Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SÃO LUÍS
2023
2
SÃO LUÍS
2023
3
Introdução
as motivações e intenções do homem com suas interações, já que no meio jurídico, não apenas
o fato importa, mas também a intenção, os valores e a situação singular que cada experiência
proporciona, fazendo com que nenhum ocorrido seja igual ao outro. Destarte, a Psicologia
torna-se uma importante ferramenta, capaz de ceder um novo olhar para a experiência jurídica
e uma compreensão melhor da triarquia que rege o Direito, a norma, o fato e o valor.
2. Mediação de conflitos:
A partir disso, a mediação de conflitos relaciona-se com o meio jurídico pelo ponto de
vista de ser um novo meio para resolução de problemáticas existentes no sistema judiciário,
porém ainda enfrenta certa resistência neste ambiente por ser algo relativamente novo para o
Direito, além de estar fora das normas e regras impostas por esta ciência, que mesmo que leve
em consideração outros aspectos, ainda tem a norma como um importante aparato para
construção do seu conhecimento.
Porém, a mediação deve sempre manter seu caráter não decisionista, fazendo com que
a sua normatização e inclusão plena no sistema jurídico, deva ser feita de maneira compassada,
o que gera críticas a respeito de sua informalidade e da sua necessidade de não ser exatamente
normatizada ou utilizada como fator decisivo para as resoluções jurídicas, porém, isto se resolve
a partir do momento que o mediador busca resoluções objetivas para as problemáticas, tendo
resultados observáveis e, portanto, estando menos passíveis aos erros que possam ser apontados
pelos seus críticos.
Por fim, a mediação de conflitos age como aparato essencial para as relações jurídicas
contemporâneas, reparando interações sociais desgastadas entre as partes e sendo aplicável
especialmente em áreas como Direito da Família, onde os conflitos de todo tipo são muito mais
presentes, fazendo com que resoluções rápidas e objetivas para os problemas que chegam ao
poder judiciário sejam alcançadas e as pessoas obtenham meios adequados e acessíveis para
estas resoluções, fazendo da mediação um promissor objeto de estudo para a Psicologia Jurídica
e algo a ser assimilado pelo Direito, já que valorosos benefícios podem ser observados a partir
de seu estudo.
6
Desenvolvimento
subjetiva “é importante para saber qual foi a intenção do agente. Na boa-fé objetiva, a intenção
é irrelevante.
O princípio da imparcialidade trata-se da atuação do mediador e do legislador no dever
de agir sem favoritismo, de modo que seus valores pessoais não interfiram no trabalho, também
possui sentido de neutralidade; O princípio da independência e autonomia refere-se que o
mediador ou conciliador deve atuar sem sofrer pressões sejam internas ou externas. A atuação
independente do terceiro facilitador contribui para lhe trazer liberdade de atuação; O princípio
de isonomia é decorrência do caput do art. 5º da Constituição Federal, segundo o qual todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à igualdade; O princípio da
autonomia de vontade das partes refere-se ao protagonismo das partes, participando ativamente
da construção da decisão no conflito que elas estão inseridas.
O princípio da decisão informada as partes possuem liberdade de decidir de forma
consciente. Dois componentes fazem parte a decisão e a informação, as partes precisam
compreender cada procedimento e o que significa chegar a um acordo; O princípio do
empoderamento, com o conhecimento dos mecanismos consensuais as pessoas envolvidas
passam a conhecer as práticas facilitadoras do diálogo podendo usa-las no futuro sem necessitar
de um terceiro facilitador; O princípio da validação enfatiza a humanização do processo,
preconizando a necessidade de reconhecimento mútuo visando à aproximação real das partes;
O princípio do respeito a ordem pública se deve a cumprir o acordo entre os envolvidos de não
violação da ordem pública; O princípio da competência se trata da habilitação para atuação
judicial. De forma que tanto mediador e conciliador estejam capacitados de acordo com a lei.
conciliador/mediador do juiz e por fim será explicado em linhas gerais como se dará os
procedimentos.
Na investigação inicial do conflito ou de desenvolvimento o mediador/conciliador
pede que as partes relatem o caso sob sua visão e com suas próprias palavras. No
desenvolvimento as partes podem discutir as possibilidades de soluções e as possíveis propostas
que também devem ser estimuladas pelo conciliador/mediador.
Na Redação do Termo e Encerramento, após todas as questões serem analisadas e
debatidas será construída a redação de um acordo, que será formalizado em um termo a ser
homologado pelo juiz coordenador do centro ou programa judicial de conciliação e/ou
mediação e assim findará os procedimentos.
As técnicas de mediação deverão ser aplicadas de acordo com o contexto e a
necessidade observada pelo conciliador/mediador sendo elas: escuta ativa; acolhimento e
legitimação; perguntas ou questionamentos; resumo e reformulação; inversão de papeis;
reuniões individuais; cheque ou teste de realidade.
A escuta ativa consiste em ouvir atentamente o que as pessoas envolvidas estão
falando. O acolhimento trata-se da ação do conciliador/mediador em acolher as emoções
manifestadas pelas partes.
As perguntas podem ter diferentes propósitos sendo elas: fomentar e trocar
informações; fomentar a prestação de esclarecimentos de uma parte a outra; incitar a reflexão
sobre o conteúdo da disputa e sobre os interesses e posições das partes; incitar o levantamento
e a avaliação de opções.
O resumo e reformulação podem ser utilizados de diversas formas como: elaborar um
relato sintético das partes; o conciliador/mediador pode afirmar com suas palavras o que foi
dito por uma das partes para facilitar o encaminhamento do diálogo; tentar fazer com que as
partes deixem de lado uma postura adversarial para colaborarem para a solução do problema.
A inversão de papeis procura fazer com que uma das partes em conflito se veja no
lugar da outra. As reuniões individuais podem servir para a parte se sentir mais confortável
diante de algum impedimento e para pedir esclarecimentos acerca de aspectos que a façam
sentir-se pressionada. O cheque de realidade consiste de apresentar uma realidade diversa a uma
ou ambas as partes com a finalidade das discrepâncias serem percebidas de forma a trazer para
a realidade.
11
Considerações Finais
Referências
BRASIL (2015). Lei n. 13.140/2015. Dispõe sobre a mediação entre particulares como meio
de solução de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da
administração pública. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13140.htm. Acesso em: 11 out. 2023.
MARION SPENGLER, F. Mediação de Conflitos: Da Teoria à Prática. 3. ed. [S. l.: s. n.],
2021. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=f4UiEAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT2&dq=conflitos+e+mediação+de+conflitos&
ots=0WRfT21_5j&sig=rhxVHOVlfrTn-0kBsWPw9GXBe0g#v=onepage&q&f=false. Acesso
em: 15 out. 2023.