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UNIVERSIDADE CEUMA - CAMPUS IMPERATRIZ


CURSO DE PSICOLOGIA

RAIARA FERREIRA RANGEL

DEPENDÊNCIA EM PORNOGRAFIA-UMA VISÃO


INTERDISCIPLINAR: PSICOLOGIA E NEUROCIÊNCIA

Imperatriz - MA

2022
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RAIARA FERREIRA RANGEL

DEPENDÊNCIA EM PORNOGRAFIA-UMA VISÃO


INTERDISCIPLINAR: PSICOLOGIA E NEUROCIÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a


Universidade CEUMA de Imperatriz- MA,
como requisito parcial para obtenção do Grau de
Bacharel em psicologia.
Co-orientadora: Profª Me. Sheyrlani Tatiany
da Silva
Orientadora: Profª Me. Junia Alves Santos

Imperatriz - MA

2022
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”Quanto maior é a sede, maior é o


prazer em satisfazê-la”

Dante Alighieri
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DEPENDÊNCIA EM PORNOGRAFIA-UMA VISÃO


INTERDISCIPLINAR: PSICOLOGIA E NEUROCIÊNCIA

Raiara Ferreira Rangel


RESUMO

Introdução: O vício em pornografia ou dependência em pornografia é a busca compulsiva de prazer


sexual que pode ser alcançada através do autoerotismo e/ou através da visualização de material
pornográfico. Objetivo: analisar a partir de um enfoque interdisciplinar que envolve a neurociência, a
psicologia, e psicanálise em relação a dependência em pornografia. Metodologia: A pesquisa
classifica-se em um estudo qualitativo, exploratório em que foi realizado a análise teórica interpretativa
do protagonista Jon do filme “Como Não Perder essa Mulher”, fundamentado na neurociência, sendo
dividida em quatro etapas para obter dados. Resultados: O filme foi analisado a partir de uma
abordagem interdisciplinar entre a psicologia, neurociência e psicanálise. A primeira constatação com
relação ao personagem é que, esse sofre de satiríase (transtorno sexual hiperativo) distúrbio esse que
se apresenta tanto em homens como mulheres. Além disso, a partir da neurociência, o personagem
pode ser analisado a luz da teoria sensibilização-incentivo que conforme Terry Robinson e Kent
Berridge é baseado nos conceitos de gostar” e o “querer. A pesquisa bibliográfica também demostrou
que viciados em pornografia idealizam o corpo da parceira, o que remete a teoria da objetificação. A
busca incessante de prazer na pornografia também pode ser explicada a partir de uma abordagem
behaviorista e no sistema límbico de recompensa.

Palavras-chave: Dependência; Neurociência; Pornografia; Dopamina.

ABSTRACT
Introduction: Pornography addiction or pornography dependence is the compulsive pursuit of sexual
pleasure that can be achieved through autoeroticism and/or through viewing pornographic material.
Objective: To analyze pornography addiction from an interdisciplinary approach involving
neuroscience, psychology, and psychoanalysis. Methodology: The research is classified as a
qualitative, exploratory study in which the interpretative theoretical analysis of the protagonist Jon of the
film "How Not to Lose This Woman" will be performed, grounded in neuroscience, being divided into
four stages to obtain data. Results: The film was realized from an interdisciplinary approach between
psychology and neuroscience and psychoanalysis. The first observation regarding the character is that
he suffers from satyriasis (hyperactive sexual disorder), a disorder that presents itself in both men and
women. Moreover, based on neuroscience, the character can be analyzed in the light of the
sensitization-incentive theory, which according to Terry Robinson and Kent Berridge is based on the
concepts of "liking" and "wanting. The literature research also showed that porn addicts idealize their
partner's body, which refers to the objectification theory. The relentless pursuit of pleasure in
pornography can also be explained from a behaviorist approach and the limbic reward system.

Keywords: Addiction; Neuroscience; Pornography; Dopamine.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Carta do filme “Como Não Perder essa Mulher”.................................. 12


Figura 2 – Sistema límbico de recompensa ............................................................ 16
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
2 MÉTODO................................................................................................................ 10
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 11
3.1 UMA ANÁLISE DO FILME “COMO NÃO PERDER ESSA MULHER” ................. 12
3.2 MEIOS DE TRATAMENTO...................................................................................19
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 21
REFERÊNCIAS..........................................................................................................22
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1 INTRODUÇÃO

A dependência de conteúdo erótico pode ser descrita como uma busca


obsessiva pelo prazer sexual através da visualização de material pornográfico e/ou
masturbação. Esta última, quando associada à pornografia pode se tornar compulsiva,
comprometendo o cotidiano e as relações sociais (ARAN, 2021).
O vício em pornografia ou dependência de pornografia é a busca compulsiva
de prazer sexual que pode ser alcançada através do autoerotismo e/ou através da
visualização de material pornográfico. Comumente associado a um funcionamento
social prejudicado (altos níveis de ansiedade e depressão); menor satisfação com a
qualidade de vida e relações sociais; uso problemático de álcool e drogas; além do
uso compulsivo de jogos como videogames e outros (PIFER, 2018).
O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5 (DSM-5)
aponta como disfunções sexuais oriundas da dependência em pornografia: ejaculação
retardada, disfunção erétil, transtorno do desejo sexual masculino hipoativo,
ejaculação precoce, disfunção sexual induzida por substância/medicamento. A
subcategoria disfunção erétil como aponta o DSM-5 e o Manual de Classificação de
Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10, no caso de homens, é a falha
da resposta genital, geradora de dificuldade para que o sujeito tenha uma ereção
satisfatória durante a relação sexual. A subcategoria ejaculação retardada, é definida
como o “retardo acentuado ou incapacidade de atingir a ejaculação”. A segunda
categoria Isolamento afetivo aborda a dificuldade dos homens de sustentar os laços
afetivos ou vínculos criados no campo afetivo com suas parceiras (SUZIN, 2016).
Assim, esse problema pode atingir a uma parcela da população, e o fator em
comum para essas pessoas buscarem ajuda profissional para se livrarem da
pornografia é a necessidade de voltar a sentir desejo pelo outro (FILHO, 2022).
Não existe ainda um diagnóstico específico para a dependência em pornografia
na literatura e o diagnóstico de compulsão sexual ou vício pelo sexo é algo que difere
no seu conceito basal. Enquanto em um tem a necessidade de masturbação e de
realizar atos sexuais, no outro a pessoa fica mais no mundo imaginário, onde não
precisa fazer um esforço muito grande para conseguir alcançar o seu prazer (ITO,
2020).
Geralmente os indivíduos que consomem pornografia são pessoas inteligentes
e sensíveis, mas existem outras causas, tanto internas quanto externas, como a
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característica e atratividade pelo prazer causado pela pornografia que, para muitos, é
relevante e superior a outras atividades e/ou emoções. Essa atratividade está ligada
à disponibilidade infinita e imediata de material pornográfico. As dependências sexuais
são muito pouco discutidas, ficando o dependente em pornografia apenas em seu
desespero, vergonha e falta de autoestima, afinal se fala de todos os tipos de
dependência, mas ninguém fala por aí dessa que parece ser mais constrangedora do
que dizer ser adicto de drogas ilícitas (PIFER, 2018).
Desde que surgiu a pandemia COVID-19 e com ela o isolamento social,
intensificou-se um problema que atinge uma parcela da população (principalmente
homens): a visualização pornografia. Uma pesquisa realizada pela Netskope Security
Cloud, empresa americana de software de segurança, apontou que no primeiro
semestre de 2020 houve um aumento de 600% visitas a sites pornográficos, em
relação ao mesmo período em 2019. O relatório foi realizado com base em dados
anônimos coletados pela Netskope (ARAN, 2021).
Assim, a dependência em pornografia, geralmente, acomete pessoas menos
extrovertidas, com menos impulso instintivo sexual, mas com uma libido contida, que
acaba sendo direcionada de forma mais fácil para o imaginário (ITO, 2020).
Além disso, a pornografia está presente na sociedade, bastando que o
indivíduo acesse a internet onde o conteúdo pornográfico pode ser acessado com
mais facilidade e anonimamente. Com tecnologias, como internet, chats, redes sociais
e smartfones e aliada à facilidade de acesso, ao anonimato do mundo virtual e à
variedade de expressões sexuais retratadas on-line, o uso de pornografia por meio da
web tornou-se muito popular (BAUMEL et al.2019).
Relatos de psicólogos e psiquiatras especializados em sexualidade humana,
assim como a experiência em consultório, trazem indivíduos entre 25 e 30 anos
representando a maior faixa etária de incidência dessa dependência (FILHO, 2022).
O canal a cabo Sexy Hot, é um dos canais pornográficos que busca traçar um
perfil de quem consome pornografia no país por meio de uma pesquisa interna. Os
resultados apresentaram que, no Brasil, 22 milhões de brasileiros admitem consumir
pornografia – 76% são homens e 24% são mulheres. A maior parte é jovem (58% têm
menos de 35 anos), de classe média alta (49% pertencem à classe B) e está em um
relacionamento sério (69% são casados ou estão namorando) (MURARO, 2018).
Você já se perguntou quantos pequenos momentos felizes temos em nossa
vida diária, desde acordar até ir para a cama? Desde o beijar a pessoa por quem você
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se sente atraído, até o aviso que seu salário caiu na sua conta. Então você pode se
perguntar: como sentimos essa alegria e quem a “traduziu” para nós? (PORPHIRIO,
2020).
Dentro do cérebro existe o córtex, que é, uma fina camada de massa cinzenta
que cobre o cérebro, e tem uma forte influência sobre "querer coisas". Uma das
regiões mais importantes do sistema nervoso central (SNC), recebe impulsos de todas
as vias sensoriais e interpreta as respostas de todas essas mensagens. Artigos na
literatura mostram que o uso de drogas ilícitas e até mesmo estímulos naturais como
comer, beber, ouvir música e fazer sexo são reconhecidos pelo corpo como prazer.
São enviados na forma de substâncias químicas que serão recebidas pelos
neurotransmissores para serem usadas como interações entre os neurônios, levando
uma mensagem de recompensa, como a dopamina, que alivia a dor e regula as
emoções, assim como a serotonina e a norepinefrina - que regulam o apetite, humor
e dormir, assim como o glutamato, que possui função excitatória, formam alguns dos
responsáveis que estão presentes no sistema de recompensa. Desde aquele café
diário até comer doces, que inclui o orgasmo na hora do sexo e a adrenalina causada
pelas drogas estimulantes, podem ser entendidos como prazer (PORPHIRIO, 2020).
As estruturas centrais da via de recompensa cerebral são encontradas no sis-
tema límbico, um conjunto de estruturas no cérebro humano. A função do sistema
límbico é monitorar a homeostase interna, mediar memória, e experiência emocional.
Também aborda aspectos importantes do comportamento sexual, motivação e hábitos
alimentares.
Os núcleos primários do sistema límbico incluem o hipotálamo, amígdala, hi-
pocampo, núcleos septais e giro cingulado anterior. Também importantes para o fun-
cionamento do sistema límbico são o corpo estriado límbico, que inclui o núcleo ac-
cumbens, o núcleo caudado ventral e o putâmen. O Nucleus accumbens (NA) é listado
como o componente mais importante do sistema de recompensa cerebral porque as
drogas de são direcionadas a ele. Outras estruturas importantes na recompensa ce-
rebral incluem a amígdala e a Área Tegmental Ventral (ATV). (LENT, 2008; POR-
PHIRIO, 2020).
Diante do exposto, questiona-se o que acontece no cérebro dependente de
pornografia? O estudo justifica-se pelas seguintes razões: No campo da psicologia:
pelas contribuições que neurociência podem trazer para o combate ao vício em
pornografia; na esfera acadêmica; se reveste de importância pelas contribuições que
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trará para professores, pesquisadores e estudantes de psicologia e áreas afins, no


campo social: instrumentalização de um bom tratamento é um fator essencial para as
pessoas que enfrentam esta situação.
O filme relata a história de um jovem com perfil sedutor, desapegado e sem
interesse em relacionamento sério, com interesses voltados somente aos bens
materiais, sua família e apresenta dependência em vídeos pornôs. A partir deste
contexto de vida do personagem a neurociência e a psicologia irá contribuir na
explicação do porquê e como ocorre tais comportamentos.
A partir da análise do filme, o presente trabalho tem como objetivo geral analisar
a partir de um enfoque interdisciplinar que envolve a neurociência, a psicologia, e a
psicanálise a dependência em pornografia. E como objetivo especifico o trabalho
buscou: Discutir sobre a dependência em pornografia e apresentar alternativas de
tratamento.

2 MÉTODO

O presente estudo se trata de um estudo qualitativo, exploratório em que foi


realizado a análise teórica interpretativa do protagonista Jon do filme “Como Não
Perder essa Mulher”, fundamentado na neurociência. A escolha do Filme se deu pelo
protagonista apresentar comportamento relacionado com a temática, no que tange a
pornografia, uma vez que este comportamento pode tornar-se comum prejudicando
alguns fatores biológicos.
O estudo foi construído através de materiais já concluídos e publicados, de
livros, revistas, artigos, entre outros recursos, preparados para contribuir com o
conhecimento científico. Forma excluídos no processo de coleta de materiais,
trabalhos duplicados e que não sejam coerentes ao objeto de estudo. As plataformas
utilizadas no estudo foram, Pubmed, SciElo, BBC, Google Acadêmico. Os descritores
utilizados foram: “pornografia”, “vicio”, “dopamina”, “pornografia”, “consumo”,
“neurociência”. A análise constitui-se em quatro etapas:

Etapa 1: Assistir ao filme “Como Não Perder essa Mulher”.

Etapa 2: Selecionar cenas em que o protagonista Jon tem atos de compulsão


por sexo.
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Etapa 3: Transcrição e categorização das cenas selecionadas na etapa


anterior.

Etapa 4: Interpretação e correlação dos dados através da psicologia,


psicanálise e da neurociência.

A análise dos dados se deu de forma qualitativa, desse modo, os diálogos


constituídos entre os estudiosos e a pesquisadora permitirá no final do estudo, a
realização de uma reflexão apresentando uma compreensão da temática capaz de
responder aos questionamentos da pesquisa e de contribuir para futuras análises
acerca de como a neurociência pode ajudar as pessoas contra os problemas
provocados pela dependência em pornografia ou pela compulsão por sexo.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O estudo se refere-se a um estudo qualitativo, exploratório em que foi realizado


a análise teórica interpretativa do protagonista Jon do filme “Como Não Perder essa
Mulher”, fundamentado em uma abordagem multidisciplinar com fundamentação na
psicologia, na psicanálise e na neurociência. Desta forma, os materiais encontrados
foram utilizados para responder as questões propostas para análise dos
comportamentos que o protagonista tem no decorrer do filme, em relação ao vício em
pornografia. Após as pesquisas realizadas nas bases de dados, que foram descritas
no método, foram encontradas 33 fontes bibliográficas, os critérios de inclusão
utilizados foram; era necessário as fontes bibliográficas apresentassem dados que
respondesse a problemática, foram excluídos aqueles que não apresentavam
pertinência ao tema mediante a leitura do resumo, que estavam disponíveis língua
inglesa e portuguesa, com materiais gratuitos.
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Figura 1 – Cartaz do filme “Como Não Perder essa Mulher”

Fonte: (ADORO CINEMA, 2013)

3.1 Uma Análise do Filme “Como Não Perder Essa Mulher”

O filme se inicia com cenas picantes, percorrendo a história do personagem


Jon (Joseph Gordon-Levitt), o mesmo mora sozinho e se orgulha da vida que leva,
sem se prender a ninguém; seus interesses são com: seu corpo, apartamento, igreja,
carro, família, amigos, mulheres e vídeos pornôs. Por mais que goste muito de sexo,
tem a visão de que nenhuma relação sexual e tão boa quanto a pornografia, já que
através da visualização pornográfica ele encontra exatamente o que quer.

Cena 1: O enredo começa mostrando os comportamentos de Jon, saindo da


boate com algumas mulheres e indo para seu apartamento, após as relações sexuais,
ele não consegue se conter com aquela atividade sexual e acaba indo visualizar
materiais pornográficos, só assim ele fica satisfeito.

Em relação a cena 1, a insatisfação de Jon Lembra a satiríase (transtorno


sexual hiperativo) um distúrbio sexual no qual o indivíduo apresenta vai levar disso
um desejo de atividade sexual o que lhe traz grandes prejuízos pessoais. Nesse
transtorno a pessoa acometida apresenta um quadro com sintomas impulsivos
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compulsivos obsessivos sem ser tratamento similar a quem sofre de dependências


drogas lícitas ou ilícitas. Contudo, chama atenção o fato de que é preciso distinguir
entre a satiríase e a ninfomania, pois a primeira apresenta-se em indivíduos do sexo
masculino enquanto é a segunda se manifesta em mulheres.
O conceito de vício sexual foi introduzido em 1983 do Patrick Carnesem seu
trabalho “Out of the Shadows: Understanding Sexual Addiction”, que traduzido
significa “fora das sombras: entendendo o vício sexual”. A obra levou mais
pesquisadores a demonstrarem um maior interesse em relação aos desvios
comportamentais relacionados ao vício de sexo. Nesse trabalho, Patrick Carnes faz
um relato com relação à descrição link teologia que recomendação de tratamento
baseado em suas experiências em tratar aquilo que anteriormente já se denominavam
de vício sexual. Naquele momento ainda existe um pouco as evidências empíricas
com relação à existência do vício, embora o autor sustentasse a existência do mesmo
sua obra (GRUBBS et al., 2020).
Dalgalarrondo (2019) e Krafft-Ebing (2019) concordam que a satiríase se
apresenta tanto em homens como mulheres sendo que com relação a essas últimas
é conhecida como ninfomania classificando então como um distúrbio de natureza
crônica ou aguda, e nessa última fase se manifesta na forma de alucinações em
relação ao conteúdo erótico podendo também essa patologia está presente em
pessoas que sofrem de transtorno bipolar em sua fase maníaca. A satiríase está
diretamente associada a um desejo sexual impossível de ser realizado, que segundo
os autores está associado ao delirium actum. É como se a vida do indivíduo fosse
totalmente preenchida por esse desejo que tem duração e intensidade fora do normal.
Esse distúrbio tem uma natureza relacionada à impulsividade, convulsividade e
possessividade com relação ao sexo.
Nutton (2017) comenta que do ponto de vista histórico a Satiríase é citada o
Soranus autor de quatro tratados de medicina que abordavam fisiologia da mulher, e
o processo de concepção de gravidez e nascimento, anomalias fisiológicas, doenças
indicações de tratamento. No seu segundo livro que abordava a gravidez a mulher
choramos já comentava sobre a satiríase, pois essa poderia ser uma das
consequências da gravidez ou ainda do parto ou de um amor sofrido pela mulher, pois
esses eventos poderiam afetar a sua mente trazendo o desejo incessante de relações
sexuais, o que afastava a mulher do convívio social lhe trazendo “vergonha”. Soranus
associava a Satiríase a disfunção do sistema nervoso simpático do útero em relação
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as meninges do cérebro.
A partir de uma abordagem neurocientífica com relação ao vício em pornografia
do personagem Don, Lent (2008) explica que a teoria mais aceita é a da
sensibilização-incentivo que foi proposta por dois cientistas com origem norte-
americana Terry Robinson e Kent Berridge. Essa teoria é utilizada empregada para
explicar o vício de substâncias entorpecentes, embora também possa ser adaptada
para explicar outros vícios como da pornografia. Os autores propõem duas vertentes
que são o “gostar” e o “querer” que são regulados por mecanismos diferentes.
Os autores explicam que o uso continuado das drogas não traz aumento de
prazer, mas o que elas causam o “gostar”, ocorrendo inclusive a diminuição do prazer,
pois as drogas induzem a tolerância embora aumentem o desejo intenso com relação
ao consumo, que está associado ao “querer”. Dessa maneira, o processo acontece
pelo chamado mecanismo de sensibilização que está associado aos efeitos
motivacionais de incentivo, que são desencadeados pelos estímulos provenientes do
consumo da droga. Essa é a sensibilização comportamental, que já foi muito estudada
com relação ao uso de psicoestimulantes como a anfetaminas e a cocaína pois
ocasionam modificações plásticas na ATV, e o recrutamento posterior do núcleo
acumbente.

Cena 2: O ator associa momentos com suas parceiras sexuais fazendo


comparações com filme pornográfico, idealizando e comparando corpos e como elas
fazem sexo. Fugindo do real para o imaginário.

Tylka (2015) Relata que indivíduos que fazem uso da pornografia tem grande
insatisfação com sua imagem corporal que estavam mais propensos a se engajar em
atividades físicas para perder peso. Aliás, o consumo de pornografia estava
relacionado também com a idealização do formato de corpo mesomorfo.
Por conseguinte, Tylka e Van Diest (2014) comentam que diversos muitos
estudiosos têm relatado a relação entre a pressão por uma autoimagem perfeccionista
diante da influência dos meios de comunicação e da propaganda que focam no tipo
mesomorfo como idealizado. Esse biotipo tem sido utilizado pelos meios de
propaganda como uma forma de idealização do corpo ideal para o homem. Em seu
estudo com a participação de 359 indivíduos foi feita uma correlação entre o consumo
de pornografia e a influência das relações interpessoais e da publicidade e
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propaganda com relação a idealização do biotipo mesomorfo sendo tido como o tipo
de corpo ideal associado a masculinidade, embora estivesse associado ainda
ansiedade e relacionamentos amorosos fragmentários.
É importante também recapitular que o comportamento de Jon lembra a teoria
da objetificação. Conforme Szymanski, Moffitt e Carr (2011) essa teoria procura
compreender a mulher enquanto objeto de prazer, no contexto da cultura de massa,
na qual corpo humano virou um objeto, uma vez que é utilizado pela pornografia que
primeiramente começou nas tradicionais tecnologias de comunicação, com as revistas
pornográficas, e que atualmente tem alcançado um grande faturamento que a
utilização das tecnologias digitais.
Gwinn et al.,(2013) e Albright (2008) explicam que a pornografia é
frequentemente e glorifica um corpo idealizado que não existe bem como tamanhos,
formas e proporções. Além disso, diversos estudos científicos têm demonstrado que
viciados em consumo de pornografia torna-se insatisfeitos com seus relacionamentos,
pois os seus parceiros sexuais não se encaixam nas suas expectativas que são irreais,
uma vez que são baseadas no consumo de pornografia. Ainda conforme os autores,
os indivíduos que consomem pornografia apresentam um grau maior de insatisfação
com seus parceiros do que com aqueles indivíduos que não fazem uso da pornografia
para a satisfação sexual.

Cena 3: O filme mostra em uma sequência de seis semanas os


comportamentos em fazer sexo real e se masturbar vendo pornografia (MP); na
primeira semana ele fez sexo real (SR) 2 vezes e se (MP) 17 vezes, na segunda
semana não houve (SR) e viu (MP) 22 vezes, já na terceira semana houve (SR) 7
vezes e nenhuma visualização pornográfica, quarta semana não teve nenhum (SR) e
teve 35 masturbações vendo pornografia.

Percebe-se que o personagem busca de forma crescente intensiva a


masturbação, como forma de prazer. A partir de um conhecimento de psicologia, e no
caso específico, a teoria clássica do behaviorismo e com mais precisão, a teoria do
condicionamento operante, é possível explicar como isso ocorre. No condicionamento
operante clássico também conhecido como condicionamento pavloviano ocorre uma
modificação de comportamento em relação a resposta inata que pode ser oriunda de
um estímulo biológico ou natural, desencadeada por um estímulo neutro prévio ao
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mesmo tempo em que ocorre um estímulo biológico.


A partir dessa abordagem teórica a pornografia pode ser entendida como
estímulo neutro sendo que a masturbação se torna então o estímulo incondicionado
dessa maneira, o orgasmo, ou seja, a recompensa é a resposta incondicionada.
Sendo assim e com passar do tempo a prática de associação de estímulo neutro com
orgasmo (recompensa) faz com que a pornografia fique associada a este. Ocorrendo
assim o condicionamento operante.
De Sousa e Lodha (2017) e Koob e Volkow (2010) comentam que todas as
formas de vício evolvem mecanismo relacionado com a via mesolímbica ou ainda via
de recompensa que tenha sua origem nos neurônios dopaminérgicos. Essa é uma
estrutura anatômica que fica localizada na área tegumentar ventral do mesencéfalo E
cujas fibras nervosas se projetam na direção do núcleo accumbens (Figura 2 –
Sistema límbico de recompensa) e do núcleo amigdaloide constituindo assim o
sistema límbico fazendo parte assim do mecanismo de recompensa no contexto dos
diversos vícios que atingem o ser humano.

Figura 2– Sistema límbico de recompensa

Fonte: (COSTA, 2022)

Park et al. (2016) e Melis e Argiolas (2011) destacam que o comportamento


sexual em homens é bastante complexo com diversas áreas do cérebro
desempenhando papéis críticos com relação a excitação a manutenção da ereção e
o prazer. Os autores explicam que o núcleo hipotalâmico desempenha importante
papel em regular o comportamento social e as eleições pois agem como centro
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integrador do cérebro em relação aos estímulos recebidos o sistema nervoso


periférico estando envolvido no mecanismo de recompensa.
Sousa e Lodha (2017) e Love et al., (2015) também informam que a via
mesolímbica está conectado a três outras regiões do cérebro que forma então o
mecanismo de recompensa. Essas estruturas anatômicas envolvem amígdala que
estão associadas as emoções positivas e negativas e a memória emocional. O
hipocampo que é o responsável pelo processamento e recuperação da memória de
longo tempo e o córtex frontal que está relacionado a regulação do comportamento.
Essas três estruturas anatômicas juntas compõem então o sistema de
recompensa e se conecta às regiões que regulam e dentre outras coisas o prazer, a
recompensa, a memória, a capacidade de atenção e a motivação. Essas estruturas
também estão associadas as necessidades básicas do ser humano, como sexo e
necessidade de comida que podem ser citados como, diretamente associados a
ativação do mecanismo de recompensa devido ao fato de que existem
comportamentos reforçadores que fazem parte do instinto sobrevivência do homem.
Young, Young e Tolbert (2018) esclarecem ainda que além do núcleo
accumbens também está associado ao mecanismo de prazer e recompensa, o núcleo
septal, sendo que esse mecanismo de prazer está associado a estímulos elétricos que
ocorre na região septal ainda no feixe pros encefálico medial, no qual se localizam
fibras dopaminérgicas. Isso foi descoberto e comprovado em estudos nos quais a
região septal de indivíduos pesquisados que foi estimulada com implante de eletrodos.
Esses pacientes relataram diversas sensações relacionados ao sexo.
Lembke (2022) autora do livro “Nação dopamina: Por que o excesso de prazer
está nos deixando infelizes e o que podemos fazer para mudar” livro que foi lançado
em 2022 o Brasil comenta que, a dopamina é liberada como uma resposta do
organismo quando o ser humano faz algo que sente prazer que pode estar associado
a ingestão de alimento ou uma certa atividade. Isso gera no ser humano além do
prazer, a euforia, e a sensação de se sentir recompensado, que consequentemente
leva o ser humano busca recriar essas sensações, daí vindo a criação do termo
“mecanismo de recompensa”.
Consequentemente, o organismo busca o restabelecimento do equilíbrio
através da homeostase visto que quando os níveis de dopamina ficam muito elevados
com uma experiência que traz prazer, contudo o nível de dopamina caia logo após o
ser humano ter experimentado a sensação de prazer. Isso pode ser observado no
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caso da ressaca, que está associada ao consumo de álcool etílico, podendo ser
compreendido como sintoma de síndrome de abstinência. Posteriormente a isso, o
indivíduo pode experimentar efeitos adversos como irritabilidade, ansiedade,
depressão ou ainda fixação pela substância que lhe traz o vício.

Cena 4: Jon ao conhecer Esther (Julianne Moore), ela o alertou sobre sua
dependência em pornografia; a partir da quinta semana Jon parou de ver pornografia
e tentou se masturbar sem a visualização de conteúdos eróticos, durante sete dias, e
não conseguiu ejacular.

A disfunção sexual apresentada na cena 4, pode ser explicada no fato de que


segundo Barr (2021) os vídeos pornô apresentam uma característica importante. Os
vídeos são como um gatilho para plasticidade do cérebro, ou seja, a capacidade de
mudança e adaptação com base em uma experiência. Isso faz com que a pornografia
que é bastante acessível, associada ao anonimato seja bastante consumida, pois
apresenta efeitos hiper estimulantes que no longo prazo leva a disfunções sexuais,
como incapacidade de atingir o orgasmo ou ereção com parceiros reais. E se
compromete os relacionamentos tanto conjugais como os não conjugais.
Barr (2021) com relação aos efeitos que o vício da pornografia traz ao cérebro
humano é possível fazer um paralelo entre o consumo da pornografia e o abuso de
drogas lícitas e ilícitas com base no mecanismo de recompensa. Já é conhecido
cientificamente que o ser humano tem a capacidade de responder aos estímulos
sexuais consultas de dopamina que o neurotransmissor associado ao mecanismo
antecipado de recompensa e que também atua no mecanismo de memória de como
as informações são tratadas do cérebro. Outro fato importante é que o cérebro
humano apresenta o mecanismo de programação neurológico. Esse mecanismo faz
com que ele se lembre que quando necessita algo relacionada comida ou sexo, ou
seja, busca de prazer, esse mecanismo que leva o ser humano nessa busca.
Isso está associado diretamente a cena 4 da análise, onde Jon tenta parar de
consumir pornografia e chegar o prazer se masturbando e já não mais o consegue por
conta do efeito do mecanismo de recompensa da dopamina em seu cérebro.
Dwulit e Rzymski (2019) Steele et al., (2013) e Voon et al., (2014) relatam que
pesquisas em neurociências tem indicado os efeitos negativos que a exposição a
pornografia tem a longo o prazo, em relação ao desejo sexual e que podem levar uma
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mudança com relação aos estímulos que agem no sistema de recompensa. Isso faz
com que um indivíduo só se sinta sexualmente estimulado ao consumir pornografia,
modo que maneira, o sexo estimulado a partir de um parceiro passa e cada vez menos
estimulante para o viciado em pornografia.
Com relação ainda a essa cena Park et al., (2018) comentam que em um estudo
feito de corte seccional foram relatados diversos casos de disfunção sexual
associados à pornografia. Chamou a atenção, o caso de um dos estudados com 20
anos de idade se nenhuma doença crônica ou distúrbio mental que consumia
pornografia há muitos anos e com alta frequência, cerca de 1 a 2 vezes por dia.
Como passar do tempo, o indivíduo relatou que passou do consumo de
pornografia tradicional para outras formas que poderiam envolver a violência sexual e
a pedofilia. O seu mecanismo de recompensa ficou tão deteriorado que ele passou
usar uma vagina artificial e que segundo o qual lhe fazia chegar ao orgasmo muito
mais rápido, uma vez que tinha dificuldades em manter a ereção durante a relação
sexual quando sua parceira.

3.2 MEIOS DE TRATAMENTOS

Antes de adentrar no tratamento relacionado à pornografia cabe considerar


aquilo que leva o indivíduo a se tornar viciado em pornografia encontrada na internet.
Em um primeiro momento acontece o estágio da descoberta (discovery) em relação
as tecnologias digitais. No segundo estágio, o indivíduo passa pela experimentação
(experimentation). É nessa fase, que a pessoa afetada busca novas experiências,
consumindo conteúdos pornográficos sem nenhum tipo de culpa. Após isso, vem a
terceira fase que era intensificação do consumo (escalation) onde acontece uma
compulsão cada vez maior pelo consumo de pornografia. Nessa fase também, o
indivíduo passa a gastar cada vez mais tempo (YOUNG, 2008).
Logo após, vem o estágio quatro (4) no qual o indivíduo sente a compulsão
(compulsion). Nesse momento caso o indivíduo não consumir pornografia por um
certo lapso de tempo começará a sofrer de abstinência. Isso implica dizer que a
situação ocorre quando a pornografia é procurada para alívio de estresse ou de
tensões emocionais. Já nesse estágio, o consumo de pornografia é uma rotina na vida
do indivíduo.
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Após essa fase, vem o último estágio que é o da falta de esperança


(hopelessness). É nesse momento que o acometido se reconhece dependente do
vício de pornografia. É o momento no qual já pode ter ocorrido a deterioração das
relações sociais, perda de emprego (YOUNG, 2008; GREENFIELD; ORZACK, 2002).
A partir do que foi exposto acima, Young (2008) propõe como estratégia de
tratamento da pornografia diversos passos que envolvem diversos aspectos
relacionados ao indivíduo. O primeiro deles é da autorreflexão na qual a pessoa busca
ter, o maior autocontrole em relação ao consumo de pornografia. O segundo aspecto,
diz respeito a retomada gradual das atividades do dia a dia, o que envolve o trabalho
voltado para o resgate da autoestima do paciente. E na última fase se propõe uma
mudança de hábitos com ajuda de grupos nos mesmos moldes dos Alcoólicos
Anônimos.
Twohig e Crosby (2010) comentam em artigo que após uma revisão de
literatura encontraram poucos indícios de trabalhos voltados para tratamento da
pornografia. Contudo, nos poucos registros encontrados, a maioria desses relata
abordagens de tratamento com base no uso da entrevista motivacional, na terapia
cognitivo-comportamental, terapia focada na emoção (TFE). Entretanto, os autores
propõem para o tratamento do vício em pornografia a Terapia de Aceitação e
Compromisso (ACT).
A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) é uma abordagem baseada na
terapia cognitivo-comportamental e pode ser definida como o tipo de psicoterapia
querida, com as experiências mais internas interiores do paciente o que inclui
sentimentos pensamentos e as emoções sensoriais e utiliza o comportamento
mudança de estratégia de mudança de comportamento, com base em um foco
empírico (TWOHIG; CROSBY (2010).
Saban (2015) explica que na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) a
intervenção é realizada com base em três propostas que estão no comprometimento
do paciente em realizar a mudança necessária, a aceitação do fato relacionado a
necessidade de tratamento com relação ao comportamento e as emoções, escolha
de uma ou de várias metas que se deseja alcançar conforme as crenças do paciente.
Com relação à sua origem, a ACT surgiu na década de 1980 do psicólogo Clínico
norte-americano Steve Hayes, que ministrava aulas em uma universidade do Estado
de Nevada. A ACT ainda engloba aspectos relacionados a espiritualidade, as relações
humanas, aceitação pessoal e desativação cognitiva.
21

Carnes (2019) comenta que com relação a metodologia de tratamento do vício


em pornografia leva o indivíduo a tomar algumas atitudes. Em um primeiro momento,
o indivíduo deve buscar compreender motivos que faz com que consuma pornografia.
E ainda, na abordagem proposta pelo autor, o foco do paciente deve estar em refletir
aspectos internos de pensamentos e sentimentos associados à sua sexualidade na
tentativa de identificar as facetas que levaram ao problema o que pode levar a
mudança de comportamento. Ainda se sugere que para o tratamento do vício em
pornografia paciente deve sofrer uma intervenção imediata que se baseia na redução
do de acesso à internet, com o computador ficando em uma área pública da casa,
instalação de programas de computador ante pornografia, e limitação do tempo em
que o paciente fica online.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme escrito no início deste trabalho, o objetivo geral foi de fazer uma
análise do filme “Como Não Perder essa Mulher” com base em um enfoque
interdisciplinar que envolvesse a neurociência, a psicologia com relação a
dependência em pornografia. Dessa maneira, a partir do material pesquisado pode-
se dizer que esse objetivo foi alcançado com relação as perguntas elaboradas para
análise do filme.
Outrossim, foi abordado neste trabalho a temática do vício em pornografia, que
é caracterizada pelo consumo de materiais disponíveis na internet. O indivíduo que
tem o vício em material pornográfico busca assim alcançar o prazer por meio do
autoerotismo. Um Outro fator apontado para o consumo de pornografia foi a pandemia
da covid-19, por conta de isolamento social em que muitos indivíduos se encontraram.
A temática do vício pornografia é bastante complexa e ampla com relação a
material disponível na bibliografia. Diante de tudo aquilo que foi pesquisado é possível
a propositura de novas reportagens com relação ao tema envolvendo a neurociência
e a psicologia, que pode ser feita em um momento posterior por acadêmicos do curso
de Psicologia, ou ainda em uma pós-graduação.
22

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