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Resumo: A exposição ocupacional a pressão sonora ou ruído tem impactado na saúde e nos
resultados operacionais das indústrias. O presente projeto teve como objetivo testar e avaliar as
condições de exposição dos colaboradores de uma linha de produção, utilizando a metodologia
de estudo de caso e análise quantitativa, através do ensaio de nível médio de exposição ao ruído
durante a jornada diária, concluindo que parte dos setores analisados, os quais ficaram acima
do máximo de exposição permitido, devem adotar medidas de precaução, demonstrando e
confirmando as ações tomadas pela empresa para redução do risco.
Abstract: Occupational exposure to sound pressure or noise has affected the health and
operating results of industries. This project aimed to test and evaluate the exposure conditions
of employees of a production line, using the case study methodology and quantitative analysis,
through the test of average noise exposure level during the daily workday, concluding that part
of the sectors analyzed, which were above the maximum exposure allowed, must adopt
precautionary measures, confirming the actions taken by the company to reduce risk
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1. INTRODUÇÃO
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
De tal forma, o ruído está presente nas atividades tanto no trabalho, quanto fora dele.
Nessa perspectiva afirma Saliba (2004) que ruído é todo som desagradável que encontramos no
ambiente em que vivemos: nossa casa, bairro, cidade, local de trabalho e de lazer.
Na maioria dos casos o ruído é resultado de uma mistura de vibrações, medidas em uma
escala logarítmica, em uma unidade chamada decibel (IIDA, 2005).
De acordo com a NR-15, da Portaria n.3.214 e a norma da FUNDACENTRO, o ruído
contínuo ou intermitente é aquele não classificado como impacto. Saliba (2004) entende que o
ruído é considerado contínuo quando o nível de pressão sonora varia 3 dB durante um período
longo de medição, próximo a 15 minutos.
Já o ruído de impacto é aquele que sofre interrupções maiores que um segundo e possui
picos de energia menores que um segundo (SALIBA, 2004). A NR-15 também define o ruído
de impacto como picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos
superiores a 1 (um) segundo.
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2.2. DOSE EQUIVALENTE DE RUÍDO
Esse efeito combinado ou dose equivalente é calculado através da soma das seguintes
𝐶1 𝐶2 𝐶3 𝐶𝑛
frações: + 𝑇2 + 𝑇3 ⋯ 𝑇𝑛 < 1
𝑇1
Sendo que:
Cn = Tempo total de exposição a um nível específico.
Tn = A duração total permitida nesse nível, conforme limites estabelecidos no anexo 1 da NR-
15.
Os efeitos combinados podem ser obtidos com maior precisão utilizando-se o
audiodosímetro. Este instrumento indica a dose em percentual. A dose ou efeito combinado
podem ser obtidos também com o medidor de nível de pressão sonora, ou decibelímetro.
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2.3. CONSEQUÊNCIAS DE EXPOSIÇÃO AO RUÍDO
Kjellberg (1990) refere que altos níveis de ruído no local de trabalho estão associados a
altas taxas de acidentes do trabalho. Cordeiro et al. (2005) conseguiram estimar em uma
pesquisa que trabalhadores expostos ao ruído podem ter duas vezes mais probabilidade de
sofrerem acidentes durante o trabalho.
Além dos problemas auditivos, podem ocorrer outros transtornos causados pelo barulho
elevado, podendo atingir outros órgãos do corpo, provocando diversos problemas, tais como:
dores de cabeça; problemas digestivos; sono agitado, falta de sono; dificuldade de atenção e
concentração; chiados nos ouvidos ou na cabeça; vertigens e perda de equilíbrio; alterações
cardíacas e hormonais; ansiedade, nervosismo e aumento da agressividade (KWITKO, 2001).
Os valores obtidos através da dose são representados pelo nível médio de ruído, o qual
equivale a média dos níveis de pressão sonora ao longo do período monitorado e projetado para
jornada completa de trabalho, aplicando-se a seguinte formula da NHO 01:
480 𝐷
𝑁𝐸 = 10 ×𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 ( × 100) + 85 [𝑑𝐵]
𝑇𝑒
𝑇𝑒 𝑁𝑒−85
× 100 × 2( )
𝐷= 3 [%]
480
Onde:
NE = nível de exposição
D = Dose diária de ruído em porcentagem
Te = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho
Onde:
NE = nível de exposição
Te = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho.
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2.5. CRITÉRIO DE JULGAMENTO E TOMADA DE DECISÃO
Atuação
Dose diária (%) NEN dB (A) Consideração técnica
recomendada
No mínimo
0 a 50 Até 82 Aceitável manutenção da
condição existente
Acima do nível de Adoção de medidas
50 a 80 82 a 84
ação preventivas
Adoção de medidas
preventivas e
80 a 100 84 a 85 Região de incerteza
corretivas visando a
redução da dose diária
Acima do limite de Adoção imediata de
Acima de 100 > 85
exposição medidas corretivas
Fonte: Norma de Higiene Ocupacional 01 (2001)
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3. EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO
São instrumentos utilizados para mensurar os níveis instantâneos de ruído, sendo estes
de qualquer natureza, isto é, contínuo, intermitente e de impacto. Também são chamados de
sonômetro, ou mais popularmente conhecidos como decibelímetro, conforme figura 1.
Para poder captar e interpretar os vários tipos de ruídos, o decibelímetro é dotado de
vários circuitos de compensação, classificados por A, B, C e D, nos tipos 1, 2 ou 3, em relação
a sua precisão.
O circuito de compensação “A” é indicado para medir ruídos intermitentes e contínuos,
o circuito “B” e o “C” são indicados principalmente para baixos níveis de frequência, porém
destes últimos o mais usado é o circuito “C” empregado para medir ruído de impacto. Alguns
instrumentos possuem o circuito “D” indicado para determinados ruídos especiais e de alta
frequência, tais como turbina de aviões a jato.
Figura 1 - Decibelímetro
3.2. AUDIODOSÍMETRO
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Figura 2 – Dosímetro de ruído digital
3.4. CALIBRADORES
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4. METODOLOGIA
A presente pesquisa tem como caráter metodológico um estudo de caso com análise
quantitativa dos dados levantados.
O processo fabril na indústria em questão, caracterizada pela produção de gondolas e
displays, foi analisado de forma geral, afim de estabelecer um parâmetro de ruídos por setor, e
assim tomar como base para comparação dos níveis de exposição para os colaboradores.
A coleta dos dados para composição da tabela de comparação, foi realizada através da
utilização dos equipamentos disponíveis na empresa, devidamente calibrados e de acordo com
as normas vigentes, expostas posteriormente na apresentação das mesmas.
A empresa possui em seu esquema organizacional o layout de linha de produção,
adequado para otimização do tempo de produção e manuseio dos produtos em processo de
fabricação, que seguem conforme fluxograma apresentado a seguir, como figura 3.
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Figura 4 – Fluxograma do processo de ensaio
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4.3. APRESENTAÇÃO DAS TABELAS DE MEDIÇÕES
NE Dose NEN
REGISTRO SETOR OPERAÇÃO dB(A) (%) dB(A)
11 Aramados Fabricação de peças em arames 83,6 91 84,3
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5. RESULTADOS E ANÁLISES
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6. CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos, foi possível concluir que na situação encontrada no
momento do ensaio, os setores Aramado, Chaparia, Tubo, Solda, Pintura e Montagem
apresentaram níveis de exposição de ruído ou dose acima do limite aceitável.
Os demais setores: Comunicação Visual, Marcenaria, Embalagem e Logística estão
dentro dos limites de exposição apresentados pela legislação vigente e, portanto, recomenda-se
apenas a manutenção da condição existente para prevenção.
A manutenção de tal condição, ou adoção de medidas preventivas é recomendado para
que haja a redução da exposição ao ruído pelo colaborador. A distribuição geral de EPIs
(Equipamentos de proteção individual) é mantida pela empresa em questão e tornada
obrigatório, para que todos os colaboradores, mesmo em deslocamento fora do setor, façam o
uso equipamento de proteção.
A viabilização da avaliação de exposição ao ruído otimiza o processo de elaboração dos
planos de prevenção relacionados à segurança e medicina do trabalho, e consequentemente,
afeta diretamente nos resultados operacionais, reduzindo despesas com processos e disputas
trabalhistas.
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REFERÊNCIAS
SALIBA, T. M. Manual prático de avaliação e controle do ruído, editora LTR, São Paulo,
2004.
KWITKO, A. Coletânea: PAIR, PAIRO, RUÌDO, EPI, EPC, PCA, CAT, Perícias. Ed. LTr.
São Paulo, 2001.
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