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Sumário
PSICOLOGIA JURÍDICA NAS VARAS DE FAMÍLIA E CIVIL ................. 1
INTRODUÇÃO ........................................................................................ 4
CONCLUSÃO ........................................................................................ 28
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 30
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NOSSA HISTÓRIA
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INTRODUÇÃO
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A PSICOLOGIA E O DIREITO
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buscando a harmonia entre os diferentes sujeitos com seus comportamentos na
sociedade, conciliando ou punindo tais comportamentos.
[...] o juiz deve zelar pelo cumprimento de suas decisões e pela leal-
dade entre as partes, no curso do processo, devendo tomar as medi-
das necessárias para evitar o uso de práticas que obstaculizem o curso
normal do processo ou interfiram indevidamente em seus resultados.
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técnico sobre as partes litigantes envolvidas nos processos, é um importante
instrumento subsidiário na decisão dos juízes na busca de um justo desfecho do
conflito, assegurando direitos e dignidade das partes envolvidas.
A PSICOLOGIA JURÍDICA
Segundo Walrat (1977, p. 6), o direito tem por objetivo regular a vida hu-
mana em sociedade, estabelecendo, para esse fim, normas de conduta que de-
vem ser observadas pelas pessoas. Tem por finalidade a realização da paz e da
ordem social, mas também vai atingir as relações individuais das pessoas.
Desse modo, observa-se a produção social e técnica de um novo campo para
atuação do saber psicológico, aqui compreendida como psicologia jurídica.
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Nesse campo de atuação e intervenção Silva (2009, p. 10) esclarece como a
“atividade do psicólogo relativa à descrição dos processos mentais e comporta-
mentais do sujeito, de acordo com as técnicas psicológicas, respondendo estri-
tamente à demanda judicial, porém sem emitir juízo de valor”.
• Relacionamentos interpessoais;
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mudanças promovem modificações nos relacionamentos interpessoais, que, por
sua vez influenciam o desenvolvimento do conflito (FIORELLI, 2008, p. 19 e
141). A comunicação é o elemento-chave de todo o processo de mudança e
imperfeições, nela provoca medo, insegurança e incertezas (FIORELLE, 2008,
p. 15 e 48).
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A psicologia jurídica é uma área que vem crescendo e ampliando seu co-
nhecimento, à medida que fazem novas descobertas de sua atuação dentro da
utilidade judicial e, sobretudo, novas produções acadêmicas e científicas. Pro-
cura-se fazer o uso do conhecimento científico, já construído pela psicologia,
para aproximar sua atuação com o judiciário. A busca de uma boa comunicação
da psicologia com o direito gera cada vez mais avanços na área com os serviços
de perícia no âmbito da justiça, onde essa relação causa uma necessidade de
compreender e redimensionar a ação humana e suas relações sociais conflituo-
sas, buscando clareza nos aspectos legais e afetivo comportamentais.
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disso, ele pode investigar os motivos que levaram o casal ao litígio, bem como
os conflitos que impedem o acordo. É função do Psicólogo, avaliar se os pais
realmente possuem ou não condições de deterem a guarda da criança, o que
poderá incorrer em casos destituição do pátrio em casos mais extremos que co-
locam a integridade do menor em risco, como casos com ocorrência de abuso
sexual na família, negligência, maus tratos, entre outros (TRINDADE, 2010, p.
16). E mesmo com a regulamentação da Lei nº 13.058 de 22 de dezembro de
2014 que institui a guarda compartilhada no Brasil, o olhar e parecer do psicólogo
não é necessariamente desconsiderado, sobretudo quando esta guarda, mesmo
prevista de forma compartilhada, torna-se objeto de litígio entre as partes envol-
vidas no processo.
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incapaz, um terceiro passa a responder por ela, por isso é necessária muita cau-
tela e perícia por parte do profissional, pois por trás dos processos de interdição,
pode haver outros interesses, que não preservar o sujeito interditado.
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ao psicólogo jurídico assessorar as ações judiciais, trazendo aos autos a reali-
dade psicológica dos agentes envolvidos, contribuindo na decisão judicial final.
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gistratura, regulamentou a atuação dos psicólogos do Tribunal de Jus-
tiça, disciplinando as funções nas Varas de Menores e nas Varas de
Família e Sucessões cumulativamente (BERNARDI, 1999. p. 107).
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caminhado ao setor de Psicologia, é como se o Estado respondesse ao deman-
dante que aquele problema não pode ser resolvido juridicamente se não forem
compreendidas, avaliadas ou trabalhadas algumas questões emocionais, ou
seja, indica-se a pertinência de um trabalho interdisciplinar para o encaminha-
mento da questão.
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Varas de Família são travadas entre pessoas que mantêm, entre si, vínculos
carregados de afetividade.
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condição de perito ou profissional responsável pelo caso, diferenciando-se de
uma testemunha. Nessa situação, o psicólogo deve apresentar-se munido do
relatório ou laudo do caso e do Código de Ética Profissional, para elucidar dúvi-
das e responder quesitos a respeito do estudo realizado. Ressalta-se que, en-
quanto a prova pericial exige avaliação técnica realizada por profissional versado
na matéria, a prova testemunhal se refere aos fatos, sem qualquer interpretação
técnica acerca desses.
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(2005) encontra-se análise dessa questão, concluindo os autores pela necessi-
dade de rigor teórico desse tipo de laudo. Nessa perspectiva, os documentos
produzidos com outros profissionais da equipe devem ser sempre avaliados a
partir de sua natureza e de seu objetivo. Os informes, que são documentos des-
critivos de uma determinada situação ou circunstância, podem ser escritos em
conjunto pela equipe, já os laudos e pareceres, que se desenvolvem a partir de
especificidade teórica e técnica de cada profissão, devem ser de responsabili-
dade daqueles que estão habilitados, em cada área profissional, para sua reali-
zação.
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inicialmente haja dificuldade para localizar a pessoa ou conseguir que esta com-
pareça para atendimento, deve-se buscar meios para que se possam entrevistar
as partes, exceção feita como explicado acima quando se exerce função de as-
sistente técnico ou nos casos de avaliação por carta precatória.
Nesses casos, é preciso cuidado, também, para não haver confusão entre
o direito de crianças ser ouvidas em processos dessa natureza e o fato de se
achar que, nos encaminhamentos jurídicos, deve ser privilegiada a palavra de
uma criança. Ouvir atentamente a criança pode ser uma das possibilidades que
o psicólogo tem para contribuir com uma mudança nos casos conflituosos. Es-
cutá-las, como pessoas que têm o que dizer sobre seus sentimentos, enten-
dendo o sentido dessa vivência, pode ressignificar tal experiência para todo o
grupo familiar e inverter a lógica do conflito pela mediação dos interesses em
jogo.
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sejam residir, argumentando-se que a criança teria direito de escolha. Esta inter-
pretação, no entanto, vem sendo apontada como equivocada por diversos auto-
res (GIBERTI, 1985; WALLERSTEIN e KELLY, 1998), pois percebem que a cri-
ança, ou o adolescente, pode se sentir culpada posteriormente por ter escolhido
permanecer com um dos pais. Pode acontecer, também, como apontam Wal-
lerstein e Kelly (1998), de a escolha da criança ter sido feita por ela considerar
que aquele pai, ou aquela mãe, estaria mais fragilizado após a separação, ne-
cessitando de seu apoio, entre tantos outros motivos. Como descrevem as auto-
ras, a decisão pelo rompimento conjugal é algo imposto aos filhos, por vezes em
desacordo com o que estes gostariam, uma vez que o desenlace conjugal acar-
reta experiências distintas para pais e filhos, como também demonstraram Wal-
lerstein, Lewis et Blakelle (2002). Esses são exemplos de estudos que podem
dar suporte ao entendimento de que não caberia ao psicólogo a tarefa de inquirir
a criança para que ela responda com quem deseja permanecer.
Tem-se a compreensão de que ouvir a criança deixar que ela fale livre-
mente sobre seus sentimentos, anseios e dúvidas é algo distinto da imposição
de escolha. Ouvir a criança seria, no entanto, essa outra escuta que os psicólo-
gos se propõem a fazer e que lhes permite, por vezes, entender o motivo de o
filho querer afirmar com quem deseja residir. Hoje, deve ser preocupação dos
psicólogos avaliar se mesmo após o rompimento conjugal dos genitores estão
sendo proporcionadas à criança, a filiação materna e a filiação paterna, garan-
tindo-se, assim, seu direito à convivência familiar e a preservação de sua inte-
gridade.
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tos jurídicos que deverão ser tomados. Ao juiz cabe a decisão judicial; não com-
pete ao psicólogo incumbir-se desta tarefa. É preciso deixar clara esta distinção,
reforçando a ideia de que o psicólogo não decide, apenas conclui a partir dos
dados levantados mediante a avaliação e pode, assim, sugerir e/ou indicar pos-
sibilidades de solução da questão apresentada pelo litígio judicial.
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ção. Desta forma, seja como avaliador ou mediador, o psicólogo buscará os mo-
tivos que levaram o casal ao litígio e os conflitos subjacentes que impedem um
acordo em relação aos aspectos citados. Nos casos em que julgar necessário, o
psicólogo poderá, inclusive, sugerir encaminhamento para tratamento psicoló-
gico ou psiquiátrico da(s) parte(s).
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Pais que colocam os interesses e vaidade pessoal acima do sofrimento
que uma disputa judicial pode acarretar aos filhos, na tentativa de atingir ou ma-
goar o ex-companheiro, revelam-se com problemas para exercer a parentalidade
de forma madura e responsável (Castro, 2005). Portanto, nesses casos, a medi-
ação não é uma prática comum, dado o alto nível de conflitos existentes entre
os ex-cônjuges e que os fazem disputar seus filhos judicialmente.
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mesmos a capacidade de vincular-se afetivamente. As relações substitutas pro-
visórias, representadas pelo acolhimento institucional que abriga os que aguar-
dam uma possibilidade de inclusão em família substituta, são decisivas para o
desenlace do processo de adoção (Albornoz, 2001).
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Na Fundação de Apoio Socioeducativo de Porto Alegre (RS), colocou-se
em prática um projeto pioneiro que utiliza soluções mais eficazes para respon-
sabilizar e corrigir comportamentos considerados transgressores: a Justiça Res-
taurativa. Essa medida tem por objetivo tratar e julgar melhor as questões que
levaram os jovens a cometerem um ato infracional, e tem como foco a reparação
dos danos causados às pessoas e relacionamentos, ao invés de punir os trans-
gressores. Através de um mediador, as vítimas e os jovens procuram dialogar
para que eles se conscientizem dos erros que cometeram. Esse tipo de projeto
tem o intuito de evitar que o adolescente volte a cometer crimes e que os danos
causados às vítimas sejam minimizados (Jesus, 2005).
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As questões levantadas em um processo de interdição incluem a vali-
dade, nulidade ou anulabilidade de negócios jurídicos, testamentos e casamen-
tos. Além dessas, ficam prejudicadas a contração de deveres e aquisição de
direitos, a aptidão para o trabalho, a capacidade de testemunhar e a possibili-
dade de ele próprio assumir tutela ou curatela de incapaz e exercer o poder fa-
miliar (Taborda, Chalub & Abdalla-Filho, 2004).
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responsáveis pela realização de perícias oficiais na área criminal e pelo atendi-
mento psiquiátrico à rede penitenciária. Atualmente existem no Brasil 28 institui-
ções psiquiátricas forenses e cerca de 4 mil internos (Piccinini, 2006).
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CONCLUSÃO
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tir desse conhecimento, buscará em cada caso o maior benefício para cada cri-
ança e para cada adolescente, juntamente com a equipe multidisciplinar para
melhores informações e trocas de saberes. Assim, trazendo para os autos do
processo a realidade psicológica das partes, e o real comportamento dos pais
ou responsáveis que foram devidamente avaliados pelo psicólogo, contribuindo
na decisão judicial final.
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REFERÊNCIAS
______. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil
Brasileiro. Brasília, DF. 2002.
30
CAFFÉ, Mara. Psicanálise e Direito: a escuta analítica e a função norma-
tiva jurídica. São Paulo, SP: Quartier Latin, 2003.
31
Kolker, T. (2004). A atuação dos psicólogos no sistema penal. In H. S.
Gonçalves & E. P. Brandão. Psicologia jurídica no Brasil (pp.157-204). Rio de
Janeiro: NAU Editora
32
SCHABBEL, Corinna. Relações Familiares na separação conjugal: contri-
buições da Mediação. Psicologia: Teoria e Prática, v. 7(1) jan./jul./2005.
33
Weber, L. N. D. (2004). O psicólogo e as práticas de adoção. In H. S.
Gonçalves & E. P. Brandão. Psicologia jurídica no Brasil (pp.99-140). Rio de Ja-
neiro: NAU Editora.
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