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A CIDADE

O espaço urbano é constituído basicamente por áreas edificadas (casas, comércio


e indústrias), áreas destinadas à circulação da população (sistema rodo-
ferroviário) e áreas livres de edificação (praças, quintais, etc.)

As áreas ou espaços livres podem ser públicos, potencialmente coletivos ou


privados.

Denominamos espaços livres de uso público as áreas cujo acesso da população é


livre. São os parques, praças, cemitérios e unidades de conservação inseridas na
área urbana e com acesso livre da população.

As áreas ou espaços livres potencialmente coletivos são aqueles localizados junto


às universidades, escolas e igrejas. Nestas áreas o acesso da população é
controlado de alguma forma.

Finalmente, as áreas livres privadas são aquelas de propriedade particular, onde


o acesso não é permitido para qualquer cidadão. São os jardins e quintais de
residências, clubes de lazer, áreas de lazer de condomínios e remanescentes de
vegetação natural ou implantada de propriedade particular.

Entende-se por arborização urbana toda cobertura vegetal de porte arbóreo


existente nas cidades. Essa vegetação ocupa, fundamentalmente, três espaços
distintos:

a. as áreas livres de uso público e potencialmente coletivas, citadas


anteriormente;
b. as áreas livres particulares; e
c. acompanhando o sistema viário.

O presente texto estará tratando especificamente da arborização urbana que


acompanha as ruas e avenidas. São as árvores encontradas ao longo das calçadas,
nos canteiros centrais de avenidas e nas rotatórias.

AS ÁRVORES: BENEFÍCIOS E PROBLEMAS

Da mesma forma que a arborização encontrada nas áreas livres públicas e


privadas, as árvores que acompanham o sistema viário exercem função ecológica,
no sentido de melhoria do ambiente urbano, e estética, no sentido de
embelezamento das vias públicas, conseqüentemente da cidade.

Algumas contribuições significativas na melhoria da qualidade do ambiente urbano


são citadas a seguir:

a. purificação do ar pela fixação de poeiras e gases tóxicos e pela reciclagem


de gases através dos mecanismos fotossintéticos;
b. melhoria do microclima da cidade, pela retenção de umidade do solo e do
ar e pela geração de sombra, evitando que os raios solares incidam
diretamente sobre as pessoas;
c. redução na velocidade do vento;
d. influência no balanço hídrico, favorecendo infiltração da água no solo e
provocando evapo-transpiração mais lenta;
e. abrigo à fauna, propiciando uma variedade maior de espécies,
conseqüentemente influenciando positivamente para um maior equilíbrio das
cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças;
e
f. amortecimento de ruídos.

Outra função importante da arborização que acompanha o sistema viário é seu


préstimo como corredor ecológico, interligando as áreas livres vegetadas da
cidade, como praças e parques. Além disso, em muitas ocasiões, a árvore na
frente da residência confere a esta uma identidade particular e propicia o
contato direto dos moradores com um elemento natural significativo, considerando
todos os seus benefícios.

No entanto, muitos são os problemas causados do confronto de árvores


inadequadas com equipamentos urbanos, como fiações elétricas, encanamentos,
calhas, calçamentos, muros, postes de iluminação, etc. Estes problemas são muito
comuns de serem visualizados e provocam, na grande maioria das vezes, um
manejo inadequado e prejudicial às árvores. É comum vermos árvores podadas
drasticamente e com muitos problemas fitossanitários, como presença de cupins,
brocas, outros tipos de patógenos, injúrias físicas como anelamentos, caules ocos
e podres, galhos lascados, etc.

Frente a esta situação comum nas cidades brasileiras, soma-se o fato da


escassez de árvores ao longo das ruas e avenidas. Neste sentido, é fundamental
considerarmos a necessidade de um manejo constante e adequado voltado
especificamente para a arborização de ruas. Este manejo envolve etapas
concomitantes de plantio, condução das mudas, podas e extrações necessárias.
Para que seja implementado um sistema municipal que dê conta de toda essa
demanda de serviços, é necessário considerar a necessidade de uma legislação
municipal específica, medidas administrativas voltadas a estruturar o setor
competente para executar os trabalhos, considerando, fundamentalmente, mão-
de-obra qualificada e equipamentos apropriados, bem como o envolvimento com
empresas que ajudem a sustentar financeiramente os projetos e ações
idealizados, e com a população em geral. Este último poderá acontecer,
preferencialmente, através de programas de educação ambiental voltados para o
tema, procurando envolver de fato os moradores no processo de arborização ou
rearborização da cidade.

As figuras 01 e 02 mostram o que deve ser considerado para efetuar um plantio


adequado de uma muda na calçada. As figuras foram retiradas da Cartilha
"Vamos Re-arborizar Ribeirão Preto", material didático desenvolvido pela
Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ribeirão Preto, em 1995.

A escolha da espécie a ser plantada na frente da residência é o aspecto mais


importante a ser considerado. Para isso é extremamente importante que seja
considerado o espaço disponível que se tem defronte à residência, considerando a
presença ou ausência de fiação aérea e de outros equipamentos urbanos, citados
anteriormente, largura da calçada e recúo predial. Dependendo desse espaço, a
escolha ficará vinculada ao conhecimento do porte da espécie a ser utilizada.
Para facilitar, as árvores usadas na arborização de ruas e avenidas foram
classificadas em pequeno, médio e grande porte. A seguir seguem as definições
de cada um dos portes, com indicação de nomes de algumas espécies mais
comuns.

ÁRVORES DE PEQUENO PORTE

São aquelas cuja altura na fase adulta atinge entre 04 e 05 metros e o raio de
copa fica em torno de 02 a 03 metros. São espécies apropriadas para calçadas
estreitas (< 2,5m), presença de fiação aérea e ausência de recuo predial.

Murta, Falsa-murta, Murta de cheiro Murraya exotica

Ipê-de-jardim Stenolobium stans

Flamboyantzinho, Flamboyant-mirim Caesalpinia pulcherrima

Manacá-de-jardim Brunfelsia uniflora

Hibisco Hibiscus rosa-sinensis

Resedá anão, Extremosa, Julieta Lagerstroemia indica

Grevílea anã Grevillea forsterii

Cássia-macrantera, manduirana Senna macranthera

Rabo-de-cotia Stifftia crysantha

Urucum Bixa orelana

Espirradeira, Oleandro Nerium oleander

Calistemon, Bucha-de-garrafa Callistemon citrinum

Algodão-da-praia Hibiscus pernambucencis

Chapéu-de-Napoleão Thevetia peruviana

ÁRVORES DE MÉDIO PORTE

São aquelas cuja altura na fase adulta atinge de 05 a 08 metros e o raio de


copa varia em torno de 04 a 05 metros. São apropriadas para calçadas largas (>
2,5m), ausência de fiação aérea e presença de recuo predial.

Aroeira-salsa, Falso-chorão Schinus molle

Quaresmeira Tibouchina granulosa


Ipê-amarelo-do-cerrado Tabebuia sp

Pata-de-vaca, unha-de-vaca Bauhinia sp

Astrapéia Dombeya wallichii

Cássia imperial, cacho-de-ouro Cassia ferruginea

Resedá-gigante, Escumilha african Lagerstroemia speciosa

Magnólia amarela Michaelia champaca

Eritrina, Suinã, Mulungu Erytrina verna

Ligustro, Alfeneiro-do-Japão Ligustrum lucidum

Sabão-de-soldado Sapindus saponaria

Canelinha Nectandra megapotamica

ÁRVORES DE GRANDE PORTE

São aquelas cuja altura na fase adulta ultrapassa 08 metros de altura e o raio
de copa é superior a 05 metros. Estas espécies não são apropriadas para plantio
em calçadas. Deverão ser utilizadas prioritariamente em praças, parques e
quintais grandes. São elas:

Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides

Jambolão Eugenia jambolona

Monguba, Castanheira Pachira aquatica

Pau-ferro Caesalpinia ferrea

Sete-copas, Amendoeira Terminalia catappa

Oiti Licania tomentosa

Flamboyant Delonix regia

Alecrim-de-Campinas Holocalix glaziovii

Ipê-roxo Tabebuia avellanedae

Ipê-amarelo Tabebuia chrysotrica

Ipê-branco Tabebuia roseo-alba

Cássia-grande, Cássia-rósea Senna grandis


Cássia-de-Java Senna javanica

Jacarandá-mimoso Jacaranda mimosaefolia

Figueiras em geral Ficus sp

As palmeiras em geral também não são apropriadas para uso em calçadas, seja
pelo porte, na maioria das vezes grande, e também pela dificuldade de manejo.
No entanto, podem ser utilizadas nos canteiros centrais de avenidas e nas
rotatórias, bem como nas áreas livres públicas.

As Figuras 03, 04 e 05 mostram os ramos de 3 espécies de árvores comuns na


arborização de ruas das cidades, trazendo informações sobre a biologia de cada
espécie. Estas três pranchas foram retiradas da Apostila "A Poda na Arborização
Urbana", elaborada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ribeirão
Preto, em 1996. Trata-se do material didático básico do curso de poda
oferecido por esta Secretaria às empresas que fazem poda na cidade.

PODA

A poda tem a função da adaptar a árvore e seu desenvolvimento ao espaço que


ela ocupa. O conhecimento das características das espécies mais utilizadas na
arborização de ruas, das técnicas de poda e das ferramentas corretas para a
execução da poda permite que esta prática seja feita de forma a não danificar a
árvore. Entretanto, a poda sempre será uma agressão à árvore. Sempre deverá
ser feita de modo a facilitar a cicatrização do corte. Caso contrário, a exposição
do lenho permitirá a entrada de fungos e bactérias, responsáveis pelo
apodrecimento de galhos e tronco, e pelo aparecimento das conhecidas cavidades
(ocos).

A situação ideal é conduzir a árvore desde jovem, quando tem maior capacidade
de cicatrização e regeneração, orientando o seu crescimento para adquirir uma
conformação adequada ao espaço disponível. As espécies cujo principal atributo
são as flores não deverão ser podadas nos meses que antecedem a época de
floração. Para as espécies que apresentam floração pouco significativa, do ponto
de vista paisagístico (ligustro, canelinha, sete-copas, monguba, aroeira-salsa,
etc), a poda deverá ser feita no final do período de repouso vegetativo que, para
nossas condições climáticas, ocorre nos meses de agosto e setembro.

O local mais apropriado para o corte é na base do galho, ou seja, onde ele está
inserido no tronco ou em ramos mais grossos. A base do galho possui duas regiões
de intensa atividade metabólica, que apresentam rápida multiplicação de células:
a crista, que fica na parte superior e o colar, que fica na parte inferior do
galho. Para poda de galhos grossos (diâmetro superior a 2,0 cm), considerados
lenhosos, o corte deverá ser feito em três etapas. A figura 06 mostra a
anatomia da base do galho e o posicionamento dos três cortes em galhos grossos.
Os galhos com até 2,0 cm de diâmetro são eliminados em corte único, com auxílio
de tesoura de poda ou serra manual.
A seguir seguem os tipos de poda utilizados em árvores de rua:

a. Poda de Condução: é adotada em mudas e árvores jovens com o objetivo de


adequá-las às condições do local onde se encontram plantadas, adquirindo
tronco em haste única, livres de brotos e copa elevada, acima de 1,80
metros.
b. Poda de Manutenção: adotada nas árvores jovens e adultas, visando a
manutenção da rede viária. Divide-se em:

 Poda de limpeza: é executada em árvores jovens e adultas, com o objetivo


de remover galhos secos, doentes ou ramos ladrões.
 Poda de conformação: poda leve em galhos e ramos que interferem em
edificações, telhados, iluminação pública, derivações de rede elétrica ou
telefônica, sinalização de trânsito, levando-se em consideração o equilíbrio
e a estética da árvore.
 Poda para livrar fiação aérea: adotada em árvores de médio e grande
portes sob fiação, visando evitar a interferência dos galhos com a mesma.
O ideal é o preparo da árvore desde jovem. Pode ser efetuda de quatro
maneiras diferentes, dependendo de cada situação e da espécie que será
podada.
 Poda em "V": é a remoção dos galhos internos da copa, que atingem a
fiação secundária energizada ou telefônica, dando aos ramos principais a
forma de V, permitindo assim o desenvolvimento da copa acima e ao redor
da rede elétrica.
 Poda em "furo": consiste na manutenção da poda em "V", com o
desenvolvimento da copa acima e ao redor da fiação. É necessária remoção
constante das brotações desenvolvidas ao redor dos fios.
 Poda de formação de copa alta: a copa é direcionada a se formar acima da
rede elétrica. Consiste na remoção dos ramos principais e/ou secundários
que atingem a fiação. Quando existe fiação primária energizada, a
formação de copa alta não é possível.
 Poda de contenção de copa: é a redução da altura da copa, com o objetivo
de mantê-la abaixo da fiação aérea. É utilizada principalmente em árvores
plantadas sob fiação primária energizada.
 Poda drástica: é considerada poda drástica aquela que apresenta uma das
seguintes características:

Remoção total da copa, permanecendo acima do tronco os ramos principais com


menos de 1,0 metro de comprimento nas árvores adultas;

Remoção total de um ou mais ramos principais, resultando no desequilíbrio


irreversível da árvore;

Remoção total da copa de árvores jovens e adultas, resultando apenas o tronco.

As podas drásticas deverão ser evitadas, sendo a sua utilização permitida apenas
em situações emergenciais ou quando precedida de parecer técnico de funcionário
municipal autorizado.

As ferramentas e equipamentos principais para os serviços de poda são: tesoura


de poda, serras manuais ou moto-serras. Deverão ser evitadas as seguintes
ferramentas: machado, facão e foice.
Os equipamentos acessórios são as escadas, cordas e plataformas
elevatórias ou cestos.

Os equipamentos de segurança são: capacete com fixação no


queixo, óculos para evitar serragem nos olhos, protetores
auriculares para os operadores de moto-serra, luvas de couro e
sapatos com solado reforçado.

OBSERVAÇÃO: Este texto sobre poda foi inteiramente retirado da


Apostila "A poda na arborização urbana", elaborada pela Secretaria Municipal do
Meio Ambiente de Ribeirão Preto/SP.

DOENÇAS

O controle da saúde das árvores deve ser feito regularmente.

Os problemas mais freqüentes são formigas, cochonilhas, pulgões, lagartas,


fungos e cupins. Sempre que houver algum problema, dessa natureza, com as
árvores próximas à sua residência, o melhor a fazer é procurar orientação de
técnicos habilitados, que indicarão o procedimento adequado para cada caso.

A prática comum de caiar troncos das árvores não tem função benéfica. A cal é
tóxica para os líquens que vivem nos troncos das árvores.

A Paisagem Urbana

A vegetação, como um todo, tem sido de grande importância na melhoria das


condições de vida nos centros urbanos. Com o crescimento populacional das
cidades, depara-se com a falta de um planejamento urbano.

O clima urbano difere consideravelmente do ambiente natural. A


amplitude térmica, o regime pluviométrico, o balanço hídrico, a umidade
do ar, a ocorrência de geadas, granizos e vendavais precisam ser
considerados.

Os solos, por sua vez, responsáveis pelo suporte físico das árvores e pelo
substrato nutritivo do qual depende seu desenvolvimento, apresentam-se
compactados nas cidades devido ao grande número de pavimentações que não
permitem o escoamento das águas. Resíduos sólidos, despejos residenciais e
industriais poluem e comprometem o solo urbano.

Quanto à qualidade do ar, esta fica comprometida pela combustão de veículos


automotores e pela emissão de poluentes advindos de atividades industriais.

Além da função paisagística, a arborização urbana proporciona benefícios à


população como:

a. Proteção contra ventos


b. Diminuição da poluição sonora

c. Absorção de parte dos raios solares

d. Sombreamento

e. Ambientação à pássaros

f. Absorção da poluição atmosférica, neutralizando os seus efeitos na


população

Organograma dos Principais Benefícios das Áreas


Verdes Urbanas

Principais
Benefícios
Principais Formas de
Fatores Urbanos das Áreas
Degradação
Verdes
Urbanas
Conforto
micro
Deterioraç
climático
ão da
Alterações Controle da
qualidade
Clima/ar micro poluição
do ar
climáticas atmosférica
Poluição
Controle da
Sonora
poluição
sonora
Físico Regularizaç
Alterações Deterioraç
ão hídrica
da ão da
Água Controle da
quantidade qualidade
poluição
de água hídrica
hídrica
Estabilidade
Alterações
Alterações do solo
químicas e
Solo/subsolo físicas do Controle da
biológicas
solo poluição
do solo
edáfica
Controle da
Redução da Redução da
redução da
Flora cobertura biodiversid
biodiversida
Biológico vegetal ade
de
s
Proliferaçã Destruição
Controle de
Fauna o de de habitats
vetores
vetores naturais
Territori Uso/ocupação Desconfort Alterações Conforto
al do solo o ambiental micro ambiental
das climáticas nas
edificações edificações
Controle da
Poluição
poluição
visual
visual
Difiuldades
no
deslocamen
to
Racionalizaç
Aumento
ão do
da Desperdíci
Infra- transporte
necessidad o de
estrutura/ser Saneamento
e de energia
viços ambiental
saneament
Conservação
o Redução
de energia
da
sociabilida
de
Conscientiza
ção
Demografia Concentraç Cresciment
ambiental
Equipamentos ão o das
Sociais Atendiment
e serviços populaciona necessidad
o das
sociais l es sociais
necessidade
s sociais
Valor e
desvaloriza Valorização
ção da das
atividade / atividades e
Setores
propriedad propriedade
x
Econômi produtivos
e s
cos Renda/Ocupaç
Concentraç Amenizaçõe
ão
ão de s dos
pobreza e bolsões da
desempreg pobreza
o
Apoio à
Redução da
capacidade
capacidade
de gestão
Setor Público de gestão
urbana
x
Instituiç urbana
Instrument
ão Instrumentos Instrument
o de
Normativos al
regulamenta
insuficient
ção
e
específica

Planos de Arborização
O adequado conhecimento das características e condições do ambiente urbano
é uma pré-condição ao sucesso da arborização. É preciso considerar fatores
básicos como: condições locais, espaço físico disponível e características das
espécies a utilizar.

O plano de arborização deve responder algumas perguntas como: o quê, como,


onde e quando plantar.

Análise da vegetação - é importante conhecer a vegetação da região, dentro


da cidade e nos arredores, procurando selecionar espécies que são
recomendadas para a arborização urbana e que apresentam crescimento e
vigor satisfatórios.

Análise do local - é preciso efetivar os levantamentos dos locais a serem


arborizados, como também daqueles que necessitam ser complementados ou
adaptados. Há necessidade de compatibilizar a arborização com o sistema
elétrico, o abastecimento de água, esgotos, sinalizações e edificações. O
cadastramento e controle das ruas e praças (dimensões, localização das redes
e outros serviços urbanos, identificação das árvores, data do plantio e época
de poda) possibilitam uma melhor implantação da arborização urbana.

Algumas medidas a observar:


Recuo mínimo da muda em relação ao meio-fio 0,50 m
Distâncias mínimas entre árvore e entradas de garagem 1,00 m
Vão livre entre a copa das árvores e a rede de baixa
1,00 m
tensão
Vão livre entre a copa das árvores e a rede de alta
2,00 m
tensão
Altura máxima das árvores de pequeno porte 4,00 m
Altura máxima das árvores de médio porte 6,00 m
Distância mínima entre árvores de pequeno porte e
5,00 m
placas de sinalização
Distância mínima de árvores de médio porte e placas de
7,00 m
sinalização
Distância mínima das esquinas 7,00 m

Áreas Urbanas sem arborização e rede elétrica

A rede de energia elétrica deverá ser implantada preferencialmente nas


calçadas oeste e norte, e sob elas árvores de pequeno porte. Nas calçadas
leste e sul deverão ser plantadas árvores de porte médio, observando-se as
dimensões da via pública e o paisagismo local. Esta distribuição procura
otimizar a utilização do sol como forma de aquecimento.

Nas avenidas com canteiro central, o posteamento deve ser implantado nas
calçadas laterais. O canteiro central deve ser arborizado, podendo ser
utilizadas espécies de médio a grande porte. Nas quadras reservadas para
áreas verdes (parques e jardins), os passeios devem ficar, preferencialmente,
isentos de vegetação e postes (exceto a de iluminação pública), ficando para
uso de pedestres.

Áreas urbanas com redes elétricas e sem arborização

Na calçada onde existe rede elétrica, as árvores a serem plantadas devem ser
espécies de pequeno porte, obedecendo aos recuos necessários. Na calçada
onde não existe a rede elétrica, podem-se utilizar espécies de médio porte,
adequadas à paisagem local e ao espaço disponível.

Áreas urbanas edificadas, arborizadas e eletrificadas

É a situação mais comum de ser encontrada, principalmente nas grandes


cidades. É preciso uma avaliação das condições encontradas:

1. Os postes estão instalados no lado correto das calçadas, porém, as árvores


existentes sob a fiação são inadequadas - é preciso providenciar a
substituição das árvores existentes por espécies de porte adequado, mas isso
deverá ser efetuado intercalando-se as novas às velhas. Estas somente serão
retiradas após o completo desenvolvimento das novas.

2. Os postes estão instalados no lado não recomendado das calçadas, e, sob a


fiação, há árvores de médio e grande portes - deverá ser realizada a
substituição das árvores por espécies de porte menor e feitas podas
permanentes ou encontradas alternativas para a iluminação.

Escolha da espécie

As espécies utilizadas na arborização de ruas devem ser muito bem


selecionadas, devido às condições adversas a que são submetidas. Em
condições de mata natural, fatores como porte, tipo e diâmetro de copa,
hábito de crescimento das raízes e altura da primeira bifurcação se
comportam diferentemente em comparação ao meio urbano. Na seleção de
espécies, deve-se considerar também fatores como adaptabilidade,
sobrevivência e desenvolvimento no local de plantio.

· É importante a escolha de uma só espécie para cada rua, ou para cada lado da
rua ou para um certo número de quarteirões. Isso facilita o acompanhamento
de seu desenvolvimento e as podas de formação e contenção, quando
necessárias.

· Deve-se evitar as espécies cujos troncos tenham espinhos.

· Dependendo do local a ser arborizado (cidades de clima frio), a escolha de


espécies caducifólias (perdem as folhas em certo período do ano) é
extremamente importante para o aproveitamento do calor solar nos dias frios;
já em outras cidades, as espécies de folhagem perene são mais adequadas.

· A copa deve ter formato, dimensão e engalhamento adequado. A dimensão


deve ser compatível com o espaço físico, permitindo o livre trânsito de
veículos e pedestres, evitando danos às fachadas e conflito com a sinalização,
iluminação e placas indicativas.
· Nos passeios, deve-se plantar apenas espécies com sistema radicular
pivotante - as raízes devem possuir um sistema de enraizamento profundo
para evitar o levantamento e a destruição de calçadas, asfaltos, muros de
alicerces profundos.

· Dar preferência a espécies que não dêem flores ou frutos muito grandes.

· Selecionar espécies rústicas e resistentes à pragas e doenças, pois não é


aconselhável o uso de fungicidas e inseticidas no meio urbano.

· Escolher espécies de árvores de crescimento rápido, pois em ruas, avenidas


ou nas praças estão muito sujeitas à predação, sobretudo quando ainda
pequenas.

· Deve-se selecionar espécies de galhadas resistentes para evitar galhos que


se quebrem com facilidade. Em áreas residenciais, considerar a posição do sol
e a queda das folhas com as mudanças das estações, de maneira a permitir
sombra no verão e aquecimento no inverno. As árvores devem permitir a
incidência do sol, necessário nos jardins residenciais. Deve-se, ainda, evitar
espécies geradoras de sombreamento excessivo e plantios muito próximos às
casas.

Pode-se utilizar espécies nativas ou espécies exóticas, observados os critérios


citados e as características das espécies. Algumas espécies apresentam
limitações para arborização urbana, por isso não são recomendadas.

Espécies Utilizadas em Arborização Urbana

Espécies nativas na arborização urbana


Espécies exóticas na arborização urbana
Espécies com limitação de uso em arborização urbana

Espécies Nativas na Arborização Urbana

A utilização de espécies nativas em áreas urbanas é indicada por proteger e


valorizar a flora local. Serão demonstradas a seguir algumas espécies nativas
arbóreas recomendadas e/ou utilizadas nas Regiões Centro/Sul do Brasil:

Nome
Espécies Observações
popular
Amburana cearensis Cumaru Árvore
(FABACEAE) cerejeira ornamental
pelos ramos e
troncos que são
lisos de cor
vinho ou marrom
avermelhado.
Árvore de
Angico
Anadenanthera columbrina grande porte
vermelho,
Anadenathera peregrina utilizada em
angico
(MIMOSACEAE) ruas, estradas e
cascudo
parques.
Árvore de médio
a grande porte,
Andira anthelmina
que proporciona
Andira fraxinifolia Pau-angelim
ótima sombra
(FABACEAE)
pela copa
frondosa.
Árvore de
grande porte,
Balfourodendron riedelianum
Pau-marfim utilizada em
(RUTACEAE)
parques e
praças.
Árvore de
pequeno porte.
Pela beleza das
Bauhinia forficata
Pata-de-vaca flores, é
(CAESALPINIACEAE)
utilizada nos
parques e
jardins.
Árvore de
grande porte,
decorativa em
Bowdichia virgilioides
Sucupira parques e
(FABACEAE)
jardins pela
beleza das
flores roxas.
Árvore de
grande porte.
Pelo aspecto
atraente das
folhas e frutos,
é recomendada
para praças,
jardins,
canteiros
Cabralea canjerana
Canjarana centrais de
(MELIACEAE)
avenidas,
estradas; não
deve ser
utilizada em
calçadas devido
ao seu porte e
seu sistema
radicular
superficial.
Árvore de
grande porte
indicada para
Caesalpinia echinata
Pau- parques, praças
Caesalpinia leiostachya
brasil,pau- e jardins. Foi
Caesalpinia peltophoroides
ferro declarada
(CAESALPINICIACEAE)
árvore nacional
do Brasil em
1978.
Árvore de
grande porte,
Calophyllum brasiliensis
Guanandi utilizada em
(CLUSIACEAE)
praças, ruas e
avenidas.
Jequitibá- Árvores de
Cariniana estrellensis
branco, grande porte,
Cariniana legalis
jequitibá- utilizada em
(lECYTHIDACEAE)
rosa praças.
Árvore de médio
Cassia ferruginea Chuva-de- a grande porte,
Cassia grandis ouro,Cássia- utilizada na
(CAESALPINIACEAE) rósea arborização de
ruas e avenidas.
Árvore de
Centrolobium microchaete Araribá-
grande porte,
Centrolobium robustum amarelo,
utilizada em
Centrolobium tomentosum araribá rosa,
parques e
(FABACEAE) araruva
jardins.
Árvore de
grande porte,
indicada para
parques, praças,
jardins e
avenidas,
Chorisia speciosa
Paineira também em
(BOMBACACEAE)
rodovias. Grande
efeito
ornamental pelo
porte e pela
beleza das
flores.
Árvore de
Citharexylum myrianthum Tarumã - grande porte,
Citharexylum pernambucensis branco, utilizada para
(VERBENACEAE) salgueiro parques , praças
e jardins.
Clitoria fairchildiana Palheteira Árvore de médio
(FABACEAE) porte que
proporciona bom
sombreamento.
Tem sido
utilizada na
arborização
rural e urbana
nas regiões
sudeste e norte
do País.
Árvore de médio
Colubrina glandulosa var. reitzii a grande porte,
Sobrasil
(RHAMNACEAE) utilizada para
praças públicas.
Árvore de
grande porte
que fornece
Copaifera langsdorffii ótima sombra. É
Copaíba
(CAESALPIONIACEAE) utilizada
principalmente
em arborização
de rodovias.
Árvore de
Cordia trichotoma grande porte,
Louro pardo,
Cordia superba utilizada em
grão de galo
(BORAGINACEAE) ruas e praças
públicas.
Croton celtidifolius Árvore de médio
Pau-sangue
(EUPHORBIACEAE) porte.
Árvore de
grande porte,
utilizada em
Dalbergia brasiliensis Jacarandá,
parques, praças
Dalbergia nigra jacarandá da
e avenidas.
(FABACEAE) bahia
Possui efeito
ornamental pelas
flores.
Drymis brasiliensis Árvore de médio
Cataia
(WINTERACEAE) porte.
Árvore de
Erythrina crista-galli Corticeira
grande porte,
Erythrina falcata do banhado,
utilizada em
Erythrina speciosa corticeira,
parques e
(FABACEAE) suinã
jardins.
Árvore de médio
Guazuma ulmifolia a grande porte
Mutamba
(STERCULIACEAE) que proporciona
ótima sombra.
Holocalyx balansae Alecrim Árvore de
(CAESALPINIACEAE) grande porte,
utilizada em
parques, praças
e ruas. Sua copa
mantém-se
sempre verde,
de formato
arredondado,
proporcionando
ótima sombra.
Árvore de
grande porte,
recomendada
Hymenaea couvaril L.
Jatobá principalmente
(CAESALPINIACEAE)
para estradas,
parques e
praças.
Inga bahienssi Ingá-beira-
Inga fagifoli de-rio, Árvore de médio
Inga marginata ingá, porte, utilizada
Inga sessilis ingá-feijão, em parques,
Ingauruguensis ingá- praças e
Ingavirescens ferradura, rodovias.
(MIMOSACEAE) ingá-banana,
Árvore de
grande porte,
Jacaranda puberula
Caroba, indicada para
Jacaranda micrantha
jacarandá- parques,
Jacaranda mimosaefolia
mimoso avenidas e
(BIGNONIACEAE)
arborização de
rodovias.
Árvore de médio
porte,
largamente
utilizada em
parques, praças,
ruas pela sua
Lafoensia pacari
Dedaleiro rusticidade, pela
(LYTHRACEAE)
beleza das
flores e boa
convivência com
a poluição
urbana e a rede
elétrica.
Árvore de médio
a grande porte,
Lamanonia ternata
Guaraperê utilizada em
(CUNONIACEAE)
parques, praças
e ruas.
Árvore de médio
Laplacea fruticosa (THEACEAE) Santa-rita
a grande porte.
Rabo-de-
Lonchocarpus guilleminianus
bugio, Árvore de
Lonchocarpus muehlbergianus
timbó-do- grande porte.
(FABACEAE)
graúdo
Árvore de
grande porte,
Luehea divaricara Açoita-
utilizada em
Luehea candicans cavalo
rodovias, praças
(TILIACEAE)
e parques.
Machaerium stipitatum Árvore de
Sapuva
(FABACEAE) grande porte.
Árvore de
grande porte,
Nectandra lanceolata Canela
utilizada na
(LAURACEAE) amarela
arborização de
áreas abertas.
Árvore de
grande porte,
utilizada em
Ormosia arborea Olho-de- ruas e avenidas.
(FABACEAE) cabra Proporciona bom
sombreamento e
é bastante
ornamental.
Árvore de
grande porte,
Parapiptadenia rigida Angico, utilizada em
(MIMOSACEAE) gurucaia ruas, rodovias,
praças e
parques.
Árvore de
grande porte,
utilizada para
Peltophorum dubium parques,
Canafístula
(CAESALPINIACEAE) avenidas, praças.
Não é
recomendada
para ruas.
Árvore de porte
grande,
Plathymenia foliolosa Vinhático-
exuberante e
(MIMOSACEAE) da-mata
muito
ornamental.
Pseudobombax grandiflorum Embiruçu Árvore de
(BOMBACACEAE) grande porte,
extremamente
ornamental pela
forma incomum
dos seus ramos
quando em
floração.
Árvore de médio
porte, utilizada
na arborização
Pterocarpus violaceus das ruas em São
Aldrago
(FABACEAE) Paulo. Tem
folhagem
brilhante e bela
florada.
Qualea grandiflora Árvore de médio
Pau-terra
(VOCHYSIACEAE) porte.
Árvore de médio
Quillaja brasiliensis porte, utilizada
Saboneteira
(ROSACEAE) em parques e
praças.
Roupala asplenioides Árvore de
Roupala brasiliensis grande porte,
Carvalho-
Roupala cataractarum utilizada em
brasileiro
Roupala rhombifolia parques e
(PROTEACEAE) rodovias.
Árvore de
grande porte,
utilizada em
parques,
Salix humboldtiana Salseiro, rodovias
(SALICACEAE) chorão avenidas. É
ornamental por
sua copa com
ramos
pendentes.
Árvore de
grande porte, é
Schefflera angustissimum Aipim-brabo,
indicada pela sua
Schefflera macrocarpa mandiocão
forma reta e
Schefflera morototoni do cerrado,
suas folhas
(ARALIACEAE) mandiocão
grandes e
vistosas.
Árvore de
Ingauçu grande porte,
Sclerolobium chrysophyllum
preto, utilizada para
Sclerolobium densiflorum
ingáporca, parques e
Sclerolobium denudatum
passuaré, rodovias,
Sclerolobium paniculatum
taxi-branco, proporciona boa
(CAESALPINIACEAE)
carvoeiro sombra com sua
copa frondosa.
Senna macranthera Manduirana, Árvore de médio
Senna multijuga pau-cigarra, porte, é indicada
(CAESALPINIACEAE) alecrim para a
arborização de
ruas (estreitas e
sob rede
elétrica); árvore
extremamente
ornamental pelas
suas flores.
Sterculia striata Chichá-do- Árvore de médio
(STERCULIACEAE) cerrado porte.
Árvore
caducifólia de
altura variável,
de pequeno a
grande porte,
Tabebuia alba
bastante
Tabebuia aurea
Ipê-amarelo, ornamental pelas
Tabebuia chrysotricha
craibera, flores de
Tabebuia ochraeae
pau-d'arco, coloração
Tabebuia serratifolia
amarelo amarela intensa,
Tabebuia vellosoi
sendo utilizada
(BIGNONIACEAE)
em praças,
arborização de
ruas, estradas e
entradas de
fazendas.
Árvore de médio
a grande porte,
caducifólia,
utilizada em
praças, jardins
públicos,
Ipê-roxo, arborização de
Tabebuia heptaphylla
Ipê-rosa ruas, avenidas,
Tabebuia impetiginosa
pau-d' arco- estradas e
(BIGNONIACEAE)
roxo alamedas de
fazendas,
bastante
ornamental pela
coloração de
rosa a lilás
intenso.
Ipê-branco Árvore de médio
Tabebuia roseo-alba porte,
(BIGNONIACEAE) caducifólia,
utilizada em
arborização de
ruas, estradas,
extremamente
ornamental pelo
exuberante
florescimento e
pela folhagem
densa de cor
verde azulada.
Talauma ovata Árvore de
Baguaçu
(MAGNOLIACEAE) grande porte.
Tapirira guianensis Cupiúba, Árvore de médio
(ANACARDIACEAE) pau-pombo porte.
Árvore de médio
porte, muito
ornamental pelas
Tibouchina granulosa
flores, utilizada
Tibouchina sellowiana Quaresmeira
em arborização
(MELASTOMATACEAE)
de ruas,
avenidas, praças
e parques.
Triplaris brasiliana Pau-de- Árvore de
(POLYGONACEAE) formiga grande porte.
Árvore de
grande porte,
muito
Vochysia bifalcata ornamental pelas
Guaricica,
Vochysia magnífica flores amarelas
pau-de-
Vochysiatucanorum vistosas,
tucano
(VOCHYSIACEAE) utilizada em
avenidas,
parques e
praças.
Árvore de
grande porte,
Xylopia brasiliensis possui folhagem
Pindaíba
(ANNONACEAE) delicada
semelhante a
uma conífera.
Árvore de
grande porte,
muito
ornamental pela
forma da copa,
piramidal ou
Zeycheria tuberculosa
Ipê felpudo colunar e pelo
(BIGNONIACEAE)
efeito da
folhagem e
ramagem,
utilizada em
praças e
parques.
Espécies Exóticas na Arborização Urbana
Atualmente, no perímetro urbano de muitos municípios brasileiros, já
aclimatadas, encontram-se algumas espécies exóticas, como as do gênero:
Acer, Cupressus, Ligustrum, Platanus, Populus, Liquidambar, Quercus, Salix,
Grevillea, Eucalyptus, Pinus, Acacia, Lagerstroemia, Melia, Terminalia, Tipuana,
Hovenia.

Algumas utilizadas na região Centro/Sul do Brasil são:

Nome
Espécie Observações
popular
Árvore de pequeno porte, perene,
Grevilea banksii Grevilha- raízes pivotantes e copa
(PROTEACEAE) anã arredondada, indicada para ruas
com fiação aérea.
Árvore de pequeno porte, perene,
Dombeya wallichii
Astrapéia com raízes superficiais, copa
(STERCULIACEAE)
arredondada, espécie melífera.
Arvoreta ou arbusto de pequeno
Hibiscus rosa- porte, perene, muito ornamental
Hibisco ou
sinensis pela beleza de suas flores durante
mimo
(MALVACEAE) todo o ano, indicada para ruas com
fiação elétrica.
Árvore de pequeno porte, perene,
Murraia exotica com raízes pivotantes, copa
Murta
(RUTACEAE) arredondada, indicada para ruas
com fiação elétrica.
Lagerstroemia Árvore de pequeno porte, de folhas
indica Estremosa caducas, copa arredondada, indicada
(LITHRACEAE) para ruas com fiação elétrica.

Espécies com limitação de uso em arborização urbana

Abaixo estão listadas algumas espécies não recomendadas para arborização de


áreas urbanas por apresentarem alguns fatores limitantes:

Espécie Limitação
Lithraea brasiliensis
Lithraea molleoides
Schinus terebinthifolius Emitem substâncias alergênicas.
Schinus mollis (bugreiro e
aroeira)
Joannesia princeps Tamanho e peso dos frutos e sementes
(Boleira) com efeito purgativo e tóxico.
Restrição quando no plantio em avenidas;
Schizolobium parahyba a queda de suas folhas grandes tem o
(Guapuruvu) inconveniente de entupir a entrada de
esgoto, podendo causar alagamentos.
Annona cacans (Ariticum- Apresenta fruto pesado e propriedades
cagão) diarréicas.
Aspidosperma olivaceum
Crescimento lento.
(Peroba-amarela)
Prunus myrtifolia
Espécies tóxicas ao gado, planta
(Pessegueiro bravo)
altamente cianogênica (produz ácido
Prunus brasiliensis
cianídrico).
(Varoveira)

Poda na Arborização

Considerações e tipos de podas

Nas áreas urbanas, a poda é uma prática permanente, que visa garantir um
conjunto de árvores vitais, seguras e de aspecto visual agradável. Deve ser
feita a partir de um levantamento das espécies predominantes na arborização
da cidade. O calendário da atividade é montado de acordo com o local de
ocorrência da espécie e sua melhor época de poda.

Regras fundamentais para o executor da poda:

· Arquitetura da copa das árvores

· A fisiologia da compartimentalização

· As técnicas da poda

· As ferramentas e equipamentos mais apropriados para cada atividade

Para a correta utilização da poda, é necessário reconhecer os três tipos


básicos de poda em árvores urbanas e utilizar a que for mais recomendada
para cada caso:

Poda de educação (ou de formação)

A poda dos galhos deve ser realizada o mais cedo possível, para evitar
cicatrizes muito grandes, desnecessárias. A poda de formação na fase jovem
sempre é uma mutilação, devendo ser executada com cuidado. Deve-se
conhecer o modelo arquitetônico da espécie, considerando, portanto, o futuro
desenvolvimento da copa no espaço em que a árvore está estabelecida. Galhos
baixos que dificultarão a passagem de pedestres e de veículos deverão ser
eliminados precocemente. Galhos que cruzarão a copa ou com inserção
defeituosa deverão igualmente ser eliminados antes que os cortes se tornem
muito difíceis.

Poda de manutenção (ou limpeza)

São eliminados basicamente galhos senis ou secos, que perderam sua função na
copa da árvore. Estes galhos podem, em algumas circunstâncias, ter dimensões
consideráveis, tornando o trabalho mais difícil do que na poda de formação.
Deve ser dada especial atenção à morfologia da base do galho.

Poda de segurança

Tecnicamente é semelhante a poda de manutenção, com a diferença de ser


praticada em galhos normalmente vitais ou não preparados, pela árvore, para o
corte. A alternativa para esta eventualidade é o corte em etapas. Na primeira
poda, o galho é cortado a uma distância de 50 a 100 cm do tronco. Após um ou
mais períodos vegetativos, procede-se à segunda poda, agora junto ao tronco,
concluindo a operação de remoção do galho.

Corte de raízes

A capacidade de regeneração das raízes é bem mais limitada que a


regeneração da copa. Quanto maior a dimensão da raiz cortada, mais difícil e
demorada sua regeneração, maiores também os riscos para a estabilidade da
árvore. Deve-se evitar o corte de raízes grossas e fortes, principalmente
próximo ao tronco (raízes basais).

A maneira mais eficiente de evitar problemas com raízes é a criação de um


espaço adequado para o desenvolvimento da árvore. Embora cada espécie
tenha modelos de arquitetura radical próprios, o meio físico é o principal
modelador das raízes.

Orientações sobre poda

· Observar condições biológicas da árvore, considerando se já há botões


florais ou flores. Caso existam, deve-se evitar a poda.

· Conferir condições físicas da árvore, observando o estado do tronco (oco,


rachaduras, podridão), galhos secos ou mortos.

· Analisar a fiação, caso esteja encostada nos galhos, desligar a rede, testá-la
e aterrá-la e, após, proceder a poda com os cuidados necessários.

· Executar a poda com segurança, começando a operação, sempre que possível,


de fora para dentro da árvore, usando ferramentas adequadas.
· Deve-se cortar galhos pesados em pedaços. Os mais leves descem inteiros.
Usar sempre cordas para apoiá-los, antes de proceder o corte.

· Escolher a melhor época de efetuar a poda, que é logo após a floração, mas as
podas realizadas no final do inverno e início da primavera promovem a
cicatrização dos ramos de forma mais efetiva.

· Adequar uma árvore a um espaço menor do que seu desenvolvimento natural


exige não é recomendável. Selecionar outra espécie que se desenvolva com
menos espaço.

· Não reduzir a copa demasiadamente. Se uma poda severa for necessária,


processá-la em etapas, com maior freqüência.

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