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1- Sifão
2- Ramal de descarga
3- Tubo de queda
4- Ramal de venti lação
4 5- Coluna de vent ilação
6- Câmara de inspecção
7- Colect or predial
8- Câmara de ramal de ligação
3 1 9- Ramal de ligação
2
10- Colect or público
9
7 10
6 8
o
Eng. Carlos Caupers
CONSULTEC, Lda,
docente na UEM
CURSO SOBRE O DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS PREDIAIS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
E DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS - 2015
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Não faz parte do programa das diferentes disciplinas de Hidráulica leccionadas pela
UEM ou por qualquer outra instituição do ensino superior do país, a matéria referente ao
dimensionamento de sistemas de abastecimento de água e de drenagem de sistemas
prediais. No entanto, trata-se de uma matéria de extrema importância já que em qualquer
edificação se deverá ser provido de água potável e por consequência um sistema de
drenagem das águas utilizadas. Da mesma forma, a drenagem das águas pluviais em
edifícios e áreas adjacentes é fundamental, para que estas não causem ao edifício
problemas de infiltrações que poderão causar danos na própria estrutura. Em
determinados edifícios, a necessidade de existirem redes de incêndios e de rega é
frequente, sendo por isso necessário que a sua concepção seja considerada tendo em
conta o bom desempenho, conforto e exigências do projecto.
Carlos Caupers
Licenciado em Eng.ria Civil/Membro da Ordem dos Engenheiros de Moçambique
Especializado em Água e Saneamento
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Instrutor do Curso: Eng.º CARLOS CAUPERS
CURSO SOBRE O DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS PREDIAIS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
E DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS - 2015
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ÍNDICE
ANEXO.................................................................................................................................................. 3
REGULAMENTO DOS SISTEMAS PREDIAIS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA E DE
DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAISC
CAPÍTULO I – SISTEMAS PREDIAIS DE
DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA DOMÉSTICA......................................................................................... 3
1.1 – INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 4
1.2 – DIMENSIONAMENTO ............................................................................................................... 5
1.2.1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS .......................................................................................................... 5
1.2.2 – CONCEPÇÃO DOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA.............................................................. 8
1.2.3 – MATERIAIS QUE CONSTITUEM A INSTALAÇÃO .......................................................................... 12
1.2.4 – CAUDAIS A ASSEGURAR AOS DISPOSITIVOS DE UTILIZAÇÃO ...................................................... 13
1.2.5 – COEFICIENTE DE SIMULTANEIDADE E CAUDAL DE CÁLCULO ..................................................... 14
1.2.6 – DIMENSIONAMENTO DAS TUBAGENS DE ÁGUA FRIA E QUENTE .................................................. 16
1.2.7 – MEDIÇÃO DOS CONSUMOS DE ÁGUA – CONTADORES DE ÁGUA .................................................. 18
1.2.8 – REDE DE ÁGUA QUENTE .......................................................................................................... 20
1.2.8.1 – Generalidades................................................................................................................ 20
1.2.8.2 - Consumos ...................................................................................................................... 24
1.2.8.3 – Dimensionamento de redes de água quente ................................................................... 26
1.2.9 – DIMENSIONAMENTO DE ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS E SOBREPRESSORAS ....................................... 27
1.2.9.1 – Generalidades................................................................................................................ 27
1.2.9.2 – Instalações de elevação e sobrepressão para reservatório .............................................. 27
1.2.9.3 – Instalações de elevação e sobrepressão com bombagem directa..................................... 28
1.2.10 – ALGUMAS REGRAS CONSTRUTIVAS ........................................................................................ 29
1.2.9.1 – Tubagem de abastecimento de água .............................................................................. 29
1.2.10.2 – Reservatórios de água.................................................................................................. 31
1.2.10.3 – Elementos acessórios da rede - torneiras e fluxómetros ............................................... 33
1.2.10.4 – Instalações de elevação ou sobrepressão ..................................................................... 34
CAPÍTULO II – SISTEMAS DE COMBATE A INCÊNDIOS COM ÁGUA ................................... 37
2.1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................................... 37
2.1.1 – INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 37
2.1.2 – GENERALIDADES .................................................................................................................... 37
2.2 – PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO ........................................................................... 39
2.2.1 – TIPOS DE FORMA DE COMBATE AO FOGO COM ÁGUA ................................................................. 39
2.2.2 – ASPECTOS CONSTRUTIVOS ...................................................................................................... 43
CAPÍTULO III – SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS .................. 45
3.1 – INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 45
3.1.1 – GENERALIDADES .................................................................................................................... 45
3.2 – DIMENSIONAMENTO ............................................................................................................. 47
3.2.1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................................................ 47
3.2.2 – PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O ANTIGO E NOVO REGULAMENTO. CONSIDERAÇÕES ................ 48
3.2.3 – CONSTITUIÇÃO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM .......................................................................... 49
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ANEXO
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1.1 – INTRODUÇÃO
a) – Captação – Que pode ser feito a partir de rios, riachos, lagos, albufeiras,
(águas superficiais) ou então em furos ou poços (águas subterrâneas). A água das
chuvas pode ser também uma fonte de captação alternativa, mas sempre em
muito menor escala;
d) - Torre de Elevação – Local para onde é aduzida a água, por forma que possa
fazer a distribuição por gravidade;
É a partir desta rede que será feita a derivação para as edificações. O presente curso não
irá abordar as componentes da rede pública acima transcritas, mas sim o sistema de
canalizações de distribuição interior, isto é, será estudado o dimensionamento das
tubagens a instalar nos edifícios a partir da altura em que entram na propriedade onde
está implantada a edificação.
A condição básica e essencial a que se deve satisfazer a água para consumo doméstico é
a de ser potável. Por isso, a água para este fim só poderá ser distribuída quando possuir
as qualidades físicas, químicas e bacteriológicas exigidas e que é definida pelo
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Os sistemas prediais de distribuição podem ser divididos em função dos diferentes fins a
que se destinam. Assim, podem existir:
1.2 – DIMENSIONAMENTO
1.2.1 – Considerações Gerais
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Já nos meios rurais onde não existem ou estão fora de serviço os sistemas públicos
de abastecimento de água, a fonte a usar é privada, isto é, poderá ser garantido o
abastecimento a partir de um furo, poço ou qualquer outra fonte que esteja dentro
da propriedade onde será erguido o edifício ou até mesmo directamente do rio,
riacho ou lagoa que passa perto das instalações.
Toda a água, antes de ser distribuída para consumo, dever ser sujeita à medição.
Assim, a partir do momento em que o ramal de ligação entra na propriedade onde
está ou estará implantada a edificação, deverá ser instalado um contador, de
diâmetro igual ao do ramal. Caso haja mais do que um consumidor privado
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Os contadores deverão ser precedidos sempre de uma válvula de corte para que
possa ser interrompido o abastecimento de água a esse ramal;
Ter atenção com a funcionalidade dos reservatórios no que diz respeito a acessos
(escadas, caixas de visita), localização das bóias, facilidade de limpeza (alturas
interiores, pontos mais baixos no interior dos mesmos que permitam as lamas se
acumularem nesse ponto facilitando a limpeza), localização das válvulas junto
aos reservatórios;
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Neste sentido, para além das avaliações relativas às condições de abastecimento de água,
do tipo de edifício e dos níveis de conforto e qualidade pretendidos, reveste-se de
primordial importância que o projectista coordene com as restantes especialidades
intervenientes no projecto, os seguintes aspectos:
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Em centros urbanos onde a água da rede pública não está disponível durante todo o dia
(fornecimento sem interrupção), é muito frequente recorrer-se à forma indirecta, por
forma a se armazenar água que possa ser usada nos períodos em que haja interrupção de
abastecimento a partir da rede pública (fig.2).
Rede predial de
contador distribuição
Ramal de ligação
Rede predial de
distribuição directamente
a partir da bomba
Elemento sobrepressor
contador
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Elemento sobrepressor
(bomba, hidropressor,
p ressostato) Rede predial de distribuição
directamente a partir da
bomba ou a partir do depósito
quando a bomba não funciona
contador
H = 100 + 40.n
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O volume útil dos reservatórios destinados a fins alimentares e sanitários não deve
exceder o valor correspondente ao volume médio diário do mês de maior consumo,
tendo em conta a ocupação previsível do edifício a abastecer. Por vezes, dada a fraca
fiabilidade da rede pública, há a tendência de armazenar grandes quantidades de água o
que faz com que esta perca qualidade dentro dos reservatórios. No entanto, dependendo
do tipo de edifício a projectar, poderão ser criadas reservas para mais do que 1 ou 2 dias
(por exemplo hospitais).
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Para além do aspecto económico e condições de aplicação que se deve ter em conta
quando se selecciona o tipo de material a aplicar, é necessário ter em conta a temperatura
da água a distribuir, bem como a composição química da mesma, dada a diferença de
comportamento dos materiais da tubagem em função desses parâmetros. Regra geral, as
tubagens podem ser metálicas (aço – denominado ferro preto, aço galvanizado ou ferro
galvanizado, cobre ou mesmo aço inox) ou termoplásticas (policloreto de vinilo – PVC,
polietileno reticulado (PEX/PER), polietileno de alta densidade (PEAD) ou
polipropileno (PP). A ligação entre tubos pode ser por rosco (mais em tubagens
metálicas e até de PVC), por colagem, encaixe rápido ou por fusão – aquecimento
(tubagens termoplásticas). O artigo 28 do RSPDADAR, aborda este assunto.
A tubagem termoplástica pode ser usada para o abastecimento de água quente, devendo-
se seguir as temperaturas máximas definidas pelos fabricantes. Contudo convém
salientar quer ao longo do tempo de uso, com o decorrer dos anos, as pressões nominais
tendem a reduzir em função da temperatura (entre 2 a 3%). Quanto maior for a
temperatura da água a distribuir, maior é essa redução ao longo dos anos. A tubagem
termoplástica não deve ser usada em sistemas de abastecimento de água para combate a
incêndios.
fig. 4 – Aspecto do tubo PPR, verde, assim como de alguns acessórios com rosca metálica
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Quadro 1 – Caudais instantâneos mínimos ( Qi) de acordo com o Anexo 4 do Regulamento de Sistemas
Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais (RSPDADAR)
Os valores acima representados são válidos tanto para a rede de água fria como da rede
de água quente.
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Qa = ∑Qi ; Qc = k Qa
Em que K = coeficiente de simultaneidade;
No presente curso vamos abordar este coeficiente fazendo uso do método preconizado
no Regulamento em vigor em Moçambique, aprovado no ano de 2004.
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O dimensionamento das tubagens pode ser feito pelas fórmulas estudadas na disciplina
de Hidráulica, escoamentos em pressão.
Para tal, poder-se-á proceder ao sucessivo cálculos dos diferentes troços de tubagem que
constituem o sistema, a partir da fixação de valores para a velocidade de escoamento
(denominado o método das velocidades), ou a partir das perdas de carga admissíveis
para o percurso considerado (método das perdas de carga).
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Toda a água consumida deve ser medida. A medição dos consumos de água deve ser
feita através de aparelhos de medição, designados por contadores, que medem e registam
o volume o volume de água passado pelo seu interior. Os contadores devem localizar-se
no interior dos edifícios, devendo ser posicionados por forma a facilitar a leitura e as
operações de manutenção e conservação, devendo estar localizados sempre a um nível
superior ao dos pavimentos.
Nos condomínios de habitação por exemplo, deverá ser instalado um contador logo à
entrada do complexo que fará a medição de toda a água que entra a partir da rede. No
entanto, à entrada de cada apartamento desse condomínio, será instalado outro contador.
Estes últimos registam o volume que cada apartamento consome. A soma dos volumes
dos contadores dos apartamentos deduzido ao volume registado no contador de entrada
do condomínio corresponde ao volume de água utilizado para serviços comuns (rega,
lavagens de partes comuns, etc).
Como o calibre dos contadores depende do caudal de cálculo, é natural que o contador
comum tenha um calibre superior ao calibre dos contadores dos apartamentos
(normalmente Ø ¾”). O RSPDADAR, no seu CAP. IV, Secção III, aborda a questão dos
contadores.
Os contadores são por norma designados pelo caudal nominal, ao qual corresponde por
um determinado diâmetro nominal (DN).
Deve-se escolher o calibre do contador por forma a que a perda de carga localizada não
exceda os 25 kPa se estivermos a considerar o caudal nominal, ou 100 kPa se estivermos
a relacionar com o caudal máximo. De acordo com estas considerações e apesar de não
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Antes e depois de cada contador, deverá ser instalada uma válvula de corte;
A jusante do contador e por forma a que nunca haja retorno da água no sentido
inverso, deverá ser colocada uma válvula de retenção de secção igual ao
diâmetro da conduta de alimentação.
1.2.8.1 – Generalidades
A correcta concepção e o correcto dimensionamento de um sistema destinado à
produção e distribuição de água quente, implicam uma definição adequada das
necessidades previsíveis dos utentes a servir, as quais dependem da temperatura da água
distribuída, dos caudais instantâneos assegurados nos dispositivos de utilização e do
volume de água quente disponibilizado.
Uma instalação de água quente destinada a consumos domésticos, tem por função
satisfazer as necessidades dos utentes em termos de água quente e compreende a
produção propriamente dita, distribuição e fornecimento.
O volume de consumo de água quente num edifício será função do tipo de ocupação do
edifício (residencial, hoteleiro, escolar, etc.), do número de utentes, do número de
dispositivos de utilização instalados e do nível de conforto pretendido.
A determinação dos consumos de água quente para fins domésticos e sanitários não é
estabelecido através de fórmulas matemáticas mas sim através de um tratamento
estatístico das probabilidades de consumo, ou tomando como base valores
experimentais. Os valores dos consumos variam muito quer no decorrer do dia quer em
termos do dia da semana, quer ainda em termos do mês do ano.
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As canalizações de água quente devem ser isoladas, por forma a reduzir as perdas de
calor ao longo do seu comprimento.
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Figura 7 – Diferentes tipos de termoacumuladores: alimentados por energia solar, eléctrica e caldeira
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Para que não haja retorno de água quente na conduta de água fria (de alimentação)
quando esta deixa de estar em pressão, torna-se necessário prever à entrada, a instalação
de uma válvula de retenção, para além da válvula de corte. A temperatura do pressostato
no termoacumulador pode ser regulada para 65º C.
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No entanto, há casos que faz sentido aumentar essa temperatura, de modo a obrigar o
utente a misturar mais água fria reduzindo o consumo de água já aquecida. Assim, a
quantidade de água pode dar para mais consumidores, que façam uso da água quente de
forma consecutiva. A forma de instalar um termoacumulador é de grande importância.
1.2.8.2 - Consumos
Os consumos de água quente por cada tipo de aparelho sanitário não são determinados
por fórmulas matemáticas mas por meio através de um tratamento estatístico das
probabilidades de consumo. Estes consumos não só variam nas horas do dia a
considerar, dias da semana e mesmo ao longo dos meses do ano (no verão o consumo de
água quente é inferior que no Inverno por exemplo).
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O dimensionamento das redes de transporte de água quente, é feito da mesma forma que
as redes de dimensionamento de água fria, sendo por isso necessário conhecer os caudais
instantâneos. Esses consumos podem ser estimados tendo em conta os valores que se
apresenta na tabela abaixo mencionada.
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1.2.9.1 – Generalidades
Grande parte das vezes, a construção dos edifícios em altura e a fraca pressão da rede
pública, faz com que seja necessário armazenar água em reservatórios localizados em
pontos mais baixos, para que depois possa ser elevada, por meios mecânicos, de um
determinado ponto, normalmente reservatório, para outros mais elevados. O destino
pode ser outro reservatório, que distribui água para a rede por gravidade, ou mesmo
directamente aos dispositivos de utilização, sem passar por outro reservatório.
Uma das formas de distribuir água às instalações prediais, é por gravidade. Nestes casos,
deverá o sistema ser provido de um reservatório elevado que permite abastecer os
diferentes dispositivos de utilização, a pressões consideradas de conforto. Acontece
porém, que várias são as vezes que a pressão de água na rede pública não consegue
abastecer este reservatório elevado, sendo por isso necessário construir ou instalar um
outro reservatório, num ponto inferior, que receba água e a armazene, para que possa
depois ser elevada. O sistema mecânico utilizado permite que, por transformação de
energia, a bomba consiga colocar no reservatório superior, a água que será depois
distribuída por gravidade.
Deverá ter-se em atenção a gestão dos níveis nos reservatórios para que a(s) bomba(s)
funcionem devidamente e sem trabalharem em vazio ao nível do reservatório inferior, ou
a água transborde no reservatório superior. Um conjunto de bóias eléctricas que
controlam os níveis num e noutro reservatório resolvem o problema.
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definidos pelo Regulamento (artigo 14) e pelo sub-capítulo 1.2.2 dos presentes
Apontamentos, assim como o número de ocupantes do edifício que está a ser projectado.
Deve-se considerar também um factor de segurança de 50%. Assim, é usual assumir que
a bomba a dimensionar deverá ter os seguintes tempos de funcionamento diário:
Neste caso, a bomba fará o abastecimento directo de água aos dispositivos de utilização,
a partir do reservatório inferior. O dimensionamento agora deixa de ter como relevante a
quantidade de água diária a abastecer a instalação predial. Como a bomba debita
directamente aos dispositivos de utilização, então é importante conhecer a quantidade
tipo de dispositivos que serão abastecidos, de modo a permitir conhecer o caudal de
cálculo da bomba.
Assim, para conhecer o caudal de cálculo da bomba, deverá ser seguido o que vem
disposto no sub-capítulo 1.2.4, pois deve ser adoptado para a bomba, o caudal de cálculo
da conduta logo a jusante da mesma.
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O traçado das condutas prediais de água deve ser constituído por elementos rectilíneos,
horizontais e verticais, ligados entre si por acessórios apropriados. Antes de se colocar a
tubagem, deve ser elaborado um plano de assentamento, evitando-se ao máximo o
número de acessórios que irão introduzir uma maior perda de carga localizada. Além
disso, todas as tubagens devem ser assentes com uma ligeira inclinação (0,5%) para
favorecer a circulação de ar no interior das canalizações.
fig. 10 – Posicionamento das redes de água fria (baixo) e quente (cima) numa WC
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Algumas das regras construtivas que devem ser tomadas em consideração são as
seguintes:
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O capítulo VI, Secção I do Regulamento, dá-se destaque em alguns artigos (65 a 70) ao
dimensionamento dos reservatórios, assim como alguns aspectos construtivos (artigo
68). Há algumas precauções construtivas a ter em consideração no dimensionamento e
implantação dos reservatórios, podendo-se salientar as seguintes:
Devem ser implantados para que a sua inspecção e manutenção não ofereçam
quaisquer dificuldades;
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Fig. 12– Alguns dos tipos de válvulas que frequentemente se usa nas instalações prediais
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Tal como mencionado no ponto 1.2.9.1, as instalações de elevação têm como objectivo,
elevar água, por meios mecânicos, de um determinado ponto, normalmente reservatório,
para outros mais elevados. As disposições construtivas constam no artigo 72 do
Regulamento. Para além das regras que constam neste artigo, deve-se acrescentar:
As bombas de água devem ser escolhidas tendo em atenção especial dois pontos:
o caudal de cálculo e a pressão exigida pela instalação;
Nas condições actuais das redes públicas no país, não é permitido que se instale
bombas de água que aspire água directamente da mesma. Embora haja
dispositivos que permitam controlar o funcionamento da bomba a partir das
pressões da rede (não arranca por exemplo a bomba sempre que a rede tenha
pressões baixas), a verdade é que a distribuição de água tanto nos grandes
centros urbanos como nos rurais é feita só durante algumas horas do dia;
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Por forma a proteger a bomba do choque hidráulico, deverá ser colocada sempre
a montante desta (na conduta de compressor, logo depois da bomba), uma
válvula de retenção de igual diâmetro ao da conduta. Também por causa desse
fenómeno, é muito frequente o uso hidropressores de diferentes volumes, que
ajudam de forma eficiente o funcionamento da bomba, regulando o arranca-pára,
balanceando pressões na conduta;
Sempre que se montam duas bombas iguais (e que não estejam associadas em
série ou paralelo), tem que se ter uma atenção especial para que elas possam
trabalhar alternadamente (uma e depois a outra) ou então que cada uma delas
funcione por um determinado tempo (pode-se comandar a alternância por meio
da instalação de um relógio no quadro eléctrico), por forma a que uma delas não
fique parada por muito tempo. Caso não funcionem dessa maneira, então a
bomba de reserva deverá ser periodicamente accionada, de forma manual,
garantindo a sua operacionalidade em caso de necessidade;
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Fig. 14 – Bomba de água com hidropressor, bomba sem hidropressor e aparelho de controle de pressão,
que substitui o hidropressor
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2.1.1 – Introdução
Já que no país não há muita legislação em vigor relacionada com a prevenção e combate
a incêndios, passa-se a fazer uma abordagem generalizada sobre a matéria.
2.1.2 – Generalidades
Para darmos uma ideia do que deve ser o espírito da prevenção, torna-se necessário
definir exactamente o incêndio, logo que este se declare.
Do ponto de vista da prevenção, há incêndio, ou risco de incêndio, toda a vez que uma
causa qualquer provoca inflamação ou aumento de temperatura capaz de causar perigo,
seja de materiais ou mercadorias, numa habitação, estabelecimento industrial ou
comercial, desportivo ou mesmo cultural.
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Ela está fundamentada no bom senso, experiência e técnica, onde muitas são as áreas
que intervêm de modo que o projecto seja concebido de forma a minimizar o risco de
incêndio.
Por exemplo, a arquitectura do edifício ou área onde será implantado são de extrema
importância. O técnico que está envolvido no projecto deverá tomar em consideração em
função do tipo de edifício ou infra-estrutura que tem que conceber, os materiais de
construção que irá aplicar, o uso ou não de sistemas de corta-fogo tais como paredes ou
portas corta-fogo, utilização de vidros duplos aramados, a forma como é feita a
compartimentação para retardar a propagação do calor, meios de evacuação (escadas
enclausuradas, saídas de emergência), elevadores de segurança, áreas de refúgio,
passarelas e pontes de ligação, construção de um heliporto no caso de termos edifícios
públicos, com grande concentração de utentes, etc.
O Engenheiro Electrotécnico tem que conceber um sistema que permita por exemplo
manter uma iluminação alternativa para os serviços de emergência (saídas, elevadores)
assim como a alimentação das bombas de incêndio, sabido que é que, quando
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A água é por excelência, a substância mais utilizada na extinção de fogos, não só por ser
um dos meios mais económicos para esse efeito, mas também pela sua grande
capacidade de absorção de calor, requisito que lhe confere a reconhecida eficácia no
combate a incêndios. Assim, o Engenheiro Hidráulico tem também um papel
preponderante a nível de concepção de sistemas de combate a incêndios. A definição de
uma ou mais redes internas de distribuição de água, cálculo do volume de
armazenamento de água e a forma de fazer chegar a água aos pontos de distribuição
(normalmente sistema de bombagem) são de fundamental importância para o combate a
incêndios, já que a grande parte destes são combatidos com água em pressão.
Ao contrário do que se pode julgar, dependendo do tipo de materiais que estão a arder, a
água pode não ser o meio mais eficaz para combater o incêndio. Há materiais
combustíveis cujo incêndio pode ser apagado com diversas substâncias incluindo a água,
como é o caso da madeira, papel e tecidos, mas há outros cujo incêndio só pode ser
contido e apagado com produtos especiais, como ocorre com o álcool, solventes,
espuma, Freon 1301 e Hallon 1301 (gases tromo-trifluormetano), gás carbónico (bióxido
de carbono), pó químico seco (em extintores portáteis), etc.
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Fig. 15 – Combate ao incêndio pode fazer-se por jacto de água ou aspersão (sprincklers)
Vai-se abordar apenas as considerações a ter para o dimensionamento dos sistemas que
usam a água em forma de jacto para o combate a incêndios, não se fazendo referência
aos “sprinklers”.
Artigo 17º
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Os Artigos 18º, 19º e 20º referem-se igualmente ao combate de incêndios mas sem
informação relevante para o dimensionamento das redes em edificações. Embora estes
números possam servir como indicativos, não é correcto considerar estes caudais para o
dimensionamento de redes em sistemas prediais.
A Norma Portuguesa é bem mais clara no que diz respeito aos valores de
dimensionamento (NP4386, actualizadas em 2001), e uma vez não existir
regulamentação específica para o país relacionado com esta matéria, pode ser usado este
documento para o dimensionamento de redes prediais, que estipula que cada boca de
incêndio respeite os seguintes parâmetros:
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de-incêndio de Ø 25mm, 1,5 l/s. Admite-se que num edifício não haverá mais do que
quatro bocas-de-incêndio a funcionar em funcionamento simultâneo.
Tendo estes valores como partida e considerando ainda que a pressão ideal na boca
de incêndio deverá ser maior ou igual a 250 kPa (2,5 kgf/cm2) , o dimensionamento
hidráulico da rede pode ser calculada pelas equações usadas para o cálculo de
condutas em pressão (Manning-Strickler, Chézy, Darcy-Weisbach, etc).
Fig. 16 – Carretel de combate a incêndio, com ou sem armário, assim como uma boca de incêndio
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CONCLUÍNDO:
É importante que os projectos sejam analisados caso a caso, por forma a que se
possa decidir se será ou não necessário um sistema hidráulico de combate a
incêndios e em caso afirmativo, qual o tipo de sistema será mais conveniente usar
em cada um deles. O factor economia é muito importante mas sem descurar a
segurança de pessoas e bens. O bom censo e a capacidade de se avaliar todos os
cenários possíveis de combate a incêndios em função da natureza da obra, poderá
levar a soluções intermédias menos dispendiosas e que possam no entanto garantir
a segurança mínima exigida.
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3.1 – INTRODUÇÃO
3.1.1 – Generalidades
Os caudais que afluem às redes de drenagem das águas residuais, são avaliados em cerca
de 90% dos consumos domiciliários, definidos pelas respectivas capitações para se ter
em conta as fugas de água de abastecimento que não chegam às redes de esgoto.
Normalmente, as águas residuais domésticas são escoadas por redes gravíticas, isto é, o
escoamento se processa por gravidade. Há no entanto situações em que a drenagem pode
ser feita com elevação, ou seja, o escoamento é elevado por meios mecânicos a partir da
zona que se pretende drenar para o ponto de descarga, estando o escoamento a
processar-se sob pressão.
Caixa ou câmara de
inspecção Colector público ou fossa séptica
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Caixa ou câmara de
inspecção Caixa de bombagem
Nas situações em que se verifiquem num mesmo edifício recolhas de águas residuais a
níveis superior e inferior ao do arruamento onde está instalado o colector ou posicionada
a fossa séptica, deverá proceder-se de acordo com os requisitos atrás especificados, para
cada uma das situações, na condução dos caudais até à câmara do ramal de ligação e a
partir daí, proceder à sua condução por gravidade até ao colector público de drenagem
ou então à fossa séptica. Em situação alguma o escoamento deverá entrar em pressão
quer no colector, quer na fossa.
Com o desenvolvimento dos grandes centros urbanos e como forma de não contribuir
para a contaminação dos solos com a descarga de águas residuais através dos drenos, são
desenvolvidos projectos de sistemas públicos de recolha de todas as águas residuais
produzidas, sendo estas encaminhadas para centros de tratamento (chamadas Estações
de Tratamento de Águas Residuais – ETAR). Daí são descarregadas ao mar ou rio, já
com uma qualidade que não causa problemas ambientais, não constituindo perigo para a
saúde pública.
Com o tratamento de forma colectiva nas ETAR´s, nas áreas que são abrangidas por este
tipo de tratamento deixa de ser necessário a construção de fossas sépticas e respectivos
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drenos, devendo todas as águas residuais prediais ser encaminhadas para o colector
público que farão o encaminhamento das águas para os locais de tratamento.
3.2 – DIMENSIONAMENTO
No antigo regulamento por exemplo, (que era utilizado até à entrada em vigor do
actual), não era feita qualquer referência às fossas sépticas. No entanto existiam normas
adoptadas a nível nacional (pelo respectivo Ministério de tutela ou Conselhos
Municipais) sobre os volumes e capacidades das fossas sépticas. Outro exemplo que se
pode dar, onde se nota a importância desses documentos complementares é que até
então, era comum a separação das redes que drenam as águas negras (provenientes das
bacias de retrete) das restantes águas, nas zonas onde não passa o colector público. As
águas negras eram então encaminhadas para as fossas sépticas de volumes variáveis e as
restantes directamente para o dreno. Das fossas, as águas depois de pré-tratadas, são
canalizadas também para o dreno, onde se infiltram no solo.
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caracterizam esse local, altura do nível freático, existência ou não de um sistema público
de drenagem de águas residuais, etc.
Uma das medidas que o novo regulamento prevê, é que nas zonas onde já tenha sido
instalada uma rede pública de drenagem de águas residuais, os edifícios sejam
desprovidos de fossas sépticas e drenos. Pelos artigos 156 e 188, passa a ser obrigatório
que as redes de águas residuais domésticas dos edifícios abrangidos pela rede pública
sejam ligadas a esta, devendo ser desactivadas todas as fossas sépticas, limpas e
aterradas. É no entanto necessário notar que antes de haver colector público, o sistema
era composto por duas redes distintas, nomeadamente a das águas negras e a das águas
brancas. Desactivar as fossas e ligar os ramais que a elas chegavam directamente ao
colector não resolve parte do problema, já que se deve prever também a ligação do ramal
que termina no dreno (o das águas brancas). Deveriam ser desactivados os dois (fossa e
dreno). Há ainda o problema de cotas a considerar. Poderá acontecer (não é pequeno o
número de casos) que a cota de fundo das caixas de saída das fossas sépticas ser inferior
à cota do fundo do colector público e aí torna-se impossível a ligação.
A grande maioria das edificações domésticas e industriais em todo o país, são drenadas
por estas duas redes separadas que foram já mencionadas. As grandes cidades do país,
que são as capitais provinciais (e não todas), estão dotadas de redes de drenagem de
águas pluviais (sendo constituídas por sarjetas, caixas intermédias e colectores) que
drenam as águas da chuva das zonas mais altas para as mais baixas. Estas redes não
podem receber águas residuais, já que as águas transportadas não sofrem qualquer tipo
de tratamento.
Quadro 8 – Resultados da pesquisa efectuada pelo INE em 2003 sobre as condições de saneamento
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O nosso regulamento prevê que as águas provenientes das bacias de retrete e as águas de
sabão possam ser descarregadas nos mesmos ramais, desde que seja assegurada a
adequada ventilação secundária dos primeiros (artigo 113). Estas águas serão drenadas
em conjunto para o colector público, sem que esteja prevista qualquer tratamento prévio
das águas (não é permitida a construção de fossas sépticas sempre que haja colector
público). Assim, a primeira questão que se coloca é saber até que ponto a estação do
Infulene (única ETAR da cidade de Maputo) está preparada para tratar as águas residuais
que a ela chegam.
Outra medida que o novo regulamento prevê e que vem referida no artigo102, vem
expresso que os sistemas prediais de águas residuais domésticas, quando não exista
drenagem pública, devem obedecer a todas as disposições do regulamento até à câmara
de ramal de ligação, isto é, as águas das bacias de retrete e as outras devem continuar a
ser misturadas, só que em vez de ligarem ao colector público, serão ligadas a uma fossa
séptica e respectivo dreno. Então, a segunda questão que se coloca é se esta mistura que
até há pouco tempo era considerada prejudicial, deixa agora de o ser. Apesar de ser mais
económico (há apenas uma rede em vez de duas, mesmo considerando o aumento do
calibre da tubagem), a qualidade da água que chega aos drenos é de pior qualidade que a
que chegava anteriormente, estando este sistema a contribuir para a maior contaminação
dos solos e água subterrânea.
Em relação a estas duas questões, aproveita-se o texto que vem no ponto 3 do artigo 102
do novo regulamento que menciona: “enquanto não houver regulamentação específica,
a realização de sistemas autónomos de tratamento e desembaraçamento deve obedecer
à experiência adquirida na sua aplicação ou à garantia de qualidade da solução a
adoptar…”, e aconselha-se que seja sempre mantida a separação entre estes dois tipos de
água, nas zonas onde não exista um sistema público de recolha de águas residuais. O
previsto no novo regulamento para o dimensionamento das diversas componentes das
redes a dimensionar, disposições construtivas, natureza dos materiais, deverá ser
escrupulosamente cumprido.
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1- Sifão
2- Ramal de descarga
3- Tubo de queda
4- Ramal de ventilação
4 5- Coluna de ventilação
6- Câmara de inspecção
7- Colector predial
8- Câmara de ramal de ligação
3 1 9- Ramal de ligação
2
10- Colector público
9
7 10
6 8
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apropriados (curvas, forquilhas, caixas de pavimento, etc). Por estes ramais se escoam
os caudais de descarga de diferentes aparelhos e equipamentos sanitários instalados
numa edificação. Esses caudais são os que a seguir se descrimina:
Qc = K. Qa
Em que:
Qc = caudal de cálculo;
K = coeficiente de simultaneidade;
Qa = Caudal acumulado
A determinação dos caudais de cálculo poderá ser feita através de métodos analíticos ou
através da via gráfica do regulamento, expressa pela curva apresentada no ANEXO 15
do regulamento (gráfico 1):
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O dimensionamento dos ramais de descarga é feito a partir das equações válidas para o
regime uniforme. Assim, os diâmetros são em função do tipo de material (rugosidade
das paredes interiores), do caudal de cálculo e da inclinação a dar ao ramal a
dimensionar.
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Os tubos de queda recebem as águas residuais que são drenadas pelos ramais de
descarga. Normalmente são tubos de traçado vertical, constituídos por um único
alinhamento recto. Nos pontos de mudança de direcção, estes tubos devem estar
providos de curvas de concordância e o valor da translação não deverá ser 10 vezes
superior ao diâmetro da tubagem.
Os tubos de queda devem ser dotados nos pontos de mudança de direcção, de bocas de
limpeza (também chamadas janelas de inspecção), de diâmetro não inferior ao seu e
deverão ser preferencialmente instalados em galerias de forma a facilitar a sua
acessibilidade, podendo em alguns casos estar embutidos em paredes devendo-se evitar
o atravessamento de elementos estruturais tais como vigas e pilares (no caso de ser
mesmo inevitável, deve ficar garantida a não ligação rígida dos tubos de queda a estes
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O diâmetro dos tubos de queda não deve ser inferior ao maior dos diâmetros dos ramais
que para ele confluem, com o mínimo de 50mm, devendo ser esse diâmetro constante ao
longo de todo o seu desenvolvimento.
Em que:
ts – taxa de ocupação;
Ses – secção ocupada pela secção de esgoto;
Sar - secção ocupada pela secção de ar.
Se o sistema não possuir ventilação secundária, a taxa de ocupação descerá até 1/7, com
o aumento do seu diâmetro, de acordo com a tabela do quadro abaixo representada.
Como já foi referido, os tubos de queda deverão preferencialmente ser constituídos por
um único alinhamento recto na vertical, não sendo necessária a introdução de acessórios
no seu percurso para redução da velocidade de escoamento, já que verifica um certo
equilíbrio entre a força de gravidade e as forças de atrito, resultando uma velocidade
designada por terminal, a qual não depende da dimensão linear do tubo de queda.
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em que:
Os ramais de ventilação deverão ser constituídos por troços rectilíneos, ligados entre si
por curvas de concordância. Os troços verticais deverão prolongar-se de modo a
atingirem uma altura não inferior a 0,15m acima do nível superior do aparelho sanitário
que ventilam (fig. 8)
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Por outro lado, nos aparelhos em bateria, exceptuando bacias de retrete ou similares e no
caso de não existência de ventilação secundária, os ramais de ventilação colectivos
devem ser ligados aos ramais de descarga no máximo de três em três aparelhos (fig. 9).
fig. 12. – Bateria de aparelhos sanitários ligados à coluna de ventilação (não sanitas nem similares)
Já para as bacias de retrete ou aparelhos similares, deve ser sempre usada a ventilação
secundária, isto é, cada aparelho deve através de um ramal de ventilação, ser ligado à
coluna de ventilação.
coluna drespectiva coluna de ventilação (fig. 10).
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O diâmetro das colunas de ventilação não deve decrescer no sentido ascendente. Como
foi já referido, um sistema de drenagem de águas domésticas terá sempre que possuir
ventilação primária, a qual será obtida através do prolongamento do tubo de queda até à
sua abertura para o exterior da edificação. È importante para isso que o escoamento no
tubo de queda se processe de forma anelar, assegurando assim no interior deste uma
coluna destinada ao escoamento do caudal de ar de ventilação.
Assim, a determinação da secção das colunas de ventilação tem muito a ver com a
velocidade do ar no tubo de queda, caudal de água residual, caudal de ar no tubo de
queda, secção ocupada pela água no tubo de queda, velocidade terminal da água, taxa de
ocupação, assim como o comprimento do próprio tubo de ventilação.
O dimensionamento das colunas de ventilação pode ser feito a partir do quadro seguinte:
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O diâmetro dos colectores prediais não deve ser inferior ao maior dos diâmetros das
canalizações que para ele confluem, com o mínimo de 100mm e as inclinações dos
mesmos devem estar compreendidas entre 10 e 40mm/m. Os colectores devem ser
dimensionados para um escoamento não superior a ½ secção.
O traçado destes ramais deverá ser, à semelhança de todos os outros, constituído por
troços rectilíneos, quer em planta, quer em perfil, podendo ser ligados à rede pública por
inserção, quer em câmaras de visita, quer directa ou indirectamente nos colectores
públicos. A inserção directa nos colectores públicos só poderá acontecer caso estes
possuam diâmetro superior a 500mm.
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O diâmetro dos ramais de ligação prediais não deve ser inferior ao maior dos diâmetros
das canalizações que para ele confluem, com um mínimo de 125mm. As inclinações dos
ramais não deverão ser inferiores a 10 mm/m, sendo aconselhável que se situem entre 20
e 40 mm/m.
O destino final das águas residuais domésticas é a sua integração num meio aquático ou
terrestre, natural ou artificial, que não conduza a situações de poluição, permitindo,
sempre que possível a valorização dos resíduos.
Uma fossa séptica é constituída por um ou vários reservatórios, onde as águas residuais
domésticas são mantidas, de modo a possibilitar que sejam sujeitas a uma acção
mecânica (sedimentação) e uma acção biológica (digestão anaeróbica ou fermentação
séptica).
As águas residuais ao entrarem na fossa, deverão sofrer uma substancial redução na sua
velocidade, de modo a possibilitar que as matérias em suspensão que transportam, sob
acção do seu próprio peso, se separem do líquido e se acumulem no fundo formando
lamas. As matérias transportadas de menor densidade (como gorduras, detritos vegetais,
etc,) aglomeram-se à superfície, formando escuma ou crosta.
Logo, as fossas deverão ser concebidas para que a velocidade das águas residuais no seu
interior sejam inferiores à velocidade a que se dá o processo anteriormente referido, bem
como serem dotadas de meios físicos que impeçam a saída dos elementos flutuantes,
possibilitando que se dê adequadamente toda a acção mecânica.
Seguidamente estas substâncias retidas no interior das fossas (escumas e lamas), sofrem
uma acção biológica, a qual consiste na sua transformação de matéria orgânica em
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Por este motivo, não deverão ser encaminhadas para as fossas grandes quantidades de
gorduras ou detergentes, uma vez que a acção bacteriana pode ser prejudicada, em maior
ou menor escala, em função dessas quantidades. Daí a razão das considerações feitas no
início deste capítulo no que diz respeito à junção dos dois tipos de águas (das bacias de
retrete com as restantes) quando se tem que projectar uma fossa séptica e nos casos de
inexistência de um sistema de drenagem público.
Tendo isto em conta, os projectistas deverão encaminhar para as fossas apenas as águas
residuais provenientes de aparelhos destinados a receber dejectos humanos,
encaminhando as águas saponárias ou de lavagens directamente para os meios
complementares de tratamento (no nosso caso, drenos).
Não deverão ser encaminhadas para as fossas sépticas as águas residuais pluviais.
No nosso país, para além das fossas pré-fabricadas, está aprovada pelas estruturas
competentes um modelo tipo que é constituído por dois compartimentos. As dimensões
dessa fossa dependem do número de utilizadores. No entanto, o novo regulamento
define, pelo seus ANEXOS 26 e 27, a determinação das características dimensionais de
fossas sépticas (volume útil) em função de diferentes factores. É necessário que o
ministério de tutela e estruturas camarárias adaptem o modelo que está em vigor a esta
nova forma de cálculo.
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As fossas sépticas deverão ser instaladas junto à edificação ou edificações que servem,
com um mínimo afastamento destas de 1,5 m. As paredes das fossas devem ser
construídas de modo a que a sua estanquidade fique assegurada. No entanto, tendo em
conta a ocorrência de quaisquer fugas, deverão ser posicionadas de modo a garantir um
afastamento da ordem dos 3 m, de tubagens de abastecimento de água, árvores de grande
porte e na ordem de 15m de poços, fontes, furos de água, etc.
Deverão ainda ficar localizadas de forma a garantir um acesso fácil, tendo em conta a
efectivação das indispensáveis operações de limpeza e manutenção. Dentro deste
contexto, não deverão ficar enterrada a profundidades que ultrapassem os 0,5m, tendo
sempre todas as câmaras que a compõe, acessos para a entrada de quem precede à
respectiva limpeza.
Só depois de tratada poderá a água ser restituída à natureza, sendo em muitos casos
armazenada para poder fazer-se o reaproveitamento para rega. (exemplo: Centro de
Conferências Joaquim Chissano, em Maputo). Em situação alguma esta água mesmo
depois de tratada poderá ser usada para consumo humano. É no entanto necessário que
os caudais produzidos de águas residuais justifiquem tal aplicação.
Não raras vezes se verificam problemas relacionados com o entupimento das tubagens,
nas quais se escoam águas residuais com elevados teores de gorduras, provocados pela
sua aderência às paredes das tubagens, com a consequente redução das secções de
passagem chegando mesmo a haver uma completa obturação. Nestes casos, dever-se-á
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τ=γ.R.J
em que:
Um dispositivo retentor de gorduras deverá ser constituído por uma ou várias câmaras
retentoras de elementos pesados e uma câmara de retenção de gorduras, separadas ou
não.
Estes elementos de retenção deverão ser instalados sempre que se verifique a existência
de instalações de confecção de alimentos em quantidade significativa (restaurantes,
hotéis, etc.) uma vez que, geralmente, os caudais drenados neste tipo de instalações
transportam elevados teores de gorduras.
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fig. 16 - Planta e corte de uma caixa de retenção de gorduras em moradias (recolha das águas dos lava-
loiças e máquinas de lavar loiça)
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As paredes abaixo do nível de entrada das águas residuais poderão ser executadas em
alvenaria de tijolo, de pedra, de blocos de cimento ou por sobreposição de anéis de
betão, com juntas abertas (ver fig.14). Acima do nível do colector de entrada, as juntas
dos elementos constituintes das paredes deverão ser argamassadas como forma de
garantir a sua estanquidade e a sua altura deverá oscilar à volta de 1m.
Exteriormente, os poços devem ser envolvidos com material drenante (brita, escória,
etc.) de espessura não inferior a 0,15m. O fundo, deverá ser constituído pela mesmo tipo
de material drenante, mas de espessura entre 0,40 a 0,60m. Os poços devem ser dotados
de cobertura que lhes possibilite o acesso, cuja concepção deverá ser idêntica às tampas
das câmaras de inspecção. No caso de serem necessários mais do que um poço, estes
deverão estar distanciados entre si, no mínimo 3 vezes o diâmetro do maior.
Os poços deverão ser posicionados a jusante das fossas, com o mínimo afastamento das
habitações de 5m. Sempre que existam lençóis de água utilizável, o afastamento do poço
ao ponto de captação não deverá ser inferior a 50 m e a diferença de cota entre o fundo
do poço e o nível superior do lençol não deverá ser inferior a 25 m.
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P. Cp ≤ Qi . D . hp . л
Em que:
P = população (habitantes);
Cp = capitação de águas residuais (l/hab/dia);
Qi = caudal infiltrável no terreno (l/m2/dia);
D = Diâmetro do poço (m);
hp = Altura da camada permeável (m).
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Quadro 18 – Alturas úteis por utilizador, para diferentes diâmetros, caudais e tempos de infiltração
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No pais não existe regulamentação que estabeleça as condições para recepção dos
sistemas prediais de drenagem de águas residuais, as quais deveriam assentar na
verificação da conformidade do sistema com o projecto aprovado e na realização de
ensaios de estanquidade e de eficiência do funcionamento.
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4.1 – INTRODUÇÃO
Se existe sistemas públicos (de águas residuais domésticas e/ou de águas pluviais), a
sua ligação à rede pública de drenagem será feita com um ramal de ligação (se for um
colector público misto) ou dois ramais de ligação (se existirem dois colectores para
cada um dos tipos de água a escoar, nomeadamente residuais e pluviais).
Da chuva;
Da rega de jardins, lavagens de arruamentos, pátios, parques de estacionamento;
Circuitos de refrigeração e instalações de aquecimento;
Piscinas e depósitos de armazenamento de água;
Drenagem do subsolo.
A drenagem deste tipo de águas pode ser feita de forma gravítica, com elevação ou por
meio de sistemas mistos.
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4.3 – DIMENSIONAMENTO
Qc = K.I.A
Em que:
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I=a.tb
Em que:
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A altura da lâmina líquida no interior das caleiras e dos algerozes não deve ultrapassar
7/10 da altura da secção transversal, salvo se for assegurado que, em caso de transbordo,
este não será para o interior do edifício.
Para uma caleira de secção rectangular, a área e raio hidráulico (A e R) tomam asa
seguintes expressões:
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O diâmetro dos tubos de queda não deverá ser inferior ao maior dos diâmetros dos
ramais de descarga que para ele confluem, com o mínimo de 50mm. O diâmetro deve
preferencialmente ser constante ao longo de todo o seu desenvolvimento.
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Os colectores prediais deverão ter um traçado constituído por troços rectilíneos, quer em
planta, quer em perfil. Quando enterradas, estas tubagens deverão ser dotadas de
câmaras de inspecção no seu início, nas mudanças de direcção de inclinação, alteração
de diâmetro e confluências. Quando instaladas à vista e garantindo o seu acesso, as
câmaras de inspecção poderão dar lugar a curvas de transição, forquilhas reduções e
bocas de limpeza desde que seja garantido o acesso para manutenção e limpeza. O
afastamento máximo entre câmaras é de 15m.
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Bibliografia:
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