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INTRODUÇÃO
O presente artigo fará uma abordagem crítica acerca das mentes criminosas,
no tocante ao sujeito e sua prática delitiva, utilizando-se do ramo da
Psicologia Criminal e do conhecimento acerca do criminoso, possibilitando-
se assim, o esclarecimento dos motivos que o levaram ao cometimento do
ilícito penal, bem como a prevenção da prática deste ato atentatório à paz
social.
Seja qual for á concepção que se tenha de Criminologia Clínica, ela deverá
dar subsídios para se enfrentarem estas três questões: análise da conduta
que o direito criminal define como criminosa e da pessoa que a praticou (ou,
numa linguagem de viés crítico, da pessoa que foi selecionada pelo sistema
punitivo), a análise do cárcere e suas vicissitudes e a discussão em torno das
estratégias de intervenção. Assim, o critério sobre o qual se baseou a
sequência dos temas são essas três questões enfrentadas pela Criminologia
Clínica e Psicologia Criminal [...]
2 TRANSTORNO COMPORTAMENTAL
ANTISSOCIAL (PSICOPATIA)
Como se depreende por meio da análise das classificações dos distúrbios
dissociais dentro da classificação da OMS, a psicopatia é um distúrbio
mental grave de desvio de caráter, ausência de sentimentos e aguçada
capacidade de mentir e agir como se fossem verdadeiros os sentimentos e as
intenções. Os psicopatas têm normalmente inteligência acima da média e
por isso mesmo são excelentes manipuladores.
Em seu livro Mentes Perigosas, Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva destaca que
ninguém vira psicopata da noite para o dia: eles nascem assim e
permanecem assim durante toda a sua existência. Os psicopatas apresentam
em sua história de vida alterações comportamentais sérias, desde a mais
tenra infância até os seus últimos dias, relevando que antes de tudo, a
psicopatia se traduz numa maneira de ser, existir e perceber o mundo
(SILVA, 2008, p. 170).
Uma vez que nem todos os crimes são passíveis de Perfis Criminais, Holmes
e Holmes verificaram que os perfis apenas são apropriados em casos nos
quais o conhecido ofensor mostra sinais de psicopatologia ou se o crime é
particularmente violento ou contém um certo ritual. (MULLER, 2000, p.
234).
Para este autor, uma perspectiva teórica pode emergir da construção de elos
de ligação a partir dos estudos realizados nesta área. Um dos elos possíveis é,
por exemplo, a constatação de que qualquer crime é sempre uma transação
interpessoal que envolve as características do ofensor, nomeadamente na sua
forma de lidar com as outras pessoas. Assim, será de esperar que, durante o
crime, ele se comporte de acordo com as suas características de
personalidade, como no caso da psicopatia. O autor baseia, deste modo, o
seu processo de elaboração de um Perfil Criminal num conjunto de
abordagens teóricas de onde se destacam as tipologias psicodinâmicas,
diferenças de personalidade, carreiras criminais e as narrativas interpessoais
(KOCSIS, 2003, p. 664).
Essa prática tem sido utilizada pelos agentes da polícia de todo o mundo,
apesar de não haver nenhuma evidência científica convincente de que é
confiável, válido ou útil. De fato, há poucos estudos que empiricamente
verificam a exatidão dos Perfis Criminais. Outrossim, eles representam um
avanço na busca pelo psicopata, devendo assim ter sua aplicabilidade vista
como auxílio no processo investigativo.
Poucos são os estudos que têm explorado a exatidão dos perfis de forma
empírica. Estes estudos indicam que as pessoas parecem diferir na sua
capacidade de descrever com exatidão o perpetrador de um crime quando o
investigador tem a informação em sua posse (KOCSIS & HAYES, 2004, p.
820).
CONCLUSÃO
O estudo acerca de mentes criminosas, no que se refere a transtornos
comportamentais e demais anomalias psíquicas, encontra sérias barreiras na
tentativa se der positivado e encarado de modo técnico e preciso, haja vista a
dificuldade de identificar o sujeito delinquente em meio aos grupos sociais
em que se encontra inserido, devido à carência de características
perceptíveis pelos demais integrantes e assim elaborar um perfil criminoso
de identificação simplificada.
Sabe-se que há muito ainda que se evoluir quando se trata desta técnica,
outrossim é inegável que seus avanços despertam a cada dia interesse dos
profissionais relacionados a este área, haja vista a complexidade que
encontram quanto a necessidade de dar à sociedade respostas acerca dos
crimes praticados por mentes cruéis e ardilosas, que buscam se passar por
vítimas sociais.
Muitas foram as vítimas que tiveram seus casos arquivados por falta de
provas, indícios de autoria e materialidade; os operadores do direito não
podem se manter inertes a esta realidade, e o modo mais eficiente a alterar
este cenários é o estudo científico que posteriormente será validado e poderá
assim, conferir auxílio ímpar para que seja a dignidade da pessoa humana
devidamente resguardada.