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Pró-Reitoria de Graduação
Carlos Willians Jaques Morais - Pró-Reitor
Colaboradores de Publicação
Gabriela Mazureki Campos Bahniuk - Revisão
Marvyn Meyer Sant’Ana - Diagramação
PALAVRAS DO PROFESSOR
Prezados Residentes,
EMENTA
OBJETIVO GERAL
O objetivo desta disciplina visa atualizar os profissionais que atuam na área nas
normas, metodologias, técnicas de dimensionamento de redes de drenagens,
assim como na identificação e avaliação de defeitos que acarreta a deficiência
na condução apropriada da água.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
2
SUMÁRIO
3
3.3.3 Áreas maiores a 10km2 (Método do Hidrograma Triangular Sintético) ......... 43
3.4 DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES ............................................................................... 45
3.4.1 Método racional ...................................................................................................... 45
3.4.2 Método racional com coeficiente de retardo para áreas entre 4 e 10km² ......... 46
3.4.3 Hidrograma triangular sintético (“U.S.A. Soil Consevation Service”- Área
>10km²) .............................................................................................................................. 46
3.5 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO...................................................................................... 47
4 UNIDADE 04 - DRENAGEM SUPERFICIAL ................................................................... 50
4.1 VALETAS DE PROTEÇÃO .......................................................................................... 52
4.1.1 Dimensionamento hidráulico ................................................................................ 55
4.2 MURETA PROTEÇÃO EM CORTE EM ROCHA ..................................................... 57
4.3 SARJETAS ..................................................................................................................... 57
4.4 SARJETAS DE CORTE ................................................................................................ 58
4.5 SARJETAS DE ATERRO ............................................................................................. 62
4.6 SARJETAS DE CANTEIRO CENTRAL ..................................................................... 63
4.7 SAÍDAS DA ÁGUA ........................................................................................................ 63
4.8 DESCIDAS DA ÁGUA................................................................................................... 65
4.8.1 Dimensionamento hidráulico para descidas de água do tipo rápido .............. 66
4.9 DESCIDAS D’AGUA EM CORTE ............................................................................... 67
4.10 DISSIPADORES DE ENERGIA ................................................................................ 67
4.11 CAIXAS COLETORAS................................................................................................ 69
4.12 SARJETAS DE BANQUETA...................................................................................... 69
4.13 BACIAS DE ACUMULAÇÃO ..................................................................................... 70
4.14 SARJETA E MEIO FIO DE ATERRO ....................................................................... 71
4.16 DESCIDA D’ÁGUA EM TALUDE .............................................................................. 72
4.17 SAÍDAS D’AGUA ......................................................................................................... 72
4.18 BUEIROS ...................................................................................................................... 73
4.18.1 Bueiros de greide ................................................................................................. 74
4.18.2 Bueiros de grota ................................................................................................... 75
4.18.3 Classificação dos bueiros ................................................................................... 76
4.18.4 Nomenclatura dos bueiros .................................................................................. 78
4.19 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO....................................................................... 80
4.21 CONSTRUÇÃO DE BUEIROS .................................................................................. 86
4.21.1 Método destrutivo ................................................................................................. 86
4.21.2 Métodos não destrutivos ......................................................................................... 86
4.22 EXEMPLOS DE DIMENSIONAMENTO................................................................... 91
4
5 UNIDADE 05 - DRENAGEM PROFUNDA ....................................................................... 93
5.1 PRINCIPAIS INDICADORES DA NECESSIDADE DE DRENAGEM PROFUNDA
................................................................................................................................................. 93
5.2 CLASSIFICAÇÃO DOS DRENOS .............................................................................. 93
5.2.1 Dreno profundo longitudinal .................................................................................. 94
5.2.2 Dreno espinha de peixe ......................................................................................... 97
5.2.3 Drenos sub-horizontais .......................................................................................... 98
5.2.4 Colchão drenante ................................................................................................... 99
5.2.5 Dreno sub-superficial do pavimento .................................................................. 100
5.3 EXERCÍCIOS DE DIMENSIONAMENTO ............................................................ 101
6 UNIDADE 06 - GEOSSINTÊTICOS, FILTROS E TENSÕES EFETIVAS ................. 104
6.1 GEOSSINTÉTICOS..................................................................................................... 104
6.1.3 Propriedades dos geotêxteis em sistemas de drenagem e filtração ................ 116
6.2 FILTROS DE PROTEÇÃO ......................................................................................... 122
6.3 TENSÕES NO SOLO .................................................................................................. 124
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 129
5
1 UNIDADE 01 - INTRODUÇÃO
6
Os três primeiros capítulos fazem uma fundamentação geral sobre o tema
com o intuito de permitir ao leitor entender os procedimentos a serem abordados
nos capítulos finais, nos quais é feita uma revisão detalhada sobre o tema.
Este material trata da compilação de informações obtidas através de
diversas fontes (principalmente do professor Marcos Jabôr) com o intuito de
facilitar ao leitor o entendimento sobre o tema. É importante que os materiais
fornecidos, tanto a apostila quanto os vídeos sejam analisados de forma
conjunta. Sem mais, fico a disposição caso surjam dúvidas durante os estudos
da disciplina.
7
direto com a superfície do pavimento, ou seja, o pneu tem contato apenas com
a água”. Se, ocorre aquaplanagem o veículo não responde aos freios nem ao
volante, então, se comporta de maneira similar a um barco. Este tipo de
deslocamento é provocado por ação da combinação de: existência de lâmina de
água sobre o pavimento, qualidade da condução do veículo, velocidade,
profundidade dos sulcos da bandagem dos pneus, e pressão de pneus.
Os sulcos de pneus são os elementos que fazem o contato do veículo com
o pavimento da via. Sulco é caracterizado pelo seu desenho e sua profundidade.
O sulco é quem confere ao pneu a capacidade de atrito com o pavimento para
movimentar o veículo, e, contribui para a estabilidade e a capacidade de
frenagem. Dentre as funções do sulco está expulsar água para as laterais para
manter o contato entre o veículo e o pavimento para evitar a aquaplanagem.
Para um veículo em boas condições de manutenção, experiências em pistas de
teste indicam que a aquaplanagem pode ocorrer quando a altura da lâmina de
água for maior que 1,6mm. Para segurança do movimento de veículos, um pneu
novo tem profundidade de sulcos estimada em 8mm, e oferece a maior
segurança disponível contra a ocorrência de aquaplanagem. Segundo o
CONTRAN, Resolução 540/2015, um pneu está desgastado quando a
profundidade de sulcos é menor que 1,6mm (figura 1.1).
Dentre outros fatores, a segurança de trânsito de veículos, depende da
relação entre o estado da rodovia e a qualidade do contato entre pneu e
pavimento. De um lado a rugosidade do pavimento, que fornece o atrito para que
o giro das rodas desloque o veículo, e, de outro, a superfície dos pneus que
solicita tais forças para movimentar esta viatura. A aquaplanagem ocorre a partir
do momento em que os sulcos dos pneus não mais conseguem expulsar água
entre o pneu e o pavimento para as laterais. A tabela 1.1 sintetiza as variáveis
que interferem na ocorrência de aquaplanagem ações sobre o controle de
veículo em movimento.
8
Figura 1.1 - Hipóteses sobre relações entre pneus e lâmina de água no movimento de veículos
9
Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) e Instituto de Pesquisas Rodoviárias
(IPR).
11
8. Falta de fiscalização e controle de pesagem nas rodovias. Número
insuficiente de postos de pesagem; falta de investimento na conscientização dos
usuários sobre os impactos do sobrepeso.
9. Ausência de políticas públicas consistentes e de longo prazo para
o setor rodoviário. A falta de planejamento e a escassez de recursos impedem o
desenvolvimento do setor, que é responsável por mais de 60%¨do transporte de
cargas e por mais do 90% do transporte de passageiros no país.
10. Setor rodoviário sobrecarregado por falta de uma política
multimodal integrada que garanta o equilíbrio da matriz de transporte no Brasil
Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT)
revelou que a má condição das pistas é uma das principais causas de acidentes.
A falta de infraestrutura, além de fazer vítimas, gera um rombo na
economia. Em um ano, nas estradas federais, por exemplo, quase R$ 16 bilhões
foram perdidos.
12
por percolação do nível freático elevado ou entrar lateralmente pelos bordos do
pavimento e valetas dos acostamentos, como mostrado na figura 1.2.
13
As precipitações pluviométricas são a maior fonte de águas que penetram
a estrutura dos pavimentos, podendo ocasionar infiltrações tanto pela superfície
como pelas bordas na junção pista-acostamento.
A água presente no interior da estrutura do pavimento tem influência no
comportamento e desempenho dos materiais de cada camada do pavimento.
Com o passar do tempo, o excesso de água tem influência negativa sobre a
serventia, embora os danos causados pela infiltração de água no pavimento não
apareçam instantaneamente.
O processo de deterioração da estrutura e da redução da vida útil do
pavimento é gradual e pode passar despercebido durante muito tempo. As
principais evidências da presença de água no pavimento poderão ser resíduos
secos, apresentando-se como manchas nas imediações de trincas, juntas de
construção e nos bordos da pista, além do desnivelamento das juntas e trincas
no caso de pavimentos rígidos. Em algumas situações, pode-se verificar até a
presença de vegetação.
A prevenção da infiltração é um aspecto muito relevante em regiões de
clima temperado, onde pode haver o congelamento das águas livres no interior
do pavimento em função da exposição a baixas temperaturas.
• Infiltração através da superfície do pavimento
Em pavimentos de concreto, a maior parcela de infiltração ocorre através
das juntas longitudinais e transversais e trincas presentes nas placas de concreto
de cimento Portland (CCP) ao longo do tempo. Quando o acostamento dos
pavimentos de concreto é composto por revestimento asfáltico, a junta pista-
acostamento é outro ponto significativo de infiltração, caso não seja devidamente
tratado.
Nas estradas, a água pode ter origem em diversas direções, mas
independentemente desta, é de vital importância o seu controle, isto, com o
intuito de garantir que a estrutura possa ter a vida útil projetada. De forma geral,
a água nas estradas pode ter as seguintes origens:
• Precipitação que cai diretamente sobre a zona da estrada e
terrenos limítrofes
• Níveis freáticos intersectados pelos taludes de escavação
• Níveis freáticos na zona do pavimento
• Linhas de água intersectadas pela obra
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1.11 EFEITO DAS ÁGUAS
1.13.1 Classificação
15
Na drenagem superficial se podem encontrar diversos dispositivos, entre
eles: valeta de proteção de corte, valeta de proteção de aterro, sarjeta de corte,
sarjeta e meio-fio de aterro, sarjeta de canteiro central e de banquetas,
transposição de segmentos de sarjetas, saída e descida d’água em talude,
dissipador de energia, bueiro de greide /grota, caixa coletora e bacia de captação
e vala de derivação
Entre os dispositivos que podem ser usados como drenagem profunda se
encontra: drenos profundos, drenos em espinha de peixe, camadas drenantes,
drenos horizontais profundos, valetões laterais, drenos verticais de areia e
drenos transversais.
16
2 UNIDADE 02 - BASES SOBRE HIDROLOGIA
17
• Limnologia - refere-se ao estudo dos lagos e reservatórios;
• Potamologia ou fluviologia - trata do estudo dos rios;
• Glaciologia ou criologia - é a área da ciência relacionada com a
neve e o gelo na natureza;
• Hidrogeologia - é o campo científico que trata das águas
subterrâneas.
• Hidrografia é a ciência que descreve as características físicas e as
condições da água na superfície da Terra, principalmente as massas de água
para navegação.
18
O ciclo hidrológico pode ser considerado como composto de duas fases,
uma atmosférica e outra terrestre. Cada uma dessas fases inclui: a)
armazenamento temporário de água; b) transporte; c) mudança de estado.
Com finalidade didática visando as aplicações à Engenharia Hidráulica,
apresenta-se o ciclo hidrológico em quatro etapas:
• Precipitações atmosféricas: chuva, granizo, neve, orvalho.
• Escoamentos Subterrâneos: infiltração, águas subterrâneas.
• Escoamentos Superficiais: córregos, rio e lagos.
• Evaporação: na superfície das águas e no solo transpiração.
2.2 PRECIPITAÇÕES
19
somente um décimo da área do coletor. Consequentemente, a espessura da
chuva precipitada é aumentada 10 vezes, o que permite medidas com precisão
de até 0,025 cm, enquanto a abertura estreita minimiza a evaporação. Quando
a quantidade de chuva é menor que 0,025 cm, é considerada um traço de
precipitação.
20
Essa intensidade pode ser medida utilizando um pluviógrafo, calculada
através de equações IDF (curva intensidade-duração-frequência) ou adotada de
acordo com a localidade do projeto conforme NBR 10844:1989.
A intensidade de chuvas pode ser classificada tendo em conta a precipitação:
• Fraca <5mm/h
• Moderada 5mm/h - 25mm/h
• Forte 25mm/h – 50mm/h
• Muito forte >50mm/h
2.5 ISOIETAS
21
Os dados utilizados passam por um processo de análise com o intuito de
conhecer as probabilidades teóricas de ocorrência de eventos com uma
determinada magnitude.
Na fase de projeto, deve-se analisar detalhadamente os valores máximos a
serem trabalhados, isto, dada a relevância tendo em conta a viabilidade técnica
e económica que possa representar dito projeto. Os dados podem ser
considerados; na sua totalidade (série total); superiores a determinado valor
(série parcial); ou também utilizar o valor máximo de cada ano (série anual). Os
dados são organizados em ordem decrescente e a cada um se atribui o seu
número de ordem m (com m variando entre 1 e n número de anos de
observação).
A frequência é a razão entre o número de ocorrências e o número de
observações. Ao analisar a frequência pode se determinar o número de vezes
em que o evento observado supera ou é menor que determinado valor de
referência. Se a amostra de dados é representativa da população pode se
estabelecer uma relação entre as frequências amostrais e as probabilidades. A
frequência pode ser tratada como uma estimativa da probabilidade.
Para a determinação da frequência com que foi igualado ou superado um
evento de ordem m pode ser determinada através do método da Califórnia:
𝐹=𝑚/𝑛
ou através do método de Kimbal:
𝐹=𝑚/(𝑛+1)
Onde:
F Frequência com que um evento pode acontecer
m Número de vezes em q o evento atinge os requisitos
n Número de dados de observação
Assumindo a frequência como referência para estimativa de probabilidade
teórica (P) e definindo o período de retorno ou de recorrência como o intervalo
médio de anos em que um determinado evento pode ser superado.
Quando se trabalham com períodos de recorrência bem menores que o número
de anos de observação o valor encontrado segundo as equações apresentadas,
pode dar uma boa ideia do valor real de P, no entanto, com observações menos
frequentes de ser feito um ajuste para possibilitar uma determinação mais
apropriada da probabilidade.
22
Estatisticamente, a probabilidade das precipitações é inversamente
proporcional à sua magnitude, quer dizer, entre maior seja uma precipitação
menor será a probabilidade de a mesma acontecer. Com o intuito de ter em conta
a variação da intensidade com a frequência é necessário fixar a cada vez a
duração que deve ser considerada.
Tr=1/F → F=P → Tr=1/P
Onde:
Tr Período de recorrência ou de retorno
F Frequência com que um evento pode acontecer
P Probabilidade com que um evento pode acontecer
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2.7.1 O método do Otto Pfafstetter
Onde:
K Fator de probabilidade, em função do período de recorrência, da duração
e da precipitação e da localidade;
T Tempo de recorrência em anos
α Valor que depende da precipitação e igual para todos os postos (Quadro
1)
β Valor que depende da duração da precipitação (igual ao tempo de
concentração calculado para a bacia em estudo Tc) e específico para
cada posto.
24
Tabela 2.2 – Relação dos postos Pluviográficos dos estados de Pará, Santa Catarina e Paraná
Estudados por Otto Pfastetter
VALORES DE β
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E e F - Zonas continental e noroeste, com coeficientes de intensidade altos;
G e H - Zonas de caatinga nordestina, com coeficientes de intensidade muito
altos
Procedimentos para o desenvolvimento do método das isozonas:
• A partir do estudo estatístico, calcula-se para a estação em estudo,
a chuva de um dia, no
• tempo de recorrência previsto,
• Converte-se esta chuva de um dia, em chuva de 24 horas,
multiplicando-se esta, pelo coeficiente 1.10, que é a relação 24 horas/1dia,
• Determina-se no mapa das Isozonas do livro “Práticas
Hidrológicas”, a isozona correspondente à regiãodo projeto;
• Através do mapa das Isozonas do livro do Eng. Taborga Torrico
identifica-se a isozona representativa para o local do estudo;
• Após ter-se determinado a isozona, fixam-se para a mesma as
porcentagens correspondentes a 6 minutos e 1 hora,
• Após a determinação das alturas de precipitação para duração de
24 horas, 1 hora e 6 minutos, para cada tempo de recorrência considerado,
marcaram-se estes valores no papel de probabilidade de Hersifieid e Wion, e
ligando-se os pontos marcados, obtiveram-se as alturas de precipitação para
qualquer duração entre 6 minutos e 24 horas.
A partir daí processam-se os cálculos para a obtenção das intensidades
pluviométricas para os diversos tempos de recorrência para serem utilizados no
projeto em estudo.
Não deverão ser utilizado posto pluviométrico com número de
observações/série histórica, após análise de inconsistência dos dados, seja
inferior a 15anos.
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A definição do Tempo de Recorrência segue padrões éticos que devem
variar com o tipo de obra hidráulica, sua vida útil, facilidade de reparação de
defeitos futuros e, principalmente, com risco de perdas de vida ou perdas
financeiras decorrentes de um sinistro. Convém ter sempre em mente que a
escolha de um valor para TR implica em assumir um Risco que se deseja correr
no caso de um sinistro durante sua vida útil. Essa relação entre TR e Risco nem
sempre é bem entendida e surpreende um olhar incauto.
Sempre que uma estrutura hidráulica é dimensionada se considera uma
vazão de projeto limite, para qual a estrutura irá falhar caso essa vazão seja
superada. Em outras palavras, há que se quantificar a vazão de projeto para que
ela garanta que estará sempre associada a um Tempo de Recorrência ou a um
Risco Permissível.
Quanto maior for o período de retorno, maiores serão os valores das
vazões de pico encontrada e consequentemente, mais segura e cara será a obra.
Para um extravasor de barragem, por exemplo, adotam-se períodos de retorno
de 1.000 a 10.000 anos, posto que, acidentes neste tipo de obra, além de
ocasionarem prejuízos incalculáveis, geralmente acarretam elevado número de
vítimas.
27
Como cada evento hidrológico é considerado independente, a
probabilidade de não ocorrer para “n” anos é:
1 𝑛
𝑃 = (1 − )
𝑇𝑟
A probabilidade complementar de exceder uma vez em “n” anos será
Sendo:
TR= período de retorno (anos);
n= número de anos de utilização das instalações ou vida útil;
R= risco (entre zero e 1).
O emprego de um período de retorno maior, qualquer que seja o seu valor,
significa que o engenheiro quer adotar um risco calculado. Todavia, há uma
possibilidade de que aquele período de retorno da chuva será excedido ao
menos uma vez em N anos. A probabilidade de uma chuva que tem um período
de retorno ocorrendo uma vez em N anos é dada pela equação.
2.9 PERÍODO DE RETORNO RECOMENDADO POR ÓRGÃOS
RODOVIÁRIOS
DNIT
• Drenagem superficial - 5 anos a 10 anos
• Drenagem profunda - 1 ano
• Drenagem grota, Bueiros tubulares - 10 anos (como canal) e 25
anos (como orifício)
• Drenagem grota, Bueiros Celulares (Galerias) - 25 anos (como
canal) e 50 anos (como orifício)
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• Pontilhão - 50 anos
• Ponte - 100 anos
GOINFRA - GO
• Bueiros de grota e drenagem superficial - 5 anos
• Bueiros em bacias até 1 km² - 10 anos (como orifício - 25 anos)
• Bueiros em bacias entre 1 km² e 5 km² - 25 anos (como orifício - 50
anos)
• Bueiros ou galerias em que 5 km² < A < 10 km² - 50 anos
• Pontes até 100 m - 50 anos
• Pontes maiores que 100 m - 100 anos
DER - MG
Rodovias Normais:
• Drenagem superficial -10 anos
• Drenagem profunda -1 ano
• Drenagem grota, Bueiros tubulares - 25 anos (como orifício);
• Drenagem grota, Bueiros celulares - 25 anos (como canal) e 50
anos (como orifício);
• Pontes - 50 e 100 anos.
Rodovias com baixo volume de tráfego:
• Drenagem superficial - 10 anos
• Drenagem profunda - 1 ano
• Drenagem grota, Bueiros tubulares - 15 anos (como orifício)
• Drenagem grota, Bueiros celulares - 25 anos (como orifício)
• Pontes - 50 anos
Proposta para rodovias municipais: Volume médio diário (VMD) < 300
• Drenagem superficial - 5 anos
• Drenagem profunda - 1 ano
• Drenagem grota:
o Bacias com área até 50 Ha - 5 anos como orifício
o Bacias com área de 50 Ha até 400 Ha - 10 anos como orifício
o Bacias maiores que 400 Ha - 15 anos como orifício, sendo Hw/D
para os bueiros
29
o tubulares < = 2 e para os bueiros celulares o Hw/D < = 1,2
Proposta para ferrovias
• Drenagem superficial - 10 anos
• Drenagem profunda - 1 ano
• Drenagem grota:
• Bueiros tubulares - 50 anos
• Bueiros celulares - 100 anos
• Pontes - 200 anos
30
3 UNIDADE 03 - BACIAS DE CONTRIBUIÇÃO
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• Nos topos dos morros deve-se verificar se a chuva que cair do lado
de dentro do limite realmente escoará sobre o terreno rumo às partes baixas
cruzando perpendicularmente as curvas de nível em direção ao curso da água
em estudo. Se a inclinação do terreno estiver voltada para direção oposta as
drenagens é porque pertence a outra bacia. Notamos que dentro da bacia poderá
haver locais com cotas mais altas do que as cotas dos pontos que definem o
divisor de águas da bacia.
• Para facilitar a definição dos limites devemos diferenciar os
talvegues dos divisores de águas. Os talvegues são depressões (vales),
representados graficamente onde as curvas de nível apresentam a curvatura
contrária ao sentido da inclinação do terreno, indicando que nestes locais ocorre
concentração de escoamento. Os divisores de água são representados pelo
inverso de um talvegue, no qual as curvas de nível apresentam curvatura voltada
para o sentido da inclinação do terreno, sobre a qual as águas escoam no sentido
ortogonal às curvas em direção aos talvegues.
• A delimitação da bacia deve retornar ao ponto inicial definido como
exutório.
32
O estudo dos fatores climáticos é necessário para a obtenção das bases
pluviométricas do projeto, em função das quais se determinam as vazões de
projeto. E, entre os fatores fisiográficos, o estudo das características do curso de
água considera mais as propriedades hidráulicas dos condutos que promovem
o deflúvio dos caudais.
As características físicas da bacia são: área, comprimento do talvegue e
declividade do talvegue, que são obtidos através da elaboração do Mapa de
Bacias.
• Área da bacia: fundamental para definir o potencial de geração de
escoamento da bacia hidrográfica, uma vez que o seu valor multiplicado pela
lâmina da chuva precipitada define o volume de água recebido pela bacia. É
obtida através da projeção vertical da linha do divisor de águas sobre o plano
horizontal A área da bacia é expressa em hectares (ha) ou quilômetros
quadrados (km2 ) e pode ser obtida por planimetria de mapas ou por cálculos a
partir de mapas digitalizados, utilizando ferramentas computacionais de SIG
(Sistemas de Informações Geográficas)
• Comprimento do rio principal (L): é determinado a partir do perfil
longitudinal do curso d’água medindo-se o comprimento do trecho entre a
nascente mais distante e o ponto de interesse ou exutório
• Perfil longitudinal: os perfis longitudinais são obtidos em mapas
planialtimétricos e representam a variação de cotas ao longo do comprimento do
rio principal
• Declividades: a declividade é muito importante para a modelagem
do escoamento, uma vez que a velocidade de fluxo depende desta variável.
Pode ser determinada por vários métodos. Em geral consiste na razão entre a
diferença das altitudes dos pontos extremos de um curso d´água e o
comprimento desse curso d ´água, pode ser expressa em % ou m/m (PAIVA e
PAIVA, 2001). A diferença entre a elevação máxima e a elevação mínima resulta
na amplitude altimétrica da bacia. Esta é a maneira mais simples de se calcular
a declividade, entretanto, para rios que percorrem relevos muitos diferenciados
é necessário fazer algumas correções.
Uma bacia hidrográfica constitui-se no conjunto de terras delimitadas
pelos divisores de água e drenadas por um rio principal, seus afluentes e
33
subafluentes. A bacia hidrográfica é considerada a unidade territorial de
planejamento e gerenciamento das águas.
Das análises das bacias podem ser retirados dados como:
• Determinação da área de contribuição
• Comprimento do rio principal
• Perfil longitudinal
• Declividade
34
Tabela 3.1 - Formulações para a determinação do tempo de concentração
onde:
L – Comprimento do rio principal da bacia (km ou m, dependendo da formula);
H – Desnível entre o ponto mais elevado da bacia e o exutório (m).
A – área de drenagem da bacia (km2);
S – Declividade média da bacia (m/m).
v – velocidade média do rio principal da bacia no estirão (m/s).
p – percentagem da bacia com cobertura vegetal (entre 0 e 1);
CN – Número da curva SCS
Runoff – Coeficiente de escoamento superficial
O valor do Tc pode variar muito de acordo com a fórmula utilizada,
portanto, é preciso ter muito critério e conhecer bem os limites de aplicabilidade
de cada metodologia. Abaixo uma tabela resumo das características das
formulas citadas extraída do livro elaborado pelo Engenheiro Plínio Tomaz:
Para bacias de médio e grande porte, o tc tende a se aproximar do tempo de
viagem, e, nessas condições, a maioria dos autores recomenda este valor seja
estimado através do uso da fórmula de Manning.
No caso de um rio onde existam trechos com características distintas
(declividade, material de fundo, etc) pode-se calcular os tempos de viagem para
cada um dos trechos.
Dado que existem várias fórmulas indicadas para a determinação dos tempos
de concentração das bacias hidrográficas. No Manual de Projeto de Engenharia-
35
capitulo III- Hidrologia DNER recomenda-se que o projetista deverá escolher a
fórmula do tempo de concentração tendo em vista:
• A mais compatível com a forma da bacia;
• A mais adaptável à região do interesse da rodovia;
• A que contenha o maior número de elementos físicos: declividade
de talvegue, natureza do solo, recobrimento vegetal, etc.;
• A distinção entre áreas rurais e urbanas.
Tempo de concentração utilizado no método racional em bacias com área
menor a 4km2. O tempo de concentração é calculado pela expressão do R.
Peltier / J.L. Bonnenfant
Tc=T1+T2
Onde:
T1 = Tempo de escoamento em minutos, tabelados em função da cobertura
vegetal e declividade do talvegue. (Tabela 3.2)
𝑇2 = 1⁄𝛽 𝑥𝑇2,
2
1⁄ = Coeficiente de correção da cobertura vegetal
𝛽2
T’2 pode ser obtido com o uso da tabela 3 (tabela representativa), a qual
correlaciona a declividade e a formada bacia com o intuito de encontrar o valor
de T’2.
𝐿
𝛼=
√𝐴
Onde:
α = coeficiente de forma da bacia
L = comprimento do talvegue em hm (hectômetro).
A = área da bacia em ha (hectare).
O coeficiente de forma da bacia indica se a bacia é mais alongada ou
arredondada:
• A bacia cujo coeficiente de forma α é inferior a 1,5 possuiu a forma
arredondada;
• A bacia com o coeficiente de forma α entre 1,5 e 3,0 está numa
faixa intermediária, não é considerada nem arredondada nem de forma
alongada;
36
• A bacia cujo coeficiente de forma α é superior a 3,0 possuiu a forma
muito alongada.
37
Tabela 3.3b - Determinação do T’2 para uma declividade de 5%
38
Tabela 3.3d - Determinação do T’2 para uma declividade de 15%
39
Tabela 3.3f - Determinação do T’2 para uma declividade de 25%
𝐿
𝑖=[ ]
𝐿1 𝐿2 𝐿3 𝐿𝑛
+ + …..+
√𝑖1 √𝑖2 √𝑖3 √𝑖𝑛
Onde:
L = Extensão do talvegue principal em km
Ln = Comprimento parcial do talvegue em km
40
In = Declicidades parciais em m/m
Tempo de concentração pela fórmula do DNOS
10 𝐴0,3 𝑥𝐿0,2
𝑇𝐶 = 𝑥
𝐾 𝐼 0,4
Onde:
Tc = Tempo de concentração em minutos
A = Área da bacia em Há.
L = Comprimento do curso da agua em m
I = Declividade efetiva do talvegue em %
K = Variável dependente das características da bacia
• Terreno arenoso-argiloso, coberto de vegetação intensa, elevada
absorção K=2,0
• Terreno comum, coberto de vegetação, absorção apreciável
K=3,0
• Terreno argiloso, coberto de vegetação, absorção média
K=4,0
• Terreno argiloso, coberto de vegetação média, pouca absorção
k=4,5
• Terreno com rocha, escassa vegetação, baixa absorção
K=5,0
• Terreno rochoso, vegetação rala, reduzida absorção
K=5,5
41
formam e alimentam os lençóis freáticos. O percentual do volume restante que
escoa até o local da área em estudo é chamado de coeficiente de deflúvio.
Quando adotamos para uma determinada bacia um coeficiente de deflúvio
c=0,30, isto implica em dizer que, do escoamento/chuva que estamos
considerando em nosso cálculo de vazão, somente 30% do seu volume estará
chegando no ponto de transposição, ou local da obra a ser projetada.
A tabela de coeficiente de deflúvio a ser utilizada deverá ser compatível com o
método de cálculo de vazão e da área da bacia.
42
3.3.2 Áreas entre 4 e 10 km2 (método racional com coeficiente de
retardo)
43
Tabela 3.8 - Determinação do Número de Deflúvio – CN em função do tipo do solo e as
condições da superfície
45
3.4.1.2 Áreas de até 4km²
𝐾. 𝐴. 𝑞𝑚
𝑄𝑝 =
𝑇𝑝
Onde
Q Vazão de pico m3/s
A área da drenagem km2
Tp Tempo de pico do hidrograma
46
K constante empírica 0,20836
qm Precipitação efetiva acumulada
𝐷
𝑇𝑝 = + 0,6𝑇𝑐
2
D Duração do excesso de chuva de curta duração medido para as Bacias
grandes e pequenas
𝐷 = 2√𝑇𝑐
Tc Tempo de concentração de Kirpich (item 3.2)
𝐷 2√𝑇𝑐
𝑇𝑝 = + 0,6𝑇𝑐 = + 0,6𝑇𝑐 = √𝑇𝑐 + 0,6𝑇𝑐
2 2
A descarga de pico da Bacia é dada por
0,20836 ∗ 𝐴 ∗ 𝑞𝑚
𝑄𝑝 =
0,6𝑇𝑐 + √𝑇𝑐
Onde
Qp Vazão de descarga
Tc Tempo de concentração de Kirpich
A Área da bacia de contribuição em km2
qm Precipitação efetiva acumulada
O valor de qn segunda a equação do “U.S.A. Soil Consevation Service”:
(𝑃 − 5,08𝑥𝑆)2 1000
𝑞𝑛 = 𝑂𝑛𝑑𝑒 𝑆= − 10
𝑃 + 20,32𝑥𝑆 𝐶𝑁
Onde
P Altura acumulada de precipitação, a contar do início da chuva, em mm,
em função do tempo de concentração da bacia;
CN curva correspondente ao complexo solo/vegetação.
qm Precipitação Efetiva (acumulada).
Precipitação efetiva é o volume de água que efetivamente se transforma
em escoamento superficial. Ela é obtida com a retirada, na Precipitação Total,
dos percentuais referentes as seguintes perdas de volume: retenção de parte do
escoamento na vegetação, infiltração no solo e depressões na superfície do
terreno.
47
Região Montanhosa
Área da bacia 24Ha
Comprimento do talvegue 0,86km
Declividade 3%
TR 25 anos – I=131mm/h
Coeficiente de forma α = 0,17 então a bacia possui uma forma arredondada
Utilizando a tabela 3.4 temos o coeficiente de run-off 0,3
Determinação do tempo de concentração: Tc=T1+T2
T1 A partir da tabela 3.2 temos q é igual a 15
1/β2 a partira da tabela 3,2 temos que é igual a 1,33
T’2 a partir da tabela 3.3 é igual 12 minutos
T2=1,33x12=15,96
Tc=T1+T2=15+16=31minutos
Q=0,0028CIA=0,0028x0,3x131x24=2,64m3/s
• Método Racional c/ Coeficiente de Deflúvio dos Engenheiros Baptista
Gariglio e José Paulo Ferrari e Tempo de Concentração de Kirpich
Determinar a vazão de uma bacia com as seguintes características:
Região Montanhosa
Área da bacia 24Ha
Comprimento do talvegue 0,86km
Declividade 3%
TR 25 anos – I=131mm/h
Coeficiente de deflúvio (tabela 3.5) 0,35
Tempo de concentração =(0,294x0,86/3^,5)^0,77=0,1999h=12min
Vazão = 0,00278CIA=0,00278x0,35x131x24=3,05m³/s
Para áreas entre 4 e 10km²
área = 12 km²
comp. talvegue L= 10,3 km
declividade efetiva = 3%
região montanhosa
Tr = 25 anos – 131mm/h
Coeficiente de deflúvio Tabela 3.6, 0,42
n =6 em função da declividade
ø=1/(100*12)^(1/6)=0,306
48
Tc=(0,294x1,3/3^0,5)^0,77=1,54h=92min
Q=0,28.C.I.A. Ø=0,28x0,42x131x12x0,306=56,56m³/s
49
4 UNIDADE 04 - DRENAGEM SUPERFICIAL
50
mesmo não tendo dissipador, para que possa aplicar o mesmo critério, mesma
concepção no projeto em elaboração.
A necessidade ou não da proteção no local de deságue está diretamente
ligada às condições do solo e principalmente sua geomorfologia.
O projeto de drenagem superficial está ligado diretamente aos custos de
manutenção, ou seja, quanto mais perfeito for o projeto de drenagem, menores
serão os serviços de manutenção. Nos Projetos de Drenagem de Rodovias
procura-se sempre utilizar os projetos tipo constantes do Caderno de
Dispositivos de Drenagem do DNIT ou dos Departamentos de Estradas de
Rodagem Estaduais - DERs.
Caso o dispositivo de drenagem projetado não faça parte do “Caderno de
Dispositivos de Drenagem Padrão” do órgão contratante, deverá ser
apresentado no projeto de drenagem o seu desenho (projeto e detalhamento)
com os quantitativos de materiais e serviços.
Dispositivos corriqueiramente utilizados nas estradas são apresentados na figura
4.2.
51
4.1 VALETAS DE PROTEÇÃO
Figura 4.3 - Valetas de proteção de corte (a) e valetas de proteção de aterro (b)
Estas podem ser tanto de corte como de aterro e tem como objetivos,
impedir que as águas procedentes das encostas de montante atinjam a rodovia,
de forma que não haja uma sobrecarga de volume d'água na sarjeta (risco de
aquaplanagem) e reduzir os riscos de erosões/desestabilização do talude de
corte, garantindo assim sua estabilidade.
Valeta de Proteção de Aterro: Tem como objetivo proteger o pé da saia
de aterro, para que não ocorra erosão provocada pelas águas procedentes das
encostas.
As valetas de proteção de corte têm como finalidade impedir que as águas
procedentes das encostas de montante atinjam a rodovia, evitando uma
sobrecarga de volume d’água na sarjeta (risco de aquaplanagem) e reduzir os
riscos de erosões/desestabilização do talude de corte garantindo sua
estabilidade.
Também denominada de Valeta de Coroamento, consiste em dispositivo
destinado a interceptar e conduzir as águas precipitadas sobre as áreas
adjacentes e que escoam a montante dos cortes, visando impedir que estas
atinjam o corpo estradal.
Podem ser revestidas de grama, pedra arrumada, pedra argamassada,
concreto, solo-cimento ou o próprio solo compactado. Normalmente são
construídas paralelamente as cristas dos cortes a uma distância mínima de 3,0m
da linha de off-sets, com seção transversal trapezoidal ou triangular, moldadas
“in loco” de forma manual e/ou mecânica.
52
Nos cadernos de projetos tipo de dispositivos de drenagem existentes no
Brasil, exceto o do DERMG é recomendado que o material escavado da valeta
de proteção de corte seja depositado no lado de jusante e que seja apiloado
Figura 4.4, porém este é um serviço que quase sempre não é realizado e que
traz como consequências uma maior manutenção no serviço de limpeza das
sarjetas de corte, pois como o material escavado não é apiloado, é apenas
depositado solto sem nenhum tipo de adensamento, nas primeiras chuvas ele é
carreado para as sarjetas de corte aumentando os serviços de manutenção.
Figura 4.4 - Seção tipo de valeta de proteção de corte junto com material apiloado
53
Figura 4.5 - Seções transversais de valetas (triangular e trapezoidal)
54
Nos projetos de Drenagem procura-se sempre utilizar os projetos tipo
constantes do Caderno de Dispositivos de Drenagem do DNIT ou dos DERs,
quando existir. Nestes casos quase sempre não há a necessidade de se calcular
o comprimento crítico, tendo em vista que na definição de suas dimensões, estas
foram consideradas para funcionar com certa folga para que houvesse tempo
para a execução dos serviços de manutenção.
Perfil longitudinal da valeta sinuoso com vários pontos baixos, obrigando
para q exista escoamento continuo grandes profundidades da valeta. Nesses
casos é necessário atualização de dispositivos de saída de água da valeta de
proteção de corte para a plataforma, este dispositivo é conhecido como descida
da água (o qual algumas vezes funciona em conjunto com um dissipador de
energia).
55
revestimento adotado;
R raio hidráulico, em m;
A área molhada, em m²;
P perímetro molhado;
Q vazão admissível ou capacidade de escoamento na valeta, em m³/s;
Para a determinação do raio hidráulico é necessário ter em conta a área
molhada e o perímetro molhado. Dessa forma, o raio hidráulico se encontra
apresentado na figura 4.6.
Figura 4.6 - Representação de área molhada e perímetro molhado para seções transversais
circulares e retangulares
56
raio hidráulico e área molhada, e aplicando a fórmula de Manning e a equação
de continuidade, determina-se a velocidade e a descarga admissível da valeta;
• Comparação entre a descarga afluente e a vazão admissível
orientará a necessidade ou não do aumento da altura h;
• Comparação entre a velocidade de escoamento e a velocidade
admissível orientará a necessidade ou não de alterar o revestimento previsto;
• Verifica-se o regime do fluxo através do cálculo da altura crítica
4.3 SARJETAS
57
4.4 SARJETAS DE CORTE
58
• com barreira: A barreira constituída com meio fio tem a finalidade
de servir como balizador orientando os veículos para afastarem daquele ponto.
Por outro lado, possui aberturas calculadas, em espaçamento conveniente, de
modo a permitir a entrada d’água.
59
P perímetro molhado;
Q Vazão de contribuição
Q’ vazão admissível ou capacidade de escoamento na valeta, em m3/s;
A bacia de contribuição para uma sarjeta é um paralelepípedo de altura
igual a precipitação pluvial (P) cuja largura (l) é a largura do implúvio e o
comprimento (L) é o comprimento crítico a ser determinado.
60
Onde:
Q Vazão de contribuição m3/s
C Coeficiente de deflúvio (de acordo com o tipo de solo – cobertura e
declividade do terreno. Sarjetas de corte 0,7 e sarjetas de aterro 0,9
i Intensidade de precipitação em mm/h para a chuva de projeto (conforme
o estudo hidrológico.
A Área de contribuição em m2
L Comprimento crítico
l Largura do implúvio
2⁄ 1
𝑅 3 𝑥𝐼 ⁄2
Q’=SxV 𝑉=
𝑛
Onde:
V Velocidade de escoamento (m/s)
R Raio hidráulico (m)
I Declividade da sarjeta
n Coeficiente de rugosidade
S Seção da vazão em m2
61
deverá ter 7,0cm de espessura e resistência a compressão a 28 dias, Fck>
11,0Mpa.
62
Não é recomendada a utilização de sarjeta de aterro com comprimento
superior a 150,0m, mesmo que o cálculo do comprimento crítico permita.
Comprimentos muito longos aumentam a probabilidade de ocorrer alguma
obstrução, conforme já relatado anteriormente na sarjeta de corte, porém neste
caso além dos riscos aos usuários já citados, poderá também ocorrer erosões
nos taludes de aterro. O revestimento em concreto do dispositivo deverá ter
7,0cm de espessura e resistência a compressão a 28 dias, fck > 11,0 Mpa.
63
Figura 4.12 – Saída da água
64
Figura 4.13 – Dispositivos de saída da água dupla
65
O revestimento em concreto do dispositivo deverá ter 15,0cm de
espessura e resistência a compressão a 28 dias, Fck > 15,0 MPa.
No final de uma descida d'água de aterro, quando a topografia for plana e
existir vegetação fechada ou do tipo grama, não haverá necessidade de
implantar dissipador de energia, independentemente do tipo solo.
Cálculo da velocidade no pé da descida. O objetivo da determinação da
velocidade no pé da descida d'água é o dimensionamento da bacia de
amortecimento e da necessidade ou não de dissipadores de energia.
Teoricamente a importância de se calcular a velocidade no pé da descida
se dá no sentido de podermos definir a necessidade ou não de bacia de
amortecimento e/ou dissipador. Na prática esta velocidade calculada, de pouco
vale. A observação de campo com a verificação do comportamento do solo no
local é muito importante para a definição de se utilizar o dissipador ou não.
66
h Altura do aterro m
A descida d'água em degraus, poderá ser em concreto simples ou em
concreto armado, dependendo do tipo de solo e das condições para sua
implantação.
O revestimento em concreto do dispositivo deverá ter 15,0cm de
espessura e resistência a compressão a 28 dias, Fck > 15,0 MPa.
67
erosão no final das saídas d'água, descidas d'água, valetas de proteção e
bueiros (figura 4.15).
68
sarjetas, saídas e descidas d'água, valeta de proteção, jusante de bueiros de
greide e jusante de bueiros de grota, etc.
Coletar as águas oriundas das sarjetas de corte, das descidas d’água dos
cortes e talvegues, conduzindo-as para fora do corpo estradal através dos
bueiros de greide ou de grota. A altura máxima recomendável é de 2,5 m, mas
pode chegar até 3 (por causa dos serviços de manutenção).
Tendo em conta a segurança tanto de veículos como de pedestres, a
caixa coletora se posiciona para dentro do corte o mais afastado possível da
borda do pavimento, mas mesmo assim é recomendado a utilização de uma
tampa ou grelha.
69
Figura 4.17 - Sarjeta de banqueta
70
Figura 4.18 - Bacias de acumulação
71
Podem ser revestidas de grama, pedra arrumada, pedra argamassada,
concreto ou solo-cimento, normalmente construídas em seção transversal
triangular ou trapezoidal, moldadas “in loco” de forma manual e/ou mecânica Em
aterros com altura superior a 3m, em interseções e no bordo interno de curvas
horizontais.
72
fios, nos extremos de comprimentos críticos, conduzindo-as às descidas d’água
em taludes de aterros, sem quebrar a continuidade do fluxo d’água (figura 4.21).
4.18 BUEIROS
73
Figura 4.22 – Bueiros
São dispositivos que tem como função, captar as águas coletadas por
dispositivos de drenagem superficial como sarjetas, valetas, descida d'água e
outros, de forma a permitir a sua transposição de um lado para outro da rodovia.
Consiste numa linha de tubos de concreto, normalmente armado, com
diâmetro de 0,80m, apoiado num berço de concreto magro, quase a superfície
da plataforma de terraplenagem, com objetivo de propiciar adequadas
condições de deságue das águas coletadas por dispositivos de drenagem
superficial cuja vazão admissível tenha sido atingida ou drenar pontos baixos.
Posicionamento dos bueiros de greide (figura 4.23):
• Nas extremidades dos comprimentos críticos dos dispositivos de
drenagem ou quando, em seção de corte pleno, for possível o lançamento de
água coletada (com desague seguro) por "janela-de-corte".
• Nos cortes em seção plena, quando não for possível o aumento da
capacidade da sarjeta ou a utilização de abertura de janela no corte a jusante,
projeta-se um bueiro de greide longitudinalmente à pista até o ponto de
passagem de corte para aterro.
• Nos pés das descidas d'água dos cortes (pontos baixos de valeta
de proteção de corte), recebendo as águas das valetas de proteção de corte e/ou
valetas de banquetas, captadas por caixas coletoras.
74
• Nos pontos de passagem de corte-aterro, evitando que as águas
provenientes das sarjetas de corte deságuem no terreno natural com
possibilidade de erosão.
• Nas rodovias de pista dupla, conduzindo ao desague as águas
coletadas pelas caixas coletoras do canteiro central
75
recomendadas propiciam o assoreamento nos bueiros e acima das
recomendadas podem apresentar um processo erosivo mais rápido e maior a
jusante. Dessa forma, não atendendo as recomendações os serviços de
manutenção deverão ser mais frequentes.
Para o dimensionamento dos bueiros funcionando como orifício deverão
ser usados os nomogramas elaborados pelo US Bureau of Publics
Roadsnsposição do fluxo d'água de um lado para outro da rodovia/ferrovia.
76
o Mista
Um bueiro funciona como canal quando as extremidades de montante e
jusante não se encontram submersas, como vertedouro quando a altura da água
sobre a borda superior nula e como orifício quando trabalha com carga
hidráulica, isto é, com a entrada submersa.
Para o dimensionamento hidráulico dos bueiros podem se admitir que eles
possam funcionar como canais, vertedouros ou como orifícios.
• Orifício: quando a vazão afluente supera a capacidade do bueiro
ocorrendo a elevação do nível somente montante (Circular nº 5 do “Bureau of
Public Roads)
• Canal: quando as extremidades de montante e jusante não se
encontram submersas.
• Vertedouros: dimensionar pela fórmula de Francis, considerando a
altura d'água sobre a borda superior nula
Com carga hidráulica a montante: Funciona como orifício. É necessário
verificar a altura máxima da carga hidráulica em relação ao aterro (NBR
8890/2003). Sem carga hidráulica a montante: montante: funciona como canal.
Verificar a declividade crítica para definir o regime de escoamento.
77
Toda a técnica de drenagem na construção rodoviária se apoia na
hidrodinâmica que é a ciência que trata da mecânica dos fluidos, ou seja, trata
do movimento dos fluidos.
É importante para o processo de dimensionamento, que o projetista
conheça a vazão da bacia de contribuição afluente ao ponto necessário de
transposição de talvegue. O cálculo dessa vazão é realizado por meio do Método
Racional. Tal método apresenta o cálculo da vazão afluente em função do
coeficiente de escoamento superficial, da intensidade de chuva e da área da
bacia de contribuição.
Controle de entrada: Controle de entrada significa que a capacidade de
descarga do bueiro é controlada na sua entrada pela profundidade da água
represada a montante (HW), pela geometria da boca de entrada e pela seção
transversal do conduto.
Controle de saída: O escoamento de bueiros com controle de saída pode
ocorrer com o conduto total ou parcialmente cheio, em parte ou em todo o seu
comprimento.
78
• BDTM ‐ bueiro duplo tubular metálico;
• BTTM ‐ bueiro triplo tubular metálico
Bueiros tubulares de PVC RIB LOC
• BST.PVCH ‐ bueiro simples tubular PVC helicoidal;
• BDT.PVCH ‐ bueiro duplo tubular PVC helicoidal;
• BTT.PVCH ‐ bueiro triplo tubular PVC helicoidal;
Bueiros tubulares PEAD:
• BST.PEAD ‐ bueiro simples tubular de polietileno de alta densidade;
• BDTM ‐ bueiro duplo tubular de polietileno de alta densidade;
• BTTM ‐ bueiro triplo tubular de polietileno de alta densidade
Os bueiros celulares (galerias):
• BSCC ‐ bueiro simples celular de concreto;
• BDCC ‐ bueiro duplo celular de concreto;
• BTCC ‐ bueiro triplo celular de concreto
79
Figura 4.27 - Componentes de uma boca
Após a coleta de dados e das análises feitas em sala devem ser feitas
visitas in loco. Determinação das especificidades próprias da região e do
empreendimento.
No campo:
• Características especificas da obra
• Verificação de dados de projeto
• Fatores que apresentem influência direta na vazão do projeto
• Tipo de cobertura
• Ocorrências previas
• Intervenções antrópicas (qqr tipo de obra q possa ter alguma
influencia direta ou indireta)
• Para obras já existentes
• Grau de conservação
• Necessidade de manutenção
• Carga hidráulica encntrada
• Máximas de cheia
(IS 11/98 Instruções de serviço para projeto de drenagem e obras de arte
correntes)
80
A capacidade hidráulica dos bueiros é calculada pela equação da
continuidade associada à fórmula de Manning:
2⁄ 1
𝐴𝑥𝑅 3 𝑥𝐼 ⁄2
𝑄 = 𝐴𝑥𝑉 =
𝑛
Onde:
Q Vazão máxima admissível (m3/s)
A Área molhada da sarjeta (m2)
V Velocidade de escoamento (m/s)
R Raio hidráulico (m)
I Declividade da sarjeta
n Coeficiente de rugosidade
81
Para o dimensionamento dos bueiros funcionando como orifício, deverão
ser utilizados nomogramas elaborados pelo “U.S. Bureau of Public Roads”
(figuras 4.28-4.30)
82
Figura 4.28 - Carga Hidráulica Permissível a Montante (Tubos de Concreto - Controle de
Entrada)
83
Figura 4.29 - Carga Hidráulica Permissível a Montante (Bueiros Celulares de Concreto -
Controle de Entrada)
84
Figura 4.30 Carga Hidráulica Permissível a Montante (Bueiros Corrugados Metálicos - Controle
de Entrada)
85
4.21 CONSTRUÇÃO DE BUEIROS
86
Engemape tem em seus cases diversas obras nas mais variadas aplicações por
todo o Brasil.
São estruturas em concreto onde para sua construção são usadas peças
premoldadas em concreto de alto desempenho (F´c>=50MPa)
87
várias utilidades, por exemplo, pode ser usado como interceptor de esgoto
sanitário, bueiro para águas pluviais, passagem de pedestres, passagem de
animais, camisa de adutoras de água, rede de gás e de telecomunicações. O
concreto de alto desempenho garante ao produto maior capacidade estrutural,
durabilidade e resistência à corrosão e abrasão, o que, se tratando de obras de
saneamento, pode comprometer a utilização de túneis similares constituídos de
materiais metálicos.
O produto dispõe de várias seções que visam atender as mais diversas
necessidades de projeto, seja por capacidade hidráulica ou funcionalidade. As
seções variam de 0,80m x 1,40m, até 2,65m x 3,00m. Devido à flexibilidade
aplicada nas peças, o produto pode ser montado em curvas e sofrer desníveis.
Por se tratar de um método não-destrutivo, a implantação do Túnel Bala é feita
sem interrupção do tráfego, sob, por exemplo, ferrovias, rodovias, pistas de
pouso.
88
Figura 4.34 - Perfuração dirigida
89
Por conta dos diferentes tipos e versatilidade dos equipamentos, é
possível executar a obra em terrenos arenosos, argilosos, com pedregulhos, na
presença ou não de água, podendo inclusive transpor múltiplos obstáculos
situados em superfície.
Os tubos de concreto destinados a esse tipo de instalação são
regulamentados pela Norma Brasileira ABNT NBR 15319 – Tubos de concreto
de seção circular, para cravação – Requisitos e Métodos de Ensaio e possuem
processo de fabricação diferenciado, visto que são produtos submetidos a
esforços diferentes dos tubos de concreto ordinários. O método da cravação de
tubos exige com que os tubos, além de serem dimensionados para suportar
esforços ao logo de seu diâmetro, tenham seu dimensionamento previsto
também para suportar esforços de compressão axial.
4.21.2.5 NATM
90
O Novo Método Austríaco de Túneis (NATM), ou método túnel natm, é
uma técnica de construção de túnel que se diferencia das demais pela eficiência.
Ela é feita a partir de uma escavação parcial do maciço da rocha, na qual
uma estrutura de suporte, feita de concreto, é instalada. É como uma armadura
para estruturar o túnel!
O método túnel natm é eficaz também por ser economicamente favorável!
Entretanto, para fazê-lo é necessário de equipamentos e equipe qualificadas. Se
você ainda se pergunta qual empresa especialista deve confiar, a Mateus Lincoln
é o local ideal e com credibilidade no segmento!
92
5 UNIDADE 05 - DRENAGEM PROFUNDA
93
• Dreno espinha de peixe;
• Dreno sub-horizontal;
• Colchão drenante;
• Dreno subsuperficial de pavimento;
• Dreno de talvegue.
Figura 5.1 - Localização tipo dos drenos profundos longitudinais e transversais em curvas
94
Figura 5.2 – Configurações usadas para filtros longitudinais para cortes em solo
Figura 5.3 - Configurações usadas para filtros longitudinais para cortes em rocha
95
5.2.1.1 Recomendações para projeto em obras de implantação e
pavimentação
96
Figura 5.4 - Critério de Terzagui para a determinação do material usado como filtro
85%
Solo a ser
% Passante
protegido
Material
‘ filtro
do
15%
D15 (solo) D85 (solo) Diâmetro dos grãos
D15máx. (filtro) =
D15mín. (filtro) = 4 a 5X D85 solo
4 a 5X D15 solo
97
5.2.3 Drenos sub-horizontais
98
Deve se ter em conta que as características da drenagem são
dependentes das condições encontradas no campo (número de drenos,
espaçamento entre eles, comprimento do dispositivo, etc). Para sua utilização se
recomenda que estes sejam implantados na fase de terraplenagem.
99
A remoção das águas coletadas pelos colchões drenantes deverá ser feita
por drenos longitudinais. Será necessário também um dreno coletor transversal
que será implantado no término do colchão drenante para interceptar, coletar e
retirar as águas que escoam no sentido longitudinal.
Dimensionamento hidráulico
No procedimento do dimensionamento hidráulico considerar:
• O volume d'água que se infiltra no revestimento do pavimento
(porcentagem - C );
o Revestimento de concreto betuminoso: 0,33 a 0,50
o Revestimento de concreto de cimento: 0,50 a 0,67
• O tempo máximo que as águas infiltradas podem permanecer nas
camadas do pavimento e suas interfaces sem danificar sua estrutura.
o Tempo máximo de permanência das águas nas camadas do
pavimento - 1 hora
São dispositivos que tem como função receber as águas drenadas pela
camada do pavimento de maior permeabilidade conduzindo-as até o local de
deságue (figura 5.8).
100
com massa asfáltica, haverá necessidade do ensaio de permeabilidade das
camadas do pavimento.
São dois os tipos de Drenos sub-superficial de pavimento:
• Drenos laterais de base: são drenos longitudinais, devendo ser
posicionados no bordo do pavimento para dentro da sarjeta, abaixo da face
superior da camada de maior permeabilidade. Para diminuir o efeito do tráfego,
principalmente dos veículos pesados, que poderão provocar o afundamento no
local da vala do dreno pela impossibilidade de se obter uma compactação do
material de enchimento compatível com as camadas do pavimento, é
conveniente executar o dreno no bordo da pista para dentro da sarjeta.
• Drenos transversais São drenos que tem como função interceptar,
captar e conduzir as águas que, atravessam as camadas do pavimento e escoam
no sentido longitudinal.
A localização dos drenos sub-superficias dos pavimentos em curva pode
ser observada na figura 5.9.
101
Tabela 5.1 - Valores de permeabilidade para diferentes materiais
𝑄
𝐾=
𝑖𝑥𝐴
Onde;
Q = vazão (m3/s/m)
A = área (m2)
i = gradiente hidráulico (m/m)
K = Coeficiente de permeabilidade
𝑚3
𝑄 28 /𝑚 3500𝑚
𝐾= = 𝑑 = = 4,05𝑐𝑚/𝑠
𝑖𝑥𝐴 0,01𝑥(1𝑥0,8)𝑚2 𝑑
𝐶𝑥𝑖𝑥𝐷𝑥24
𝑒=
1000𝐾𝐼
Onde:
Q Vazão por m
i Intensidade da chuva mm/h
D Distância em m
C Constante adimensional
e Espessura da camada drenante
𝐶𝑥𝑖𝑥𝐷𝑖24 0,4𝑥46,3𝑥18𝑥24
𝑒= = = 0,1778𝑚 = 1778𝑐𝑚
1000𝐾𝐼 1000𝑥3000𝑥0,015
102
• Calcular o espaçamento entre as tubulações de linha de dreno para
rebaixar um lençol freático com altura h=2,70m, condutividade hidráulica do solo
K= 62mm/h, C=0,55 e i=46,3mm/h.
𝐶𝑥𝑖𝑥𝐴
q= 1
𝐾
𝑒 = 2ℎ √
𝑞
Onde:
K condutividade hid. do solo (m/s)
i Intensidade da chuva mm/h
C Adimensional
e Espessura da camada drentante
q contribuição da infiltração em 1 m2 de área sujeita à precipitação por metro
linear de dreno (m3/s/m)
k=62mm/h=(62/1000)/3600=1,722E-5
i=46,3mm/h=(46,3/1000)/3600=1,286E-5 m/s
q= (C x I x A)/ 1 m = 0,55 x 1,28E-5 x 1m2/1m=7,074E-6m3/s/m
E= 2 x h ( K /q )^0,5
E= 2 x 2,70x(1,722E-5 /7,07E-6)^0,5 = 8,433m
103
6 UNIDADE 06 - GEOSSINTÊTICOS, FILTROS E TENSÕES EFETIVAS
6.1 GEOSSINTÉTICOS
104
geotêxtil possua também resistência suficiente à ruptura para manter a
separação do solo com o material granular envolvido e facilitar o trabalho de
instalação do sistema no solo. Entre as funções mais destacadas destes
materiais se encontram:
• Drenagem
• Barreira
• Separação do solo
• Filtração
• Reforço
• Contenção de fluidos e gases
• Controle de Processos Erosivos
Os geossintéticos podem ser classificados genericamente em categorias
dependendo do processo de fabricação. A International Geosynthetics Society
(IGS, 2000) divulga as denominações usuais e breves descrições dos
geossintéticos que estão apresentadas a seguir:
• Geotêxtil:
o Geotêxtil tecido:
o Geotêxtil não tecido:
• Geogrelha:
• Georrede:
• Geomembrana:
• Geocomposto:
• Geocomposto argiloso (GCL):
• Geotubo:
• Geocélula:
• Geoexpandido
• Geospaçadores:
Geotêxtil
105
• Geotêxtil tecido: é fabricado pelo entrelaçamento de fios, fibras ou
outros elementos, geralmente em ângulos retos. (fibras entrelazadas maior
resistência a tração) vendido em rolos e com diversas finalidades, entre elas:
o Reforço em solos
o Execução de muros de contenção
o Recapeamento de pavimentos
o Reforço do subleito de ferrovias
• Geotêxtil não tecido: é composto por fibras ou filamentos
orientados ou distribuídos aleatoriamente, ligados por processo mecânico,
químico ou térmico ou pela combinação destes. Com os mais diversos usos,
entre eles:
o Aplicação como camada separadora e confinante
o Melhorar tb a capacidade de suporte dos subleitos
Geogrelha (GG):
É um material geossintético com forma de grelha. A principal aplicação
das geogrelhas é em reforço de solos. Cujas aberturas permitem a interação do
meio em que estão confinadas, é constituído por elementos resistentes a tração.
Esta geogrelha pode ser uniaxial, quando apresenta maior resistência em uma
direção ou biaxial, quando a resistência se apresenta em duas direções (figura
6.1.3).
Georrede:
É um material com aparência semelhante à das grelhas formados por
duas séries de membros extrudados paralelos, que se interceptam em ângulo
constante. Possui alta porosidade ao longo do plano, sendo usada para conduzir
106
elevadas vazões de fluidos ou gases. Este produto apresenta uma estrutura em
forma de grelha com a função predominante na drenagem Figura 3.1.3.
Geomembrana:
É uma manta contínua e flexível constituída de um ou mais materiais
sintéticos. Possui baixíssima permeabilidade e é usada como barreira para
fluidos, gases ou vapores (figura 6.1.4)
107
Figura 6.1.4 – Geomembrana
Geocomposto:
É o geossintético formado pela associação de dois ou mais tipos de
geossintéticos como, por exemplo: geotêxtil-georrede; geotêxtil-geogrelha;
georrede-geomembrana ou geocomposto argiloso. Os geocompostos são
geralmente concebidos para uma função específica.
O geocomposto para drenagem usualmente possui um geotêxtil que atua
como elemento de filtro e de uma georrede ou um geoespaçador que atua como
elemento drenante (figura 6.1.5).
108
Figura 6.1.6 - Geocomposto argiloso
Geotubo:
É um tubo polimérico, perfurado ou não, usado para drenagem de líquidos ou
gases, como no caso da coleta de chorume e gases em aplicações de aterros
sanitários. Em alguns casos, o tubo perfurado é envolvido por um filtro geotêxtil
(Figura 6.1.7).
Figura 6.1.7 - Geotubo
109
Geocélula:
É um arranjo tridimensional relativamente espesso, constituído por tiras
poliméricas. As tiras são soldadas para formar células interconectadas que são
preenchidas com solo e, às vezes, concreto.
Geoexpandido:
são blocos ou placas produzidos por meio da expansão de espuma de
poliestireno para formar uma estrutura de baixa densidade. O geoexpandido é
usado para isolamento térmico, como um material leve em substituição a aterros
de solo ou como uma camada vertical compressível para reduzir pressões de
solo sobre muros rígidos (figura 6.1.9).
Geospaçadores:
são materiais com estrutura tridimensional com grande quantidade de vazios,
para utilização em drenagem (Figura 6.1.10).
110
Figura 6.1.10 - Geospaçadores
Geobarra,GBA:
Produto em forma de barra com função predominante de reforço (Figura 6.1.11)
Figura 6.1.11 – Geobarra
Geomanta:
Produto com estrutura tridimensional permeável, usado para o controle de
erosão superficial do solo, também conhecido como biomanta, quando o produto
é biodegradável. (figura 6.1.12)
111
Tabela 6.1.1 - Tipos de geossintéticos e os seus principais usos na área de engenharia
6.1.2.1 Na drenagem
112
Figura 6.1.13 - Geossintéticos na drenagem
113
6.1.2.3 Filtração
114
Figura 6.1.15 – Exemplo da utilização dos geossintéticos na separação de solos
6.1.2.5 Reforço
115
Figura 6.1.17 - Uso dos geossintéticos no controle de processos erosivos
116
Para a utilização de geotêxteis em obras geotécnicas, é fundamental a
sua caracterização para o reconhecimento dos seus aspectos físicos e posterior
definição da sua função apropriada. Sabe-se que as propriedades mais
relevantes para a aplicação de geotêxteis como dreno e/ou filtros são:
• Massa por unidade de área,
• Espessura,
• Porosidade,
• Rigidez e
• Arranjo estrutural dos filamentos.
A massa por unidade de área ou gramatura (MA). É um dos parâmetros
mais utilizados para identificação dos geotêxteis não tecidos e sua determinação
encontra-se normatizada pela norma brasileira NBR 12568
A espessura (tGT) é definida como a distância, expressa em milímetros,
entre duas superfícies rígidas paralelas que comprimem a amostra de geotêxtil
em dois níveis de carga pré-estabelecidos, que são: i) sobrecarga de 2 kPa –
espessura nominal; e ii) sobrecarga acima de 2 kPa – que representa tensões
mais próximas às condições de campo
A porosidade (nGT), geralmente expressa em porcentagem, é definida
como a relação entre o volume de vazios e o volume total da amostra. É uma
característica importante dos geotêxteis não tecidos, podendo ser relacionada
com a espessura e a gramatura
A rigidez, ou flexibilidade, geralmente expressa em kN/m, do geotêxtil está
relacionada à sua flexão sob seu peso próprio e indica a facilidade do mesmo
em se acomodar bem à superfície de trabalho
O arranjo estrutural dos filamentos influencia o tamanho de canais de fluxo
dentro do filtro e, consequentemente, o fluxo através do geotêxtil. Kenney et al.
(1984) definem o tamanho de constrição (Dc) como sendo o diâmetro da maior
esfera que passará através de uma abertura específica que, para o caso de
partículas esféricas,
A finalidade de um filtro em uma estrutura geotécnica é a de permitir a
passagem de fluidos, retendo a massa de solo de forma que o conjunto seja
estável. Quando o geotêxtil desempenha função de filtro, o escoamento de água
é normal ao plano da manta.
117
Em todas as aplicações dos geotêxteis em obra de engenharia, tais como,
estruturas hidráulicas, drenagem de rodovias ou drenagem de barragens, o
geotêxtil deve satisfazer os requisitos de permeabilidade e retenção do solo.
Estas propriedades, se adequadas, vão garantir a vida útil do sistema dreno-
filtrante (Van Zanten, 1986).
Um filtro deve ser suficientemente permeável para permitir a passagem
da água livremente.
Quando o geotêxtil trabalha como elemento de filtro é necessário
conhecer a sua permissividade. A permissividade é definida como a razão entre
a permeabilidade normal ao plano do geotêxtil e sua espessura
Quando há interesse na consideração de drenagem através do geotêxtil
é necessário conhecer a sua transmissividade. Transmissividade, caso o
geossintético seja também responsável pela condução do fluido ao longo de seu
plano para outra região, deve possuir valor de transmissividade suficiente para
que tal transmissão se de forma desimpedida e sem trabalhar sob pressão.
118
geotêxtil por partículas de solo, características que influenciam na capacidade
de retenção do filtro geotêxtil.
Mesmo assim, é possível encontrar um filtro que atenda a ambos os
critérios. Akagi (1994), analisando os critérios de filtros, apresenta quatro
critérios para o desempenho de filtros com geotêxteis:
• Retenção,
• Permeabilidade,
• Anti-colmatação e
• Durabilidade.
Este tema será abordado mais a profundidade no item 6.2 Critérios de
filtro.
119
Quando as condições acima são satisfeitas e houver um fluxo d’água,
algumas poucas partículas, que não se encontram consolidadas na matriz do
solo, se movem em direção ao filtro geotêxtil e mesmo que não passem através
dele não poderão causar nenhum dano ao mesmo. Porém, se as condições
acima não forem satisfeitas, as partículas de solo que se deslocam devido ao
fluxo d’água, se não passarem através do geotêxtil, podem interagir com ele de
três formas diferentes:
• Cegamento (blinding),
• Bloqueamento (blocking) ou
• Colmatação fisica (clogging).
O cegamento, onde somente uma pequena parcela dos solos bloqueia
internamente os vazios do geotêxtil, enquanto as aberturas superficiais da manta
são fechadas por camada de partículas,
Bloqueamento geotêxtil pode perder consideravelmente a sua
permeabilidade devido ao fechamento dos vazios superficiais por partículas de
solo retidas.
120
partículas pequenas através do filtro de modo a que ele não colmate (Gardoni,
1995) (figura 6.1.19).
121
6.2 FILTROS DE PROTEÇÃO
122
• Deve ser suficientemente fino para evitar a passagem das
partículas do solo adjacente pelos seus vazios e;
• Deve ser suficientemente grosso de modo a reduzir a perda de
carga.
Para isto, Terzaghi propôs critérios para projetos de filtro ainda hoje muito
aceitos:
• D15 (filtro) < 4 a 5 x D85 (solo) — para evitar a erosão interna;
• D15 (filtro) > 4 a 5 x D15 (solo) — para garantir menor perda de
carga.
Outra recomendação devido ao U.S. Corps of Engineers para garantir
redução de perda de carga:
• D50 (filtro) > 25 x D50, (solo)
Dessa forma, o critério de seleção de material para filtro segundo terzaghi
se encontra representado na figura 6.2.1.
Figura 6.2.1 - Critério de Terzagui para a determinação do material usado como filtro
85%
Solo a ser
% Passante
protegido
Material
‘ filtro
do
15%
123
6.3 TENSÕES NO SOLO
Figura 6.3.1 - Analogia mecânica do processo de adensamento proposto por Terzagui (1923)
124
função análoga a carga P é suportada aumenta a tensão ao peso próprio. A mola
estrutura do solo; pela água. A força na mola resiste a carga. Não se
suportada pela transmite pressão a
mola é ainda nula; água. Nível de equilíbrio
da água
125
Caso o material a ser analisado seja um solo, só seria necessário a
utilização do peso específico do solo.
De uma forma geral, de acordo com a analogia mecânica de Terzaghi, o
carregamento imposto ao solo (solo saturado), devido a construção de obras, é
transmitido da seguinte forma:
• Inicialmente (imediatamente após a construção da obra) a carga é
transmitida à água que preenche os vazios do solo, gerando um acréscimo da
pressão neutra (Δµ);
• Com a saída da água do subsolo ocorre a dissipação do excesso
de pressão neutra e a carga passa a ser suportada pelas partículas sólidas do
solo. Com a saída da água, a camada de solo apresenta uma diminuição do seu
volume e ocorre o recalque por adensamento.
O recalque por adensamento pode ser rápido ou demorado, dependendo
da granulometria do solo presente no subsolo. Se for uma argila o recalque
ocorre de forma mais lenta, visto a sua baixa permeabilidade, o que dificulta a
saída da água do solo e, consequentemente, dificulta a ocorrência do recalque.
Para a determinação da poropressão em obras de engenharia civil, tais
como maciços de terra, taludes e fundações é utilizado um piezómetro (figura
6.2). O sistema é constituído de um tubo de PVC cuja extremidade inferior se
situa um elemento poroso (bulbo ou célula piezométrica), através do qual a água
penetra formando uma coluna d’água no interior do tubo equivalente a pressão
intersticial atuante na região onde se situa o bulbo poroso.
A pressão é quantificada a partir da medida da coluna d’água dentro do
tubo guia, a qual é feita com um sensor de nível d’água portátil ou por um
piezômetro de corda vibrante.
126
Exemplos de aplicação:
Determinar µ:
Adotar hw igual a 5m e γw igual a 10 kN/m3. Pelo SPT, por exemplo, é
determinado em campo o nível da água. O hw a corresponde a altura da coluna
d´água, que vai da superfície do terreno até o ponto de interesse.
µ = γw x hw
µ = 10 x 5
µ = 50 kN/m2
Determinar as tensões efetivas e a variação da pressão neutra da
seguinte configuração de solo para o ponto D:
127
Gráfico 6.3.4 - Gráfico da evolução das tensões com a variação da profundidade
100 200
90 180
80 160
70 140
σ’ (KN/m2)
60 120
µ (KN/m2)
50 100
µ (KN/m2)
40 80
σ’ (KN/m2)
30 60
20 40
10 20
0 0
0 2 4 6 8 10
H (m)
128
7 REFERÊNCIAS
PINTO, Nelson L., HOLTZ, Antonio C., MARTINS, Jose A. GOMIDE, Francisco
L. HIDROLOGIA BÁSICA, Editora Blucher.
130
RODAEX, Site: https://www.roadex.org/e-learning/lessons/drainage-of-low-
volume-roads/introduction-why-drainage-is-important/ última visita, janeiro de
2022.
131
NOTAS SOBRE O AUTOR
132