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ANÁLISE DE CONFORMIDADE EM RAMPAS DE

ACESSO DE ACORDO COM A NBR 9050/2020


EM CINCO ESCOLAS DO MUNICIPÍO DE
MACATUBA – SP
JOÃO HIGOR MODESTO GIORGETO – jhgiorgeto@gmail.com
CRISTIANO SANCHEZ JUNIOR - csj.contatoengenharia@gmail.com
FACULDADE GRAN TIETÊ

Resumo: Esta pesquisa analisa a conformidade de acessibilidade nas escolas e


espaços educacionais na cidade de Macatuba-SP para o acesso das pessoas com deficiência
de acordo com a NBR9050/2020 no que tange à colocação de rampas, corrimão e pisos
táteis, afim de possibilitar que as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida tenham
segurança e autonomia. Para tanto, foi realizado um estudo de casos múltiplos sobre a
acessibilidade das rampas de acesso em cinco escolas do Município de Macatuba-SP (A, B,
C, D e E). Chegou-se ao resultado de que 100% delas possuem rampas de acesso, 92%
dessas respeitam a largura mínima de 1,20m e somente 8% apresentam guia de balizamento
ou parede com altura mínima de 5cm e em nenhuma há duplo corrimão, prolongamento de
30cm e piso tátil. Foram constatadas divergências em todas as escolas, quanto às normas
técnicas que são, em sua maioria, de fácil correção.

Palavras-chaves: Acessibilidade; Escola; NBR9050/2020; Macatuba-SP; Rampa de acesso.


ANALYSIS OF ACCESS RAMPS ACCORDING TO
ABNT NBR 9050 STANDARD IN SCHOOLS IN THE
MUNICIPALITY OF MACATUBA - SP
Abstract: Abstract: This research analyzes the compliance of accessibility in schools
and educational spaces in the city of Macatuba-SP for access by people with disabilities
according to NBR9050 / 2020 with regard to the installation of ramps, handrails and tactile
floors, in order to allow people with disabilities or reduced mobility to have autonomy.
Therefore, a study of multiple cases was carried out on the accessibility of access ramps in
five schools in the city of Macatuba-SP (A, B, C, D and E). The result was that 100% of them
have access ramps, of which 92% respect the minimum width of 1.20m and only 8% have a
guide rail or wall with a minimum height of 5cm and none of them have a double handrail,
30cm extension and floor tactile. Differences were found in all schools regarding technical
standards that are, for the most part, easy to correct.

Keywords: Accessibility; School; NBR9050/2020; Macatuba-SP; Access ramp.

1. INTRODUÇÃO
A acessibilidade é um dos temas mais importantes na área da construção civil e que
deve ser fiscalizada pelo próprio engenheiro, observando sempre se as soluções criadas por
ele realmente são viáveis quando saem do papel. Ou seja, o engenheiro civil é quem executa
as ações de acessibilidade dentro da realidade da construção, cabendo a ele a necessidade de
conhecer toda a legislação e aplicá-la (JOURDA, 2012).
A acessibilidade além de ser uma preocupação social é uma exigência legal,
regulamentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (VACCARI;
FANINI, 2016), que é a entidade privada sem fins lucrativos, responsável pela normalização
técnica de diversos setores no Brasil, ou seja, é o Foro Nacional de Normalização e, portanto,
todas as NBR foram criadas por essa associação e que define “Norma técnica brasileira”: o
“N” significa “Norma” e o “BR” é referente ao país de origem, Brasil. (KOVACS, 2021)
A Norma Técnica Brasileira de Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e
Equipamento - NBR 9050 da ABNT direciona os critérios e parâmetros para a instalação de
equipamentos e adaptação de espaços urbanos acessíveis para todas as pessoas, para facilitar a
superação dos obstáculos por pessoas com algum tipo de deficiência, contendo desde critérios
de sinalização em espaços públicos até parâmetros de ergonomia para mobiliário e
equipamentos urbanos. Desta forma, é de elevada importância a realização de uma
metodologia de análise de falhas, para que os empreendimentos sejam desenvolvidos com
segurança e confiabilidade (ABNT NBR 9050, 2015).

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Nas escolas, os espaços devem ser democráticos, prevendo o acesso das pessoas com
necessidades especiais. Para que isso aconteça, algumas atitudes devem ser tomadas para
favorecer a acessibilidade como a instalação de rampas, corrimão, adequação dos pisos,
revisão dos acessos (GLAT et al., 2012).
Neste contexto, a necessidade em adaptar as construções antigas e novas para o uso
seguro e com comodidade de todas as pessoas tornou-se essencial. No entanto, na prática,
ainda pode-se observar muitas barreiras e inconformidades com as normas técnicas nas
construções e em rotas de acesso às edificações, impossibilitando às pessoas portadoras de
deficiência ou mobilidade reduzida de participar efetivamente de quaisquer situações com
enfoco no âmbito educacional (OLIVEIRA, 2012).
A ABNT NBR 9050, criada há 37 anos, passou por sua quarta atualização e está em
vigor desde 03 de agosto de 2020, sendo que boa parte diz respeito a ajustes de texto,
tornando-o mais claro e preciso e alguns itens foram alterados, como é o caso do item que
aborda a proteção contra queda ao longo de áreas de circulação, que apresenta as soluções
para três situações distintas.
O novo documento denominado ABNT NBR 9050:2020 traz algumas alterações
como, por exemplo, o enfoque: além de considerar as pessoas com deficiência, a abordagem
foi ampliada para outras pessoas, como as que têm dificuldades de locomoção, os idosos,
obesos, gestantes etc., ressaltando o conceito de desenho universal que assegura a
acessibilidade para todos e também melhor especificação com exemplificação da subseção
rota de fuga e área de resgate; melhor definição e exemplificação da subseção de Corrimãos
e guarda-corpos; melhoria nas definições de sinalizações necessárias para melhor
atendimento à norma. (CAU RN, 2021)
Em vista disso, este estudo teve como objetivo apontar as divergências e apresentar
propostas de melhoria na área da acessibilidade das rampas para portadores de necessidades
especiais e mobilidade segundo a NBR 9050 nas escolas do município de Macatuba-SP.
Espera-se com isso melhorar significativamente a segurança, proporcionar autonomia,
independência e inclusão à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de
idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção nas escolas desta cidade.
Este estudo de caso foi aplicado no Município de Macatuba, interior de São Paulo,
avaliando cinco escolas de acordo com um checklist previamente organizado, tendo como
base as exigências normativas da atualização da NBR 9050 no que tange às rampas acessíveis
e instalação de pisos táteis, balizadores e corrimão.

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2. ACESSIBILIDADE
No Brasil, a acessibilidade começou a ser debatida por volta dos anos 1980. Foi
laborada e publicada a primeira abordagem técnica sobre o tema no país em 1985: a NBR
9050, que já passou por quatro revisões nos anos de 1994, 2004, 2015 e 2020, nesta última
trazendo em 147 páginas, parâmetros para diversas condições de mobilidade e percepção do
ambiente. (ABNT NBR 9050, 2020)
De acordo com esta NBR 9050, acessibilidade significa “possibilidade e condição de
alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de
edificações, espaços, mobiliários, equipamentos urbanos e elementos” (ABNT NBR 9050,
2015, p. 3). A mesma norma define o termo acessível como “espaço, edificação, mobiliário,
equipamento urbano ou elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado
por qualquer pessoa, inclusive aquelas com mobilidade reduzida” (ABNT NBR 9050, 2015,
p. 3) e implica tanto acessibilidade física como de comunicação.
A partir daí entende-se que o conceito de acessibilidade salienta diretamente as
condições relacionadas a edificações; transporte; equipamentos e mobiliários; e sistemas de
comunicações, condições essas expressas em várias normas técnicas da ABNT, para dar
autonomia a qualquer indivíduo com deficiência sensorial, de locomoção, mental/intelectual e
aquele que exige atenção especial ou adaptações nos ambientes em razão da idade.
(VENTURA et al., 2021).
No caso, é importante a instalação de rampa, corrimão, guia de balizamento e piso
tátil. “A rampa é a inclinação da superfície de piso, longitudinal ao sentido de caminhamento,
com declividade igual ou superior a 5%” (ABNT NBR 9050, 2015, p. 5) e já estava
regulamentada em 1985, porém, no decorrer das revisões, os parâmetros se tornaram mais
restritivos trazendo a necessidade de se atender ao menos duas formas de deslocamento
vertical. Nas escadas, a relação entre a altura do espelho e a largura do piso foi revista. Os
corrimãos em escadas e rampas ganharam de forma mais vigorosa, a exigência de duas alturas
(70cm e 92cm). (BERNARDI, 2021)
A sinalização tátil no piso passou a ser indispensável com as funções de alertar e
direcionar. É caracterizada por textura e cor contrastantes em relação ao piso adjacente,
destinado a constituir alerta ou linha-guia, servindo de orientação, principalmente, às pessoas
com deficiência visual ou baixa visão. Para indicar direção de um percurso ou a distribuição
de elementos de um espaço e de uma edificação, utiliza-se o piso tátil de alerta ou piso tátil
direcional. Na forma visual, associa setas indicativas de direção a textos, figuras ou símbolos.
Na forma tátil, utiliza recursos como guia de balizamento ou piso tátil. Na forma sonora,

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utiliza recursos de áudio para explanação de direcionamentos e segurança, como em alarmes e
rotas de fuga (ABNT NBR 9050, 2015).
Em 1985 já se previa à frente de rampas, a instalação de um piso de cor e textura
diferentes do piso adjacente, mas os pisos táteis de alerta os elementos tronco cônicos ainda
não estavam regulamentados. Mesmo de maneira discreta, a deficiência visual já estava
colocada em 1985, mas somente em 2004 surge a regulamentação do Braille sem dispensar,
no entanto, a sinalização visual e as figuras em relevo. São também estabelecidos os valores
ideais de reflexão da luz determinando contrastes visuais que facilitem o fácil reconhecimento
de elementos e objetos, por pessoas de baixa visão (BERNARDI, 2021).
Com relação à inclusão dos estudantes no ambiente educacional, em 2003, a
mestranda em Educação, Elaine Gomes de Oliveira desenvolveu uma pesquisa a partir da
indicação de barreiras arquitetônicas e atitudinais por estudantes universitários com algum
tipo de deficiência (física, visual ou múltipla) na Universidade Estadual de Londrina, Estado
do Paraná. Demonstrou-se que o ponto positivo foi a contribuição dos professores que criaram
condições de acessibilidade com o uso de estratégias e recursos adaptados, bem como a rede
de relações de ajuda de colegas, que gerou possibilidade para estudo em grupo e auxílio ao
estudante com deficiência em situações intra e extra sala de aula. Os pontos negativos foram a
existência de barreiras arquitetônicas e falta de adaptações em banheiros, bebedouros,
telefones e mobiliários; dificuldades para acesso aos serviços de apoio ao estudante; barreiras
pedagógicas por parte de alguns docentes; barreiras atitudinais presentes em toda a rede de
relações interpessoais, entretanto, evidenciada com maior freqüência no dueto professor-
estudante (MAZININI, 2005).
A partir deste estudo, a pesquisadora Elaine Oliveira destaca que é possível verificar
que a acessibilidade é um caminho para a inclusão do estudante com necessidade especial no
contexto educacional.
Por isso, é importante atentar-se ao que dizem às normas, que neste caso é a NBR
9050, atualizada em 2020, trouxe algumas modificações de correções ortográficas, ou de
construção da frase, para ficar mais claro o que o texto anterior trazia e evitar ambiguidades.
Outros pontos são mudanças realmente de exigências, como o de corrimãos que teve
alterações na posição para medir a altura, a distinção de aplicação entre um degrau isolado,
pequenos lances com dois degraus e escadas, ou escadas mais largas; quanto ao piso tátil, que
na versão anterior o piso tátil era mencionado mas não havia detalhamento sobre esse
importante recurso utilizado pelas pessoas com deficiência visual e na quarta versão recebeu
especificações como sendo de alerta ou orientação, determinando diferenciação entre relevo e

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rugosidade; referente à localização do piso tátil, que deve ser aplicado no início ou final de
rampa, rebaixamento de guia e beiradas de plataformas, entre outras localidades, foi
detalhada; no aspecto da comunicação e sinalização, a aplicação de pictogramas para enfatizar
a sinalização visual; a sinalização tátil recebeu destaque pela utilização de caracteres em
relevo e na versão em braile e aconteceram algumas tolerâncias dimensionais, que podem ser
aplicadas, por exemplo, nos corrimãos, de forma a não precisar mudar todo o corrimão de
uma edificação se estiver dentro dessa margem de erro (Figura 1) (CAU RN, 2021).

Figura 1 – Rampa com acessibilidade (com proteção lateral e piso tátil)

Fonte: ABNT NBR 9050/2020 (2020).

3. MÉTODO

Realizou-se um estudo de casos múltiplos sobre a acessibilidade das rampas de acesso


em cinco escolas do Município de Macatuba-SP, duas municipais (A e B), duas estaduais (C e
D) e uma de Atendimento Educacional Especializado para pessoas com deficiência (E).
Para a coleta de dados, foi elaborado um checklist (Tabela 1) com cinco pontos de
análises das rampas – se contém rampas de acesso, se possui uma largura mínima de 1,20m;
se tem guia de balizamento ou parede com uma altura mínima de 5cm; se tem corrimão
contínuo sendo duplo e com prolongamento de 30cm e se há piso tátil – e, também, foram
fotografadas para registro.

Tabela 1: Checklist rampa de acesso utilizado como parâmetro

*SIM (de acordo com a norma NBR 9050) NÃO (não se aplica com a norma NBR 9050)
Autor: Elaborado pelo autor (2021).

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A seguir tem-se a condição de acessibilidade de cada escola visitada.

3.1 Escola A

A escola municipal A possui três rampas de acesso, duas com a largura mínima de
1,20m e uma com a largura de 90 centímetros, esta última fora de padrão. As três rampas não
estão de acordo com a norma NBR 9050, quanto à guia de balizamento, corrimão duplo
contínuo e piso tátil. As Figuras 3 e 4 mostram a rampa de acesso principal, com a largura
máxima de 90 centímetros.

Figura 3 – Rampa de acesso principal vista Figura 4 – Rampa de acesso principal vista
da rua da área interna

90cm

Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Observa-se rampa ao lado da escada que dá acesso à diretoria, secretaria, sala dos
professores e algumas salas de aula sem guia de balizamento e corrimão duplo contínuo e piso
tátil fora de padrões técnicos. Nota-se, ainda, que essa rampa tem a largura de 90cm, não
cumprindo as normas técnicas.
Na Figura 5 tem-se a rampa de acesso ao pátio da escola, com a largura de 2,50m.
Figura 5 – Rampa de acesso da parte interna ao pátio

2,50 metros

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

A rampa quanto à largura está adequada às normas, mas com relação ao balizamento e
corrimão duplo contínuo e piso tátil está fora de padrões técnicos.

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A Figura 6 mostra a rampa de acesso da quadra de esporte ao pátio, largura de 2,50m.

Figura 6 – Rampa de acesso da quadra de esporte ao pátio

2,50 metros

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

A largura está de acordo com as normas, que indica 1,20m no mínimo, porém, quanto
ao balizamento, corrimão duplo contínuo e piso tátil não está de acordo com os padrões
técnicos.

3.2 Escola B

A escola municipal B apresenta uma rampa de acesso com a largura mínima de 1,20m,
entretanto, não contém corrimão contínuo com dupla altura e piso tátil (Figura 7).

Figura 7 – Frente da escola municipal B

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

A rampa quanto à largura está correta, entretanto, quanto à presença de corrimão


contínuo com dupla altura e piso tátil, não se enquadra a NBR 9050.
Na Figura 8 tem-se a rampa da área de acesso ao pátio coma largura máxima de
1,40m.

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Figura 8 – Rampa na área de acesso ao pátio

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Esta rampa quanto à largura está de acordo com a exigência técnica, mas quanto à
presença de corrimão contínuo com dupla altura e piso tátil, não se enquadra às normas.

3.3 Escola C

A escola estadual C possui escadas na entrada principal, uma rampa de acesso pelos
fundos e duas rampas no seu interior, não há guia de balizamento ou parede, corrimão e piso
tátil. Na Figura 9 têm-se a entrada principal pela frente da escola (escadas) e a Figura 10
mostra mais claramente a única forma de acesso pela entrada principal da escola através de
escadas.

Figura 9 – Frente da escola estadual C Figura 10 – Entrada principal (degraus)

Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Por essa entrada fica praticamente nulo o acesso das pessoas com dificuldades de
locomoção, pois há muitos degraus, o que dificulta a acessibilidade dos alunos com
deficiência física, portanto, irregular quanto a NBR 9050.
Na Figura 11 têm-se a rampa de acesso pelo fundo da escola as suas dependências.

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Figura 11 – Rampa de acesso no fundo da escola C

1,20m

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

A rampa tem a largura mínima exigida de 1,20m, porém, não há guia de balizamento
ou parede, corrimão e piso tátil, não se adequando às normas.
A Figura 12 mostra a área interna com rampa às salas de aula, banheiros e refeitório.

Figura 12 – Rampa de acesso às salas de aula

1,20 metros

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Esta rampa possui a largura mínima exigida de 1,20m, no entanto não possui guia de
balizamento ou parede, corrimão e piso tátil, não se adequando às exigências.
Há também rampa interna para acesso ao banheiro, bebedouro e cantina (Figura 13).

Figura 13 – Rampa de acesso ao banheiro, bebedouro e cantina

1,20 metros

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

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Pela Figura 13, nota-se que a largura está de acordo com as normas que exige 1,20m,
mas quanto à guia de balizamento ou parede, corrimão e piso tátil esta rampa não se encontra
adequada.

3.4 Escola D

A escola estadual D contém duas rampas de acesso e um elevador para a pessoa com
deficiência chegar ao segundo pavimento. Na Figura 14 vê-se a escada de acesso ao segundo
pavimento.
Figura 14 – Escada que leva às salas de aula do segundo piso

2 metros

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Quanto à largura mínima, está conforme as normas, porém, este acesso não apresenta
guia de balizamento ou parede, corrimão com dupla altura e piso tátil, estando irregular pela
NBR 9050.
Na Figura 15 tem-se a rampa de acesso à escola, à secretaria e diretoria.

Figura 15 – Rampa de acesso à escola

1,50 metros

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

A rampa com largura de 1,50m encontra-se conforme as normas exigem, porém não
há corrimão duplo, guia de balizamento e piso tátil, não se enquadrando, assim, a NBR 9050.
Na Figura 16 vê-se o elevador de acesso ao segundo pavimento.

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Figura 16 – Elevador de acesso às salas do segundo piso

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Por este elevador todas as pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida podem
chegar ao segundo piso sem problema algum, estando de acordo com os padrões exigidos.

3.5 Escola E

Quanto às dependências da escola E, há três rampas de acesso, explicadas a seguir.


Na Figura 17 observa-se rampa de acesso pela entrada principal da escola vista pelo
lado externo e na Figura 18, a mesma rampa vista pela área interna.

Figura 17 – Frente da escola E Figura 18 – Rampa na entrada principal

1,50 metros

Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Observa-se que a rampa tem guia de parede, com altura mínima de 5cm e largura de
1,50m, dentro das normas. Não tem corrimão duplo e nem piso tátil, portanto, irregular.
Na Figura 19 há a rampa de acesso pela lateral da escola dos funcionários e todos os
alunos para as suas dependências (refeitório, salas de aulas, banheiros, secretaria, diretoria).

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Figura 19 – Rampa de acesso pela entrada lateral

2,50 metros

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Essa rampa, quanto à largura de 2,50m está de acordo com as normas, porém, não tem
piso tátil e nem corrimão duplo, não se adequando a NBR 9050.
Na Figura 20 tem-se a rampa de acesso às salas de fisioterapia, estimulação precoce,
terapia ocupacional, piscina aquecida entre outros.

Figura 20 – Rampa de acesso para a fisioterapia entre outros

2 metros

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Observa-se que a rampa tem largura de 2,00m, portanto, segue os padrões técnicos,
mas não possui piso tátil e nem corrimão duplo, portanto, em desacordo com a NBR 9050.

4. RESULTADOS E ANÁLISES
No Tabela 2 tem-se a descrição dos dados coletados nas escolas com relação às
rampas de acesso, a largura mínima de 1,20m, à guia de balizamento ou parede com altura
mínima de 5 cm, a corrimão contínuo com dupla altura e prolongamento de 30cm, e piso tátil.

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Tabela 2 – Checklist rampa de acesso

*SIM (de acordo com a norma NBR 9050) NÃO (não se aplica à norma NBR 9050)
Autor: Elaborado pelo autor (2021).

A Tabela 2 mostra que todas as escolas possuem rampas de acesso (100%), enquanto
que as rampas que respeitam a largura mínima são 92% e somente na Escola D está de acordo
com as normas, o que representa somente 8% e em nenhuma (0%) tem duplo corrimão,
prolongamento de 30cm e piso tátil. Esses dados estão dispostos no Gráfico 1.

Gráfico 1: Percentual indicativo quanto às normas técnicas NBR 9050

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Ainda que 100% das escolas possuam rampas de acesso, 92% delas têm a largura
mínima (1,20m). Com relação à guia de balizamento ou parede com altura de 5cm somente na
Escola D está de acordo com as normas, o que representa 8%. Quanto a corrimão,
prolongamento de 30cm e piso tátil todas as escolas estão em desacordo (0%). Porém, são
falhas de fácil correção que deveriam estar no orçamento do Executivo Municipal e do
Governo Estadual.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que há divergências nas cinco escolas aqui apresentadas, em que os acessos
diferem-se, na sua maioria, das recomendações técnicas sobre acessibilidade.
Em relação às larguras mínimas das rampas (1,20m), os resultados foram satisfatórios
já que 92% dos acessos seguem as preconizações da ABNT/NBR 9050. Porém, somente 8%
das rampas estão de acordo com as normas com relação a guias de balizamentos ou paredes e
corrimãos e nenhuma possui piso tátil (0%). Um ponto que chama a atenção é que a escola de
Atendimento Educacional Especializado (Escola E), referência às pessoas com deficiência e
inaugurada em 1996, não se adequa às recomendações das normas brasileiras, o que causa
certa dificuldade para os alunos acessarem sozinhos alguns pontos da escolas.
A partir deste estudo nota-se a importância da acessibilidade no âmbito educacional
tanto nas escolas municipais como estaduais de Macatuba-SP, que facilite a locomoção do
aluno com segurança, promovendo a sua autonomia.
As irregularidades encontradas são em sua maioria de fácil correção, mas demandam a
realização de um orçamento para aferir a viabilidade econômica do Município e do Estado em
adaptar as escolas conforme a NBR 9050, promovendo realmente a acessibilidade. Desta
forma, sugerem-se trabalhos futuros para a realização de levantamento dos materiais
necessários para a adequação das escolas e orçamento para serem apresentados aos
responsáveis por cada escola, além da verificação das declividades das rampas.

REFERÊNCIAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas / NBR 9050/2015. Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos - Apresentação. 3. ed. Rio de
Janeiro: ABNT, 2015.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas / NBR 9050/2020. Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos - Apresentação. 4. ed. Rio de
Janeiro: ABNT, 2020.
BERNARDI, Cristiane Kröling. NBR 9050. Tudo o que você precisa saber sobre a norma
de acessibilidade. Disponível em: https://guiaderodas.com/nbr-9050-norma-de-acessibilida
de/. Acesso em: 09 nov 2021.
CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Norte. Norma NBR 9050 é
revisada pela ABNT e disponibilizada na internet. Disponível em:
https://www.caurn.gov.br/?p=7996. Acesso em: 09 nov 2021.
GLAT, R.; FONTES, R.S; PLETSCH, M.D. Uma breve reflexão sobre o papel da
educação especial frente ao processo de inclusão de pessoas com necessidades
educacionais especiais em rede regular de ensino. Disponível em: http://www.eduinclusiva
pesq-uerj.pro.br/livros_artigos/pdf/unigranrio.pdf. Acesso em: 10 out 2021.

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JOURDA, Françoise-Hélène. Pequeno manual do projeto sustentável. Arquitetura e
construção. 2. ed. São Paulo: G. Gili, 2012.
KOVACS, Leandro. O que significa NBR – Normas Técnicas ABNT. Disponível em:
https://tecnoblog.net/383392/o-que-significa-nbr-normas-tecnicas-abnt/. Acesso em: 09 nov
2021.
MANZINI, Eduardo José. Inclusão e acessibilidade. Revista da Sobama, Dezembro 2005,
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OLIVEIRA, Elaine T.G. Acessibilidade na Universidade Estadual de Londrina: o ponto
de vista do estudante com deficiência. Dissertação (Mestrado) − Universidade Estadual
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VACCARI, Lorreine S.; FANINI, Valter. Mobilidade urbana. CREA-PR. Série de Cadernos
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VENTURA, C.S.C. et al. Informações para pessoas com deficiência ou mobilidade
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Campinas. Disponível em: https://www.puc-campinas.edu.br/wp-content/uploads/2016/04/
manual-de-acessibilidade-proaces1.pdf. Acesso em: 09 nov 2021.

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