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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

DIREITO

ANA FLÁVIA FREZ TEIXEIRA

TCC EM DIREITO PENAL: TRABLHO EM DOENÇA MENTAL NO DIREITO


PENAL, PSICOFOBIA, QUANTO SUAS PUNIÇÃOS.

MACAÉ/RJ
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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por tudo que me proporcionou até aqui,
por todo seu amor e cuidado com minha trajetória, sem a ti Deus nada seria possível,
passei por momentos difíceis que me trouxe vontade de desistir pois graças a ti me
ergui e cheguei até aqui.

A minha mãe ZILMA e ao meu pai AYLTON, meus grandes amores, pessoas que me
mostram diariamente o que é se tornar independente, o que é ter fé, força e
humildade, e integridade para lutar pelos meus sonhos.

Além deles não poderia deixar de ressaltar meu eterno agradecimento a principais
pessoas de minha vida: Larissa, Gabriel, Nycollas, Ingrid e ao Dudu, pois sempre
estiveram dispostos a me ajudar e ensinar diariamente, ainda mais por ser tratar de eu
sair de outra cidade e ficar longe de meus pais, quando me senti sozinha e com
vontade de voltar para casa vocês estavam lá.

Aos mais velhos que sempre me deram muita sabedoria ao longo desses 5 anos e
quem sempre brigaram para eu melhorar e com muito amor se mostrando presente,
deixo aqui meus agradecimentos á Carina da Costa, Leandro, Andréa, Cris Dias,
Samuel, Regina e minha madrinha Quinha. E a todos que me ajudaram de outra forma
(infelizmente não consigo citar todos), principalmente aos que me deram carona em
seus carros de Trajano de Moraes a Macaé, pois sempre dependi de ônibus.

5 anos que me fazem olhar para trás e chorar, onde muitos diziam que eu não iria
conseguir, onde muitos me reprimiam que iria ser o desgosto de meus pais, hoje me
vejo aqui no final com uma grande felicidade e com uma maturidade que posso fazer e
ser tudo que eu quiser, e tudo que quero é ser uma grande profissional e dar isso aos
meus pais, pois a eles não tiveram oportunidade de estudar, e opiniões jamais iram me
impedir, a criança sem futuro cresceu e hoje está criando seu próprio futuro, e com
ajuda dos que me ama sempre vou seguir, as pessoas que citei no parágrafo acima
agradeço a vocês, os amo muito!
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Breve Resumo: Doença mental é um transtorno que afeta o funcionamento do


cérebro e pode levar a alterações no comportamento, emoções e pensamentos. No
entanto, esse problema não exime a responsabilidade penal de um indivíduo que
comete um crime. O Código Penal brasileiro prevê punições para pessoas com
doenças mentais que cometem crimes, mas também protege aqueles que não têm
capacidade de compreender ou controlar suas ações. A pena para esses casos varia
de acordo com a gravidade do crime e do estado mental do acusado. No entanto, é
importante destacar que o tratamento adequado da doença mental é fundamental
para a recuperação do indivíduo e para evitar que mais crimes sejam cometidos

Palavras chaves: doenças mentais, psicofobia, criminalidade, medida de


segurança, punições.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................05

CAPÍTULO I - HISTÓRIA E COMPREENSÃO A CERCA DE DOENÇAS


MENTAIS NO BRASIL SOBRE O DIREITO PENAL........................................07

1.1 História cerca das doenças mentais............................................................07

1.2. Direito a
tratamento.....................................................................................08

1.3 Projeto com intuito ao benefício a doentes mentais e conscientização da


sociedade...........................................................................................................09

CAPÍTULO II - DA ININPUTABILIDAE PENAL E REPONSABILIDADES


CRIMINAIS...........................................13

2.1 Do direito a inimputabilidade a um doente mental ......................................12

2.2 Predestinado ao crime.................................................................................12

2.3 Responsabilidade criminal...........................................................................13

CAPÍTULO III - PUNIÇOES A QUEM PRATICA DISCRIMINAÇÃO A UM


DOENTE MENTAL, TRATANDO-SE TAMBÉM DO BULLING E
INSTIGAÇÃO....................................................................................................16

3.1 Detenção a quem pratica bullying a um doente mental .............................16

3.2 Do Bulling a depressão...............................................................................17

3.3 Punição contra a quem pratica preconceito a um depressivo, da chantagem


emocional a sofrimentos psíquicos (abuso psicológico) a um
depressivo..........................................................................................................20

3.4 Psicofobia é crime........................................................................................22

CONCLUSÃO ...................................................................................................25

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS .................................................................27
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INTRODUÇÃO

As doenças mentais têm sido uma preocupação para a sociedade há


muito tempo e ainda são um desafio para o sistema legal e penal.
Compreender a relação entre doença mental e responsabilidade criminal é um
tema complexo e que exige uma reflexão aprofundada. Na área do direito
penal, a punição de indivíduos com doenças mentais suscita questões
importantes sobre a justiça, o tratamento e a prevenção da criminalidade.
Embora a legislação brasileira disponha de medidas específicas para lidar com
esses casos, ainda há muitas questões em aberto, como a definição de
sanções adequadas, a avaliação da capacidade mental do acusado e a
proteção dos direitos das vítimas.

Este trabalho tem como objetivo examinar a relação entre doença mental
e responsabilidade penal, bem como as sanções previstas na legislação
brasileira para lidar com esses casos. Através da análise de casos reais e
dados estatísticos, espera-se contribuir para o debate sobre essa questão
importante e encontrar maneiras de promover a justiça e a segurança para
todos os envolvidos.

A primeira seção deste trabalho fornecerá uma introdução ao conceito


de doença mental e sua classificação de acordo com o Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais. Serão discutidos os principais transtornos
mentais que afetam a população brasileira e suas implicações na área do
direito penal.

A segunda seção apresentará a legislação brasileira relacionada à


responsabilidade penal de indivíduos com doenças mentais. Serão discutidos
sobre os efeitos da inimputabilidade acerca das doenças mentais, principais
fundamentos a punições no Brasil para pessoas com preconceito a saúde
mental.

Na terceira seção deste trabalho, serão abordados os desafios e


projetos relacionados à avaliação da capacidade mental do acusado. Serão
discutidas benefícios ao individuo com uma doença mental.

A quarta seção deste trabalho discutirá quanto ao bullying, quanto ao


danos Moraes causados, relatos sobre história verdadeiras que impulsionam a
correr atras de sua justiça, qual a responsabilidade no código penal. a
natureza da doença mental e as necessidades de tratamento do acusado.

Finalmente, a última seção deste trabalho apresentará as conclusões e


recomendações para futuras pesquisas sobre esse tema. Será destacada a
importância de promover uma abordagem multidisciplinar para lidar com esses
casos, envolvendo profissionais da saúde mental, do sistema legal e das
agências de segurança pública. Também será enfatizada a necessidade de
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garantir a proteção dos direitos das vítimas e a promoção da justiça e da


segurança para todos os envolvidos.

Em resumo, este trabalho tem como objetivo contribuir para o debate


sobre a relação entre doença mental e responsabilidade penal, fornecendo
uma visão geral da legislação brasileira relacionada a esse tema, discutindo os
desafios para avaliar a capacidade mental do acusado, analisando as sanções
previstas na lei e apresentando recomendações para futuras pesquisas.
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CAPÍTULO I - HISTÓRIA E COMPREENSÃO A CERCA DE DOENÇAS


MENTAIS NO BRASIL SOBRE O DIREITO PENAL........................................07

1.1. História cerca das doenças mentais

A história das doenças mentais é longa e complexa. Desde os tempos


antigos, a saúde mental tem sido alvo de estigma e preconceito, muitas vezes
sendo associada à loucura ou possessão demoníaca. Na Grécia Antiga, os
transtornos mentais eram considerados um castigo divino e muitas vezes
tratados com exorcismos ou outros rituais religiosos. Na Idade Média, os
doentes mentais eram frequentemente mantidos em instituições religiosas,
onde eram sujeitos a tratamentos cruéis e desumanos. Foi somente no final do
século XVIII que surgiram as primeiras tentativas de tratar as doenças mentais
como condições médicas. O psiquiatra francês Philippe Pinel foi um dos
pioneiros no tratamento humanitário de pacientes com transtornos mentais,
defendendo a ideia de que esses indivíduos deveriam ser tratados com
respeito e dignidade

No século XIX, o campo da psiquiatria começou a se desenvolver


rapidamente, com o surgimento de abordagens terapêuticas mais eficazes,
como a terapia ocupacional e a psicoterapia. No entanto, as instituições
psiquiátricas continuaram a ser lugares de sofrimento e abuso, especialmente
para aqueles que eram internados contra a sua vontade.

Foi somente no século XX que houve uma mudança significativa na


forma como as doenças mentais eram tratadas e compreendidas. Com o
advento da psicofarmacologia, novas drogas foram desenvolvidas para tratar
transtornos mentais, como a esquizofrenia e a depressão. Além disso, novas
abordagens terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental, foram
desenvolvidas para tratar uma ampla gama de condições psiquiátricas.

Hoje em dia, as doenças mentais são amplamente reconhecidas como


condições médicas que requerem tratamento e suporte adequados. Ainda há
muito a ser feito para combater o estigma e a discriminação associados à
saúde mental, mas a história das doenças mentais mostra que é possível
progredir na compreensão e no tratamento dessas condições.

No Brasil, há leis que criminalizam o preconceito e a discriminação


contra pessoas com problemas de saúde mental. O Artigo 88 da Lei 10.216/01,
conhecida como Lei Paulo Delgado, estabelece penalidades para quem
praticar qualquer tipo de discriminação contra pessoas com transtornos
mentais. As consequências dessa penalidade podem incluir multas, prestação
de serviços à comunidade ou até mesmo prisão, dependendo da gravidade do
caso.Além disso, o Ministério Público tem intensificado a fiscalização e a
aplicação dessas leis, buscando punir aqueles que discriminam ou
negligenciam o tratamento adequado de pessoas com problemas de saúde
8

mental. É importante lembrar que o preconceito e a discriminação podem ter


consequências graves para a saúde mental dessas pessoas, aumentando o
risco de isolamento social, depressão e outros transtornos.

Portanto, é fundamental que haja uma conscientização da sociedade


sobre a importância de respeitar e acolher as pessoas com problemas de
saúde mental, além de garantir que elas tenham acesso aos tratamentos e aos
direitos básicos. A punição para quem pratica o preconceito é uma forma de
coibir esse comportamento, mas o ideal é que a conscientização e o respeito
sejam cultivados na cultura como um todo, para que essa seja uma mudança
duradoura e sustentável.

1.2. Direito a tratamento

As pessoas que sofrem de síndrome da depressão têm direito ao


tratamento gratuito na rede pública de saúde. Esses direitos incluem o acesso
a consultas com psicólogos e psiquiatras, bem como o fornecimento de
medicamentos antidepressivos quando necessário. Além disso, a Lei
10.216/01, conhecida como Lei Paulo Delgado, estabelece que as pessoas
com transtornos mentais têm o direito de receber tratamento humanizado e
individualizado, respeitando suas necessidades e preferências. Isso inclui o
direito de serem tratadas em um ambiente adequado e seguro, com
equipamentos e profissionais capacitados para oferecer um atendimento de
qualidade.

Outras providências importantes para o tratamento da síndrome da


depressão incluem a realização de atividades físicas e a adoção de hábitos
saudáveis de alimentação e sono. O apoio social e o tratamento de problemas
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de saúde mental relacionados, como a ansiedade, também são importantes


para garantir uma recuperação completa e duradoura.

Vale ressaltar que é essencial buscar ajuda profissional ao sentir os


sintomas da depressão, pois o tratamento adequado pode ajudar a melhorar a
qualidade de vida e prevenir complicações mais graves.

O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e


prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas
que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, email, chat e
voip 24 horas todos os dias. A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por
meio do número 188, é gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou
celular. Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat.

Os atendimentos e tratamentos para depressão são feitos,


prioritariamente, na Atenção Básica, principal porta de entrada para o SUS, ou
nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), onde o usuário recebe
atendimento próximo da família com assistência multiprofissional e cuidado
terapêutico conforme o quadro de saúde.

Nesses locais também há possibilidade de acolhimento noturno e/ou


cuidado contínuo em situações de maior complexidade, quando houver
avaliação da equipe de referência para isto.

1.3. Projetos com intuito ao benefício a doentes mentais e


conscientização da sociedade.

Comissão aprova Semana Nacional de Conscientização sobre a


Depressão

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte aprovou o PL 2/2020, que


institui a Semana Nacional de Conscientização sobre a Depressão. Serão
feitas campanhas para dar visibilidade à doença e cobrar a adoção de políticas
públicas de prevenção, sempre na semana de 10 de outubro. A relatora foi a
senadora Zenaide Maia (PROS-RN). Ela chamou a atenção para o fato da
doença ser silenciosa e muitas vezes negligenciada. Já Leila Barros (PDT-DF)
lembrou que a pandemia foi responsável pelo agravamento de quadros
depressivos em todo o mundo. ( SENADO.LEG.BR)

A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO APROVOU A CRIAÇÃO DA SEMANA


NACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A DEPRESSÃO. A DATA SERÁ
COMEMORADA ANUALMENTE NA SEMANA DO DIA 10 DE OUTUBRO,
COM CAMPANHAS PARA DAR VISIBILIDADE À DOENÇA CONSIDERADA O
MAL DO SÉCULO VINTE E UM. A REPÓRTER MARCELLA CUNHA TEM OS
DETALHES A Comissão de Educação, Cultura e Esporte aprovou o projeto que
cria a Semana Nacional de Conscientização sobre a Depressão. A data vai ser
comemorada na semana do dia 10 de outubro, quando deverão acontecer
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palestras e campanhas que estimulem políticas públicas para o enfrentamento


da doença, formas de acesso a serviços de atenção à saúde mental e avanços
no tratamento. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a depressão pode
ser considerada o Mal do Século Vinte e Um. E até 2030, deve se tornar a
doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro
problema de saúde. A relatora, senadora Zenaide Maia, do PROS do Rio
Grande do Norte, acredita que a data vai contribuir para que a sociedade
compreenda melhor o que é a depressão, que, como outros transtornos
mentais, ainda é negligenciada. A gente precisa ter uma semana para dar
visibilidade, porque às vezes você está com depressão, mas, como não é uma
doença palpável, como se diz, não é um ferimento na perna, que você vê, não
é... Entendeu? E demora a ter o diagnóstico. E mais: se as pessoas não
tiverem conhecimento de que é uma doença... Muita gente diz que está com
frescura. Na verdade, a gente ouve isso, e é uma doença. Para o senador
Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, é preciso acabar com o estigma de
que a depressão afeta apenas as classes sociais mais altas. Lá no meu mundo
- o "meu mundo" que eu digo é o de dentro de fábrica -, sabe como é que se
falava em depressão? "Depressão é doença de rico". Para com isso! "É doença
de rico". Mas eles não sabem que a depressão pega qualquer cidadão. E é
quase que, como chamam no linguajar popular, uma doença silenciosa, não é?
Quando o menino ou a menina está em depressão, vai ver o que é e o que não
é... E eu achei muito importante que seja uma semana para aprofundar o
debate. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 11% da população brasileira
apresenta diagnóstico depressivo no cenário pós-pandemia. Foi o que lembrou
a senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal. Só vale lembrar que esses
números certamente se agravaram muito com a pandemia. As sequelas da
pandemia nós sabemos que são econômicas, são sociais e, com certeza,
emocionais. Então, esse número de pessoas que hoje são acometidas pela
depressão, talvez a gente nem tenha preciso. Certamente nós precisamos
realmente fazer um trabalho em conjunto. Eu acho que essa iniciativa vem num
momento muito pertinente, assim. A proposta, que já foi aprovada pela
Câmara dos Deputados e pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado,
segue para a análise do plenário. (Da Rádio Senado, Marcella Cunha)

A criação de uma semana nacional de conscientização sobre a


depressão pode trazer benefícios ao direito penal no sentido de que a
conscientização e o conhecimento sobre os transtornos mentais, como a
depressão, podem contribuir para a prevenção de crimes e para uma
abordagem mais adequada no sistema de justiça criminal.Muitas vezes,
pessoas que sofrem de transtornos mentais como a depressão podem ser
desencorajadas a buscar ajuda profissional ou tratamento devido ao estigma
associado à doença. A falta de tratamento pode levar a problemas de saúde
mental graves e até mesmo à criminalidade.
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Por meio da conscientização e da promoção de uma cultura mais


inclusiva e acolhedora em relação aos problemas de saúde mental, é possível
reduzir o estigma associado à depressão e outras condições similares. Isso
pode ajudar a prevenir comportamentos criminosos relacionados à saúde
mental e garantir que as pessoas que precisam de tratamento recebam o
atendimento adequado.

Além disso, a conscientização sobre a depressão pode contribuir para


uma compreensão melhor das causas e dos fatores que levam a
comportamentos criminais. Dessa forma, o sistema de justiça criminal pode ser
mais eficaz na identificação de problemas de saúde mental subjacentes e no
tratamento dessas questões durante o processo judicial.
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CAPÍTULO II_ DA INIMPUTABILIDADE PENAL E CONSEQUENCIAS


CRIMINAIS.

2.1 Do direito a Inimputabilidade a um doente mental.

O direito penal brasileiro prevê a inimputabilidade de pessoas que


sofrem de doenças mentais que afetam sua capacidade de entender o caráter
ilícito do ato ou de se comportar de acordo com esse entendimento. Essa
previsão está estabelecida no artigo 26 do Código Penal. Para que seja
reconhecida a inimputabilidade, é necessário que o laudo pericial comprove a
existência da doença mental no momento da prática do crime e que ela tenha
afetado a capacidade de entendimento ou autodeterminação do indivíduo.

O procedimento para mover a inimputabilidade de um doente mental


envolve a apresentação de uma defesa técnica que explore as questões
relacionadas à saúde mental da pessoa envolvida no processo. A defesa deve
apresentar evidências que demonstrem a falta de capacidade de entendimento
ou autodeterminação do acusado no momento da prática do crime.

Além disso, é necessário contar com o auxílio de um perito


especializado em psiquiatria ou psicologia para avaliar a condição de saúde
mental do acusado e emitir um laudo pericial que ateste a existência da doença
mental e sua relação com o crime praticado.

Em caso de reconhecimento da inimputabilidade, o indivíduo não recebe


uma pena, mas pode ser submetido a medidas de segurança, como internação
em hospital psiquiátrico, tratamento ambulatorial ou outras medidas
determinadas pela Justiça.

Considerando que a culpabilidade trata-se de um juízo de reprovação e


que somente o agente que prática uma conduta típica e antijurídica pode ser
responsabilizado, conforme explica Mirabete e Fabrini (2007, p. 263), “a
imputação exige que o agente seja capaz de entender a ilicitude de sua
conduta e de agir de acordo com esse entendimento”.

Desse modo, aqueles que não têm uma estrutura psíquica


suficientemente capaz para entender a ilicitude e as consequências de seus
atos são considerados inimputáveis pela legislação pátria. Para Capez (2017,
p. 326), a imputabilidade apresenta dois aspectos distintos, o intelectivo e o
volitivo.

2.2 Predestinado ao crime

O Código Penal prevê situações de semi-imputabilidade para aquele


que, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento
mental incompleto, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do
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fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. O parágrafo único


do artigo 26 prevê redução da pena de um a dois terços para os infratores.

O STJ considera que a diminuição da pena prevista nesse parágrafo é


obrigatória (REsp 10.476). Um réu foi condenado a 19 anos e seis meses de
reclusão pelo crime de homicídio, e o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul
(TJRS) havia decidido que era faculdade do juiz a diminuição da pena. O STJ
fixou a tese de que a redução da pena é obrigatória e não uma mera faculdade
do juiz.

Ao contrário do que acontece com o inimputável, que obrigatoriamente


deve ser absolvido, conforme a jurisprudência, o semi-imputável pratica uma
conduta típica e ilícita (HC 135.604). Eduardo Oliveira criticou o fato de não
haver no país integração entre o hospital de custódia e o sistema público de
saúde, que favoreça melhor amparo para o paciente e suporte para o
magistrado.

“O paciente recebe alta médica no hospital de custódia e não se sabe o


que usou, como foi o tratamento, chegando ao sistema público no zero
novamente”, afirmou ele. E um bom diagnóstico, para os doentes mentais, é
essencial, sob o risco de se colocar um doente mental em presídio comum ou
um semi-imputável em manicômio judiciário.(MIGALHAS.COM.BR)

2.3 Responsabilidade criminal

Com base no artigo 22, podemos ver que os doentes mentais são
isentos de pena e, por isso, a doença mental no código de 1940 é considerada
como uma causa de exclusão da culpabilidade: o crime existe, mas não é
efetivo em relação ao sujeito. Se está ausente a culpabilidade — elemento que
liga o agente ao crime —, isso determina a inimputabilidade, de modo que não
pode ser juridicamente imputada a prática de um fato punível ao sujeito (Jesus,
1988, p. 397). A responsabilidade penal, por sua vez, relaciona-se com as
conseqüências jurídicas decorrentes do ato criminoso — "é a obrigação de
sofrer o castigo, ou incorrer nas sanções penais impostas ao agente do fato ou
omissão criminosa" (Chaloub, 1981, p. 83) — e, para que haja
responsabilidade, é necessário a existência de imputabilidade.

Vejamos o código:

Art. 76. A aplicação da medida de segurança pressupõe:

I — a prática do fato previsto como crime;

II — a periculosidade do agente.

Art. 77. Quando a periculosidade não é presumida por lei, deve ser
reconhecido perigoso o indivíduo, se a sua personalidade e antecedentes, bem
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como os motivos e circunstâncias do crime autorizam a suposição que venha


ou torne a delinqüir.

Art. 78. Presumem-se perigosos:

I — aqueles que, nos termos do art. 22, são isentos de pena;

II — os referidos no parágrafo único do artigo 22.

Vejamos então como se caracteriza, no Brasil, o procedimento adotado


com os doentes mentais delinqüentes: a doença mental no código de 1940 é
causa excludente de culpabilidade e, por isso, os doentes mentais criminosos
são absolvidos. Uma vez que são absolvidos e carentes de culpabilidade não
devem ser punidos, mas tratados. Dessa forma, aplica-se a tais loucos-
criminosos a medida de segurança com internação em manicômio judiciário, a
qual funda-se em sua periculosidade presumida por lei (artigo 78, I). No
entanto, chama-nos atenção Oliveira e Silva (1942, p. 12): "Poderá o internado
concordar, perante a consciência, que não está 'preso', mas simplesmente
'detido', em virtude da decretação de medida de segurança... Convenhamos
que será admitir, em tal indivíduo, a suprema sabedoria da resignação
filosófica, em que não distinguirá, senão nebulosamente, a liberdade, da
reclusão..." Para o jurista, tanto a pena como a medida de segurança visam
corrigir, reeducar, transformar o indivíduo, curar, ajustá-lo à vida em sociedade.
Ambas são aplicadas pelo juiz, como conseqüência de um ato criminoso, e
ambas guardam relação com o grau de ameaça do delinqüente à ordem social;
ambas visam "proteger" o indivíduo da vingança e prevenir a reincidência
criminal. Conclui ainda, dizendo-nos: "Toda medida detentiva constitui privação
de liberdade. Não nos embaracemos num verbalismo inútil, para distinguir, em
relação aos movimentos do indivíduo, o que seja internação em casa de
custódia, colônia agrícola ou instituto de trabalho da prisão carcerária ou da
penitenciária."

A medida de segurança inaugura, no campo do direito penal, a


possibilidade de atuação frente à loucura, uma atuação travestida de
tratamento e, em discurso, desprovida de aflição. A medida de segurança não
é pena, é tratamento, é assistência, argumentou o ministro em sua exposição
de motivos. No entanto, mostra-se, como nos disse Fragoso, ainda mais aflitiva
do que a pena por seu caráter indeterminado. A esse respeito, afirma Cohen
(1996, p. 82): "No caso de seu enquadramento na medida de segurança, isto é,
quando for considerado como perigoso socialmente, ele não saberá quanto
tempo ficará recluso, pois isto depende da cessação de sua periculosidade,
tornando-se em muitos casos, uma condenação de prisão perpétua."
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Um ponto a ser considerado com relação à medida de segurança, no


código de 1940, é seu caráter indeterminado, sendo fixo apenas o tempo
mínimo. Este, em que pese a sua determinação com base na periculosidade,
guarda estreita relação com o crime cometido. Nesse sentido, a internação no
Manicômio Judiciário tem seus termos definidos no artigo 91:

Art. 91. O agente isento de pena, nos termos do artigo 22, é internado em
manicômio judiciário.

§ 1. A duração da internação é, no mínimo:

I — de seis anos, se a lei comina ao crime pena de reclusão não inferior, no


mínimo, a 12 anos;

II — de três anos, se a lei comina ao crime pena de reclusão não inferior, no


mínimo, a oito anos;

III — de dois anos, se a pena privativa de liberdade, cominada ao crime, é, no


mínimo, de um ano;

IV — de um ano nos outros casos.

§ 2. Na hipótese do nº IV, o juiz pode submeter o indivíduo apenas a liberdade


vigiada.

§ 4. Cessa a internação por despacho do juiz, após perícia médica, ouvidos o


Ministério Público e o diretor do estabelecimento.

§ 5. Durante um ano depois de cessada a internação, o indivíduo fica


submetido a liberdade vigiada, devendo ser de novo internado se seu
procedimento revela que persiste a periculosidade. Em caso contrário,
encontra-se extinta a medida de segurança.
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CAPÍTULO III - PUNIÇOES A QUEM PRATICA DISCRIMINAÇÃO A UM


DOENTE MENTAL, TRATANDO-SE TAMBÉM DO BULLING E INSTIGAÇÃO

3.1. Depressão gerada por trauma de Bulling e Detenção a quem


pratica bullying a um doente mental

Depressão é uma doença que faz a gente parar de enxergar a realidade


que está a nossa volta. Por mais que alguém diga que você é bonita, bem-
sucedida, nada disso adianta quando a gente está com esse defeito na cabeça,
que diz exatamente o contrário”, conta Nauzila Campos, de 25 anos. A
jornalista, advogada e modelo convive com a doença desde 2015.

No mês em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o


aumento de casos de depressão, especialistas e pessoas em tratamento
destacam a necessidade de debater o assunto e de lidar com a influência do
bullying sobre a depressão e da depressão sobre o suicídio.

O número de pessoas que vivem com depressão, segundo a OMS,


cresceu 18% entre 2005 e 2015. A estimativa é de que, atualmente, mais de
300 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença no mundo.
“No pior dos casos, a depressão pode levar ao suicídio, segunda principal
causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos”, destaca a OMS.

“O problema da depressão é que, mesmo que ela não seja crônica, ela é
um fantasma que fica ali na moita, à espreita, pronta para atacar novamente”,
acrescenta Nauzila. Em uma das crises, a advogada ficou horas vagando pelas
ruas. Hoje, ela usa as redes sociais para falar do problema.

A coordenadora da Comissão de Estudo e Prevenção ao Suicídio da


Associação Brasileira de Psiquiatria, Alexandrina Meleiro, destaca que a falta
de conhecimento faz com que o assunto se torne tabu, por isso, é tão
importante discutir o tema. “Só sabe o que é depressão quem já passou ou
está passando [por isso]. Quem está de fora claro que tem preconceito: é por
que não tem o que fazer, é por que é preguiçoso. Então, [o doente] tem mil
rótulos.”

O quadro de diminuição de autoestima, tristeza, desânimo e perda


cognitiva é resultado de alterações nos neurotransmissores. “Então, a pessoa
fica mais lenta nas reações emocionais, no sono, no peso que pode alterar
para mais ou para menos. Uma infinidade de sintomas vai expor o quadro
depressivo”, conta Alexandrina.

Segundo a OMS, a depressão será em uma década a doença que mais


vai afastar as pessoas do seu dia a dia.
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Além das redes sociais, séries na internet, desafios virtuais e


brincadeiras perigosas colocam esses assuntos em destaque. (TEXTO: ANA
LÚCIA CALDAS- REPORTE JORNALISMO BRASILIA)

Falar mais sobre as punições, leis e casos concretos ou jurisprudência.

3.2. DO BULLING A DEPRESSÇÃO

A longo prazo, o impacto pode ser notado não apenas no desempenho


escolar do aluno, mas também em sua saúde física e mental. É o que dizem
dois estudos - um americano e outro britânico.

O primeiro deles, do Hospital Infantil de Boston, nos EUA, revela que


quanto mais longo o período em que uma criança ou adolescente sofre
ameaça, xingamento ou intimidação, mais grave e duradouro será o impacto
sobre a saúde da vítima.

Para chegar a essa conclusão, a pediatra Laura Bogart e sua equipe


monitoraram a saúde de 4,2 mil estudantes do quinto ao 10º ano. E
descobriram que, não importa a idade, sofrer bullying pode causar desde baixa
autoestima até quadros de estresse, ansiedade e depressão.

Aluno sozinho crianças que sofrem bullying tendem a se isolar.


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O outro estudo é da universidade King's College London, na Inglaterra. A


psicóloga Louise Arseneault investigou o histórico médico de mais de 7 mil
britânicos desde a época em que tinham entre sete e 11 anos e ainda
frequentavam o colégio até a quinta década de vida. E o resultado foi
preocupante: indivíduos que sofreram maus-tratos na infância tinham mais
propensão que os demais a desenvolver doenças psicossomáticas na vida
adulta.

"Há uma máxima na medicina que diz: quanto mais cedo você
diagnosticar um problema e começar a tratá-lo, melhor será o prognóstico.
Esse raciocínio se aplica também ao bullying", alerta o psiquiatra Ricardo
Krause, vice-presidente da Associação Brasileira de Neurologia, Psiquiatria
Infantil e Profissões Afins (ABENEPI).

"Quanto mais cedo você identificar um caso de bullying e começar a


combatê-lo, menor será o estrago que ele vai causar na vida tanto da vítima
quanto do agressor." (André Bernado, NEWS BRASIL)

VEJAMOS UM CASO CONCRETO:

Taiuva, 27 de janeiro de 2003. Na pequena cidade no interior de São


Paulo, o estudante Edmar Aparecido Freitas, de 18 anos, volta ao colégio onde
concluiu o ensino médio, Coronel Benedito Ortiz, cumprimenta a zeladora e se
dirige para o pátio. Lá, bem na hora do recreio, saca um revólver calibre 38 e
começa a efetuar disparos. Após ferir nove pessoas, entre alunos, professores
e funcionários, se mata com um tiro na cabeça.

O caso de Taiuva, a 363 km da capital paulista, é o primeiro que se tem


notícia de bullying que termina em morte no Brasil - Edmar sofria de obesidade
e, mesmo depois de perder 30 quilos, continuou a ser ridicularizado pelos
colegas. De lá para cá, pelo menos três outros episódios deixaram um saldo de
16 mortos e 16 feridos.( NEWS BRASIL)

A Comissão aprova inclusão do crime de bullying no Código Penal

O crime consiste em intimidar, constranger, ofender, castigar, submeter,


ridicularizar ou expor alguém, entre pares, a sofrimento físico ou moral, de
forma reiterada.

Pela proposta, o crime consiste em intimidar, constranger, ofender,


castigar, submeter, ridicularizar ou expor alguém, entre pares, a sofrimento
físico ou moral, de forma reiterada. A pena prevista é de detenção de um a três
anos e multa. Se o crime ocorrer em ambiente escolar, a pena será aumentada
em 50%.

O bullying contra alguém com saúde mental pode ser considerado um


crime de injúria ou difamação, dependendo do conteúdo das palavras ou ações
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praticadas pelo agressor. Além disso, se a conduta do agressor for considerada


discriminatória em razão da condição de saúde mental da vítima, ele também
pode ser enquadrado no crime de discriminação previsto na Lei nº 7.716/89.As
punições para esses crimes podem incluir multas, prestação de serviços à
comunidade e até mesmo detenção ou reclusão, dependendo da gravidade do
caso e das circunstâncias envolvidas. Além disso, o agressor pode ser
obrigado a pagar uma indenização à vítima por danos morais e materiais
causados pelo bullying.

Cabe ressaltar que, em casos de bullying contra pessoas com saúde


mental, é importante buscar ajuda profissional e acompanhamento médico para
a vítima, além de medidas preventivas para evitar a repetição do
comportamento agressivo

No Brasil, o sistema de responsabilização penal prevê a punição de


pessoas que cometem crimes que causam sofrimento psíquico em suas
vítimas. Esses crimes podem ser enquadrados como crimes contra a honra
(calúnia, difamação ou injúria), crimes de ameaça ou violência doméstica, por
exemplo.As punições para esses crimes variam de acordo com a gravidade do
caso e podem incluir desde penas restritivas de direitos (como prestação de
serviços à comunidade ou pagamento de multas) até detenção ou reclusão em
regime fechado. Além disso, o agressor também pode ser obrigado a pagar
uma indenização à vítima por danos morais e materiais causados pelo
sofrimento psíquico.

Cabe ressaltar que, em casos de sofrimento psíquico causado por


violência doméstica, a Lei Maria da Penha prevê medidas de proteção à vítima,
como a concessão de medidas protetivas de urgência e a criação de juizados
especializados para atendimento à mulher vítima de violência.

LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001.

Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de


transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

Importante também ressaltar que os pais que permitem ou incentivam


seus filhos a cometer bullying contra colegas com depressão podem ser
responsabilizados por sua conduta. Se a vítima do bullying sofrer danos físicos
ou emocionais, os pais do agressor podem ser processados civilmente e
obrigados a pagar uma indenização à vítima. Além disso, dependendo das
circunstâncias do caso, os pais do agressor podem enfrentar sanções
criminais, como multas ou mesmo a prisão. Isso pode ocorrer se as
autoridades determinarem que os pais foram negligentes em relação à
educação de seus filhos ou permitiram que eles cometessem crimes.
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Portanto, é importante que os pais sejam proativos na prevenção do


bullying e eduquem seus filhos sobre o respeito pelas diferenças e a
importância da empatia. Caso o bullying aconteça, os pais devem intervir
imediatamente e tomar medidas para corrigir o comportamento de seus filhos e
proteger a vítima.

3.3. Punição contra a quem pratica preconceito a um depressivo, da


chantagem emocional a sofrimentos psíquicos(abuso psicológico)
a um depressivo.

Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio


material para que o faça: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. § 1º - Se
da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave: Pena -
reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

Coagir um doente mental a cometer um crime ou instigá-lo a cometer


suicídio é considerado crime previsto no Código Penal brasileiro. Essa conduta
pode ser enquadrada como coação, induzimento ou instigação a cometer
crime, previstos nos artigos 146, 122 e 124 do Código Penal, respectivamente.
A pena para esses crimes varia de acordo com a grave do caso, podendo ser
desde detenção até reclusão em regime fechado. Além disso, o agressor pode
ser obrigado a pagar uma indenização à vítima por danos morais e materiais
causados pelo sofrimento psíquico. Cabe ressaltar que, em casos de coação
ou instigação a cometer crime ou suicídio envolvendo pessoas com transtornos
mentais, é importante buscar ajuda profissional e acompanhamento médico
para a vítima, além de medidas preventivas para evitar a repetição do
comportamento agressivo. É importante lembrar que pessoas com transtornos
mentais muitas vezes são mais vulneráveis e necessitam de cuidados
especiais.

Além disso, o agressor pode ser obrigado a pagar uma indenização à


vítima por danos morais e materiais causados pelo sofrimento psíquico. Cabe
ressaltar que, em casos de coação ou instigação a cometer crime ou suicídio
envolvendo pessoas com transtornos mentais, é importante buscar ajuda
profissional e acompanhamento médico para a vítima, além de medidas
preventivas para evitar a repetição do comportamento agressivo. É importante
lembrar que pessoas com transtornos mentais muitas vezes são mais
vulneráveis e necessitam de cuidados especiais.

No Brasil, o sistema de responsabilização penal prevê a punição de


pessoas que cometem crimes que causam sofrimento psíquico em suas
vítimas. Esses crimes podem ser enquadrados como crimes contra a honra
(calúnia, difamação ou injúria), crimes de ameaça ou violência doméstica, por
exemplo. As punições para esses crimes variam de acordo com a gravidade do
caso e podem incluir desde penas restritivas de direitos (como prestação de
serviços à comunidade ou pagamento de multas) até detenção ou reclusão em
21

regime fechado. Além disso, o agressor também pode ser obrigado a pagar
uma indenização à vítima por danos morais e materiais causados pelo
sofrimento psíquico.

Cabe ressaltar que, em casos de sofrimento psíquico causado por


violência doméstica, a Lei Maria da Penha prevê medidas de proteção à vítima,
como a concessão de medidas protetivas de urgência e a criação de juizados
especializados para atendimento à mulher vítima de violência.

Suicídio

De acordo com a OMS, o suicídio é atualmente um problema de saúde


pública, sendo uma das três principais causas de morte, entre pessoas de 15 a
44 anos, e a segunda entre as de 10 a 24 anos. A cada ano, aproximadamente
1 milhão de pessoas tira a própria vida, o que representa uma morte a cada 40
segundos. O Brasil tem cerca de 10 mil registros anuais.

Estudos revelam que a maioria dos suicídios está ligada a transtornos


psiquiátricos como explica a psiquiatra Alexandrina Meleiro.

Em meio a informações sobre desafios virtuais e suicídios supostamente


associados a jogos o médico Daniel Martins de Barros, do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, defende que o tema seja
conversado entre pais e filhos.

“Os pais têm o papel de ajudar os filhos a lidar com as informações que
eles recebem do mundo. Não adianta você falar eu não vou conversar com o
meu filho sobre isso, porque seu filho vai conversar sobre isso com outras
pessoas. Então, é melhor você passar sua versão”, destacou o psiquiatra. “Às
vezes, a criança e o adolescente não conseguem elaborar muito essa
sensação de tristeza, mas ficam mais irritados, às vezes mais agressivos, mais
inquietos. Começam a influenciar nos relacionamentos, no rendimento escolar.
São mudanças que você só percebe estando atento, estando envolvido com
seus filhos.”

E é possível reagir. “Eu sei o que é chegar ao fundo do poço e eu sei


que é possível sair, não importa quão fundo você chegue. Eu sei o que é você
acreditar que nada tem saída em relação àquele problema, que nada se pode
fazer em relação à doença que você tem. Mas eu quero dizer que tem sim. É
possível sair dessa”, disse a advogada Nauzila Campo

Importante saber que no Brasil, o sistema de responsabilização penal


prevê a punição de pessoas que cometem crimes que causam sofrimento
psíquico em suas vítimas. Esses crimes podem ser enquadrados como crimes
contra a honra (calúnia, difamação ou injúria), crimes de ameaça ou violência
doméstica, por exemplo.As punições para esses crimes variam de acordo com
a gravidade do caso e podem incluir desde penas restritivas de direitos (como
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prestação de serviços à comunidade ou pagamento de multas) até detenção ou


reclusão em regime fechado. Além disso, o agressor também pode ser
obrigado a pagar uma indenização à vítima por danos morais e materiais
causados pelo sofrimento psíquico.

Cabe ressaltar que, em casos de sofrimento psíquico causado por


violência doméstica, a Lei Maria da Penha prevê medidas de proteção à vítima,
como a concessão de medidas protetivas de urgência e a criação de juizados
especializados para atendimento à mulher vítima de violência.

3.4. Psocofobia é crime

Psicofobia é crime previsto em Lei e dá cadeia!

O que é psicofobia?

Termo um tanto desconhecido, embora largamente praticado, psicofobia


trata do preconceito contra pessoas que sofrem de transtornos mentais. Assim,
o desconhecimento, a negligência e a rejeição são fatores que fazem piorar o
quadro destes indivíduos. Uma vez que o agredido, muitas vezes, vivencia este
tipo de situação em seu cotidiano, seja com familiares ou entre amigos.

Entenda a dinâmica básica dos transtornos mentais

Eles podem ser desencadeados por traumas, grandes rupturas


emocionais ou fatores genéticos. É um processo químico, como em outras
doenças psiquiátricas, o desequilíbrio de hormônios, como dopamina,
endorfina, serotonina e ocitocina desencadeiam o transtorno,
independentemente da pessoa possuir uma vida tranquila, próspera ou não.

Entenda os tipos de agressão:

Isto é uma fase, a tristeza vai embora e passa, não fica assim.

Desculpa, pessoas com depressão clínica ou transtorno bipolar não


ficam tristes por causa de uma situação em especial. Elas simplesmente
entram em crise por fatores externos ou internos que as desestabilizam.

Você é louca(o), precisa ser internada (o), não dá para conviver com
você!

Sim, transtornos mentais são sofrimentos para quem vê e muito mais


para quem é portador. O indivíduo entra em instabilidade emocional e
potencializa situações que ele julga ameaçadoras, como ter que sair na rua,
ouvir um comentário negativo, ou ter que esperar por algum processo
burocrático. Tudo fica muito mais sofrido.

Para com isso, que frescura, você é hipocondríaca (o), vê doença em


tudo!
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Normalmente, mesmo que a pessoa transtornada não esteja numa crise


emocional aguda, qualquer flutuação vai deixá-la em estado de alerta. Isso
acontece porquê crises de pânico e ansiedade são muito traumáticas, as
emoções tomam conta da mente e do físico da pessoa. E o indivíduo sofre
apenas em pensar que pode acontecer de novo.

Vai trabalhar você está fazendo corpo mole!

Doenças psiquiátricas em estágio agudo ou refratário (quando levam


mais tempo do que o normal para estabilizar), podem ser incapacitantes, sim! A
própria legislação trabalhista garante auxílio doença, após perícia, dependendo
do estado do paciente. O indivíduo em estado grave de um transtorno não
consegue, mesmo, realizar atividades simples, como tomar banho, comer ou
ter foco para fazer uma leitura, por exemplo.

Existe ajuda, você não está sozinho.

Existe ajuda para quem não pode custear terapeutas ou psiquiatras para
tratamento. Esse trabalho é desenvolvido pelo programa de terapia da
associação N/A Neuróticos Anônimos, entre outras entidades.

Psicofobia é o preconceito contra as pessoas que têm transtornos e


deficiências mentais. Ao longo da história, doentes mentais foram acusados de
bruxaria ou de serem possuídos pelos demônios, ou até mesmo de serem
servos do diabo. Nos tempos modernos, quando foram desenvolvidas a
psiquiatria e a psicologia, verificou-se que essas pessoas tinham doenças
mentais e não demônios ou quaisquer outras explicações acima mencionadas.
O preconceito contra os portadores de doenças mentais ainda é muito grande e
apenas a informação sobre o assunto pode diminuir o preconceito.

Desse modo, a psicofobia nada mais é do que tratar algum transtorno ou


transtornador mental com negligência. Ou seja, quando se inferioriza uma
pessoa dizendo coisas como “isso é frescura”, “você está se fazendo de
vítima”, ou quando se dizem que alguém é “louco” porque possui um transtorno
mental. É preciso se compreender que pessoas com ideias suicidas não estão
em busca de atenção, pessoas com depressão não estão tristes, pessoas com
ansiedade não são rudes, pessoas com transtorno mental não são loucas. E a
Psicofobia só piora todos os tipos de transtornos que existem. A negligência, a
ignorância , a solidão , levam a pessoa a um estado muito pior do que o
transtorno já a coloca.

A Psicofobia é motivo de suicídio no país inteiro, por negligência ou


ignorância de próximos a um tratamento adequado.

Psicofobia é Crime!
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Com o objetivo principal de combater o preconceito contra o doente


mental e contra o Psiquiatra, a campanha está o PLS 236/12 que torna a
Psicofobia (atitudes preconceituosas e discriminatórias contra os deficientes e
os portadores de transtornos mentais.) um crime. (EHS SEGURANÇA DO
TRABALHO LTDA)
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CONCLUSÃO

Todos os dias, milhares de pessoas recebem o diagnóstico de doença


mental no mundo. Dentre elas temos a Depressão, Transtorno de Humor,
Transtorno de Déficit de Atenção, Transtornos de Personalidade, Transtorno de
Ansiedade e muitas outras doenças que podem afetar crianças, jovens, adultos
e idosos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 720


milhões de pessoas sofrem com doenças mentais em todo o mundo,
aproximadamente 10% de toda a população mundial. O quadro é muito
preocupante!

O Brasil lidera o ranking de casos de depressão e ansiedade na América


Latina - com 11,5 milhões de padecentes e quase 19 milhões em todo o país,
respectivamente - sendo consideradas as principais causas de suicídio (dados
mundiais). Além dessa posição assustadora, o Brasil também ocupa o terceiro
lugar no ranking mundial das doenças mentais.

Com a apresentação das diversas teorias, estudos e pesquisas, chega-


se à conclusão de que no nosso país a justiça se encontra falha em diversos
pontos acerca deste tema, como a lentidão nas devidas punições necessárias
aos cometedores da discriminação. Há de haver punições mais severas,
normas eficazes para que esse preconceito se deteriore, nós que sofremos
não aguentamos mais, o que faz a taxa de suicídio aumentar, a pessoa
específica que fazer tal ato com um doente mental a de sofrer consequências é
muito lembrado e essencial ressaltar a exposição aos cidadãos do presente
tema.

Medidas como Buscar de Exposições severas, como ser preso com


apenas um delito, como ser obrigado a pagar pelos valores dos remédios de
um depressivo por pelo menos 1 semestre, para prejudicar tal ato preconceito
não tenha noção do que se passa a um doente, quem passar por psicofobia e
o valor exorbitante do gasto do remédio, porém o pior é precisar desses
remédios para sobreviver não é? E porque não medidas de punição ser dado
como pagar a estes remédios por um período.

Em conclusão, a questão do doente mental no direito penal é


extremamente complexa e delicada. É necessário haver uma análise minuciosa
e criteriosa da condição psicológica do acusado para que a justiça seja feita de
forma justa e adequada. A punição de pessoas com doenças mentais é um
tema sensível que exige a atenção e o cuidado dos profissionais envolvidos no
processo penal. A Lei de Execução Penal prevê medidas de segurança
adequadas para esses casos, que visam garantir a proteção da sociedade e ao
mesmo tempo proteger os direitos do indivíduo doente mental. Portanto, é
preciso uma reflexão mais aprofundada sobre o assunto para que se possa
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encontrar o equilíbrio entre a justiça e a humanidade no tratamento dos


doentes mentais no âmbito do Direito Penal.

O tema da punição para pessoas que cometem preconceito com


doentes mentais, em particular com pessoas com depressão, é um assunto
complexo e muito relevante. A discriminação contra pessoas com transtornos
mentais é uma violação dos direitos humanos, e pode contribuir para agravar
as condições de saúde dessas pessoas. Nesse sentido, é importante que haja
um compromisso coletivo em erradicar qualquer forma de preconceito ou
discriminação com os doentes mentais. Além disso, é necessário que haja
mecanismos jurídicos efetivos para punir casos de discriminação contra
pessoas com depressão e outras condições psicológicas. É importante que
essas medidas sejam adequadas e suficientes para prevenir comportamentos
discriminatórios e garantir a proteção dessas pessoas.

Portanto, conclui-se que é necessário um esforço conjunto e contínuo


para conscientizar a sociedade sobre a importância de tratar os doentes
mentais com respeito e dignidade, e para assegurar que as leis sejam
rigorosas o suficiente para punir aqueles que desrespeitam essas pessoas.
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REFERÊNCIAS BLIBIOGRÁFICAS:

https://www.tjdft.jus.br/informacoes/programas-projetos-e-acoes/pro-vida/dicas-
de-saude/pilulas-de-saude/depressao-causas-sintomas-tratamentos-
diagnostico-e-prevencao

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-04/e-preciso-falar-sobre-
bullying-depressao-e-suicidio-alertam-especialistas?amp

https://al.se.leg.br/lei-previne-depressao-e-suicidio-de-estudantes-em-sergipe/

https://www12.senado.leg.br/radio/1/noticia/2022/12/01/comissao-aprova-
semana-nacional-de-conscientizacao-sobre-a-depressao

https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10772/A-inimputabilidade-penal-por-
doenca-menta

AVENA, Norberto. Manual de Processo Penal. 3. ed., rev., ampl. e atual. Rio de
Janeiro: Forense, 2015.

BRASIL. Lei n. 10.216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os


direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo
assistencial em saúde mental. Publicada no Diário Oficial da União de
07.04.2001.

https://www.scielo.br/j/hcsm/a/Kd7b5QmLDPGkZwJMQ4wPCpP/#:~:text=Com
%20base%20no%20artigo%2022,efetivo%20em%20rela%C3%A7%C3%A3o
%20ao%20sujeito.

https://www.camara.leg.br/noticias/421579-COMISSAO-APROVA-INCLUSAO-
DO-CRIME-DE-BULLYING-NO-CODIGO-PENAL
28

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?
codteor=1804803#:~:text=%E2%80%9CArt.,a%204%20(quatro)
%20anos.https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/
2018/10/61ce774b039b6d4cd210d21a7cf43e32.png

https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?
idConteudo=503116&ori=1

https://www.tjdft.jus.br/informacoes/programas-projetos-e-acoes/pro-vida/dicas-
de-saude/pilulas-de-saude/psicofobia-seu-preconceito-causa-sofrimento

https://ehsseguranca.com.br/psicofobia-e-crime-previsto-em-lei-e-da-cadeia/

Doutora Mariana Morais- Psiquiatra-CRM: 1130811-RJ

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