 2.880 Litros (= volume teórico do storage);
50) Volume real do storage:
Vr = 1,33 x 2880 = 3.830,4 Lirtros;
60) Com Ctd = 14.400 Litros/dia e Vt/Ctd = 1/5 tira-se, por interpolação linear, do Quadro 4.14:
Capacidade da caldeira = 67.120 kcal/hora.
Quantidade de água aquecida, com ∆t = 500C = 1342,4 Litros/hora.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [195]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.14 – Capacidade das caldeiras a óleo e quantidade de água aquecida.


(Fonte: Creder, 2003)
Vt/Ctd = 1/3 Vt/Ctd = 1/5 Vt/Ctd = 1/7
Consumo
Vazão, água Vazão, água Vazão, água
diário Cap. da caldeira Cap. da caldeira Cap. da caldeira
aquecida aquecida aquecida
em (kcal/hora) 0 (kcal/hora) 0 (kcal/hora) 0
(∆t = 50 C) (∆t = 50 C) (∆t = 50 C)
(litros) (x 1000) (x 1000) (x 1000)
(L/h) (L/h) (L/h)
340 1,0 20
500 1,5 30
600 1,75 36
700 2,0 40
800 2,4 48
900 2,7 54
1.000 3,0 60
1.500 4,5 90
2.000 6,0 120
2.500 7,4 150
3.000 9,0 180 14,2 280
3.500 10,0 200 16,5 320
4.000 18,0 380
5.000 28,0 480
6.000 28,0 580
7.000 33,0 660
8.000 37,0 740
9.000 43,0 840
10.000 46,0 920 54,0 1.050
15.000 70,0 1.400 80,0 1.600
20.000 96,0 1.880 112,0 2.200
30.000 165,0 3.400
40.000 220,0 4.400

Por: Evaldo Miranda Coiado


[196] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

4.12 – Capacidade do storage e da potência calorífica da caldeira

Para o cálculo da capacidade e da potência calorífica da caldeira, devem-se


considerar as seguintes informações:
a) O volume do storage deve ser suficiente para que durante o período de consumo
máximo não venha a faltar água quente;
b) No storage a temperatura da água deve atingir valores da ordem de 70 0C ou
maiores dependendo da finalidade;
c) Pela manhã, antes de começar a utilização de água quente, para chegar em
temperaturas desta ordem de grandeza são necessárias pelo menos 2 horas de
aquecimento.

4.12.1 – Para prédios de apartamentos

Para o caso de prédios de apartamentos, além das informações acima apresentadas


deve-se atender o que segue:
1º) O volume do storage deve ser suficiente para a utilização de todos os aparelhos
instalados, como se funcionassem apenas uma vez cada;
3º) Calcula-se o consumo diário de água quente (pode-se admitir que cada pessoa
consuma 60 litros de água quente por dia);
3º) A potência da caldeira deverá ser suficiente para aquecer a água de 150C até
700C;
4º) A água quente a 700C misturada com água fria resultará os 400C adequados
para o conforto humano;
5º) Utilizando a Equação (4.4) calcular o volume necessário de água quente a 700C;
6º) Utilizando a Equação (4.7) calcular a quantidade de calorias necessárias para
elevar a temperatura de 150C a 700C;
7º) Para 2 horas de funcionamento a potência calorífica em kcal/hora da caldeira
será o valor de calorias em (kcal) encontrado no item anterior dividido por 2
horas. Segundo Macintyre, 3a Ed., à potencia encontrada deve-se adicionar 15%
para compensar as perdas de calor ao longo das tubulações;
8º) Consultando os catálogos dos fabricantes escolhe-se a caldeira adequada. No
Quadro 4.15 apresentam-se dados de caldeiras (geradoras de água quente) a
gás, lenha, carvão vegetal e óleo diesel, fabricadas pela Morganti S.A – Indústria
e Comércio.

4.12.2 – Para hotéis e hospitais

Para hotéis e hospitais podem-se utilizar os mesmos procedimentos apresentados


para prédios de apartamentos, item (4.12.1). Não é preciso considerar água quente gasta na
cozinha e na lavanderia, pois os serviços nessas dependências não ocorrem
simultaneamente com a máxima utilização pelos hóspedes; e muitas vezes, usa-se uma

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [197]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

caldeira ou aquecedor independente para cozinha e lavanderia pois a temperatura de


utilização da água para essas serventias é mais elevada, Macintyre, 3a. Edição.

Exemplo prático 4.8

Determine a potência de uma caldeira em (kcal/h) para produzir água quente para um prédio
de apartamentos contendo 24 apartamentos com 3 quartos sociais e um quarto de
empregada. Considere a eficiência da caldeira de 85% e 15% de perdas no sistema de
canalização.

Solução:

1º) Número de pessoas por apartamento:


P = 2. NDS + 1. NDE = 2 x 3 + 1 x 1 = 7 pessoas/apartamento;

2º) Total de pessoas no edifício:


24 x 7 = 168 pessoas;

3º) Consumo diário:


Cd = 60 x 168 = 10.080 L/dia

4º) Volume de água quente a 70 0C:


Vq = 0,504 . Vm = 0,504 . 10.080 ≅ 5.080 L/dia

5º) Quantidade de calorias necessária para aquecer a água de 15 0C a 70 0C:


G = 5.080. 1,0. (70 – 15) = 279.400 kcal

6º) Potencia bruta para 2 horas:


279.400 279.400
Pb = + 0,15. ≅ 189.000 kca/h
0,85.2 0,85.2

Por: Evaldo Miranda Coiado


[198] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.15 – Geradora de água quente de passagem [Fonte: Catálogo Morganti]


Pot. Vazão Consumo de combustível
Potencia Potencia Cilin.
Nominal L/h
Tipo Efetiva Elétrica 0 GLP GN Gás Lenha Carvão Óleo GLP
ou ∆t=50 C
ET nafta Vegetal Diesel 45
Bruta
kcal/h kW Kg/h m3/h m3/h m3/h Kg/h L/h kg
Kcal/h (*)
20 20.000 23.529 21 400 2,14 2,48 5,60 0,016 3,55 2,75 3+3
30 30.000 35.294 30 600 3,21 3,72 8,40 0,024 5,33 4,13 4+4
40 40.000 47.058 48 800 4,28 4,95 11,20 0,033 7,11 5,50 5+5
50 50.000 58.823 60 1.000 5,35 6,19 14,01 0,044 8,88 6,87 6+6
60 60.000 70.588 75 1.200 6,42 7,43 16,81 0,048 10,66 8,25 7+7
80 80.000 94.117 90 1.600 8,56 9,91 22,81 0,066 14,22 11,00 9+9
100 100.000 117.647 120 2.000 10,70 12,38 28,01 0,081 17,77 13,75 11+11
150 150.000 176.470 - 3.000 16,04 18,58 42,02 0,122 26,66 20,64 17+17
200 200.000 235.294 - 4.000 21,39 24,77 56,02 0,162 35,55 27,52 22+22
300 300.000 352.941 - 6.000 32,09 37,15 84,03 0,243 53,33 41,27 33+33
(*) vazões em função das condições da combustão (**) uso alternado dos combustíveis

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [199]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

4.13 – Aquecimento de água com energia solar

As instalações de aquecimento solar podem ser classificadas em:


• Simples;
• Mista sem retorno;
• Mista com retono.

4.13.1 – Instalações simples

As instalações simples de aquecimento de água com energia solar, Figura 4.12,


constam essencialmente das seguintes partes:
• Um coletor solar que absorve a energia radiante dos raios solares aquecendo-se e
transferindo o calor para a água contida em um conjunto de tubos que constituem
uma espécie de serpentina;
• Um reservatório de acumulação da água quente, storage;
• Tubos e acessórios.

Figura 4.12 – Esquema geral de um sistema solar .


Por: Evaldo Miranda Coiado
[200] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

4.13.2 – Mista sem retorno

Para melhorar as condições de temperatura da água em períodos longos sem insolação


podem-se introduzir resistências elétricas no reservatório de água quente (storage),
conforme mostra o esquema da Figura 4.13.

Figura 4.13 – Instalação mista constituída de aquecedor solar e aquecedor elétrico sem
retorno.

4.13.3 – Mista com retorno

Este tipo de instalação, Figura 4.14, é constituído das seguintes partes:


• (1) - Coletor solar;
• (2) - Storage;
• (3) - Reservatório de água fria do prédio;
• (4) - Bomba de circulação de água quente, sistema descendente;
• (5) - Bomba eventualmente empregada na circulação da água entre o coletor
solar (1) e o storage (2);
• (6) – Válvula de segurança;
• (7) – Aquecedor auxiliar a eletricidade ou a gás.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [201]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Figura 4.14 – Mista com retorno.

O aquecedor auxiliar, que é também um storage, funcionará eventualmente numa


situação de ocorrência de vários dias sem adequada insolação e deverá aquecer a água,
que ficará acumulada em capacidade suficiente para o atendimento nesses períodos.

4.13.4 – Dimensionamento do coletor solar

Dado prático: 1 m2 de coletor para 50 a 65 litros de água quente necessários.


Fórmula utilizada:

GD
S= (4.11)
I .η
Na qual:
GD = quantidade de calor necessária em kcal/dia;

Por: Evaldo Miranda Coiado


[202] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

η = rendimento do aproveitamento da energia por painel, para fins práticos pode


assumir o valor de 50%;
I = intensidade de radiação solar, em kWh/m2.dia ou kcal.h/m2;
S = área do aquecedor solar, em m2).
Na região centro-sul do Brasil o tempo de insolação é de 6,5 a 7,0 horas diárias.
Para 7 horas resulta:

I = 4 200 kcal/m2.dia

Exemplo prático 4.9

Determine a área do coletor solar necessário para aquecer água para uma residência uni
familiar de 7 pessoas. Considere aquecimento de 15 0C a 70 0C.
Solução:
1º) Do Quadro 4.1, o consumo de água quente misturada por pessoa, para residências, é de
45 L/dia. Para 7 pessoas resulta: 45 x 7 = 315 L/dia.
2º) Quantidade de água a 70 0C:
V = 0,504 . 315 ≅ 159 L/dia
3º) Quantidade de calor necessária:
G = GD = 159 . 1,0 (70 – 15) = 8.745 kcal/dia
4º) Área do coletor solar:
8.745
S= ≅ 4,2 m2
4.200.0,5
Na prática utilizam-se coletores em células de 2 m2. Portanto, serão necessárias
entorno de 2 células de 2 m2.

4.14 – Dimensionamento da tubulação de água quente sem circulação

A NBR 7198/93, estabelece que, salvo casos especiais, deve-se admitir, para a
determinação das vazões de projeto das tubulações, o funcionamento não simultâneo de
todos os pontos de utilização instalados, a jusante do trecho considerado.
Portanto, no dimensionamento das colunas e ramais utilizam-se os mesmos
métodos empregados para o caso de instalação predial de água fria baseados no consumo
máximo provável, ou seja empregando a equação:

Qe = 0,30. ΣP (4.12)

Na qual:
Qe = vazão estimada de dimensionamento em (L/s);
ΣP = soma dos pesos relativos de todas as peças de utilização alimentadas pelo
trecho considerado obtido do Quadro 4.16.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [203]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Para os sub- ramais utilizam-se, no dimensionamento, as vazões das peças de


utilização fornecidas pelo Quadro 4.16.

4.14.1 – Vazão das peças de utilização

A NBR 7198/1993 estabelece que as vazões de água quente nos pontos de


utilização devem ser estabelecidas a partir das características do aparelho sanitário e das
necessidades do usuário deste aparelho.
Para as principais peças de utilização de prédios residenciais as vazões e os
respectivos pesos são dados no Quadro 4.16.

Quadro 4.16 – Vazão das peças de utilização.


Peças de utilização Vazão (L/s) Peso
Banheira 0,30 1,0
Bidê 0,10 0,1
Chuveiro 0,20 0,5
Lavatório 0,20 0,5
Pia de cozinha 0,25 0,7
Pia de despejo 0,30 1,0
Lavadora de roupa 0,30 1,0

4.14.2 – Pressão estática máxima

Segundo a NBR 7198/93 a pressão estática máxima nos pontos de utilização não
deve ser superior a 400 Kpa (40 mca).
No caso da necessidade de válvula redutora de pressão, devem ser instaladas
sempre duas unidades em paralelo, servindo uma de reserva da outra, sendo proibida a
instalação de desvio (by-pass) referente às válvulas redutoras de pressão que alimentam
aquecedores, NBR 7198/93.

4.14.3 – Pressão dinâmica mínima

As pressões dinâmicas nas tubulações não devem ser inferior a 5 kPa (0,5 mca),
NBR 7198/93.

4.14.4 – Velocidade da água

A velocidade da água nas tubulações não deve ser superior a 3 m/s, NBR 7198/93.
Nos locais, onde o nível de ruído possa perturbar o repouso ou o desenvolvimento
das atividades normais, a velocidade da água deve ser limitada a valores compatíveis com o
isolamento acústico, NBR 7198/93.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[204] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

A partir da velocidade máxima permitida (de 3 m/s), utilizando-se as Equações (4.12)


e (4.13), foram determinadas as somatórias dos pesos e vazões máximas permitidas em
tubulações de cobre, Quadro 4.17.

π .Di2
Qmax = 3,0. (4.13)
4
Quadro 4.17 – Vazões e somatórias dos pesos máximas permitidas em tubos
de cobre – classe E
DR DN DI Qmax
(ΣP)max
(pol.) (mm) (mm) (L/s)
1/2 15 14,0 0,46 2,4
3/4 22 20,8 1,02 11,5
1 28 26,8 1,69 31,8
1.1/4 35 33,6 2,66 78,6
1.1/2 42 40,4 3,85 164,3
2 54 52,2 6,42 458,0
2.1/2 66 64,3 9,74 1054,4
3 79 77,0 13,97 2168,4
4 104 102,4 24,71 6782,3
DR = diâmetro de referência DI = diâmetro interno
DN = diâmetro nominal

4.14.5 – Tubulações

Com referência às tubulações dos sistemas prediais de água quente, a NBR 7198/93
estabelece:
• Considerar a necessidade do isolamento térmico e acústico;
• Considerar os efeitos de dilatação e contração da tubulação;
• O cálculo das perdas de cargas nas tubulações deve ser feito mediante o emprego
das fórmulas pertinentes;
• As tubulações não devem ser solidárias aos elementos estruturais, devendo ser
alojadas em passagens projetadas para este fim;
• Devem ser previstos registros de fechamento no início de cada coluna de
distribuição e em cada ramal, no trecho compreendido entre a respectiva derivação
e o primeiro sub-ramal;
• As tubulações de água fria, que alimentam misturadores, não podem estar
conectadas a barrilete, colunas de distribuição e ramais que alimentam válvulas de
descarga;

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [205]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

• Deve ser permitida tubulação única desde que não alimente válvulas de descarga,
para alimentação de aquecedores e pontos de água fria, contanto que seja
impossibilitado o retorno de água quente para a tubulação de água fria;
• A tubulação de retorno da água quente deve ser instalada com declive e provida, se
necessário, de dispositivo de recirculação;
• Na conexão de ramais de retorno, cada ramal deve ser provido de válvula de
retenção protegida de registro ou de dispositivo que possibilite o controle de vazão;
• A instalação de misturadores é obrigatória se houver possibilidade da temperatura
da água fornecida, ao ponto de utilização para uso humano, ultrapassar 40 0C;
• Na instalação de misturadores, deve ser evitada a possibilidade de inversão de água
quente no sistema frio, ou vice-versa, em situações normais de utilização.
Nos sistemas prediais de água quente é usual o emprego de tubos e conexões de cobre
e de CPVC (cloreto de polivinil pós – clorado). Nos Quadros 4.18 e 4.19 são apresentados
os diâmetros dos tubos de cobre – classe E e de CPVC, respectivamente.

4.14.6 – Diâmetros mínimos dos sub-ramais

Os diâmetros nominais (DN) mínimos dos sub – ramais, e dos respectivos engates e
tubos de ligação, devem ser escolhidos em função dos valores das velocidades e vazões
consideradas, e do tipo de material especificado, verificando-se as pressões dinâmicas
mínimas necessárias para o funcionamento dos respectivos aparelhos sanitários, NBR
7198/93.
Assim, os sub – ramais não devem ter diâmetros inferiores aos indicados no Quadro
4.20.

Quadro 4.18 – Tubos de cobre – classe E.


DR DN DE DI e
(pol.) (mm) (mm) (mm) (mm)
1/2 15 15,0 14,0 0,5
3/4 22 22,0 20,8 0,6
1 28 28,0 26,8 0,6
1.1/4 35 35,0 33,6 0,7
1.1/2 42 42,0 40,4 0,8
2 54 54,0 52,2 0,9
2.1/2 66 66,7 64,3 1,2
3 79 79,4 77,0 1,2
4 104 104,8 102,4 1,2
DR = diâmetro de referência DI = diâmetro interno
DN = diâmetro nominal E = espessura da parede
DE = diâmetro externo

Por: Evaldo Miranda Coiado


[206] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.19 – Tubos de CPVC.


DR DE DI e
(pol.) (mm) (mm) (mm)
1/2 15 9,8 1,6
3/4 22 18,0 2,0
1 28 23,0 2,5
DR = diâmetro de referência DI = diâmetro interno
DN = diâmetro nominal E = espessura da parede
DE = diâmetro externo

Quadro 4.20 – Diâmetros mínimos dos sub-ramais.


(DR)mínimo
Peças de utilização Vazão (L/s)
(pol.)
Banheira 0,30 1/2
Bidê 0,10 1/2
Chuveiro 0,20 1/2
Lavatório 0,20 1/2
Pia de cozinha 0,25 1/2
Pia de despejo 0,30 3/4
Lavadora de roupa 0,30 3/4

4.14.7 – Perdas de carga

O cálculo das perdas de carga é feito do mesmo modo que o indicado no Capítulo 3
para instalação de água fria.

4.14.7.1 – Perdas de carga distribuídas

Para as perdas distribuídas utilizam-se as seguintes equações:

A) - Equação universal para condutos circulares:

8. f .L.Q 2
∆hd = 2 5
π .Di .g (4.14)

E a perda de carga unitária:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [207]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

8. f .Q 2
J= 2 5
π .Di .g (4.15)

Nas quais:
∆hd = perda de carga ao longo do comprimento (L) do tubo em (mca);
L = comprimento do tubo em (m);
Q = vazão em (m3/s);
f = fator de atrito ou coeficiente de perda de carga;
Di= diâmetro interno da tubulação em (m);
J = perda de carga unitária em (mca/m).

O fator de atrito (f) pode ser calculado utilizando a equação de Swamee (1993), para
todos os regimes de escoamento (laminar, turbulento hidraulicamente liso, transição, e
turbulento hidraulicamente rugoso):

0 ,125
 64 8   e 5,74   2500   
6 −16
 
f =   + 9,5.ln + 0,9  −     (4.16)
 Re  
  3, 7.D Re   Re   
i

Na qual:
e = rugosidade absoluta da tubulação;
Di= diâmetro interno da tubulação em;
Re = número de Reynolds, dado por:

4.Q
Re = (4.17)
π .Di .υ
Na qual:
Q = vazão;
Di = diâmetro interno da tubulação;
ν = viscosidade cinemática da água à temperatura de utilização. Valores
apresentados no Quadro 3.9 – Capítulo 3, em função da temperatura.

B) - Equação de Fair-Whipple-Hsiao para tubos lisos (tubos de plástico, cobre ou liga


de cobre):

Por: Evaldo Miranda Coiado


[208] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Q1,75
J = 8,69 x105. (4.18)
Di4, 75

Na qual:
J = perda de carga unitária, em metros coluna de água por metro (mca/m);
Q = vazão em (L/s);
Di = diâmetro interno do tubo em (mm).

Como as pressões requeridas nos pontos de utilização são expressas em kPa


(quilopascal), então é usual transformar a perda de carga unitária, expressa em (mca), para
(kPa), utilizando a relação:

1 mca = 10 kPa (4.19)

4.14.7.2 – Perdas de carga singulares ou localizadas

A perda de carga nas conexões que ligam os tubos, formando as tubulações, deve
ser expressa em termos de comprimento equivalentes desses tubos. Recomendam-se os
Quadros 3.11 e 3.13 do Capítulo 3.

4.14.8 – Planilha de cálculo

Para o dimensionamento das instalações prediais de água quente pode-se usar a


mesma rotina para dimensionamento das tubulações de água fria (Uso da planilha
eletrônica) apresentada no Quadro 3.1 – Capítulo3.

Exemplo prático 4.10

O barrilete/coluna, trecho (AB), do sistema predial água fria/quente, mostrado na Figura


4.15, deverá alimentar 10 aquecedores de passagens a gás sobrepostos, (um em cada
pavimento). Cada aquecedor deverá gerar água quente para um chuveiro, um lavatório, e
um bidê. Os trechos da canalização para o transporte de água fria serão de PVC e os
trechos da canalização para o transporte de água quente serão de cobre classe E.
Dimensione o barrilete/coluna, (água fria), e os ramais e sub-ramais, (água quente).
Considere a água fria a 20 0C; a água quente a 70 0C, e a água da mistura a 38 0C.
Solução:
1º) Dimensionamento do aquecedor de passagem ou instantâneo a gás
a) Cálculo da vazão de água da mistura a 38 0C:

Q m = Q p = 0,30. 1,1 = 0,31L / s

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [209]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Figura 4.15 – Sistema de água fria/quente.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[210] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

b) Cálculo da vazão de água quente a 70 0C:


Vm . tm = Vq . tq + Vf . tf
Dividindo os dois membros da equação pelo tempo (t) fica:
Vm Vq Vf
.t m = .t q + .t f
t t t
Ou:
Qm . tm = Qq . tq + Qf . tf
Mas:
Qf = Qm - Qq
Substituindo na equação anterior fica:
Qm . tm = Qq . tq + (Qm - Qq) . tf
Considerando: tm = 38 0C; tf = 20 0C; tq = 70 0C, tem-se:
Qm . 38 = Qq . 70 + (Qm - Qq) . 20
Ou:
Qq = 0,36. Qm
Qq = 0,36. 0,31 = 0,112 L/s ou Qq ≅ 6,7 L/min.
Portanto, o aquecedor de passagem deverá aquecer 6,7 L/min a 70 0C, (∆t = 50 0C).
Seleção do aquecedor: Do Quadro 4.10, o aquecedor Bosch WB 350 fornece 7,0 L/min para
uma pressão dinâmica mínima de 8,0 mca.
Análise e discussão: A pressão dinâmica de água mínima, fornecida pelos fabricantes, pode
ser considerada a perda de carga no aquecedor. Observa-se, no esquema apresentado na
Figura 4.15, que a pressão estática no chuveiro do 100 Andar, em relação ao nível de água
mínima do reservatório, vale 4,20 mca. Para uma pressão mínima no chuveiro de 1,0 mca, o
sistema tem um déficit de energia, expressa em metros coluna de água, igual a (8,0 + 1,0 +
Σ∆hA-Ch – 4,20) m.c.a, na qual a Σ∆hA-Ch é a somatória das perdas de carga distribuídas e
localizadas ao longo da canalização, desde o ponto A até o chuveiro Ch. Para suprir este
déficit de energia é necessário instalar um pressurizador a montante do aquecedor,
conforme esquema mostrado na Figura 4.16.

2º) Dimensionamento do pressurizador

Para o dimensionamento do pressurizador é necessário calcular as perdas de carga,


desde o ponto A até o chuveiro Ch. Para isto, o projetista deve considerar as seguintes
alternativas: a) Calcular as perdas de carga considerando os diâmetros mínimos da
canalização, tal que, a velocidade média de escoamento não ultrapasse os 3,0 m/s; b)
Calcular as perdas considerando diâmetros da canalização superiores aos mínimos referidos
na alternativa anterior.
A alternativa, a), resultará em uma canalização de menor custo, no entanto, um
pressurizador de maior potência, o que elevará o seu custo inicial de aquisição e de custeio
com energia elétrica ao longo dos anos.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [211]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

A alternativa, b), resultará em uma canalização de maior custo, porém, um


pressurizador de menor potência, o que diminuirá o seu custo inicial de aquisição e de
custeio com energia elétrica ao longo dos anos.

Figura 4.16 – Posição do pressurizador.

A pergunta que vem à mente é: Quais os diâmetros a serem considerados no caso


da alternativa, b), já que existem vários diâmetros superiores aos mínimos estabelecidos
com a velocidade limite de 3,0 m/s?. Uma das soluções é dimensionar a canalização sem a
presença do aquecedor, usando a mesma rotina para dimensionamento das tubulações de
água fria (Uso da planilha eletrônica) apresentada no Quadro 3.1 – Capítulo3.
Finalizado os cálculos, sem a presença do aquecedor, dimensiona-se o
pressurizador para atender as exigências do aquecedor em termos de pressão,
considerando eventual energia residual fornecida pelo sistema, expressa em coluna de
água. Na seqüência é ilustrado tal procedimento.

3º) Dimensionamento das canalizações do barrilete, da coluna, e do banheiro do 10º Andar

Considerando a pressão estática ou dinâmica efetivas, o ponto desfavorável é o do


chuveiro localizado no último pavimento (10º andar). Portanto, deve-se iniciar o
dimensionamento tal que se tenha nesse ponto uma pressão dinâmica efetiva (pressão
disponível) igual ou superior a 1,0 mca.

a) Vazões de dimensionamento:

No esquema da Figura 4.15, o trecho (A-B) alimenta dez chuveiros, dez lavatórios, e
dez bidês, resultando: (ΣPe=10x1,1=11,0). O trecho (B-1) alimenta um chuveiro, um
lavatório, e um bidê: (ΣPe=1,1). O trecho (1-Ch), é um sub-ramal e alimenta somente o

Por: Evaldo Miranda Coiado


[212] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

chuveiro: (Qp=0,20 L/s). O trecho (1-3) alimenta o lavatório e o bidê: (ΣPe= 0,6). O trecho (3-
Lv) é um sub-ramal e alimenta o lavatório: (Qp = 0,20 L/s). O trecho (3-Bi), é um sub-ramal,
e alimenta somente o bidê, (Qp = 0,10 L/s). O trecho (B-C) alimenta nove banheiros:
(ΣPe=9x1,1=9,9). O trecho (C-D) alimenta oito banheiros: (ΣPe=8x1,1=8,8). O trecho (D-E)
alimenta sete banheiros: (ΣPe=7x1,1=7,7). O trecho (E-F) alimenta seis banheiros:
(ΣPe=6x1,1=6,6). O trecho (F-G) alimenta cinco banheiros: (ΣPe=5x1,1=5,5). O trecho (G-H)
alimenta quatro banheiros: (ΣPe=4x1,1=4,4). O trecho (H-I) alimenta três banheiros:
(ΣPe=3x1,1=3,3). O trecho (I-J) alimenta dois banheiros: (ΣPe=2x1,1=2,2). O trecho (J-L)
alimenta um banheiro: (ΣPe=1x1,1=1,1).

b) Comprimentos equivalentes:

Para o levantamento dos comprimentos equivalentes às perdas de carga localizadas


de cada trecho utiliza-se o mesmo procedimento apresentado no Capítulo 3, Figura 3.21.
Trecho (A-B):
Le (m) – (PVC)
Singularidades (peças) 3/4” 1” 1.1/2”
(21,6 mm) (27,8mm) (44,0 mm)
Uma entrada de borda 1,0 1,2 2,3
Três joelhos de 900 3,6 4,5 9,6
Dois Tês 900 saída de lado 4,8 6,2 14,6
Um registro de gaveta aberto 0,2 0,3 0,7
∑Le = 9,6 12,2 27,2
Trecho (B-1):
Le (m) – (Cobre E)
Singularidades (peças) 1/2” 3/4”
(14,0 mm) (20,8 mm)
Um Tê de 900 saída de lado 2,3 2,4
Dois registros de gaveta 0,2 0,4
Cinco joelhos de 900 5,5 6,0
∑Le = 8,0 8,8
Trecho (1-Ch):
Le (m) – (Cobre E)
Singularidades (peças) 1/2” 3/4”
(14,0 mm) (20,8 mm)
Dois Tês de 900 saída de lado 4,6 4,8
Um registro de pressão 11,1 11,4
Um joelho de 900 1,1 1,2
∑Le = 16,8 17,4

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [213]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Trecho (1-3):
Le (m) – (Cobre E)
Singularidades (peças) 1/2” 3/4”
(14,0 mm) (20,8 mm)
Um Tê passagem direta 0,7 0,8
Um joelho de 900 1,1 1,2
∑Le = 1,8 2,0
Trecho (3-Lv):
Le (m) – (Cobre E)
Singularidades (peças) 1/2” 3/4”
(14,0 mm) (20,8 mm)
Um Tê passagem direta 0,7 0,8
Um Tê de 900 saída de lado 2,3 2,4
Um registro de pressão 11,1 11,4
Um joelho de 900 1,1 1,2
∑Le = 15,2 15,8
Trecho (3-Bi):
Le (m) – (Cobre E)
Singularidades (peças) 1/2” 3/4”
(14,0 mm) (20,8 mm)
Dois Tês de 900 saída de lado 4,6 4,8
Um registro de pressão 11,1 11,4
Dois joelhos de 900 2,2 2,4
∑Le = 17,9 18,6

Trechos (B-C); (C-D); (D-E); (E-F); (F-G); (G-H); (H-I); (I-J); (J-L): Para cada um destes
trechos, considerar-se-á apenas o comprimento equivalente de um Tê passagem direta
referente ao respectivo diâmetro.

No Quadro 4.21A é apresentado o dimensionamento do barrilete, de parte da coluna


e dos ramais e sub-ramais do banheiro do 10º andar. Foi seguida a mesma rotina para
dimensionamento das tubulações apresentada no Quadro 3.1 – Capítulo3.

4º) Dimensionamento do pressurizador do 100 Andar

O aquecedor selecionado fornece 7,0 L/min de água quente a 70 0C, para uma
pressão dinâmica mínima igual a 8,0 mca, (= ∆haquecedor).
Do Quadro 4.21A, obtém-se: ∆hA-B = 0,54 mca; ∆hB-1 = 1,07 mca; ∆h1-Ch = 0,54 mca;
Assim, o pressurizador deve fornecer uma altura manométrica igual a:
Hm = 8,0 + 1,0 + 0,54 + 1,07 + 0,54 – 4,20 = 6,95 mca e uma vazão de 7,0 L/min.
Portanto, o ponto de funcionamento do pressurizador será: Hm ≅ 7,0 mca; Q = 7,0
L/min.
Por: Evaldo Miranda Coiado
[214] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

5º) Dimensionamento das canalizações do trecho BC da coluna, e do banheiro do 9º Andar

Seguindo procedimento semelhante ao dimensionamento anterior do 10º Andar,


obtém o Quadro 4.21B.

6º) Dimensionamento do pressurizador do 90 Andar

O aquecedor selecionado fornece 7,0 L/min de água quente a 70 0C, para uma
pressão dinâmica mínima igual a 8,0 mca, (= ∆haquecedor).
Do Quadro 4.21A, obtém-se: ∆hA-B = 0,54 mca;
Do Quadro 4.21B, obtém-se: ∆hB-C = 0,40 mca; ∆hC-1 = 1,07 mca; ∆h1-Ch = 0,54 mca
Assim, o pressurizador deve fornecer uma altura manométrica igual a:
Hm = 8,0 + 1,0 + 0,54 + 0,40 + 1,07 + 0,54 – (4,20+2,80) = 4,55 mca e uma vazão de
7,0 L/min.
Portanto, o ponto de funcionamento do pressurizador será: Hm ≅ 4,6 mca; Q = 7,0
L/min.

7º) Dimensionamento do pressurizador do 80 Andar

O aquecedor selecionado fornece 7,0 L/min de água quente a 70 0C, para uma
pressão dinâmica mínima igual a 8,0 mca, (= ∆haquecedor).
Do Quadro 4.21A, obtém-se: ∆hA-B = 0,54 mca; a;
Do Quadro 4.21B, obtém-se: ∆hB-C = 0,40 mca;
Do Quadro 4.21C, obtém-se: ∆hC-D = 0,36 mca; ∆hD-1 = 1,07 mca; ∆h1-Ch = 0,54 mca
Assim, o pressurizador deve fornecer uma altura manométrica igual a:
Hm = 8,0 + 1,0 + 0,54 +0,40 + 0,36 + 1,07 + 0,54 – (4,20+5,60) = 2,11 mca e uma
vazão de 7,0 L/min.
Portanto, o ponto de funcionamento do pressurizador será: Hm ≅ 2,1 mca; Q = 7,0
L/min.
É importante lembrar que, no procedimento adotado, a pressão no chuveiro, sem a
presença do aquecedor, e sem a necessidade do pressurizador, deve ser maior que 9,0
mca, ou seja 8,0 mca para vencer as perdas no aquecedor quando presente, e 1,0 mca
como pressão dinâmica mínima exigida pelos chuveiros.
Verifica-se, portanto, no Quadro 4.21D, que a partir do 70 Andar não há necessidade
de pressurizador, já que a pressão dinâmica disponível no chuveiro desse andar é 9,36 mca.
Ao considerar o aquecedor, e sua perda de carga, resulta ainda a pressão mínima no
chuveiro de 1,36 mca.
A partir do 6º andar, já foi possível reduzir o diâmetro de alguns trechos, e ainda
manter a pressão no chuveiro superior a 9,0 mca sem a necessidade do pressurizador.
.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [215]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.21A – Dimensionamento do barrilete, parte da coluna, e banheiro do 10º Andar.


Tre- Pesos/ Q Q Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J ∆H Pmont Pjus
3 Obs.
cho Vazões (L/s) (m /s) (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (mca) (mca)
A-B 11,00 0,99 0,00099 20,5 21,6 4,95 13,05 9,60 22,65 0,39495 8,95 0,00 -4,00 não
A-B 11,00 0,99 0,00099 20,5 27,8 4,95 13,05 12,20 25,25 0,11912 3,01 0,00 1,94 não
A-B 11,00 0,99 0,00099 20,5 44,0 4,95 13,05 27,20 40,25 0,01345 0,54 0,00 4,41 sim
B-1 1,10 0,31 0,00031 11,6 14,0 0,15 8,25 8,00 16,25 0,41314 6,71 4,41 -2,15 não
B-1 1,10 0,31 0,00031 11,6 20,8 0,15 8,25 8,80 17,05 0,06301 1,07 4,41 3,48 sim
1-Ch 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,90 1,40 16,80 18,20 0,18695 3,40 3,48 -0,82 não
1-Ch 0,20 0,20 0,00020 9,2 20,8 -0,90 1,40 17,40 18,80 0,02851 0,54 3,48 2,05 sim
1-3 0,60 0,23 0,00023 9,9 20,8 0,60 1,60 2,00 3,60 0,03707 0,13 3,48 3,95 sim
3-Lv 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,20 0,70 15,20 15,90 0,18695 2,97 3,95 0,78 sim
3-Bi 0,10 0,10 0,00010 6,5 14,0 0,20 1,60 17.9 19,50 0,05558 1,08 3,95 3,07 sim

Quadro 4.21B – Dimensionamento do barrilete, parte da coluna, e banheiro do 9º Andar.


Tre- Pesos/ 3 Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J ∆H Pmont Pjus
Q (L/s) Q (m /s) Obs.
cho Vazões (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (mca) (mca)
B-C 9,90 0,94 0,00094 20,0 27,8 2,80 2,80 0,90 3,70 0,10863 0,40 4,41 6,81 sim
C-1 1,10 0,31 0,00031 11,6 20,8 0,15 8,25 8,80 17,05 0,06301 1,07 6,81 5,88 sim
1-Ch 0,20 0,20 0,00020 9,2 20,8 -0,90 1,40 17,40 18,80 0,02851 0,54 5,88 4,45 sim
1-3 0,60 0,23 0,00023 9,9 14,0 0,60 1,60 1,80 3,40 0,24308 0,83 5,88 5,66 sim
3-Lv 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,20 0,70 15,20 15,90 0,18695 2,97 5,66 2,48 sim
3-Bi 0,10 0,10 0,00010 6,5 14,0 0,20 1,60 17,90 19,50 0,05558 1,08 5,66 4,78 sim
Observação: O termo sim, apresentado na última coluna, indica que o diâmetro comercial definido atende as exigências hidráulicas, e portanto
esse será o diâmetro do trecho considerado.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[216] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.21C – Dimensionamento do barrilete, parte da coluna, e banheiro do 8º Andar.


Tre- Pesos/ Q Q Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J ∆H Pmont Pjus
3 Obs.
cho Vazões (L/s) (m /s) (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (mca) (mca)
C-D 8,80 0,89 0,00089 19,4 27,8 2,80 2,80 0,90 3,70 0,09799 0,36 6,81 9,24 sim
D-1 1,10 0,31 0,00031 11,6 20,8 0,15 8,25 8,80 17,05 0,06301 1,07 9,24 8,32 sim
1-Ch 0,20 0,20 0,00020 9,2 20,8 -0,90 1,40 17,40 18,80 0,02851 0,54 8,32 6,88 sim
1-3 0,60 0,23 0,00023 9,9 14,0 0,60 1,60 1,80 3,40 0,24308 0,83 8,32 8,09 sim
3-Lv 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,20 0,70 15,20 15,90 0,18695 2,97 8,09 4,92 sim
3-Bi 0,10 0,10 0,00010 6,5 14,0 0,20 1,60 17,9 19,50 0,05558 1,08 8,09 7,21 sim
Observação: O termo sim, apresentado na última coluna, indica que o diâmetro comercial definido atende as exigências hidráulicas, e portanto
esse será o diâmetro do trecho considerado.

Quadro 4.21D – Dimensionamento do barrilete, parte da coluna, e banheiro do 7º Andar.


Tre- Pesos/ Q Q Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J ∆H Pmont Pjus
3 Obs.
cho Vazões (L/s) (m /s) (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (mca) (mca)
D-E 7,70 0,83 0,00083 18,8 27,8 2,80 2,80 0,90 3,70 0,08719 0,32 9,24 11,72 sim
E-1 1,10 0,31 0,00031 11,6 20,8 0,15 8,25 8,80 17,05 0,06301 1,07 11,72 10,80 sim
1-Ch 0,20 0,20 0,00020 9,2 20,8 -0,90 1,40 17,40 18,80 0,02851 0,54 10,80 9,36 sim
1-3 0,60 0,23 0,00023 9,9 14,0 0,60 1,60 1,80 3,40 0,24308 0,83 10,80 10,57 sim
3-Lv 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,20 0,70 15,20 15,90 0,18695 2,97 10,57 7,40 sim
3-Bi 0,10 0,10 0,00010 6,5 14,0 0,20 1,60 17,9 19,50 0,05558 1,08 10,57 9,69 sim
Observação: O termo sim, apresentado na última coluna, indica que o diâmetro comercial definido atende as exigências hidráulicas, e portanto
esse será o diâmetro do trecho considerado.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [217]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.21E – Dimensionamento do barrilete, parte da coluna, e banheiro do 6º Andar.


Tre- Pesos/ Q Q Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J ∆H Pmont Pjus
3 Obs.
cho Vazões (L/s) (m /s) (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (mca) (mca)
E-F 6,60 0,77 0,00077 18,1 21,6 2,80 2,80 0,80 3,60 0,25260 0,91 11,72 13,61 sim
F-1 1,10 0,31 0,00031 11,6 20,8 0,15 8,25 8,80 17,05 0,06301 1,07 13,61 12,69 sim
1-Ch 0,20 0,20 0,00020 9,2 20,8 -0,90 1,40 17,40 18,80 0,02851 0,54 12,69 11,25 sim
1-3 0,60 0,23 0,00023 9,9 14,0 0,60 1,60 1,80 3,40 0,24308 0,83 12,69 12,46 sim
3-Lv 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,20 0,70 15,20 15,90 0,18695 2,97 12,46 9,29 sim
3-Bi 0,10 0,10 0,00010 6,5 14,0 0,20 1,60 17,9 19,50 0,05558 1,08 12,46 11,58 sim
Observação: O termo sim, apresentado na última coluna, indica que o diâmetro comercial definido atende as exigências hidráulicas, e portanto
esse será o diâmetro do trecho considerado.

Quadro 4.21F – Dimensionamento do barrilete, parte da coluna, e banheiro do 5º Andar.


Tre- Pesos/ Q Q Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J ∆H Pmont Pjus
3 Obs.
cho Vazões (L/s) (m /s) (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (mca) (mca)
F-G 5,50 0,70 0,00070 17,3 21,6 2,80 2,80 0,80 3,60 0,21535 0,78 13,61 15,64 sim
G-1 1,10 0,31 0,00031 11,6 20,8 0,15 8,25 8,80 17,05 0,06301 1,07 15,64 14,71 sim
1-Ch 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,90 1,40 16,80 18,20 0,18695 3,40 14,71 10,41 sim
1-3 0,60 0,23 0,00023 9,9 14,0 0,60 1,60 1,80 3,40 0,24308 0,83 14,71 14,49 sim
3-Lv 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,20 0,70 15,20 15,90 0,18695 2,97 14,49 11,31 sim
3-Bi 0,10 0,10 0,00010 6,5 14,0 0,20 1,60 17,9 19,50 0,05558 1,08 14,49 13,61 sim
Observação: O termo sim, apresentado na última coluna, indica que o diâmetro comercial definido atende as exigências hidráulicas, e portanto
esse será o diâmetro do trecho considerado.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[218] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.21G – Dimensionamento do barrilete, parte da coluna, e banheiro do 4º Andar.


Tre- Pesos/ Q Q Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J ∆H Pmont Pjus
3 Obs.
cho Vazões (L/s) (m /s) (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (mca) (mca)
G-H 4,40 0,63 0,00063 16,3 17,0 2,80 2,80 0,70 3,50 0,55255 1,93 15,64 16,50 sim
H-1 1,10 0,31 0,00031 11,6 20,8 0,15 8,25 8,80 17,05 0,06301 1,07 16,50 15,58 sim
1-Ch 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,90 1,40 16,80 18,20 0,18695 3,40 15,58 11,28 sim
1-3 0,60 0,23 0,00023 9,9 14,0 0,60 1,60 1,80 3,40 0,24308 0,83 15,58 15,35 sim
3-Lv 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,20 0,70 15,20 15,90 0,18695 2,97 15,35 12,18 sim
3-Bi 0,10 0,10 0,00010 6,5 14,0 0,20 1,60 17,9 19,50 0,05558 1,08 15,35 14,47 sim
Observação: O termo sim, apresentado na última coluna, indica que o diâmetro comercial definido atende as exigências hidráulicas, e portanto
esse será o diâmetro do trecho considerado.

Quadro 4.21H – Dimensionamento do barrilete, parte da coluna, e banheiro do 3º Andar.


Tre- Pesos/ Q Q Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J ∆H Pmont Pjus
3 Obs.
cho Vazões (L/s) (m /s) (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (mca) (mca)
H-I 3,30 0,54 0,00054 15,2 17,0 2,80 2,80 0,70 3,50 0,42959 1,50 16,50 17,80 sim
I-1 1,10 0,31 0,00031 11,6 20,8 0,15 8,25 8,80 17,05 0,06301 1,07 17,80 16,88 sim
1-Ch 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,90 1,40 16,80 18,20 0,18695 3,40 16,88 12,57 sim
1-3 0,60 0,23 0,00023 9,9 14,0 0,60 1,60 1,80 3,40 0,24308 0,83 16,88 16,65 sim
3-Lv 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,20 0,70 15,20 15,90 0,18695 2,97 16,65 13,48 sim
3-Bi 0,10 0,10 0,00010 6,5 14,0 0,20 1,60 17,9 19,50 0,05558 1,08 16,65 15,77 sim
Observação: O termo sim, apresentado na última coluna, indica que o diâmetro comercial definido atende as exigências hidráulicas, e portanto
esse será o diâmetro do trecho considerado.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [219]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Quadro 4.21I – Dimensionamento do barrilete, parte da coluna, e banheiro do 2º Andar.


Tre- Pesos/ Q Q Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J ∆H Pmont Pjus
3 Obs.
cho Vazões (L/s) (m /s) (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (mca) (mca)
I-J 2,20 0,44 0,00044 13,7 17,0 2,80 2,80 0,70 3,50 0,30128 1,05 17,80 19,54 sim
J-1 1,10 0,31 0,00031 11,6 20,8 0,15 8,25 8,80 17,05 0,06301 1,07 19,54 18,62 sim
1-Ch 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,90 1,40 16,80 18,20 0,18695 3,40 18,62 14,32 sim
1-3 0,60 0,23 0,00023 9,9 14,0 0,60 1,60 1,80 3,40 0,24308 0,83 18,62 18,39 sim
3-Lv 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,20 0,70 15,20 15,90 0,18695 2,97 18,39 15,22 sim
3-Bi 0,10 0,10 0,00010 6,5 14,0 0,20 1,60 17,9 19,50 0,05558 1,08 18,39 17,51 sim
Observação: O termo sim, apresentado na última coluna, indica que o diâmetro comercial definido atende as exigências hidráulicas, e portanto
esse será o diâmetro do trecho considerado.

Quadro 4.21J – Dimensionamento do barrilete, parte da coluna, e banheiro do 1º Andar.


Tre- Pesos/ Q Q Di-ca Di-co Desnível Lr Le Lv J ∆H Pmont Pjus
3 Obs.
cho Vazões (L/s) (m /s) (mm) (mm) Z (m) (m) (m) (m) (m/m) (mca) (mca) (mca)
J-L 1,10 0,31 0,00031 11,6 17,0 2,80 2,80 0,70 3,50 0,16427 0,57 19,54 21,77 sim
L-1 1,10 0,31 0,00031 11,6 20,8 0,15 8,25 8,80 17,05 0,06301 1,07 21,77 20,85 sim
1-Ch 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,90 1,40 16,80 18,20 0,18695 3,40 20,85 16,54 sim
1-3 0,60 0,23 0,00023 9,9 14,0 0,60 1,60 1,80 3,40 0,24308 0,83 20,85 20,62 sim
3-Lv 0,20 0,20 0,00020 9,2 14,0 -0,20 0,70 15,20 15,90 0,18695 2,97 20,62 17,45 sim
3-Bi 0,10 0,10 0,00010 6,5 14,0 0,20 1,60 17,9 19,50 0,05558 1,08 20,62 19,64 sim
Observação: O termo sim, apresentado na última coluna, indica que o diâmetro comercial definido atende as exigências hidráulicas, e portanto
esse será o diâmetro do trecho considerado.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[220] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

4.15 – Dimensionamento das tubulações de água quente com circulação

Quando se tem uma instalação com circulação é necessário verificar se a água


quente realiza a circulação, caso contrário haverá fornecimento de água com uma
temperatura insuficiente em certos trechos da rede.
Para a verificação, considera-se o circuito fechado formado pelos ramos ascendente
e descendente e admite-se que toda a vazão circula por eles quando todos os aparelhos
estão com as torneiras fechadas.
Para que se estabeleça a corrente de circulação, com uma velocidade de
escoamento adequada da ordem de 1,5 m/s, (Macintyre, 3a. Edição; e Creder, 2003), é
necessário que haja diferença de temperatura suficiente entre os ramos ascendentes e
descendentes. No caso de não alcançar esta velocidade será necessário que uma bomba
forneça à água a energia para vencer as perdas de carga na tubulação.
No dimensionamento das tubulações de água quente usam-se os mesmos
procedimentos empregados para a água fria, ou seja:
1º) Desenhar as colunas que partem do barrilete de água quente.
2º) Relacionar as peças servidas pela coluna por pavimento.
3º) Determinar os pesos por pavimento e o peso total, bem como os consumos em
(L/s).
4º) Determinar a altura representativa da diferença de densidade ou energia
ascensional devido à diferença de densidade dada pela equação:

Hd = Hbs.(dr55oC – dr70oC) (4.20)

Na qual:
Hd = altura devido à diferença de densidades da água no barrilete e no storage;
Hbs = distância vertical entre o centro do barrilete e o centro do storage;
dr55oC = densidade relativa da água no barrilete a 55 0C;
dr70oC = densidade relativa da água no storage a 70 0C.
5º) Com a vazão estimada máxima de dimensionamento, calculada com a Equação
(4.12), e a velocidade de 1,5 m/s determinar o diâmetro (D):

D = 0,9213. Qmax a

Na qual:
D = diâmetro em (m);
Qmax = vazão estimada máxima em (m3/s).

6º) Com a vazão Qmax e o D, utilizando uma das Equações, (4.15) ou (4.18)
determine a perda de carga unitária (J).
7º) Determinar as perdas de cargas totais (∆hT) nos seguintes trechos:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [221]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

• Coluna de alimentação de água fria do storage (trecho: reservatório de água


fria ao storage)
• Trecho ascendente que alimenta o barrilete de água quente (trecho: storage
ao barrilete de água quente).
8º) Calcular a pressão disponível, no ponto de união, (Tê), entre o trecho ascendente
e o barrilete, dada pela seguinte equação:

Pd
= H rb + H d − ∆hT (4.22)
γ
Na qual:
Pd/γ = pressão disponível no barrilete;
Hrb = distância vertical entre o nível da água no reservatório de água fria e o centro
do barrilete;
Hd = altura devido à diferença de densidades da água no barrilete e no storage;
∆hT = perda de carga total da tubulação desde o reservatório de água fria até o
barrilete.
A pressão disponível (Pd/γ) deverá ser suficiente para equilibrar a altura de água
representativa das perdas de carga ao longo da tubulação, num movimento ascendente da
água e no retorno, para que o escoamento se faça sem bombeamento.
9º) Calcular a perda de carga total num anel de circulação, (∆hTC). Para formar o
anel, considere o trecho ascendente e um trecho descendente. A parcela da perda de carga
total, do trecho ascendente, será calculada com a vazão estimada para este trecho (Qmax) e
o diâmetro (D). A parcela da perda de carga total, referente ao trecho descendente, será
calculada com a vazão estimada para este trecho (Qp), e um diâmetro (Dd) calculado
considerando a velocidade de 1,5 m/s, utilizando a seguinte equação:

Dd = 0,9213. Q p (4.23)

Na qual:
Dd = diâmetro do trecho descendente em (m);
Qp = vazão estimada em (m3/s);

10º). Se (∆hTC) for maior que a pressão disponível no barrilete (Pd/γ) então será
necessário instalar uma bomba circuladora de água quente dimensionada da seguinte
maneira:
 Pd 
γ .Qmax . . ∆hTC − 
 γ  (4.24)
Pb =
75.ηb

Por: Evaldo Miranda Coiado


[222] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Na qual:
γ = peso específico da água quente em (kgf/m3);
Qmax = vazão estimada máxima em (m3/s);
∆hTC = perda de carga total no anel em (mca);
(Pd/γ) = pressão disponível no barrilete em (mca).

11º) Verificar, se a pressão disponível, do ponto de utilização mais desfavorável do


último pavimento, é atendido com a mínima pressão estabelecida pela NBR 7198/93.

Quadro 4.22 – Peso específico da água para diversas temperaturas.


Temperatura (0C) γ (kgf/m3) Temperatura (0C) γ (kgf/m3)
4 1000 45 990
10 1000 50 988
15 999 55 986
20 998 60 983
25 997 70 978
30 996 80 972
35 994 90 965
40 992 100 958

Exemplo prático 4.11

Um edifício com 12 pavimentos, com instalação central de água quente, é constituído de


duas colunas de descidas e uma coluna que conduz a água ao barrilete na cobertura,
conforme Figuras 4.17a, e 4.17b. Em cada pavimento há dois apartamentos, e cada
apartamento possui os seguintes pontos de água quente: 2 chuveiros, 2 lavatórios, e 1 pia
de cozinha. Com os dados apresentados nas figuras dimensionar o sistema de distribuição
de água quente com circulação.
Solução:
1º) Informações técnicas
Trecho RS (água fria) – Canalização será de aço galvanizado.
Trechos água quente e retorno – Canalização será de cobre/classe E.
2º) Vazões de projeto e diâmetros de cada trecho
12 pavimentos com 2 apartamentos por pavimento;
Pesos:
2 chuveiros: 2 x 0,5 = 1,0
Cada apartamento: 2 lavatórios: 2 x 0,5 = 1,0
1 pia/cozinha: 1 x 0,7 = 0,7
ΣP = 2,7 por apartamento
Para cada pavimento: 2 x 2,7 = ΣP =5,4.
Para todos os pavimentos: ΣP = 12 x 5,4 = 64,8.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [223]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Figura 4.17a – Sistema de água quente com circulação.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[224] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Figura 4.17b – Banheiro desfavorável.

Trecho [R-S]: Q p = 0,30. 64,8 = 2,41 L/s (água fria). Para a velocidade máxima de 1,5
−3
m/s tem-se: Dcalc. = 0,9213. 2,41.10 = 0,045m. Adota-se como diâmetro comercial de
aço galvanizado (2”) ou diâmetro interno igual a 50 mm.
Trecho [S1-T2]: Q p = 0,30. 64,8 = 2,41 L/s (água quente). ). Para a velocidade máxima

de 1,5 m/s tem-se: Dcalc. = 0,9213. 2,41.10 −3 = 0,045m, Adota-se como diâmetro
comercial de cobre classe E de (2”) ou diâmetro interno igual a 52,2 mm.
Trechos [T2-(1)-T1] e [T2-(2)-T1]: Q p = 0,30. 32,4 = 1,71 L/s (água quente). ). Para a
−3
velocidade máxima de 1,5 m/s tem-se: Dcalc. = 0,9213. 1,71.10 = 0,038m. Adota-se
como diâmetro comercial de cobre classe E de (1.1/2”), ou diâmetro interno igual a 40,4mm.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [225]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Trecho [T1-S2]: Q p = 0,30. 64,8 = 2,41 L/s (água quente). Para a velocidade máxima de
−3
1,5 m/s tem-se: Dcalc. = 0,9213. 2,41.10 = 0,045m, Adota-se como diâmetro comercial
de cobre classe E de (2”) ou diâmetro interno igual a 52,2 mm.
3º) Perdas de carga de cada trecho
Trecho R-S: Q = 2,41 L/s; Ф=2”, (Di = 50,0 mm); aço galvanizado.
2,411,88
j = 20,2.10 5. = 0,054 m/m
50,0 4,88
Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)
1 entrada de borda 1,5
4 cotovelos 900 (RC) 4 x 1,7=6,8
1 Te saída de lado 3,5
2 registros de gaveta 2 x 0,4=0,8
1 válvula de retenção pesada 6,4
1 saída de canalização 1,5
ΣLe = 20,5
ΣLr = 52,1
Lv= 72,6
∆h = 72,6 x 0,054 = 3,92 mca

Trecho [S1-T2]: Q = 2,41 L/s; Ф=2”, (Di = 52,2 mm); cobre classe E.

2,411, 75
j = 8,69.105. = 0,02809 m/m
52,2 4, 75

Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)


1 entrada de borda 2,8
2 joelhos 900 2 x 3,4=6,80
ΣLe = 9,6
ΣLr = 52,0
Lv= 61,6
∆h = 61,6 x 0,02809 = 1,73 mca

Trechos [T2-(1)-T1]: Q = 1,71 L/s; Ф=1.1/2”, (Di = 40,4 mm); cobre classe E.

1,711, 75
j = 8,69.10 5. = 0,052 m/m
40,4 4, 75

Por: Evaldo Miranda Coiado


[226] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)


1 Te saída de lado 7,3
2 joelhos 900 2 x 3,2 = 6,4
1 registro de gaveta 0,7
12 Tes passagem direta 12 x 2,2 = 26,4
ΣLe = 40,8
ΣLr = 56,0
Lv= 96,8
∆h = 96,8 x 0,052 = 5,03 mca

Trechos [T2-(2)-T1]: Q = 1,71 L/s; Ф=1.1/2”, (Di = 40,4 mm); cobre classe E.

1,711, 75
j = 8,69.10 .5
= 0,052 m/m
40,4 4, 75

Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)


1 Te saída de lado 7,3
1 joelhos 900 3,2
1 registro de gaveta 0,7
12 Tes passagem direta 12 x 2,2 = 26,4
ΣLe = 37,6
ΣLr = 46,0
Lv= 83,6
∆h = 83,6 x 0,052 = 4,35 mca

Trecho [T1-S2]: Q = 2,41 L/s; Ф=2” (Di = 52,2 mm); cobre classe E.
2,411, 75
j = 8,69.10 5. = 0,02809 m/m
52,2 4, 75
Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)
1 Te saída de lado 7,6
1 Te passagem direta 2,3
1 saída de canalização 3,3
ΣLe = 13,2
ΣLr = 3,0
Lv= 16,2
∆h = 16,2 x 0,02809 = 0,46 mca

4º) Energia ascensional devido à diferença de densidade


H d = H bs (dr550C − dr700C )
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [227]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Hd = 42 (0,986 – 0,978) = 0,34 mca

5º) Perdas de carga nos anéis


Anel [S1-T2-(1)-T1-S2] = 1,73 + 5,03 + 0,46 = 7,22 mca (desfavorável)
Anel [S1-T2-(2)-T1-S2] = 1,73 + 4,35+ 0,46 = 6,54 mca

6º) Pressão dinâmica efetiva no ponto T2


PT 2
= 2,0 + 0,34 − (3,92 + 1,73) (utilizando a Equação 4.22)
γ
PT 2
= −3,31mca
γ
Conclusão: verifica-se que a pressão no ponto (T2) é menor que a perda de carga no anel
desfavorável, portanto será necessário utilizar bombeamento.

7º) Pressão mínima necessária no ponto (T2) para que se tenha, no chuveiro
hidraulicamente desfavorável, um valor de pressão dinâmica mínima de 1,0 mca.

Trecho [T2 – T*]: Q = 1,71 L/s; Ф=1.1/2”, (Di = 40,4 mm); cobre classe E.
1,711, 75
j = 8,69.10 5. = 0,052 m/m
40,4 4, 75
Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)
1 Te saída de lado 7,3
1 joelhos 900 3,2
1 registro de gaveta 0,7
ΣLe = 11,2
ΣLr = 6,6
Lv= 17,8
∆h = 17,8 x 0,052 = 0,93 mca

Trecho [T*-a]:
Chuveiro (peso=0,5)
Lavatório (peso=0,5)
Pia cozinha (peso=0,7)

Q p = 0,30. 1,7 = 0,39 L/s, segundo norma tem-se: Фmin.=1/2”, (Di = 14 mm); cobre classeE.
0,391, 75
j = 8,69.105. =0,60 m/m.
14 4,75

Por: Evaldo Miranda Coiado


[228] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)


1 Te saída de lado 2,3
1 registro de gaveta 0,1
ΣLe = 2,4
ΣLr = 0,7
Lv= 3,1
∆h = 3,1 x 0,60 = 1,86 mca

Trecho [a-ch]:
Chuveiro (vazão de projeto = 0,20 L/s); segundo norma tem-se: Фmin=1/2”, (Di = 14 mm),
cobre classe E.
0,201,75
j = 8,69.10 . 4, 75 =0,19 m/m.
5

14
Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)
1 Te passagem direta 0,7
1 registro de pressão 11,1
1 Te saída de lado 2,3
1 joelho 900 1,1
ΣLe = 15,2
ΣLr = 1,35
Lv= 16,55
∆h = 16,55 x 0,19 = 3,15 mca

Pressão no ponto (T2):


PT 2
= 1,0 + (0,93 + 1,86 + 3,15) − 1,35 = 5,59 mca
γ
8º) Dimensionamento da bomba pressurizadora
Deve-se calcular a altura manométrica da bomba pressurizadora das seguintes maneiras:
a) Para atender o anel desfavorável:
Hm(1)= 7,22 – (-3,31) = 10,53 mca.
b) Para atender a pressão dinâmica mínima no ponto (T2), exigida para se ter no
chuveiro desfavorável a pressão dinâmica mínima de 1,0 mca.
Hm(2)= 5,59 – (-3,31) = 8,9 mca.
Adota-se o maior entre os dois valores obtidos, portanto tem-se: Hm = 10,53 mca; Q = 2,41
L/s. Considerando uma bomba com um rendimento de 60% obtém-se:
2,41.x.10,53
Pb = = 0,56 CV.
75.x.0,6
A potencia do motor elétrico será:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [229]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Pm = (0,56).(0,986).(1,50) = 0,83 HP ( Motor comercial de 1,0 HP).

9º) Balanceamento hidráulico dos anéis


Como as perdas de cargas nos anéis são diferentes, é importante que se faça o
balanceamento dos anéis para que sejam equivalentes, ou seja, para a mesma vazão
escoada a perda de carga seja a mesma em ambos os anéis, ou seja:
∆h[T2-T1]anel (1) = ∆h[T2-T1]anel (2) = 5,03 mca
Para isto, o anel (2) será constituído de dois trechos, conforme Figura 4.17c. Um trecho
[L1=(T2-X)] de 1.1/2” (Di=40,4mm) e um trecho [L2=(X-T1)] de 1.1/4” (Di=33,6mm).

Assim, tem-se:

L1 + L2 = 46,0 m

J1.Lv1 + j2.Lv2 = 5,03 mca

1,711, 75
j = 8,69.10 . 5
= 0,052 m/m
40,4 4, 75

1,711,75
j = 8,69.10 5. = 0,125 m/m
33,6 4, 75

Figura 4.17c – Balanceamento hidráulico dos anéis.

Comprimentos equivalentes: Comprimentos equivalentes:


Trecho [T2-X]: Trecho [X-T1]:
1 Te saída de lado de (1.1/2”) = 7,3m 1 redução de (1.1/2”) para (1.1/4”) = 0,12m
1 joelho de 900........................= 3,2m ΣLe .................................................= 0,12m
1 registro de gaveta.................= 0,7m
ΣLe ..........................................=11,2m

0,052.(11,2+L1) + 0,125.(0,12+L2) = 5,03


L1 + L2 = 46
Ou
0,052.(11,2+L1) + 0,125.[(0,12+(46-L1)] = 5,03
Resulta: L1 = 18,0 m; L2 = 28,0 m
Conclusão: Para que os anéis fiquem hidraulicamente balanceados, o anel (T2-(2)-T1) deve
ser constituído por dois trechos, conforme Figura 4.17c: o trecho (T2-X) deve ser de (1.1/2”)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[230] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

com 18,0 m de comprimento, e o trecho (X-T1) deve ser de (1.1/4”) com um comprimento de
28,0 m.

4.16 – Isolamento das tubulações

A fim de não dissipar o calor antes da água atingir os sub-ramais, as tubulações dos
sistemas prediais de água quente devem ser isolados com material isolante térmico. Podem-
se empregar os seguintes materiais:
• Mica expandida;
• Silicato de magnésio hidratado;
• Silicato de cálcio hidratado com fibras de amianto;
• Lã de rocha ou lã mineral;
• Sílica em fios;
• Canaleta de cortiça prensada.
A espessura das calhas isolantes é geralmente de 25,4 mm para tubos de até 3
polegadas, e de 38,1 mm para tubos de 4, 6, e 8 polegadas.

4.17 – Dilatação dos encanamentos

A dilatação linear do cobre recozido é de 0,017mm/m.0C. Assim, uma tubulação,


com 30 m de comprimento, submetido a uma temperatura de 70 0C, sofrerá uma dilatação
de 35,7 mm. Portanto, deve-se considerar a dilatação das tubulações sob o efeito do calor e
permitir que a dilatação se dê livremente evitando-se que venha sofrer rompimentos.
Para atender ao efeito da dilatação nas tubulações pode-se usar um dos seguintes
recursos, Macintyre, 3a. Edição:
• Usar um traçado não retilíneo para a tubulação como os mostrados na Figura 4.18;
• Usar juntas especiais, tais como: juntas de expansão, juntas deslizantes, juntas
sanfonadas. A Figura 4.19 mostra um exemplar de junta de expansão.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [231]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Figura 4.18 – Traçados para atender o efeito da dilatação.


(Fonte: Macintyre, 3a. Edição)

Figura 4.19 – Junta de expansão.


(Fonte: Macintyre, 3a. Edição)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[232] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

4.18 – Problemas práticos propostos

4.1 – Desejamos aquecer 100 litros de água de 24 0C para 40 0C em 2 horas. Para um


rendimento da transferência de calor da resistência à água de 95%, qual é a potência
elétrica exigida?. R: 980 wats.
4.2 – Qual será a temperatura da água e a potência consumida após quatro horas ao passar
uma corrente de 6 ampères num fio de cobre cuja resistência é de 15 ohms num
recipiente com 150 litros de água a 20 0C.?. R: t=32,4 0C; P=542,5 watts.
4.3 - Calcule a capacidade de um aquecedor elétrico para atender a um apartamento com
dois quartos. Determine também o consumo de energia elétrica. Considere a
temperatura da água fria a 15 0C, da água quente a 70 0C, a o rendimento do
aquecedor 90%. R.: 100 litros; 8,6 kWh.
4.4 – Determine o consumo de gás natural para um banho que se consome 30 litros de água
na temperatura de 38 0C. Considere a água fria a 15 0C, o poder calorífico do gás 4000
kcal/m3, e rendimento de 70%. R.: 0,3 m3.
4.5 – Para um edifício residencial de 30 apartamentos muito grandes de 7 pessoa cada,
pede-se:
a) Calcular a capacidade da caldeira; (R.:67 520 kcal/h, interpolação linear).
b) A quantidade da água aquecida para um diferencial de temperatura de 500C;
(R.:1336 L/h, interpolação linear).
c) Consumo de óleo por hora para um rendimento da caldeira de 84%. (R.:8,04
Kg/h).
4.6 – Determine a potência da caldeira em (kcal/hora) para aquecer água de 15 0C a 70 0C
para um prédio de apartamentos contendo 60 apartamentos com 3 quartos sociais e 1
quarto de empregada cada um. Considere ainda que cada apartamento terá pelo
menos uma banheira de imersão de 100 litros. Não é necessário considerar os outros
aparelhos (pia de cozinha, etc.), pois as suas utilizações ocorrem em horas do dia
diversas das do consumo nos banheiros, portanto o consumo diário por pessoa será
de 40 litros de água misturada. R.:363409 kcal/h.
4.7 – Determine a área do coletor solar necessária para aquecer água para uma residência
unifamiliar de 5 pessoas. Suponha que a água entre na temperatura de 200C e saia do
coletor na temperatura de 700C. R.: 3 m2.

4.19 – Referências bibliográficas

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 7198. Rio de Janeiro.


Setembro de 1993.
BOSCH. Aquecedores de água a gás Bosch. Catálogo 2006. www.bosch.com.br.
CREDER, Hélio. Instalações Hidráulicas Prediais. 3. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos Editora, 2003.
HIGHLIGHT COMPUTAÇÃO GRÁFICA (2006). Caddproj Hidráulica. São Paulo. Software
para Instalações Hidráulicas.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [233]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

KENT. Nova linha de aquecedores. Catálogo 2006.


KOMECO. Aquecedores de água a gás. Catálogo (2006). www.komeco.com.br.
MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas Prediais e Industriais. 3.Ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora.
MORGANTI. Sistema de Aquecimento. Catálogo 2006.
ILHA, Marina S.. Sistemas Prediais de Água Fria. EC. 712: Instalações Prediais, Hidráulicas
e Sanitárias. FEC/UNICAMP. P.GR – 712-200, s/d.
SWAMEE, P.K. “Design of a submarine pipeline” – J. Transp Eng. ASCE, 119 (1), 159 – 170,
1993.
THERMERÔ – MORGANTI. Sistemas de aquecimento. Catálogo 2006.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[234] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

ANEXO
Esquemas de montagem de aquecedor de acumulação

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [235]
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Figura 4.A1 – Esquema de montagem de aquecedor de acumulação.


[Fonte HIGHLIGHT COMPUTAÇÃO GRÁFICA (2006)]

Por: Evaldo Miranda Coiado


[236] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Água Quente [SPAQ]

Figura 4.A2 – Esquema de montagem de aquecedor elétrico de acumulação.


[Fonte HIGHLIGHT COMPUTAÇÃO GRÁFICA (2006)]

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [237]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

CAPÍTULO 5
SISTEMA PREDIAL DE ÁGUAS PLUVIAIS (SPAP)

5.1 – Introdução

A finalidade do Sistema Predial de Águas Pluviais (SPAP) é coletar e conduzir as


águas de chuva para locais fora do edifício, tais como logradouros públicos ou outros locais
adequados (terrenos, jardins, e reservatórios de acumulação para uso posterior), evitando
volumes de água indesejáveis nas áreas descobertas de circulação e de utilização do prédio.
Utilizando os seus componentes, os sistemas prediais de águas pluviais têm a função
também de proteger as edificações da umidade, principal causadora da redução do estado
de conservação das construções. As exigências e critérios, necessários aos projetos das
instalações prediais de águas pluviais, são estabelecidas pela NBR 10844/89.

5.2 – Terminologia adotada na NBR 10844/89

Apresenta-se, neste texto, a terminologia adotada na NBR 10844/89.

5.2.1 – Altura pluviométrica


Volume de água precipitada por unidade de área horizontal.

5.2.2 – Área de contribuição


Soma das áreas das superfícies que, interceptando chuva, conduzem as águas para
determinado ponto da instalação.

5.2.3 – Bordo livre


Prolongamento vertical da calha cuja função é evitar transbordamento.

5.2.4 – Caixa de areia


Caixa utilizada nos condutores horizontais destinados a recolher detritos por
deposição.

5.2.5 – Calha
Canal que recolhe a água de cobertura, terraços e similares e a conduz a um ponto
de destino.

5.2.6 – Calha de água-furtada


Calha instalada na linha de água-furtada da cobertura.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[238] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

5.2.7 – Calha de beiral


Calha instalada na linha de beiral da cobertura. (Figura 5.1a).

5.2.8 – Calha de platibanda


Calha instalada na linha de encontro da cobertura com a platibanda. (Figura 5.1b).

Figura 5.1a – Calha de beiral Figura 5.1.b – Calha de platibanda

5.2.9 – Condutor horizontal


Canal ou tubulação horizontal destinado a recolher e conduzir águas pluviais até
locais permitidos pelos dispositivos legais.

5.2.10 – Condutor vertical


Tubulação vertical destinada a recolher águas de calhas, coberturas, terraços e
similares e conduzi-las até a parte inferior do edifício.

5.2.11 – Diâmetro nominal


Simples número que serve para classificar em dimensões, os elementos de
tubulações (tubos, conexões, condutores, calhas, bocais, etc.), e que corresponde
aproximadamente ao diâmetro interno da tubulação em milímetros. O diâmetro nominal (DN)
não deve ser objeto de medição nem ser utilizado para fins de cálculos.

5.2.12 – Duração de precipitação


Intervalo de tempo de referência para a determinação de intensidades
pluviométricas.

5.2.13 – Funil de saída


Saída em forma de funil.

5.2.14 – Intensidade pluviométrica


Quociente entre a altura pluviométrica precipitada num intervalo de tempo e este
intervalo.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [239]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

5.2.15 – Perímetro molhado


Linha que limita a seção molhada junto às paredes e ao fundo do condutor ou calha.

5.2.16 – Período de retorno


Número médio de anos em que, para a mesma duração de precipitação, uma
determinada intensidade pluviométrica é igualada ou ultrapassada apenas uma vez.

5.2.17 – Ralo
Caixa dotada de grelha na parte superior, destinada a receber águas pluviais.

5.2.18 – Ralo hemisférico


Ralo cuja grelha tem forma hemisférica, (Figura 5.2a).

5.2.19 – Ralo plano


Ralo cuja grelha tem forma plana, (Figura 5.2b).

Figura 5.2a – Ralo hemisférico Figura 5.2b – Ralo plano

5.2.20 – Saída
Orifício na calha, cobertura, terraço e similares, para onde as águas pluviais
convergem.

5.2.21 – Seção molhada


Área útil de escoamento em uma seção transversal de um condutor ou calha.

5.2.22 – Tempo de concentração


Intervalo de tempo decorrido entre o início da chuva e o momento em que toda a
área de contribuição passa contribuir para determinada seção transversal de um condutor ou
calha.

5.2.23 – Vazão de projeto


Vazão de referência para o dimensionamento de condutores e calhas.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[240] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

5.3 – Exigências da NBR 10844/89

As águas pluviais não devem ser lançadas em redes de esgoto usadas apenas para
águas residuárias (despejos, líquidos domésticos ou industriais).
A instalação predial de águas pluviais se destina exclusivamente ao recolhimento e
condução das águas pluviais, não se admitindo quaisquer interligações com outras
instalações prediais.
Quando houver risco de penetração de gases, deve ser previsto dispositivo de
proteção contra o acesso destes gases ao interior da instalação.

5.4 – Classificação dos sistemas prediais de águas pluviais

Os sistemas prediais de águas pluviais podem ser classificados em:

• Totalmente por gravidade;


• Misto (gravidade e recalque).

5.4.1 – Totalmente por gravidade

Neste caso todos os elementos que constituem o sistema predial de águas pluviais
localizam-se acima da galeria do logradouro público ou da sarjeta, e por esta razão, todas as
águas coletadas pelo sistema são conduzidas para esses locais por gravidade. A Figura 5.3
ilustra esta situação.

5.4.2 – Misto (gravidade e recalque)

Neste caso parte dos elementos que constitui o sistema predial de águas pluviais
encontra-se em cotas inferiores à do logradouro público ou da sarjeta. Assim, é necessário
que toda a água coletada pelo sistema predial seja armazenada num poço de águas pluviais,
e a partir desta, bombeada até uma caixa de passagem, de onde, por gravidade, escoe para
a galeria pública. A Figura 5.4 ilustra este caso.

5.5 – Parâmetros hidrológicos

A determinação da intensidade pluviométrica (i), para fins de projeto, deve ser feita a
partir da fixação de valores adequados para a duração de precipitação e o período de
retorno. Tomam-se como base dados pluviométricos locais, (NBR 10844/89).

5.5.1 – Intensidade pluviométrica (i)

A intensidade pluviométrica é a velocidade de precipitação medida em geral em


(mm/min) ou (mm/h).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [241]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

Figura 5.3 – Coleta e transporte das águas pluviais totalmente por gravidade.

Figura 5.4 – Sistema predial de águas pluviais misto (gravidade e recalque).


(Fonte: ILHA, M. S. O., 1997)
Por: Evaldo Miranda Coiado
[242] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

P
i= (5.1)
t
Na qual:

i = intensidade pluviométrica;
P = altura pluviométrica;
t = duração de precipitação (tempo).

Para construção até 100 m2 de área de projeção horizontal, salvo casos especiais,
pode-se adotar a intensidade pluviométrica i = 150 mm/h, NBR 10844/89.
Segundo Macintyre, 3a. Edição, para locais em que os índices pluviométricos são
extraordinariamente elevados para chuvas de curta duração, tem-se adotado o valor de
intensidade pluviométrica i = 170 mm/h, e onde a extrema segurança é necessária, como no
caso dos acessos às estações subterrâneas do metrô, adota-se no cálculo de drenagem o
valor de intensidade pluviométrica de 216 mm/h.
Para a determinação da máxima intensidade pluviométrica média observada podem-
se também utilizar as fórmulas empíricas. A seguir apresentam-se fórmulas empíricas para
algumas cidades brasileiras.

• Para a cidade de São Paulo, (durações menores ou iguais a 60 minutos):

1677,6.TR0,112
i= (5.2)
(t + 15)0,86.(T )
− 0 , 0144
R

• Outra fórmula para a cidade de São Paulo:

1747,9.TR0,181
i= (5.3)
(t + 15)0,89
A fórmula (5.3) foi obtida por WILKEN, 1978, período de estudos 1934 a 1959.

• Para a cidade do Rio de Janeiro - RJ:

1239.TR0,15
i= (5.4)
(t + 20)0,74
A fórmula (5.4) foi obtida pelo Engo. Ulysses Alcântara.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [243]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

• Para a cidade de Curitiba - PR:

5950.TR0,127
i= (5.5)
(t + 26)1,15
• Para a cidade de São Carlos-SP:

1519.TR0, 236
i= (5.6)
(t + 16)0,935
• Para a cidade Porto Alegre - RS:

509,86.TR0,196
i= (5.7)
(t + 10)0,72
• Para a cidade Belo Horizonte - MG:

1447,9.TR0,100
i= (5.8)
(t + 20)0,84
• Para a cidade Campinas - SP:

2524,86.TR0,1359
i= (5.9)
(t + 20)0,9483.T
− 0 , 007
R

• Para a cidade Limeira - SP:

4653,8.TR0,1726
i= para t ≤ 2,0 horas (5.10)
(t + 25)1,087.T
0 , 0056
R

Nas fórmulas acima, i é a intensidade em mm/hora, t é a duração da chuva em


minutos e o tempo de recorrência TR em anos.
O livro “Chuvas Intensas no Brasil”, do Engo. Otto Pfafstetter apresenta dados de
chuvas intensas registradas em 98 pontos do Serviço de Meteorologia do Ministério da

Por: Evaldo Miranda Coiado


[244] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

Agricultura, situados em localidades distribuídas em todo o território brasileiro. Esses dados


são apresentados na NBR 10844/89, e transcritos para este texto, (ver Quadro 5.2).

5.5.2 – Período de retorno (TR)

O período de retorno deve ser fixado segundo as características da área a ser


drenada, obedecendo ao estabelecido a seguir, (NBR 10844/89):
TR = 1 ano, para áreas pavimentadas, onde empoçamentos possam ser tolerados;
TR = 5 anos, para coberturas e/ou terraços;
TR = 25 anos, para coberturas e áreas onde empoçamentos ou extravasamentos
não possam ser tolerados.

5.5.3 – Duração da precipitação (t)

Segundo a NBR 10844/89, a duração de precipitação (t) deve ser fixada em 5


minutos.
Ainda segundo a NBR 10844/89: se forem conhecidos, com precisão, valores de
tempo de concentração e houver dados de intensidade pluviométrica correspondentes, estes
podem ser utilizados. Isto é permitido quanto a outros valores de período de retorno para
obras especiais.

5.5.4 – Influência do vento na inclinação da chuva

A ação dos ventos deve ser levada em conta através da adoção de um ângulo de
inclinação da chuva em relação à horizontal igual a arc tg2 θ, para o cálculo da quantidade
de chuva a ser interceptada por superfícies inclinadas ou verticais. O vento deve ser
considerado na direção que ocasionar maior quantidade de chuva interceptada pelas
superfícies consideradas, Figura 5.5.

5.5.5 – Área de contribuição

No cálculo da área de contribuição, devem-se considerar os incrementos devidos à


inclinação da cobertura e às paredes que interceptem água de chuva que também deva ser
drenada pela cobertura, (NBR 10844/89). A Figura 5.6 mostra as possibilidades para o
cálculo da área de contribuição de águas pluviais.

5.6 – Vazão de projeto

A vazão de projeto dever ser calculada pela fórmula racional:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [245]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

i.A
Q= (5.11)
60
Na qual:
Q = vazão de projeto, em (L/min);
i = intensidade pluviométrica, em (mm/h);
A = área de contribuição, em (m2).

Figura 5.5 – Influência do vento na inclinação da chuva


(Fonte: ABNT- NBR 10844/89)

Exemplo prático 5.1

Para um terraço retangular medindo 8,0 m por 10,0 m, localizada na cidade de


Limeira/SP, determine a vazão de projeto resultante de uma chuva com 5 minutos de
duração e período de retorno TR = 5 anos.
Solução:
O método racional, de transformação de chuva em vazão, considera o tempo de
concentração igual à duração da chuva. Aplicando a equação da chuva da cidade de Limeira
tem-se:

Por: Evaldo Miranda Coiado


[246] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

4653,8.50,1726
i= = 147,33 mm/h
(5 + 25)1,087.5
0 , 0056

Aplicando a fórmula racional fica:

147,33.(8,0 x10)
Q= ≅ 196,5 L/min
60

5.7 – Coberturas horizontais de laje

Com relação às coberturas horizontais de laje, a NBR 10844/89 estabelece:


• As superfícies horizontais de laje devem ter declividade mínima de 0,5%, de
modo que garanta o escoamento das águas pluviais, até os pontos de drenagem
previstos;
• A drenagem deve ser feita por mais de uma saída, exceto nos casos em que
não houver risco de obstrução;
• Quando necessário, a cobertura deve ser subdividida em áreas menores com
caimento de orientações diferentes, para evitar grandes percursos de água;
• Os trechos da linha perimetral da cobertura e das eventuais aberturas na
cobertura (escada, clarabóias, etc.) que possam receber água, em virtude do
caimento, devem ser dotados de platibanda ou calha;
• Os ralos hemisféricos devem ser usados onde os ralos planos possam causar
obstruções.

Exemplo prático 5.2

Determine a área de contribuição, para o cálculo da vazão de projeto, do telhado dado na


Figura 5.7.

Solução:
As áreas (A1) e (A2) formam duas superfícies verticais adjacentes e
perpendiculares, (veja Figura 5.6-F) e o telhado é uma superfície inclinada, (veja Figura 5.6-
B). Portanto, a área de contribuição a ser considerada no cálculo da vazão de projeto será
igual a:

A12 + A22  h
Ac = +  a + .b
2  2

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [247]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

Figura 5.6 – Indicações para cálculos da área de contribuição


(Fonte: ABNT- NBR 10844/89)
Por: Evaldo Miranda Coiado
[248] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

Figura 5.7

5.8 – Calhas

5.8.1 – Exigências da NBR 10844/89

Com relação às calhas, a NBR 10844/89 estabelece:


• As calhas de beiral e platibanda devem, sempre que possível, ser fixadas sob a
extremidade da cobertura e o mais próximo desta;
• A inclinação das calhas de beiral e platibanda deve ser uniforme, com valor mínimo
de 0,5%;
• As calhas de água-furtada têm inclinação de acordo com o projeto da cobertura;
• Quando a saída não estiver colocada em uma das extremidades, a vazão de projeto
para o dimensionamento das calhas de beiral ou platibanda deve ser aquela
correspondente à maior das áreas de contribuição;
• Quando não se pode tolerar nenhum transbordamento ao longo da calha,
extravasores podem ser previstos como medida adicional de segurança. Nestes
casos, eles devem descarregar em locais adequados;
• Em calhas de beiral ou platibanda, quando a saída estiver a menos de 4 m de uma
mudança de direção, a vazão de projeto deve ser multiplicada pelos coeficientes da
Tabela 5.1.

Tabela 5.1 – Coeficientes multiplicativos da vazão de projeto.


Tipo de curva Curva a menos de 2 m da Curva entre 2 a 4 m da
saída da calha saída da calha
Canto reto 1,20 1,10
Canto arredondado 1,10 1,05
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [249]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

5.8.2 – Dimensionamento das calhas

Segundo a NBR 10844/89, o dimensionamento das calhas deve ser feito utilizando a
fórmula de Manning-Strickler:

S
Q = 60.000. .Rh2 / 3 . I (5.12)
n
Na qual:
Q = vazão de projeto, em (L/min);
S = seção molhada, em (m2);
Rh = raio hidráulico, em (m);
I = declividade da calha, em (m/m);
n = coeficiente de Manning-Strickler (Tabela 5.2).

S
Rh = (5.13)
p

Na qual:
p = perímetro molhado, em (m).

Na Tabela 5.2 são apresentados os coeficientes de rugosidade dos materiais


normalmente utilizados na construção de calhas.

Tabela 5.2 – Coeficiente de Manning-Strickler (Fonte: NBR 10844/89)


Material n
Plástico, fibrocimento, aço, metais não
0,011
ferrosos
Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria
0,012
revestida
Cerâmica, concreto não alisado 0,013
Alvenaria de tijolos não revestida 0,015

5.8.2.1 – Calhas de formatos retangular, triangular, trapezoidal, e semicircular

Para o dimensionamento das calhas deve-se utilizar o seguinte procedimento:

a) Calcular a vazão de projeto utilizando a Equação (5.11);


b) Definir os valores do coeficiente (n) de Manning-Stricker, Tabela (5.2);
c) Definir a declividade da calha (I) que deve ser maior ou igual a 0,5%;

Por: Evaldo Miranda Coiado


[250] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

d) Para os casos de calhas de formatos triangular e trapezoidal deve-se definir o valor


de Z=cotg Φ (Φ = ângulo de inclinação das paredes em relação ao plano horizontal);
e) Para os casos de calhas de formatos retangular e trapezoidal definir a relação (λ =
b/y), na qual: b = largura do fundo da calha; y = profundidade da lâmina líquida;
f) Prever uma revanche de pelo menos 20% na profundidade.

A Figura (5.8) fornece as fórmulas para se calcular a seções molhadas (S) e os


perímetros molhados (p) para calhas de formatos retangular, triangular, trapezoidal, e
semicircular.

Seções Seção molhada (S) Perímetro molhado (p)

A (b . y) (b + 2y)

B (b + Z.y).y ( b + 2. y. (1 + Z 2 ) )

C (b + 0,5.Z.y).y (b + y ( (1 + Z 2 ) + 1)

D (Z.y2) ( 2. y. (1 + Z 2 )

E (0,3927.D2) (1,5708.D)

Figura 5.8 – Elementos geométricos das seções dos canais retangular, triangular,
trapezoidal, e semicircular.

5.8.2.2 – Calha de formato retangular, (Figura 5.8 A)

 (λ + 2 )
3/8 1/ 4
 n.Q
y =  . (5.14)
 60.000. I  λ5 / 8

Na qual:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [251]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

b
λ= (5.15)
y

Para a seção retangular de mínimo perímetro molhado obtém-se:

λ=2 (5.16)

5.8.2.3 – Calha de formato trapezoidal simétrica, (Figura 5.8 B)


y=
n.Q 
 .
3/8
(
λ + 2. 1 + Z 2 )
1/ 4

(5.17)
 60.000. I  (λ + Z )5 / 8
Na qual:

Z= cotg Φ

Para a seção de formato trapezoidal simétrica de mínimo perímetro molhado obtém-


se:

(
λ = 2. 1 + Z 2 − Z ) (5.18)

5.8.2.4 – Calha de formato trapezoidal assimétrica, (Figura 5.8 C)


y=
n.Q 
 .
3/8
(
1+ λ + 1+ Z 2 )
1/ 4

(5.19)
 60.000. I  (λ + 0,5.Z )5 / 8
Para a seção de formato trapezoidal assimétrico de mínimo perímetro molhado
obtém-se:

λ = 1+ 1+ Z 2 − Z (5.20)

5.8.2.5 – Calha de formato triangular simétrica, (Figura 5.8 D)


y=
n.Q 
 .
3/8
(
2. 1 + Z 2 )
1/ 4

(5.21)
 60.000. I  (Z )5 / 8
Por: Evaldo Miranda Coiado
[252] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

A seção de formato triangular simétrica de mínimo perímetro molhado é aquela cujo


ângulo Φ=450, ou seja Z=1.

5.8.2.6 – Calha de formato semicircular, (Figura 5.8 E)

(n.Q) 0,375
D = 0,0323. (5.22)
I 0,1875
Nas Equações (5.14), (5.17), (5.19), (5.21), e (5.22) têm-se:

Q = vazão de projeto, em (L/min);


I = declividade da calha, em (m/m);
n = coeficiente de Manning-Strickler, (Tabela 5.2);
y = profundidade da lâmina líquida, em (m);
D = diâmetro da calha semicircular, em (m).

Exemplo prático 5.3

Dado o telhado (A3), mostrado na Figura 5.9, determine a vazão de projeto na seção
de saída (S) e dimensione a calha retangular de plástico, para conduzir a vazão resultante
de uma chuva de intensidade igual a 150 mm/h.

Figura 5.9

Solução:
1º) Cálculo da área de contribuição:
A1 = (7 x 4) + (7 x 0,7)/2 = 30,45 m2
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [253]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

A2 = (7 x )2 = 14 m2.

30,452 + 14,002  0,70 


Ac = +  7,00 + .7,0 = 68,21 m
2

2  2 

2º) Cálculo da vazão de projeto:

150x68,21
QP = ≅ 170,5 L/min.
60

3º) Cálculo das dimensões (b) e (y) da calha:


O projetista deve definir qual é o valor desejado para relação entre as dimensões (b)
e (y). Para o caso da calha retangular funcionando na seção de mínimo perímetro molhada
tem-se λ=2, (b=2.y).
Para calhas de plásticos o valor do coeficiente de Manning-Strickler vale n=0,011.
Segundo a NBR 10844/89, a inclinação mínima das calhas de beiral e platibanda
deve ser uniforme, com valor mínimo de 0,5%. O valor usualmente utilizado é de 1%.
Utilizando a fórmula 5.14 tem-se:

3/ 8
 0,011x170,5  (2 + 2)1/ 4
y =   .

 60.000. 0,01  25 / 8

y ≅ 4,5 cm ; b = 9,0 cm.

5.9 – Condutores horizontais

5.9.1 – Exigências da NBR 10844/89

Com relação aos condutores horizontais, a NBR 10844/89 estabelece:


• Os condutores horizontais devem ser projetados, sempre que possível, com
declividade uniforme, com valor mínimo de 0,5%;
• O dimensionamento dos condutores horizontais de seção circular deve ser feito para
escoamento com lâmina de água de altura igual a 2/3 do diâmetro interno (D) do
tubo;
• Nas tubulações aparentes, devem ser previstas inspeções sempre que houver
conexões com outra tubulação, mudança de declividade, mudança de direção, e
ainda, a cada trecho de 20 m nos percursos retilíneos, Figura 5.10;
• Nas tubulações enterradas, devem ser previstas caixas de areia sempre que houver conexões
com outra tubulação, mudança de declividade, mudança de direção, e ainda,a cada trecho de
20 m nos percursos retilíneos, Figura 5.11;
Por: Evaldo Miranda Coiado
[254] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

• A ligação entre os condutores verticais e horizontais é sempre feita por curva de raio
longo, com inspeção ou caixa de areia, estando o condutor horizontal aparente ou
enterrado.

Figura 5.10 – Caixa de inspeção.

Figura 5.11 – Caixa de areia.

5.9.2 – Dimensionamento de condutores horizontais de seção circular

Os valores da seção molhada e do perímetro de condutores circulares escoando


água com lâmina de altura igual a 2/3 do diâmetro interno são apresentados na Figura 5.12.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [255]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

Seções Seção molhada (S) Perímetro molhado (p)

(0,5594.D2)
1,9177.D

Figura 5.12 – Condutor circular com (y=2/3.D).

Substituído os valores da seção molhada (S) e do perímetro molhado (p) na formula


de Manning-Strickler, apresentados na Figura 5.12, e isolando o diâmetro interno D obtém-
se:

(n.Q) 0,375
D = 0,0273. (5.23)
I 0,1875
Na qual:
D = diâmetro interno, em (m);
Q = vazão de projeto em, em (L/min);
I = declividade do condutor, em (m/m);
n = coeficiente de Manning-Strickler.

Exemplo prático 5.4

Dimensione um condutor horizontal de seção circular de concreto alisado, com


declividade de 1,0 % para drenar águas pluviais em um pátio com 300 m2, localizado na
cidade de Campinas/SP. Considere o período de retorno TR = 5 anos e chuvas com
duração de 5 minutos.
Solução:
1º) Cálculo da intensidade pluviométrica utilizando a equação de chuva da cidade de
Campinas:

2524,86 x50,1359
i= ≅154 mm/h
(5 + 20)0,9483 x5
− 0 , 007

Por: Evaldo Miranda Coiado


[256] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

2º) Vazão de projeto:

154x300
QP = ≅ 770 L/min
60
3º) Dimensionamento do condutor horizontal:
Da Tabela 5.2, para concreto alisado, obtém-se n=0,012.

D = 0,0273.
(0,012 x770,0)0,375 ≅ 0,150 m ou 150 mm.
0,010,1875

5.10 – Condutores verticais

5.10.1 – Exigências da NBR 10844/89

Com relação aos condutores verticais, a NBR 10844/89 estabelece:


• Os condutores verticais devem ser projetados, sempre que possível, em uma só
prumada. Quando houver necessidade de desvio, devem ser usadas curvas de 900
de raio longo ou curvas de 450 e devem ser previstas peças de inspeção;
• Os condutores verticais podem ser colocados externa e internamente ao edifício,
dependendo de considerações de projeto, do uso e da ocupação do edifício e do
material dos condutores;
• O diâmetro interno mínimo dos condutores verticais de seção circular é 70 mm.

5.10.2 – Dimensionamento dos condutores verticais

O dimensionamento dos condutores verticais deve ser feito a partir dos seguintes dados:
Q = vazão de projeto, em (L/min);
y = altura da lâmina de água na calha, em (m);
L = comprimento do condutor vertical, em (m);
D = diâmetro interno.

O diâmetro interno (D) do condutor vertical é obtido através dos ábacos das Figuras
(5.13) e Figura (5.14).
Para calhas com saída em aresta viva utiliza a Figura (5.13), e para calhas com
saída em funil utiliza-se a Figura (5.14).
O procedimento para a obtenção do diâmetro é o seguinte:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [257]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

• Levantar uma vertical a partir da vazão de projeto (Q) até interceptar as curvas de
(y) e (L) correspondentes;
• No caso de não haver curvas dos valores de (y) e (L), interpolar entre as curvas
existentes, e transportar a interseção mais alta até o eixo (D);
• Adotar o diâmetro nominal cujo diâmetro interno seja superior ou igual ao valor
encontrado.
Na prática pode-se utilizar, como condutor vertical, a série reforçada, fabricada para
esgoto sanitário. Os diâmetros existentes são os apresentados no Quadro 5.1.

Quadro 5.1 – Diâmetros práticos de condutores verticais para águas pluviais.


[Fonte: Cátalogo Tigre S/A]
DN DE (mm) DI (mm)
40 40,0 36,4
50 50,7 47,1
75 75,5 71,7
100 101,6 96,6
150 150,0 142,6
Observação: Fabricado especialmente como condutor vertical de águas pluviais
encontra-se somente o diâmetro interno DI = 84,6 mm, DE = 88 mm, (Catálogo Tigre).

Os ábacos, apresentados nas Figuras (5.13) e (5.14), foram construídos para


condutores verticais rugosos (coeficiente de atrito f=0,04) com dois desvios na base.

Exemplo prático 5.5

Dimensione o condutor vertical saindo de calhas em aresta viva para aduzir uma vazão de
1400 L/min. A lâmina líquida na calha (y) será igual a 90 mm e o comprimento (L) do
condutor vertical igual a 3,0 m.

Solução:
Considera-se, no gráfico da Figura 5.13, a intersecção entre a linha vertical, referente à
vazão de 1400 L/min, e a linha referente ao comprimento L=3,0 m, (Isto porque o valor da
lâmina líquida é maior que o necessário para conduzir a referida vazão). Assim, obtém-se o
diâmetro interno entre 90 e 95 mm. Adota-se o DN100 (DI=96,6 mm) da série reforçada,
(consulte Quadro 5.1).

Exemplo prático 5.6


Dimensione o condutor vertical saindo de calhas em aresta viva para aduzir uma vazão de
1000 L/min. A lâmina líquida na calha (y) será igual a 70 mm e o comprimento (L) do
condutor vertical igual a 3,0 m.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[258] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

Solução:
Considera-se primeiramente, no gráfico da Figura 5.13, a intersecção entre a linha vertical
referente à vazão de 1000 L/min, e a linha referente ao comprimento L=3,0 m. Uma vez que
a lâmina líquida necessária para aduzir 1000 L/min é maior que a lâmina líquida dada,
prolonga-se a vertical até a linha correspondente ao y = 70 mm, obtendo-se uma nova
intersecção, agora entre a linha da vazão e a da lâmina líquida y=70 mm,. Assim, obtém-se
o diâmetro interno igual a 90 mm. Adota-se o DN100 (DI=96,6 mm) da série reforçada,
(consulte Quadro 5.1).

Exemplo prático 5.7

Dimensione o condutor vertical saindo de calhas em aresta viva para aduzir uma vazão de
600 L/min. A lâmina líquida na calha (y) será igual a 60 mm e o comprimento (L) do condutor
vertical igual a 3,0 m.
Solução:
Para este caso procura-se, no gráfico da Figura 5.13, a intersecção entre a linha vertical,
referente à vazão de 600 L/min, a linha referente ao comprimento L=3,0 m, e a linha
referente ao y = 60 mm. Assim, obtém-se o diâmetro interno entre 60 e 65 mm igual. Uma
vez que, segundo a NBR 10844/89, o diâmetro interno mínimo dos condutores verticais de
seção circular é 70 mm, adota-se o DN75 (DI=71,7 mm) da série reforçada, (consulte
Quadro 5.1).

Exemplo prático 5.8

Dimensione o condutor vertical saindo de calhas em funil para aduzir uma vazão de 1400
L/min. A lâmina líquida na calha (y) será igual a 90 mm e o comprimento (L) do condutor
vertical igual a 3,0 m.
Solução:
Para este caso considera-se, no gráfico da Figura 5.14, a intersecção entre a linha vertical,
referente à vazão de 1400 L/min, e a linha referente ao comprimento L=3,0 m, (Isto porque o
valor da lâmina líquida é maior da necessária para conduzir a referida vazão). Assim, obtém-
se o diâmetro interno entre 85 e 90 mm. Adota-se o DN100 (DI=96,6 mm) da série reforçada,
(consulte Quadro 5.1).

Exemplo prático 5.9

A drenagem de um pátio elevado (terraço), localizado na cidade de Campinas, medindo 10 x


40 m será feita utilizando quatro trechos de condutores horizontais, de formato circular de
fibrocimento (n = 0,011), conectados a ralos, e um condutor vertical, conforme apresentados
na figura. Para uma inclinação de 1%, dimensione os quatro trechos horizontais e o condutor
vertical seguindo exigências da NBR 10844/89. Para o cálculo da intensidade pluviométrica
utilize a equação de chuva da cidade de Campinas. Considere que o comprimento do trecho

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [259]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

vertical L = 6 m e que sairá de calha em funil. A profundidade (y) será igual à profundidade
da lâmina líquida no final do trecho 4.

Solução:
1º) Cálculo da intensidade pluviométrica.
Para terraço TR = 5 anos, e a duração da chuva (t) deve ser fixada em 5 minutos.

2524,86 x5 0,1359
i= 0 , 9483
≅154 mm/h
(5 + 20) 5 0 , 007

2º) Cálculos da vazão de projeto e do diâmetro nominal para cada trecho.


Trecho 1:
Para o trecho 1 a área de contribuição será igual a 100 m2.
154,0 x100
Q p1 = ≅ 257 L/min
60
O diâmetro do condutor horizontal do trecho 1 será igual a:

D = 0,0273.
(0,011x257 )0,375 = 0,096 m; ou 96 mm (DN100)
(0,01)0,1875
Trecho 2:
Para o trecho 2 a área de contribuição será igual a 200 m2.
154,0 x 200
Q p1 = ≅ 514 L/min
60
O diâmetro do condutor horizontal do trecho 2 será igual a:
Por: Evaldo Miranda Coiado
[260] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

D = 0,0273.
(0,011x514)0,375 = 0,124 m; ou 124 mm (DN150)
(0,01)0,1875
Trecho 3:
Para o trecho 3 a área de contribuição será igual a 300 m2.
154,0 x300
Q p1 = ≅ 770 L/min
60
O diâmetro do condutor horizontal do trecho 3 será igual a:

D = 0,0273.
(0,011x770 )
0 , 375
= 0,144 m; ou 144 mm (DN150)
(0,01)0,1875
Trecho 4:
Para o trecho 4 a área de contribuição será igual a 400 m2.
154,0 x 400
Q p1 = ≅ 1.027 L/min
60
O diâmetro do condutor horizontal do trecho 4 será igual a:

D = 0,0273.
(0,011x1027 )0,375 = 0,161 m ; ou 161 mm (DN200)
(0,01)0,1875
Condutor vertical:
A vazão de projeto para o condutor vertical será igual à do trecho 4, ou seja 1.027
L/min.
A lâmina líquida será igual a:
2
y = .200 = 133,3 mm
3
Para y = 133,3 mm; Qp = 1.027 L/min; L = 6 m; calha em funil, obtém-se do gráfico
da Figura 5.14 o diâmetro interno entre 70 e 75 mm. Do quadro 5.1 escolhe-se o DN75.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [261]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

Figura 5.13 – Condutores verticais saindo de calhas em aresta viva.


(Fonte: NBR 10844/89)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[262] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

Figura 5.14 – Condutores verticais saindo de calhas em funil.


(Fonte: NBR 10844/89)

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [263]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

Quadro 5.2 – Chuvas intensas no Brasil (Duração – 5 min)


(Fonte: ABNT – NBR 10844/89)
Intensidade pluviométrica (mm/h)
Local Período de retorno (anos)
1 5 25
1 – Alegrete/RS 174 238 313 (17)
2 – Alto Itatiaia/RJ 124 164 240
3 – Alto Tapajós/PA 168 229 267 (21)
4 – Alto Teresópolis/RJ 114 137 (3) -
5 – Aracajú/SE 116 122 126
6 – Avaré/SP 115 144 170
7 – Bagé/RS 126 204 234 (10)
8 – Barbacena/MG 156 222 265 (12)
9 – Barra do Corda/MA 120 128 152 (20)
10 - Bauru/SP 110 120 148 (9)
11 – Belém/PA 138 157 185 (20)
12 – Belo Horizonte 132 227 230 (12)
13 – Blumenau/SC 120 125 152 (15)
14 – Bonsucesso/MG 143 196 -
15 – Cabo Frio/RJ 113 146 218
16 – Campos/RJ 132 206 240
17 – Campos do Jordão 122 144 164 (9)
18 – Catalão/GO 132 174 198 (22)
19 – Caxambu/MG 106 137 (3) -
20 – Caxias do Sul/RS 120 127 218
21 – Corumbá/MS 120 131 161 (9)
22 – Cruz Alta/RS 204 246 347 (14)
23 – Cuiabá/MT 144 190 230 (12)
24 – Curitiba/PR 132 204 228
25 – Encruzilhada/RS 106 126 158 (17)
26 – Fernando de Noronha/FN 110 120 140 (6)
27 – Florianópolis/SC 114 120 144
28 – Formosa/GO 136 176 217 (20)
29 – Fortaleza/CE 120 156 180 (21)
30 – Goiânia/GO 120 178 192 (17)
31 – Guaramiranga/CE 114 126 152 (19)
32 – Irai/RS 120 198 228 (16)
33 – Jacarezinho/PR 115 122 146 (11)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[264] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

Quadro 5.2 – Chuvas intensas no Brasil (Duração – 5 min)


(Fonte: ABNT – NBR 10844/89)
Intensidade pluviométrica (mm/h)
Local Período de retorno (anos)
1 5 25
34 – João Pessoa/PB 115 140 163 (23)
35 – Juaretê/AM 192 240 288 (10)
36 – km 47 – Rod. Pres. Dutra/RJ 122 164 174 (14)
37 – Lins/SP 96 122 137 (13)
38 – Maceió/AL 102 122 174
39 – Manaus/AM 138 180 198
40 – Natal/RN 113 120 143 (19)
41 – Nazaré/PE 118 134 155 (19)
42 – Niterói/RJ 130 183 250
43 – Nova Friburgo/RJ 120 124 156
44 – Olinda/PE 115 167 173 (20)
45 – Ouro Preto/MG 120 211 -
46 – Paracatu/MG 122 233 -
47 – Paranaguá/PR 127 186 191 (23)
48 – Paratins/AM 130 200 205 (13)
49 – Passa Quatro/MG 118 180 192 (10)
50 – Passo Fundo/RS 110 125 180
51 – Petrópolis/RJ 120 126 156
52 – Pinheira/RJ 142 214 244
53 – Piracicaba/SP 119 122 151 (10)
54 – Ponta Grossa/PR 120 126 148
55 – Porto Alegre/RS 118 146 167 (21)
56 – Porto Velho/RO 130 167 184 (10)
57 – Quixeramobim/CE 115 121 126
58 – Resende/RJ 130 203 264
59 – Rio Branco/AC 126 139 (2) -
60 – Rio de Janeiro/RJ (Bangu) 122 156 174 (20)
61 – Rio de Janeiro/RJ (Ipanema) 119 125 160 (15)
62 – Rio de Janeiro/RJ (Jacarepaguá) 120 142 152 (6)
63 – Rio de Janeiro/RJ (J. Botânico) 122 167 227
64 – Rio de Janeiro/RJ (Praça XV) 120 174 204 (14)
65 – Rio de Janeiro/RJ (Pça Saenz Peña) 125 139 167 (18)
66- Rio de Janeiro/RJ (Santa Cruz) 121 132 172 (20)
67 – Rio Grande/RS 121 204 222 (20)
68 – Salvador/BA 108 122 145 (24)

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [265]
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

Quadro 5.2 – Chuvas intensas no Brasil (Duração – 5 min)


(Fonte: ABNT – NBR 10844/89)
Intensidade pluviométrica (mm/h)
Local Período de retorno (anos)
1 5 25
69 – Santa Maria/RS 114 122 145 (16)
70 – Santa Maria Madalena/RJ 120 126 152 (7)
71 – Santa Vitória do Palmar/RS 120 126 152 (18)
72 – Santos/SP 136 198 240
73 – Santos-Itapema/SP 120 174 204 (21)
74 – São Carlos/SP 120 178 161 (10)
75 – São Francisco do Sul/SC 118 132 167 (18)
76 – São Gonçalo/PB 120 124 152 (15)
77 – São Luiz/MA 120 126 152 (21)
78 – São Luiz Gonzaga/RS 158 209 253 (21)
79 – São Paulo/SP (Congonhas) 122 132 -
80 – São Paulo/SP (Mirante Santana) 122 172 191 (7)
81 – São Simão/SP 116 148 175
82 – Sena Madureira/AC 120 160 170 (7)
83 – Sete Lagoas/MG 122 182 281 (19)
84 – Soure/PA 149 162 212 (18)
85 – Taperinha/PA 149 202 241
86- Taubaté/SP 122 172 208 (6)
87 – Teófilo Otoni/MG 108 121 154 (6)
88 – Teresina/PI 154 240 262 (23)
89 – Teresópolis/RJ 115 149 176
90 – Tupi/SP 122 154 -
91 – Turiaçu/MG 126 162 230
92 – Uaupés/AM 144 204 230 (17)
93 – Ubatuba/SP 122 149 184 (7)
94 – Uruguaiana/RS 120 142 161 (17)
95 – Vassouras/RJ 125 179 222
96 – Viamão/RS 114 126 152 (15)
97 – Vitória/ES 102 156 210
98 – Volta Redonda/RJ 156 216 265 (13)
Observações:
a) Para locais não mencionados neste Quadro, deve-se procurar correlação com dados dos
postos mais próximos que tenham condições meteorológicas semelhantes às do local
em questão;
b) Os valores entre parênteses indicam os períodos de retorno a que se referem as
intensidades pluviométricas, em vez de 5 ou 25 anos, em virtude de os períodos de
observação dos postos não terem sido suficientes.
Por: Evaldo Miranda Coiado
[266] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Águas Pluviais [SPAP]

5.11 – Problemas práticos propostos

1-5. Para uma residência, localizada na cidade de Campinas/SP, com o telhado mostrado na
figura, (de duas águas), determine a vazão de projeto. R.: Q = 295,2 (L/min)

2.5 – Dimensione uma calha semicircular de fibrocimento, para uma declividade de 1% e


intensidade pluviométrica de 150 mm/h, sendo que a área de contribuição é de 120 m2.
R.: DN150.
3.5 – Dimensione uma calha retangular de concreto alisado para drenar um pátio com área
de 100 m2, com uma declividade de 0,5%, localizada na cidade de Jundiaí/SP.
Considere um revanche de 20% na profundidade, λ=2 (condição de mínimo perímetro
molhado) e precipitação com intensidade pluviométrica de 150 mm/h. R.: Dimensões da
calha: altura H=7,30 cm; largura b= 12,1 cm; profundidade y= 6,05 cm.
4.5 – Dimensione um condutor horizontal de concreto alisado, com declividade de 0,5 %,
para drenar uma área de 1000 m2 localizada na cidade de São Paulo, para um período
de retorno de 5 anos. Duração 5 minutos, conforme Norma. R.: DN300.
5.5 – Para uma vazão de projeto de 1500 L/min, dimensione o condutor vertical com saída
em aresta viva, sabendo que os valores da altura da água na calha (y) e do condutor
vertical (L) são de 80 mm e 6 m, respectivamente. R.: DI=115 mm, (DN150)
6.5 – Para uma vazão de projeto de 300 L/min, calha com funil de saída, y= 60mm, e L= 3m,
dimensione o condutor vertical. R.: Dmin= 70 mm, (DN75)

5.12 – Referências bibliográficas

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 10844/1989. Rio de


Janeiro. Setembro de 1993.
ILHA, Marina S.. Sistemas Prediais de Água Fria. EC. 712: Instalações Prediais, Hidráulicas
e Sanitárias. FEC/UNICAMP. P.GR – 712-200, s/d.
MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas Prediais e Industriais. 3.Ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora.
PFAFSTETTER, Otto. Chuvas Intensas no Brasil. Ministério da Viação e Obras Públicas,
DNOS, 1957.
WILKEN, Paulo Sampaio. Engenharia de Drenagem Superficial. CETESB – Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental. São Paulo. 1978.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [267]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

CAPÍTULO 6
SISTEMA PREDIAL DE GÁS COMBUSTÍVEL (SPGC)
6.1 – Introdução

O Sistema Predial de Gás Combustível (SPGC) é o conjunto de canalizações,


medidores, registros, coletores, e aparelhos de utilização. Destina-se a conduzir o gás
combustível do recipiente de armazenamento ou da rede pública, até o aparelho de
utilização na pressão e vazão requeridas ao seu bom funcionamento.
Os critérios para o projeto e execução das instalações internas de gás liquefeito de
petróleo (GLP) são fixados pela NBR 13932/97 da ABNT – Associação Brasileira de Normas
Técnicas.
Os critérios para o projeto e execução das instalações internas de gás natural (GN)
são fixados pela NBR 13933/97 da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Os sistemas prediais para a distribuição do (GLP) e do (GN) apresentam
características diferenciadas devidas às formas de fornecimento desses combustíveis.
O gás liquefeito de petróleo (GLP), ou gás engarrafado, é fornecido liquefeito ao
consumidor, em embalagens adequadas, como botijões, garrafões e cilindros e, em certos
casos, em tanques especiais. Já, o gás natural (GN), ou gás encanado, é fornecido ao
consumidor por meio de rede pública de distribuição.
O gás natural é mais leve que o ar (drg ≅ 0,61), enquanto que o gás liquefeito de
petróleo é mais pesado que o ar (drg ≅ 1,80).
Outra característica que diferencia os dois gases é o poder calorífico. O gás
liquefeito de petróleo possui poder calorífico de 24000 kcal/m3, e o gás natural de 9230
kcal/m3.

6.2 – Definições mais importantes utilizadas pelas NBR 13932/97 e NBR


13933/97

6.2.1 – Abrigo de medidores


Construção destinada à proteção de um ou mais medidores com seus
complementos.

6.2. 2 – Alinhamento (para o SPGC-GN)


Linha de divisa entre o imóvel e o logradouro público, geralmente, definida pelo muro
ou gradil.

6.2.3 – Alta pressão (para o SPGC-GLP)


Toda pressão acima de 392 kPa (4 kgf/cm2).

Por: Evaldo Miranda Coiado


[268] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

6.2.4 – Baixa pressão


Toda pressão abaixo de 5 kPa (0,051 kgf/cm2).

6.2.5 – Capacidade volumétrica (para o SPGC-GLP)


Capacidade total em volume de água que o recipiente pode comportar.

6.2.6 – Concessionária
Entidade pública ou particular responsável pelo fornecimento, abastecimento,
distribuição e venda de gás canalizado.

6.2.7 – Consumidor (para o SPGC-GN)


Pessoa física ou jurídica que utiliza gás canalizado.

6.2.8 – Central de gás (para o SPGC-GLP)


Área devidamente delimitada que contém os recipientes transportáveis ou
estacionários e acessórios , destinados ao armazenamento de (GLP) para consumo da
própria instalação.

6.2.9 – Densidade relativa do gás


Relação entre a densidade absoluta do gás e a densidade absoluta do ar seco, na
mesma pressão e temperatura.

6.2.10 – Derivação
Tubulação no recinto ou abrigo interno, destinada à alimentação de um grupo de
medidores.

6.2.11 – Economia
Propriedade servindo para qualquer finalidade ocupacional, que caracteriza um ou
mais consumidores de gás (residências isoladas; apartamento de um prédio; loja ou
subdivisão, de um prédio, tendo cada uma sua numeração própria; sala ou grupo de salas,
constituindo um escritório; casa de um conjunto habitacional ou condomínio; cada com
numeração, construída em terreno comum a outras, embora de um mesmo proprietário;
edificações de uso coletivo, desde que seja previsto sistema de medição ou rateio
proporcional ao consumo individual de cada consumidor).

6.2.12 – Fator de simultaneidade (F)


Coeficiente de minoração, expresso em porcentagem, aplicado à potência
computada para obtenção da potência adotada.

6.2.13 – Instalação interna


Conjunto de tubulações, medidores, reguladores, registros e aparelhos de utilização
de gás, com os necessários complementos, destinados à condução e ao uso do gás no
interior da edificação.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [269]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

6.2.14 – Média pressão


a) Para o SPGC-GLP: Toda pressão compreendida entre 5 kPa (0,051 kgf/cm2) a
392 kPa (4 kgf/cm2).
b) Para o SPGC-GN: Toda pressão compreendida entre 5 kPa (0,051 kgf/cm2) a 35
kPa (0,36 kgf/cm2.

6.2.15 – Medidor
Aparelho destinado à medição do consumo de gás.

6.2.16 – Medidor coletivo


aparelho destinado à medição do consumo total de gás de um conjunto de
economias.

6.2.17 – Medidor individual


Medidor que indica o consumo de uma só economia.

6.2.18 – Ponto de instalação (para o SPGC-GN)


Extremidade da tubulação interna destinada a receber o medidor.

6.2.19 – Ponto de utilização


Extremidade da tubulação interna destinada a receber um aparelho de utilização de
gás.

6.2.20 – Potência adotada (A)


Potência utilizada para dimensionamento do trecho em questão.

6.2.21 – Potência computada (C)


Somatória das potências máximas dos aparelhos de utilização de gás, que
potencialmente podem ser instalados a jusante do trecho.

6.2.22 – Potência nominal do aparelho de utilização do gás


Quantidade de calor contida no combustível consumido na unidade de tempo, pelo
aparelho de utilização de gás, com todos os queimadores acesos e devidamente regulados,
indicada pelo fabricante do aparelho.

6.2.23 – Prumada
Tubulação vertical, parte constituinte da rede interna ou externa, que conduz o gás
por um ou mais pavimentos.

6.2.24 – Purga (para o SPGC-GN)


Limpeza total da tubulação ou parte de um equipamento, de forma que todo o
material nele contido seja removido. É também a expulsão do ar contido no mesmo, tendo
em vista a admissão de gás combustível, de forma a evitar uma combinação indesejada.
Por: Evaldo Miranda Coiado
[270] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

6.2.25 – Ramal externo (para o SPGC-GN)


Trecho da tubulação que interliga a rede geral ao registro geral de corte ou abrigo do
regulador de primeiro estágio, quando este existir, Figura 6.7.

6.2.26 – Ramal interno (para o SPGC-GN)


Trecho da tubulação que interliga o ramal externo ao(s) medidor(es) ou derivações
ou ao(s) regulador(es) de segundo estágio, Figura 6.7.

6.2.27 – Rede de alimentação (para o SPGC-GLP)


Trecho da instalação predial situado entre a central de gás e o regulador de primeiro
estágio ou estágio único, conforme as Figuras 6.3.

6.2.28 – Rede de distribuição (para o SPGC-GLP)


Tubulação, com os seus acessórios, situada dentro do limite da propriedade dos
consumidores, destinada ao fornecimento de gás, constituída pelas redes de alimentação
primária e secundária, conforme Figuras 6.3.

6.2.29 – Rede geral (para o SPGC-GN)


Tubulação existente nos logradouros públicos e da qual saem os ramais externos,
Figura 6.7.

6.2.30 – Rede interna (para o SPGC-GN)


Tubulação que interliga o ponto da instalação a jusante do regulador/medidor até os
pontos de utilização de gás, Figura 6.7.

6.2.31 – Rede primária (para o SPGC-GLP)


Trecho da instalação situado entre o regulador de primeiro estágio e o regulador de
segundo estágio, Figuras 6.3.

6.2.32 – Rede secundária (para o SPGC-GLP)


Trecho da instalação situado entre o regulador de segundo estágio ou estágio único
e os aparelhos de utilização, Figuras 6.3.

6.2.33 – Registro de corte de fornecimento


Dispositivo destinado a interromper o fornecimento de gás para uma economia.

6.2.34 – Registro geral de corte


Dispositivo destinado a interromper o fornecimento de gás para toda a edificação.

6.2.35 – Regulador de primeiro estágio


a) Para o SPGC-GLP: Dispositivo destinado a reduzir a pressão do gás, antes de
sua entrada na rede primária, para o valor de no máximo 150 kPa (1,53 kgf/cm2).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [271]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

b) Para o SPGC-GN: Dispositivo destinado a reduzir a pressão do gás, antes da


sua entrada no ramal interno, para um valor de no máximo 392 kpa (4 kfg/cm2).

6.2.36 – Regulador de segundo estágio


Dispositivo destinado a reduzir a pressão do gás para um valor adequado ao
funcionamento do aparelho de utilização de gás, abaixo de 5 kPa (0,051 kgf/cm2).

6.2.37 – Tubo-luva
Tubo no interior do qual a tubulação de gás é montada e cuja finalidade é não
permitir o confinamento de gás em locais não ventilados, Figura 6.1.

6.2.38 – Válvula de alívio


Válvula projetada para reduzir rapidamente a pressão à jusante dela, quando tal
pressão exceder o máximo preestabelecido.

6.2.39 – Válvula de bloqueio automática


Válvula instalada com a finalidade de interromper o fluxo de gás sempre que a sua
pressão exceder o valor pré-ajustado.

6.2.40 – Válvula de bloqueio manual


Válvula instalada com a finalidade de interromper o fluxo de gás mediante
acionamento manual.

6.2.41 – Vazão nominal (para o SPGC-GN)


Vazão volumétrica máxima do gás que pode ser consumida em um aparelho de
utilização, determinada nas condições normais de temperatura e pressão.

6.3 – Requisitos gerais (para GLP e GN)

A rede de distribuição (SPGC-GLP) ou rede interna (SPGC-GN) pode ser embutida,


enterrada ou aparente, devendo receber o adequado tratamento para proteção superficial,
quando necessário. A tubulação de gás aparente dever ser pintada na cor amarela.
As tubulações que afloram do piso ou paredes devem manter a proteção
anticorrosiva até 50 mm além do ponto de afloramento.
A instalação de gás deve ser provida de válvulas de fechamento manual (registro
geral de corte, registro de corte de fornecimento) em cada ponto em que se tornarem
convenientes para a segurança, a operação e a manutenção da instalação. O registro geral
de corte deve ser identificado e instalado em local de fácil acesso.
A tubulação da rede de distribuição (SPGC-GLP) ou da rede interna (SPGC-GN) não
pode passar no interior de:
• a) dutos de lixo, ar-condicionado e águas pluviais;
• b) reservatórios de água;

Por: Evaldo Miranda Coiado


[272] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

• c) dutos para incineradores de lixo;


• d) poços de elevadores;
• e) compartimentos de equipamentos elétricos;
• f) compartimentos destinados a dormitórios;
• g) poços de ventilação capazes de confinar o gás proveniente de eventual
vazamento;
• h) qualquer vazio ou parede contígua a qualquer vão formado pela estrutura ou
alvenaria ou estas e o solo, sem a devida ventilação. Ressalvados os vazios
construídos e preparados especificamente para esse fim (“shafts”), os quais devem
conter apenas as tubulações de gás, líquidos não inflamáveis e demais acessórios,
com ventilação permanente nas extremidades, sendo que estes vazios devem ser
sempre visitáveis e previstos em área de ventilação permanente e garantida;
• i) qualquer tipo de forro falso ou compartimento não ventilado, exceto quando
utilizado tubo-luva;
• j) locais de captação de ar para sistemas de ventilação;
• k) todo e qualquer local que propicie o acúmulo de gás vazado;
• l) paredes construídas com tijolo vazado, observando a ressalva do item h).

6.3.1 – Localização e proteção da tubulação, medidores, e regulares de pressão

As tubulações não devem passar por pontos que a sujeitem a tensões inerentes à
estrutura da edificação. Na travessia de elementos estruturais deve ser utilizado tubo-luva,
vedando-se o espaço entre ele e o tubo de gás.
É proibida a utilização de tubulações de gás como aterramento elétrico.
Quando os cruzamentos de tubulações de gás com condutores elétricos forem
inevitáveis, deve-se colocar entre elas um material isolante elétrico.
As tubulações aparentes devem:
• a) ter as distâncias mínimas entre a tubulação de gás e condutores de eletricidade
de 0,30 m, se condutor for protegido por conduíte, e 0,50 m, nos casos contrários;
• b) ter um afastamento das demais tubulações o suficiente para ser realizada
manutenção nas mesmas;
• c) ter um afastamento no mínimo de 2 m de pára-raios e seus respectivos pontos de
aterramento;
• d) em caso de superposição de tubulação, a tubulação de gás deve ficar acima das
outras tubulações.

6.3.2 – Tubo – luva

O tubo luva quando for utilizado, Figuras 6.1, deve:


• a) ter no mínimo duas aberturas situadas nas suas extremidades, sendo que as
duas devem ter saídas para fora da projeção horizontal da edificação, em local
seguro e protegido contra a entrada de água, animais e outros objetos estranhos.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [273]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Opcionalmente, pode ser previsto dispositivo ou sistema que garanta a exaustão do


gás eventualmente vazado;
• b) nos casos em que não for possível a extremidade inferior estar fora da projeção
horizontal, possuir abertura captada de algum ambiente permanente ventilado;
• c) no caso de dutos, manter um afastamento mínimo de 25 mm entre a tubulação e
as suas paredes internas;
• d) ter resistência mecânica adequada a possíveis esforços decorrentes das
condições de uso;
• e) estar convenientemente protegidos contra a corrosão;
• f) não apresentar vazamentos em toda a sua extensão;
• g) ser executado de material incombustível e resistente à água;
• h) estar adequadamente suportado;
• i) recomenda-se o mínimo de conexões nas tubulações de gás no interior do tubo –
luva.

6.3.3 – Abrigo para medidores de consumo e regulares de pressão

Os medidores, os registros de corte de fornecimento e reguladores devem ser


instalados em abrigo, sendo proibida a colocação de qualquer outro aparelho, equipamento
ou dispositivo elétrico.
Devem-se prever as dimensões do abrigo de medidores conforme o modelo de
medidor especificado em projeto.
O abrigo deve ter abertura para ventilação com área mínima igual a 10% da área de
sua planta baixa. A base da cabine deve distar no mínimo 0,30 m do piso acabado, (NBR-
13932/97 e NBR-13933/97).
O abrigo deve ser construído de material incombustível, de modo a assegurar
completa proteção do equipamento nele contido contra choques, ação de substâncias
corrosivas, calor, chama, ou outros agentes externos de efeitos nocivos previsíveis, (NBR-
13932/97 e NBR-13933/97).
É proibida a localização do abrigo do medidor ou regulador na antecâmara e/ou nas
escadas de emergência, (NBR-13932/97 e NBR-13933/97).
Os abrigos localizados no interior das construções, Figura 6.2, distribuídos ao longo
dos andares e agrupados nos locais de entrada e acesso, deverão ser providos de porta e
ventilados permanentemente por dois tubos, comunicando-se diretamente com o exterior da
construção, sendo um na parte superior e outro na inferior do abrigo e terão, cada um, seção
com área no mínimo a 10 cm2 por medidor previsto, no respectivo abrigo, mas não inferior
ao diâmetro de 50 mm.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[274] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Figura 6.1a – Tubo – luva.


(Fonte NBR 13932/97)

Figura 6.1b – Tubo – luva (detalhes)


(Fonte NBR 13932/97)

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [275]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

6.3.4 – Dispositivos de segurança

As NBR-13932/97 e NBR-13933/97, com relação aos dispositivos de segurança,


estabelecem:
• São indispensáveis os dispositivos de segurança contra sobre-pressão acidental e
rompimento do diafragma dos reguladores de pressão;
• Os reguladores de pressão do gás devem ser equipados ou complementados com
um dos dispositivos de segurança:
a) Um dispositivo (válvula) de bloqueio automático para fechamento rápido por
sobre-pressão, com re-arme feito manualmente, ajustado para operar com
sobre-pressões, na pressão de saída, dentro dos limites estabelecidos no
Quadro 6.1.
b) Dispositivo de bloqueio automático incorporado ao próprio regulador de pressão
com características e condições de ajuste idênticas às mencionadas no (item a).
c) Durante a regulagem dos dispositivos de alívio de pressão localizados no
exterior das edificações, o ponto de descarga de gás desses dispositivos deve
estar distante, horizontalmente e verticalmente, mais de 1 m de qualquer
abertura da edificação.
d) Quando os reguladores forem instalados no interior da edificação, durante a
operação, a descarga dos dispositivos de alívio de pressão deve se fazer para o
exterior em um local ventilado, em um ponto distante horizontal e verticalmente,
mais de 1 m de qualquer abertura da edificação.
e) Os reguladores de primeiro estágio devem ter a descarga dos dispositivos de
alívio de pressão em um ponto afastado mais de 3 m da fachada do edifício, em
local amplamente ventilado e afastado de ralos e esgotos.

Quadro 6.1 – Limites para dispositivos de segurança


(Fontes: NBR-13932/97 e NBR-13933/97)
Ajustagem da válvula de alívio e do
Pressão nominal de saída (P) dispositivo de bloqueio, em % da pressão
normal de saída
mmca kPa Mínimo Máximo
P < 500 P<5 170 200
500 < P <3500 5 < P <35 140 170
P > 3500 P > 35 125 140

Por: Evaldo Miranda Coiado


[276] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Figura 6.2 – Medidores, abrigo e ventilação do abrigo.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [277]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

6.4 – Sistema Predial de Gás Combustível – GLP

6.4.1 – Generalidades

O gás liquefeito de petróleo (GLP) basicamente é uma mistura de propano e butano,


hidrocarbonetos obtidos pela destilação do petróleo ou pelo craqueamento de suas frações
mais pesadas.
Os hidrocarbonetos predominantes no GLP são gasosos à pressão atmosférica, mas
se liquefazem facilmente, ao serem aplicadas pressões relativamente baixas.
Dependendo dos teores de propano e butano, os Poderes Caloríficos Inferior e
Superior do GLP podem alcançar os valores de 11.000 kcal/kgf (24.200 kcal/m3), e 12.100
kcal/kgf (26.620 kcal/m3), respectivamente. É oportuno lembrar que o Poder Calorífico
Superior, (PCS), incluí o calor de evaporação da água. Se esta quantidade de calor devido à
evaporação da água for subtraída do PCS obtém-se o chamado Poder Calorífico Inferior
(PCI).
No dimensionamento do sistema predial de gás combustível (GLP), utiliza-se o valor
do Poder Calorífico Inferior, PCI, igual a 24.000 kcal/m3, (=10.909 kcal/kgf).
O GLP é distribuído comercialmente em recipientes portáteis com as seguintes
capacidades:
• bujõezinhos portáteis de 2 kgf;
• bujões portáteis de 5 kgf;
• bujões portáteis de 13 kgf;
• cilindros de 45 kgf;
• carrapetas de 90 kgf;
• recipientes estacionarios (fixos), abastecidos por caminhões-tanques, para
capacidades que variam de 500 a 60 000 kgf.
Dependendo do tipo do recipiente, o GLP pode ser fornecido em pressões de 350 a
1050 kPa (3,57 kgf/cm2 a 10,71 kgf/cm2).

6.4.2 – Localização dos componentes do Sistema Predial de Gás Combustível (GLP)

Nas Figuras 6.3 são apresentadas as possibilidades de localização dos


componentes do sistema predial de gás utilizando como combustível o gás liquefeito de
petróleo (GLP). A central de gás pode ser constituída de bateria de bujões, cilindros, ou
carrapetas removíveis, Figuras 6.3a, ou por recipiente fixo abastecido por caminhões
tanques, Figuras 6.3b. O regulador de 2º estágio pode ser um para cada pavimento, Figura
6.3a, ou único localizado após o registro geral de corte, Figura 6.3c, ou ainda, um para cada
aparelho de utilização, Figura 6.3d.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[278] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

6.4.3 – Pressões máximas

Segundo a NBR 13932/97, as pressões máximas admitidas para condução do GLP


nas redes são:
• a) Para as redes primárias: 150 kPa (1,53 kgf/cm2 ou 15,3 mca);
• b) Para as redes secundárias: 5 kPa (0,051 kgf/cm2 ou 0,51 mca);
• c) Na saída dos reguladores de 2º estágio: 2,8 kPa (0,0286 kgf/cm2, 0,286 mca).
Portanto, os reguladores de segundo estágio devem ser dimensionados para uma
pressão nominal de 2,8 kPa e permitir a vazão necessária para suprir o(s)
aparelho(s) de utilização de gás.

6.4.4 – Pressão mínima

Segundo a NBR 13932/97, a pressão mínima final, no ponto de utilização é de 2,6


Kpa (0,0265 kfg/cm2; 0,265 mca).

Figura 6.3a – Sistema predial de GLP. Central de gás constituída de bateria de recipientes
removíveis, e com um regulador de 2º estágio em cada pavimento.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [279]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Figura 6.3b – Sistema predial de GLP. Central de gás constituída de recipiente fixo, e com
um regulador de 2º estágio em cada pavimento.

Figura 6.3c – Sistema predial de GLP. Central de gás constituída de recipiente fixo, e com
único regulador de 2º estágio.
Por: Evaldo Miranda Coiado
[280] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Figura 6.3d – Sistema predial de GLP. Central de gás constituída de bateria de recipientes
removíveis, e com um regulador de 2º estágio para cada aparelho de utilização.
(Fonte: Macintyre, 3a. Edição)

6.4.5 – Dimensionamento

Em relação ao dimensionamento do Sistema Predial de Gás Combustível, utilizando


o GLP, a NBR 13932/97 estabelece:
• O dimensionamento da tubulação de gás e a especificação dos reguladores de
pressão devem manter a pressão, nos pontos de utilização, tão próxima quanto
possível da pressão nominal estabelecida pelas Normas Brasileiras para os
respectivos aparelhos de utilização de gás ou, na falta destes, da pressão nominal
informada pelo fabricante;
• A pressão nominal para fogões, fornos, fogareiros e aquecedores de água a gás,
todos de modelo doméstico, está normalizada em 2,80 kPa (0,0286 kfg/cm2; 0,286
mca);
• Nos pontos de utilização sugere-se a verificação de oscilações momentâneas de
pressão variando entre (+ 15% e – 25%) da pressão nominal. Aparelhos para os
quais fabricantes recomendam diferentes pressões nominais do gás não podem ser
abastecidos pelo mesmo regulador de último estágio;
• O dimensionamento da tubulação de gás deve ser realizado de modo a garantir a
vazão necessária para suprir a instalação levando-se em conta a perda de carga
máxima admitida para permitir um perfeito funcionamento dos aparelhos de
utilização de gás.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [281]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

6.4.5.1 – Etapas para o dimensionamento

1a) Utilizando o Quadro 6.2, determinar a potencia computada (C) a ser instalada no
trecho considerado, por meio da somatória das potências nominais dos aparelhos de
utilização de gás por ele supridos.
2a) Calcular a potência adotada (A), multiplicando-se o fator de simultaneidade (F)
pela potência computada (C), ou seja:

A=FxC (6.1)

Na qual:
A = potência adotada, em (kcal/h);
C = potência computada, em (kcal/h);
F = fator de simultaneidade, (adimensional), calculado utilizando as seguintes
equações:

Para: Então:
(6.2)
C < 350 F = 100
Para: Então:
350 < C < 9 612 100
F= (6.3)
1 + 0,001.(C − 349)
0,8712

Para: Então:
9 612 < C < 20 000 100
F= (6.4)
1 + 0,4705.(C − 1055)
0 ,19931

Para: Então:
(6.5)
C > 20 000 F = 23
Observação: Nas equações 6.2 a 6.5 entrar com os valores da potência computada,
(C), em kcal/min.

3a) Calcular a vazão de gás (Q), dividindo-se a potência adotada (A) pelo Poder
Calorífico Inferior do gás (PCI), utilizando a seguinte equação:

A
Q= (6.6)
PCI
Por: Evaldo Miranda Coiado
[282] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Na qual:
Q = vazão do gás, em (m3/h);
A = potência adotada, em (kcal/h);
PCI = poder calorífico inferior do GLP = 24 000 kcal/m3.

4a) Adotar um diâmetro interno inicial (Di) para determinação do comprimento


equivalente total (LT) da tubulação, considerando-se os trechos retos somados aos
comprimentos equivalentes de conexões e válvulas de acordo com informações dos
fabricantes. Segundo a NBR 13932/97, o diâmetro nominal mínimo admitido nas redes
primárias e secundárias é de 15 mm (1/2”).

5a) A partir das pressões iniciais máximas (consultar item 6.4.3), do diâmetro
adotado, e da vazão do gás, calcular a perda de carga total.

6a) Verificar as condições limites estabelecidas pela NBR 13932/97, que são:
• A) Perda de carga máxima de 15 kPa (0,153 kgf/cm2) nas redes primárias;
• B) Pressão mínima final, no ponto de utilização de 2,6 kPa (0,0265 kgf/cm2),
(consultar item 6.4.4).

7a) Considerar a perda de pressão devida ao peso da coluna de GLP nos trechos
verticais, calculada utilizando a seguinte equação:

∆P = 1,318.10 −2.Z .(d rg − 1) (6.7)

Na qual:
∆P = é a perda de pressão, em (kPa);
Z = é a altura do trecho vertical, em (m);
drg = densidade relativa do GLP, (adotar 1,8).

8a) Para o cálculo das perdas de pressão devidas à resistência ao escoamento nas
tubulações utilizar as seguintes equações:

• A) Para média pressão:

(4,67.10 5.d rg .LT .Q1,82 )


PA 2
abs − PB
2
abs = (6.8)
Di4,82

• B) Para baixa pressão:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [283]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

(2273.d rg .LT .Q1,82 )


PA − PB = (6.9)
Di4,82

Nas quais:
PAabs = pressão absoluta inicial na saída do regulador de primeiro estágio em média
pressão, em (kPa);
PBabs = pressão absoluta na entrada do regulador de segundo estágio no ponto mais
crítico do trecho, em (kPa);
PA = pressão inicial na saída do regulador de segundo estágio ou estágio único em
baixa pressão, em (kPa);
PB = pressão na entrada do aparelho de utilização, ponto mais crítico do trecho, em
(kPa);
drg = densidade relativa do GLP, (adotar 1,8);
LT = comprimento equivalente total, em (m);
Di = diâmetro interno da tubulação, em (mm);
Q = vazão, em m3/h.

6.4.5.2 – Perdas de carga localizadas

Os comprimentos equivalentes às perdas localizadas são dados na Tabela 6.1.em


função do diâmetro interno da tubulação.

Tabela 6.1 – Comprimentos equivalentes de conexões e registros em número de diâmetros


internos.
Conexão e registro Comprimento equivalente
Curva 450 16.Di
Curva 900 30.Di
Cotovelo 900 50.Di
Te 60.Di
Registro de esfera 4.Di
Di = diâmetro interno da tubulação

6.4.5.3 – Conversão de unidades

Utilizar a seguinte conversão de unidades:

a) 1 mca = 9,8 kPa.


b) 1 kgf/cm2 = 98,07 kPa.
c) 1 atm = 101,33 kPa.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[284] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

6.4.5.4 – Uso da planilha eletrônica - Microsoft Excel

1º) Para média pressão (de 5kPa até 392 kPa):

Planilha Eletrônica Modelo 6.1 - Dimensionamento da rede primária do sistema de gás combustível GLP.
Col.
A B C D E F G H I J K L M
Linha
Pcalc. Pcalc. FS Padot. Vazão φI Lreal Leq. Lvirt. (Pinicial)e
Trecho Nº.φI ψ
1
kcal/h kcal/min (%) kcal/h m3/h mm (m) (m) (m) kPa
2

Col.
N O P Q R S T
Linha
(Pinicial)a (Pfinal)e Z ∆Pz Pfinal (∆P)res. DN
1
kPa kPa kPa kPa kPa kPa pol.
2

Célula A2: Indicar o primeiro trecho da isométrica da rede primária do sistema de gás combustível a ser
dimensionado. Inicia pelo trecho imediatamente a jusante do regulador de primeiro estágio.
Célula B2: Somatória das potências nominais dos aparelhos de utilização de gás supridos pelo trecho A2. Os
valores das potências nominais dos aparelhos são apresentados no Quadro 6.2.
Célula C2: = B2/60
Célula D2: =SE(C2>20000;23;SE(E(C2>9612;C2<=20000);(100/(1+0,4705*(C2-
1055)^0,19931));SE(C2<=350;100;(SE(E(C2>350;C2<=9612);(100/(1+0,001*(C2-349)^0,8712)))))))
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [285]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Célula E2: =B2*D2/100


Célula F2: =E2/24000
Célula G2: = Diâmetro interno inicial adotado. Inicia pelo diâmetro interno correspondente à 1/2”, (consulte os
Quadros 6.5, 6.6 e 6.7).
Célula H2: = Quantidade, de diâmetros internos, correspondente aos comprimentos equivalentes às perdas
localizadas existentes no trecho em questão, (consulte o Quadro 6.1).
Célula I2: = Comprimento real do trecho em questão.
Célula J2: =H2*G2/1000
Célula K2: =I2+J2
Célula L2: =150,0
Célula M2: =(467000*1,8*K2*(F2^1,82))/(G2^4,82)
Célula N2: =(L2+101,33)
Célula O2: =(((N2^2)-M2)^0,5)-101,33
Célula P2: = Desnível geométrico vertical do trecho em questão, (assume valor negativo quando está subindo;
assume valor positivo quando está descendo; assume o valor zero quando o trecho for horizontal).
Célula Q2: =(1,318/100)*P2*(1,8-1)
Célula R2: =(O2+Q2)
Célula S2: =(L2-R2)
Célula T2: = Diâmetro nominal final quando a somatória das perdas de carga na rede primária for menor ou igual
a 15 kPa.
Observação: No caso da somatória das perdas de carga na rede primária ultrapassar 15 kPa, deve-se aumentar
convenientemente os diâmetros dos trechos até obter um valor da somatória inferior a 15 kPa.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[286] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

2º) Para baixa pressão (pressão inferior a 5 kPa):

Planilha Eletrônica Modelo 6.2 - Dimensionamento da rede secundária do sistema de gás combustível GLP.
Col.
A B C D E F G H I J K L
Linha
Pcalc. Pcalc. FS Padot. Vazão φI Lreal Leq. Lvirt. Pinicial
1 Trecho
Nº.φI
kcal/h kcal/min (%) kcal/h m3/h mm (m) (m) (m) kPa
2

Col.
M N O P Q
Linha
∆Pr Z ∆Pz Pfinal DN
1
kPa m kPa kPa pol.
2

Célula A2: Indicar o primeiro trecho da isométrica da rede secundária do sistema de gás combustível a ser
dimensionado. Inicia pelo trecho imediatamente a jusante do regulador de segundo estágio.
Célula B2: Somatória das potências nominais dos aparelhos de utilização de gás supridos pelo trecho A2. Os
valores das potências nominais dos aparelhos são apresentados no Quadro 6.2.
Célula C2: = B2/60
Célula D2: =SE(C2>20000;23;SE(E(C2>9612;C2<=20000);(100/(1+0,4705*(C2-
1055)^0,19931));SE(C2<=350;100;(SE(E(C2>350;C2<=9612);(100/(1+0,001*(C2-349)^0,8712)))))))
Célula E2: =B2*D2/100
Célula F2: =E2/24000
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [287]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Célula G2: = Diâmetro interno inicial adotado. Inicia pelo diâmetro interno correspondente à 1/2”, (consulte os
Quadros 6.5, 6.6, e 6.7).
Célula H2: = Quantidade, de diâmetros internos, correspondente aos comprimentos equivalentes às perdas
localizadas existentes no trecho em questão, (consulte o Quadro 6.1).
Célula I2: = Comprimento real do trecho em questão.
Célula J2: =H2*G2/1000
Célula K2: =I2+J2
Célula L2: =2,8
Célula M2: =(2273*1,8*K2*(F2^1,82))/(G2^4,82)
Célula N2: Desnível geométrico vertical do trecho em questão, (assume valor negativo quando está subindo;
assume valor positivo quando está descendo; assume o valor zero quando o trecho for horizontal).
Célula O2: =(1,318/100)*N2*(1,8-1)
Célula P2: =(L2-M2+O2)
Célula q2: = Diâmetro nominal final tal que as pressões nos pontos de utilização sejam superiores a 2,6 kPa.
Observação: No caso de se obter, em qualquer um dos trechos, pressão inferior a 2,6 kPa, deve-se aumentar
convenientemente os diâmetros dos trechos até obter valores de pressão, em todos os trechos, superiores a 2,6
kPa.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[288] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Exemplo prático 6.1

Dimensione as redes primária e secundária da instalação de gás liquefeito de petróleo (GLP)


do prédio de apartamentos com 5 pavimentos tipos e 4 apartamentos por pavimento,
conforme Figura 6.4. Em cada apartamento serão alimentados: um aquecedor de passagem
de 6 L/min e um fogão de 6 bocas com forno. A tubulação será de aço galvanizado sem
costura (DIN 2441).

Figura 6.4 – Rede primária e redes secundárias de um prédio de apartamentos.

Solução:
No dimensionamento da rede primária foi utilizada a Planilha Eletrônica Modelo 6.1.
Os cálculos estão apresentados na Planilha Eletrônica 6.3.
No dimensionamento da rede secundária foi utilizada a Planilha Eletrônica Modelo
6.2. Os cálculos estão apresentados na Planilha Eletrônica 6.4.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [289]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Planilha Eletrônica 6.3 - Dimensionamento da rede primária do sistema de gás combustível GLP, Figura 6.4.
Col.
A B C D E F G H I J K L
Linha
Pcalc. Pcalc. FS Padot. Vazão φI Nº.φI Lreal Leq. Lvirt. (Pinicial)e
1 Trecho
kcal/h kcal/min (%) kcal/h m3/h mm (m) (m) (m) kPa
2 AB 400000 6666,67 32,82 131291,5 5,47 14,8 104 19,35 1,54 20,89 150
3 BC 320000 5333,33 37,53 120085,2 5,00 14,8 60 3 0,89 3,89 148,19
4 CD 240000 4000,00 44,07 105758,3 4,41 14,8 60 3 0,89 3,89 147,88
5 DE 160000 2666,67 53,93 86283,9 3,60 14,8 60 3 0,89 3,89 147,63
6 EF 80000 1333,33 71,17 56933,1 2,37 14,8 60 3 0,89 3,89 147,44
Col.
M N O P Q R S T
Linha
ψ (Pinicial)a (Pfinal)e Z ∆Pz Pfinal (∆P)res. DN
1
kPa kPa kPa kPa kPa kPa pol.
2 885,2 251,33 148,23 -3,65 -0,0385 148,19 1,81 1/2"
3 140,1 249,52 147,91 -3,00 -0,0316 147,88 0,31 1/2"
4 111,2 249,21 147,66 -3,00 -0,0316 147,63 0,25 1/2"
5 76,7 248,96 147,47 -3,00 -0,0316 147,44 0,19 1/2"
6 36,0 248,77 147,37 -3,00 -0,0316 147,34 0,10 1/2"
Σ(∆P)res.= 2,66
Comprimentos equivalentes: Observação:
Trecho AB: Σ(∆P)res.= 2,66 kPa < 15 kPa, portanto os diâmetros dos trechos
2 cotovelos, 1 registro de esfera = 104.φI poderão ser de 1/2”.
Trechos BC, CD, DE, DF:
1 Tê = 60.φI
Por: Evaldo Miranda Coiado
[290] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Planilha Eletrônica 6.4 - Dimensionamento da rede secundária do sistema de gás combustível GLP, Figura 6.4.
Col.
A B C D E F G H I J K L
Linha
Pcalc. Pcalc. FS Padot. Vazão φI Lreal Leq. Lvirt. Pinicial
1 Trecho Nº.φI
kcal/h kcal/min (%) kcal/h m3/h mm (m) (m) (m) kPa
2 f1f2 20000 333,3 100,0 20000 0,83 16,00 50 6,5 0,80 7,30 2,800
3 f2f2´ 9000 150,0 100,0 9000 0,38 16,00 110 1,0 1,76 2,76 2,766
4 f2f3´ 11000 183,3 100,0 11000 0,46 16,00 100 3,7 1,60 5,30 2,753

Col. Comprimentos equivalentes:


M N O P Q
Linha Trecho f1f2:
∆Pr Z ∆Pz Pfinal DN 1 cotovelo 90º = 50 φI
1 Trecho f2f2’:
kPa m kPa kPa pol. 1 Tê = 60. φI ; 1 cotovelo 90º = 50 φI; Total: 110. φI.
2 0,03367 0,0 0,000 2,766 1/2" Trecho f2f3’:
3 2 cotovelos 90º = 100 φI
0,00298 -1,0 -0,0105 2,753 1/2"
Observação: as pressões nos pontos de utilização
4
0,00823 -0,7 -0,0074 2,737 1/2" são superiores a 2,6 kPa, Fim.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [291]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

6.4.6 – Instruções para a instalação de cilindros

• Os cilindros e os reguladores iniciais de pressão do gás deverão ser localizados na


parte externa das edificações; jamais em varandas, alpendres, pequenos galpões,
etc;
• A localização dos cilindros e respectivos reguladores de pressão deve ser acessível
a qualquer momento;
• O local escolhido para a instalação deve ser de modo a permitir que 2 homens
possam carregar os cilindros do caminhão à instalação, por caminho de acesso fácil;
• Os cilindros serão assentados sobre uma base cimentada e nivelada. A base para o
assentamento dos recipientes terá nível igual ou superior ao do piso circundante;
• Os cilindros devem ser sempre colocados a uma distância nunca inferior a 1,5 m, de
qualquer abertura da edificação, inclusive portas e janelas, mesmo que permaneçam
sempre fechadas. Igual distância mínima de 1,5 m deve ser conservada, em relação
a quaisquer aberturas existentes no solo, tais como: fossas, tanques, ralos,
canaletas e valas capazes de conduzir o gás para um ponto mais baixo, onde possa
se acumular. A Figura 6.5 ilustra as distâncias mínimas de segurança, tomadas a
partir do abrigo;
• As Figuras 6.6a, 6.6b, e 6.6c, apresentam as dimensões do abrigo dos cilindros e
detalhes de instalação.

6.4.7 – Válvulas

A NBR 13932/97, em relação às válvulas estabelece:


• As válvulas situadas nas redes primárias e/ou estágio único devem ser
dimensionadas para pressão de no mínimo 1.000 kPa (10 kgf/cm2) e ser fabricadas
com materiais compatíveis ao uso com GLP;
• As válvulas situadas nas redes secundárias devem ser dimensionadas para no
mínimo 150 kPa (1,5 kgf/cm2);
• As válvulas devem ter identificado em seus corpos a classe de pressão, a marca do
fabricante e o sentido de fluxo, se necessário.

6.4.8 – Ligação dos aparelhos de utilização à rede

A ligação dos aparelhos de utilização à rede secundária deve ser feita por meio de
conexões rígidas, interpondo-se um registro para cada aparelho e a rede. Quando o
aparelho de utilização for deslocável, ou a ligação for submetida a vibrações, é permitido o
uso de mangueiras flexíveis para a ligação, desde que:
a) A mangueira permaneça com suas extremidades rigidamente fixadas;
b) A mangueira tem no máximo o comprimento de 0,80;
c) Haja um registro de fácil acesso na parte rígida da tubulação, no ponto em que a
mangueira é conectada;

Por: Evaldo Miranda Coiado


[292] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

d) As mangueiras de PVC ou mangueiras de material sintético sejam compatíveis


com o uso de GLP. Para baixa pressão as mangueiras de PVC devem ser
conforme a NBR 8613, evitando-se sua utilização a temperaturas superior a 50
o
C. As mangueiras de outros materiais sintéticos devem resistir à temperatura de
no mínimo 120 oC.
e) A mangueira não atravesse paredes, pisos ou outras divisões de
compartimentos, permanecendo suas extremidades no mesmo local ou
compartimento em que for empregada.

Figura 6.5 – Distâncias recomendadas para segurança das instalações de GLP


(Fonte:Creder, 2003)

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [293]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Figura 6.6a – Instalações de cilindros em cabines ou armários.


(Fonte: HIGHLIGTH COMPUTAÇÃO GRÁFICA, 2006)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[294] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Figura 6.6b – Detalhes de instalação dos cilindros.


(Fonte: HIGHLIGTH COMPUTAÇÃO GRÁFICA, 2006)
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [295]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Figura 6.6c – Detalhes de instalação dos medidores e dos reguladores de 2º estágio.


(Fonte: HIGHLIGTH COMPUTAÇÃO GRÁFICA, 2006)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[296] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

6.4.9 .- Ensaios de estanqueidade

Em relação aos ensaios de estanqueidade a NBR 13932/97 estabelece:


• Devem ser realizados dois ensaios, o primeiro na montagem com a rede aparente e
em toda a sua extensão, o segundo na liberação para abastecimento com GLP;
• Os ensaios da tubulação da rede de distribuição devem ser feitos com ar
comprimido ou gás inerte, sob pressões de no mínimo 4 vezes ás seguintes
pressões de trabalho:
a) Para as redes primárias: 150 kPa;
b) Para as redes secundárias: 5 kPa.
• As redes devem ficar submetidas à pressão de ensaio por um tempo não inferior a
60 minutos, sem apresentar vazamento. Deve ser usado manômetro com fundo de
escala de até 1,5 vez a pressão do ensaio, com sensibilidade de 20 kPa e diâmetro
de 100 mm;
• Deve ser verificada a inexistência de vazamentos de gás, sendo proibido o emprego
de chamas para essa finalidade;
• Iniciada a admissão de gás na tubulação, deve-se drenar e expurgar todo o ar ou
gás inerte contido na mesma, abrindo-se os registros dos aparelhos de utilização.
Durante essa operação os ambientes devem ser mantidos amplamente arejados,
não permitindo nos mesmos a permanência de pessoas não habilitadas e qualquer
fonte de ignição (exceto para detecção da chegada de gás inflamável).

6.4.10 – Dimensionamento da central

O número de cilindros pode ser determinado pela seguinte equação:

Q
NC = (6.10)
QMAX

Na qual:
Q = Vazão de gás, em (Kg/h);
QMAX = Vazão máxima proporcionada por tipo de recipiente de GLP, em (Kg/h),
obtida na Tabela 6.2.

Tabela 6.2 – Vazão máxima de gás


(Fonte: Ilha, M. S, 2003)
Tipo de recipiente Vazão máxima (Kg/h)
Botijão (13 Kg) 0,6
Cilindro (45 kg) 1,0
Carrapeta (90 Kg) 2,0

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [297]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

O número total de cilindros (consumo + reserva será igual a:

 Q 
NTC = 2.  (6.11)
 QMAX 

Quadro 6.2 – Potência nominal dos aparelhos de utilização.


(Fonte: ABNT – NBR 13932/97)
Capacidade Capacidade
Aparelhos Tipo nominal nominal
(kW) (kcal/h)
Fogão 4 bocas Com forno 8,1 7 000
Fogão 4 bocas Sem forno 5,8 5 000
Fogão 6 bocas Com forno 12,8 11 000
Fogão 6 bocas Sem forno 9,3 8 000
Forno de parede - 3,5 3 000
Aquecedor acumulação 50 L – 75 L 8,7 7 500
Aquecedor acumulação 100 L – 150 L 10,5 9 000
Aquecedor acumulação 200 L – 300 L 17,4 15 000
Aquecedor passagem 6 L/min 10,5 9 000
Aquecedor passagem 8 L/min 14,0 12 000
Aquecedor passagem 10 L/min 17,1 14 700
Aquecedor passagem 25 L/min 26,5 22 800
Aquecedor passagem 30 L/min 44,2 38 000
Secadora de roupa - 7,0 6 000

Exemplo prático 6. 2

Determine o número, de cilindros de 45 kg, necessário para atender o abastecimento dos


aparelhos indicados no Exemplo prático 6.1.

Solução:
1º) Consultando a Planilha Eletrônica 6.3, tem-se que a vazão necessária para atender todos
os aparelhos, levando em consideração o fator de simultaneidade, é de 5,47 m3/h. Para uma

Por: Evaldo Miranda Coiado


[298] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

temperatura de 15,5 0C e submetido à pressão atmosférica o peso específico do ar vale 1,22


kgf/m3. Portanto, o peso específico do GLP vale:

γ GLP γ
dr = = 1,8 = GLP ∴ γ GLP = 1,8 x1,22 ≅ 2,2 kgf/m3.
γ ar 1,22

Assim, a vazão de 5,47 m3/h será igual a (5,47 x 2,2) ≅ 12 kg/h.


2º) O número de cilindros de cilindros de 45 kgf será igual a:

12
NC = = 12 cilindros
1,0

3º) O número total de cilindros de cilindros de 45 kgf (consumo + reserva) será igual a:

NTC = 2 x 12 = 24 cilindros

6.5 – Sistema Predial de Gás Combustível – GN

6.5.1 – Generalidades

O gás natural, ou gás de rua, ou gás encanado, é uma mistura de hidrocarbonetos


leves, no estado gasoso, encontrado nas camadas superiores de poços petrolíferos (gás
associado ao petróleo) ou em poços de gás (gás não associado ao petróleo). (Ilha, M. S.,
2003).
O transporte do gás natural (GN), desde o local de sua produção até os pontos de
consumo, é feito por meio de gasoduto, daí as denominações gás de rua, ou gás encanado.
Os Poderes Caloríficos Inferior e Superior do GN podem alcançar os valores de
11.800 kcal/kgf (8 700 kcal/m3), e 13.100 kcal/kgf (9700 kcal/m3), respectivamente.
No dimensionamento do sistema predial de gás combustível (GN), utiliza-se o valor
do Poder Calorífico Inferior igual a 9.230 kcal/m3, (=12.300 kcal/kgf).

6.5.2 –Componentes do Sistema Predial de Gás Combustível (GN)

Na Figura 6.7 são apresentados os componentes do Sistema Predial de Gás


Combustível com gás natural (GN).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [299]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Figura 6.7 – Sistema predial de gás combustível com gás natural tradicional.
(medição individual no térreo)

6.5.3 – Instalação do ramal interno

No que diz respeito à instalação do ramal interno do SPGC-GN, a NBR 13933/97


estabelece o seguinte:
• As tubulações, quando enterradas, devem estar a uma profundidade mínima que
evite a transmissão dos esforços decorrentes das cargas às tubulações;
• Quando os tubos forem assentados diretamente no solo, o fundo da vala deve ser
plano e o re-aterro deve ser feito de modo a não prejudicar o revestimento da
tubulação;
• As canaletas utilizadas para confinar tubulações de gás devem ser utilizadas
exclusivamente para este fim, bem como:
a) Apresentar dimensões compatíveis com a Figura 6.8 e Quadro 6.3;
b) Ter ventilação apropriada para evitar o possível acúmulo de gás no seu interior;
c) Ter caimento longitudinal e transversal mínimo de 0,5% e dreno para o
escoamento;
d) Ter a espessura das paredes e do tampo, de modo a suportar o tráfego local.
Por: Evaldo Miranda Coiado
[300] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Quadro 6.3 – Dimensões da canaleta de assentamento das tubulações.


Φ Tub. Canaleta de concreto
(pol.) Dimensões mínimas em (mm)
A B C D E F
2 60,5 90 190 20 25 140
3 89,0 120 220 20 25 200
4 115,0 145 245 25 30 250
6 168,5 200 300 30 35 360
8 220,0 250 350 40 50 480
10 273,0 310 420 50 70 590

Figura 6.8 – Assentamento de tubos do ramal interno


(Fonte: ABNT-NBR 13933/97)

• Os suportes para tubulações devem estar localizados:


Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [301]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

a) De preferência nos trechos retos da tubulação, fora das curvas, reduções e


derivações;
b) Próximos às cargas concentradas, como por exemplo: válvulas, medidores, etc.;
c) De modo a evitar contacto direto com a tubulação, para minimizar uma possível
corrosão localizada.
• A extremidade do ramal interno deve ultrapassar o alinhamento do imóvel e estar em
local livre de obstáculos que dificultem a inspeção e ligação (colunas, postes,
árvores, caixas de inspeção, etc.);
• O ramal interno deve sair perpendicularmente ao alinhamento e sua extremidade
deve ser provida de uma união de igual diâmetro. A união deve ser colocada de
modo que a parte sextavada a ser apertada esteja no ramal interno;
• O ramal interno deve ter caimento de no mínimo 1% para a rede geral. Além disso, a
extremidade externa da tubulação deve ficar assentada a 0,35 m abaixo do nível do
passeio e localizar-se a 0,35 m além do alinhamento do imóvel.

6.5.4 – Local de medição do gás

A NBR 13933/97 estabelece:

• O local de medição do gás de uma economia deve estar em condições de fácil


acesso, pertencente à própria economia, situado no alinhamento ou com tolerância
máxima de 2 m do alinhamento;
• O local de medição do gás de um conjunto de economias deve estar em área de
servidão comum, podendo agrupar os medidores no térreo ou nos andares (corredor
de distribuição), (ver Figura 6.2);
• Em locais de medição do gás, sujeitos a possibilidade de colisão, deverá ser
garantido um espaço livre e mínimo de 1,0 m, através de proteção (mureta, grades),
sem que haja impedimento a seu acesso. Essa proteção não pode ter altura superior
a 1,0 m;
• O local de medição de gás, onde for instalado o regulador de pressão com alívio,
deve estar provido de duto destinado, exclusivamente, à dispersão dos gases
provenientes desse para o exterior da edificação em local seguro, segundo
especificações do regulador, (ver Figura 6.2);
• O local de medição do gás para medidor individual com vazão até 20 m3/h pode ficar
acima do abrigo de água, desde que o ponto de instalação de gás esteja no máximo
1,50 m acima do piso.

6.5.5 – Dimensionamento

Em relação ao dimensionamento do Sistema Predial de Gás Combustível, utilizando


o GN, a NBR 13933/97 estabelece:

Por: Evaldo Miranda Coiado


[302] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

• O dimensionamento da tubulação de gás e a especificação dos reguladores de


pressão devem manter a pressão, nos pontos de utilização, tão próxima quanto
possível da pressão nominal estabelecida pelas Normas Brasileiras para os
respectivos aparelhos de utilização de gás ou, na falta destes, da pressão nominal
informada pelo fabricante;
• A pressão nominal para fogões, fornos, fogareiros e aquecedores de água a gás,
todos de modelo doméstico, está normalizada em 2 kPa (0,02 kfg/cm2, ou 0,2 mca);
• Nos pontos de utilização sugere-se a verificação de oscilações momentâneas de
pressão variando entre ( + 15% e -25%) da pressão nominal. Aparelhos para os
quais os fabricantes recomendam diferentes pressões nominais do gás não podem
ser abastecidos pelo mesmo regulador de último estágio;
• A perda de carga máxima admitida para toda a rede interna é de 0,19 kPa (0,0019
kfg/cm2, ou 19 mmca);
• A cada regulador de pressão inserido na rede interna, o trecho da tubulação a
jusante pode perder 10% da pressão, em perda de carga, da saída do regulador, e
seu dimensionamento deve ser feito como uma nova instalação.

6.5.5.1 – Etapas para o dimensionamento

1a) Utilizando o Quadro 6.4, ou valores fornecido pelos fabricantes, determinar a


potencia computada (C) a ser instalada no trecho considerado, por meio da somatória das
potências nominais dos aparelhos de utilização de gás por ele supridos.
2a) Calcular a potência adotada (A), multiplicando-se o fator de simultaneidade (F)
pela potência computada (C), ou seja:

A=FxC (6.12)

Na qual:

A = potência adotada, em (kcal/h);


C = potência computada, em (kcal/h);
F = fator de simultaneidade, (adimensional), calculado utilizando as seguintes
equações:

Para: Então:
(6.13)
C < 350 F = 100
Para: Então:
350 < C < 9 612 100 (6.14)
F=
1 + 0,001.(C − 349)
0 ,8712

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [303]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Para: Então:
9 612 < C < 20 000 100 (6.15)
F=
1 + 0,4705.(C − 1055)
0 ,19931

Para: Então:
(6.16)
C > 20 000 F = 23

Observação: Nas equações 6.13 a 6.16 entrar com os valores da potência computada, (C),
em kcal/min.

3a) Calcular a vazão de gás (Q), dividindo-se a potência adotada (A) pelo Poder
Calorífico Inferior do gás (PCI), utilizando a seguinte equação:

A
Q= (6.17)
PCI

Na qual:
Q = vazão do gás, em (m3/h);
A = potência adotada, em (kcal/h);
PCI = poder calorífico inferior do GN = 9 230 kcal/m3.

4a) Adotar um diâmetro interno inicial (Di) para determinação do comprimento


equivalente total (LT) da tubulação, considerando-se os trechos retos somados aos
comprimentos equivalentes de conexões e válvulas de acordo com informações dos
fabricantes. O diâmetro nominal mínimo admitido é de 15 mm (1/2”).

5a) A partir da pressão inicial máxima igual a 1,96 kPa, do diâmetro adotado, e da
vazão do gás, calcular a perda de carga total utilizando uma das seguintes equações:

(2273.d rg .LT .Q 1,82 )


∆h = (6.18)
Di4,82

(4,67.105.d rg .L.Q1,82 )
PA 2
abs − PB 2
abs = (6.19)
Di4,82

Nas quais:
Q = vazão do gás, em (m3/h);
Di = diâmetro interno do tubo, em (mm);
∆h = perda de carga máxima admitida, em (kPa);
Por: Evaldo Miranda Coiado
[304] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

L = comprimento do trecho da tubulação, em (m);


drg = densidade relativa do gás natural em relação ao ar (adimensional), considerar
drg=0,61.
PAabs = pressão absoluta inicial, em (kPa);
PBabs = pressão absoluta final, em (kPa).

7a) Nos trechos verticais ascendentes, deve-se considerar um ganho de pressão de


0,005 kPa para cada 1,00 m do referido trecho; nos trechos verticais descendentes deve-se
considerar uma perda de pressão de 0,005 kPa para cada 1,00 m do referido trecho.

6a) Verificar a condição limites estabelecida pela NBR 13933/97: A perda de carga
máxima admitida para toda a rede interna é de 0,19 kPa (0,0019 kfg/cm2, ou 19 mmca.

6.5.5.2 – Conversão de unidades

Utilizar a seguinte conversão de unidades:

d) 1 mca = 9,8 kPa.


e) 1 kgf/cm2 = 98,07 kPa.
f) 1 atm = 101,33 kPa.

6.5.5.3 – Uso da planilha eletrônica - Microsoft Excel

Conforme Figura 6.7, a rede interna de gás natural inicia no regulador de 2º estágio,
portanto, deve ser dimensionada em baixa pressão. O trecho entre o regulador de 1º estágio
e o de 2º estágio deve ser dimensionado em média pressão.
A Planilha Eletrônica Modelo 6.5, foi desenvolvida para o dimensionamento da rede
interna de gás natural.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [305]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Planilha Eletrônica Modelo 6.5 - Dimensionamento da rede interna do sistema de gás combustível GN.
Col.
A B C D E F G H I J K L
Linha
Pcalc. Pcalc. FS Padot. Vazão φI Lreal Leq. Lvirt. Pinicial
Trecho Nº.φI
1
kcal/h kcal/min (%) kcal/h m3/h mm (m) (m) (m) kPa
2

Col.
M N O P Q R
Linha
∆Pr Z ∆Pz Pfinal ∆Pt DN
1
kPa m kPa kPa kPa pol.
2

Célula A2: Indicar o primeiro trecho da isométrica da rede interna do sistema de gás combustível a ser
dimensionado. Inicia pelo trecho imediatamente a jusante do regulador de segundo estágio.
Célula B2: Somatória das potências nominais dos aparelhos de utilização de gás supridos pelo trecho A2. Os
valores das potências nominais dos aparelhos são apresentados no Quadro 6.4.
Célula C2: = B2/60
Célula D2: =SE(C2>20000;23;SE(E(C2>9612;C2<=20000);(100/(1+0,4705*(C2-
1055)^0,19931));SE(C2<=350;100;(SE(E(C2>350;C2<=9612);(100/(1+0,001*(C2-349)^0,8712)))))))
Célula E2: =B2*D2/100
Célula F2: =E2/9230
Célula G2: = Diâmetro interno inicial adotado. Inicia pelo diâmetro interno correspondente à 1/2”, (consulte os
Quadros 6.5, 6.6 e 6.7).
Por: Evaldo Miranda Coiado
[306] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Célula H2: = Quantidade, de diâmetros internos, correspondente aos comprimentos equivalentes às perdas
localizadas existentes no trecho em questão, (consulte o Quadro 6.1).
Célula I2: = Comprimento real do trecho em questão.
Célula J2: =H2*G2/1000
Célula K2: =I2+J2
Célula L2: =1,96
Célula M2: =(2273*0,61*K2*(F2^1,82))/(G2^4,82)
Célula N2: Desnível geométrico vertical do trecho em questão, (assume valor negativo quando está subindo;
assume valor positivo quando está descendo; assume o valor zero quando o trecho for horizontal).
Célula O2: =N2*0,005
Célula P2: =(L2-M2-O2)
Célula Q2: =L2-P2
Célula R2: = Diâmetro nominal final tal que a perda de carga máxima admitida para toda a rede interna é de 0,19
kPa.
Observação: No caso de se obter um valor de perda de carga para toda a rede interna superior a 0,19 kPa, deve-
se aumentar o diâmetro, convenientemente em alguns trechos, de modo a obter um valor inferior a 0,19 kPa.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [307]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Exemplo prático 6.3

Dimensione a rede interna da instalação de gás natural (GN) do prédio de apartamentos com
5 pavimentos tipos e 4 apartamentos por pavimento, conforme Figura 6.9. Em cada
apartamento, serão alimentados: um aquecedor de passagem de 6 L/min e um fogão de 6
bocas com forno. A tubulação será de cobre Classe A.

Figura 6.9 – Rede interna de gás natural de um prédio de apartamentos.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[308] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Planilha Eletrônica 6.6 - Dimensionamento da rede interna do sistema de gás combustível GN.
Col.
A B C D E F G H I J K L
Linha
Trecho Pcalc. Pcalc. FS Padot. Vazão φI Nº.φI Lreal Leq. Lvirt. Pinicial
1
kcal/h kcal/min (%) kcal/h m3/h mm (m) (m) (m) kPa
2 AB 400000 6666,7 32,8 131291 14,22 39,80 104,00 19,35 4,14 23,49 1,960
3 BC 320000 5333,3 37,5 120085 13,01 32,80 60,00 3,00 1,968 4,968 1,899
4 CD 240000 4000,0 44,1 105758 11,46 32,80 60,00 3,00 1,968 4,968 1,878
5 DE 160000 2666,7 53,9 86284 9,35 32,80 60,00 3,00 1,968 4,968 1,864
6 EF 80000 1333,3 71,2 56933 6,17 32,80 60,00 3,00 1,968 4,968 1,859
7 f1f2 20000 333,3 100,0 20000 2,17 20,20 50,00 6,5 1,01 7,51 1,865
8 f2f2´ 9000 150,0 100,0 9000 0,98 13,50 60,00 1,00 0,81 1,81 1,843
9 f2f3´ 11000 183,3 100,0 11000 1,19 13,50 100,00 3,70 1,35 5,05 1,839
Col. Comprimentos equivalentes:
M N O P Q R
Linha Trecho AB:
0
∆Pr Z ∆Pz Pfinal ∆Pt DN 2 cotovelos 90 ; 1 registro de esfera = 104. φI
1
kPa m KPa kPa kPa pol. Trechos BC, CD, DE, EF:
2 0,0794 -3,65 -0,0183 1,899 0,061 1.1/2" 1 Tê = 60.φI
3 0,0363 -3,00 -0,0150 1,878 0,021 1.1/4" Trecho f1f2:
4 0,0288 -3,00 -0,0150 1,864 0,014 1.1/4" 1 cotovelo 90º = 50 φI
5 0,0199 -3,00 -0,0150 1,859 0,005 1.1/4" Trecho f2f2’:
6 0,0093 -3,00 -0,0150 1,865 -0,006 1.1/4" 1 Tê = 60. φI ; 1 cotovelo 90º = 50 φI; Total: 110. φI.
7 0,0217 0,00 0,0000 1,843 0,022 3/4" Trecho f2f3’:
2 cotovelos 90º = 100 φI
8 0,0085 -1,00 -0,0050 1,839 0,004 1/2"
Coluna Q:
9 0,0343 -0,70 -0,0035 1,808 0,031 1/2" Σ∆Pt =0,152 kPa < 0,15 kPa, Fim.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [309]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

6.5.6 – Ensaio de estanqueidade

Em relação aos ensaios de estanqueidade a NBR 13933/97 estabelece:


• Devem ser realizados dois ensaios, o primeiro na montagem com a rede aparente e
em toda a sua extensão, o segundo na liberação para abastecimento com GN;
• O ensaio de estanqueidade deve ser feito com ar ou gás inerte, sendo proibido
emprego de água ou qualquer outro líquido;
• Quando a instalação apresentar reguladores de pressão ou válvulas de alívio ou de
bloqueio, estes devem ser instalados após o ensaio de estanqueidade;
• A pressão mínima de ensaio exigida é de 1,5 vez a pressão de trabalho ou 20 kPa
(0,2 kgf/cm2). Considere a maior delas;
• O tempo mínimo de manutenção da tubulação na pressão de ensaio deve ser de 60
minutos, após estabilizada a pressão de ensaio;
• Se existirem vazamentos, após repará-los, proceder a um novo ensaio de
estanqueidade.

Quadro 6.4 – Potência nominal dos aparelhos de utilização.


(Fonte: ABNT – NBR 13933/97)
Potência Potência Vazão
Aparelhos Tipo
kW (kcal/h) (Nm3/h)
Fogão 4 bocas Com forno 8,1 7 000 0,78
Fogão 4 bocas Sem forno 5,8 5 000 0,55
Fogão 6 bocas Com forno 12,8 11 000 1,22
Fogão 6 bocas Sem forno 9,3 8 000 0,89
Forno de parede - 3,5 3 000 0,33
Aquecedor acumulação 50 L – 75 L 8,7 7 500 0,83
Aquecedor acumulação 100 L – 150 L 10,5 9 000 1,00
Aquecedor acumulação 200 L – 300 L 17,4 15 000 1,67
Aquecedor passagem 6 L/min 10,5 9 000 1,00
Aquecedor passagem 8 L/min 14,0 12 000 1,33
Aquecedor passagem 10 L/min 17,1 14 700 1,63
Aquecedor passagem 15 L/min 25,7 22 000 2,44
Aquecedor passagem 25 L/min 44,3 38 000 4,22
Aquecedor passatem 30 L/min 52,5 45 000 5,00
Secadora de roupa - 7,0 6 000 0,67

6.6 – Materiais empregados nos Sistemas Prediais de Gás Combustível

6.6.1 – Introdução

Segundo, Ilha (2003), os materiais mais empregados nas instalações de gás são o
aço (preto, ou galvanizado), cobre e ligas de cobre, todos sem costura.
Por: Evaldo Miranda Coiado
[310] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Nas instalações prediais, as tubulações de aço galvanizado são os mais


empregados, enquanto que em adutoras de grande porte é mais econômica a utilização do
aço preto, apesar do custo adicional da proteção contra corrosão.
Tubos de cobre podem ser mais econômicos para pequenos diâmetros.

6.6.2 – Tubos de aço

Por questões econômicas, em instalações hidráulicas prediais, utilizam-se os tubos


de menor espessura (DIN 2440 e SCH 40). Os tubos mais espessos (DIN 2441 E SCH 80)
são empregados em locais externos, ou onde haja qualquer tipo de agressividade (corrosão,
vibração, compactação do terreno, etc.).
Os tubos galvanizados ou pretos, especificados segundo a DIN 2440, são ensaiados
à pressão de 32 kgf/cm2.
Os tubos galvanizados ou pretos, especificados segundo a ASTM-A-120, são
ensaiados às pressões de 49 kgf/cm2 (tubos de 15 mm – 1/2” até 25 mm – 1”), 70 kgf/cm2
(tubos de 30 mm – 1.1/4” até 75 mm – 3”), 84 kgf/cm2 (tubos de 80 mm - 3.1/2” até 250 mm
– 10”).

Quadro 6.5 – Diâmetros dos tubos de aço sem costura, galvanizados e pretos.
(Fonte: Ilha, M. S.)
DIN 2440 DIN 2441
Referência
Externo Interno Externo Interno
(Pol.)
(mm) (mm) (mm) (mm)
1/2 21,3 16,0 21,3 14,8
3/4 26,9 21,6 26,9 20,4
1 33,7 27,2 33,7 25,6
1.1/4 42,4 35,9 42,4 34,3
1.1/2 48,3 41,8 48,3 40,2
2 60,3 53,0 60,3 51,3
2.1/2 76,1 68,8 76,1 67,1
3 88,9 80,8 88,9 79,2
4 114,3 105,3 114,3 103,5

6.6.3 – Tubos de cobre

Os tubos de cobre são os mesmos tubos empregados para instalações de água


quente. No Brasil estão normalizados segundo duas classes: classe A, de menor espessura
e classe I, de maior espessura, para maiores pressões internas.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [311]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Quadro 6.6 – Diâmetros dos tubos de aço sem costura, galvanizados e pretos.
(Fonte: Ilha, 2003)
SCH 40 SCH 80
Referência
Externo Interno Externo Interno
(Pol.)
(mm) (mm) (mm) (mm)
1/2 21,8 15,8 21,8 13,8
3/4 26,7 21,0 26,7 18,9
1 33,4 26,6 33,4 24,3
1.1/4 42,2 35,1 42,2 32,5
1.1/2 48,3 40,1 48,3 38,1
2 60,3 52,5 60,3 49,2
2.1/2 73,0 62,7 73,0 59,0
3 88,9 77,9 88,9 73,7
4 114,3 102,2 114,3 97,2

Quadro 6.7 – Diâmetros dos tubos de cobre.


(Fonte: Ilha, 2003)
Referência Classe A Classe I
(Pol.) Externo Interno Externo Interno
(mm) (mm) (mm) (mm)
1/2 15,0 13,5 15,0 13,0
3/4 22,0 20,2 22,0 19,6
1 28,0 26,2 28,0 25,6
1.1/4 35,0 32,8 35,0 32,2
1.1/2 42,0 39,8 42,0 38,8
2 54,0 51,6 54,0 50,4
2.1/2 - - 66,5 62,5
3 - - 79,2 75,2
4 - - 104,5 99,5

Por: Evaldo Miranda Coiado


[312] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

6.6.4 – Suportes das tubulações

As tubulações de gás devem ser suportadas pelos procedimentos convencionais a


intervalos adequados para que não possam ser acidentalmente removidos. O espaçamento
adequado dos suportes, não pode ser superior ao indicado no Quadro 6.8, Iha (2003).

Quadro 6.8 – Espaçamento de suportes para tubo rígido


(Fonte: Ilha, 2003)
Diâmetro de referência Distância
(Pol.) (m)
1/2” 1,8
3/4” 2,4
1” 2,4
≥ 1. ¼” (horz.) 3,0
≥ 1. ¼” (vert.) a cada andar

6.7 – Aparelhos de utilização e sua adequação aos ambientes

6.7.1 – Instalação de fogões

Segundo Macintyre, 3a. Edição, fogões com capacidade superior a 250 kcal/min
deverão possuir coifa ou exaustor para condução dos produtos de combustão para o ar livre
ou para o prisma de ventilação. A seção real do prisma de ventilação deve:
• Ser uniforme em todo a sua altura;
• Conter a seção retangular mínima de 0,1 m2 por pavimento, cujo lado maior deve ser
igual no máximo 1,5 vez o lado menor.

6.7.2 – Instalação de aquecedores

Segundo Macintyre, 3a. Edição:


• Todo aquecedor de água deverá utilizar chaminé destinada a conduzir os produtos
de combustão para o ar livre ou para o prisma de ventilação, Figura 6.10;
• Aquecedores de água não podem ser instalados no interior de boxes ou acima de
banheiras com chuveiro;
• Só são permitidos aquecedores que tenham válvulas termostáticas de segurança do
queimador principal;
• Todo ambiente que contiver aparelhos domésticos a gás deverá ter uma área total
mínima permanente de ventilação de 800 cm2, constituída por duas aberturas: uma
superior, comunicando-se diretamente com o ar livre ou prisma de ventilação, acima
de 1,5 m de altura; e outra inferior, abaixo de 0,80 m de altura, de forma a permitir a
circulação do ar ambiente, devendo a abertura inferior variar de 200 a 400 cm2,
Figura 6.11;
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [313]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

• Nos banheiros será permitida a abertura superior em comunicação indireta com o


exterior, através de rebaixos, desde que haja secção livre mínima de 1 600 cm2 até
o comprimento máximo de 4 m, Figura 6.10;
• Dependências com menos de 6 m3 não podem ter aparelhos de utilização em seu
interior;
• Os ambientes onde forem instalados aparelhos a gás devem ter uma área de
ventilação permanente calculada pelo seguinte equação:

Av = 2,5.Ca (6.20)

Na qual:
Av = área de ventilação em (cm2);
Ca = consumo de todos os aparelhos em (kcal/min).

• Os banheiros com ventilação mecânica devem ter na parte inferior da porta uma
área de ventilação permanente igual a 600 cm2;
• Os aquecedores não devem ser instalados imediatamente abaixo e sob a mesma
vertical que passa pelos basculantes, janelas ou quaisquer aberturas de ventilação
do ambiente;
• No caso de ventilação mecânica, devem ficar pelo menos a 1 m ao lado de
insuflamento de ar, Figura 6.12.

6.8 – Chaminés

A exaustão de todo aquecedor de água a gás deve possuir um defletor que liga a
chaminé primária com a secundária, Figura 6.13.
Defletor. “Parte da chaminé provida de dispositivo destinado a evitar que a
combustão no aparelho de utilização sofra efeitos de condições adversas, tais como ventos
que sopram para o interior da chaminé e existência de elevada pressão estática em volta do
terminal, obstrução parcial da chaminé ou outros fatores que possam prejudicar a combustão
do gás”, Macintyre, 3a. Edição.
A chaminé é dimensionada em função da capacidade nominal do aparelho. O
fabricante apresenta em seus catálogos a potência útil do aquecedor.

Pu
Pn = (6.21)
η aq.

Na qual:
Pn = potência nominal;
Pu = potência útil, (fornecido pelo fabricante);
ηaq.= rendimento do aquecedor, (≈ 75%).

Por: Evaldo Miranda Coiado


[314] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

O Quadro 6.9 apresenta os valores da secção transversal mínima para as chaminés


secundárias.
O Quadro 6.10 apresenta o diâmetro de chaminés secundárias segundo a EB-
580/1981 da ABNT.

Figura 6.10 – Chaminé para banheiro sem janela


(Fonte: Macintyre 3a. Edição)

6.8.1 – Chaminés individual

A chaminé individual deve ter o menor percurso possível evitando-se extensões


horizontais e curvas de 900, respeitando-se a altura equivalente calculada utilizando a
seguinte equação:

2.H
He = (6.22)
(2 + k1 + k 2 + ... + k n )
Na qual:
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [315]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

He = altura equivalente (He ≥ 0,60 m);


H = altura total da chaminé;
k1 a kn = fatores de resistência dos componentes apresentados no Quadro 6.11.

O trecho vertical da chaminé individual que antecede o primeiro desvio deve ter
altura mínima de 0,20 m a partir da parte superior do defletor do aquecedor até o início da
primeira curva.

Figura 6.11 – Aberturas para ventilação no banheiro.


(Fonte: Macintyre 3a. Edição)

Figura 6.12 – Posição do aquecedor em relação a uma grelha de ventilação.


(Fonte: Macintyre 3a. Edição)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[316] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

A projeção horizontal do percurso das chaminés deve ser no máximo de 2 m, sendo


permissível duas curvas de até 900.
O diâmetro mínimo da chaminé não pode ser menor que o diâmetro de saída do
defletor do equipamento.
Toda chaminé individual deve ter uma altura equivalente igual ou maior do que
0,60m.
O dimensionamento da chaminé individual deve ser feito a partir do Quadro 6.12.

Figura 6.13 – Ligação da chaminé de um aquecedor à chaminé coletiva.

6.8.2 – Chaminé coletiva

Cada chaminé coletiva deve servir no máximo a 9 pavimentos, sendo que a distância
do defletor do último aparelho ligado na chaminé até o terminal da chaminé coletiva deve ter
no mínimo 5 m.
A ligação da chaminé secundária na coletiva deve ter um ângulo maior ou igual a
1350.
O trecho não vertical, quando existente, entre o aparelho e a chaminé coletiva deve
ter uma inclinação mínima de 300.
Na parte inferior da chaminé coletiva deve existir uma abertura de no mínimo 100
cm2.
O número máximo de aparelhos ligados numa chaminé coletiva deve atender o
Quadro 6.13.
O dimensionamento da chaminé coletiva deve atender à tabela apresentada no
Quadro 6.14.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [317]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Quadro 6.9 – Seções transversais mínimas para chaminés secundárias.


(Fonte: Regulamento para SPGC no Estado do Rio de Janeiro)
Seção transversal mínima
85% da capacidade nominal
Circular de Quadrada de Retangular de lados (b)
do aquecedor
diâmetro (d) lados (a) x (c)
1000 x 2 d 2 a 2 b c
kcal/min cm cm cm
kcal/h cm cm cm cm
Até 50 Até 3 20 5 25 5 24 6 4
50 - 75 3–5 28 6 36 6 35 7 5
75 - 108 5–7 38 7 49 7 48 8 6
108 - 165 7 - 10 50 8 64 8 70 10 7
165 - 250 10 - 15 62 9 81 9 77 11 7
250 - 320 15 – 19 80 10 100 10 104 13 8
320 - 400 19 - 24 95 11 121 11 126 14 9
400 - 500 24 - 30 115 12 144 12 150 15 10
500 - 650 30 - 39 135 13 169 13 176 16 11
650 - 810 39 - 49 150 14 196 14 204 17 12
810 - 970 49 - 58 180 15 225 15 247 19 13
970 - 1200 58 - 72 200 16 256 16 260 20 13
1200 - 1450 72 - 87 225 17 289 17 294 21 14
1450 - 1750 87 - 105 260 18 324 18 345 23 15
1750 - 2000 105 - 120 285 19 361 19 384 24 16
2000 - 2350 120 - 141 315 20 400 20 425 25 17
2350 - 2650 141 - 159 350 21 441 21 468 26 18
2650 - 2900 159 - 174 375 22 475 22 486 27 18
2900 - 3200 174 - 192 415 23 529 23 551 29 19
3200 - 3550 192 - 213 450 24 576 24 600 30 20
3550 - 3850 213 - 231 490 25 625 25 651 31 21
3850 - 4150 231 - 249 530 26 676 26 704 32 22
4150 - 4500 249 - 270 575 27 729 27 782 34 23
4500 - 4900 270 - 294 615 28 784 28 805 35 23
4900 - 5300 294 - 318 660 29 841 29 864 36 24
5300 - 5750 318 - 345 710 30 906 30 950 38 25

Quadro 6.10 – Diâmetro de chaminés secundárias


(Fonte: EB-580/1981 da ABNT)
Potencia nominal Volume mínimo
Diâmetro da chaminé
Tipo permitido para o
kW Kcal/min (mm) (pol.)
compartimento
Pequeno <10,5 <150 76,2 (3”) 6 m3
Médio 10,5 a 21 150 a 300 101,6 (4”) 8 m3
Grande >21 >300 Ver Tab.I NB.211 11 m3

Por: Evaldo Miranda Coiado


[318] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Quadro 6.11 – Fatores de resistências para o cálculo da altura equivalente.


Fato de resistência
Componentes
(k)
Curva de 900 0,50
Curva de 1350 0,25
Duto na vertical 0,00
Projeção hor. da chaminé 0,30/m
Terminais 0,25

Quadro 6.12 – Diâmetro de chaminés individuais em função da altura equivalente e da


potência em kW.
He Potência d Potência d Potência d
(m) (kW) (pol.) (kW) (pol.) (kW) (pol.)
0,5 6,0 12,0 20,0
1,0 10,0 19,0 36,0
1,5 12,0 22,0 40,0
2,0 13,0 24,5 44,0
2,5 14,0 27,0 48,0
3,0 14,5 28,0 50,0
3,5 15,0 29,0 51,0
4,0 16,0 30,0 52,5
4,5 16,5 31,0 54,0
3” 4” 5”
5,0 17,0 32,0 55,0
5,5 17,5 32,5 56,0
6,0 18,0 33,0 57,0
6,5 18,0 33,8 58,5
7,0 18,0 34,0 59,0
7,5 18,0 34,0 60,0
8,0 18,0 34,0 60,0
8,5 18,0 34,0 60,0
9,0 18,0 34,0 60,0

Quadro 6.13 – Número máximo de aparelhos ligados numa chaminé coletiva.


Altura média efetiva Potência total instalada Número de aparelhos
(m) (kW) Kcal/h)
Até 10 146 126.000 Máximo de 10
De 10 até 15 181 156.000 Máximo de 11
Acima de 15 202 174.000 Máximo de 12
A altura efetiva da chaminé coletiva, em (m), (= distância vertical entre a base do defletor do
último aquecedor a gás, ligado na chaminé coletiva, e a saída da mesma, Figura 6.13).
A altura média efetiva é a média aritmética da altura de todas as chaminés, desde o defletor
de cada aparelho até o terminal da chaminé coletiva, calculada utilizando a Equação (6.23).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [319]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Quadro 6.14 – Área da seção transversal da chaminé coletiva em função da altura e da


potência máxima.
Seção
Seção
retan-
Altura (h) da chaminé coletiva Altura (h) da chaminé coletiva circular
gular

h<10m 10≤h≤20m h>20m h<10m 10≤h≤20m h>20m di Área Área


Potência máxima em Potência máxima em (cm) (cm2) (cm2)
(kw) (kcal/min)
Até 17,4 Até 17,4 Até 17,4 Até 250 Até 250 Até 250 8,5 57 63
Até 29,0 Até 29,0 Até 29,0 Até 416 Até 416 Até 416 10,0 79 87
Até 34,8 Até 34,8 Até 46,5 Até 500 Até 500 Até 666 11,0 95 105
Até Até Até Até
Até 46,5 Até 666 12,5 123 135
46,5 69,7 666 1000
Até Até Até
Até 69,7 Até 93,0 Até 1000 14,0 154 169
58,1 833 1333
Até Até Até
Até 93,0 Até 122,1 Até 1333 15,5 189 208
69,7 1000 1750
Até Até Até
Até 122,1 Até 145,3 Até 1750 17,0 226 249
81,4 1166 2083
Até Até Até
Até 145,3 Até 180,2 Até 2083 18,0 255 280
93,0 1333 2583
Até Até Até
Até 180,2 Até 209,3 Até 2583 20,0 314 345
116,3 1666 3000
Até Até Até
Até 209,3 Até 247,7 Até 3000 22,0 380 418
139,5 2000 3550
Até Até Até
Até 237,0 Até 301,2 Até 3403 24,0 452 497
162,8 2333 4316
Até Até Áté
Até 280,2 Até 348,9 Até 4016 26,0 531 584
189,5 2716 5000
Obs.: A altura (h) da chaminé coletiva deve ser tomada desde a entrada do aquecedor
mais baixo até o topo do terminal da chaminé coletiva.
Para potências maiores que as indicadas no quadro acima, deve-se aumentar a seção da
chaminé, de acordo com a seguinte relação:
• Para h < 10m .............3,5 cm2 por 1,1 kW (960 kcal/h)
• Para 10m ≤h ≤20m.....2,5 cm2 por 1,1 kW (960 kcal/h)
• Para h > 20m .............2,0 cm2 por 1,1 kW (960 kcal/h)
Para seções retangulares, a relação entre o lado maior e o lado menor deve ser de 1,5.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[320] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

H e = ( y + h) + 0,5.Z .( N − 1) (6.23)

Na qual:
He = altura média efetiva;
N = número de pavimentos;
y = distância vertical do terminal da chaminé até a última laje;
h = distância vertical do defletor à laje (forro);
Z = pé direito.

Exemplo prático 6. 4

Dimensionar as chaminés coletiva e secundária mostradas na Figura 6.14. Os cinco


aquecedores, ligados à chaminé coletiva, serão de passagem com 8 litros/minutos cada.
Determine o número máximo de aparelhos ligados à chaminé coletiva. Considere as seções
transversais das chaminés de formato circular.

Figura 6.14 – Chaminés coletiva e secundária.


Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [321]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Solução:
1º) Dimensionamento da chaminé secundária:
Para o aquecedor de passagem de 8,0 L/min obtém-se do Quadro 6.4 a potência do
aquecedor igual a 14 kW (12.000 kcal/h). Do Quadro 6.9 para aquecedores com potências
entre 10.000 a 15.000 kcal/h, o diâmetro da chaminé secundária deve ser de no mínimo 9
cm. Adota-se o diâmetro de 100 mm (4 polegadas).
Utilizando-se o Quadro 6.10, para potências dos aquecedores entre 10,5 a 21,0 kW
obtém-se também o diâmetro de 4 polegadas.
2º) Dimensionamento da chaminé coletiva:
Capacidade nominal = 14 x 5 = 70 kW
Do Quadro 6.14, para a altura da chaminé de 17,6 m (=distância vertical do defletor
do aquecedor do 1º pavimento até o terminal da chaminé), e capacidade nominal de 70 kW,
obtém-se o diâmetro da chaminé coletivo igual a 15,5 cm. Adota-se o diâmetro de 150 mm (6
polegadas).
3º) Número máximo de aparelhos ligados à chaminé coletiva:
Cálculo da altura média efetiva:

He = (y + h) + 0,5.Z.(N-1)

He = (4 + 1,6) + 0,5 . 3,0 . (5-1) = 11,6 m.

Do Quadro 6.13, para a altura média efetiva igual a 11,6 m, e capacidade nominal de
70 kW, obtém-se o número máximo de 11 aparelhos ligados à chaminé coletiva.

Exemplo prático 6.5

Dimensionar a chaminé individual mostrada na Figura 6.15. O aquecedor será de passagem


com 8 litros/minutos. Considere a seção transversal da chaminé de formato circular.
Solução:
1º) Cálculo da altura equivalente da chaminé:
Para o cálculo da altura equivalente da chaminé deve-se considerar: Uma curva de
135º (k=0,25), 20 cm de trecho horizontal (k=0,30 x 0,20 = 0,06), e altura total de 80 cm.
Utilizando a Equação 6.22) resulta:

2x0,80
He = = 0,69 m > 0,60 m
(2 + 0,25 + 0,06)
Do Quadro 6.4, tem-se que para o aquecedor de passagem de 8 L/min a potência é
14 kW.
Do Quadro 6.12, para He = 0,69 m e potência de 14 kW, obtém-se o diâmetro da
chaminé de 4 polegadas.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[322] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Figura 6.15 – Chaminé individual.

6.9 – Problemas práticos propostos

1.6 – Dimensionar a rede secundária, Figura 6.16, da instalação de gás liquefeito de petróleo
(GLP) de uma residência. Considere AQ10 (=aquecedor de passagem de 10 L/min), F6
(=fogão de 6 bocas com forno), e S6000 (=secadora de roupa). A tubulação será de aço
galvanizado sem costura (DIN 2440). R.: Todos os trechos serão de 1/2”.
2.6 – Dimensionar a rede interna, Figura 6.17, da instalação de gás natural (GN) de uma
residência mostrada na. Considere AQ10 (=aquecedor de passagem de 10 L/min), F6
(=fogão de 6 bocas com forno), e S6000 (=secadora de roupa). A tubulação será de
cobre classe A. R.: Trechos AB, BC, e CC’ de 3/4”; Trechos BB’ e CD de 1/2”.
3.6 –Dimensione a chaminé do aquecedor individual mostrado na Figura 6.18. O aquecedor
será de passagem com 10 L/minuto. R.: Chaminé com diâmetro de 4 polegadas.
4.6 – Considere um edifício de apartamentos com 10 pavimentos, 2 aquecedores de
passagem com 10 l/min, por pavimento. Dimensione a chaminé coletiva mostrada na
Figura 6.19. Dado: pé direito igual a 3m. Determine o número máximo de aparelhos
ligados à chaminé coletiva. Considere as seções transversais das chaminés de
formato circula. R.: O número máximo de aparelhos ligados à chaminé coletiva
será de 12. Portanto, serão 2 chaminés ligadas, cada uma, à 10 aquecedores.
Cada chaminé terá um diâmetro interno de 18 cm (8 polegadas).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [323]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Figura 6.16 – Instalação residencial, (GLP)

Figura 6.17 – Instalação residencial, (GN)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[324] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

Figura 6.18 – Chaminé individual com Figura 6.19 – Posicionamento do aquecedor


terminal acima do telhado. no último pavimento.

6.10 – Referências bibliográficas

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: EB-580/1981 – Chaminés.


Rio de Janeiro. Setembro de 1981.
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 13932/1997:
Instalações internas de gás liquefeito de petróleo (GLP) – Projeto de execução. Rio de
Janeiro/RJ. 1997.
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 13933/1997:
Instalações internas de gás natural (GN) – Projeto de execução. Rio de Janeiro/RJ.
1997.
CREDER, Hélio. Instalações Hidráulicas Prediais. 3. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos Editora, 2003.
HIGHLIGHT COMPUTAÇÃO GRÁFICA: Software para instalações hidráulicas (Cadproj).
São Paulo, 2006.
ILHA, Marina S..Sistema Predial de Gás Combustível. Faculdade de Engenharia Civil da
Universidade Estadual de Campinas. Texto utilizado na disciplina EC. 712-Instalações
Prediais Hidráulicas e Sanitárias, 35 os, 2003.
MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas Prediais e Industriais. 3.Ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora.
MORGANTI. Sistema de Aquecimento. Catálogo 2006.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [325]
Sistema Predial de Gás Combustível [SPGC]

ILHA, Marina S..Sistema Predial de Gás Combustível. Faculdade de Engenharia Civil da


Universidade Estadual de Campinas. Texto utilizado na disciplina EC. 712-Instalações
Prediais Hidráulicas e Sanitárias, 35 os, 2003.
Regulamento para as Instalações Predias de Gás do Estado do Rio de Janeiro (CEG).
Tupy Conexões. Catálogo Técnico 9704.

6.11 – Símbolos

Por: Evaldo Miranda Coiado


[326] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

CAPÍTULO 7
SISTEMAS PREDIAIS DE COMBATE A INCÊNDIO:
HIDRANTES/MANGOTINHOS E EXTINTORES

7.1 – Introdução

As instalações hidráulicas de um edifício são constituídas por diversos sistemas


prediais, cada um com funções específicas importantes.
Enquanto os sistemas prediais de água fria, de água quente, de esgoto sanitário, e
de águas pluviais, quando projetadas ou executadas inadequadamente, podem acarretar
somente prejuízos de ordem material e desconforto ao usuário, as instalações de combate a
incêndio se mal projetadas podem provocar conseqüências sinistras extremas com perdas
de vidas humanas.
Sem diminuir a importância dos demais sistemas, as instalações contra incêndio,
devido às ocorrências catastróficas vivenciadas nas grandes cidades, quando centenas de
vidas humanas foram perdidas, deve ser o foco da atenção e preocupação por parte dos
projetistas.
Ressalta-se que hoje, a legislação sobre o tema é ampla e complexa, e além das
normas da ABNT, os estados e municípios estabelecem decretos e instruções técnicas
próprias. Neste capítulo serão tratados somente os sistemas prediais de combate a incêndio
utilizando hidrantes/mangotinhos e extintores.

7.2 – Principais substâncias utilizadas no combate a incêndio

Conforme apresentados no Quadro 7.1, existem alguns materiais combustíveis cujo


incêndio pode ser apagado com diversas substâncias, enquanto outros, o incêndio pode ser
extinto com produtos especiais.

7.2.1 – Água

A água por ter grande capacidade de absorver calor é uma substância muito eficaz
para resfriar os materiais e apagar o incêndio. A água é a substância mais empregada no
combate ao fogo e é empregada sob as seguintes formas:
• Jato sólido ou jato denso: usam-se bocais com ponteiras chamados requintes,
ligados a mangueiras que são conectadas a hidrantes.
• Aspersão: empregam-se aspersores especiais denominados “sprinklers”.
• Emulsificação com água: os óleos combustíveis, lubrificantes e de
transformadores; as tintas, vernizes e alguns líquidos inflamáveis tornam-se
incombustíveis por meio da formação de uma emulsão temporária com água sobre
sua superfície. Para conseguir isso se utiliza água pressurizada sob a forma de

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [327]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

gotas finas muito dispersas, com alta velocidade e distribuídas uniformemente sobre
a área visada pelo projetor. O impacto da água sob essa forma atomizada, na
superfície, que cria a emulsão.

7.2.2 – Espuma

O sistema espuma mecânico é aconselhado para líquidos inflamáveis, derivados de


petróleo e solventes, e consiste no lançamento, sobre o local do incêndio, de quantidade
considerável de espuma (água + agente formador de espuma).

Quadro 7.1 – Meios de combate a incêndio em função dos produtos cujo incêndio deve ser
extinto
(Macintyre, 3ª Edição)
Água em jato Gás

denso. carbônico
Meios de combate carboquímico
Extintores com Neblina (CO2)
a incêndio e sua Espuma Extintotes.
carga soda- de água Extintores e
classificação Instalações
ácido ou Instalações
fixas
líquido fixas
A – Materiais
sólidos, fibras
SIM SIM SIM SIM* SIM*
têxteis, madeira,
papel, etc
B – Líquidos
inflamáveis,
NÃO SIM SIM** SIM SIM
derivados de
petróleo
C – Maquinaria
elétrica, motores,
NÃO NÃO SIM** SIM SIM
geradores,
transformadores
D – Gases
NÃO***
inflamáveis, sob NÃO NÃO NÃO*** SIM
pressão
(*) Indicado somente para princípios de incêndios de pequena extensão.
(**) Indicado somente após estudo prévio.
(***) Embora não indicado, existem possibilidades de emprego, após prévio estudo e
consulta ao Corpo de Bombeiros e ao Departamento Nacional de Segurança e Higiene do
Trabalho do Ministério do Trabalho.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[328] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

7.2.3 – Freon 1301

O freon 1301 (bromo – trifluormetano) é utilizado com excelente resultado no


combate a incêndio de madeira, papel, algodão, tecidos, líquidos inflamáveis, gasolina,
gases inflamáveis, centrais telefônicas, computadores, e etc.

7.2.4 – Hallon 1301

O hallon 1301 (bromotrifluormetano) tem as mesmas propriedades que o freon,


portanto, é usado com excelente resultado no combate a incêndio de madeira, papel,
algodão, tecidos, líquidos inflamáveis, gasolina, gases inflamáveis, centrais telefônicas,
computadores, e etc.

7.2.5 – Gás carbônico (bióxido de carbono)

O efeito produzido pelo gás carbônico (CO2) na extinção dos incêndios se deve ao
fato que ele substitui rapidamente o oxigênio do ar, fazendo com que o teor de oxigênio
baixe a um valor com o qual a combustão não pode prosseguir. Ao ser liberado no ar, o seu
volume pode expandir 450 vezes, Macintyre, 3a. Edição. O seu emprego é recomendado em:
• Centros de processamento de dados, instalação de computadores;
• Transformadores a óleo; geradores elétricos; equipamentos energizados;
• Indústrias químicas;
• Cabines de pintura;
• Centrais térmicas; geradores diesel elétricos;
• Turbogeradores;
• Tipografia; filmotecas; arquivos;
• Bibliotecas; museus, e caixas fortes;
• Navios; nas centrais de controle.

7.2.6 – Pó químico seco

O produto químico básico é o bicarbonato de sódio micropulverizado, tratado de


modo a não absorver umidade, ou o sulfato de potássio, substâncias não tóxicas que podem
se armazenadas por tempo indeterminado.
O pó químico seco é empregado no combate a incêndio em indústrias, refinarias,
fábricas de produtos químicos, aeroportos, e etc.

7.3 – Classificação das edificações e áreas de risco

O Decreto Nº 56819/2011, do Estado de São Paulo, classifica as edificações e áreas


de risco considerando a ocupação, altura e carga de incêndio. No ANEXO A são
apresentadas essas classificações.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [329]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

A carga de incêndio, nas edificações e áreas de risco, foi instruída pela Instrução
Técnica Nº 14/01 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, ANEXO B.

7.4 – Sistema de proteção por extintores de incêndio

Está sendo considerada, neste item, a Instrução Técnica nº 21/01, da Secretária de


Estado dos Negócios da Segurança Pública/Polícia Militar do Estado de São Paulo/Corpo de
Bombeiros, que estabelece critérios para proteção contra incêndio em edificações e/ou áreas
de risco por meio de extintores de incêndio (portáteis ou sobre rodas), atendendo ao previsto
no Decreto Estadual 46.076/01 do Estado de São Paulo.

7.4.1 – Capacidade extintora

A Instrução Técnica Nº 21/01/SP/CB estabelece:

A) A capacidade extintora de cada tipo de extintor portátil, para que constitua uma unidade
extintora deve ser:
• Carga de água: um extintor com capacidade extintora de, no mínimo 2-A.
(Extintores de incêndio com carga de água, consultar NBR 11715).
• Carga de espuma mecânica: um extintor com capacidade extintora de, no mínimo,
2-A:10-B. (Extintores de incêndio com carga de espuma mecânica, consultar NBR
11751).
• Carga de Dióxico de Carbono (CO2): um extintor com capacidade extintora de, no
mínimo, 5-B : C. (Extintores de incêndio com carga de gás carbônico, consultar NBR
11716).
• Carga de pó BC: um extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 20-B: C,
(Pressurização: direta 4 kg, indireta 8 kg). (Extintores de incêndio com carga de pó,
consultar NBR 10721).
• Carga de pó ABC: um extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 2-A : 20-B:
C.
• Carga de compostos halogenados: um extintor com capacidade extintora de, no
mínimo, 5-B : C.

Observações:

1a) Extintores de incêndio classe A, consultar NBR 9443;

2a) Extintores de incêndio classe B, consultar NBR 9444;

3a) Extintores de incêndio classe C, consultar NBR 12992.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[330] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

B) Os extintores devem ser distribuídos de tal forma que o operador não percorra mais
que:
• Risco baixo – 25 m;
• Risco médio – 20 m;
• Risco alto – 15 m.

C) Extintor de incêndio, com capacidade extintora superior à estabelecida no item A)


pode ser aceito de acordo com área máxima de cobertura, conforme Quadro 7.2.

Quadro 7.2 – Área máxima a ser protegida pelos extintores classe A.


[Fonte: IT Nº 21/SP/CB]
Extintores Risco Baixo Risco Médio Risco Alto
Classe A (m2) (m2) (m2)
2A 540 270 -
3A 800 405 -
4A 800 540 360
6A 800 800 540
10A 800 800 800
20A 800 800 800
30A 800 800 800
40A 800 800 800

7.4.2 – Extintores portáteis

Em relação aos extintores portáteis, a Instrução Técnica Nº 21/01/CB/SP estabelece:


• Quando os extintores forem instalados em paredes ou divisórias a altura de fixação
do suporte deve variar, no máximo, entre 1,60 m do piso e de forma que a parte
inferior do extintor permaneça no mínimo 0,10 m do piso acabado;
• Os extintores não devem ser instalados em escadas. Devem estar desobstruídos e
devidamente sinalizados de acordo com o estabelecido na IT.20-CB/SP;
• É permitida a instalação de extintores sobre o piso acabado, desde que
permaneçam, apoiados em suportes apropriados, com altura recomendada entre
0,10 m e 0,20 do piso;
• Cada pavimento deve possuir, no mínimo, duas unidades extintoras, sendo uma
para incêndio classe A e outra para incêndio classe B e C. É permitida a instalação
de duas unidades extintoras iguais de Pó ABC. (Obs.: as classes de incêndio são
apresentadas no Quadro 7.3);
• O extintor de Pó ABC poderá substituir qualquer tipo de extintor de classes
específicas A, B, e C dentro de uma edificação ou área de risco;
• É permitida a instalação de uma única unidade extintora de Pó ABC em edificações
com área construída inferior a 50 m2;

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [331]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

• Os extintores de incêndio devem ser adequados à classe de incêndio predominante,


dentro da área de risco a ser protegida, de forma que sejam intercalados na
proporção de 2 (dois) extintores para o risco predominante e 1 (um) para a proteção
do risco secundário;
• Quando os extintores de incêndio forem instalados em abrigos embutidos, na parede
ou divisória, além da sinalização, deve existir uma superfície transparente que
possibilite a visualização do extintor no interior do abrigo;
• As unidades extintoras devem ser as correspondentes a um só extintor, não sendo
aceitas combinações de dois ou mais extintores, à exceção do extintor de espuma
mecânica;
• Em locais de riscos especiais devem ser instalados extintores de incêndio que
atendam o item 7.4.1-A), independente da proteção geral da edificação ou risco, tais
como:
o Casa de caldeira;
o Casa de bombas;
o Casa de força elétrica;
o Casa de máquinas;
o Galeria de transmissão;
o Incinerador;
o Elevador (casa de máquinas);
o Ponte rolante;
o Escada rolante (casa de máquinas);
o Quadro de redução para baixa tensão;
o Transformadores;
o Contêineres de telefonia.
• Para proteção por extintores de incêndio em instalações de Gás Liquefeito de
Petróleo (GLP), Gás Natural (GN), e produtos Inflamáveis, devem ser seguidas as
instruções Técnicas IT-28, IT-29 e IT-27, respectivamente;
• Deve ser instalado, pelo menos, um extintor de incêndio a não mais de 5 m da
entrada principal da edificação e das escadas nos demais pavimentos.

7.4.3 – Extintores sobre rodas

Em relação aos extintores sobre rodas, a Instrução Técnica Nº 21/01/SP/CB


estabelece:
• As distâncias máximas a serem percorridas pelo operador de extintores sobre rodas
devem ser iguais a:
• Risco baixo – 37,5 m;
• Risco médio – 30 m;
• Risco alto – 22,5m.
• Não é permitida a proteção de edificações ou áreas de risco unicamente por
extintores sobre rodas, admitindo-se, no máximo, a proteção da metade da área total

Por: Evaldo Miranda Coiado


[332] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

correspondente ao risco, considerando o complemento por extintores portáteis, de


forma alternada entre extintores portáteis e sobre rodas na área de risco;
• As capacidades mínimas dos extintores sobre rodas devem ser:
a) Carga de água – 10-A;
b) Carga de espuma mecânica – 6-A : 80-B;
c) Carga de dióxico de carbono – 10-B : C;
d) Carga de pó BC – 80-B : C;
e) Carga de pó ABC – 6-A : 80-B : C.
• O emprego de extintores, sobre rodas, só é computado como proteção efetiva em
locais que permitam o livre acesso;
• Os extintores sobre rodas devem ser localizados em pontos estratégicos e sua área
de proteção deve ser restrita ao nível do piso que se encontram;
• A proteção por extintores sobe rodas deve ser obrigatória nas edificações onde
houver manipulação e ou armazenamento de explosivos e líquidos inflamáveis ou
combustíveis e em edificações com risco alto.

7.4.4 – Seleção de extintores

A seleção dos extintores é feita utilizando o Quadro 7.3, a partir da definição da


classe de incêndio.

7.5 – Sistemas de hidrantes e de mangotinhos, segundo NBR – 13714/2000 da


ABNT e IT22-CB-SP (Decreto Estadual nº 56.819/2011/SP)

Os sistemas de hidrantes e de mangotinhos são normalizados pela NBR 13714 da


ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. No Estado de São Paulo pela Instrução
Técnica nº 22 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar Estadual.

7.5.1 – Terminologia

Para efeito da NBR 13714 e da IT22-CB-SP, aplicam-se as seguintes definições:

7.5.1.1 – Abrigo
Compartimento, embutido ou aparente, dotado de porta, destinado a armazenar
mangueiras, esguichos, carretéis e outros equipamentos de combate a incêndio, capaz de
proteger contra intempéries e danos diversos.

7.5.1.2 – Altura da edificação


Medida, em metros, entre o ponto que caracteriza a saída ao nível de descarga (de
pessoas), sob a projeção externa da parede do prédio, ao ponto mais alto do piso do último
pavimento. [IT22-CB-SP complementa: “…,excluindo-se áticos, casas de máquinas,
barrilete, reservatórios de água e assemelhados. Nos casos onde os subsolos tenham

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [333]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

ocupação distinta de estacionamento de veículos, vestiários e instalações sanitárias ou


respectivas dependências sem aproveitamento para quaisquer atividades ou permanência
humana, a mensuração da altura será a partir do piso mais baixo do subsolo ocupado”].

Quadro 7.3 – Seleção de extintores em função das classes de incêndio


[Fonte: IT 21/01-CB/SP]
Tipos de extintores
Gás
Classe de incêndio Pó Químico
Carbônico Espuma Água Gás
Seco
(CO2(
Fogo A
Fogo em materiais Recomen- Excelente
Não Não
combustíveis comuns, tais dado Resfria,
recomendado. recomendado
como: materiais celulósicos Apaga o fogo encharca,
Apaga o fogo Apaga o fogo
(madeira, tecidos, algodão, por apaga
somente na somente na
papeis), onde o efeito do resfriamento e totalmen-
superfície. superfície.
resfriamento pela água é de abafamento. te.
primordial importância.
Fogo B Recomenda- Excelente
Não
Fogo em líquidos inflamáveis, do Excelente Produz um
recomend
graxas, óleo e semelhantes; Não deixa Abafa lençol de
ado.
onde o efeito de abafamento é resíduo. É rapidamente. espuma que
essencial. inofensivo. abafa o fogo.
Excelente
Recomenda-
Bom Não Não
Fogo C do
Recomenda- recomendado recomen-
Fogo em equipamento elétrico Não deixa
do A espuma é dado
onde a extinção deve ser resíduos.
Não é condutora e Conduz
realizada com material não Não danifica o
condutor da danifica o eletricida-
condutor de eletricidade. equipamento
corrente. equipamento. de.
e não conduz
eletricidade.
Fogo D
Fogo em metal onde a extinção
deverá ser feita por meios Compostos químicos especiais, limalha de ferro, salgema,
especiais. Por exemplo: fogo grafite e areia.
em metal, magnésio, em
apara, etc.

7.5.1.3 – Bomba principal de incêndio


Bomba hidráulica centrífuga destinada a recalcar água para os sistemas.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[334] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

7.5.1.4 – Bomba de pressurização (Jockey)


Bomba hidráulica centrífuga destinada a manter o sistema pressurizado em uma
faixa preestabelecida.

7.5.1.5 – Bomba de reforço


Bomba hidráulica centrífuga destinada a fornecer água aos hidrantes ou
mangotinhos mais desfavoráveis hidraulicamente, quando estes não puderem ser
abastecidos somente pelo reservatório elevado.

7.5.1.6 – Carretel axial


Dispositivo rígido destinado ao enrolamento de mangueiras semi-rígidas.

7.5.1.7 – Como construído


Documentos, desenhos ou plantas do sistema, que correspondem exatamente ao
que foi executado pelo instalador.

7.5.1.8 – Dispositivo de recalque


Dispositivo para uso do Corpo de Bombeiros, que permite o recalque de água para o
sistema, podendo ser dentro da propriedade quando o acesso do Corpo de Bombeiros
estiver garantido.

7.5.1.9 – Esguicho
Dispositivo adaptado na extremidade das mangueiras, destinado a dar forma,
direção e controle ao jato, podendo ser do tipo regulável (neblina ou compacto) ou de jato
compacto.

7.5.1.10 – Hidrante
Ponto de tomada de água onde há uma (simples) ou duas (duplo) saídas contendo
válvulas angulares com seus respectivos adaptadores, tampões, mangueiras de incêndio e
demais acessórios.

7.5.1.11 – Inibidor de vórtice


Acessório de tubulação destinado a eliminar o efeito do vórtice dentro de um
reservatório.

7.5.1.12 – Instalador
Pessoa física ou jurídica responsável pela execução da instalação do sistema de
proteção contra incêndio em uma edificação.

7.5.1.13 – Jato compacto


Tipo de jato de água caracterizado por linhas de corrente de escoamento paralelas,
observado na extremidade de descarga do esguicho.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [335]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

7.5.1.14 – Mangotinho
Ponto de tomada de água onde há uma (simples) saída contendo válvula de
abertura rápida, adaptador (se necessário), mangueira semi-rígida, esguicho regulável e
demais acessórios, Figura 7.1.

7.5.1.15 – Poço de sucção


Aspecto construtivo do reservatório, destinado a maximizar a utilização do volume de
água acumulado, bem como para evitar a entrada de impurezas no interior das tubulações.

7.5.1.16 – Reserva de incêndio


Volume de água destinado exclusivamente ao combate a incêndio.

7.5.1.17 – Rota de fuga


Trajeto que deve ser percorrido pelos ocupantes da edificação a partir de qualquer
ponto, de qualquer pavimento, até um local seguro completamente livre dos efeitos de um
incêndio. [não consta na IT22-CB-SP].

7.5.1.18 – Sistema de hidrantes ou de mangotinhos


Sistema de combate a incêndio composto por reserva de incêndio, bombas de
incêndio (quando necessário), rede de tubulação, hidrantes ou mangotinhos e outros
acessórios descritos.

7.5.1.19 – Tubulação
Conjunto de tubos, conexões e outros acessórios destinados a conduzir a água,
desde a reserva de incêndio até os hidrantes ou mangotinhos.

7.5.1.20 – Válvula
Acessório de tubulação destinado a controlar ou bloquear o fluxo de água no interior
das tubulações.

7.5.2A – Sistemas de combate a incêndio segundo NBR 13714/2000

Os sistemas de combate incêndio, conforme especificados no Quadro 7.4A, estão


divididos em:
• Sistemas de mangotinhos (tipo 1);
• Sistemas de hidrantes (tipos 2 e 3);

Por: Evaldo Miranda Coiado


[336] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Quadro 7.4A – Tipos de sistemas


[Fonte: NBR 13714/2000]
Mangueiras
Comprimento Vazão
Tipo Esguicho Diâmetro Saídas
máximo (L/min)
(mm)
(m)

1 Regulável 25 ou 32 30 1 80(1) ou 100(2)

Jato compacto
2 40 30 2 300
Φ16mm ou regulável
Jato compacto
3 65 30 2 900
Φ25mm ou regulável
(1)
As edificações do grupo A, conforme Quadro 7.5, devem ser protegidas por sistemas Tipo
1 com vazão de 80 L/min, dotados de pontos de tomada de água de engate rápido para
mangueiras de diâmetro 40 mm (1.1/2”), Figura 7.1.
(2)
As edificações dos grupos B, D, E e H e das divisões F1, F2, F3, F4, e F5, conforme
Quadro 7.5, devem ser protegidas por sistemas Tipo 1 com vazão de 100 L/min, dotados de
pontos de tomada de água de engate rápido para mangueiras de 40 mm (1.1/2”, Figura 7.2.
Notas:
a) Os diâmetros dos esguichos e das mangueiras são nominais.
b) As vazões correspondem a cada saída.

Figura 7.1 – Sistema Tipo 1 – Mangotinho com ponto de tomada de água para mangueira de
40 mm.
[Fonte: NBR 13714/2000]

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [337]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Figura 7.2 – Sistema Tipo 2 – Hidrante duplo com mangueira semi-rígida acoplada.
[Fonte: NBR 13714/2000]

7.5.2B – Sistemas de combate a incêndio segundo IT22/CB/SP

Os tipos de sistemas previstos são dados no Quadro 7.4B.

As vazões do Quadro 7.4B correspondem a:

a) Esguicho regulável na posição de maior vazão para Sistema Tipo 1;

b) Jato compacto de 13 mm para Sistema Tipo 2;

c) Jato compacto de 16 mm para Sistema Tipo 3;

d) Jato compacto de 19 mm para Sistema Tipo 4;

e) Jato compacto de 25 mm para Sistema Tipo 5

As edificações, em que for instalado o Sistema do Tipo 1, devem ser dotadas de


ponto de tomada de água engate rápido para mangueira de incêndio diâmetro 40 mm
(1.1/2”), conforme Figura 7.1. [igual estabelecido pela NBR 13714/2000].
As vazões do Quadro 7.4.B devem ser obtidas no requinte do esguicho acoplado à
sua respectiva mangueira de incêndio, sendo que para o Sistema 1 a mangueira semi-rígida
deve estar na posição enrolada.
Para cada ponto de hidrante ou mangotinho são obrigatórios os materiais descritos
no Quadro 7.6B.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[338] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Quadro 7.4B – Tipos de sistemas


[Fonte: IT22-CB/SP – Decreto 56.819/2011 –SP)
Mangueiras Vazão mínima Pressão
Esguicho no hidrante mínima no
Compri- Número de
Tipo regulável DN mais hidrante mais
mento expedições
(DN) (mm) desfavorável desfavorável
(m) (L/min) (mca)

1 25 25 30 simples 100 80

2 40 40 30 simples 150 30

3 40 40 30 simples 200 40

40 40 30 simples 300 65
4

65 65 30 simples 300 30

5 65 65 30 duplo 600 60

Observação: As vazões consideradas são as necessárias para o funcionamento dos


esguichos reguláveis com jato pleno ou neblina 300.

7.5.2.1 – Aplicabilidade dos sistemas segundo NBR 13714/2000

As edificações com áreas construídas superior a 750 m2 e/ou altura superior a 12 m


devem ser protegidas por sistemas de mangotinhos ou de hidrantes conforme estabelecido
no Quadro 7.5A.
Havendo mais de um tipo de ocupação na edificação (ocupação mista), que requeira
sistemas distintos, cada ocupação deve ser protegida pelo seu respectivo sistema e, no caso
de existência de garagem nestas edificações, as garagens devem ser protegidas pelo
sistema destinado ao maior risco.
Quando as edificações de qualquer tipo de ocupação possuírem garagens, estas
devem ser protegidas pelo mesmo tipo de sistema da edificação.
As edificações, estabelecidas para serem protegidas por sistema Tipo 1, podem
opcionalmente ser protegidas por um sistema alternativo de hidrantes, com as seguintes
características:
A) mangueiras de incêndio com diâmetro 40 mm;

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [339]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

B) esguichos de jato composto de 13 mm ou regulável;


C) vazão mínima de 130 L/min no esguicho mais desfavorável hidraulicamente,
considerando o funcionamento simultâneo dos hidrantes mais desfavoráveis
hidraulicamente, conforme especificados a seguir:

- 1 (um) hidrante quando instalado 1 (um) hidrante;

- 2 (dois) hidrantes quando instalados 2 (dois) hidrantes;

- 3 (três) hidrantes quando instalados 3 (três) hidrantes;

- 4 (quatro) hidrantes quando instalados mais de 6 (seis) hidrantes.

D) a reserva de incêndio deve ser determinada considerando o funcionamento


simultâneo dos hidrantes especificados na alínea c), por um tempo de 60
minutos.

7.5.2.2 – Dispositivo de recalque segundo a NBR 13714/2000 e a IT.22-CB/SP

Todos os sistemas devem ser dotados de dispositivo de recalque, consistindo em


um prolongamento de mesmo diâmetro da tubulação principal, com diâmetro mínimo DN50
(2”) e máximo DN100 (4”), cujos engates são compatíveis aos utilizados pelo Corpo de
Bombeiro local. [IT.22-CB/SP: “engates devem ser compatíveis com junta de união tipo
“engate rápido”de DN 65mm”].
Quando a vazão do sistema for superior a 1000 L/min o dispositivo de recalque
deverá possuir um registro de recalque adicional com as mesmas características definidas
no parágrafo anterior.
Quando o dispositivo de recalque estiver no passeio, este deverá ter as
características e dimensões da Figura 7.3.
O dispositivo de recalque pode ser instalado na fachada principal da edificação, ou
no muro da divisa com a rua, com a introdução voltada para a rua e para baixo em um
ângulo de 45º e a uma altura entre 0,60 m e 1,0 m em relação ao piso do passeio ou interior
da propriedade. A localização do dispositivo de recalque deve permitir a aproximação da
viatura apropriada para o recalque da água, a partir do logradouro público, sem existir
qualquer obstáculo que dependa de remoção para o livre acesso dos bombeiros.
[IT22-CB-SP: o dispositivo de recalque pode ser constituído de um hidrante de
coluna externo, localizado à distância máxima de 10,0 m até o local de estacionamento das
viaturas do Corpo de bombeiros].
[IT22-CB-SP: é vedada a instalação do dispositivo de recalque em local que tenha
circulação ou passagem de veículos].
.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[340] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Quadro 7.5A – Classificação dos edifícios e aplicabilidade dos sistemas


(Fonte: NBR 13714/2000)
Grupo Ocupação/uso Sistema Divisão Descrição Exemplos
Habitações
A Residencial 1(1) A-1 Edifícios de apartamentos em geral
multifamiliares
Hotéis e Hotéis, motéis, pensões, hospedarias, albergues,
B-1
assemelhados casas de cômodos.
Serviços de
B 1(2) Hotéis e assemelhados, com cozinha própria nos
hospedagem Hotéis
B-2 apartamentos (incluem-se apart/hotéis, hotéis
residenciais
residenciais.
Comércio em Armarinhos, tabacarias, mercearias, fruteiras,
geral, de butiques e outros.
C-1 pequeno, Edifícios de lojas, lojas de departamentos,
Comercial
C 2 médio e grande magazines, galerias comerciais, supermercados em
varejista
porte. geral, mercados e outros.
Centros
C-2 Centros de compras em geral (shopping centers).
comerciais
Escritórios administrativos ou técnicos, consultórios,
Serviços
Lojas para instituições financeiras, agências bancárias,
profissionais,
D 1(2) - prestação de lavanderias, reparação e manutenção de aparelhos
pessoais e
serviços eletrodomésticos, pintura de letreiros, repartições
técnicos
públicas, cabeleireiros, centros profissionais e outros.
Escolas em geral, locais de ensino, inclusive de artes
marciais e ginástica, esportes coletivos, saunas,
Educacional e Escolas em
E 1(2) - casas de fisioterapias, escola para excepcionais,
cultura física geral
creches, escolas maternais, jardins de infância e
outros.
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [341]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Quadro 7.5A.....continuação
Grupo Ocupação/uso Sistema Divisão Descrição Exemplos
Locais onde
há objetos
F-1 Museus, galerias de arte
de valor
inestimável
Templos e
F-2 Igrejas, sinagogas, templos e auditórios em geral.
auditórios
1(2)
Centros Estágios, ginásios e piscinas cobertas com
F-3
esportivos arquibancadas, arenas em geral.
Boates e clubes noturnos em geral, salões de baile,
F-4 Clubes restaurantes dançantes, clubes sociais e
sociais assemelhados.
Locais de
Locais para Restaurantes, lanchonetes, bares, cafés, refeitórios,
F reunião de F-5
refeições. cantinas e outros.
público
Estações e
Estações rodo-ferroviárias, aeroportos, estações de
F-6 terminais de
transbordo e outros.
passageiros
Locais para
produção e
Teatros em geral, cinemas, óperas, auditórios de
2(3) F-7 apresentaçã
estúdios de rádio e televisão e outros.
o de artes
cênicas
Locais para
F-8 pesquisa e Arquivos, bibliotecas e assemelhados.
consulta

Por: Evaldo Miranda Coiado


[342] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Quadro 7.5A.....continuação
Grupo Ocupação/uso Sistema Divisão Descrição Exemplos
Garagens com ou sem
acesso de público Garagens automáticas, coletivas, oficinas,
Serviços
G 2 - abastecimento de borracharias, postos de combustíveis,
automotivos
combustível, serviços de rodoviárias, etc.
manutenção e reparo.
Hospitais, clínicas e consultórios veterinários
e assemelhados (inclui-se alojamento com
ou sem adestramento), asilos, orfanatos,
abrigos geriátricos, reformatórios sem celas,
Serviços de hospitais, casa de saúde, prontos-socorros,
(2)
H saúde e 1 - Hospitais em geral clínicas com internação, ambulatórios e
institucionais postos de atendimento de urgência, postos
de saúde e puericultura, quartéis, centrais de
polícia, delegacias distritais, postos policiais,
hospitais psiquiátricos, reformatórios, prisões
em geral e instituições assemelhadas.
Atividades que manipulam e/ou
Locais onde as depositam os materiais classificados
atividades exercidas e como de baixo risco de incêndio, tais
Industrial, I-1
os materiais utilizados como fábricas em geral, onde os
I atacadista e 2 Baixo
e/ou depositados materiais utilizados não são
depósitos risco
apresentam baixo combustíveis e os processos não
potencial de incêndio. envolvem a utilização intensiva de
materiais combustíveis.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [343]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Quadro 7.5A.....continuação
Grupo Ocupação/uso Sistema Divisão Descrição Exemplos
Locais onde as
Atividades que manipulam e/ou depositam os
atividades exercidas e
materiais classificados como de médio risco de
os materiais utilizados
I-2 incêndio, tais como marcenarias, fábricas de
e/ou depositados
2 Médio caixas, de colchões, subestações, lavanderias a
apresentam médio
risco seco, estúdios de TV, impressoras, fábrica de
potencial de incêndio.
doces, heliportos, oficinas de consertos de
Industrial, Depósitos sem
veículos e outros.
I atacadista e conteúdo específico.
depósitos Fábricas e depósitos de explosivos, gases e
Locais onde há alto
líquidos inflamáveis, materiais oxidantes e outros
risco de incêndio pela
definidos pelas normas brasileiras, tais como
3 I-3 existência de
destilarias, refinarias (exceto petróleo, terminais e
Alto risco quantidade suficiente
bases de distribuição de derivados e
de materiais
petroquímicos) e elevadores de grãos, tintas,
perigosos.
borrachas e outros.
(1)
As edificações do grupo A, conforme Quadro 7.5, devem ser protegidas por sistemas Tipo 1 com vazão de 80 L/min, dotados
de pontos de tomada de água de engate rápido para mangueiras de diâmetro 40 mm (1.1/2”). Figura 7.1.
(2)
As edificações dos grupos B, D, E e H e das divisões F1, F2, F3, F4, e F5, conforme Quadro 7.5, devem ser protegidas por
sistemas Tipo 1 com vazão de 100 L/min, dotados de pontos de tomada de água de engate rápido para mangueiras de 40mm
(1.1/2”). Figura 7.2.
(3)
As edificações do grupo C e das divisões F6, F7 e F8, conforme Quadro 7.5, devem ser protegidas por sistemas Tipo 2, com
saídas duplas de 40 mm (1.1/2”), dotados de pontos de tomada de água com mangueiras semi-rígidas acopladas, Figura 7.2.
Portanto, cada ponto de hidrante deve conter duas mangueiras de incêndio de 40 mm e uma mangueira semi-rígida, sendo
que esta última deve estar permanentemente acoplada.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[344] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Quadro 7.5B – Tipo de sistemas e volume de reserva de incêndio mínima (m3)


[Fonte: IT.22 – CB/SP]
Classificação das edificações e áreas de risco conforme Tabela A1 do Decreto Estadual
46.076/01
2
D-1(acima de 300 MJ/m ),
2
A-2, A-3, C-1, D-1(até 300 D-3(acima de 300 MJ/m ),
2 2 C-2(acima de
MJ/m , D-2, D-4(acima de 300 MJ/m ), B-1, B- 2
Áreas das 2 2 1000 MJ/m ),
D-3(até 300 MJ/m ), D-4 (até 2, C-2(acima de 300 MJ/m até
edificações e áreas 300 MJ/m ), E-1, E-2, E-3,
2 2 I-2(acima de 800
1000 MJ/m ), C-3, F-1(acima de 2
2 MJ/m ), G-5, I-3, J-4,
de risco E-4, E-5, 300 MJ/m )
2 J-3(acima de 800 L-2 e L-3
E-6, F-1(até 300 MJ/m ), F-2, F-5, F-6, F-7, 2
MJ/m ),
F-3, F-4, F-8, G-1, G-2, G-3, F-9, F-10,H-4,I-2(acima de 300
2 2 L-1, M-1,M-5
G-4, H-1, H-2, H-3, MJ/m até 800 MJ/m ), J-2
2
H-5, H-6, I-1, J-1, J-2 e M-3. J-3(acima de 300 MJ/m até 800
2
MJ/m ),
2 Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 4
Até 2.500 m 3 3 3 3 3
R.I: 5 m R.I: 8 m R.I: 12 m R.I: 28 m R.I: 32 m
2
Acima de 2.500 m Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 4
2 3 3 3 3 3
até 5.000 m R.I: 8 m R.I: 12 m R.I: 18 m R.I: 32 m R.I: 48 m
2
Acima de 5.000 m Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5
2 3 3 3 3 3
até 10.000 m R.I: 12 m R.I: 18 m R.I: 25 m R.I: 48 m R.I: 64 m
2
Acima de 10.000 m Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5
2 3 3 3 3 3
até 20.000 m R.I: 18 m R.I: 25 m R.I: 35 m R.I: 64 m R.I: 96 m
2
Acima de 20.000 m Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5
2 3 3 3 3 3
até 50.000 m R.I: 25 m R.I: 35 m R.I: 48 m R.I: 96 m R.I: 120 m
2 Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5
Acima de 50.000 m 3 3 3 3 3
R.I: 35 m R.I: 48 m R.I: 70 m R.I: 120 m R.I: 180 m

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [345]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Figura 7.3 – Dispositivo de recalque no passeio.

7.5.2.3 – Mangueira e abrigo segundo a NBR 13714/2000 e a IT.22-CB/SP

O comprimento total das mangueiras que servem cada saída a um ponto de hidrante
ou mangotinho não deve exceder os limites estabelecidos no Quadro 7.4A, segundo a NBR
13714/2000, e no Quadro 7.4B, segundo a T.22-CB/SP. Para sistemas de hidrantes, deve
preferencialmente utilizar lances de mangueiras de 15 metros.
As mangueiras de incêndio devem ser acondicionada dentro dos abrigos: em
ziguezague ou aduchadas conforme especificado na NBR 12779, sendo que as mangueiras
semi-rígidas podem ser acondicionadas enroladas, com ou sem o uso de carretéis axiais ou
em forma de oito, permitindo sua utilização com facilidade e rapidez.
No interior do abrigo pode ser instalada a válvula angular, desde que o seu
manuseio e manutenção estejam garantidos.
Os abrigos devem ser em cor vermelha, possuindo apoio ou fixação própria,
independente da tubulação que abastece o hidrante ou mangotinho. [IT22-CB-SP: mantém o
texto exceto a cor. “os abrigos podem ser construídos de materiais metálicos, de madeira, de
fibra de vidro, podendo ser pintado em qualquer cor, desde que sinalizados de acordo com a
Intstrução Técnica nº 20”].

7.5.2.4 – Tubulação segundo a NBR 13714/2000 e a IT.22-CB/SP

Todo e qualquer material previsto ou instalado deve ser capaz de resistir ao efeito do
calor, mantendo seu funcionamento normal.
A tubulação do sistema não deve ter diâmetro nominal inferior a DN65 (2.1/2”).
Por: Evaldo Miranda Coiado
[346] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Para sistemas Tipo 1, (ver Quadro 7.4), poderá ser utilizado tubulação com diâmetro
nominal DN50 (2”), desde comprovada tecnicamente o desempenho hidráulico dos
componentes e do sistema e aprovado pelo órgão competente. [NBR 13714/2000]
Para sistemas Tipo 1 ou 2 pode ser utilizada tubulação com diâmetro nominal DN50
(2”), desde que comprovado tecnicamente o desempenho hidráulico dos componentes e do
sistema, através de laudo do laboratório oficial competente. [IT.22-CB/SP].
A tubulação aparente do sistema deve ser em cor vermelha.
Os trechos das tubulações do sistema, que passam em dutos verticais ou horizontais
e que sejam visíveis através da porta de inspeção, devem ser em cor vermelha. [IT.22-
CB/SP].
Opcionalmente a tubulação aparente do sistema pode ser pintada em outras cores,
desde que identificada com anéis vermelhos com 0,20 m de largura e dispostos no máximo a
5,0 m um do outro, exceto para edificações do Grupo I, J, L e M da Tabela A1. [IT.22-
CB/SP].
As tubulações destinadas à alimentação dos hidrantes e de mangotinhos não podem
passar pelos poços de elevadores e/ou dutos de ventilação. [IT.22-CB/SP].
A tubulação deve ser fixada nos elementos estruturais da edificação por meio de
suportes metálicos, conforme NBR 10897/90, rígidos e espaçados em no máximo 4 m, de
modo que cada ponto de fixação resista a cinco vezes a massa do tubo cheio de água mais
a carga de 100 Kg.

7.5.2.5 – Esguicho segundo a NBR 13714/2000 e a IT.22-CB/SP

O alcance do jato compacto produzido por qualquer sistema não deve ser inferior a
10 m, medido da saída do esguicho ao ponto de queda do jato. [IT.22-CB/SP mantém o
texto e acrescenta: …, após adentrar 1m.].
Para esguicho regulável, a distância acima mencionada de 8 m é verificada na
posição de jato compacto. [IT.22-CB/SP mantém o texto e acrescenta: …, com o jato
paralelo ao solo.].

7.5.2.6 – Válvulas de abertura para hidrantes ou mangotinhos segundo a NBR


13714/2000 e a IT.22-CB/SP

As válvulas dos hidrantes devem ser do tipo angulares de diâmetro DN65 (2.1/2”).
Poderá ser utilizada, para os hidrantes, válvula angular com diâmetro DN40 (1.1/2”)
para sistemas que utilizem mangueiras de 40 mm, desde que comprovado seu desempenho
para esta aplicação. [NBR 13714/2000].
As válvulas para mangotinhos devem ser do tipo abertura rápida, de passagem
plena e diâmetro mínimo DN25 (1”).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [347]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

7.5.2.7 – Materiais obrigatórios para cada ponto de hidrante ou de mangotinho


segundo a NBR 13714/2000 e a IT.22-CB/SP

Para cada ponto de hidrante ou de mangotinho, são obrigatórios os materiais


descritos no Quadro 7.6A, segundo a NBR 13714/2000, e no Quadro 7.6B, segundo a IT.22-
CB/SP.

Quadro 7.6A – Componentes para cada hidrante simples ou mangotinho.


[Fonte: NBR 13714/2000]
Tipos de sistemas conforme
Materiais Quadro 7.4A
(1) (2) (3)
Abrigo(s) Sim Sim Sim
Mangueira(s) de incêndio Não Sim Sim
Chaves para hidrantes, engate rápido Não Sim Sim
Esguicho(s) Sim Sim Sim
Mangueira semi-rígida Sim Sim(1) Não
(1)
Somente para as edificações do grupo C e das divisões F6, F7 e F8, conforme Quadro
7.5. Deve conter duas mangueiras de incêndio de 40 mm e uma mangueira semi-rígida,
sendo que esta última deve estar permanentemente acoplada.

Quadro 7.6B – Componentes para cada hidrante simples ou mangotinho.


[Fonte: IT.22-CB/SP]
Tipos de sistemas conforme
Materiais Quadro 7.4b
1 2 3 4 5
Abrigo(s) Sim Sim Sim Sim Sim
Mangueira(s) de incêndio Não Sim Sim Sim Sim
Chaves para hidrantes, engate rápido Não Sim Sim Sim Sim
Esguicho(s) Sim Sim Sim Sim Sim
Mangueira semi-rígida Sim Não Não Não Não

7.5.2.8 – Localização dos pontos de tomada de água segundo a NBR 13714/2000 e a


IT.22-CB/SP

Os pontos de tomada de água devem ser posicionados:


a) Nas proximidades das portas externas e/ou acessos à área a ser protegida, a não
mais de 5 metros;
b) Em posições centrais nas áreas protegidas;
c) Fora das escadas ou antecâmaras de fumaça;
d) De 1,0 m a 1,5 m do piso.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[348] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Nos hidrantes externos, quando afastados de no mínimo 15 m ou 1,5 vez a altura da


parede externa da edificação a ser protegida, poderão ser utilizadas até 60 m de mangueira
(preferencialmente em lances de 15 m), desde que devidamente dimensionados
hidraulicamente. Recomenda-se que sejam utilizadas mangueiras de 65 mm de diâmetro
para redução da perda de carga do sistema e o último lance de 40 mm para facilitar seu
manuseio. [NBR 13714/2000].
No caso de projetos utilizando hidrantes externos, deverá atender ao afastamento de
no mínimo 1,5 vez a altura da parede externa da edificação a ser protegida, podem ser
utilizados até 60 m de mangueira de incêndio (preferencialmente em lances de 15 m), desde
que devidamente dimensionados hidraulicamente. Recomenda-se que sejam utilizadas
mangueiras de 65 mm de diâmetro para redução da perda de carga do sistema e o último
lance de 40 mm para facilitar seu manuseio, nesse caso deve haver uma redução de
mangueira de 2.1/2” para 1.1/2” [IT.22-CB/SP].

7.6 – Dimensionamento segundo a NBR 13714/2000 e a IT.22-CB/SP

7.6.1 – Exigências

Os hidrantes ou mangotinhos devem ser distribuídos de tal forma que qualquer


ponto da área a ser protegida seja alcançada por um (sistema tipo 1) ou dois (sistemas tipos
2 e 3) esguichos considerando-se o comprimento da(s) mangueira(s) e seu e seu trajeto real
e desconsiderando-se o alcance do jato de água. [NBR 13714/2000].
Os hidrantes ou mangotinhos devem ser distribuídos de tal forma que qualquer
ponto da área a ser protegida seja alcançada por um esguicho [sistemas tipo 1, 2, 3, e 4] ou
dois esguichos [sistema tipo 5], considerando-se o comprimento da(s) mangueira(s) e seu e
seu trajeto real e desconsiderando-se o alcance do jato de água. [IT.22.CB/SP].
Para o dimensionamento, deve ser considerado o uso simultâneo dos dois jatos
de água mais desfavorável hidraulicamente, para qualquer tipo de sistema especificado,
considerando-se no mínimo as vazões obtidas conforme o Quadro 7.4A e que as vazões
deste quadro devem ser as obtidas na ponta do esguicho acoplado à sua respectiva
mangueira, sendo que para o sistema tipo 1 a mangueira semi-rígida deve estar na posição
enrolada. [NBR 13714/2000].
Para o dimensionamento, deve ser considerado o uso simultâneo dos dois jatos
de água mais desfavorável hidraulicamente, para qualquer tipo de sistema especificado,
considerando-se no mínimo as vazões obtidas conforme o Quadro 7.4B e que as vazões
deste quadro devem ser as obtidas no requinte do esguicho acoplado à sua respectiva
mangueira, sendo que para o sistema tipo 1 a mangueira semi-rígida deve estar na posição
enrolada. [IT.22-CB/SP].
Independentemente do procedimento de dimensionamento estabelecido,
recomenda-se a utilização de esguichos reguláveis em função da melhor efetividade no
combate, mesmo que não proporcione as vazões requeridas por esta Norma. [NBR
13714/2000].

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [349]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Independentemente do procedimento de dimensionamento estabelecido,


recomenda-se a utilização de esguichos reguláveis em função da melhor efetividade no
combate, desde que seja atendida a vazão mínima para cada esguicho prescrita no
Quadro 7.4B e o jato alcance os 8 m estabelecidos no item 7.5.2.5. [IT.22-CB/SP].
O local mais desfavorável hidraulicamente deve ser aquele que proporciona menor
pressão dinâmica no esguicho.
Havendo mais de um tipo de ocupação (ocupações mistas) na edificação (que
requeira proteção por sistemas distintos), o dimensionamento dos sistemas deve ser feito
para cada tipo de sistema individualmente. [IT.22-CB/SP: mantém o texto da NBR
13714/2000, e acrescenta: ...ou dimensionado para atender o maior risco].
A pressão de trabalho, em qualquer ponto do sistema, não deve
ultrapassar a 100 mca (1000 kPa).

7.6.2A – Equações de perda de carga segundo a NBR 13714/2000

A) Fórmula universal:

Lv .V 2
∆h = f . (7.1)
Di .2.g

Na qual:
∆h = é a perda de carga total, em (mca);
f = fator de atrito;
Lv = comprimento virtual da tubulação (tubos + conexões), em (m);
Di = diâmetro interno do tubo, em (m);
V = velocidade média do fluído, em (m/s);
g = aceleração da gravidade, em (m/s2).

B) Fórmula de Hazen - Williams:

Q1,85
J = 10,65. (7.2)
C 1,85 .Di4,87

Na qual:
J = perda de carga unitária, em (mca/m);
Q = vazão, em (m3/s);
Di = diâmetro interno do tubo, em (m);
C = fator de atrito de Hazen-Williams (dado no Quadro 7.7)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[350] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Quadro 7.7 – Fato de atrito “C” de Hazen – Williams.


Tipo de tubo Fator “C”
Ferro fundido ou dúctil sem revestimento interno 100
Aço preto (sistema de tubo seco) 100
Aço preto (sistema de tubo molhado) 120
Galvanizado 120
Plástico 150
Ferro fundido ou dúctil com revestimento interno de cimento 140
Cobre 150
Nota: Os valores do fator “C” de Hazen – Williams são válidos para tubos novos

7.6.2B – Equações de perda de carga segundo a IT.22-CB/SP

A) Darcy-Weisbach (“Fórmula Universal”):

L .V 2 V2
∆h = f . + Σk . (7.3)
Di .2.g 2.g

Na qual:
∆h = é a perda de carga total, em (mca);
f = fator de atrito (Diagrama de Moody-House);
L = comprimento da tubulação, em (m);
Di = diâmetro interno do tubo, em (m);
V = velocidade média do fluído, em (m/s);
g = aceleração da gravidade, em (m/s2);
Σk = somatória dos coeficientes de perda de carga das singularidades (conexões).

B) Fórmula de Hazen - Williams:

∆h = J .Lt (7.4a)

Q1,85 (7.4b)
J = 10,65. 1,85 4,87
C .Di

Nas quais:
∆h = é a perda de carga total, em (mca);
J = perda de carga unitária, em (mca/m);
Lt = soma dos comprimentos da tubulação e dos comprimentos equivalentes das
conexões, em (m);

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [351]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Q = vazão, em (m3/s);
Di = diâmetro interno do tubo, em (m);
C = fator de atrito de Hazen-Williams (dado no Quadro 7.7).

7.6.3 – Velocidades

A velocidade deve ser calculada utilizando a equação da continuidade dada por:

Q
V= (7.5)
Ai

Na qual:
V = velocidade média, em (m/s);
Q = vazão, em (m3/s);
Ai = área interna da seção transversal da tubulação calculada utilizando o diâmetro
interno, em (m2).

7.6.3.1 – Velocidade máxima na tubulação segundo a NBR 13714/2000 e a IT.22-CB/SP

A velocidade máxima na tubulação não deve ser superior a 5 m/s.

7.6.3.2 – Velocidade máxima na sucção das bombas segundo a NBR 13714/2000 e a


IT.22-CB/SP

A velocidade da água no tubo de sucção das bombas de incêndio não deve ser
superior a 4 m/s. [NBR 13714/2000].
A velocidade da água no tubo de sucção das bombas de incêndio não devem ser
superior a 2 m/s (sucção negativa = bomba não afogada) ou 3 m/s (sucção positiva = bomba
afogada).[IT.22-CB/SP].

7.7 – Reserva de incêndio

7.7.1A – Reserva de incêndio segundo a NBR 13714/2000

A reserva de incêndio deve ser prevista para permitir o primeiro combate, durante
determinado tempo. Após este tempo considera-se que o Corpo de Bombeiros mais próximo
atuará no combate, utilizando a rede pública, caminhões tanques ou fontes naturais.
Para qualquer sistema de hidrante ou de mangotinho, o volume mínimo de água da
reserva de incêndio deve ser determinado através da seguinte equação:

(7.6)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[352] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Vri. = Q.t

Na qual:
Vri = volume de reserva de incêndio, em (litros);
Q = vazão de duas saídas do sistema aplicado, conforme Quadro 7.4A, em (L/min.);
t = tempo de 60 minutos para Sistemas dos Tipos 1 e 2, e de 30 minutos para
Sistema do Tipo 3.

As águas provenientes de fontes naturais (lagos, rio, açudes, etc.) podem ser
utilizadas no combate ao incêndio (consultar Anexo A da NBR 13714/2000).

7.7.1B – Reserva de incêndio segundo a IT.22-CB/SP

A reserva de incêndio deve ser prevista para permitir o primeiro combate durante
determinado tempo.
O volume de água da reserva de incêndio encontra-se no Quadro 7.5B.
Pode ser admitida a alimentação de outros sistemas de proteção contra incêndio,
sob comando ou automáticos, através da interligação das tubulações, desde que atenda aos
parâmetros da IT 23/01 (sistema de chuveiros automáticos).
As águas provenientes de fontes naturais (lagos, rio, açudes, etc.) podem ser
utilizadas no combate ao incêndio (consultar Anexo B da IT.22-CB/SP).

7.8 – Reservatórios

7.8.1A – Reservatórios segundo a NBR 13714/2000

A capacidade efetiva do reservatório deve ser mantida permanentemente.


Devem ser previstos reservatórios elevados e não elevados, construídos conforme
Figuras 7.4.
O reservatório deve ser construído de maneira que possibilite sua limpeza sem
interrupção total do suprimento de água do sistema, ou seja, mantendo pelo menos 50% da
reserva de incêndio (reservatório com duas células interligadas).
O reservatório exclusivo para os sistemas de hidrantes ou mangotinhos deve ser
provido de chave de nível e/ou dispositivo de alarme, somente para indicar baixo nível de
água.
O reservatório deve ser provido de sistemas de drenagem e ladrão,
convenientemente dimensionado e independentes.
É recomendado que a reposição da capacidade efetiva seja efetuada à razão de 1
L/min por metro cúbico de reserva.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [353]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

7.8.1B – Reservatórios segundo a IT.22-CB/SP

A capacidade do reservatório deve ser mantida permanentemente.


Deve ser previsto reservatório construído conforme Figuras 7.4.
Não é permitida a utilização da reserva de incêndio pelo emprego conjugado de
reservatórios subterrâneos e elevados.
O reservatório pode ser subdividido desde que todas unidades estejam ligadas
diretamente à tubulação de sucção da bomba e tenha subdivisões em unidades mínimas de
3 m3.
O reservatório pode ser uma piscina da edificação a ser protegida, desde que
garantida a reserva efetiva permanentemente, através de uma declaração do responsável
pelo uso.
O reservatório deve ser construído em material que garanta a resistência ao fogo e
resistência mecânica.
O reservatório deve ser provido de sistemas de drenagem e ladrão,
convenientemente dimensionado e independentes.
É recomendado que a reposição da capacidade efetiva seja efetuada à razão de 1
L/min por metro cúbico de reserva.

Figura 7.4 A – Tomada superior de sucção para bomba principal.


(Fontes: ABNT / NBR 13714/2000 e IT. 22 – CB/SP)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[354] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Figura 7.4 B – Tomada lateral de sucção para bomba principal.


(Fontes: ABNT / NBR 13714/2000 e IT. 22 – CB/SP)

Figura 7.4 C – Tomada inferior de sucção para bomba principal.


(Fontes: ABNT / NBR 13714/2000 e IT. 22 – CB/SP)

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [355]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

7.8.2 - Reservatório elevado (ação da gravidade) segundo a NBR 13 714 e IT.22-


CB/SP

Quando o abastecimento é feito somente pela ação da gravidade, Figura 7.5,


o reservatório elevado deve estar à altura suficiente para fornecer as vazões e
pressões mínimas requeridas para cada sistema. Essa altura é considerada:
a) do fundo de reservatório (quando a adução for feita na parte inferior do
reservatório) até os hidrantes ou mangotinhos mais desfavoráveis considerados no
cálculo;
b) da face superior do tubo de adução (quando a adução for feita nas paredes
laterais dos reservatórios) até os hidrantes ou mangotinhos mais desfavoráveis
considerados no cálculo.
Quando a altura do reservatório elevado não for suficiente para fornecer as
vazões e pressões requeridas, para os pontos dos hidrantes ou mangotinhos mais
desfavoráveis considerados no cálculo, deve-se utilizar uma bomba de reforço, em
sistema “by pass”, para garantir as pressões e vazões mínimas para aqueles pontos.
A tubulação de descida do reservatório elevado para abastecer os sistemas
de hidrantes ou de mangotinhos deve ser provido de uma válvula de gaveta e uma
válvula de retenção, considerando-se o sentido reservatório–sistema. A válvula de
retenção deve ter passagem livre no sentido reservatório–sistema, Figura 7.5.

Figura 7.5 – Abastecimento dos hidrantes e/ou mangotinhos por gravidade.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[356] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

7.8.3 - Reservatório ao nível do solo, semi-enterrado ou subterrâneo segundo a


NBR 13 714 e IT.22-CB/SP

Nestas condições, o abastecimento dos sistemas de hidrantes ou


mangotinhos deve ser efetuado através de bombas fixas de acionamento automático.
(A IT.22-CB/SP retira do texto, ...de acionamento automático).
O reservatório deve conter uma capacidade efetiva, com o ponto de tomada
da sucção da bomba principal localizado junto ao fundo deste, conforme ilustrado
nas Figuras 7.4 (A,B,C) e Quadro 7.8.
Para o cálculo da capacidade efetiva, deve ser considerada como altura a
distância entre o nível normal da água e o nível X da água, conforme as Figuras 7.4
(A,B,C).
O nível X é calculado como o mais baixo nível, antes de ser criado um vórtice
com a bomba principal em plena carga, e deve ser determinado pela dimensão A do
Quadro 7.8.

Quadro 7.8 - Dimensões de poços de sucção.


Diâmetro nominal do
Dimensão A Dimensão B
tubo de sucção
mm mm mm

65 250 80
80 310 80
100 370 100
150 500 100
200 620 150
250 750 150

Quando o tubo de sucção D for dotado de um dispositivo antivórtice, pode-se


desconsiderar a dimensão A do Quadro 7.8.
Não se deve utilizar o dispositivo antivórtice quando a captação no
reservatório de incêndio ocorrer em posição horizontal, conforme exemplos das
Figuras 7.4 (A,B,C).
Sempre que possível, o reservatório deve dispor de um poço de sucção como
demonstrado nas Figuras 7.4 (A,B,C), e com as dimensões mínimas A e B do Quadro
7.8, respeitando-se também as distâncias mínimas com relação ao diâmetro D do
tubo de sucção.
Caso não seja previsto o poço de sucção, as dimensões mínimas A e B do
Quadro 7.8, ainda assim deverão ser previstas, não se computando como reserva de
incêndio, respeitando-se também as dimensões mínimas com relação ao diâmetro D
do tubo de sucção.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [357]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

7.9 – Bombas de incêndio segundo a NBR 13 714 e IT.22-CB/SP

Quando o abastecimento é feito por bomba de incêndio, deve possuir pelo


menos uma bomba elétrica ou de combustão interna, devendo ser utilizada para este
fim.
As dimensões das casas de bombas devem ser tais que permitam acesso em
toda volta das bombas de incêndio e espaço suficiente para qualquer serviço de
manutenção local, nas bombas de incêndio e no painel de comando, inclusive
viabilidade de remoção completa de qualquer das bombas de incêndio.
As casas de bombas quando estiverem em compartimento enterrado ou em
barriletes, deverão possui acesso no mínimo através de escadas do tipo marinheiro,
sendo que o barrilete deve possuir no mínimo 1,5 m de pé direito. (A IT.22-CB/SP
acrescentou este parágrafo).
As bombas de incêndio devem ser utilizadas somente para este fim.
As bombas de incêndio devem ser protegidas contra danos mecânicos,
intempéries, agentes químicos, fogo ou umidade.
As bombas principais devem ser diretamente acopladas por meio de luva
elástica, sem interposição de correias e correntes, possuindo a montante uma
válvula de paragem e a jusante uma válvula de retenção e outra de paragem.
A automatização da bomba principal ou de reforço deve ser executada de
maneira que, após a partida do motor seu desligamento seja somente manual no seu
próprio painel de comando, localizado na casa de bombas.
Quando a(s) bomba(s) de incêndio for(em) automatizada(s), deve ser previsto
pelo menos um ponto de acionamento manual para a(s) mesma(s), instalado em local
seguro da edificação e que permita fácil acesso.
O funcionamento automático é indicado pela simples abertura de qualquer
ponto de hidrante da instalação.
As bombas de incêndio devem atingir pleno regime em aproximadamente 30
segundos após a sua partida.
As bombas de incêndio, preferencialmente, devem ser instaladas em
condição de sucção positiva. Esta condição é conseguida quando a linha do eixo da
bomba se situa abaixo do nível X de água. Admite-se que a linha de centro do eixo
da bomba se situe 2 m acima do nível X de água, ou a 1/3 da capacidade efetiva do
reservatório, o que for menor, acima do que é considerada condição de sucção
negativa, Figura 7.6.
A capacidade das bombas principais, em vazão e pressão, é suficiente para
manter a demanda do sistema de hidrantes e mangotinhos, de acordo com os
critérios adotados.
Não é recomendada a instalação de bombas de incêndio para pressões
superiores a 100 mca (1Mpa).
Quando for necessário, manter a rede do sistema de hidrantes ou de
mangotinhos devidamente pressurizada em uma faixa preestabelecida e, para

Por: Evaldo Miranda Coiado


[358] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

compensar pequenas perdas de pressão, uma bomba de pressurização (jockey) deve


ser instalada; tal bomba deve ter vazão máxima de 20 L/min.
A pressão máxima de operação da bomba de pressurização (jockey) instalada
no sistema deve ser igual à pressão da bomba principal, medida sem vazão (shut-
off). Recomenda-se que o diferencial de pressão entre os acionamentos seqüenciais
das bombas seja de aproximadamente 10 mca (100 kPa).
As automatizações da bomba de pressurização (jockey) para ligá-la e desligá-
la automaticamente e da bomba principal para somente ligá-la automaticamente
devem ser feitos através de pressostatos instalados conforme apresentado na Figura
7.7 e ligados nos painéis de comando e chaves de partida dos motores de cada
bomba.
O painel de sinalização das bombas principal ou de reforço, elétrica ou de
combustão interna, deve ser dotado de uma botoeira para ligar manualmente tais
bombas, possuindo sinalização ótica e acústica, indicando pelo menos os seguintes
eventos:
• Bomba elétrica:
a) painel energizado;
b) bomba em funcionamento;
c) falta de fase;
d) falta de energia no comando da partida.
• Bomba de combustão interna:
a) painel energizado;
b) bomba em funcionamento;
c) baixa carga da bateria; e
d) chave na posição manual ou painel desligado.

As bombas principais devem ser dotadas de manômetro para determinação


da pressão em sua descarga. Nos casos em que foram instaladas em condição de
sucção negativa, deverão também ser dotadas de manovacuômetro para
determinação da pressão em sucção.
As edificações que tenham áreas de risco destinadas à produção,
manipulação, armazenamento, transferência e distribuição de gases e líquidos
inflamáveis ou combustíveis, tendo a(s) bomba(s) de incêndio dos hidrantes
atendendo a sistemas de resfriamento de líquidos e gases combustíveis ou
inflamáveis e/ou sistemas de proteção por espuma, é obrigatória a instalação de
duas bombas de incêndio, sendo uma elétrica e a outra, movida com motor à
explosão (não sujeita à automatização); ambas as bombas deverão possuir as
mesmas características de vazão e pressão. (A IT.22-CB/SP acrescentou este
parágrafo).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [359]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Figura 7.6 – Condição positiva de sucção da bomba de incêndio.


Fontes: ABNT / NBR 13714/2000 e IT. 22 – CB/SP)

Figura 7.7 – Cavalete de automação das bombas principais e de pressurização


(Fontes: ABNT / NBR 13714/2000 e IT. 22 – CB/SP)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[360] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

7.10 – Bombas de incêndio acopladas a motores elétricos segundo a


NBR 13 714 e IT.22-CB/SP

A alimentação elétrica das bombas de incêndio deve ser independente do


consumo geral, de forma a permitir o desligamento geral da energia, sem prejuízo do
funcionamento do motor da bomba de incêndio.
Na falta de energia da concessionária, as bombas de incêndio acionadas por
motor elétrico podem ser alimentadas por um gerador diesel.
A entrada de força para a edificação a ser protegida deve ser dimensionada
para suportar o funcionamento das bombas de incêndio em conjunto com os demais
componentes elétricos da edificação, a plena carga.
Deve ser instalado um sistema de supervisão elétrica, de modo a detectar
qualquer falha nas instalações elétricas da edificação, que possa interferir no
funcionamento das bombas de incêndio. (Exigência somente da NBR 13 714/2000).
As chaves elétricas de alimentação das bombas de incêndio devem ser
sinalizadas com a inscrição “ALIMENTAÇÃO DA BOMBA DE INCÊNDIO –NÃO
DESLIGUE”.
Os fios elétricos de alimentação do motor das bombas de incêndio, quando
dentro da área protegida pelo sistema de hidrantes devem ser protegidos contra
danos mecânicos e químicos, fogo e umidade.
Nos casos em que houver a necessidade de instalação da bomba de reforço,
o funcionamento desta bomba deverá ser automático, através da chave de alarme e
fluxo, com retardo, e a instalação deverá ser conforme esquematizado na Figura 7.8.
(A IT.22/CB/SP, altera o verbo deverá por poderá).
A bomba de pressurização (jockey) pode ser sinalizada apenas com recurso
ótico, indicando bomba em funcionamento.
Cada bomba principal ou de reforço deve possuir uma placa de identificação
com as seguintes características:
a) nome do fabricante;
b) número de série;
c) modelo da bomba;
d) vazão nominal;
e) pressão nominal;
f) rotações por minutos de regime;
g) diâmetro do rotor.
Os motores elétricos também devem ser caracterizados através de placa de
identificação, exibindo:
a) nome do fabricante;
b) tipo;
c) modelo;
d) número de série;
e) potência, em CV;
f) rotações por minuto sob a tensão nominal;
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [361]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

g) tensão de entrada em volts;


h) corrente de funcionamento, ampéres; e
i) freqüência, em hertz.
O painel de comando para proteção e partida automática do motor da bomba
de incêndio deve ser selecionado de acordo com a potência em CV do motor .
A partida do motor elétrico deve estar de acordo com as recomendações da
NBR 5410/97 ou da concessionária local.
O sistema de partida deve ser do tipo magnético.
O período de aceleração do motor não deve exceder 10 segundos.
O painel deve ser localizado o mais próximo possível do motor da bomba de
incêndio e convenientemente protegido contra respingos de água e penetração de
poeira.
O painel deve ser fornecido com os desenhos dimensionais, leiaute, diagrama
elétrico, régua de bornes, diagrama elétrico interno e listagem dos materiais
aplicados.
Todos os fios devem ser anilhados, de acordo com o diagrama elétrico
correspondente.
O alarme acústico do painel deve ser tal que, uma vez cancelado por botão
de impulso, volte a funcionar normalmente quando surgir um novo evento.

Figura 7.8 – Esquema de instalação de bomba de reforço abastecendo os pontos de


hidrantes/mangotinhos mais desfavoráveis hidraulicamente.
(Fontes: ABNT / NBR 13714/2000 e IT. 22 – CB/SP)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[362] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

O sistema de proteção dos motores elétricos deve ser conforme a NBR


5410/97.
Para se evitar o superaquecimento da bomba principal, quando estiver
funcionando sem vazão, um fluxo contínuo de água dever ser previsto, através de
uma tubulação de 6 mm ou placa de orifício de 6 mm, derivada da voluta da bomba e
com retorno preferencialmente para o reservatório ou tanque de escorva, Figura 7.9.
(Segundo a NBR 13 714/2000)
As bombas de incêndio com vazão nominal acima de 600 l/min deverão dispor
de um fluxo contínuo de água através de uma tubulação de 6 mm ou placa de orifício
de 6mm, derivada da voluta da bomba e com retorno preferencialmente para o
reservatório ou tanque de escorva, Figura 7.9, a fim de se evitar o superaquecimento
das mesmas. (Segundo a IT.22-CB/SP).
As bombas de incêndio dos sistemas de hidrantes e de mangotinhos podem dispor
de dispositivos para acionamento automático ou manual, (Segundo a IT.22-CB/SP).
Quando o acionamento for manual devem ser previstas botoeiras do tipo “liga-
desliga”, junto a cada hidrante ou mangotinho, (Segundo a IT.22-CB/SP).
Nos casos em que houver necessidade de instalação de bomba de reforço,
conforme especificado no item 7.8.2, sendo a bomba de reforço acionada por botoeira do
tipo “liga-desliga”, para os pontos de hidrantes ou mangotinhos que atendam as pressões e
vazões mínimas requeridas em função da ação da gravidade, pode ser dispensado as
botoeiras junto a estes hidrantes ou mangotinhos, devendo ser demonstrado nos cálculos
hidráulicos e detalhe isométrico da rede, (Segundo a IT.22-CB/SP).
Os condutores elétricos das botoeiras devem ser protegidos contra danos
físicos e mecânicos através de eletrodutos rígidos embutidos nas paredes, ou quando
aparentes em eletrodutos metálicos, não devendo passar em áreas de risco, (Segundo a
IT.22-CB/SP).
As bombas de incêndio não podem ser instaladas em salas que contenham
qualquer outro tipo de máquina ou motor, exceto quando estes últimos se destinem a
sistemas de proteção e combate a incêndio que utilizem a água como agente de
combate, (Segundo a IT.22-CB/SP).
É permitida a instalação de bombas de incêndio com as sucções acima do nível de
água, desde que atenda os seguintes requisitos (ver Figura 7.10), (Segundo a IT.22-
CB/SP):
a) ter a sua própria tubulação de sucção;
b) ter a válvula de pé com crivo no extremo da tubulação de sucção;
c) ter meios adequados que mantenham a tubulação de sucção sempre cheia de
água;
d) o volume do reservatório de escorva e o diâmetro da tubulação que abastece a
bomba de incêndio devem ser para o sistema do Tipo 1 no mínimo de 100 litros e diâmetro
de 19 mm respectivamente e, para sistemas do Tipo 2 e 3 no mínimo de 200 litros e
diâmetro de 19mm;

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [363]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

e) o reservatório de escorva deve ter seu abastecimento por outro reservatório


elevado e possuir de forma alternativa abastecimento pela rede pública de água da
concessionária local.

7.11 - Bombas acopladas a motores de combustão interna segundo a


NBR 13714 e IT.22-CB/SP

O motor a combustão deve ser instalado em ambiente cuja temperatura não


seja, em qualquer hipótese, inferior à mínima recomendada pelo fabricante, ou
dotado de sistema de preaquecimento permanentemente ligado.
São dotados de injeção direta de combustível por bomba injetora ou de ar
comprimido, para a partida.
São dotados de sistema de arrefecimento por ar ou água, não sendo
permitido o emprego de ar comprimido.
A aspiração de ar para combustão pode ser natural ou forçada (turbo).
Dispõe de controlador de rotação, o qual deve manter a rotação nominal,
tolerada uma faixa de + 10% seja qual for a carga.

Figura 7.9 – Arrefecimento da bomba principal elétrica.


(Fontes: ABNT / NBR 13714/2000 e IT. 22 – CB/SP)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[364] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Figura 7.10 – Instalação de bombas de incêndio com as sucções acima do nível de


água (bomas não afogadas)
(Fonte: IT.22-CB/SP).

Dispõe de meios de operação manual, de preferência no próprio motor, o qual


volta sempre à posição normal.
As bombas de incêndio devem ter condição de operar a plena carga, no local
onde forem instaladas, durante 6 horas ininterruptas, sem apresentar quaisquer
avarias.
Os sistemas de refrigeração aceitáveis devem ser os seguintes:
• a) A injeção direta de água, da bomba para o bloco do motor, de acordo com
as especificações do fabricante. A saída de água de resfriamento deve
passar no mínimo 15 cm acima do bloco do motor e terminar em um ponto
onde possa ser observada sua descarga.
• b) Por trocador de calor, vindo água fria diretamente da bomba específica
para este fim, com pressões limitadas pelo fabricante do motor. A saída de
água do trocador também deve ser posicionada conforme item o item, a).
• c) Por meio de radiador no próprio motor, sendo o ventilador acionado
diretamente pelo motor ou por intermédio de correias, as quais devem ser
múltiplas .
• Por meio de ventoinhas ou ventilador, acionado diretamente pelo motor ou
por correias, as quais devem ser múltiplas.
A entrada de ar para a combustão deve ser provida de um filtro adequado.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [365]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

O escapamento dos gases do motor deve ser provido de silencioso, de acordo


com as especificações do fabricante, sendo direcionados para serem expelidos fora
da casa de bombas, sem chances de retornar ao seu interior.
O tanque de combustível do motor deve ser montado de acordo com as especificações
do fabricante e deve conter um volume de combustível suficiente para manter o conjunto
moto-bomba operando a plena carga durante o tempo de no mínimo duas vezes o tempo de
funcionamento dos abastecimentos de água, para cada sistema existente na edificação.
Deve ser instalada, sob o tanque, uma bacia de contenção com volume mínimo de uma vez
e meia a capacidade do tanque de combustível.
Existindo mais de um motor a explosão, cada um deve ser dotado de seu próprio
tanque de combustível, com suas respectivas tubulações de alimentação para bomba
injetora.
O motor a explosão deve possuir uma placa de identificação com as seguintes
características:
a) nome do fabricante;
b) tipo;
c) modelo;
d) número de série;
e) potência em CV, considerando o regime contínuo de funcionamento; e
f) rotações por minuto nominal.
Um painel de comando deve ser instalado no interior da casa de bombas,
indicando bomba em funcionamento e sistema automático desligado (chave seletora
na posição manual).
As baterias do motor a explosão, localizadas na casa de bombas, devem ser
mantidas carregadas por um sistema de flutuação automática, por meio de um
carregador duplo de baterias. O sistema de flutuação deve ser capaz de atender,
independente, aos dois jogos de baterias (principal e reserva).
O sistema de flutuação automática deve ser capaz de carregar uma bateria
descarregada em até 24 horas, sem que haja danos às suas placas, determinando
ainda, por meio de amperímetros e voltímetros, o estado de carga de cada jogo de
baterias.
Nos casos em que houver apenas uma bomba de incêndio, por motor à
explosão, o sistema de partida deve ser sempre automático.

7.12 - Casos de isenção de sistemas de hidrantes e de mangotinhos


segundo a IT.22-CB/SP

Podem ser considerados casos especiais de isenção de sistemas de


hidrantes e de mangotinhos as áreas das edificações com as seguintes ocupações:
• Áreas exclusivamente destinadas a processos industriais com carga de
incêndio igual ou inferior a 100 MJ/m 2 ;

Por: Evaldo Miranda Coiado


[366] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

• Depósitos de materiais incombustíveis, tais como: cimento, cal, metais,


cerâmicas, agregados e água, desde que, quando embalados, a carga de
incêndio calculada de acordo com a Instrução Técnica nº 14/01 não
ultrapasse 100MJ/m²;
• Ginásios poliesportivos e piscinas cobertas, desde que não utilizados para
outros eventos que não atividades esportivas e desde que as áreas de apoio
não ultrapassem 750 m 2 ; e
• Processos industriais com altos fornos onde o emprego de água seja
desaconselhável.
Fica isenta a instalação de pontos de hidrantes ou de mangotinhos em edículas,
mezaninos, escritórios em andar superior, porão e subsolo de até 200 m² ou nos pavimentos
superiores de apartamentos “duplex” ou “triplex”, desde que o caminhamento máximo
adotado seja o comprimento estabelecido no Quadro 7.4B, e que o hidrante ou mangotinho
do pavimento mais próximo assegure sua proteção e o acesso aos locais citados não seja
através de escada enclausurada.
Fica isenta a instalação de pontos de hidrantes ou de mangotinhos em zeladorias,
localizadas nas coberturas de edifícios, com área inferior a 70 m², desde que o
caminhamento máximo do hidrante ou mangotinho seja o estabelecido no Quadro 7.4B e o
hidrante ou mangotinho do pavimento inferior assegure sua proteção.

7.13 – Dimensionamento de Sistemas de Hidrantes e ou Mangotinhos por


gravidade utilizando a IT.22-CB/SP

7.13 1 – Formulação

Considere, na Figura 7.11, os dois hidrantes desfavoráveis hidraulicamente.


A pressão no ponto (1), expressa em (mca), é calculada por:

H 1 = H 1' + ∆H c + ∆H m (7.7)

Na qual:
H1’ = perda de carga no bocal/requinte do último pavimento tipo;
∆Hc = perda de carga total na canalização devida à vazão Q1;
∆Hm = perda de carga na mangueira devida à vazão Q1.

V12 8.Q12
H '1' = k req. = k req. (7.8)
2.g g .π 2 .Dr4

8. f c .LT .Q12
∆H c = 2 5 (7.9)
π .Dc .g
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [367]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

∆H m = Ψ.Q12 .Lm (7.10)

Na quais:
kreq. = coeficiente de perda de carga no requinte, obtido do Quadro 7.9 em função do
diâmetro do requinte;
Q1 = vazão mínima no hidrante mais desfavorável hidraulicamente, em (m3/s);
Dr = diâmetro do requinte, em (m);
g = aceleração da gravidade = 9,81 m/s2;
fc = coeficiente de perda de carga da Equação Universal de Perda de Carga, obtido
dos Quadros 7.11;
LT = comprimento total, em (m), sendo a soma dos comprimentos reais da
canalização e dos comprimentos equivalentes das conexões, obtidos do Quadro 3.12,
Capítulo 3;
Lm = comprimento, em (m) da mangueira;
Dc = diâmetro interno da canalização, em (m);
Ψ= coeficiente, obtido do Quadro 7.10, em função do diâmetro e do tipo de
mangueira.

Figura 7.11 – Esquema dos dois hidrantes hidraulicamente desfavorável.

A pressão no ponto (1), expressa em (mca), pode também ser calculada em relação
ao reservatório elevado utilizando a seguinte equação:

Por: Evaldo Miranda Coiado


[368] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

H 1* = Z 0−1 − ∆H c (7.11)

Na qual:
Z0-1 = diferença das cotas do fundo do reservatório, ponto (0), e do ponto (1), quando
a adução for feita na parte inferior do reservatório. Ou igual à diferença das cotas da face
superior do tubo de adução, ponto (0), e do ponto (1), quando a adução for feita nas paredes
laterais do reservatório.
∆Hc = perda de carga total na canalização que une o ponto (0) e o ponto (1) devida à
soma das vazões: (Q1 + Q2);

A vazão (Q2) no segundo hidrante mais desfavorável pode ser calculado por:

H 1 + Z1−2
Q2 =
8 8. f c .LT (7.12)
k req. + 2 51− r 2 + Ψ.Lm
g.π .Dr π .Dc .g
2 4

A pressão, expressa em (mca) na entrada no bocal, pode ser calculada por:

V22 8.Q22
H 2' = k req. = k req. (7.13)
2.g g .π 2 .Dr4

7.13.2 – Procedimentos de cálculo

Passo 1:
Selecionar do Quadro 7.4B, a vazão mínima (Q1) no hidrante mais desfavorável,
(hidrante do último pavimento tipo), para o sistema exigido.

Passo 2:
Calcular a pressão no ponto (1), (= H1), utilizando as Equações de (7.7 a 7.10), para
o diâmetro mínimo da canalização igual a DN65 (2.1/2”) e diâmetro da mangueira do sistema
exigido.

Passo 3:
Calcular a pressão na entrada do bocal (H1’ ), utilizando a Equação (7.8).

Passo 4:
Calcular a vazão (Q2) utilizando a Equação (7.12).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [369]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Passo 5:
Calcular a pressão na entrada do bocal/requinte (H2’), utilizando a Equação (7.13).

Passo 6:
Somar (Q1 + Q2) e calcular a pressão no ponto (1), (= H1*), utilizando a Equação
(7.11).

Passo 7:
Se H1 ≤ H1*, fim do procedimento;
Se H1 > H1*, aumentar o diâmetro do trecho (L0-1) para DN78 (3”) e repetir os
procedimentos (Passos de 1 a 6),
Se persistir que H1 > H1*, então utilize uma bomba de incêndio.

Passo 8:
Caso H1 ≤ H1*, então verifique se as seguintes exigências da IT.22-CB/SP:
a) Se as velocidades em todos os trechos são inferiores ou igual a 5 m/s;
b) Se as pressões dinâmicas nas entradas dos esguichos não ultrapassam duas
vezes daquela obtida no esguicho mais desfavorável hidraulicamente.

7.14 – Dimensionamento de Sistemas de Hidrantes e ou Mangotinhos


utilizando bomba de incêndio

Passo 9:
Para o caso de se persistir que H1 > H1*, então desenvolva os passos de 1 a 7, do
item anterior, considerando o diâmetro mínimo da canalização DN65 (2.1/2”).

Passo 10:
Com a vazão QB=(Q1 + Q2) e o diâmetro DN65 (2.1/2”) calcule a perda de carga na
linha de recalque da bomba de incêndio (∆Hr).
Com a vazão QB=(Q1 + Q2) e o diâmetro DN78 (3”) calcule a perda de carga na linha
de sucção da bomba de incêndio (∆Hs).

Passo 11:
Calcule a altura manométrica da bomba utilizando a seguinte equação:

H m = H 1 + ∆H s + ∆H r − Z 0−1 (7.14)

Passo 12:
Calcule a potência da bomba utilizando a equação seguinte:

Por: Evaldo Miranda Coiado


[370] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

γ .QB .H m
PB = (7.15)
75.η B

Passo 13:
Calcule a potencia do motor elétrico utilizando:

PM = PB + FOLGA (7.16)

Para a determinação da FOLGA, consulte o Quadro 3.18 do Capítulo 3.

Passo14:
Verifique se as seguintes exigências da IT.22-CB/SP:
a) Se as velocidades em todos os trechos são inferiores ou igual a 5 m/s;
b) Se as pressões dinâmicas nas entradas dos esguichos não ultrapassam duas
vezes daquela obtida no esguicho mais desfavorável hidraulicamente;
c) Se a velocidade média de escoamento na linha de sucção da bomba não
ultrapassa 2 m/s (bomba não afogada), ou 3 m/s (bomba afogada).

Quadro 7.9 – Coeficientes de perda de carga no requinte (kreq.)


Diâmetro do requinte
kreq.
(mm)
13 1,18
16 2,70
19 5,37
25 16,09

Quadro 7.10 – Valores do coeficientes (Ψ) da Equação 7.10.


Dm Mangueira de lona Mangueira de lona
sem borracha com borracha
(mm) Ψ Ψ
25 132 564,9 105 085,1
32 51 736,1 34 957,9
40 21 204,4 12 877,4
65 3 218,5 943,8

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [371]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Quadro 7.11a- Fator (C) de Hazen Williams e coeficiente de perda de carga (fc) da Equação
Universal de Perda de Carga para tubos de ferro fundido e aço novo.
Anos Coef. Diâmetros em (mm) e em (polegadas)
de Q C Valores
L/min 50 63 75 100 150 200
uso f Médios
(2”) (2.1/2”) (3”) (4”) (6”) (8”)
C 130 130 130 130 130 130 130
80
f 0,029 0,030 0,031 0,032 0,033 0,035 0,032
C 130 130 130 130 130 130 130
100
f 0,028 0,029 0,030 0,031 0,032 0,034 0,031
C 130 130 130 130 130 130 130
130
f 0,028 0,029 0,030 0,031 0,032 0,034 0,031
zero
C 130 130 130 130 130 130 130
200
f 0,025 0,026 0,027 0,028 0,029 0,030 0,028
C 130 130 130 130 130 130 130
400
f 0,023 0,023 0,024 0,025 0,026 0,027 0,025
C 130 130 130 130 130 130 130
600
f 0,021 0,022 0,022 0,023 0,025 0,026 0,023
Valores C 130 130 130 130 130 130 130
médios f 0,026 0,027 0,027 0,028 0,030 0,031 0,028

Quadro 7.11b- Fator (C) de Hazen Williams e coeficiente de perda de carga (fc) da Equação
Universal de Perda de Carga para tubos de ferro fundido e aço considerando o
envelhecimento de 10 anos.
Anos Coef. Diâmetros em (mm) e em (polegadas)
de Q C Valores
L/min 50 63 75 100 150 200 Médios
uso f (2”) (2.1/2”) (3”) (4”) (6”) (8”)
C 104 105 105 106 108 109 106
80
f 0,044 0,044 0,045 0,046 0,047 0,048 0,046
C 104 105 105 106 108 109 106
100
f 0,042 0,043 0,044 0,045 0,046 0,047 0,045
C 104 105 105 106 108 109 106
130
f 0,038 0,041 0,042 0,043 0,044 0,045 0,042
10
C 104 105 105 106 108 109 106
200
f 0,038 0,039 0,039 0,040 0,041 0,042 0,040
C 104 105 105 106 108 109 106
400
f 0,034 0,035 0,036 0,036 0,037 0,038 0,036
600 C 104 105 105 106 108 109 106
f 0,032 0,033 0,034 0,034 0,035 0,035 0,034
Valores C 104 105 105 106 108 109 106
médios f 0,038 0,039 0,040 0,041 0,042 0,043 0,041

Por: Evaldo Miranda Coiado


[372] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Quadro7.11c- Fator (C) de Hazen / Williams e coeficiente de perda de carga (fc) da Equação
Universal de Perda de Carga para tubos de ferro fundido e aço considerando o
envelhecimento de 15 anos.
Anos Coef. Diâmetros em (mm) e em (polegadas)
de Q C Valores
L/min 50 63 75 100 150 200
uso f Médios
(2”) (2.1/2”) (3”) (4”) (6”) (8”)
C 94 95 96 98 99 101 97
80
f 0,053 0,053 0,054 0,054 0,055 0,055 0,054
C 94 95 96 98 99 101 97
100
f 0,051 0,052 0,052 0,052 0,053 0,053 0,052
C 94 95 96 98 99 101 97
130
f 0,046 0,050 0,050 0,050 0,051 0,051 0,050
15
C 94 95 96 98 99 101 97
200
f 0,046 0,046 0,047 0,047 0,048 0,048 0,047
C 94 95 96 98 99 101 97
400
f 0,041 0,042 0,042 0,042 0,043 0,043 0,042
C 94 95 96 98 99 101 97
600
f 0,039 0,039 0,040 0,040 0,041 0,041 0,040
Valores C 94 95 96 98 99 101 97
médios f 0,046 0,047 0,048 0,048 0,049 0,049 0,048

Quadro 7.11.d - Fator (C) de Hazen / Williams e coeficiente de perda de carga (fc) da
Equação Universal de Perda de Carga para tubos de ferro fundido e aço considerando o
envelhecimento de 20 anos.
Anos Coef. Diâmetros em (mm) e em (polegadas)
de Q C Valores
50 63 75 100 150 200
uso L/min f Médios
(2”) (2.1/2”) (3”) (4”) (6”) (8”)
C 85 86 88 89 92 93 89
80
f 0,064 0,064 0,063 0,064 0,063 0,064 0,064
C 85 86 88 89 92 93 89
100
f 0,061 0,062 0,061 0,062 0,061 0,062 0,062
C 85 86 88 89 92 93 89
130
f 0,055 0,059 0,058 0,059 0,059 0,060 0,058
20
C 85 86 88 89 92 93 89
200
f 0,055 0,056 0,055 0,056 0,055 0,056 0,056
C 85 86 88 89 92 93 89
400
f 0,050 0,050 0,049 0,050 0,050 0,050 0,050
C 85 86 88 89 92 93 89
600
f 0,047 0,047 0,046 0,047 0,047 0,048 0,047
Valores C 85 86 88 89 92 93 89
médios f 0,055 0,056 0,056 0,056 0,056 0,057 0,056
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [373]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Exemplo prático 7.1

Um edifício de apartamentos residenciais com 5 pavimentos tipos, um térreo (garagem), e


uma cobertura (casa de máquinas, caixa d’água, e etc.) medindo, cada pavimento, 16 m por
14 m, e pé direito de 2,80m, laje 0,20m, conforme Figura 7.12. Dimensione os Sistemas de
Proteção Contra Incêndio utilizando:
a) – Extintores de incêndio;
b) – Hidrantes/Mangotinhos.

Figura 7.12
Por: Evaldo Miranda Coiado
[374] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Solução:
a) Extintores de Incêndio
Informações:
5 pavimentos tipo;
1 pavimento térreo (garagem);
1 pavimento cobertura (casa de máquinas);

- Cada pavimento mede: 16 x 14 m = 224 m2

a1) Classificação: (IT 14/01- CB/SP – ANEXO B)


- Apartamentos [A2] → 300 MJ/m2 (pavimento tipo)
- Estacionamento [G1/G2] → 200 MJ/m2 (pavimento térreo)
- Motores Elétricos [I1] → 300 MJ/m2 (cobertura)
Da Tabela A3 (ANEXO A), tem-se para os três pavimentos RISCO BAIXO.
Respostas: Para Risco Baixo: 1 unidade extintora a cada 500 m2; e operador não percorra
mais que 25 m.
Segundo a IT 21/01-CB/SP:

Cada pavimento deve possuir, 1 para incêndio classe A → água/gás: 2A (10 litros)
no mínimo, 2 unidades extintoras: 1 para incêndio classe B e C → CO2: 5B (6 Kg)

Térreo (garagem): 1 unidade 2A (10 litros);


1 unidade 5B (6 Kg)

Cobertura (casa de máquinas): 1 unidade 2A (10 litros);


1 unidade 5B (6 Kg).

Pavimento Tipo: 1 unidade 2A (10 litros)


1 unidade 5B (6 Kg)

b) Hidrantes
b1) Definição do tipo de sistema e distribuição dos hidrantes [Consultar item 7.6.1].
Informações:
Lm = 15 m;
Área total : (14 x.16) x 7 = 1568 m2 > 750 m2;
Do Quadro 7.5-B, para áreas até 2500 m2 e classificações A2, G1/G2, I1 → pode-se utilizar
Sistema tipo 1 ou Sistema tipo 2;
Optou-se pelo Sistema tipo 2 de acordo com a IT.22-CB/SP.
b2) Dimensionamento: considerar 2 hidrantes hidraulicamente desfavoráveis [Consultar item
7.6.1]
Equações:

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [375]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

H 1 = H 1' + ∆hc + ∆hm (7.7)


8.Q12
H 1' = k req. . (7.8)
g.π 2 .Dr4

8. f c .LT .Q12
∆hc = (7.9)
g.π 2 .Dc5

∆hm = Ψ.Q12 .Lm (7.10)

Informações técnicas do Sistema Tipo 2:


Dr = 13 mm → Quadro 7.9 → kreq. = 1,18;
Dm = 40 mm → Quadro 7.10 →Ψ = 21204,4 (lona sem borracha);
Canalização (20 anos) → DN65 = 2.1/2”; para Q = 130 L/min então fc = 0,059.

Procedimentos:

Passo1: Q1 = 130 L/min (0,002167 m3/s); DN65 (2.1/2”); Di =63 mm.


Passo 2: Pressão no ponto (1)
Peças Comprimentos equivalente e virtual em (m)
1 Te saída de lado (2.1/2”) 4,3
1 registros de ângulo (2.1/2”) 10,0
1 redução (2.1/2”) p/ (1.1/2”) 0,48
ΣLe = 14,78
ΣLr = 0,40
Lv= 15,18

 1,18.8 8.0,059.15,18 
H1 =  + + 21204,4.15,0 .0,002167 2
 9,81.π 2
. 0,013 4
9,81 .π 2
. 0, 0635

H1 = 17,9 mca

'
Passo 3: Calculo da pressão na entrada do primeiro bocal ( H 1 )
8.Q12 8.0,002167 2
H 1' = k req. . = 1,18.
g.π .Dr
2 4
9,81.π 2 .0,0134

H 1' = 16,03 mca (Pavimento Tipo 5)

Por: Evaldo Miranda Coiado


[376] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Passo 4: Calculo da vazão Q2 (segundo hidrante desfavorável)


Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)
1 Te passagem direta (2.1/2”) 1,3
1 Te saída de lado (2.1/2”) 4,3
1 registros de ângulo (2.1/2”) 10,0
1 redução (2.1/2”) p/ (1.1/2”) 0,48
ΣLe = 16,08
ΣLr = 3,40
Lv= 19,48

17,9 + 3,0
Q2 = = 0,002335 m3/s = 140,1 L/min
1,18.8 8.0,059.19,48
+ + 21204,4.15,0
9,81.π 2 .0,0134 9,81.π 2 .0,0635

'
Passo 5: Calculo da pressão na entrada do segundo bocal ( H 2 )

8.Q12 8.0,0023352
H 2' = k req. . = 1,18. = 18,61 mca (Pavimento Tipo 4)
g.π 2 .Dr4 9,81.π 2 .0,0134

Passo 6:
Q1 + Q2 = 0,002167 + 0,002335 = 0,004502 m3/s = 270,1 L/min → fc = 0,056 (Consulte
Quadro 7.11.d.
*
Calculo de H 1 :
H 1* = Z 0−1 − ∆H c

Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)


1 entrada normal (2.1/2”) 0,9
1 registro de gaveta (2.1/2”) 0,4
1 cotovelo 900 RC (2.1/2”) 2,0
1 Te saída de lado (2.1/2”) 4,3
1 válvula de retenção pesada (2.1/2”) 8,1
ΣLe = 15,7
ΣLr = 22,1
Lv= 37,8

8.0,056.37,8.0,004502 2
H 1* = 21,5 −
9,81.π 2 .0,0635
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [377]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

H1* = 21,5 − 3,57 = 17,93 mca

*
Passo 7: Uma vez que H 1 >H1, fim do procedimento.

Passo 8: Verificações [V ≤ 5,0 m/s, e pressões nas entradas dos esguichos têm que ser
menores que (2 x 16,03 = 32,06 mca.)].

Velocidades:

4.Q 4.Q
V= = = 320,8.Q
π .Di π .0,063 2
2

Para Q1 = 130 L/min = 0,002167 m3/s, obtém-se V1 = 0,70 m/s < 5,0 m/s.
Para Q2 = 140,1 L/min = 0,002335 m3/s, obtém-se V2 = 0,75 m/s < 5,0 m/s.
Para Q1 + Q2 = 270,1 L/min = 0,004502 m3/s, obtém-se V2 = 1,44 m/s < 5,0 m/s.

Pressões nas entradas dos requintes (esguichos):


Requinte desfavorável, (Pavimento Tipo 5): Pressão dinâmica = 16,03 mca
Requinte desfavorável, (Pavimento Tipo 4): Pressão dinâmica = 18,61 mca < 32,06 mca.
Requinte, (Pavimento Tipo 3):
Lv = 19,48 + 3,0 +1, 3 = 23,78 m
Na qual: Z = 3,0m (distância vertical entre dois hidrantes)
1,3 m (comprimento equivalente do Tê passagem direta de 2.1/2”)

17,9 + 6,0
Q3 = = 0,00249 m3/s = 149,6 L/min
1,18.8 8.0,056.23,78
+ + 21204,4.15,0
9,81.π 2 .0,0134 9,81.π 2 .0,0635

8.0,00249 2
H 3' = 1,18. = 21,17 mca < 32,06 mca.
9,81.π 2 .0,0134

Para Q3 = 149,6 L/min = 0,00249 m3/s, obtém-se V3 = 0,80 m/s < 5,0 m/s.

Requinte, (Pavimento Tipo2):


Lv = 23,78 + 3,0 +1, 3 = 28,08 m

Por: Evaldo Miranda Coiado


[378] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

17,9 + 9,0
Q4 = = 0,00264 m3/s = 158,4 L/min
1,18.8 8.0,056.28,08
+ + 21204,4.15,0
9,81.π 2 .0,0134 9,81.π 2 .0,0635

8.0,00264 2
H 4' = 1,18. = 23,8 mca < 32,06 mca.
9,81.π 2 .0,0134

Para Q4 = 149,6 L/min = 0,00264 m3/s, obtém-se V4 = 0,85 m/s < 5,0 m/s.

Requinte, (Pavimento Tipo 1):


Lv = 28,08 + 3,0 +1, 3 = 32,38 m

17,9 + 12,0
Q5 = = 0,00277 m3/s = 166,2 L/min
1,18.8 8.0,056.32,38
+ + 21204,4.15,0
9,81.π 2 .0,0134 9,81.π 2 .0,0635

8.0,00277 2
H 5' = 1,18. = 26,19 mca < 32,06 mca.
9,81.π 2 .0,0134

Para Q5 = 166,2 L/min = 0,00277 m3/s, obtém-se V5 = 0,89 m/s < 5,0 m/s.

Requinte, (Pavimento Térreo):


Lv = 32,38 + 3,0 +1, 3 = 36,68 m

17,9 + 15,0
Q6 = = 0,00290 m3/s = 174,2 L/min
1,18.8 8.0,056.36,68
+ + 21204,4.15,0
9,81.π 2 .0,0134 9,81.π 2 .0,0635

8.0,00290 2
H 6' = 1,18. = 28,71 mca < 32,06 mca.
9,81.π 2 .0,0134

Para Q5 = 174,2 L/min = 0,00290 m3/s, obtém-se V5 = 0,93 m/s < 5,0 m/s.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [379]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Exemplo prático 7.2

Um edifício de apartamentos residenciais com 5 pavimentos tipo, um térreo (garagem), e


uma cobertura (casa de máquinas, caixa d’água, e etc.) medindo, cada pavimento, 16 m por
14 m, e pé direito de 2,80m, laje 0,20m, conforme Figura 7.13. Dimensione o Sistema de
Proteção Contra incêndio utilizando hidrantes/mangotinhos.

Figura 7.13
Por: Evaldo Miranda Coiado
[380] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Solução:
Exceto as distâncias dos fundos dos reservatórios em relação à última laje, observam-se
semelhanças entre a Figura 7.12, do Exemplo prático 7.1, e a Figura 7.13, do Exemplo
prático 7.2, portanto, também no Exemplo prático 7.2, para que os dois hidrantes
desfavoráveis sejam atendidos com vazões iguais ou superior a 130 L/min, a pressão no
ponto (1) tem que ser igual ou superior a 17,9 mca, calculada seguindo os passos de 1 a 5.

Passo 6 a 9:
Q1 + Q2 = 0,002167 + 0,002335 = 0,004502 m3/s = 270,1 L/min → fc = 0,056 (Consulte
Quadro 7.11.d).
*
Calculo de H 1 :
H 1* = Z 0−1 − ∆H c

Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)


Diâmetro 2.1/2” (63 mm) 3” (75 mm)
1 entrada normal 0,9 1,1
1 registro de gaveta 0,4 0,5
1 cotovelo 900 RC 2,0 2,5
1 Te saída de lado 4,3 5,2
1 válvula de retenção pesada 8,1 9,7
ΣLe = 15,7 19,0
ΣLr = 5,1 5,1
Lv= 20,8 24,1

Para canalização de 2.1/2”:


8.0,056.20,8.0,004502 2
H 1* = 4,5 −
9,81.π 2 .0,0635

H 1* = 4,5 − 1,97 = 2,53 mca < 17,9 mca, (necessitará de bombeamento)

Para canalização de 3”:


8.0,056.24,1.0,004502 2
H 1* = 4,5 −
9,81.π 2 .0,0755

H 1* = 4,5 − 0,95 = 3,55 mca < 17,9 mca, (necessitará de bombeamento)

Passo 10: Dimensionamento do conjunto moto-bomba.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [381]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Linha de recalque: DN65 (2.1/2”), Di = 63 mm, Q = Q1 + Q2 = 0,004502 m3/s = 270,1 L/s →


fc=0,056.

Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)


Diâmetro 2.1/2” (63 mm)
4 cotovelo 900 RC (2.1/2”) 4x2,0=8,0
1 válvula de retenção pesada 8,1
1 registro de gaveta (2.1/2”) 0,4
1 Te saída de lado 4,3
ΣLe = 20,8
ΣLr = 9,1
Lv= 29,9
8.0,056.29,9.0,004502 2 (7.9)
∆hr = =2,83 mca
9,81.π 2 .0,0635

Linha de sucção: DN75 (3”), Di = 75 mm, Q = Q1 + Q2 = 0,004502 m3/s = 270,1 L/s →


fc=0,056.

Peças Comprimentos equivalentes e virtual em (m)


Diâmetro 3” (75 mm)
1 entrada normal (3”) 1,10
2 registros de gaveta (3”) 1,00
1 cotovelo 900 R.C. (3”) 2,50
1 Te passagem direta (3”) 1,60
ΣLe = 6,20
ΣLr = 6,60
Lv= 12,80

8.0,056.12,8.0,004502 2
∆hr = =0,50 mca
9,81.π 2 .0,0755

Hm = H1 + ∆hs + ∆hr = Z01

Hm = 17,9 + 0,50 + 2,83 – 4,5 = 16,73 mca


Q = 0,004502 m3/s

Potência da bomba para um rendimento de 60%:

Por: Evaldo Miranda Coiado


[382] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

1000.0,004502.16,73
Pb = = 1,67 CV ou 1,65 HP
75.0,60

Potência do motor elétrico:

Pm = 1,65 + 0,50.1,65 = 2,5 HP


Pmc = 3 HP

7.15 – Problemas práticos propostos

1.7 - Um edifício de apartamentos residenciais com 10 pavimentos tipos, um térreo, um sub-


solo (garagem), e uma cobertura (casa de máquinas, e caixa de água) tem as medidas
indicadas na Figura 7.14. Considere o Sistema do Tipo 2, segundo a IT22/CB/SP, diâmetro
do esguicho 13 mm, e mangueira com diâmetro de 40 mm. Obs.: Considere canalização
com 10 anos de uso.
A partir do esquema mostrado na Figura 7.14, pede-se:
a) Verifique se o sistema necessitará de bomba auxiliar. Justifique.
b) As vazões nos mangotinhos desfavoráveis;
c) Considere que o sistema necessitará de bomba auxiliar e que as perdas de carga totais,
nas linhas de sucção e recalque, são iguais a 0,50 mca e 2,50 mca, respectivamente, e que
o rendimento da bomba vale 65%, determine a potência da bomba e do motor comercial.
Respostas:
a) H1 = 17,75 mca > 3,4 mca, portanto necessitará de bomba de reforço;
b) Q1 = 130 L/min. ; Q2 = 139,6 L/min.
c) Pbomba = 1,6 CV; Pmotor = 3 HP.

2.7 – Para o edifício apresentado no problema prático proposto (1.7), determine as unidades
extintoras que deverão ser instaladas nos pavimentos tipo, sub-solo, e cobertura.
Respostas: A = 360 m2, tem-se risco baixo. Nos pavimentos tipo; na garagem (sub-solo); e
na cobertura (casa de máquinas): Uma unidade extintora 2-A (10 litros, e uma unidade
extintitura 5-B (6 kg).

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [383]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Figura 7.14

7.16 – Referências bibliográficas

ABNT/NBR 13 714/2000. Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio.


. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, 2000.
ABNT/NBR 10897/1990. Proteção contra incêndio por chuveiro automático: Procedimento.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, 1990.
ABNT/NBR 11715. Extintores de incêndio com carga d’água. Associação Brasileira de
Normas Técnicas. Rio de Janeiro.
Por: Evaldo Miranda Coiado
[384] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

ABNT/NBR 11751. Extintores de incêndio com carga de espuma mecânica. Associação


Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro.
ABNT/NBR 11716. Extintores de incêndio com carga de gás carbônico. Associação
Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro.
ABNT/NBR 10721. Extintores de incêndio com carga de pó. Associação Brasileira de
Normas Técnicas. Rio de Janeiro.
ABNT/NBR 9443. Extintores de incêndio classe A: Ensaio de fogo em engradado de
madeira. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro.
ABNT/NBR 9444. Extintores de incêndio classe B: Ensaio de fogo em líquido inflamável.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro.
ABNT/NBR 12992. Extintores de incêndio classe C: Ensaio de condutividade elétrica. .
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro.
DECRETO Nº 46.076, DE 31 DE AGOSTO DE 2001. Institui o Regulamento de Segurança
contra Incêndio das edificações e áreas de risco para os fins da Lei nº 684, de 30 de
setembro de 1975 e estabelece outras providências. Estado de São Paulo, 2001.
INSTRUÇÃO TÉCNICA. IT.14/01. Carga de Incêndio nas Edificações e Áreas de Risco.
Polícia Militar do Estado de São Paulo. Corpo de Bombeiros, 2001.
INSTRUÇÃO TÉCNICA. IT.20/01. Sinalização de Emergência. Polícia Militar do Estado de
São Paulo. Corpo de Bombeiros, 2001.
INSTRUÇÃO TÉCNICA. IT.21/01. Sistema de Proteção por Extintores de Incêndio. Polícia
Militar do Estado de São Paulo. Corpo de Bombeiros, 2001.
INSTRUÇÃO TÉCNICA. IT.22/03. Sistemas de Hidrantes e de Mangotinhos para Combate a
Incêndio. Polícia Militar do Estado de São Paulo. Corpo de Bombeiros, 2003.
INSTRUÇÃO TÉCNICA. IT.23/01. Sistemas de Chuveiros Automáticos. Polícia Militar do
Estado de São Paulo. Corpo de Bombeiros, 2001.
INSTRUÇÃO TÉCNICA. IT.27/0. Armazenamento de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis.
Polícia Militar do Estado de São Paulo. Corpo de Bombeiros, 2001.
INSTRUÇÃO TÉCNICA. IT.28/01. Manipulação, Armazenamento, Comercialização e
Utilização de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Corpo de Bombeiros, 2001.
INSTRUÇÃO TÉCNICA. IT.29/01. Comercialização, Distribuição e Utilização de Gás Natural
(GN). Polícia Militar do Estado de São Paulo. Corpo de Bombeiros, 2001.
Macintyre, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas Prediais e Industriais. Livros Técnicos e
Científicos Editora. Rio de Janeito/RJ, 3a. Edição.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [385]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

ANEXO A

DECRETO Nº 56.819, DE 10 MARÇO DE 2011


ESTADO DE SÃO PAULO
PARCIAL

CAPÍTULO II
Das Definições

Artigo 3º – Para efeito deste Regulamento são adotadas as definições abaixo


descritas:

I - Altura da Edificação
:I – Altura da Edificação:
a. Para fins de exigências das medidas de segurança contra incêndio, é a medida
em metros do piso mais baixo ocupado ao piso do último pavimento;
b. Para fins de saída de emergência, é a medida em metros entre o ponto que
caracteriza a saída do nível de descarga ao piso do último pavimento, podendo
ser ascendente ou descendente.
II – Ampliação: é o aumento da área construída da edificação;
III – Análise: é o ato de verificação das exigências das medidas de segurança contra
incêndio das edificações e áreas de risco, no processo de segurança contra incêndio;
IV – Andar: é o volume compreendido entre dois pavimentos consecutivos, ou entre
o pavimento e o nível superior a sua cobertura;
V – Área da Edificação: é o somatório da área a construir e da área construída de
uma edificação;
VI – Áreas de Risco: é o ambiente externo à edificação que contém
armazenamento de produtos inflamáveis, produtos combustíveis e ou instalações elétricas e
de gás;
VII – Ático: é a parte do volume superior de uma edificação, destinada a abrigar
máquinas, piso técnico de elevadores, caixas de água e circulação vertical;
VIII – Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB): é o documento emitido
pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP) certificando
que, durante a vistoria, a edificação possuía as condições de segurança contra incêndio,
previstas pela legislação e constantes no processo, estabelecendo um período de
revalidação;

Por: Evaldo Miranda Coiado


[386] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

IX – Autorização para Adequação: é o documento emitido pelo Corpo de Bombeiro


da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP) certificando que, após o cumprimento
de medidas compensatórias, a edificação possui as condições satisfatórias de segurança
contra incêndio, para todos os fins, estabelecendo um período para execução das medidas
exigidas;
X – Carga de Incêndio: é a soma das energias caloríficas possíveis de serem
liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis contidos em um
espaço, inclusive o revestimento das paredes, divisórias, pisos e tetos;
XI – Comissão Especial de Avaliação (CEA): é um grupo de pessoas qualificadas
no campo da segurança contra incêndio, representativas de entidades públicas e privadas,
com o objetivo de avaliar e propor alterações necessárias ao presente Regulamento;
XII – Comissão Técnica: é o grupo de estudo, composto por Oficias do CBPMESP,
devidamente nomeados, com o objetivo de analisar e emitir pareceres relativos aos casos
que necessitarem de soluções técnicas mais complexas ou apresentarem dúvidas quantos
às exigências previstas neste Regulamento;
XIII – Compartimentação: são medidas de proteção passiva, constituídas de
elementos de construção resistentes ao fogo, destinados a evitar ou minimizar a propagação
do fogo, calor e gases, interna ou externamente ao edifício, no mesmo pavimento ou para
pavimentos elevados consecutivos;
XIV – Edificação (edifício): é a área construída destinada a abrigar atividade
humana ou qualquer instalação, equipamento ou material;
XV - Edificação existente: é a edificação ou área de risco construída ou
regularizada anteriormente à publicação deste regulamento, com documentação
comprobatória, desde que mantida a área e a ocupação da época e não haja disposição em
contrário do Serviço de Segurança contra Incêndio, respeitando-se também aos objetivos do
presente regulamento;
XVI – Edificação Térrea: é a construção de um pavimento, podendo possuir
mezaninos cuja somatória de áreas deve ser menor ou igual à terça parte da área do piso de
pavimento;
XVII – Emergência: é a situação crítica e fortuita que representa perigo à vida, ao
meio ambiente e ao patrimônio, decorrente de atividade humana ou fenômeno da natureza
que obriga a uma rápida intervenção operacional;
XVIII – Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros (ITCB): é o documento técnico
elaborado pelo CBPMESP que regulamenta as medidas de segurança contra incêndio nas
edificações e áreas de risco;
XIX – Mezanino: é o pavimento que subdivide parcialmente um andar em dois
andares. Será considerado andar, o mezanino que possuir área maior que um terço (1/3)
da área do andar subdividido;
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [387]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

XX – Mudança de Ocupação: consiste na alteração de atividade ou de uso que


resulte na mudança de classificação (Grupo ou Divisão) da edificação e áreas de risco
constante da tabela de classificações das ocupações prevista neste Regulamento;
XXI – Ocupação: é a atividade ou uso da edificação;
XXII – Ocupação Mista: é a edificação que abriga mais de um tipo de ocupação;
XXIII – Ocupação Predominante: é a atividade ou uso principal exercido na
edificação;
XXIV – Medidas de Segurança Contra Incêndio: é o conjunto de dispositivos ou
sistemas a serem instalados nas edificações e áreas de risco necessários para evitar o
surgimento de um incêndio, limitar sua propagação, possibilitar sua extinção e ainda
propiciar a proteção à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio;
XXV – Nível de Descarga: é o nível no qual uma porta externa conduz a um local
seguro no exterior;
XXVI – Pavimento: é o plano de piso;
XXVII – Pesquisa de Incêndio: consiste na apuração das causas, desenvolvimento
e conseqüências dos incêndios atendidos pelo CBPMESP, mediante exame técnico das
edificações, materiais e equipamentos, no local ou em laboratório especializado;
XXVIII – Prevenção de Incêndio: é o conjunto de medidas que visam: evitar o
incêndio; permitir o abandono seguro dos ocupantes da edificação e áreas de risco; dificultar
a propagação do incêndio; proporcionar meios de controle e extinção do incêndio e permitir o
acesso para as operações do Corpo de Bombeiros;
XXVIX – Processo de Segurança Contra Incêndio: é a documentação que contém
os elementos formais exigidos pelo CBPMESP na apresentação das medidas de segurança
contra incêndio de uma edificação e áreas de risco que devem ser projetadas para avaliação
em análise técnica;
XXX – Reforma: são as alterações nas edificações e áreas de risco sem aumento
de área construída;
XXXI – Responsável Técnico: é o profissional habilitado para elaboração e/ou
execução de atividades relacionadas a segurança contra incêndio;
XXXII – Risco Específico: situação que proporciona uma probabilidade aumentada
de perigo à edificação, tais como: caldeira, casa de máquinas, incineradores, centrais de gás
combustível, transformadores, fontes de ignição e outros;
XXXIII – Piso: é a superfície superior do elemento construtivo horizontal sobre a qual
haja previsão de estocagem de materiais ou onde os usuários da edificação tenham acesso
irrestrito;

Por: Evaldo Miranda Coiado


[388] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

XXXIV – Segurança Contra Incêndio: é o conjunto de ações e recursos internos e


externos à edificação e áreas de risco que permite controlar a situação de incêndio;
XXXV – Seviço de Segurança contra Incêndio (SvSCI): ver Capítulo IV;
XXXVI – Subsolo: é o pavimento situado abaixo do perfil do terreno. Não será
considerado subsolo o pavimento que possuir ventilação natural e tiver sua laje de cobertura
acima de 1,20m do perfil do terreno;
XXXIV – Vistoria: é o ato de verificar o cumprimento das exigências das medidas de
segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco, em inspeção no local.

CAPÍTULO III
Da Aplicação

Artigo 4º - Ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo –


CBPMESP, por meio do Serviço de Segurança contra Incêndio, cabe regulamentar, analisar
e vistoriar as medidas de segurança contra incêndio, nas edificações e áreas de risco, bem
como realizar pesquisa de incêndio.
Artigo 5º - As exigências de segurança previstas neste regulamento se aplicam às
edificações e áreas de risco do Estado de São Paulo, devendo ser observadas, em especial,
por ocasião da:
I – construção de uma edificação ou área de risco;
II – reforma de uma edificação;
III - mudança de ocupação ou uso;
IV – ampliação de área construída;
V – aumento na altura da edificação;
VI – regularização das edificações ou áreas de risco.
§ 1º - Estão excluídas das exigências deste regulamento:
1 – edificações de uso residencial exclusivamente unifamiliares;
2 – residências exclusivamente unifamiliares localizadas no pavimento superior de
ocupação mista com até dois pavimentos, e que possuam acessos independentes.
§ 2º - Nas ocupações mistas, para determinação das medidas de segurança contra
incêndio a serem implantadas, adota-se o conjunto das exigências de maior rigor para o
edifício como um todo, avaliando-se os respectivos usos, as áreas e as alturas, observando
ainda:
1 – no dimensionamento das medidas de segurança contra incêndio, deve ser
considerada cada ocupação a ser protegida;
2 – nas edificações térreas, quando houver parede de compartimentação entre as
ocupações mistas, as exigências de chuveiros automáticos, de controle de fumaça e de
compartimentação horizontal (de áreas) podem ser determinadas em função de cada
ocupação;
3 – nas edificações térreas com ocupações mistas que envolvam as ocupações de
indústria, depósito ou escritório, as exigências de chuveiros automáticos, de controle de

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [389]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

fumaça e de compartimentação horizontal (de áreas) podem ser determinadas em função de


cada ocupação, desde que haja, entre elas, barreira de fumaça conforme ITCB 15 – Controle
de Fumaça;
4 – nas edificações com mais de um pavimento, quando houver compartimentação
entre as ocupações mistas, as exigências de controle de fumaça e de compartimentação
horizontal (de áreas) podem ser determinadas em função de cada ocupação. As áreas
destinadas exclusivamente para uso residencial estão isentas do sistema de chuveiros
automáticos.

CAPÍTULO VII
Da Altura e Área das Edificações

Artigo 20 – Para fins de aplicação deste Regulamento, na mensuração da altura da


edificação não serão considerados:
I – os subsolos destinados exclusivamente a estacionamento de veículos, vestiários
e instalações sanitárias, áreas técnicas sem aproveitamento para quaisquer atividades ou
permanência humana;
II – pavimentos superiores destinados, exclusivamente, a áticos, casas de máquinas,
barriletes, reservatórios de água e assemelhados;
III – mezaninos cuja área não ultrapasse a 1/3 (um terço) da área do pavimento onde
se situa;
IV – o pavimento superior da unidade "duplex" do último piso da edificação de uso
residencial
Artigo 21 – para implementação das medidas de segurança contra incêndio, a altura
a ser considerada é a definida na letra “a” do inciso I do artigo 3º, combinada com o artigo
20 deste regulamento.
.Parágrafo único – Para o dimensionamento das saídas de emergência, as alturas
serão consideradas de forma independente, conforme letra “b” do inciso I do artigo 3º
combinada com o artigo 20 deste regulamento.
Artigo 22 – Para fins de aplicação deste Regulamento, no cálculo da área a ser
protegida com as medidas de segurança contra incêndio, não serão computados:
I – telheiros, com laterais abertas, destinados à proteção de utensílios, caixas
d’água, tanques e outras instalações desde que não tenham área superior a 4 (quatro)
metros quadrados;
II – platibandas e beirais de telhado até dtrês metros de projeção;
III – passagens cobertas, com largura máxima de 3 (três) metros, com laterais
abertas, destinadas apenas à circulação de pessoas ou mercadorias;
IV – as coberturas de bombas de combustível e de praças de pedagios,
desde que não sejam utilizadas para outros fins e sejam abertas lateramente;
V – reservatórios de água;

Por: Evaldo Miranda Coiado


[390] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

VII – piscinas, banheiros, vestiários e assemelhados, no tocante a sistemas


hidráulicos e compartimentação;
VIII – escadas enclausuradas, incluindo as antecâmaras;
IX – dutos de ventilação das saídas de emergência.

CAPÍTULO VIII
Da Classificação das Edificações e Áreas de Risco

Artigo 23 – Para efeito deste Regulamento, as edificações e áreas de risco são


classificadas conforme segue:
I – quanto à ocupação: de acordo com a Tabela A1.
II – quanto à altura: de acordo com a Tabela A2.
III – quanto à carga de incêndio: de acordo com a Tabela A3.

CAPÍTULO IX
Das Medidas de Segurança contra Incêndio

Artigo 24 – Constituem medidas de segurança contra incêndio das edificações e


áreas de risco:
I– acesso de viatura na edificação e áreas de risco;
II – separação entre edificações;
III – resistência ao fogo dos elementos de construção;
IV – compartimentação;
V – controle de materiais de acabamento;
VI – saídas de emergência;
VII – elevador de emergência;
VIII – controle de fumaça;
IX – gerenciamento de risco de incêndio;
X – brigada de incêndio;
XI – brigada profissional;
XII - iluminação de emergência;
XIII– detecção automática de incêndio;
XIV – alarme de incêndio;
XV – sinalização de emergência;
XVI – extintores;
XVII – hidrante e mangotinhos;
XVIII – chuveiros automáticos;
XIX – resfriamento;
XX – espuma;
XXI – sistema fixo de gases limpos e dióxido de carbono (CO2);
XXII – sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA);
XXIII – controle de fontes de ignição (sistema elétrico; soldas; chamas; aquecedores;
etc).
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [391]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

§ 1º – Para a execução e implantação das medidas de segurança contra


incêndio devem ser atendidas as Instruções Técnicas elaboradas pelo CBPMESP.
§ 2º – As medidas de segurança contra incêndio das edificações e áreas de risco
devem ser projetadas e executadas visando atender aos objetivos deste Regulamento.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[392] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

TABELA A1

CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO QUANTO À OCUPAÇÃO

Ocupação
Grupo Divisão Descrição Exemplos
/Uso

Habitação Casas térreas ou assobradadas (isoladas e não


A-1
unifamiliar isoladas) e condomínios horizontais
Habitação
A-2 Edifícios de apartamento em geral
A Residencial multifamiliar
Pensionatos, internatos, alojamentos, mosteiros,
A-3 Habitação coletiva conventos, residências geriátricas. Capacidade
máxima de 16 leitos
Hotéis, motéis, pensões, hospedarias, pousadas,
Hotel e
B-1 albergues, casas de cômodos e divisão A3 com mais
assemelhado
Serviço de de 16 leitos. E assemelhados
B
Hospedagem Hotéis e assemelhados com cozinha própria nos
B-2 Hotel residencial apartamentos (incluem-se apart-hotéis, hotéis
residenciais) e assemelhados.
Comércio com baixa Armarinhos, artigos de metal, louças, artigos
C-1
carga de incêndio hospitalares e outros
Comércio com Edifícios de lojas de departamentos, magazines,
C Comercial
C-2 média e alta carga galerias comerciais, supermercados em geral,
de incêndio mercados e outros
C-3 Shoppings centers Centro de compras em geral (shopping centers)
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [393]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Local para
Escritórios administrativos ou técnicos, instituições
prestação de
financeiras (que não estejam incluídas em D-2),
D-1 serviço profissional
repartições públicas, cabeleireiros, centros
ou condução de
profissionais e assemelhados
negócios
Serviço D-2 Agência bancária Agências bancárias e assemelhados
D
profissional Serviço de
Lavanderias, assistência técnica, reparação e
reparação (exceto
D-3 manutenção de aparelhos eletrodomésticos,
os classificados em
chaveiros, pintura de letreiros e outros
G-4)
Laboratórios de análises clínicas sem internação,
D-4 Laboratório
laboratórios químicos, fotográficos e assemelhados
Escolas de primeiro, segundo e terceiro graus, cursos
E-1 Escola em geral
supletivos e pré-universitário e assemelhados
Escolas de artes e artesanato, de línguas, de cultura
E-2 Escola especial geral, de cultura estrangeira, escolas religiosas e
assemelhados
Locais de ensino e/ou práticas de artes marciais,
Educacional e ginástica (artística, dança, musculação e outros)
E Espaço para cultura
cultura física E-3 esportes coletivos (tênis, futebol e outros que não
física
estejam incluídos em F-3), sauna, casas de fisioterapia
e assemelhados
Centro de
E-4 treinamento Escolas profissionais em geral
profissional
E-5 Pré-escola Creches, escolas maternais, jardins-de-infância

Por: Evaldo Miranda Coiado


[394] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Escola para
Educacional e Escolas para excepcionais, deficientes visuais e
E E-6 portadores de
cultura física auditivos e assemelhados
deficiências
Local onde há
Museus, centro de documentos históricos, bibliotecas
F-1 objeto de valor
e assemelhados
inestimável
Igrejas, capelas, sinagogas, mesquitas, templos,
Local religioso e
F-2 cemitérios, crematórios, necrotérios, salas de funerais
velório
e assemelhados
Estádios, ginásios e piscinas com arquibancadas,
Centro esportivo e
F-3 rodeios, autódromos, sambódromos, arenas em geral,
de exibição
academias, pista de patinação e assemelhados
Estações rodoferroviárias e marítimas, portos, metrô,
Estação e terminal
F-4 aeroportos, heliponto, estações de transbordo em
Local de de passageiro
geral e assemelhados
F Reunião de
Teatros em geral, cinemas, óperas, auditórios de
Público Arte cênica e
F-5 estúdios de rádio e televisão, auditórios em geral e
auditório
assemelhados
Boates, clubes em geral, salões de baile, restaurantes
Clubes social e
F-6 dançantes, clubes sociais, bingo, bilhares, tiro ao alvo,
Diversão
boliche e assemelhados
Construção
F-7 Circos e assemelhados
provisória
Restaurantes, lanchonetes, bares, cafés, refeitórios,
F-8 Local para refeição
cantinas e assemelhados
Jardim zoológico, parques recreativos e
F-9 Recreação pública
assemelhados. Edificações permanentes
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [395]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Local de Salões e salas de exposição de objetos e animais,


Exposição de
F Reunião de F-10 show-room, galerias de arte, aquários, planetários, e
objetos e animais
Público assemelhados. Edificações permanentes
Garagem sem
G-1 acesso de público e Garagens automáticas
sem abastecimento
Garagem com
Garagens coletivas sem automação, em geral, sem
G-2 acesso de público e
abastecimento (exceto veículos de carga e coletivos)
Serviço sem abastecimento
automotivo Local dotado de
G Postos de abastecimento e serviço, garagens (exceto
e G-3 abastecimento de
veículos de carga e coletivos)
assemelhados combustível
Serviço de Oficinas de conserto de veículos, borracharia (sem
conservação, recauchutagem). Oficinas e garagens de veículos de
G-4
manutenção e carga e coletivos, máquinas agrícolas e rodoviárias,
reparos retificadoras de motores
G-5 Hangares Abrigos para aeronaves com ou sem abastecimento
Hospitais, clínicas e consultórios veterinários e
Hospital veterinário
H-1 assemelhados (inclui-se alojamento com ou sem
e assemelhados
adestramento)
Serviço de
Local onde pessoas
H saúde e Asilos, orfanatos, abrigos geriátricos, hospitais
requerem cuidados
institucional psiquiátricos, reformatórios, tratamento de
H-2 especiais por
dependentes de drogas, álcool. E assemelhados.
limitações físicas ou
Todos sem celas
mentais

Por: Evaldo Miranda Coiado


[396] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Hospitais, casa de saúde, prontos-socorros, clínicas


Hospital e com internação, ambulatórios e postos de atendimento
H-3
assemelhado de urgência, postos de saúde e puericultura e
assemelhados com internação
Repartição pública,
Edificações do Executivo, Legislativo e Judiciário,
edificações das
H-4 tribunais, cartórios, quartéis, centrais de polícia,
Serviço de forças armadas e
delegacias, postos policiais e assemelhados
H saúde e policiais
institucional Local onde a Hospitais psiquiátricos, manicômios, reformatórios,
liberdade das prisões em geral (casa de detenção, penitenciárias,
H-5
pessoas sofre presídios) e instituições assemelhadas. Todos com
restrições celas
Clínica e consultório Clínicas médicas, consultórios em geral, unidades de
H-6 médico e hemodiálise, ambulatórios e assemelhados. Todos
odontológico sem internação
Locais onde as
atividades exercidas Atividades que manipulam materiais com baixo risco
e os materiais de incêndio, tais como fábricas em geral, onde os
utilizados processos não envolvem a utilização intensiva de
apresentam baixo materiais combustíveis (aço; aparelhos de rádio e
I Indústria I-1
potencial de som; armas; artigos de metal; gesso; esculturas de
incêndio. Locais pedra; ferramentas; fotogravuras; jóias; relógios;
onde a carga de sabão; serralheria; suco de frutas; louças; metais;
incêndio não chega máquinas)
a 300MJ/m2

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [397]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Locais onde as
atividades exercidas
e os materiais
Atividades que manipulam materiais com médio risco
utilizados
de incêndio, tais como: artigos de vidro; automóveis,
apresentam médio
I-2 bebidas destiladas; instrumentos musicais; móveis;
potencial de
alimentos marcenarias, fábricas de caixas e
incêndio. Locais
assemelhados
I Indústria com carga de
incêndio entre 300 a
1.200MJ/m2
Locais onde há alto Fabricação de explosivos, atividades industriais que
risco de incêndio. envolvam líquidos e gases inflamáveis, materiais
I-3 Locais com carga oxidantes, destilarias, refinarias, ceras, espuma
de incêndio superior sintética, elevadores de grãos, tintas, borracha e
a 1.200 MJ/m² assemelhados
Depósitos de Edificações sem processo industrial que armazenam
J-1 material tijolos, pedras, areias, cimentos, metais e outros
incombustível materiais incombustíveis. Todos sem embalagem
Todo tipo de
J-2 Depósitos com carga de incêndio até 300MJ/m2
J Depósito Depósito
Todo tipo de Depósitos com carga de incêndio entre 300 a
J-3
Depósito 1.200MJ/m2
Todo tipo de Depósitos onde a carga de incêndio ultrapassa a
J-4
Depósito 1.200MJ/m²
Comércio em geral de fogos de artifício e
L Explosivos L-1 Comércio
assemelhados

Por: Evaldo Miranda Coiado


[398] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

L-2 Indústria Indústria de material explosivo


L Explosivos
L-3 Depósito Depósito de material explosivo
Túnel rodoferroviário e marítimo, destinados a
M-1 Túnel
transporte de passageiros ou cargas diversas
Edificação destinada a produção, manipulação,
Tanques ou Parque
M-2 armazenamento e distribuição de líquidos ou gases
de Tanques
combustíveis e inflamáveis
Central de Central telefônica, centros de comunicação, centrais
M-3 comunicação e de transmissão ou de distribuição de energia e
M Especial energia assemelhados
Propriedade em
M-4 Locais em construção ou demolição e assemelhados
transformação
Processamento de Propriedade destinada ao processamento, reciclagem
M-5
lixo ou armazenamento de material recusado/descartado
Floresta, reserva ecológica, parque florestal e
M-6 Terra selvagem
assemelhados
M-7 Pátio de Containers Área aberta destinada a armazenamento de containers

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [399]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

TABELA A2
CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES QUANTO À ALTURA
Tipo Denominação Altura

I Edificação Térrea Um pavimento

II Edificação Baixa H ≤ 6,00 m

III Edificação de Baixa-Média Altura 6,00 m < H ≤ 12,00 m

IV Edificação de Média Altura 12,00 m < H ≤ 23,00 m

V Edificação Mediamente Alta 23,00 m < H ≤ 30,00 m

VI Edificação Alta Acima de 30,00 m

TABELA A3
CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO QUANTO À CARGA DE INCÊNDIO
Carga de Incêndio
Risco
(MJ/m2)
Baixo até 300MJ/m²

Médio Entre 300 e 1.200MJ/m²

Alto Acima de 1.200MJ/m²

Por: Evaldo Miranda Coiado


[400] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

TABELA A4
EXIGÊNCIAS MÍNIMAS PARA EDIFICAÇÕES EXISTENTES
Período de existência da Área construída ≤ 750 m2 e Área construída >750 m2 e/ou
edificação e áreas de risco Altura ≤ 12 m Altura > 12 m

QUALQUER PERÍODO Conforme ITCB 43 – Adaptação às


ANTERIOR Normas de Segurança contra
Conforme Tabela 5
À VIGÊNCIA DO ATUAL Incêndio - Edificações Existentes
REGULAMENTO

NOTAS GERAIS:
a – Os riscos específicos devem atender às ITCB respectivas e às regulamentações do SvSCI;
b – As instalações elétricas e o sistemas de proteção contra descarga atmosféricas (SPDA) devem estar em conformidade
com as normas técnicas oficiais.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [401]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

TABELA A5
EXIGÊNCIAS PARA EDIFICAÇÕES COM ÁREA MENOR OU IGUAL A 750 M2 E ALTURA INFERIOR OU
IGUAL A 12,00 M
F H L
Medidas de Segurança A, D,
B C IeJ
contra Incêndio E,G F2, F3, F4, F9 e H1, H4, H2, H3 e
F1 e F5 L1
F6, F7, F8 F10 e H6 H5

Controle de Materiais de
- X - X X - - X - X
Acabamento
Saídas de Emergência X X X X X X X X -
1 1 3 3 3 1 1 1
Iluminação de Emergência X X² X X X X X X X -
Sinalização de Emergência X X X X X X X X X X
Extintores X X X X X X X X X X
4 4 4
Brigada de Incêndio - - - X X X - - - X
NOTAS ESPECÍFICAS:
1 – Somente para as edificações com mais de dois pavimentos;
2 – Estão isentos os motéis que não possuam corredores internos de serviços;
3 - Para edificação com lotação superior a 50 pessoas ou edificações com mais de dois pavimentos;
4 – Exigido para lotação superior a 100 pessoas.

Por: Evaldo Miranda Coiado


[402] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

TABELA A6
EDIFICAÇÕES DO GRUPO A COM ÁREA SUPERIOR A 750 M2 OU ALTURA SUPERIOR A 12,00 M
Grupo de ocupação e uso Grupo A -Residencial
Divisão A-2 – A-3 e Condomínios Residenciais
Medidas de Segurança contra Classificação quanto à altura (em metros)
Incêndio Térrea H≤6 6 < H ≤ 12 12 < H ≤ 23 23 < H ≤ 30 Acima de 30
Acesso de Viatura na Edificação X X X X X X
Segurança Estrutural contra
X X X X X X
Incêndio
2 2
Compartimentação Vertical - - - X X X2
Controle de Materiais de
- - - X X X
Acabamento
Saídas de Emergência X X X X X X1
Brigada de Incêndio X X X X X X
Iluminação de Emergência X X X X X X
Alarme de Incêndio X2 X2 X2 X2 X2 X
Sinalização de Emergência X X X X X X
Extintores X X X X X X
Hidrante e Mangotinhos X X X X X X
1 – Deve ter elevador de emergência para altura superior a 80m;
2 – Pode ser substituído por controle de sistema de fumaça somente nos átrios.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [403]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

TABELA A7
EDIFICAÇÕES DO GRUPO B COM ÁREA SUPERIOR A 750 m2 OU ALTURA SUPERIOR A 12,00 m
Grupo de ocupação e uso Grupo B – Serviços de Hospedagem
Divisão B-1 e B-2
Classificação quanto à altura (em metros)
Medidas de Segurança contra Incêndio
Térrea H≤6 6 < H ≤ 12 12 < H ≤ 23 23 < H ≤ 30 Acima de 30
Acesso de Viatura na Edificação X X X X X X
Segurança Estrutural X X X X X X
1 1 2 2
Compartimentação Horizontal X X X X X
3 3 7
Compartimentação Vertical X X X
Controle de Materiais de Acabamento X X X X X X
9
Saídas de Emergência X X X X X X
Plano de Emergência X X
Brigada de Incêndio X X X X X X
4 4
Iluminação de Emergência X X X X X X
4;5 5
Detecção de Incêndio X X X X X
6 6 6 6 6 6
Alarme de Incêndio X X X X X X
Sinalização de Emergência X X X X X X
Extintores X X X X X X
Hidrante e Mangotinhos X X X X X X
Chuveiros Automáticos X X
8
Controle de Fumaça X

Por: Evaldo Miranda Coiado


[404] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

NOTAS ESPECÍFICAS:

1 – Pode ser substituído por sistema de chuveiros automáticos;


2 – Pode ser substituído por sistema de detecção de incêndio e chuveiros automáticos;
3 – Pode ser substituída por sistema de controle de fumaça, detecção de incêndio e chuveiros automáticos; exceto para as
compartimentações das fachadas e selagens dos shafts e dutos de instalações;
4 – Estão isentos os motéis que não possuem corredores internos de serviço;
5- Os detectores de incêndio devem ser instalados em todos os quartos;
6 – Os acionadores manuais devem ser instalados nas áreas de circulação;
7 – Pode ser substituída por sistema de controle de fumaça, detecção de incêndio e chuveiros automáticos, até 60 metros de altura, exceto
para as compartimentações das fachadas e selagens dos shafts e dutos de instalações, sendo que para altura superior, adicionalmente,
adotar as soluções contidas na ITCB-09;
8 – Acima de 60 metros de altura;
9 – Deve haver Elevador de Emergência para altura acima de 60 metros.

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [405]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

TABELA A8
EDIFICAÇÕES DO GRUPO C COM ÁREA SUPERIOR A 750 M2 OU ALTURA SUPERIOR A 12,00 M
Grupo de ocupação e uso Grupo C – Comercial
Divisão C-1. C-2 e C-3
Classificação quanto à altura (em metros)
Medidas de Segurança contra Incêndio
Térrea H ≤ 6 6 < H ≤ 12 12 < H ≤ 23 23 < H ≤ 30 Acima de 30
Acesso de Viatura na Edificação X X X X X X
Segurança Estrutural contra Incêndio X X X X X X
1 1 2 2 2
Compartimentação Horizontal X X X X² X X
8,9 3 10
Compartimentação Vertical - - - X X X
Controle de Materiais de Acabamento X X X X X X
Saídas de Emergência X X X X X X
4 4 4 4
Plano de Emergência X X X X X X
Brigada de Incêndio X X X X X X
Iluminação de Emergência X X X X X X
5 5 5 5 5
Detecção de Incêndio X X X X X X
Alarme de Incêndio X X X X X X
Sinalização de Emergência X X X X X X
Extintores X X X X X X
Hidrante e Mangotinhos X X X X X X
Chuveiros Automáticos - - - - X X
7
Controle de fumaça - - - - - X

Por: Evaldo Miranda Coiado


[406] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

NOTAS ESPECÍFICAS:

1 – Pode ser substituído por sistema de chuveiros automáticos;


2 – Pode ser substituído por sistema de detecção de incêndio e chuveiros automáticos;
3 – Pode ser substituído por sistema de controle de fumaça, detecção de incêndio e chuveiros automáticos; exceto para as
compartimentações das fachadas e selagens dos shafts e dutos de instalações;
4 – Para edificações de divisão C-3 (shopping centers);
5 – Somente para as áreas de depósitos superiores a 750m²;
6 – Deve haver Elevador de Emergência para altura maior que 60 metros;
7 – Acima de 60 metros de altura;
8 – Pode ser substituída por sistema de detecção de incêndio e chuveiros automáticos, exceto para as compartimentações das fachadas e
selagens dos shafts e dutos de instalações, sendo ;
9 – Deve haver controle de fumaça nos átrios, podendo ser dimensionados como sendo padronizados conforme ITCB-15;
10 -Pode ser substituída por sistema de controle de fumaça, detecção de incêndio e chuveiros automáticos, até 60 metros de altura, exceto
para as compartimentações das fachadas e selagens dos shafts e dutos de instalações, sendo que para altura superior, adicionalmente,
adotar as soluções contidas na ITCB-09;

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [407]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

ANEXO B
CARGAS DE INCÊNDIO ESPECÍFICAS POR OCUPAÇÃO
(1 kg de madeira equivale a 19,0 magajoules)
(Fonte: IT.14/2011.CB/SP)
Carga de incêndio (qfi) em
Ocupação/Uso Descrição Divisão
MJ/m2
Alojamentos estudantis A-3 300
Apartamentos A-2 300
Residencial
Casas térreas ou sobrados A-1 300
Pensionatos A-3 300
Hotéis B-1 500
Serviços de
hospedagem Motéis B-1 500
Apart-hotéis B-2 500
Açougue C –1 40
Antigüidades C –2 700
Animais (“pet shop”) C-2 600
Aparelhos eletrodomésticos C –1 300
Aparelhos eletrônicos C-2 400
Comercial varejista, Armarinhos C -2 600
Loja Armas C -1 300
Artigos de bijouteria, metal ou vidro C –1 300
Artigos de cera C -2 2100
Artigos de couro, borracha,esportivos C –2 800
Automóveis C –1 200
Bebidas destiladas C –2 700

Por: Evaldo Miranda Coiado


[408] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Brinquedos C –2 500
Calçados C –2 500
Couro, artigos de C-2 700
Drogarias (incluindo depósitos) C –2 1000
Esportes, artigos de C-2 800
Ferragens C –1 300
Floricultura C –1 80
Galeria de quadros C –1 200
Joalheria C-1 300
Livrarias C –2 1000
Comercial varejista, Lojas de departamento ou centro de
C –2/ C –3 800
Loja compras (Shoppings)
Materiais de construção C-2 800
Máquinas de costura ou de
C –1 300
escritório
Materiais fotográficos C –1 300
Móveis C –2 400
Papelarias C –2 700
Perfumarias C –2 400
Produtos têxteis C –2 600
Relojoarias C –2 500
Supermercados (vendas) C –2 600
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [409]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Tapetes C –2 800
Tintas e vernizes C –2 1000
Comercial varejista,
Loja Verduras frescas C –1 200
Vinhos C –1 200
Vulcanização C –2 1000

Agências bancárias D -2 300


Agências de correios D -1 400
Centrais telefônicas D -1 200
Cabeleireiros D -1 200
Copiadora D -1 400
Encadernadoras D -1 1000
Serviços Escritórios D -1 700
profissionais, Estúdios de rádio ou de televisão ou D -1 300
pessoais e técnicos Laboratórios químicos D -4 500
Laboratórios (outros) D -4 300
Lavanderias D -3 300
Oficinas elétricas D -3 600
Oficinas hidráulicas ou mecânicas D -3 200
Pinturas D -3 500
Processamentos de dados D -1 400

Por: Evaldo Miranda Coiado


[410] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Academias de ginástica e similares E-3 300


Educacional e Pré-escolas e similares E-5 300
cultura física Creches e similares E-5 300
Escolas em geral E1/E2/E4/E6 300
Bibliotecas F-1 2000
Cinemas, teatros e similares F-5 600
Circos e assemelhados F -7 500
Locais de reunião de Centros esportivos e de exibição F-3 150
público Clubes sociais, boates e similares F-6 600
Estações e terminais de passageiros F-4 200
Exposições F -10 Consultar Anexo B ou C
Igrejas e templos F-2 200
Museus F-1 300
Restaurantes F-8 300
Estacionamentos G-1/G-2 200
Oficinas de conserto de veículos e
G-4 300
Serviços automotivos manutenção
e assemelhados Postos de abastecimentos (tanque
G-3 300
enterrado)
Hangares G -5 200

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [411]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Asilos H -2 350
Clínicas e consultórios médicos ou
H -6 300
odontológicos.
Serviços de saúde e Hospitais em geral H-1/H-3 300
Institucionais
Presídios e similares H-5 200
Quartéis e similares H-4 450
Veterinárias H-1 300
Aparelhos eletroeletrônicos,
I-2 400
fotográficos, ópticos
Acessórios para automóveis I–1 300
Acetileno I-2 700
Alimentação (alimentos) I-2 800
Aço, corte e dobra, sem pintura, sem
I-1 40
embalagem
Artigos de borracha, coriça, couro,
I–2 600
Industrial feltro, espuma
Artigos de argila, cerâmica ou
I–1 200
porcelanas
Artigos de bijuteria I–1 200
Artigos de cera I–2 1000
Artigos de gesso I–1 80
Artigos de madeira em geral I-2 800
Artigos de madeira, impregnação I-3 3000
Artigos de mármore I–1 40
Artigos de metal, forjados I-1 80

Por: Evaldo Miranda Coiado


[412] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Artigos de metal, fresados I-1 200


Artigos de peles I–2 500
Artigos de plásticos em geral I–2 1000
Artigos de tabaco I–1 200
Artigos de vidro I–1 80
Automotiva e autopeças (exceto
I–1 300
pintura)
Automotiva e autopeças (pintura) I–2 500
Aviões I–2 600
Industrial Balanças I–1 300
Barcos de madeira ou de plástico I-2 600
Barcos de metal I-2 600
Baterias I–2 800
Bebidas destilada I–2 500
Bebidas não alcóolicas I–1 80
Bicicletas I–1 200
Brinquedos I–2 500
Café (inclusive torrefação) I–2 400
Caixotes barris ou pallets de
I–2 1000
madeira
Calçados I–2 600
Por: Evaldo Miranda Coiado
Instalações Hidráulico-Sanitárias [413]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Carpintarias e marcenarias I–2 800


Cera de polimento I–3 2000
Cerâmica I–1 200
Cereais I–3 1700
Cervejarias I–1 80
Chapas de aglomerado ou
I–1 300
compensado
Chocolate I–2 400
Cimento I–1 40
Cobertores, tapetes I–2 600
Colas I–2 800
Colchões (exceto espuma) I–2 500
Condimentos, conservas I–1 40
Confeitarias I–2 400
Industrial
Congelados I–2 800
Cortiça, artigos de I-2 600
Couro, curtume I-2 700
Couro sintético I–2 1000
Defumados I–1 200
Discos de música I–2 600
Doces I–2 800
Espumas I–3 3000
Estaleiros I-2 700
Farinhas I–3 2000
Feltros I–2 600

Por: Evaldo Miranda Coiado


[414] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Fermentos I–2 800


Ferragens I-1 300
Fiações I–2 600
Fibras sintéticas I–1 300
Fios elétricos I–1 300
Flores artificiais I–1 300
Fornos de secagem com grade de
I–2 1000
madeira
Forragem I-3 2000
Frigoríficos I-3 2000
Fundições de metal I–1 40
Galpões de secagem com grade de
I–2 400
madeira
Industrial
Galvanoplastia I-1 200
Geladeiras I–2 1000
Gelatinas I–2 800
Gesso I–1 80
Gorduras comestíveis I–2 1000
Gráficas (empacotamento) I–3 2000
Gráficas (produção) I–2 400
Guarda-chuvas I–1 300
Instrumentos musicais I–2 600
Janelas e portas de madeira I–2 800
Jóias I–1 200
Laboratórios farmacêuticos I–1 300
Laboratórios químicos I–2 500

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [415]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Lápis I–2 600


Lâmpadas I–1 40
Latas metálicas, sem embalagem I-1 100
Laticínios I–1 200
Malas, fábrica I-2 1000
Malharias I–1 300
Máquinas de lavar de costura ou de
I–1 300
escritório
Massas alimentícias I–2 1000
Mastiques I–2 1000
Matadouro I-1 40
Industrial Materiais sintéticos ou plásticos I–3 2000
Metalúrgica I–1 200
Montagens de automóveis I–1 300
Motocicletas I–1 300
Motores elétricos I–1 300
Móveis I–2 600
Olarias I-1 100
Óleos comestíveis e óleos em geral I–2 1000
Padarias I–2 1000
Papéis (acabamento) I–2 500
Papéis (preparo de celulose) I–1 80
Papéis (procedimento) I–2 800
Papelões betuminados I–3 2000
Papelões ondulados I–2 800
Pedras I–1 40

Por: Evaldo Miranda Coiado


[416] Instalações Hidráulico-Sanitárias
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Perfumes I–1 300


Pneus I–2 700
Produtos adesivos I–2 1000
Produtos de adubo químico I–1 200
Produtos alimentícios (expedição) I–2 1000
Produtos com ácido acético I–1 200
Produtos com ácido carbônico I–1 40
Produtos com ácido inorgânico I–1 80
Produtos com albumina I–3 2000
Produtos com alcatrão I–2 800
Produtos com amido I–3 2000
Industrial
Produtos com soda I–1 40
Produtos de limpeza I–3 2000
Produtos graxos I–1 1000
Produtos refratários I–1 200
Rações balanceadas I–2 800
Relógios I–1 300
Resinas I–3 3000
Roupas I–2 500
Sabões I–1 300
Sacos de papel I–2 800
Sacos de juta I–2 500
Sorvetes I–1 80
Sucos de fruta I–1 200
Tapetes I–2 600
Têxteis em geral I–2 700

Por: Evaldo Miranda Coiado


Instalações Hidráulico-Sanitárias [417]
Sistemas Prediais de Combate a Incêndio

Tintas e solventes I–3 4000


Tintas e vernizes I-3 2000
Tintas látex I–2 800
Tintas não-inflámaveis I–1 200
Transformadores I–1 200
Industrial Tratamento de madeira I–3 3000
Tratores I–1 300
Vagões I–1 200
Vassouras ou escovas I–2 700
Velas de cera I–3 1300
Vidros ou espelhos I–1 200
Vinagres I–1 80
Vulcanização I-2 1000

Por: Evaldo Miranda Coiado


Formação do Autor

Engenheiro Civil – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 1976.


Mestre em Hidráulica e Saneamento – Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade
de São Paulo–USP, São Carlos, l978.
Doutor em Engenharia Hidráulica – Universidade de São Paulo - USP, Escola Politécnica,
São Paulo, 1985.
Livre Docente em Hidráulica - Título obtido através de concurso público pela Universidade
Estadual de Campinas – UNICAMP, Campinas, 1989.
Professor Adjunto - Função obtida através de concurso público na Universidade Estadual de
Campinas – UNICAMP, Campinas, 1992.
Professor Titular em Hidráulica – Título obtido em concurso púbico pela Universidade
Estadual de Campinas – UNICAMP, Campinas, 2000.
Pós-Doutorado no Exterior – “Universidad Politécnica de Madrid – España”, 2002.

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