Você está na página 1de 9

Arborização e Acessibilidade nas Calçadas da Rua Osvaldo Aranha

- Pato Branco

Carlos Felipe Feliciano


Edimar Ferreira de Araujo

RESUMO
A arborização urbana, que além de agradável esteticamente, pode melhorar a qualidade do
ar, reduzir ruídos e auxiliar no controle da temperatura, está fortemente associada à
qualidade de vida nas cidades. Mas é fundamental que as árvores sejam plantadas e
cuidadas corretamente, levando em consideração as exigências de acessibilidade e
segurança das calçadas. A Rua Osvaldo Aranha é uma rua significativa com belas árvores
ao longo de sua extensão. No entanto, a usabilidade das calçadas deve ser avaliada e
deve-se garantir que ninguém, principalmente idosos ou pessoas com deficiência ou
dificuldade de locomoção, seja impedido de se locomover por árvores ou outras condições
adversas. É importante escolher espécies que possam crescer em calçadas e ficar longe de
árvores com copas largas e raízes rasas. Rampas devem ser instaladas e manutenção de
rotina das árvores e calçadas deve ser realizada para garantir a acessibilidade. Para avaliar
a Rua Osvaldo Aranha, foram seguidas as diretrizes da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (NBR 9050) garantindo que a acessibilidade nas calçadas deve ser considerada
no planejamento urbano da cidade.
PALAVRA CHAVE: Arborização Urbana, Acessibilidade, Vias Urbanas

Afforestation and Accessibility on the Sidewalks of Osvaldo Aranha Street -


Pato Branco

ABSTRACT
Urban forestry, which in addition to being aesthetically pleasing, can improve air quality,
reduce noise and help control temperature, is strongly associated with quality of life in cities.
But it is essential that the trees are planted and cared for correctly, taking into account the
accessibility and safety requirements of the sidewalks. Osvaldo Aranha Street is a
significant street with beautiful trees along its length. However, the usability of sidewalks
must be evaluated and it must be ensured that no one, especially the elderly or people with
disabilities or limited mobility, is prevented from moving by trees or other adverse conditions.
It's important to choose species that can grow on sidewalks and stay away from trees with
wide crowns and shallow roots. Ramps must be installed and routine maintenance of trees
and sidewalks must be carried out to ensure accessibility. To assess Osvaldo Aranha street,
the guidelines of the Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 9050) were followed,
ensuring that accessibility on sidewalks should be considered in the urban planning of the
city.
KEYWORDS: Urban Tree Planting, Accessibility, Urban Roads

INTRODUÇÃO

A qualidade de vida nas cidades depende em grande parte da arborização urbana.


Proporciona bem-estar e beleza estética, além de uma série de vantagens como melhorar a
qualidade do ar, diminuir ruídos, auxiliar no controle de temperatura, entre outros. As
árvores devem, no entanto, ser plantadas e mantidas corretamente, respeitando os
requisitos de acessibilidade e segurança das calçadas (BONAMETTI, 2020).
No centro de Pato Branco, no Paraná, você encontra a Rua Osvaldo Aranha, uma
importante via, junto com uma série de comércios e residências, possui um fluxo de
veículos e pedestres. A rua tem várias árvores plantadas ao longo de seu comprimento,
tornando as árvores uma característica atraente.
Porém, é importante avaliar a acessibilidade das calçadas da Rua Osvaldo Aranha.
É fundamental garantir que as árvores não restrinjam a circulação de pessoas,
principalmente idosos, pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Além disso, a
lei brasileira estipula que as calçadas devem ter pelo menos uma certa largura para permitir
a liberdade de movimento dos pedestres. Lei Federal nº10.257/2001 de acordo com o
Estatuto da Cidade, as calçadas devem ser construídas visando o conforto, a segurança e a
acessibilidade do pedestre. Decreto n.º10.048/2000, garante uma largura mínima de 1
ponto 20 metros para garantir a circulação segura dos pedestres, nomeadamente dos
portadores de deficiência ou mobilidade reduzida (MANZINI, 2005).
Plantar espécies adequadas ao espaço da calçada é uma forma de equilibrar
arborização com acessibilidade. Calçadas públicas não devem ser plantadas com árvores
que tenham copas largas e raízes rasas. A aceroleira, a jabuticabeira, a pitanga, a cerejeira
rio-grandense e a figueira são algumas opções de árvores sugeridas para calçadas
(BONAMETTI, 2020).
Além disso, é fundamental que a manutenção de rotina da árvore seja feita. Para
evitar que as copas atrapalhem o tráfego de pedestres, elas devem ser podadas com
cuidado. Para evitar o levantamento de calçadas, as raízes devem ser observadas com
cuidado. Somente em circunstâncias extremas, como quando uma espécie representa uma
ameaça à segurança pública ou à infraestrutura da cidade, as árvores devem ser
removidas.

A instalação de rampas para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida é


fundamental para garantir a acessibilidade nas calçadas. As rampas devem ser construídas
de acordo com as especificações técnicas da ABNT e ter inclinação adequada para facilitar
o acesso. A Norma ABNT NBR 9050 estabelece as normas de acessibilidade em diretrizes
para a construção de rampas. A norma determina que a inclinação máxima de uma rampa
seja de 8,33%, ou seja, que a largura mínima de uma rampa seja de 1,20 metros e sua
altura máxima não seja superior a 10 cm por metro de rampa. Portanto, a NBR 9050
estabelece requisitos adicionais, como obtenção de corrimão, acabamento antiderrapante,
altura máxima de patamar entre rampas, e outros. Além disso, é fundamental garantir que
não haja obstruções das calçadas com postes, lixeiras, construções ou bancas de jornal
que restrinjam o movimento (MANZINI, 2005).
Para garantir a segurança dos pedestres, também é fundamental que as calçadas
sejam bem iluminadas, principalmente à noite. Para permitir visibilidade adequada e evitar
acidentes, a iluminação pública deve ser adequada.
Por fim, a acessibilidade nas calçadas da Rua Osvaldo Aranha deve ser considerada
como parte do planejamento urbano da cidade. Garantir acessibilidade e arborização é
essencial.

MATERIAIS E MÉTODOS

A avaliação foi realizada em toda extensão da Rua Osvaldo Aranha, ambos lados. A
análise do trecho teve como base o mapa da cidade de Pato Branco-PR, disponibilizado
pelo google maps, apresentado na figura 1.
Figura 1- Mapa do Trecho analisado na cidade de Pato Branco-PR

Neste estudo, foi realizada uma visita técnica no dia 9 de abril, com duração de duas
horas no percurso de vistoria para visualização de anomalias das calçadas, registrando as
não conformidades com o auxílio de uma câmera fotográfica, além de caderno de campo
para as anotações.
As diretrizes para a construção de calçadas fornecidas pela NBR 9050 (Associação
Brasileira de Normas Técnicas, 2004) foram a base para os itens considerados na avaliação
da acessibilidade em calçadas. São eles:

1- Rampas de acesso para cadeirantes e condições;


2- Condições das guias para pessoas com deficiência visual;
3- Análises das condições das calçadas;
4- Tipos de Árvores das calçadas, condições, poda, adequações;
5- Postes.

A etapa de conhecimento do trecho foi iniciada após ficar claro o que seria avaliado
para confirmar os itens mencionados.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Após as análise foi identificado uma série de fatores que podem vir a dificultar o
acesso e deslocamento em algumas partes das calçadas da rua, a qual vão na contramão
das normas de acessibilidade, dificultando ou até vindo a impedir em casos mais drásticos a
acessibilidade de pessoas com deficiência, como pessoas paraplégicas ou deficientes
visuais.
Sobre as condições das rampas de acesso para cadeirante, se observou problemas
de acessibilidade, a exemplo da conservação do próprio, podendo acarretar na queda do
cadeirante e ou impedir a locomoção, figura 2.

Figura 2: Condições de conservação das rampas de acesso

Outro tópico analisado de acessibilidade foi as guias para pessoas com deficiência
visual, ponto onde residências e comércios possuem calçadas antigas, sem guias para
cegos e guias obstruídas, podendo assim dificultar o deslocamento de pessoas com
problemas visuais, figura 3.
Figura 3: Condições das guias das calçadas da Rua Osvaldo Aranha

O terceiro ponto analisado foi sobre as condições e conservação das calçadas.


Calçadas com pontos declivosos, raízes e troncos, péssima conservação das calçadas,
impedindo a locomoção de pessoas com mobilidade reduzida, figura 4.
Figura 4: Condições e conservação das calçadas

Em relação às espécies de árvores, encontram-se algumas espécies a


exemplo de palmeiras, pata de vaca, quaresmeira, pitanga e outras. Sendo algumas de
porte médio e porte baixo. Na análise foram observadas, árvores sem ocorrência de manejo
na poda, galhos atingindo a fiação da rua e galhos impedindo a movimentação de pedestre.
A localização dos postes condizente a normas técnicas da ABNT, sem obstrução das
calçadas, facilitando a locomoção na via, figura 5.

Figura 5: Espécies de árvores e condições do próprio


Figura 6: Modelo de acessibilidade de calçadas

Portanto, a recuperação ou construção de calçadas que não estão em conformidade


com as normas técnicas da ABNT, cabe ao papel principal da cidade realizar a manutenção
e construção desses meios. Os itens analisados apresentam não conformidade com as
normas técnicas, dificultando o acesso de pedestres com mobilidade reduzida, o que
poderia ser evitado.

CONCLUSÕES
Após avaliação foram observadas que os danos de maior ocorrência estão ligados a
conservação das calçadas, ação das raízes e fatores mecânicos das calçadas, má
conservação das rampas de acesso, obstrução das guias para cegos. De certa forma as
calçadas apresentam largura satisfatória para a locomoção de pedestre. A solução cabível
para essas calçadas podem ser solucionadas com simples conservação pelos técnicos da
prefeitura.

REFERÊNCIAS

Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2004). Acessibilidade a edificações,


mobiliário, espaços e equipamentos urbanos (NBR 9050). 2ª ed., Rio de Janeiro,
Brasil: Associação Brasileira de Normas Técnicas.

BONAMETTI, João Henrique. Arborização urbana. Revista Terra & Cultura:


cadernos de ensino e pesquisa, v. 19, n. 36, p. 51-55, 2020.

Brasil. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, Diário Oficial da


União. Brasília, Brasil: Presidência da República.

GUIMARÃES, Rafaella Oliveira; CUNHA, Ananda Helena Nunes; DOS SANTOS,


Benjamim Jorge Rodrigues. Verificação da acessibilidade nas calçadas do setor
central de Goiânia, GO. Multi-Science Journal, v. 1, n. 2, p. 83-91, 2015.

MANZINI, Eduardo José. Inclusão e acessibilidade. Revista da Sobama, v. 10, n. 1,


p. 31-36, 2005.

Você também pode gostar