Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROF.

JOSÉ DE SOUZA HERDY

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE PSICOLOGIA

PROJETO CURRICULAR ARTICULADOR - PCA 2023.2

JOICE GUSMÃO - 3702372


JULIA FERREIRA - 3702719

Libertando Vozes:
Apoio ao Fechamento dos Manicômios Judiciários

CÓDIGO DA TURMA

Duque de Caxias

2023
Sumário
1.1. Nome do Projeto.................................................................................................3
1.2. Fundamentação teórica.......................................................................................3
1.3. Objetivos.............................................................................................................5
Objetivo geral.............................................................................................................5
Objetivos específicos:.................................................................................................5
1.4. Metodologia........................................................................................................5
2. RESULTADOS ESPERADOS..................................................................................8
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................9

2
1. DADOS DO PROJETO

1.1. Nome do Projeto


Libertando Vozes: Apoio ao Fechamento dos Manicômios Judiciários

1.2. Fundamentação teórica

O objetivo dessa intervenção é entender os manicômios judiciários, que são


instituições criadas para abrigar pessoas com transtornos mentais que cometeram crimes
ou foram consideradas inimputáveis pela justiça. No entanto, essas instituições têm sido
alvo de críticas devido a uma série de questões éticas, humanitárias e jurídicas que
levantam preocupações quanto à sua existência.
De acordo com dados do censo nacional realizado em 2011, o Brasil conta com
23 manicômios judiciários e três alas de tratamento psiquiátrico em presídios, onde
cerca de quatro mil pessoas residem (Diniz, 2013). Entretanto, segundo Delgado (2011),
nos anos 1990, o Brasil passou por um intenso movimento de crítica política conhecido
como reforma psiquiátrica, que trouxe mudanças significativas nas práticas de
assistência em saúde mental. Apesar dessas transformações, os manicômios judiciários
resistiram à adoção de modelos alternativos de cuidado para pessoas com transtornos
mentais. Surpreendentemente, entre 2000 e 2010, o crescimento dessas instituições foi o
mais expressivo em 90 anos de história, com a construção de 1/4 dos manicômios
judiciários brasileiros nesse período.
Um dos principais problemas dos manicômios judiciários é a violação dos
direitos humanos dos pacientes. Essas instituições muitas vezes falham em fornecer
tratamentos adequados e humanizados, resultando em condições de vida degradantes e
violência física e psicológica. Além disso, o confinamento prolongado em um ambiente
opressivo e isolado pode agravar ainda mais os problemas de saúde mental dos
indivíduos.
Outra crítica importante é a falta de eficácia dos manicômios judiciários no
processo de reintegração social dos pacientes, o que acontece desde sua existência. Em
vez de proporcionar tratamentos e condições que promovam a recuperação e a
reinserção na sociedade, essas instituições muitas vezes contribuem para a

3
estigmatização e marginalização contínua dos indivíduos.
Além disso, a existência dos manicômios judiciários reflete uma abordagem
punitiva e retributiva em relação à saúde mental, em vez de uma abordagem baseada na
reabilitação e na busca de soluções mais justas e humanas para lidar com os casos
envolvendo transtornos mentais e crimes.
Portanto, é crucial que os manicômios judiciários sejam substituídos por
alternativas que priorizem o tratamento adequado, a inclusão social e os direitos
humanos dos indivíduos com transtornos mentais. Isso envolve investimentos em
serviços de saúde mental comunitários, programas de apoio e reabilitação, bem como
mudanças nas políticas de justiça criminal para abordar de forma mais equitativa os
casos envolvendo transtornos mentais, entendo que os fechamentos dos manicómios
judiciários devem ser realizados o quanto antes.
Ora, diante da experiência do PAILI-GO" de Silva (2010) que aborda o tema das
pessoas em medida de segurança no contexto do sistema de saúde brasileiro. Objetiva-
se em apresentar a experiência do Programa de Atenção Integral à Loucura Infracional
do Estado de Goiás (PAILI-GO) e discutir os fatores positivos de um estado sem
manicômio judiciário.
Destaca-se a humanização do atendimento, que busca tratar as pessoas em
medida de segurança com respeito, dignidade e acolhimento. Ao invés de confinamento
em instituições asilares, busca-se oferecer um ambiente terapêutico, com tratamento
especializado e individualizado.
Outro fator positivo é a integração entre os diversos profissionais de saúde
envolvidos, como psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e médicos. Essa equipe
multidisciplinar busca não apenas tratar os transtornos mentais, mas também abordar as
necessidades sociais e emocionais das pessoas em medida de segurança. Isso contribui
para uma abordagem mais holística e efetiva no processo de reabilitação e reinserção
social.
Além disso, destaca a importância da participação dos familiares e da
comunidade no processo de tratamento. Essa integração fortalece os laços sociais e
contribui para a redução do estigma e preconceito em relação às pessoas em medida de
segurança.
Contudo, em ênfase na reinserção social e no acompanhamento pós-alta. O
programa PAILI-GO busca promover a autonomia e a reintegração das pessoas em
medida de segurança na sociedade, por meio de apoio psicossocial, capacitação

4
profissional e encaminhamento para atividades de lazer e cultura.

Por fim, a importância da atenção integral e da articulação entre diferentes


serviços de saúde, como CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), hospitais gerais e
serviços de assistência social. Essa integração permite um acompanhamento contínuo e
abrangente, garantindo uma assistência multiprofissional e evitando novas internações
em manicômios judiciários.
Em síntese, evidencia que é possível um estado sem manicômio judiciário, como
a experiência do PAILI-GO, que traz diversos fatores positivos, como humanização do
atendimento, integração de equipes multidisciplinares, participação da família e da
comunidade, ênfase na reinserção social e acompanhamento pós-alta, além da
articulação entre os diversos serviços de saúde. Esses fatores contribuem para uma
abordagem mais efetiva e respeitosa no cuidado das pessoas em medida de segurança.

1.3. Objetivos

Objetivo geral
Esclarecer que os Manicómios Judiciários podem ser fechados.
Objetivos específicos:

● Divulgar os tratamentos opressores e desumanos aplicados nos MJ.

● Falar do estigma do louco infrator.

● Fomentar o respeito aos direitos humanos e a dignidade das pessoas

com transtornos mentais que cometeram crimes ou foram consideradas


inimputáveis pela justiça.

● Proporcionar visibilidade as estratégias que substituem a existência dos

MJ.

1.4. Metodologia

5
Iniciaremos o processo de conscientização, incentivando os participantes a
realizar pesquisas e estudos sobre os manicômios judiciários, incluindo sua história,
problemas associados e alternativas possíveis para a intervenção. Isso pode ser feito por
meio de leituras, discussões em grupo e trabalhos escritos.
As Palestras e workshops será ofertada com especialistas na área da saúde e
direitos humanos, que possam compartilhar seus conhecimentos e experiências sobre a
intervenção nos manicômios judiciários. Eles irão abordar os benefícios de abordagens
alternativas, como a desinstitucionalização e assistência comunitária.
Iremos propor visitas semestrais a instituições de saúde mental para
proporcionar aos estudantes e especialistas na área da saúde, a oportunidade de visitar
instituições de saúde mental que adotaram abordagens inovadoras e humanizadas para o
tratamento de pacientes com transtornos mentais. Essas visitas podem permitir que os
estudantes e profissionais vejam em primeira mão as diferenças na qualidade de vida e
recuperação dos pacientes.
Realizaremos simulações e estudos de caso que permitam aos participantes
explorar diferentes situações envolvendo pacientes de manicômios judiciários. Eles
podem discutir e propor soluções mais humanizadas e eficazes para esses casos,
considerando as abordagens alternativas aprendidas.
Logo, realizaremos parcerias com a comunidade e organizações comunitárias
que já oferecem suporte a pessoas com transtornos mentais. Os participantes podem se
envolver em atividades práticas, como programas de voluntariado, para entender melhor
as necessidades e desafios enfrentados por essas pessoas após o fechamento dos
manicômios judiciários.
Por fim, mensalmente realizaremos Campanhas de sensibilização para
conscientizar o público em geral sobre os problemas associados aos manicômios
judiciários e a importância de intervenções humanizadas. Isso pode incluir a criação de
materiais informativos, organização de eventos comunitários e o uso das redes sociais
para ampliar o alcance da mensagem.
Em suma, iremos recolher semestralmente Avaliação e feedback no final da
metodologia, solicitaremos os participantes que realizem uma avaliação do processo de
conscientização. Isso ajudará a identificar pontos fortes e fracos da metodologia e
possibilitará ajustes e melhorias para futuras iniciativas.

6
1.6. Descrição das atividades para a realização do projeto proposto

Ordem O que Quando Quem vai Onde fazer? Como fazer? Qual o Qual o retorno
fazer? fazer? fazer? valor? esperado?

1 Pesquisas 18/02/24 Estudantes da Universidades. Encontros 300,00R$ Publicação em


Científicas Até área da saúde a quinzenais para cada revista científica.
IC. 18/02/25 partir do 4 com doutores aluno
período. em Saúde participante
Mental do projeto.
parceiros do
projeto.
2 Palestras e Bimestrais. Especialistas Atenção Encontros 1000,00R$ Conscientização da
Workshop. na área da Primária, Bimestrais para o desinstitucionaliz
saúde e Hospitais e com Workshop. ação e assistência
Universidades. Especialistas comunitária.
direitos
humanos na área da
saúde e
direitos
humanos.
3 Visitas a Semestrais. Os CAPS. Visitas x Permitir que os
CAPS. profissionais Semestrais. estudantes e
colaboradores profissionais
do projeto em
vejam em
parceria com
primeira mão as
coordenadores
diferenças na
do CAPS do
qualidade de vida
território.
e recuperação dos
pacientes.

7
4 Campanhas Mensais. Colaboradores Mídias Campanhas 500,00R$ Ampliar o processo
Publicitárias. do Projeto. Sociais. Mensais. de Conscientização;

8
1.7. Beneficiados pelo projeto (público-alvo)
O projeto visa beneficiar os “loucos infratores”, cujo objetivo é fechar os MJ. O
projeto em questão não possui um público-alvo com gênero ou idade especifica, os
resultados atingirão todos aqueles INFRATORES COM TRANSTORNOS MENTAIS.

2. RESULTADOS ESPERADOS
Ora, diante de todas as abordagens realizadas, espera-se que venhamos a ter um
número considerável de profissionais e estudantes da área da saúde conscientizados e
dispostos a lutar pelo fechamento dos manicómios judiciários e respeitar a a história de
cada individuo encarcerado com transtorno mental.

9
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida.B, et al. Saúde e mortalidade no sistema penal, volume 1 [livro eletrônico]


(Org.). - 1.ed. – São Paulo : Tirant lo Blanch, 2023.

CARRARA, Sérgio Luis. A História Esquecida: os Manicômios Judiciários no Brasil.


Rev. bras. crescimento desenvolv. hum., São Paulo, v. 20, n. 1, p. 16-29, abr. 2010.
Disponível em: pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
12822010000100004&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 19 set. 2023.

GOFFMAN, E. Manicômios, Prisões e Conventos. São Paulo: Perspectiva, 1974.

Delgado, P.G. (2011). Manicômios judiciários e custódia no Brasil. Revista de Direito


Sanitário, 12(1), 49-60.

Diniz, D. (2013). A loucura e o direito: A reforma psiquiátrica brasileira. Rio de


Janeiro: Editora Lumen Juris.

DINIZ, Debora; BRITO, Luciana. “Eu não sou presa de juízo, não”: Zefinha, a louca
perigosa mais antiga do Brasil. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de
Janeiro, v.23, n.1, jan.-mar. 2016, p.113-129.

Ibrahim, E. Manicômio judiciário: o testemunho de um olhar vivido / Elza Maria, Mussi


Ibrahim; orientadora: Junia de Vilhena. – 2012

LAMOGLIA, Cláudia Valéria Abdala. MANICÔMIOS JUDICIÁRIOS. Episteme


Transversalis, v. 12, n. 1, 2021.

PERES NERY FILHO, Antônio. A doença mental no direito penal brasileiro:


inimputabilidade, irresponsabilidade, periculosidade e medida de segurança. História,
Ciências, Saúde. Manguinhos, Rio de Janeiro: 2002. RIBEIRO, Paulo Rennes Marçal.
Saúde mental no Brasil. São Paulo: Arte & Ciência, 1999.

Sá, E. N. de C. (1985). O Manicômio Judiciário: saúde ou justiça? Revista De Saúde

10
Pública, 19(5), 389–400. https://doi.org/10.1590/S0034-89101985000500002

SILVA, M. B. B. E. O desafio colocado pelas pessoas em medida de segurança no


âmbito do Sistema Único de Saúde: a experiência do PAILI-GO. Physis: Revista de
Saúde Coletiva, v. 20, n. 2, p. 653–682, 2010.

11

Você também pode gostar