Você está na página 1de 37

ISABELLA DE MORAIS ROSÁRIO

A Psicopatia no âmbito jurídico e na legislação penal


brasileira

São Paulo – SP
2022
ISABELLA DE MORAIS ROSÁRIO

A Psicopatia no âmbito jurídico e na legislação penal brasileira

Monografia apresentada à faculdade São


Judas Tadeu, como exigência parcial para
a obtenção do grau de bacharel em Direito,
sob a orientação da Professora Rossana
Leques.
ISABELLA DE MORAIS ROSÁRIO
818117510

A Psicopatia no âmbito jurídico e na legislação penal brasileira

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Professor(a)

Prof.ª Professor(a)

São Paulo – SP
2022
Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus pais,


minha irmã, meus avós e toda minha
família, que tanto me apoiou e incentivou,
durante os cinco anos de faculdade, que
sempre acreditaram em mim.
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeira e imensamente, a Deus, por chegar até aqui, e me mostrar


ao longo desses cinco anos o porquê e por quem, eu deveria continuar.
Aos meus amados pais, que sempre me apoiaram em minhas decisões e não
medem esforços para a realização de cada sonho meu, a minha irmã, que sempre
está presente para me ajudar independente da situação, ao meu cachorro que sempre
me fez companhia durante todo o tempo em que escrevia o TCC, e ao meu namorado,
por compartilhar as alegrias e tristezas, amor, incentivo e companheirismo.
Aos amigos e familiares, que sempre estiveram ao meu lado, pela amizade
incondicional e pelo apoio demonstrado ao longo de todo o período em que me
dediquei. Aos meus colegas de curso, com quem convivi intensamente durante os
últimos anos, pelo companheirismo e pela troca de experiências que me permitiram
crescer não só como pessoa, mas também como formando.
Aos professores, pelas correções e ensinamentos que me permitiram
apresentar um melhor desempenho no meu processo de formação profissional ao
longo do curso. E por fim, a todos que contribuíram, de alguma forma, para a realização
deste trabalho.
“A injustiça em qualquer lugar é uma
ameaça à justiça por toda a parte.”
Martin Luther King Jr.
Resumo

A Psicopatia, é um tipo de transtorno de personalidade antissocial,


caracterizado pelo padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros,
é considerada uma doença ainda incompreendida pela sociedade. Essa, no que lhe
concerne, pode ser detectada pelo modus operandi do agente, bem como o iter
criminis. A psicopatia se inicia na infância ou começo da adolescência e perpetua na
idade adulta. Existe um descompasso considerável entre o comportamento do agente
portador do transtorno, e as normas sociais estabelecidas. Nota-se a ausência de
legislação específica para os casos que abrangem a psicopatia, especialmente o que
se refere a culpabilidade. À vista disso, resta claro que a legislação pátria não engloba
efetivamente os casos que abarcam o transtorno de personalidade, em relação aos
crimes contra a vida, praticados por pessoas que sofrem distúrbios psicológicos.
Portanto, ganha relevância o estudo sobre o tema, visando observar qual a sanção
penal adequada para as pessoas portadoras de psicopatia. Concisamente, este
estudo, destaca a importância do reconhecimento da psicopatia, como um transtorno
capaz de gerar a semi-imputabilidade do agente, que poderá obter a redução de pena,
ou a internção, que está previsto no artigo 26 doCódigo Penal.

Palavras-chave: psicopata, crime, transtornos, serial killers.


Abstract

Psychopathy, being considered a type of antisocial personalístico disorder, is a


behavior characterized by the invasive pattern of disrespect and violation of the rights
of others, it is considered a disease still misunderstood by society. This in turn can be
detected by the agent's modus operandi, as well as the iter criminis. Psychopathy
begins in childhood or early adolescence and continues into adulthood. There is a
considerable mismatch between the behavior of the agentwith the disorder and the
established social norms. It is noted the absence of specific legislation for cases that
cover psychopathy,especially about culpability. In view of this, the national legislation
does not effectively cover the cases that cover personality disorder, in relation to
crimesagainst life, committed by people who suffer psychological disorders. Therefore,
the in-depth study on the subject becomes relevant, to observing the appropriate
criminal sanction for people with psychopathy. Concisely, this study highlights the
importance of recognizing psychopathy as a disorder capable of generating the semi-
imputability of the agent, which in turn,can obtain the reduction of sentence, which is
provided for in article 26 of the Penal Code.

Keywords: psychopath, crime, disorders, serial killers.


Lista de Ilustrações

Figura 1 – Imagem de Theodore Robert Bundy ........................................................ 6

Figura 2 – Imagem de John Wayne Gacy ................................................................. 7

Figura 3 – Imagem de Jeffrey Lionel Dahmer............................................................ 8

Figura 4 – Ilustração do Cérebro Humano..................................................................12


Sumário

INTRODUÇÃO............................................................................................................................01

CAPÍTULO I — PSICOPATIA: DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS.........................................02


1.2 Definição e características de psicopatia..............................................................................02
1.3 Romantização da psicopatia.................................................................................................06
1.4 Meios de tratamentos............................................................................................................10
1.5 Laudos psicológicos e diagnóstico........................................................................................11

CAPÍTULO II — PSICOPATIA NO SISTEMA JURÍDICO PENAL...............................................14


2.1 Psicopatia no sistema jurídico...............................................................................................14
2.2 Tratamento jurídico do psicopata..........................................................................................15
2.3 Imputabilidade x semi-imputabilidade x inimputabilidade......................................................17

CAPÍTULO III — POSIÇÕES DOUTRINÁRIAS E JURISPRUDENCIAIS...................................21


3.1 Aplicações de medida de segurança......................................................................................22
3.2 Reincidir o psicopata na sociedade........................................................................................25

CONCLUSÃO...............................................................................................................................27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................30
Introdução

A psicopatia é um tema que desperta o interesse de áreas como da


criminologia, psicologia, psiquiatria e psicanalista, que buscam respostas para o
comportamento agressivo dos agentes, já que é um assunto discutido e pesquisado
a anos e ainda é obscuro.
Os especialistas alegam que o quadro clínico de psicopatia, é extremamente
complexo, por consequência, afirmar que uma pessoa possui transtorno de
personalidade antissocial, não é simples, pois exige experiencia e vasto conhecimento
sobre o tema.
O que define termo psicopata, é um indivíduo com predisposição para cometer
atos ilícitos como assassinatos, possuindo uma tendência para praticar crimes brutais,
com crueldade, na maioria das vezes sem expressar sentimento ou arrependimento.
E por norma, os delitos apresentam um alto nível de violência, porém não significa
que os psicopatas não possam cometer qualquer tipo de ilícito.
Os psicopatas, por não possuírem resquícios de sentimento ou arrependimento
em relação aos crimes cometidos, se faz necessário a compreensão do
comportamento dos agentes, pois eles não assimilam a punição como deveriam.
Desta forma o indivíduo acometido de psicopatia não pode ser tratado como um
criminoso plenamente capaz, mas também, não poder ser julgado como totalmente
incapaz, o intuito deste estudo, é demonstrar as razões por que estes não se
enquadram em nenhuma das situações supracitadas, e abordar sobre as
controvérsias que permeiam o tema, demonstrando que a legislação penal carece de
adequação em relação ao tratamento jurídico aplicado no caso de psicopatia.
Neste estudo, adentaremos sobre os psicopatas que cometem crimes, pois
nem todo psicopata comete assassinato, ou se torna um assassino em série, desta
forma, vamos nos aprofundar sobre os denominados “Serial Killers” no sistema judicial
brasileiro.
CAPÍTULO I — PSICOPATA: DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS

A psicopatia não é considerada, por muitos doutrinadores, uma doença mental,


ocasionando divergências sobre o conceito de psicopatia.
A psicopatia também é denominada de personalidade dissocial, personalidade
psicopática, personalidade antissocial, sociopatia e comotranstorno de personalidade
antissocial; na psicologia forense é um assunto muito mencionado e também foi um
termo muito utilizado nos casos forenses.1

1.1 Definição e características de psicopatia

Quando se trata de crimes cruéis, logo cogitamos constantemente criminosos


com um alto grau de periculosidade, e até mesmo portador de doença mental e que
caso continuassem em liberdade, voltariam a delinquir.
O psicopata é aquele que possui disposição para cometer atos ilícitos, é um
transtorno específico da personalidade, existindo a ausência de sentimentos e
insensibilidade aos sentimentos alheios, tornando o indivíduo indiferente a emoções.
Desta forma, psicopatia é a termo usado a descrever indivíduos clinicamente
diagnosticados com comportamentos perversos, e com distúrbios mentais elevados.
Sendo estes literalmente afetados em suas interações sociais.
Esse transtorno é a consequência do subdesenvolvimento da parte do cérebro
responsável pelo controle dos impulsos e da regulação das emoções,desta forma, os
indivíduos que possuem um dano no córtex cingulado anterior, são geralmente
classificados como personalidade psicopática adquirida. Isto significa que a psicopatia
resulta de uma alteração genética, quando o controle de impulsos e de emoções não
se comunicam da forma correta, torna o agente propenso a comportamento
insensível, explicando o nível de crueldade de muitos psicopatas (Firmino, 2017).
Embora esses indivíduos sejam reconhecidos como desprezíveis e insensíveis,
nem todo psicopata é um assassino. Isso porque há diferentes níveis de psicopatia,
estando o serial killer incluído no nível mais grave.
Apesar disso, Hare (2013) afirma que os psicopatas são predadores sociais,
que são manipuladores, e sabem conquistar, os portadores de psicopatia estão, em

1 v. 8 n. 2 (2022) - Psicologia e Saúde em debate


sua maioria, envolvidos em acontecimentos criminosos, que ocasiona muitos
processos judiciais.
Para um conceito correto e uma aplicação da sanção penal adequada,nos casos
de psicopatia, é necessário que seja efetuada uma análise, pela ciência ligada a área
da saúde mental, que podem fornecer um subsídio para qualificação dos autores de
crimes em semi-imputáveis, imputáveis ou inimputáveis.
O psicopata consegue compreender a atitude ilícita do fato delituoso por ele
praticado, entretanto, apesar de consciente da ilicitude, outro fato deve ser observado,
a ausência de controle sobre os próprios impulsos psicóticos. A psicopatia é calculada
por níveis, desta maneira, se tratando destes indivíduos, podem chegar a “picos” que
sejam mais intensos, que levem o agente a cometer homicídios, e até mesmo
homicídios em série.
É definido como crime, um fato típico culpável e ilícito, no âmago dessa tríade
encontra-se a imputabilidade, deste modo, uma pessoa só é considerada penalmente
imputável quando possui a faculdade de entender o caráter ilícito do fato e controlar a
sua vontade, o agente que possui a psicopatia não consegue controlar a sua vontade,
mas reconhece a ilicitude dos atos.
Basicamente há, três vertentes sobre o tema de psicopatia e seu conceito, pode
ser considerada um transtorno de personalidade, doença mental e doença moral.
(Silva, 2008). Os psicopatas são considerados pessoas sem consciência e frios,
consoante a Ana Beatriz Barbosa Silva:
O psiquiatra canadense Dr. Robert D. Hare (1991), na década de 1990,
descreveu algumas das características dos psicopatas, com base em entrevistas
realizadas por ele, em indivíduos do sexo masculino, que se encontravam
encarcerados.
. A avaliação clínica é efetuada com base em tópicos, onde é determinado o
grau e as tendências psicopáticas. Alguns dos principais sintomas e versatilidade
criminal e comportamento transgressivo, insensibilidade e falta de empatia, carência
de remorso ou culpa,egocentrismo e impulsividade.
Com base nas principais características, os psicopatas, tendem a desprezar as
normas da sociedade e não possuem receios, de qualquer forma, sobre suas ações.
CHAVES e MARQUES (2018), abordam que:

(…)indivíduos completamente desprovidos de compaixão, culpa ou remorso


e podem enganar qualquer um, fingindo sentimentos. São pessoas frias,
manipuladoras que pretende único o benefício próprio e se satisfazer, bem
como a seu ego.(…)Esses indivíduos podem ser chamadosde psicopatas.(…)2

Sobre as principais características, Trindade (2010) expõe:

“No eixo do relacionamento interpessoal, costumam ser arrogantes,


presunçosos, egoístas, dominantes, insensíveis, superficiais e
manipuladores; no âmbito da efetividade, são incapazes de estabelecer
vínculos afetivos profundos e duradouros com os outros. Não possuem
empatia, remorso ou sentimento de culpa; na parte relacionada com o
comportamento, são agressivos, impulsivos, irresponsáveis e violadores das
convenções e das leis”.3

Em suma, de acordo com Daynes Kerry (2012), comparando os psicopatas com


criminosos, estes são muito mais propensos a cometer crime com requinte de
crueldade, sendo mais violentos, atrozes e agressivos.
É importante salientar que a diferença dessa anatomia cerebral dos psicopatas
é que eles, diferentemente da sociedade, são seres influenciados pela razão, não
possuindo nenhum tipo de sentimento, nem remorso por atitudes ilícitas cometidas.

1.2 Romantização da psicopatia

Hoje, graças aos documentários e séries que estão sendo feitos para a
divulgação de casos antigos, muitas pessoas criaram interesse neste tema e nesses
indivíduos, hora por espanto e indignação, outros por clamor e admiração, entretanto,
esse “encanto” vem desde os tempos primórdios, principalmente nos meados do
século XIX, em que houve um significativoaumento dos crimes em série.
Os psicopatas são vistos muitas vezes como “vítima da sociedade” ouentão que
matam para satisfazer seus desejos.
Vale frisar o papel de extrema importância que a mídia tem de como
visualizamos aquele respectivo individuo, já que muitas vezes, muitos admiram e
“endeusam”, os psicopatas, pouco se fala das vítimas e das famílias que passaram

2 CHAVES, José, MARQUES, Leonor, 2018, p.7


3 TRINDADE, 2010, p.167
por tais brutalidades, as quais tiveram famílias devastadas e futuros perdidos. É um
tanto contraditório enaltecer assassinos cruéis e frios, e esqueceras reais vítimas.
Muitos dos casos mais conhecidos, ocorreram nos Estados Unidos, com os
documentários e series, são os protagonistas das recriações televisivas,onde a vítima
passa despercebida, fazendo um papel coadjuvante no meio da história que se
embasa na vida e no percurso criminal do homicida.
Alguns dos mais conhecidos psicopatas e assassinos em série televisionados
são:

Ted Bundy — Theodore Robert Bundy (1946 – 1989)

É um dos assassinos/psicopatas mais famosos do cinema, houve uma grande


divulgação de seu caso na época e foi um dos primeiros casos desses agentes que foi
televisionado, então chamou extrema atenção do público.
Ted Bundy foi considerado um dos seriais killers mais famosos, e mais
charmosos, eloquente e bem-sucedido. Ele violentou e matou 36 mulheres, entre1974
a 1978. Assustadoramente, ganhou fãs e muitas pessoas que o apoiassem, após o
filme, muitas declarações absurdas surgiram, como pessoas alegando que não
ligariam de que morressem desde que, quem matasse fosse Ted Bundy.
Gacy ou Palhaço assassino — John Wayne Gacy (1942 – 1994)

Gacy assassinou, torturou, estuprou ao menos 33 adolescentes entre1972


e 1978 no condado de Cook. Ficou conhecido como palhaço assassino, pois
realizava trabalhos de caridade e eventos para obtenção de fundos e festas
infantis nos quais ele se vestia como “Pogo, o Palhaço”. Foi eleito “homem-
chave”, se casou duas vezes, pai de dois filhos, um cidadão que muitos diziam
ser simpático e um “modelo a ser seguido”.
Entretanto, por baixo de todo exemplar de família, um homem casado,pai
de dois filhos, que fazia caridade para as crianças, habitava um psicopata que
sentia prazer em ferir jovens rapazes. Vale ressaltar que Gacy era homossexual
e mantinha sua sexualidade escondida, dizendo respeito a preferência da
sexualidade de suas vítimas.
Após sua morte, ganhou fãs e pessoas que justificavam o porquê de
cometer tantos homicídios, justificando os seus crimes atrozes, por ele não poder
assumir a sua sexualidade e que por isso ele cometia tantos assassinatos em
relação à jovens. Além de pessoas, dizendo que ele sempre será um ícone da
cultura pop, pois depois desse caso forram feitos inúmeros filmes com o tema de
palhaço assassino, como, por exemplo, It: A Coisa.
Jeff Dahmer — Jeffrey Lionel Dahmer (1960 – 1994)

Não podemos deixar de citar o psicopata mais conhecido atualmente,por


conta da séria que está em evidência, com um grande clamor público.
Dahmer foi uma criança que teve uma vida extremamente conturbada, e
sempre teve desejos estranhos desde a sua infância, alguns psicólogos
acreditam que como a mãe do Jeff era alcoólatra e que vivia a base de remédios,
incluindo quando estava grávida dele, isso acabou influenciando no adulto que
se tornou.
Dahmer assassinou 17 homens e garotos, seus crimes eram
particularmente hediondos, envolvendo estupro, necrofilia e canibalismo. Foi
preso tardiamente, pois na época em que viveu, o policiamento em regiões que
vivem pessoas negras e latinas era escasso, então mesmo com uma quantidade
significante de pessoas sumindo, não era notificado na mídia, muito menos era
feito uma busca pelas pessoas, mesmo quando tinha denúncia. Dahmer, por ser
um homem branco, não era considerado um suspeito, os policiais não
desconfiavam que ele era um psicopata, já que diziam que “Ele não tinha
aparência de um psicopata”.
Depois que a série foi lançada e a figura do Jeff Dahmer virou um ícone
pop e entrou em ascensão, muitas pessoas começaram a achar que ele era uma
“real representatividade das vontades e dos desejos humanos”, começaram a
fazer tatuagens dele e a tentar comprar os itens que ele tinha usado ou que
estavam em sua casa. Esse ensejo de saber mais sobre o psicopata não ocorreu
somente agora, com o lançamento da série, mas tambémna época em que tudo
aconteceu, ele ganhou muitos fãs que mandavam dinheiro, roupas íntimas,
cartas e pediam para que ele assinasse bens como uma blusa, carta e que
retornasse as mensagens, etc.
Em suma, percebesse que a vida da vítima vale menos do que a de um
impiedoso de um psicopata, pois em todos esses casos abordados, quando
relatados na televisão, as vítimas são passageiras, são apenas coadjuvantes na
história dos psicopatas, é necessário dar uma maior atenção aos vulneráveis,
quais sejam, as vítimas e familiares dos lesados. Afinal, o clamor público parece
muito maior quando o criminoso é a parte passiva no fenômeno midiático.

1.3 Meios de tratamentos

Oscar de Placido e Silva (2011) aborda não haver sinais de tratamentos


que sejam realmente eficazes para os casos de psicopatia, não é de
conhecimento algo que reduza a violência ou a criminalidade do ato, desta forma,
ineficaz qualquer tentativa de cura.
Portanto, procuram o domínio do indivíduo estabelecendo o
distanciamentosocial, pois a probabilidade do agente voltar a delinquir é evidente,
não sendo uma boa solução, a reabilitação.
Segundo Eduardo Szklark (2009) os psicopatas necessitam de uma
supervisão constante e rigorosa, pois qualquer deslise nos casos que envolvem
esses agentes, pode gerar consequências terríveis, as medidas punitivas não se
mostram eficientes nesses casos, já que não se consgue eliminar a reincidência
dos crimes.
Cema Cardona Gomes (2010) diz não haver, entendimento específico
para os casos de psicopatia, já que não possui tantos estudos, referente a esse
tema. Desta forma, como os tratamentos não são eficazes e acreditando ser
impossível a cura do indivíduo, é necessárioo encarceramento destes.
Os psicopatas são considerados os criminosos com mais periculosidade
e maior reincidência, segundo Fiorelli e Mangini:

“[…] dificuldade de essas pessoas aprenderem com experiência,


sendo que invenção da terapêutica, em geral, não alcança os valores
éticos e morais comprometidos.”4

Sinteticamente, os agentes acabam voltando para a cadeia, já que não há


tratamento para que os psicopatas voltem a viver em sociedade, assim sendo,
influenciam prejudicialmente, outros detentos a continuar a delinquir e também
sendo vistos geralmente como uma autoridade no presídio, visto que são
manipuladores.
Apesar disso, é de suma importância, ressaltar que existem programas
que auxiliam o psicopata a aprendem a usar o mecanismo psicológico,entretanto,
esse programa não é aconselhado para os adultos, que possuem esse distúrbio,
dado que pode agravar a situação que visa melhorar, tornando o individuo mais
periculoso, uma vez que este tratamento pode fazer com que a manipulação das
vítimas seja facilmente executada.
Porém, mesmo que não há sinais de tratamentos que sejam realmente
eficazes para os casos de psicopatia, ocorre a tentativa de tratamento de
maneirais diferentes.
O primeiro tratamento é com o uso de medicamentos, para afastar o
agente de alguns sintomas que façam agir de maneira agressiva, um exemplo
de tratamento dado aos psicopatas, é a farmacoterapia; a terapia familiar
também é utilizada nesses casos, e é a mais utilizada, para indivíduos com leve
grau de psicopatia, pois a chance de ser mais eficaz esse tipo de tratamento
familiar, nesses casos é maior; terapia ambiental e residencial utiliza no meio
onde o individuo vive para trata-lo, pois o ambiente em que se reside tem grande
influência sobre o comportamento; terapia cognitiva comportamental exercida
em conjunto com a terapia ambiental e residencial. Na maioria das vezes o
tratamento, além de ser intenso, não tem uma previsão de alta.

4 FIORELLI; MANGINI, 2009, p. 107


1.4 Laudos psicológicos e diagnóstico

É utilizado hoje em dia o método bio-psico-social na tentativa de


compreender com mais precisão as pessoas, suas atitudes e os fatores que
influenciam em seu comportamento. Esse método utiliza doenças cronicas
hereditárias, genética, fatores bioquímicos, entre outros, e a formação da mente
e da função cerebral, ocorrendo então a verificação da influência neurológica no
comportamento e nas atitudes das pessoas, por fim o fator social é o meio onde
a pessoa convive, até que ponto influência nas suas escolhas.
Esse estudo possui uma relevância, pois acreditavam que a psicopatia era
hereditária, e por conta disso, diversos pesquisadores começaram a estudar o
cérebro dos psicopatas.
Com base nos estudos feitos pela Universidade de Iowa, a pesquisa
revelou que os indivíduos que possuem transtorno da personalidade antissocial,
dispõe de uma má formação do lobo frontal, essa é a parte que apresenta um
desenvolvimento menor do que o normal, assemelhando-se ao desenvolvimento
primata, entretanto a causa desta má formação ainda não é conhecida.
Essa alteração cerebral, seja ela por causa superveniente do lobo frontal
ou por má formação, ocasiona comportamentos distintos das pessoas
consideradas normais, como: aumento da impulsividade, perda do autocontrole,
dificuldades em reconhecer a culpa, dificuldades em avaliar as consequências
dos atos praticados, incapacidade de aprendizagem com a experiência, e
ocasiona ainda, um aumento na agressividade. Existem falhas no superego
quando se trata de psicopatia, superego, em razão da ausência de consciência
ao julgar o que é aceito ou não pela sociedade, ou seja, incapacidade de
distinguir o que é certo e o que não é.
O Diagnostic and Statical Manual of Mental Disorders — DSM IV,
apresentou alguns critérios de diagnósticos do Transtorno da Personalidade
Antissocial:

“Um padrão global de desrespeito e violação dosdireitos dos outros,


que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos
seguintes critérios:
incapacidade de adequar-se às normas sociais com relação a
comportamentos lícitos, indicada pela execução repetida de atos que
constituem motivo de detenção, propensão para enganar, indicada por
mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para
obter vantagens pessoais ou prazer, impulsividade ou fracasso em
fazer planos irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas
lutas corporais ou agressões físicas desrespeito irresponsável pela
segurança própria ou alheia irresponsabilidade consistente, indicada
por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral
consistente ou de honrar obrigações financeira, ausência de remorso,
indicada por indiferença ou racionalização por ferir, maltratado ou
roubado alguém.O indivíduo tem no mínimo 18 anos. Existem
evidências de Transtorno de Conduta com início antesdos 15 anos. A
ocorrência do comportamento anti- social não se dá exclusivamente
durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco.”5

Esse DSM — IV é um instrumento importante na vida profissional do


psiquiatra, seja atuando em casos particulares, seja atuando como peritos
nomeados pelos juízes, quando necessário averiguar o individuo.
Davoglio (2010), diz que é um grande desafio avaliar aspectos de
personalidade, pois a avaliação psicológica necessita de uma grande atenção, e
existe a chance de diferentes informações e avaliações com base no sujeito
analisado. A psicologia individual é de relevante interesse à análise atenta do

5CLECKLEY ao DSM-IV-TR: a evolução do conceito de psicopatia rumo à medicalização da


delinquência
sujeito a ser investigado a partir do momento de sua entrada na sala de exame,
pois como esses indivíduos tendem a ser extremamente manipuladores,
pretendem controlar suas verbalizações, simular e dissimular, manipular
resposta e ter total comando sobre suas reações durante a perícia.
Desta forma, Davoglio (2010), entende que um autor de um ato criminoso
aos olhos do judiciário, com a responsabilidade de coordenar o caso,tem o ponto
de vista legal, mas sai de âmbito jurídico quando envolve a capacidade de
julgamento ou até de autocontrole na avaliação da responsabilidade legal que
se usa a análise da capacidade mental do indivíduo.
Em suma, é difícil a análise comportamental, observasse que tais
individualidades, afetivas e interpessoais, exigem do avaliador maior
competência, e um cuidado especial ao cuidar desses indivíduos, para que o
diagnóstico seja o mais preciso possível.

CAPÍTULO II — PSICOPATIA NO SISTEMA JURÍDICO PENAL

O crime é uma atitude que causa um dano a um bem protegido por lei, desta
forma, quando algum indivíduo exerce algo contra a lei, recebe uma punição.
Nucci disserta que:

“(...) o conceito de crime é artificial, ou seja, independe de fatores


naturais, constatados por um juízo de percepção sensorial, uma vez
que se impossibilita classificar uma conduta, ontologicamente, como
criminosa.”6

2.1 Psicopatia no sistema jurídico

O código penal não viabiliza umconceito correto de crime, em sua lei de


introdução diz que ao crime, se reserva uma pena de detenção ou reclusão,
podendo ser cumulativa com a pena de multa, portanto, o conceito disposto é
abalizadamente doutrinário (GREGO, 2011).

DECRETO-LEI Nº 3.914, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1941:


Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de
reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou

6 Guilherme de Souza Nucci, 2011, p. 172


cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal
a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa,
ou ambas as alternativas, ou cumulativamente. 7

O crime pode ser definido de três formas, sendo, formal, analítico e


material. O crime formal, é aquele que a lei estabelece uma ação e um resultado,
mas em seu dispositivo fica determinado que se consuma o ato no momento da
ação; O crime analítico é aquele que o indivíduo comete uma omissão ou ação
que seja culpável, típica ou ilícita; E o crime material é consumado com a
produção do resultado naturalístico, em suma, aquele que para ser consumado,
necessariamente precisa de ação, como exemplo a morte no homicídio.
O indivíduo que comete uma infração penal, ocorre a imposição de uma
sanção pelo estado, que ocorre através da ação penal. Mesmo que a
responsabilidade de punir seja do estado, a pena só deve ser imposta
respeitando os limites estabelecidos pela Constituição Federal (GRECO, 2014).
O direito penal foi criado para proteger bens necessários e importantes
para a sobrevivência da sociedade, sendo estas essências tanto para o indivíduo
quanto para a sociedade. (GRECO, 2010)

2.2 Tratamento jurídico do psicopata

É de suma importância ressaltar que a finalidade da pena, é punir,


prevenir a prática de qualquer outro delito e ressocializar, entretanto, o Brasil
encontra dificuldades em ressocializar os agentes, principalmente pelo fato de
após libertos, não conseguirem ingressar no mercado de trabalho, o que resulta
muitas vezes, na reincidência, na prática de crimes (CAPEZ, 2014).
Com base nos documentários e as séries atuais, muito se fala sobre os
crimes cometidos por psicopatas, e também a ineficácia das sanções aplicadas
para eles, a debilidade do ordenamento jurídico brasileiro quando se trata desses
indivíduos e vasta.
No âmbito do direito e da medicina, a psicopatia não diverge da
abordagem dada as patologias psíquicas, ou seja, indivíduos que possuem
instabilidade moral, características antissociais, eram tidos como loucos, e não

7 BRASIL, 2017
se mostra cabível de punição. Da mesma forma, são reconhecidos como
criminosos, por este lado, é passível de penalidades em concordância com os
estudos desenvolvidos por Clekley, em 1941. (CLEKLEY, 1988)
É manifesto que um sábio legislador, tem que impedir o mal antes de
repará-lo, prevenir os crimes a ter que puni-los, pois uma boa legislação é a arte
de proporcionar aos homens o maior bem e preservá- los de todos os
sofrimentos a que lhes possam causar, é para tanto, as leis deveriam ser simples
e claras e a nação deveria estar pronta para defendê-las (CAPEZ, 2015).
É necessário enfatizar que como o direito deve ser aplicado e lido
multidisciplinar mente, sempre considerando o posicionamento dos
doutrinadores e especialistas da área psiquiátrica, pois o individuo que possui o
transtorno de psicopatia é considerado inapto de controlar seus impulsos, desta
forma, deve ser visto pelo legislador como semi-imputável. Nada obstante, é
sabido que o direito é uma ciência mutável, desta forma, tem que ser aplicado
segundo a adequação social, neste seguimento, os aplicadores do direito
necessitam se manter sempre atualizados, para e evolução dos estudos
científicos, que pode resultar na alteração da aplicabilidade lei, sendo tanto mais
rígido quanto mais brando.
Quando relacionamos os estudos psiquiátricos a aplicabilidade do direito
penal, nos deparamos com grandes controvérsias, os doutrinadores de
psiquiatria, possuem a unânime visão a despeito do transtorno de personalidade,
que os indivíduos são inteiramente capazes de entender o caráter ilícito de sua
conduta delitiva, entretanto é incapaz de controlar seus impulsos.
Corroborando este entendimento, Hare (2013, p. 38), preceitua que o
comportamento dos psicopatas “(…) é resultado de uma escolha exercida
livremente”. A perturbação mental tratada pelo artigo 26 do CP, parágrafo único,
é um termo que compreende as gradações existentes entre a doença mental
plena e a normalidade, compreendendo indivíduos conhecidos como fronteiriços.

Morana (2006) preceitua dois pontos importantes :

“os transtornos de personalidade não são propriamente doenças, mas


anomalias do desenvolvimento psíquico, considerados perturbação da
saúde mental” e que “a capacidade de entendimento depende
essencialmente da capacidade cognitiva,que se encontra, preservada
no transtorno de personalidade antissocial, bem como psicopata”.8

Vale frisar, que a doença mental no Código Penal Brasileiro, conforme


mencionado, é considerada causa de exclusão da culpabilidade.

2.3 Imputabilidade x semi-imputabilidade x inimputabilidade

Frente a tudo que foi apresentado, ainda persiste a dúvida: onde os


psicopatas se enquadram ? Semi- imputáveis, inimputáveis ou imputáveis?
Um questionamento relevante, pois se faz necessário, para delinear a
sanção penal. No código penal brasileiro é difícil enquadrar o psicopata na semi-
imputabilidade, imputabilidade ou na inimputabilidade. Em seus artigos 26 a 28,
discorre sobre a imputabilidade penal, em suma, para que um indivíduo seja
responsabilizado, por um fato típico e ilícito, é indispensável que seja imputável.
Pois como já citado, a lei penal brasileira, não traz consigo possibilidades de
punição que trate exclusivamente a psicopatia, sendo visto, no código penal,
como um tipo de distúrbio de saúde mental, no caso, um transtorno.
A imputabilidade denota a possibilidade de atribuir a autoria ou
responsabilidade de um ato criminoso a alguém.
O código penal, em seu texto, não define expressamente a
imputabilidade penal, a não ser por exclusão, trazendo apenas as excludentes
de imputabilidade.
Evidenciasse a responsabilidade daqueles que praticam atos ilícitos,
sendo relevante que tenham consciência de suas ações e a intenção de executá-
las, sendo a consequência uma punição, seja ela direta ou indireta, respondendo
rigorosa e igualmente ao demais perante o nosso ordenamento jurídico, pois
indivíduos que praticam atos que possam ferir a sociedade, individual ou
coletivamente, fica disposta a receber punições.
Vale salientar, que o código penal brasileiro, atribui a inimputabilidade do
agente é aquele que por anomalia psíquica, retardo mental não pode responder
por si judicialmente.
Desta forma, são considerados inimputáveis nos termos da lei os menores

8MORANA, Transtornos de personalidade, psicopatia e serial killers. Revista Brasileira de


Psiquiatria, São Paulo, v. 28, supl.2, p. 74-79, 2006
de 18 anos, em regra, estes não poderão ser punidos ao praticar ilicitudes, de
acordo com Código Penal, no artigo 26.
Contudo, com base no mencionado artigo, a psicopatia não se enquadra
mas como um transtorno de personalidade, para utilizar a instituição da
inimputabilidade é preciso que o agente não entenda o carácter delituoso do fato,
sendo comprovada a inimputabilidade, deve o indivíduo ser absolvido nos termos
do art. 386, inciso VI, do Código de Processo Penal.
Ainda asssim, mesmo com a inimputabilidade, pode ser sancionado
penalmente por meio da aplicação da medida de segurança, essa sanção se
baseia no juízo de periculosidade. Porém, essa situação não se enquadra no
caso de psicopatia, pois estes, no que lhe concerne, possuem a capacidade de
entender a gravidade de suas ações.
É evidente que o maior ponto de divergência dos doutrinadores é o caso
da imputabilidade ou semi - imputabilidade, afinal existem duas correntes
coerentes sobre o tema.
A primeira corrente acredita que os psicopatas são imputáveis, pois é
evidentemente existe um transtorno e não é considerado uma doença mental,
este transtorno não demostra nenhum sintoma, e só é manifesto pelo
comportamento reprovável do psicopata socialmente.
Consoante com o texto legal do artigo 26, o código penal, não tem norma
específicasobre este inerente tema, por este motivo, a primeira corrente, não
interpreta o artigo 26, porque a psicopatia, do ponto de vista, os psicopatas não
se enquadram.
Sucintamente, para que a psicopatia fosse reconhecida como
inimputabilidade, deveria se enquadrar nos termos expressos em lei, o que não
é o caso, pois um psicopata, age premeditadamente, e essa corrente acredita
que esses indivíduos possuem consciência de seus atos, mas infringem as
normas apenas para satisfazer suas vontades e atingir seus objetivos.
Neste contexto, verificasse também que as estruturas que os
psicopatas são direcionados como criminosos comuns, e isso não surte efeito,
já que os casos deste tipo de transtorno, não possuem tratamentos eficazes,
acarretando a impossibilidade da aplicação de medida de segurança.
A melhor alternativa, nesta corrente, é a pena privativa de liberdade, pois
acreditasse ser a única maneira de se punir o agenteatualmente, porém esses
indivíduos quando colocados com criminosos comuns, acabam se destacando
dentro das penitenciaras, por dispor de potencial de persuasão sobre os outros
presos, atrapalhando e comprometendo ressocialização dos demais,
incentivando rebeliões, também é notória a carência do ordenamento jurídico
sobre esses casos.
Essa corrente, também ressalta que existe uma incapacidade do
psicopata de aprender com os erros e os atos ilícitos, já que não possuem o
sentimento de culpa ou arrependimento, desta maneira, fica evidente a
impossibilidade de ressocialização.
Todavia entendesse haver uma necessidade de criar leis específicas para
a punição e o tratamento de agentes portadores de psicopatia.
A segunda corrente e majoritária, acredita que esses agentes são semi-
imputáveis, respaldado no artigo 26, o psicopata, nessa corrente, é considerado
semi-imputável, visto que, consiga comprovar que no momento do ato, o
índividuo não compreende “parcialmente” o caráter ilícito do crime, este se
enquadraria no disposto do artigo 26, pois levando em consideração o disposto
neste artigo, somente a perturbação, desenvolvimento mental incompleto e o
retardado não são requisitos o suficiente para realizar a aplicabilidade. Vale
salientar que os tribunais seguem o mesmo entendimento e também classificam
o psicopata como semi-imputável,
Sintetizando a sua culpabilidade não é excluida, mas a sua
responsabilidade é diminuída, recapitulando, a responsabilidade diminui por agir
comculpabilidade,sendo constatado a semi-imputabilidade, o juiz deverá reduzir
a pena de1/3 a 2/3 ou impor medida de segurança.
Se trantando desses individuos acometidos de psicopatia, o Supremo
Tribunal Federal já se manifestou pelo indeferimento de livramento condicional
a do agente possuidor de psicopatia, dado que, ele não estaria apto ao convívio
social. No entanto, a medida de segurança pode ser considerada uma forma de
punis os agentes infratores e portadores de algum tipo de enfermidades mentais
e distúrbios.
No caso da medida de segurança, é de suma importância, que seja
indicado,por laudo, a medida de segurança como opção, não obstante, pode ter
a pena reduzida. Muitos doutrinadores divergem sobre o tema, como, Damásio,
Mirabete, Fragoso, entre outros, poém em sua maioria qualificam o psicopata
como semi-imputáveis.

CAPÍTULO III — POSIÇÕES DOUTRINÁRIAS E


JURISPRUDENCIAIS

Com base na divergência sobre a imputabilidade, as posições doutrinárias


e acerca do tratamento da psicopatia, também geram desentendimentos, já que
possuem o objetivo de entender como é a aplicação da medida de segurança ou
penas aos psicopatas.

3.1 Aplicações de medida de segurança

Satriuc (2016), diz que no desenvolvimento do direito implementou os


princípios e pressupostos dos limites à intervenção estatal, ou seja, à liberdade
individual e evitando-se as penas consideradas cruéis, desta maneira, a
Constituição Federal de 1988 no seu artigo 1, caput que qualificam o Brasil como
Estado Democrático de Direito, onde se limitam a princípios do poder punitivo
estatal. Desta forma, é evidente a necessidade de relacionar as consequências
jurídico-penais para a inimputabilidade e a culpabilidade diminuída,
esclarecendo a mudança de execução penal no Brasil. Vale ressaltar que no
tempo em que surgiu o código penal, foi amparado pelo ordenamento jurídico
brasileiro o sistema do duplo binário de aplicação de penas, que, ou seja,
facilitava a aplicação da pena pelo ato ilícito e logo em seguida surgia a aplicação
da medida de segurança.
Os doutrinadores, majoritariamente, enquadram a psicopatia como semi-
imputabilidade, destarte, a pena do psicopata poderá ser reduzida de um a dois
terços, conforme o disposto no artigo 26, parágrafo único do Código Penal, ou a
pena deve ser substituída por medida de segurança, enquadrando estes na
culpabilidade diminuída, como discorre a doutrinadora Claudia Silva(2012).
Delmanto (2007), configura os psicopatascomo sendo indivíduos que comentem
atos reprováveis sem entender o que estão fazendo, ou por não conseguirem
conter seus impulsos.
Aos olhos do direito penal, pessoas que possuem transtorno de
personalidade são consideradas dotadas de capacidade, compreendedor do
ilícito cometido, portanto, imputável. Entretanto, o atual entendimento preceitua
que o apenamento adequado para os casos que envolvam o tema em comento
seja perda da liberdade ou a aplicação das chamadas medida de segurança.
O nosso código penal adota o sistema vicariante, desta forma, a medida
de segurança, não poderá cumular pena, desta forma a primeira tem caráter
retributivo-preventivo e a segundasomente de natureza preventiva.

“socialmente o delinquente, a Medida de Segurança possui natureza


essencialmente preventiva, no sentido de evitar que um sujeito que
praticou um crime e se mostra perigoso venha a cometer novas
infrações penais.”9

Mirabete(2010) discorre que:

A medida de segurança é uma sanção penal e, embora mantenha


semelhança com a pena diminuindo um bem jurídico, visa
precipuamente à prevenção, no sentido de preservar a sociedade de
ação de delinquentes temíveis ou de pessoas portadoras de
deficiências psíquicas, e desubmetê-las a tratamento curativo.10

Partindo deste intendimento, Mirabete conceitua que a punição do


sistema brasileiro para os psicopatas que cometem atos ilícitos são as medidas
de segurança, com base no artigo 97, do Código Penal.
Vale salientar, se tratando da medida de segurança, o manicômio judicial
já foi extindo, desta maneira, não pode ser considerado uma possibilidade,
atualmente temos o hospital de custódia e o tratamento psiquiátrico.
Existem duas espécies de medida de segurança, a internação em hospital
de custódia e tratamento psiquiátrico, denominada de medida de segurança
detentiva, ou na falta deste, em estabelecimento adequado, para os crimes
apenados com reclusão e há também o tratamento ambulatorial, denominado de
medida de segurança restritiva, para os crimes com pena de detenção
(Brasil,1940). Os hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico estão previstos
no artigo 99 da Lei de Execução Penal.
Constitui-se em uma medida de punição para crimes cometidos por
pessoas consideradas inimputáveis ou semi-imputáveis, e mantém simetria à

9 DAMÁSIO, 2005, p. 589,


10 MIRABETE, 2010, p 265
pena no que discorre a redução de um bem jurídico, ou seja, uma sanção penal,
contudo sua natureza é absolutamente preventiva. Desse modo, o cumprimento
em cadeia pública para um portador de psicopatia não é eficaz, e por isso é
necessário a substituição da pena preventiva de liberdade por medida de
segurança, pois o tempo em que o indivíduo estiver encarcerado, não irá gerar
bons resultados, em razão de umas das características dos psicopatas e umas
das mais importantes, o não aprendizado com a punição, fazendo com que o
ensejo do psicopata de retornar a sociedade se torne cada vez maior, e acabe
reincidindo a cometer crimes.
A medida de segurança perdura enquanto dura a periculosidade do
agente, ou seja, é aplicada por tempo indeterminado. Mas a jurisprudência segue
o entendiento de que não pode ser aplicado por tempo superior, ao tempo utilizado
para as penas de restrição de liberdade.
Desta maneira, o psicopata tem a sua garantia, sobreposta a segurança
da coletividade, o que diverge de maneira direta com do princípio geral do direito,
sendo a primazia do interesse coletivo sobre o bem individual. (AGUIAR, 2008)
Greco (2015) aborda que:

Ao inimputável que pratica um injusto penal o Estadoreservou a medida


de segurança, cuja finalidade será levara efeito o seu tratamento. Não
podemos afastar da medida de segurança, além da sua finalidade
curativa, aquela de natureza preventiva especial, pois, tratando o
doente, o Estado espera que este não volte a praticar qualquer fato
típico e ilícito.11

O sistema penal brasileiro tem a medida de segurança como oprincipal


tratamento da cura do psicopata, acreditando que ele possa ser reinserido na
sociedade, logo após se submeter a tratamentos ambulatoriais. Porém, é
evidente que o código penal brasileiro, considera a gravidade da infração e não
a periculosidade do indivíduo.
Indivíduos tidos como possuidores de distúrbios, sejam eles mentais,
sociais, de personalidade, ou qualquer outro, que o levaram ao cometimento de
algum tipo de crime, aplica se as medidas de segurança, que visa proteger a
sociedade, já que retira o agente do meio social, como já citado, esses agentes,
possuem a capacidade de distinguir o ato lícito do ilícito, não possui controle

11 GRECO 2014, p. 659


sobre seus impulsos psicóticos. Vale mencionar que após a perícia psiquiátrica,
poderá ser o agente acometido pelo transtorno de personalidade ter sua pena
substituída por medida de segurança. A medida de segurança tem um período
de duração indeterminado, ou seja, só será extinta quando cessada a
periculosidade do agente, comprovada por perícia, não devendo ultrapassar a
pena máxima abstratamente culminada.
Araujo (2014) acredita que nos casos de psicopatia, deve ser criado um
tipo específico de medida de segurança para o tratamento dos psicopatas, essa
medida será aplicado em casos que o psicopata fosse condenado e transitado
em julgado, e esse crime, hediondo, necessitaria ser comprovado por laudo
medico pericial, que o agente é portador de transtorno psicótico, e que neste
laudo indicasse um local de internação adequado para o tratamento. Em suma,
cessada a periculosidade e sendo comprovado medicamente, poderá ter
determinação da desinternação por sentença, proferida pelo Juízo competente
e a liberação se dará apenas após trânsito em julgado desta sentença, artigo
179 da Lei de Execução Penal.

3.2 Reincidir o psicopata na sociedade

Se tratando de reincidência a sociedade, é notório que o psicopata é


considerado pelos doutrinadores como semi-imputável, devido sua incapacidade
de controlar suas vontades a praticar crimes, estímulos que não tem sua
capacidade excluída, assim tendo a oportunidade de ter sua pena reduzida ou
ser enviado para um hospital de custódia, mas como não existe prisão especial
para psicopata eles se juntam aos criminosos comuns, como dispõe o artigo 26
do código penal.
No sistema penal brasileiro, não há um tratamento adequado para o
indivíduo que possui psicopatia, muito menos métodos punitivos, sendo
necessário a criação para que o estado consiga prestar uma maior assistência
para esses indivíduos. A solução atual, é de encarcerar os psicopatas com os
criminosos comuns, não sendo essa de forma alguma uma boa solução já que
são completamente manipuladores e esses presos podem ser entusiasmados a
praticarem mais crimes ainda, desta maneira, pode ser comprometido a paz do
ambiente.
Algo que seria frutífero nessa realidade, seria essas prisões darem um
apoio com uma atenção especial para tratamentos médicos e psicológicos para
esses agentes.
A punição nos casos de psicopatia, não fazem sentido, sendo uma
escolha melhor o tratamento do psicopata, no caso as medidas de segurança
que contemplam todos os Códigos Penais, inclusive o Código Penal brasileiro.
A psicopatia é um tema que deixa muitas áreas sem respostas, pois não existe
um tratamento que seja eficaz em sua totalidade quando se trata desses casos,
não gerando bons resultados, atualmente utilizam remédios para o controle dos
impulsos e extintos.
Desta forma, neste cenário, a melhor solução seria o cuidado e tratamento
especial, com indivíduos possuidores de psicopatia, com o acompanhamento de
medicamentos e as terapias estabelecidas, fazendo com que o grau de
periculosidade do indivíduo seja diminuto durante o período que estiver
encarcerado, até a sua reinserção na sociedade.

Conclusão

Diante o exposto, verifica-se um ordenamento jurídico pátrio onde há uma


falta de distinção legal, quando o assunto é a responsabilidade penal do
psicopata, não foi explorado esse tema, no sistema judiciário e na legislação
penal. Para uam forma eficaz de tratar a psicopatia, se faz necesário a criação
de criação de presídios para esses agentes, pois como já citado ao longo do
estudo, a junção desses agentes e criminosos comuns, acaba atrapalhando a
evolução dos presos comuns, entretanto, é necessário trazer para sociedade as
noções básicas sobre a psicopatia, a fim de que seja criado algo específico para
esses indivíduos.
Restou claro que a psicopatia, é um transtorno de personalidade e não
uma doença mental, nesses casos, o indivíduo é desprovido da consciência
moral, ética e humana.
Porém, sob os olhos do direito, os juízes e doutrinadores, manifestam-se
de formas divergentes, enquadrando-os ora como imputáveis, ora como semi-
imputáveis, colocando em evidência as divergências de posições adotadas pelo
judiciário e pelos doutrinadores, trazendo ainda mais polêmica ao tema. Deste
modo, a psicopatia ou transtorno de personalidade antissocial, é uma incógnita
para o direito, portanto, foi evidenciado que o ordenamento jurídico vigente,
ainda não conta com uma conceituação precisa da psicopatia, dificultando a
aplicação do direito no caso concreto.
Os psicopatas não são somente aqueles que cometem crimes hediondos,
pois existem níveis de psicopatia, assim como existem psicopatas que podem
nunca chegar a delinquir. Estudando o comportamento desses indivíduos, ocorre
a reflexão sobre quais seriam as sanções mais adequadas para repreender tais
impulsos, sendo a medida de segurança, atualmente, a melhor alternativa, se
devidamente adequada a semi-imputabilidade, prevista no artigo 26 do Código
Penal.
Como revelou o estudo, ausência de uma definição no direito penal
quanto à culpabilidade dos autores psicopatas, mostrou-se tema divergente,
o posicionamento majoritário dos especialistas acreditam que mesmo com a
perturbação mental não exime a capacidade de discernimento do agente
criminoso, o que é extremamente relevante para enquadra-los como semi-
imputáveis.
Os agentes cometidos de psicopatia, não possuem um lugar definido no
sistema criminal, recebendo tratamento igual aos demais, quando deveriam ser
tratados como desiguais dentro de suas desigualdades.
Os psicopatas quando colocados em penitenciárias comuns, podem
comprometer a ressocialização dele e de outros presos, pois esses indivíduos
possuem um potencial de persuasão.
Nesta conjuntura, verifica-se que ambas não alcançam suas finalidades,
nem ao menos a pena ou a medida de segurança impostas aos psicopatas,
dentro do que rege o direito penal, no aspecto da prevenção que visa a
convencer o individuo a não cometer novos delitos, ou no aspecto da
ressocialização e reinseri-lo na sociedade.
Esses individuos que cometem crime, e que possuem esse transtorno,
existem duas medidas cabivéis, sendo essas, a pena, redução da pena de um a
dois terços, ou medidas de segurança, sendo ou a internação em hospital de
custódia e tratamento psiquiátrico, ou o tratamento ambulatorial, como dispõe o
artigo 26.
Vale ressaltar que o nosso ordenamento jurídico adota o sistema
vicariante a pena não pode cumular com a medida de segurança.
É evidente que a medida de segurança, não é a melhor solução para
indivíduos com psicopatia, porém, no atual cenário, é a opção mais sensata.
Não obstante, não pode ser ignorado as normas a respeito deste tema,
mesmo que a visão garantista, a maioria dos operadores do direito, bem como
da sociedade, não podemos nos olvidar de realizar a leitura multidisciplinar da
legislação pátria, sob o manto da Constituição Federal.
A Carta Maior preceitua em seus artigos art. 1º e art. 5º o princípio da
dignidade da pessoa humana, e o princípio da igualdade, princípios basilares do
Direito, que não podem ser afastada aplicação do Direito Penal, considerado
sempre a última ratio. Pois o individuo, mesmo com o transtorno, ainda é
considerado titular de dignidade, por ser humano.
Perante o exposto, se faz indispensável a adequação da legislação penal, e a
restruturação necessária nos hospitais de custódia para os indivíduos
acometidos de psicopatia, sem embargo, devem ser vistos, aos olhos do
legislador, como semi-imputáveis, com base no posicionamento majoritário dos
especialistas da área psiquiátrica. Apesar disso, não devem ser encerradas as
discussões sobre qual a melhor solução para esses agentes, para ser
encontrado um ponto de equilíbrio entre a medida de segurança e a pena de
prisão, considerando que são indivíduos, que mesmo sendo autores de crimes
bárbaros e cruéis, são titulares de direitos fundamentais, como a dignidade da
pessoa humana.
Referências

• HARE, ROBERT D. Sem consciência: o mundo perturbador dos


psicopatas que vivem entre nós. Porto Alegre: Artmed, 2013.

• SILVA, Ana Beatriz Barbosa, Mentes Com Medo. Da Compreensao A


Superação, 2006

• PRADO, Luiz Régis. Curso de Direito Penal Brasileiro. Parte Geral.


Editora Revista dos Tribunais, 2000

• SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado.


2. ed. São Paulo: Globo, 2014.

• SHINE, Sidney Kiyoshi. Psicopata. São Paulo: Caso do Psicólogo, 2000.


SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. – Ed.
de bolso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.

• CHAVES José Péricles, MARQUES Leonor Matos. Psicopatas: como são


tratados no sistema penal brasileiro. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-172/psicopatas-como-sao-
tratados-no-sistema-penal-brasileiro/

• SILVA, César Dario Mariano da. Manual de Direito Penal: Parte Geral e
Parte Especial do Código Penal.. 7. Ed. Rio de Janeiro: GZ, 2011.

• TRINDADE, Jorge, TítuloManual de psicologia jurídica, 2010,

• KARENINA Anna de oliveira vieira. A ANÁLISE DA IMPUTABILIDADE DO


PSICOPATA SOB O PRISMA DA LEGISLAÇÃO PENAL BRASILEIRA.
Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/35462927/artigo-a-
analise-da-imputabilidade-do-psicopata-sob-o-prisma-da-legislacao-penal
• SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado.
Ed. de bolso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.
• FIORELLI; MANGINI, Psicologia Juridica-1ªED, 2009

• NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito pena: parte geral e parte


especial. São Paulo: Imprenta, Revista dos Tribunais, 2012.

• ZAFFARONI, Eugênio Raul. Manual de Direito Penal Brasileiro – Volume


1 – Parte Geral, 9º Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.

• Manual de Direito Penal Parte Especial Vol II 27ª Edição de Julio Fabbrini
Mirabete pela Atlas, 2010

• JESUS, Damásio E. de. Direito Penal: parte geral. 28 Ed. V. 1. São Paulo:
Saraiva,2005.

• SATRIUC, Marisa Ferreira. O psicopata no ordenamento jurídico


brasileiro, 2016,

• MELIÁ, Manuel Cancio. Psicopatía y Derecho penal: algunas


consideraciones introductorias. In: CRESPO, Eduardo Demetrio (Org.).
Neurociencias y Derecho Penal – nuevas perspectivas en el ámbito de la
culpabilidade y tratamiento jurídico- penal de la peligrosidad. Madrid: Edisofer,
S.L., 2013.

• CLECKLEY, Hervey. The Mask of Sanity: An Attempt to Clarify Some


Issues About the So-Called Psychopathic Personality.5th. Augusta, Georgia:
[s.n.], 1988.

• CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte Geral. 19 ed. São Paulo:
Saraiva, 2015, p. 327.

• BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado, 7ª Ed. São


Paulo: Saraiva, 2012.
• BRASIL. Código Penal Brasileiro. DECRETO-LEI nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940.

• LUIZ José Junior. Análise minuciosa sobre imputabilidade no universo


jurídico e o exame de todas as manifestações da conduta delinquencial.

• https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2005/Imputabilidade.

• MARTINS Elisangela Souza rodrigues. Comportamento Criminal do


Psicopata. disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-
penal/comportamento-criminal-do-psicopata/.

Você também pode gostar