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ENSAIO E AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO

OCUPACIONAL A PRESSÃO SONORA EM UMA


INDÚSTRIA METALÚRGICA

MATHEUS HENRIQUE ALVES – ma.alves1998@hotmail.com


CRISTIANO SANCHEZ JÚNIOR - csj.contatoengenharia@gmail.com
FACULDADE GRANTIETÊ

Resumo: A exposição ocupacional a pressão sonora ou ruído tem impactado na saúde e nos
resultados operacionais das indústrias. O presente projeto teve como objetivo testar e avaliar as
condições de exposição dos colaboradores de uma linha de produção, utilizando a metodologia
de estudo de caso e análise quantitativa, através do ensaio de nível médio de exposição ao ruído
durante a jornada diária, concluindo que parte dos setores analisados, os quais ficaram acima
do máximo de exposição permitido, devem adotar medidas de precaução, demonstrando e
confirmando as ações tomadas pela empresa para redução do risco.

Palavras-chaves: exposição, ruído, pressão sonora, estudo de caso, segurança do trabalho.


TEST AND ASSESSMENT OF OCCUPATIONAL
EXPOSURE TO SOUND PRESSURE IN A
METALLURGICAL INDUSTRY

Abstract: Occupational exposure to sound pressure or noise has affected the health and
operating results of industries. This project aimed to test and evaluate the exposure conditions
of employees of a production line, using the case study methodology and quantitative analysis,
through the test of average noise exposure level during the daily workday, concluding that part
of the sectors analyzed, which were above the maximum exposure allowed, must adopt
precautionary measures, confirming the actions taken by the company to reduce risk

Keywords: exposure, noise, sound pressure, case study, work safety.

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1. INTRODUÇÃO

Presente na maior parte da cadeia produtiva, o ruído é caracterizado como um risco


físico que incide sobre nosso sistema nervoso, capaz de causar danos irreparáveis ao organismo.
Das mais comuns fontes de ruído, estão máquinas e equipamentos mecânicos que necessitam
de manutenção regular, para reduzir a emissão de ruído e atenuar a incidência da exposição à
pressão sonora.
O ruído pode ser definido em diferentes formatos, entretanto, é comum especialistas
concordarem que ele sempre está relacionado a algo indesejado, como barulho ou desconforto.
Para Crandell (1997) o ruído constitui uma causa de incômodo para o trabalho:
obstáculos às comunicações verbais e sonoras, podendo provocar fadiga geral.
Além dos problemas de saúde, estudos apontam a evidente relação entre ruído e acidente
de trabalho. Barreto et al. (1997) em estudos de trabalhadores metalúrgicos entre 1977 e 1990,
encontrou associação significativa entre exposição ao ruído industrial e ocorrência de acidentes
de trabalho fatais, ajustada para vários fatores de confusão.
A preocupação do empregador em reduzir o risco e cumprir com as obrigações legais o
levam à distribuição de equipamentos de proteção individuais de forma inadequada, sem a
devida determinação dos níveis de ruído no local de trabalho.
A indisponibilidade dos equipamentos de medição, como o dosímetro, nas pequenas e
médias empresas é a principal barreira para a determinação dos valores relacionados ao ruído,
refletindo também o cenário do investimento em segurança do trabalho.
Dessa forma, associando a exposição ao ruído com uma maior probabilidade da
ocorrência de acidentes de trabalho, e compreendendo que indiretamente, temos a interferência
de tais incidentes no resultado operacional da empresa ou organização, a prevenção e tratamento
da exposição, assim como a determinação de seus níveis é de extrema importância para ambas
as partes envolvidas. A avaliação e ensaio da amostragem de ruído presente do ambiente nos
orienta sobre a forma de prevenção, e a classificação desta exposição.
O presente projeto visa testar e avaliar a exposição de colaboradores de uma indústria
metalúrgica à pressão sonora do ambiente produtivo, demonstrar os textos normativos e expor
as recomendações de atuação presentes nas normas da legislação vigente.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. CARACTERÍSTICAS DO RUÍDO

De tal forma, o ruído está presente nas atividades tanto no trabalho, quanto fora dele.
Nessa perspectiva afirma Saliba (2004) que ruído é todo som desagradável que encontramos no
ambiente em que vivemos: nossa casa, bairro, cidade, local de trabalho e de lazer.
Na maioria dos casos o ruído é resultado de uma mistura de vibrações, medidas em uma
escala logarítmica, em uma unidade chamada decibel (IIDA, 2005).
De acordo com a NR-15, da Portaria n.3.214 e a norma da FUNDACENTRO, o ruído
contínuo ou intermitente é aquele não classificado como impacto. Saliba (2004) entende que o
ruído é considerado contínuo quando o nível de pressão sonora varia 3 dB durante um período
longo de medição, próximo a 15 minutos.
Já o ruído de impacto é aquele que sofre interrupções maiores que um segundo e possui
picos de energia menores que um segundo (SALIBA, 2004). A NR-15 também define o ruído
de impacto como picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos
superiores a 1 (um) segundo.

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2.2. DOSE EQUIVALENTE DE RUÍDO

Quando a exposição ao ruído tem em sua composição dois ou mais períodos de


exposição a níveis diferentes, devem ser considerados seus efeitos combinados, em vez dos
efeitos individuais, utilizando como base de consulta os limites de tolerância de exposição diária
permissível, presente na NR-15, anexo 1, item c.

Tabela 1 – Limite de Tolerância para ruído contínuo ou intermitente


NÍVEL DE RUÍDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: Norma Regulamentadora de número 15 – ANEXO 1

Esse efeito combinado ou dose equivalente é calculado através da soma das seguintes
𝐶1 𝐶2 𝐶3 𝐶𝑛
frações: + 𝑇2 + 𝑇3 ⋯ 𝑇𝑛 < 1
𝑇1
Sendo que:
Cn = Tempo total de exposição a um nível específico.
Tn = A duração total permitida nesse nível, conforme limites estabelecidos no anexo 1 da NR-
15.
Os efeitos combinados podem ser obtidos com maior precisão utilizando-se o
audiodosímetro. Este instrumento indica a dose em percentual. A dose ou efeito combinado
podem ser obtidos também com o medidor de nível de pressão sonora, ou decibelímetro.

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2.3. CONSEQUÊNCIAS DE EXPOSIÇÃO AO RUÍDO

Kjellberg (1990) refere que altos níveis de ruído no local de trabalho estão associados a
altas taxas de acidentes do trabalho. Cordeiro et al. (2005) conseguiram estimar em uma
pesquisa que trabalhadores expostos ao ruído podem ter duas vezes mais probabilidade de
sofrerem acidentes durante o trabalho.
Além dos problemas auditivos, podem ocorrer outros transtornos causados pelo barulho
elevado, podendo atingir outros órgãos do corpo, provocando diversos problemas, tais como:
dores de cabeça; problemas digestivos; sono agitado, falta de sono; dificuldade de atenção e
concentração; chiados nos ouvidos ou na cabeça; vertigens e perda de equilíbrio; alterações
cardíacas e hormonais; ansiedade, nervosismo e aumento da agressividade (KWITKO, 2001).

2.4. NÍVEL MÉDIO DE RUÍDO

Os valores obtidos através da dose são representados pelo nível médio de ruído, o qual
equivale a média dos níveis de pressão sonora ao longo do período monitorado e projetado para
jornada completa de trabalho, aplicando-se a seguinte formula da NHO 01:

480 𝐷
𝑁𝐸 = 10 ×𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 ( × 100) + 85 [𝑑𝐵]
𝑇𝑒

𝑇𝑒 𝑁𝑒−85
× 100 × 2( )
𝐷= 3 [%]
480

Onde:

NE = nível de exposição
D = Dose diária de ruído em porcentagem
Te = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho

Para fins de comparação com o limite de exposição, foi determinado o nível de


exposição Normalizado (NEN), que corresponde ao nível de exposição convertido para a
jornada padrão de 8 horas diárias. O NEN é determinado pela seguinte expressão:
𝑇𝑒
𝑁𝐸𝑁 = 𝑁𝐸 + 10 𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 [𝑑𝐵 ]
480

Onde:
NE = nível de exposição
Te = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho.

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2.5. CRITÉRIO DE JULGAMENTO E TOMADA DE DECISÃO

Os critérios técnicos de julgamento e a atuação recomendada em função da dose diária


ou do nível de exposição normalizado, os quais devem ser considerados para a tomada de
decisão, são apresentados no quadro a seguir, da NHO 01 da FUNDACENTRO.

Tabela 2 – Critério de julgamento e tomada de decisão

Atuação
Dose diária (%) NEN dB (A) Consideração técnica
recomendada
No mínimo
0 a 50 Até 82 Aceitável manutenção da
condição existente
Acima do nível de Adoção de medidas
50 a 80 82 a 84
ação preventivas
Adoção de medidas
preventivas e
80 a 100 84 a 85 Região de incerteza
corretivas visando a
redução da dose diária
Acima do limite de Adoção imediata de
Acima de 100 > 85
exposição medidas corretivas
Fonte: Norma de Higiene Ocupacional 01 (2001)

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3. EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO

3.1. MEDIDORES DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA

São instrumentos utilizados para mensurar os níveis instantâneos de ruído, sendo estes
de qualquer natureza, isto é, contínuo, intermitente e de impacto. Também são chamados de
sonômetro, ou mais popularmente conhecidos como decibelímetro, conforme figura 1.
Para poder captar e interpretar os vários tipos de ruídos, o decibelímetro é dotado de
vários circuitos de compensação, classificados por A, B, C e D, nos tipos 1, 2 ou 3, em relação
a sua precisão.
O circuito de compensação “A” é indicado para medir ruídos intermitentes e contínuos,
o circuito “B” e o “C” são indicados principalmente para baixos níveis de frequência, porém
destes últimos o mais usado é o circuito “C” empregado para medir ruído de impacto. Alguns
instrumentos possuem o circuito “D” indicado para determinados ruídos especiais e de alta
frequência, tais como turbina de aviões a jato.
Figura 1 - Decibelímetro

Fonte: Impac- Instrumentos de medição (2021)

3.2. AUDIODOSÍMETRO

Também conhecido como dosímetro de ruído, são instrumentos imprescindíveis para


caracterização de exposições ao ruído por trabalhadores que experimentam e se expõem a
diversos níveis de ruído ao longo de sua jornada de trabalho, conforme figura 2.
Podemos obter através do uso do audiodosímetro a dose de ruído ou efeito combinado,
e o nível equivalente de ruído, informações que ficam registradas em uma memória interna e
podem ser exportadas para um dispositivo, para processamento e análise de resultados.

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Figura 2 – Dosímetro de ruído digital

Fonte: Impac- Instrumentos de medição (2021)

3.3. ANALISADOR DE FREQUÊNCIA

O analisador de frequência é o instrumento que permite determinar o espectro sonoro


do ruído, isto é, analisar o comportamento dos níveis de pressão sonora em cada frequência.
A análise da frequência é utilizada na orientação de medidas de controle, uma vez que
a definição do espectro sonoro no ambiente dá os parâmetros necessários para o
dimensionamento dos materiais isolantes. Os analisadores utilizados popularmente fornecem o
espectro sonoro em dB linear e dB (A).

3.4. CALIBRADORES

Os calibradores de NPS, ou calibradores de nível de pressão sonora, são instrumentos


sonoros cujo som emitido é um tom puro, invariável, de precisão garantida pelo seu circuito,
projetado para reduzir ao mínimo as variações em função de pressão, temperatura e choques
mecânicos, geralmente em construção robusta.
A calibração é executada para garantir a confiabilidade das medições e deve ser efetuada
ao período de 4 horas de medição com o Decibelímetro, e quanto ao dosímetro deve ser efetuada
a calibração inicial (início da amostragem) e aferição final (ao final da amostragem) para se
verificar se a resposta do instrumento está dentro dos limites especificados em norma.
O calibrador emite som constante padronizado de 114 dB ou 94 dB de acordo com
fabricante, em frequência de 1000 Hz.

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4. METODOLOGIA

4.1. PROCESSOS DE ESTUDO

A presente pesquisa tem como caráter metodológico um estudo de caso com análise
quantitativa dos dados levantados.
O processo fabril na indústria em questão, caracterizada pela produção de gondolas e
displays, foi analisado de forma geral, afim de estabelecer um parâmetro de ruídos por setor, e
assim tomar como base para comparação dos níveis de exposição para os colaboradores.
A coleta dos dados para composição da tabela de comparação, foi realizada através da
utilização dos equipamentos disponíveis na empresa, devidamente calibrados e de acordo com
as normas vigentes, expostas posteriormente na apresentação das mesmas.
A empresa possui em seu esquema organizacional o layout de linha de produção,
adequado para otimização do tempo de produção e manuseio dos produtos em processo de
fabricação, que seguem conforme fluxograma apresentado a seguir, como figura 3.

Figura 3 – Fluxograma do processo de produto da indústria em análise

Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

O processo de pesquisa e ensaio foi desenvolvido a partir do fluxograma disposto na


figura 4, com a identificação do problema e definição dos temas, objetivos e justificativas,
seguidos pela pesquisa teórica e embasamento para os ensaios, o ensaio e levantamento dos
dados previstos, processamento e análise das informações e por fim, a apresentação dos
resultados e disposições sobre a normativa vigente.

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Figura 4 – Fluxograma do processo de ensaio

Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

4.2. MÉTODOS DE ENSAIO E REFERENCIAS LEGAIS

Seguindo a Norma de higiene ocupacional NHO 01 da FUNDACENTRO, foi adotado


as seguintes técnicas de avaliação: instalação e posicionamento do microfone na zona auditiva
do trabalhador, mais próximo da fonte ruidosa, em função das características do ruído existente,
com o objetivo de obter o nível de exposição.

O tipo de exposição ao ruído monitorado neste ensaio são permanentes e intermitentes,


com níveis de ação conforme NR 09, considerando NE (Nível Médio) 80dB (A) ou dose 0,5, e
tolerâncias conforme NR 15 Anexo 1 com NE 85dB (A) ou dose 1,0. A jornada de trabalho
diária da indústria é de 8,8 horas, na qual foi monitorada integralmente.

A amostragem foi definida cobrindo exposições ocupacionais com ciclos de trabalho


bem definidos e maior tempo possível na jornada, para aquelas com grande dinâmica de
trabalho.

Os setores selecionados para amostragem foram: Aramado, Chaparia, Tubos, Solda,


Pintura, Comunicação Visual, Montagem, Marcenaria, Embalagem e Logística. Devido a
disposição organizacional da linha de produção visando a otimização operacional, setores mais
ruidosos ficam próximos aos demais, portanto, a análise por completo de tal linha é
extremamente necessária.

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4.3. APRESENTAÇÃO DAS TABELAS DE MEDIÇÕES

Seguindo o processo determinado na linha de produção industrial, foi coletado os dados


apresentados na tabela 3, considerando a jornada de exposição de 8,8 horas diárias,
demonstrando em resumo o Nível Médio em decibéis, Dose em porcentagem e NEN (Nível de
exposição Normalizado) em decibéis.

Tabela 3 – Dados levantados na linha de produção

NE Dose NEN
REGISTRO SETOR OPERAÇÃO dB(A) (%) dB(A)
11 Aramados Fabricação de peças em arames 83,6 91 84,3

02 Chaparia Dobra de chapas 79,9 54 80,6

27 Tubos Preparação de tubos metálicos 82,6 79 83,3

14 Solda Lixamento de peças 88,1 169 88,8

20 Pintura Pintura eletrostática e secagem. 82,5 78 83,2

17 Comunicação visual Silkscreen 69,5 13 70,2

16 Montagem Montagem geral de produtos 82 73 82,7

08 Marcenaria Construção de produtos 78 42 78,7

15 Embalagem Embalagem de produtos 79,2 49 79,9

21 Logística Conferencia de produtos 75,5 29 76,6

Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

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5. RESULTADOS E ANÁLISES

De acordo com os dados levantados, e a análise posteriormente realizada utilizando


como base a tabela 2 dos critérios de julgamento e tomada de decisão, foi possível concluir que
alguns setores da empresa em questão oferecem aos seus colaboradores exposições ao ruído
excedentes aos limites aceitáveis previstos na norma de higiene ocupacional 01 de 2001.

Na tabela 5 é apresentado a interpretação dos resultados coletados, incluindo a


consideração técnica e atuação recomendada para redução da exposição.

Tabela 5 – Interpretação dos resultados

NE Dose NEN Consideração Atuação


REGISTRO SETOR
dB(A) (%) dB(A) Técnica Recomendada
Adoção de medidas
Região de preventivas e corretivas
11 Aramado 83,6 91 84,3
incerteza visando a redução da
dose diária
Acima do nível Adoção de medidas
02 Chaparia 79,9 54 80,6
de ação preventivas
Acima do nível Adoção de medidas
27 Tubo 82,6 79 83,3
de ação preventivas
Acima do limite Adoção imediata de
14 Solda 88,1 169 88,8
de exposição medidas corretivas
Acima do nível Adoção de medidas
20 Pintura 82,5 78 83,2
de ação preventivas
Manutenção da
17 Comunicação visual 69,5 13 70,2 aceitável
condição existente
Acima do nível Adoção de medidas
16 Montagem 82 73 82,7
de ação preventivas
Manutenção da
08 Marcenaria 78 42 78,7 aceitável
condição existente
Manutenção da
15 Embalagem 79,2 49 79,9 aceitável
condição existente
Manutenção da
21 Logística 75,5 29 76,6 aceitável
condição existente
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

Os níveis de exposição demonstrados acima são reduzidos, tornando obrigatório o uso


de equipamentos de proteção individual, em tempo integral a jornada de trabalho, como forma
preventiva dos danos à saúde do colaborador.

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6. CONCLUSÃO

Diante dos resultados obtidos, foi possível concluir que na situação encontrada no
momento do ensaio, os setores Aramado, Chaparia, Tubo, Solda, Pintura e Montagem
apresentaram níveis de exposição de ruído ou dose acima do limite aceitável.
Os demais setores: Comunicação Visual, Marcenaria, Embalagem e Logística estão
dentro dos limites de exposição apresentados pela legislação vigente e, portanto, recomenda-se
apenas a manutenção da condição existente para prevenção.
A manutenção de tal condição, ou adoção de medidas preventivas é recomendado para
que haja a redução da exposição ao ruído pelo colaborador. A distribuição geral de EPIs
(Equipamentos de proteção individual) é mantida pela empresa em questão e tornada
obrigatório, para que todos os colaboradores, mesmo em deslocamento fora do setor, façam o
uso equipamento de proteção.
A viabilização da avaliação de exposição ao ruído otimiza o processo de elaboração dos
planos de prevenção relacionados à segurança e medicina do trabalho, e consequentemente,
afeta diretamente nos resultados operacionais, reduzindo despesas com processos e disputas
trabalhistas.

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REFERÊNCIAS

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Contínuas a Ruído. Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho
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BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Norma de Higiene Ocupacional


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Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO). São Paulo, 2001.
Disponível em: <
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/ctn/anexos/Publicacao/NHO01.pdf>. Acesso em 02
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