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SÃO PAULO/SP
2023
TIFFANI DE BRITO MOREIRA
Orientador:
SÃO PAULO/SP
2023
Dedico este trabalho a Deus, pela sua
infinita misericórdia e por me mostrar
sempre o melhor caminho a seguir;
Aos meus avós, Maria Valdete Oliveira de
Brito e Maurilio Andrade de Brito, por não
medirem esforços, para me ajudar na
concretização deste tão sonhado e
batalhado objetivo.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo da minha
vida, e não somente neste período como estudante, mas que em todos os
momentos é o maior mestre que alguém pode conhecer e ter.
À Instituição pelo ambiente criativo e amigável que proporciona.
À toda a minha família que sempre estiveram ao meu lado.
“Mas, assim como o homem civilizado
é o melhor de todos os animais, aquele
que não conhece nem justiça a justiça
nem leis é o pior de todos”.
Aristóteles
RESUMO
Currently, individuals with psychopathy are gradually more present in the social
environment, and the danger that they may cause, whether by violent actions or not,
raises incessant questions about this topic. Thus, by way of example, there is a
question as to whether these individuals are receiving due treatment and attention by
the Brazilian legal system and also by the State. It is noteworthy that not all illegal
acts committed by these people will be characterized as violent, as are the cases of
theft and embezzlement committed by them, thus making, of paramount importance,
greater observance of the illegal acts committed by individuals with psychopathy .
Furthermore, nowadays most of the existing doctrines and jurisprudence characterize
these individuals as being semi-imputable and, consequently, end up being judged,
which is not possible with their experience, as individuals with psychopathy do not
present any mental illness, but rather a personality disorder. Thus, the present
course conclusion work approaches the participation of justice in the face of crimes
committed by individuals with psychopathy. Aiming thus to observe the thoughts and
teachings of indoctrinators and jurists on the subject. Regarding the methodology
used, bibliographic methods were used in order to analyze the thoughts of the most
renowned authors. The qualitative and descriptive method was also used to
approach the theme itself.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................
09
2 A PSICOPATIA ......................................................................................................
11
2.1 Conceituando a psicopatia ...............................................................................
11
2.2 Características da psicopatia ...........................................................................
13
3 O DIREITO PENAL E O SEU SISTEMA PROTETIVO ..........................................
17
3.1 Do ius puniendi ..................................................................................................
18
3.2 Das sanções penais compatíveis a psicopatia ...............................................
19
3.3 Diferenciação dos crimes praticados por indivíduos portadores de
psicopatia ................................................................................................................ 25
3.3.1 Diferença dos crimes praticados por indivíduos comuns para com os indivíduos
psicopatas .................................................................................................................
25
3.4 Crimes praticados por psicopatas que marcaram uma sociedade ...............
27
3.4.1 O bandido da luz vermelha ...............................................................................
27
3.4.2 Maníaco do parque ...........................................................................................
28
3.4.3 Jack, o estripador .............................................................................................
29
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................
30
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 32
10
1 INTRODUÇÃO
____________________________
1
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2003.
13
2 A PSICOPATIA
Sendo assim, os demais tópicos deste trabalho têm como intuito analisar e
informar acerca da psicopatia, apresentando a sua conceituação e demais
desdobramentos.
____________________________
2
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2008.
3
DOUGLAS, John; OSAHAKER, Mark. Mindhunter- O primeiro caçador de seria killers
americano. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2017.
14
[...] vivem entre nós, parecem fisicamente conosco, mas são desprovidos
deste sentido tão especial: a consciência. Muitos seres humanos são
destituídos desse senso de responsabilidade ética, que deveria ser a base
essencial de nossas relações emocionais com os outros. Sei que é difícil de
acredita, mas algumas pessoas nunca experimentaram ou jamais
experimentarão a inquietude mental, ou o menor sentimento de culpa, ou
remorso por desapontar, magoar, enganar ou até mesmo tirar a vida de
alguém [...] (DOUGLAS; OSAHAKER, 2017, p. 27).
Assim sendo Silva (2008)5 vem a explanar que a maior parte dos estudiosos e
profissionais da medicina evitam utilizar o termo ‘psicopata’ no pé da letra, por
saberem que este transtorno não poder ser entendido simplesmente como uma
doença mental.
Diante o assunto, Silva (2008)6 expõe ainda que:
____________________________
4
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2008.
5
Idem 4.
6
Idem 4.
15
Vale ressaltar que, de acordo com Trindade (2010)8, nem todos os indivíduos
são dotados de alto nível de psicopatia, sendo que, muitos apresentam somente
uma pequena alteração de sua personalidade. Entretanto, vale explanar que,
existem elementos que podem ocasionar a elevação destes níveis, tal como, abusos
durante a infância, traumas, agressões familiares, dentre outras.
Nesse sentido, os níveis psicopáticos apresentados nos indivíduos poderão
ser, de acordo com Silva (2008)9, classificados como leves, sendo aqueles que
procuram aplicar golpes e pequenos furtos, mas raramente estarão metidos em atos
ilícitos mais graves, e em um segundo plano têm-se os moderados, compreendendo
os indivíduos que praticam crimes graves, como assassinatos, realizando tal ato de
forma fria e com extrema crueldade, sendo considerados como verdadeiros
psicopatas.
____________________________
7
TRINDADE, Jorge. Manual de psicologia jurídica para operadores do direito. 4. Ed. Rev., atual.
E ampl. Porto Alegre: Livraria do advogado, 2010.
8
Idem 7.
9
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2008.
16
Diante o exposto, Silva (2008, p. 12)10, explana ainda que: “qualquer que seja
o grau de gravidade, todos, invariavelmente, deixam marcas de destruição por onde
passam, sem piedade”.
Vale ressaltar que estes indivíduos não são caracterizados como insanos. As
suas condutas não provêm de uma cabeça perturbada, mas sim de um raciocínio
frio e totalmente calculado. Não sendo capazes de levar em consideração os
sentimentos das suas vítimas.
Sendo assim, Galvão (2013)11 relata que:
O psicopata tem plena consciência sobre o caráter ilícito do comportamento
que realiza e também possui a plena capacidade para determinar-se em
conformidade com esta consciência. A psicopatia é um transtorno de
personalidade que produz efeito direto no comportamento, mas não interfere
na consciência de seu caráter ilícito ou na autodeterminação do sujeito que
livremente escolhe realizá-lo. Os psicopatas têm plena consciência do
caráter ilícito do que estão fazendo e de suas consequências, pois sua
capacidade cognitiva ou racional é perfeita (GALVÃO, 2013, p. 456).
____________________________
10
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2008.
11
GALVÃO, Fernando. Direito penal: parte geral. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
12
HARE, Robert D. Sem Consciência: O Mundo Perturbador dos Psicopatas Que Vivem Entre
Nós. Ed. Artmed Editora Ltda, São Paulo, 1993.
13
Idem 10.
14
COUTO, Gleiber, PIRES, Sanyo Drummond, NUNES, Carlos Henrique Sancineto da Silva. Os
contornos da psicologia contemporânea: temas em avaliação psicológica. São Paulo: Casa do
psicólogo, 2012.
15
Idem 11.
17
____________________________
10
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2008.
11
GALVÃO, Fernando. Direito penal: parte geral. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
12
HARE, Robert D. Sem Consciência: O Mundo Perturbador dos Psicopatas Que Vivem Entre
Nós. Ed. Artmed Editora Ltda, São Paulo, 1993.
13
Idem 10.
14
COUTO, Gleiber, PIRES, Sanyo Drummond, NUNES, Carlos Henrique Sancineto da Silva. Os
contornos da psicologia contemporânea: temas em avaliação psicológica. São Paulo: Casa do
psicólogo, 2012.
15
Idem 11.
18
demais pessoas. Não se abalam com qualquer tipo de situação em que se deparem,
sejam elas econômicas, pessoais e até mesmo jurídicas. Consideram que tais
situações são momentâneas e são frutos de um azar, nunca considerando que são
provenientes de suas condutas.
Os autores supracitados acima mencionam ainda que os mesmos podem até
a chegar a formar um laço familiar, entretanto, não possuíram nenhum tipo de
sentimento por estas pessoas, apenas posse. No que diz respeito ao trabalho,
chegam a apresentar altas qualificações em seus currículos, mas todas são
inverídicas. Com o passar do tempo, estando já presente como funcionário,
começam a espalhar mentiras entre os seus chefes, provocando uma verdadeira
confusão. Sentem prazer em ver o “circo pegando fogo”.
Entende-se assim que os psicopatas são autênticos sanguessugas, sugando
tudo que há de aprazível da localidade de trabalho, para posteriormente ir à caça de
novas presas no qual terá início novamente o seu novo ciclo.
De acordo com Huffmann (2003)16, em relação as áreas cerebrais mais
tocadas pelos portadores de psicopatia, a ilustríssimo autor relata que:
____________________________
17
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral 1. 20ª Ed. rev., ampl. E
atual: São Paulo: Saraiva, 2014.
18
Idem 17.
19
SANTOS, K. G. A importância do bem jurídico para o direito penal e a necessidade de
delimitação. Salvador. 2014.
20
Idem 17.
21
FRAGOSO, H. C. Lições de Direito Penal - Parte Geral. 17ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
21
____________________________
17
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral 1. 20ª Ed. rev., ampl. E
atual: São Paulo: Saraiva, 2014.
18
Idem 17.
19
SANTOS, K. G. A importância do bem jurídico para o direito penal e a necessidade de
delimitação. Salvador. 2014.
20
Idem 17.
21
FRAGOSO, H. C. Lições de Direito Penal - Parte Geral. 17ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
22
Vale salientar que os bens jurídicos que possuem alto grau de relevância,
como a vida, a liberdade, a saúde, a honra tem um cuidado especial na nossa Carta
Magna de 1988, devendo, consequentemente, o Estado, por meio do Direito Penal,
realizar a sua proteção e aplicar as sanções cabíveis para cada caso em si.
____________________________
22
JUNIOR, Miguel Reale. Instituições de direito penal: parte geral. 2. ed. v.1. Rio de Janeiro:
Forense, 2004.
23
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral 1. 20ª Ed. rev., ampl. E
atual: São Paulo: Saraiva, 2014.
23
poder de atuação do Estado em face aos delinquentes que venham a atentar contra
o ordenamento jurídico, tirando a paz da sociedade.
____________________________
22
JUNIOR, Miguel Reale. Instituições de direito penal: parte geral. 2. ed. v.1. Rio de Janeiro:
Forense, 2004.
23
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral 1. 20ª Ed. rev., ampl. E
atual: São Paulo: Saraiva, 2014.
24
Todavia vale ressaltar que este poder punição conferido ao Estado está sobre
tutela dos principais princípios jurídicos, sejam eles a da dignidade da pessoa
humana, princípio da justicialidade, princípio da igualdade dentre outros. Devendo
assim ser respeitado, como cidadãos de direitos, os infratores no acometimento dos
seus atos infracionais. Devendo-se o Estado, desta forma, exercer as suas
atividades de punição de acordo como determina o sistema normativo penal, pois,
mesmo condenado, seja por meio da aplicação de uma pena restritiva de liberdade
ou de restritiva de direito, estes indivíduos são possuidores de direitos e devem ser
respeitados.
____________________________
24
BATTAGLINI, Giulio. Direito penal: parte geral. V. 2. São Paulo: Saraiva, 1973.
25
PRADO. Luiz Regis. Curso de Direito Penal brasileiro. Volume 1, parte geral 1. 7 ed. São Paulo:
Editora Revista de Tribunais. 2007.
25
____________________________
29
BRASIL. Decreto Lei n.º 2.848, de 7 de Dezembro de 1940. Código Penal.
30
Idem 29.
31
MIRABETE, Julio Fabbrini. Código Penal Interpretado – 5 Ed. – São Paulo: Atlas, 2005.
32
GRECO, Rogério. Culpabilidade. Curso de Direito Penal: parte geral. 13. Ed. Rio de Janeiro:
Impetus, 2011. Cap. 3, p. 371-412. (Curso de Direito Penal, v. 1).
33
JESUS, Damasio de. Direito Penal – Parte Geral 31 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
27
____________________________
29
BRASIL. Decreto Lei n.º 2.848, de 7 de Dezembro de 1940. Código Penal.
30
Idem 29.
31
MIRABETE, Julio Fabbrini. Código Penal Interpretado – 5 Ed. – São Paulo: Atlas, 2005.
32
GRECO, Rogério. Culpabilidade. Curso de Direito Penal: parte geral. 13. Ed. Rio de Janeiro:
Impetus, 2011. Cap. 3, p. 371-412. (Curso de Direito Penal, v. 1).
33
JESUS, Damasio de. Direito Penal – Parte Geral 31 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
28
Todavia, a inimputabilidade que trata o mencionado artigo 26, não deverá ser
imposto aos psicopatas, em virtude de os mesmos não serem tidos como doentes
mentais, que seja capaz de tirar a suas compreensões.
E por fim, mas não menos importante, tem-se a semi-imputabilidade, que se
encontra entre a imputabilidade e a inimputabilidade, podendo ser, em diversos
casos, decisivo no que diz respeito ao auto entendimento dos indivíduos.
Oliveira (2015)34 assim explana:
Os operadores do direito, de modo geral, têm disciplinado que os psicopatas
deveriam ser responsabilizados penalmente como semi-imputáveis, uma
vez que a psicopatia se assemelha a uma espécie de perturbação da saúde
mental e, por isso, há uma enorme dificuldade de se saber se esse sujeito
criminoso tem a relativa capacidade de entender o caráter ilícito do fato, ou
de agir conforme este entendimento. E, regra, cumpre ressaltar que, na
inimputabilidade penal, o agente é absolvido e submetido à medida de
segurança, visto que, na semi-imputabilidade há a prolação de sentença
condenatória, mas com a obrigatoriedade de redução da pena (OLIVEIRA,
2015, p. 08).
No que diz respeito as penas a serem aplicadas, Ceolin & Carvalho (2016) 36,
relatam que:
____________________________
34
OLIVEIRA, Alex Moises D. O psicopata e o direito penal brasileiro. Âmbito Jurídico, 2015.
35
COUTO, Gleiber, PIRES, Sanyo Drummond, NUNES, Carlos Henrique Sancineto da Silva. Os
contornos da psicologia contemporânea: temas em avaliação psicológica. São Paulo: Casa do
psicólogo, 2012.
36
CEOLIN, Emanuela Gonçalves; CARVALHO, Flavio Rodrigo Masson. O psicopata homicida e as
sanções penais a ele empregadas no atual sistema penal brasileiro. Âmbito Jurídico, Rio
Grande, XIX, n. 153, out 2016.
29
____________________________
34
OLIVEIRA, Alex Moises D. O psicopata e o direito penal brasileiro. Âmbito Jurídico, 2015.
35
COUTO, Gleiber, PIRES, Sanyo Drummond, NUNES, Carlos Henrique Sancineto da Silva. Os
contornos da psicologia contemporânea: temas em avaliação psicológica. São Paulo: Casa do
psicólogo, 2012.
36
CEOLIN, Emanuela Gonçalves; CARVALHO, Flavio Rodrigo Masson. O psicopata homicida e as
sanções penais a ele empregadas no atual sistema penal brasileiro. Âmbito Jurídico, Rio
Grande, XIX, n. 153, out 2016.
30
Diante todo o exposto, nota-se que as penas têm como intuito o de punir os
indivíduos que cometem os atos infracionais, manifestando assim o total desprezo
no que concerne a atividade praticada tida como antijurídica, na esperança de
prevenir que os mesmos venham cometer novamente crimes a partir do momento
em que estiverem em liberdade. Já no que se refere as medidas de segurança, tem
como finalidade principal encaminhar o indivíduo portador de psicopatia ao
tratamento, não havendo assim um tempo médio que possa durar o tratamento, ou
seja, os mesmos ficarão à disposição dos cuidados médicos até o momento em que
persistir ativo o seu grau de periculosidade.
Vale ressaltar que os indivíduos portadores de psicopatia a partir do momento
em que forem julgados e levados a cumprirem as sanções impostas, independente
da duração de sua pena, o mesmo raramente terá o seu modo de agir mudado.
Percebendo então que a pena privativa de liberdade torna-se ineficaz ao ser
aplicada aos psicopatas, independentemente do grau que o mesmo apresenta.
Sendo assim, as medidas de segurança apresentam- se como o meio mais eficaz de
punir, bem como de prevenção e tratamento acerca dos atos ilícitos praticados pelos
mesmos.
Nesse sentido as medidas de segurança tratam-se uma ferramenta capaz de
ocasionar a prevenção, no sentido de proteger os demais cidadãos das possíveis
praticas delituosas que estes infratores venham acometer, proporcionado, ainda, a
recuperação dos mesmos por meio de cuidados médicos adequados.
Oliveira (2015)37 relata que:
____________________________
37
OLIVEIRA, Alex Moises D. O psicopata e o direito penal brasileiro. Âmbito Jurídico, 2015.
38
BRASIL. Decreto Lei n.º 2.848, de 7 de Dezembro de 1940. Código Penal.
31
____________________________
37
OLIVEIRA, Alex Moises D. O psicopata e o direito penal brasileiro. Âmbito Jurídico, 2015.
38
BRASIL. Decreto Lei n.º 2.848, de 7 de Dezembro de 1940. Código Penal.
32
____________________________
39
GRECO, Rogério. Culpabilidade. Curso de Direito Penal: parte geral. 13. Ed. Rio de Janeiro:
Impetus, 2011. Cap. 3, p. 371-412. (Curso de Direito Penal, v. 1).
40
ARAÚJO, Jáder Melquíades de. Da aplicabilidade da medida de segurança aos psicopatas: um
estudo à luz do parágrafo único do artigo 26 do Código Penal Brasileiro. Âmbito Jurídico, Rio
Grande, XVII, n. 124, maio 2014.
41
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2008.
42
OLIVEIRA, Alex Moises D. O psicopata e o direito penal brasileiro. Âmbito Jurídico, 2015.
33
3.3.1 Diferença dos crimes praticados por indivíduos comuns para com os indivíduos
psicopatas
Para parecer uma pessoa normal e misturar-se aos outros seres humanos,
o serial killer desenvolve uma personalidade para contato, ou seja, um fino
verniz de personalidade completamente dissociado do seu comportamento
violento e criminoso. Sem esse verniz não poderiam viver na sociedade sem
ser presos instantaneamente (CEOLIN; CARVALHO, 2016, p. 16).
____________________________
43
CEOLIN, Emanuela Gonçalves; CARVALHO, Flavio Rodrigo Masson. O psicopata homicida e as
sanções penais a ele empregadas no atual sistema penal brasileiro. Âmbito Jurídico, Rio
Grande, XIX, n. 153, out 2016.
44
Idem 43.
35
____________________________
43
CEOLIN, Emanuela Gonçalves; CARVALHO, Flavio Rodrigo Masson. O psicopata homicida e as
sanções penais a ele empregadas no atual sistema penal brasileiro. Âmbito Jurídico, Rio
Grande, XIX, n. 153, out 2016.
44
Idem 43.
36
Observa-se então que, nem todos os homicidas que praticam tais atividades
em serie serão considerados como pessoas portadoras deste distúrbio. Cada ação,
em especial, poderá ser caracterizada de alguma maneira, tornando-os distintos
uma das outras de alguma forma.
Atualmente existem centenas de milhares de casos que poderão ser
utilizados como meio de exemplificar os atos criminosos praticados pelos
psicopatas.
____________________________
45
CABRAL, Danilo Cezar. João Acácio Pereira da Rocha, o Bandido da Luz Vermelha. Revista
Mundo Estranho, Site Abril, 15 de setembro de 2016.
46
Idem 45.
37
Cabral (2016)46 vem a lecionar ainda que este psicopata foi capturado em
agosto de 1967, na cidade de Curitiba, pela qual a sua condenação chegou a 351
____________________________
45
CABRAL, Danilo Cezar. João Acácio Pereira da Rocha, o Bandido da Luz Vermelha. Revista
Mundo Estranho, Site Abril, 15 de setembro de 2016.
46
Idem 45.
38
____________________________
47
CABRAL, Danilo Cezar. João Acácio Pereira da Rocha, o Bandido da Luz Vermelha. Revista
Mundo Estranho, Site Abril, 15 de setembro de 2016.
48
Idem 47.
49
Idem 47.
50
Idem 47.
39
mesmo começou a receber diversas cartas de mulheres que sentiam atração por
este indivíduo.
____________________________
47
CABRAL, Danilo Cezar. João Acácio Pereira da Rocha, o Bandido da Luz Vermelha. Revista
Mundo Estranho, Site Abril, 15 de setembro de 2016.
48
Idem 47.
49
Idem 47.
50
Idem 47.
40
Vívolo (2015)52 explana ainda que os crimes praticados por Jack, o Estripador,
eram, na maioria das vezes, acometidos em face a prostitutas que moravam e
praticavam as suas atividades em regiões de baixa renda na cidade de Londres. O
requinte de crueldade era o que chamava a atenção de todos, pois as vítimas eram
encontradas mortas com a sua garganta cortada e com a região abdominal cortada
também. Foram aproximadamente 11 crimes praticados por este indivíduo.
Entretanto, até hoje os crimes praticados nunca foram desvendados, não se sabe
quem é o autor destes bárbaros assassinatos. Inúmeras entrevistas com suspeitos,
dezenas de detenções já foram realizadas. Mas nunca se chegou no verdadeiro
autor de tais atos. Tornando-se assim, uma lenda histórica.
O indivíduo praticante de tais atos nuca foi descoberto e capturado, sendo
este assunto até hoje repleto de mistérios e intrigas. Inúmeras teses despontam a
cada ano, tentando desvendar a verdadeira identidade do Jack, O Estripador.
Entretanto, até o exato momento não há provas robustas que acabe desvendando o
verdadeiro autor de tantos assassinatos acometidos no ano de 1888 na cidade de
Londres.
____________________________
51
VÍVOLO, Vitor da Matta. As vítimas de Jack, o Estripador. Jusbrasil, São Paulo, 2015.
52
Idem 51.
41
____________________________
51
VÍVOLO, Vitor da Matta. As vítimas de Jack, o Estripador. Jusbrasil, São Paulo, 2015.
52
Idem 51.
42
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos dias atuais, não há uma norma que trate, de modo especifico, sobre os
delitos acometidos por indivíduos portadores de psicopatia e bem como a melhor
maneira de se aplicar uma punição a estes infratores. Consequentemente, o sistema
judiciário se vê obrigado a utilizar de normas destinadas, especificamente, para
criminosos considerados comuns, que não possuem transtorno de personalidade.
Tornando assim, os meios de punição muitas vezes ineficaz perante os psicopatas.
Essa ineficácia se dá, principalmente pelo fato dos psicopatas possuírem um
comportamento dissimulado, frio e calculista, possuidor de um distúrbio de
personalidade, sendo caracterizada principalmente pela falta de sentimento que o
indivíduo apresenta em face as outras pessoas, não aprendendo de maneira
nenhuma através das sanções impostas aos mesmos. Sendo que, na maioria das
vezes, ao serem colocados em liberdade, voltarão a cometer crimes, cada vez
piores e de forma cruel.
Sendo assim, é de fundamental importância que ocorra um maior empenho,
por parte do Estado, acerca do assunto, possibilitando a criação de Leis especificas
que trate dos crimes cometidos por estes indivíduos transgressores e, bem como a
criação de estabelecimentos destinados tão somente a estas pessoas, tirando-os do
convívio de outros detentos considerados comuns, pois vale ressaltar que por onde
passam, sejam nas prisões ou nos centros de tratamento, os psicopatas irão deixar
a sua marca, provocando um verdadeiro caos nestes estabelecimentos judiciários.
Proporcionando assim, à aplicação de medidas com o intuito de amenizar o seu
comportamento agressivo, mesmo sabendo que nunca serão curados totalmente,
pois o que possuem é justamente um distúrbio de personalidade.
Torna-se necessário que o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, a cada
momento que se passe, se atualize cada vez mais, pois vivemos em constante
evolução, onde a cada minuto novas descobertas vão surgindo. Existem relatos,
como visto nos capítulos anteriores, de psicopatas desde o ano de 1888, ficando
claro a necessidade de uma normatização concreta para os atos praticados por
estes indivíduos, pois o tema não é novo. Só com a utilização de tratamento não irá
resolver o problema, pois estes indivíduos apresentam características duvidosas.
Sendo assim, fica claro a necessidade da criação de normas que possibilitem
combater, de forma mais precisa, a ocorrência destes casos. Fica evidenciado
43
REFERÊNCIAS
BANHA, Nathalia Cristina Soto. A resposta do Estado aos crimes cometidos por
psicopatas. Âmbito Jurídico, Rio Grande, XI, n. 59, nov. 2008. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-resposta-do-estado-aos-crimes
-cometidos-por-psicopatas/#:~:text=Objetiva%20demonstrar%20a%20conduta%20cr
iminosa,que%20v%C3%AAm%20alcan%C3%A7ando%20n%C3%BAmeros
%20crescentes. Acesso em: 22 de Out. de 2021.
BARROS, Flávio Augusto Monteiro de. Direito Penal: parte gera. Vol. 1. São Paulo:
Saraiva, 2011.
BATTAGLINI, Giulio. Direito penal: parte geral. V. 2. São Paulo: Saraiva, 1973.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal. 6. ed. São Paulo: Saraiva,
2000.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral 1. 20ª Ed.
rev., ampl. E atual: São Paulo: Saraiva, 2014.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal, volume 1, parte geral, 18 ed. São
Paulo: Saraiva, 2014.
FRAGOSO, H. C. Lições de Direito Penal - Parte Geral. 17ª. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2006.
GALVÃO, Fernando. Direito penal: parte geral. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
GRECO, Rogério. Culpabilidade. Curso de Direito Penal: parte geral. 13. Ed. Rio
de Janeiro: Impetus, 2011. Cap. 3, p. 371-412. (Curso de Direito Penal, v. 1).
JESUS, Damasio de. Direito Penal – Parte Geral 31 ed. São Paulo: Editora Saraiva,
2010.
JUNIOR, Miguel Reale. Instituições de direito penal: parte geral. 2. ed. v.1. Rio de
Janeiro: Forense, 2004.
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