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ACESSIBILIDADE EM EDIFÍCIOS

Acessibilidade Nos Edifícios

Segundo a NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, “to-
dos os espaços, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados, cons-
truídos, montados ou implantados, bem como as reformas e ampliações de edificações e equipamen-
tos urbanos, devem atender ao disposto nesta Norma para serem considerados acessíveis”.

Arquitetura Inclusiva

Baseada nessa norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e também na legislação
em vigor, a Item 6 Arquitetura desenvolve projetos arquitetônicos para adequação de áreas comuns
de edifícios comerciais e residenciais, possibilitando assim uma melhor qualidade de vida aos usuá-
rios e o direito de ir e vir de todas as pessoas com liberdade, autonomia e segurança.

As adequações devem ser feitas em áreas comuns e incluem soluções específicas para rampas de
acesso, calçadas, sinalização, sanitários, mobiliários, piscinas, vagas de estacionamento, plataformas
elevatórias, entre outras.
Já as residências devem ser analisadas individualmente pois nesses casos as deficiências do usuário
precisam ser avaliadas com muito critério.

Existem ainda inúmeras outras soluções que podem ser implantadas em áreas comuns e de lazer, de
modo a oferecer uma melhor qualidade de vida às pessoas com deficiência ou mesmo mobilidade re-
duzida, mas, infelizmente, sabemos que essa é uma realidade muito distante de nós, onde apenas
uma minoria de espaços está adequadamente preparada para receber essas pessoas.

Rampas

Taí um tema que me incomoda profundamente, pois o que mais vejo por aí são rampas de acesso
construídas (inutilmente) fora dos padrões de acessibilidade e os erros mais comuns são: declividade
acima do permitido, largura insuficiente para o cadeirante, corrimãos inadequados ou inexistentes,
entre outros.

Os cuidados necessários são vários, desde os cálculos para obedecer a declividade, a altura e empu-
nhadura correta dos corrimãos, a circunferência correta de curvas, quando for o caso, a sinalização,
entre outros e por isso a importância de se consultar um profissional especializado em acessibilidade
antes de partir para as obras.

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Lembrando que as rampas devem permitir que a pessoa com deficiência possa se locomover sozi-
nha, ou seja, o cadeirante, por exemplo, não deve precisar da ajuda de outra pessoa para subir uma
rampa.

Elevadores e plataformas de acesso podem ser uma ótima solução em adequações de edifícios,
quando a situação já existente não permitir a implantação de uma rampa de acesso, muitas vezes in-
viável por causa do desnível ou mesmo em áreas internas, entre um andar e outro.

Cenário Atual

No Brasil, existem hoje cerca de 27 milhões de deficientes e 19 milhões de idosos e estima-se que,
dentro de 10 anos, a população com mais de 60 anos chegará a 30 milhões, criando novos requisitos
para a cidade e seus espaços.

Somente na cidade de São Paulo existem cerca de 3 milhões de pessoas com mobilidade reduzida e,
além disso, há também aqueles que estão temporariamente nessa situação, devido à alguma fratura
ou mesmo cirurgia que dificulte ou impossibilite a sua locomoção.

Acessibilidade nos Condomínios

Por se tratar de uma questão legal, não há a necessidade da assembleia aprovar a realização de
obras que garantam a acessibilidade do condomínio, afinal, trata-se de uma determinação da legisla-
ção e não de uma obra de embelezamento ou de manutenção.

Os condomínios novos devem ser projetados e construídos já garantindo a acessibilidade de seus


moradores e visitantes, mas caso isso não ocorra, o síndico ou a administração deve entrar em con-
tato diretamente com a construtora responsável pelas obras exigindo tais adequações, chegando até
ao caso de processo contra a mesma. Já os condomínios antigos nem sempre possuem as instala-
ções que garantam a acessibilidade. Para fazer as adaptações, é fundamental que uma empresa es-
pecializada realize uma análise técnica no condomínio e defina quais as obras viáveis em cada caso.

Lembrando que além de todas as questões legais e socialmente justas, outra boa razão para ado-
tar planos de acessibilidade é a valorização do imóvel perante outros que não tenham essas condi-
ções e cuidados com seus usuários.

Legislação e Normas

ABNT NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos


Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000
Decreto de lei nº 5.296, de 2 dezembro de 2004
Resolução CPA/SMPED-G/015/2008, de 14 de novembro de 2008

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Acessibilidade na construção é um assunto bastante difundido e discutido, de forma que priorizar em-
preendimentos adaptados aos deficientes é uma preocupação cada vez mais constante para constru-
toras e incorporadoras.

Segundo estatísticas do IBGE, 23,9% dos brasileiros apresentam algum tipo de deficiência. Além de
ser uma ação humanitária e de valor social, o impacto das adequações de acessibilidade na constru-
ção no orçamento da obra é mínimo.

Sergio Yamawaki, membro da Comissão de Acessibilidade do Conselho Regional de Engenharia e


Agronomia do Paraná (CREA-PR), em entrevista publicada ao Jornal Gazeta do Povo, explica que “a
variação no custo não chega a 5% quando o prédio é projetado para ser acessível, e o imóvel tende a
valorizar cerca de 15%. A acessibilidade na construção é uma aposta certa, que vai trazer um retorno
maior do que não tê-la no imóvel”.

Além disso, desde 2004, o artigo 18 do decreto n° 5.296 garante que as novas edificações residenci-
ais multifamiliares atendam às regras de acessibilidade na construção em todas as áreas de uso co-
mum, como salões de festas, portarias e garagens. A Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) concluiu a atualização da Norma Técnica de Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espa-
ços e Equipamentos Urbanos (NBR 9050: 2015), que revisa a norma editada em 2004.

Diante disso, será que a sua construtora está com os processos alinhados de forma que todos os en-
volvidos conheçam os requisitos de um empreendimento acessível?

Vale salientar que acessibilidade na construção vai além da construção de rampas para facilitar o
acesso aos empreendimentos. Levando em consideração os preceitos do Desenho Universal, criado
por uma comissão em Washington nos EUA, no ano de 1963, voltados à eliminação de barreiras ar-
quitetônicas, o grande objetivo é respeitar as diferenças existentes entre todas as pessoas e garantir
a acessibilidade a todos em um ambiente.

A ideia do Desenho Universal para empreendimentos acessíveis é que qualquer pessoa possa enten-
der e usar o local, de forma simples e intuitiva. Espaço e dimensão precisam ser adaptados para utili-
zação, independentemente do físico e postura das pessoas como, por exemplo, obesos ou anões,
além de garantir a mobilidade tanto de pessoas em cadeira de rodas, como acompanhantes com car-
rinhos de bebê, usuários de bengalas, idosos, crianças e animais de estimação.

Mesmo que uma construção acessível basicamente siga os mesmos critérios, algumas diferenças
precisam ser levadas em consideração para prédios e espaços construídos para determinados fins,
como escolas, residenciais e demais tipos de edifícios.

Tendo em vista essas orientações, a construção de edificações de uso privado deve atender a alguns
itens básicos da acessibilidade na interligação de todas as partes de uso comum ou abertas ao pú-
blico – conforme normas técnicas indicadas na cartilha de acessibilidade do Crea:

Residenciais

Quando se trata de um edifício residencial, empreendimentos acessíveis levam em consideração as


áreas de uso comum que devem, obrigatoriamente, oferecer fácil acesso, enquanto que, para as uni-
dades habitacionais essa é uma opção facultativa; entretanto, recomenda-se evitar paredes estrutu-
rais que dificultem alterações para futuras adaptações. Além disso, nos conjuntos residenciais é obri-
gatório:

Percurso acessível que una as edificações à via pública, aos serviços anexos de uso comum e aos
edifícios vizinhos;

Rampas ou equipamentos eletromecânicos para vencer os desníveis existentes nas edificações;

Circulação nas áreas comuns com largura livre mínima recomendada de 1,50 m e admissível mínima
de 1,20 m e inclinação transversal máxima de 2% para pisos internos e máxima de 3% para pisos ex-
ternos;

Elevadores de passageiros em todas as edificações com mais de cinco andares, recomendando-se


no projeto a previsão de espaço para instalação de elevador nos de altura inferior;

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Cabine do elevador e respectiva porta de entrada acessíveis para pessoas com deficiência ou mobili-
dade reduzida;

Prever vaga reservada para veículos conduzindo ou conduzidos por pessoas com deficiência ou mo-
bilidade reduzida nos estacionamentos;

Rampas de Acessibilidade

De acordo com as orientações da norma ABNT NBR 9050: 2015, desníveis superiores a 15 mm de-
vem atender aos requisitos de rampas e degraus, a fim de facilitar a circulação de pedestres e pes-
soas com deficiência ou mobilidade reduzida:

Largura livre recomendada de 1,50 m, sendo admissível a largura mínima de 1,20 m;

Quando não existirem paredes laterais, as rampas devem possuir guias de balizamento com altura
mínima de 5 cm executadas nas projeções dos guarda-corpos;

Patamares no início e final de cada segmento de rampa com comprimento recomendado de 1,50 m e
mínimo admitido de 1,20 m, no sentido do movimento;

Sinalização com piso tátil de alerta para sinalização, com largura entre 25 e 60 cm, distante no má-
ximo a 32 cm do início da rampa e localizado antes do início e após o término da rampa com inclina-
ção longitudinal maior ou igual a 5%;

Inclinação transversal de no máximo 2% em rampas internas e 3% em rampas externas;

Escolas, Teatros e Auditórios

Os teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte e similares devem reservar pelo me-
nos, 2% da lotação do estabelecimento para pessoas em cadeira de rodas. Esses espaços devem
estar distribuídos em locais diversos, com boa visibilidade, próximos aos corredores e devidamente
sinalizados.

Em empreendimentos acessíveis é obrigatória a destinação de 2% dos assentos também para aco-


modação de portadores de deficiência visual e de pessoas com mobilidade reduzida, incluindo obe-
sos, em locais de boa recepção de mensagens sonoras, devendo todos ser devidamente sinalizados
e estar de acordo com os padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT que dizem:

Localização em rota acessível vinculada a uma rota de fuga, junto de assento para acompanhante,
sendo no mínimo um assento e recomendável dois assentos de acompanhante;

Distribuição pelo recinto, recomendando-se que seja nos diferentes setores e com as mesmas condi-
ções de serviços;

Garantia de conforto, segurança, boa visibilidade e acústica;

Instalação em local de piso plano horizontal;

Não obstruir a visão dos espectadores sentados atrás;

Os assentos para obesos devem ter largura igual a de dois assentos adotados no local;

Os assentos para pessoas com mobilidade reduzida devem possuir um espaço livre frontal de no mí-
nimo 60 cm;

Identificação por sinalização no local e na bilheteria.

Locais Abertos e Com Vegetação

De acordo com a norma ABNT NBR 9050: 2015, os lugares de passagem dos empreendimentos de-
vem ser completamente livres de interferências como vegetação, postes, armários de equipamentos,
orlas de árvores e jardineiras, rebaixamentos para acesso de veículos.

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Dessa forma, os obstáculos aéreos como marquises, faixas e placas de identificação, toldos, lumino-
sos, vegetação e similares devem se localizar a uma altura superior a 2,10 m e atender aos seguintes
critérios:

Elementos da vegetação como plantas entouceiradas, ramos pendentes, galhos de árvores e arbus-
tos não devem avançar na faixa de circulação livre;

Orlas, grades, muretas ou desníveis entre o piso e o solo não devem avançar na faixa de circulação
livre;

Plantas não podem avançar na faixa de circulação livre, respeitando a altura mínima de 2,10 m;

Junto às faixas livres de circulação não são recomendadas plantas com as seguintes características:
dotadas de espinhos, produtoras de substâncias tóxicas, plantas que desprendam muitas folhas, fru-
tos ou flores – podendo tornar o piso escorregadio-, invasivas, que exijam manutenção constante e
plantas cujas raízes possam danificar o pavimento;

No caso de grelhas das orlas para proteção de vegetação, estas devem possuir vãos não superiores
a 15 mm de largura, posicionadas de forma transversal ao no sentido da circulação.

Prédios Públicos

Todos os locais destinados às atividades comerciais, como hotelaria, cultural, esportiva, financeira,
turística, recreativa, social, religiosa, educacional, industrial e de saúde têm instruções específicas de
acessibilidade na construção. Nessas edificações são obrigatórios os seguintes requisitos:

Todas as entradas devem ser acessíveis, bem como as rotas de interligação às principais funções do
edifício;

No caso de edificações existentes, deve haver ao menos um acesso a cada 50 m, no máximo, conec-
tado à circulação principal e de emergência por meio de rota acessível;

Ao menos um dos trajetos horizontais ou verticais de todas as dependências e serviços do edifício,


deverá cumprir todos os requisitos de acessibilidade;

Garantir sanitários e vestiários acessíveis às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, pos-
suindo 5% do total de cada peça (quando houver divisão por sexo), obedecendo ao mínimo de uma
peça;

Nas áreas externas ou internas da edificação, destinadas à garagem e ao estacionamento de uso pú-
blico, é obrigatório reservar vagas próximas aos acessos de circulação de pedestres para veículos
que transportem pessoas com deficiência física ou dificuldade de locomoção. Observando o número
de vagas conforme prevê a norma ABNT NBR 9050: 2015;

Entre o estacionamento e o acesso principal deve existir uma rota acessível. Caso isso não seja pos-
sível, deve haver vagas de estacionamento exclusivas para as pessoas com deficiência ou mobili-
dade reduzida próximas ao acesso principal;

Em shopping centers, aeroportos, áreas de grande fluxo de pessoas, ou em função da especifici-


dade/natureza de seu uso, recomenda-se um sanitário acessível que possa ser utilizado por ambos
os sexos (sanitário familiar).

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