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I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
2.3.1. Fisiológicas................................................................................................................ 6
Os actores sociais estão hoje presentes nas diferentes instâncias de governo e de controle das
políticas públicas. Há um fenômeno, um esforço de participação popular direta que é
particularmente brasileiro e que se coloca para além do debate da democracia representativa e
das discussões sobre a deliberação, esforço que foi empreendido justamente em favor da
implementação de políticas públicas mais condizentes com as necessidades e demandas dos
cidadãos, e portanto, mais justas, já que adequadas a sua realidade, ao invés de resultarem de
decisões centralizadas, de caráter tecnocrático e distantes da realidade vivida pelos cidadãos,
usuários e foco das políticas públicas.
E é a legitimidade e a justiça dessas decisões que atualmente - período que podemos definir
como pós-(re)democratização, ou de pós-participativo como define Lavalle (2011), coloca que
noção pós-participativa por ele adotada não se refere ao mérito da participação em si, mas sim
alude para o fato de que as questões crucias a serem levantadas agora são outras, dado que
alterou-se o estado da representação política no Brasil, pois estamos diante de uma
extraordinária pluralização da representação foco dos questionamentos levantados pelas
ciências sociais, dado que nosso problema central não mais é a criação e institucionalização do
direito de participação popular no processo de formulação e implementação das políticas
públicas.
Os questionamentos recaem agora sobre os resultados produzidos por esses espaços, seja no
âmbito das instituições que ganharam uma nova configuração com a criação desses espaços,
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seja quanto a prática da representação política e a legitimidade dos atores nela inserida, pois os
espaços chamados participativos ganham outra conotação: são parte de um processo de
pluralização institucional da democracia mas, simultaneamente, admitem questionamentos a
respeito da legitimidade dos novos atores da representação (Lavalle, 2011)
1.2. Objectivos
1.2.1. Geral
1.2.2. Específicos
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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A definição de democracia em Rawls, como vimos até aqui, baseia-se na noção de uma
sociedade de iguais, que se fundamenta pela cooperação mútua entre seus cidadãos, o que
importa aqui é o valor que fundamenta as relações mais do que uma forma de governo. Duas
ideias são fundamentais na definição de uma sociedade democrática na argumentação
rawlsiana, a primeira, já mencionada, é a de uma sociedade de iguais o que requer igual
tratamento e respeito independentemente de sua posição social, e a segunda é a de que a
capacidade de formar seu próprio senso de justiça é sustentação fundamental da igualdade.
Trata-se “(...)especificamente da capacidade de compreender os requerimentos da justiça que
provêem os padrões fundamentais da vida pública. E uma sociedade democrática é aquela cujos
membros são vistos por sua cultura política como portadores desta capacidade.” (Cohen, 2006).
Uma das maneiras de identificarmos como a ideia de uma sociedade democrática conecta-se
com a justiça como equidade é através do artifício da posição original, que não deve ser
entendido como um modelo de deliberação política6, o que importa no que se refere a
democracia é que na posição original é a noção de um acordo entre pessoas livres e iguais que
orienta a argumentação. É também esta noção que está contida no princípio da diferença, como
uma forma de lidar com a redistribuição e corrigir as arbitrariedades apontadas por Rawls.
Como coloca Cohen (2006), os princípios da justiça são para cidadãos em exercício de suas
capacidades políticas e é papel da justiça como equidade – papel prático da filosofia política –
oferecer parâmetros que orientem a sua atuação. Embora não coloque de forma clara como seria
o processo político de sua democracia constitucional, é possível afirmar que há implícita a
argumentação de Rawls uma noção de deliberação, “É suficiente dizer que a justiça como
equidade é uma concepção para uma sociedade democrática em parte porque esta oferece uma
orientação prática para cidadãos que, enquanto portadores últimos da autoridade política,
assumem basear seus julgamentos políticos em uma concepção de justiça, de terem incertezas
quanto qual é a melhor concepção, e de serem interessados em defender suas opiniões com
referencia a concepção mais razoável para uma sociedade de iguais.” (Cohen, 2006).
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liberdades básicas fundamentais e da igualdade na participação política com influência sobre
os resultados alcançados, enquanto os resultados alcançados devem estar voltados para a
garantia da equidade na distribuição dos recursos em sociedade e da igualdade equitativa de
oportunidades.
De acordo com Habermas (2009), as democracias modernas conectam ao menos três elementos
fundamentais para a sua definição, a autodeterminação dos cidadãos, que têm o direito a
liberdade e a levar uma vida autônoma; a inclusão de cidadãos livres e iguais na vida política –
a cidadania democrática; e a existência de uma esfera pública, que conecta Estado e sociedade
civil.
Tanto a justiça como a democracia precisam se ajustar para lidar com duas características
fundamentais de nossas sociedades liberais, uma é o pluralismo, e a outra é concernente ao
processo de mudança social e cultural ao qual as sociedades estão sujeitas com o decorrer do
tempo e, ao mesmo tempo, a transformação e indeterminação a que estão sujeitas as instituições
sociais, já que é também por essa razão que os resultados alcançados poderão não se conformar
com o que se esperava dos procedimentos quando estes foram elaborados. Para tal é preciso
que haja espaço para a discussão e reformulação de seus princípios e normas.
A justiça é a primeira virtude das instituições sociais cada pessoa possui uma inviolabilidade
fundada na justiça que nem o bem-estar de toda a sociedade não pode desconsiderar. Por isso,
a justiça nega que a perda de liberdade de alguns se justifique por um bem maior desfrutado
por outros. Não permite que os sacrifícios impostos a poucos sejam contrabalanceados pelo
número maior de vantagens de que desfrutam muitos. Por conseguinte, na sociedade justa as
liberdades da cidadania igual são consideradas irrevogáveis; os direitos garantidos pela justiça
não estão sujeitos a negociações políticas nem ao cálculo de interesses pessoais (Rawls, 2008)
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Devemos lembrar que a noção de igualdade fundamental entre os seres humanos também está
presente em outras teorias da justiça, bem como no próprio utilitarismo, por isso Rawls se
empenha em extrair uma concepção mais específica de justiça. Neste ponto, é importante o
argumento da arbitrariedade moral, essencial para a noção de igualdade fundamental em
Rawls, segundo o qual uma sociedade justa não pode permitir que as perspectivas de vida de
seus membros sejam definidas pelo acaso social ou genético. Ou seja, “não é justo que, em uma
sociedade democrática, as pessoas sofram os efeitos de factores que respondem pela produção
de desigualdades socioeconômicas e que estão fora do seu próprio controle.” (Vita, 2008).
Temos em Rawls uma concepção de justiça que tem o intuito de oferecer não só uma
interpretação dos valores políticos fundamentais – igualdade, liberdade e fraternidade – como,
também, uma forma de arbitrar as exigências conflitantes que esses valores podem fazer às
instituições básicas da sociedade. “a sociedade é bem ordenada não somente quando foi
planejada para promover o bem de seus membros, mas também quando é realmente regulada
por uma concepção pública da justiça. Ou seja, é uma sociedade na qual (1) todos aceitam e
sabem que os outros aceitam os mesmos princípios de justiça; e (2) as instituições sociais
fundamentais geralmente atendem, e em geral se sabe que atendem, a esses princípios.” (Rawls,
2008)
A justiça como equidade conecta justiça e democracia a partir de três noções: a primeira é a de
que o conteúdo de uma concepção de justiça razoável requer um sistema político democrático,
a segunda é a de que a fundamentação desses princípios baseia-se na ideia de uma sociedade
democrática entendida como uma sociedade de iguais, e a terceira é a de que é papel dos
princípios de justiça guiar os julgamentos dos cidadãos de uma sociedade democrática.
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democracia constitucional, não seria um procedimento justo se não incluísse essas liberdades.”
(Rawls, 2008).
Aparecem na base da pirâmide, são aquelas que se relacionam com o ser humano como ser
biológico, consideradas as mais importantes por contemplarem as necessidades, de respirar, de
comer, de descansar, de beber, dormir, ter relações sexuais, etc. No ambiente organizacional,
implicam com a necessidade de horários flexíveis, conforto físico, intervalos de trabalho,
transporte e etc.
2.3.2. Sociológicas
Nessa fase as pessoas passam a sentir necessidade de estima, quanto de reconhecimento das
outras pessoas. Em geral, é a necessidade de sentir-se digno, respeitado por si e pelos outros,
com prestígio e reconhecimento, poder, orgulho, e incluem-se também as necessidades de
autoestima. No trabalho, responsabilidade pelos resultados, reconhecimento por todos,
promoções ao longo da carreira, feedback etc.
Aqui começa a predominar a necessidade de realizar aquilo que se é capaz de conseguir e que
realmente gosta de fazer. Estas necessidades são conhecidas também como necessidade de
crescimento, incluem a realização, e aproveitar todo potencial próprio, são as necessidades mais
elevadas e estão no topo da pirâmide. Relacionam-se com as necessidades de estima a
autonomia, e o autocontrolo ou seja quanto mais se satisfaz, mais a necessidade aumenta. No
ambiente organizacional podem atender a satisfação desta necessidade, permitindo o
colaborador usar a sua criatividade, a liberdade de expressão e trabalhar naquilo que gosta.
Robbins (2005), alega que o grande erro dessa teoria está em que o indivíduo precisa satisfazer
as necessidades primárias para depois ir subindo ao topo da pirâmide. O que na realidade não
acontece, uma vez que a mesma pessoa pode estar motivada simultaneamente, por várias
necessidades ou seja, um individuo pode ter todas as necessidades ao mesmo tempo.
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2.3.3. Psicológicas
Vai então ser apresentada uma proposta para a emergência de cada polaridade. Assume-se que
uma vez constituída, a polaridade estará sempre presente, de acordo com uma perspectiva
construtivista. Assim, nas subsequentes etapas de desenvolvimento não voltará a estar
mencionada, embora continue presente, como aliás a descrição do desenvolvimento permite
compreender.
Durante a primeira etapa da infância, tem sentido esperar que existam à partida algumas das
polaridades. A polaridade proximidade-autonomia surge, assim, desde o início. A correcta
regulação desta polaridade, nesta altura, parece passar por um predomínio da proximidade. Esta
polaridade aparenta ser diferente das outras na medida em que parece haver a predominância
clara pelo polo da proximidade. Isto porque a questão da proximidade pode ser vista como
estando directamente relacionada com a sobrevivência. As questões directas relacionadas com
a sobrevivência, como a alimentação ou segurança, a necessidade de criar uma relação de
vinculação (Bowlby, 1969), sugerem a importância de estabelecer relações íntimas. Ainda
assim, ao ser formada a polaridade, surge também a necessidade de autonomia. A polaridade
actualização/exploração-tranquilidade/aceitação pode ser vista como também estando presente
nesta fase. Isto porque, as crianças mostram curiosidade em relação ao meio (Papalia et al.,
2001) mas ainda assim estão dependentes daquilo que possuem. Este aspecto chama a atenção
para a polaridade controle-cedência. Desde que a criança nasce que influencia tanto a sua
família como ela a si (Maier, 1965), sendo possível notar a existência da necessidade de
controle. Ao mesmo tempo, é possível verificar a necessidade de cedência dada a urgência de
desenvolver um sentido de confiança no outro (Erikson, 1950/1976).
Também a polaridade prazer-dor, pode ser considerada como estando presente desde o início.
Esta questão pode advir da relação que a criança estabelece com a mãe (prazerosa) que exige,
no entanto que a criança experimente uma dor, com significado e aprendizagem, quando a mãe
se ausenta e não responde da forma que ela espera e que vai fazer com que se desenvolva um
grau de desconfiança, visto como necessário (Miller, 1989), assim como, vai aprender a tolerar
sensações desagradáveis de frustração ou de dor.
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de balancear as polaridades e é, neste caso, possível verificar a necessidade que as crianças têm
de relaxar no tempo de recreio.
Por fim, parece importante salientar a ideia de que esta proposta defende que, embora as
polaridades formadas se mantêm ao longo da vida, as manifestações destas mesmas
necessidades podem sofrer alterações ao longo do desenvolvimento. Por outras palavras, as
necessidades continuam as mesmas mas, a forma de se manifestarem e serem satisfeitas pode,
e deve, ir sofrendo alterações. Ao analisar o desenvolvimento, é possível compreender, com
facilidade, esta posição.
2.3.4. Espirituais
Um indivíduo que sinta estar a abeirar-se da morte, questiona-se sobre o seu presente, o passado
e o futuro. Quanto ao presente questionar-se-á: “Porque estou doente?”, “Que sentido tem o
aparecimento da doença neste momento específico da minha vida?”, “Que sentido tem a dor e
o sofrimento que tenho de viver?”. Também esta procura toma uma dimensão de integração do
passado: “Que sentido teve a minha vida?”, “Se vou morrer, valeu a pena?”, “Quem sou eu?”,
“Qual foi o meu papel?”. Para assistir o doente nestas perguntas, será útil estimulá-lo a fazer
uma revisão da sua existência, colocando a atenção nos acontecimentos mais significativos -
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coisas que fez, sucessos que alcançou e momentos mais difíceis de superar, podem ser áreas de
exploração.
É também importante que o ajudemos a identificar os frutos de cada etapa, na medida em que
o significado não se inventa, isto é, é necessário ajudar a descobri-lo, sabendo de antemão que
muitas vezes, o sentido profundo das coisas se encontra em acontecimentos simples,
especialmente, nos momentos onde existiram sentimentos especiais de amor ou de dor, simples
encontros ou até mesmo, episódios de grande criatividade e diversão.
Bayés defende que integradas nas necessidades espirituais, podemos encontrar as seguintes
necessidades:
✓ Éticas (ex. “Não aproveitei a vida como devia”, “Sinto-me culpado de…”, etc.);
✓ Filosóficas (ex. “Terá algum sentido o sofrimento, a vida, a morte das crianças, etc.”);
✓ De transcendência temporal limitada (ex. deixar boas recordações à família e amigos,
deixar à humanidade uma descoberta ou uma obra de arte, etc.);
✓ Espirituais no sentido primitivo (isto é, relação do homem com Deus ou ser superior e
continuidade da vida depois da morte).
Num estudo desenvolvido por Leung, et al., foi utilizado o modelo de Kellerher assente nas
necessidades espirituais, o qual é construído sobre três dimensões:
Por último, mas não menos importante, o Transpessoal que integra: Necessidade de resolver o
conflito, culpa e sentimento de abandono gerados pelas crenças religiosas associadas a um
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“Deus castigador”; Necessidade de expressar dúvidas e encontrar respostas acerca de crenças,
fé e sentido de continuidade para além da vida e/ou de relação com uma entidade superior;
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III. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em conclusão, neste trabalho buscamos enumerar questões que nos auxiliem pensar na
democracia, paz e justiça social, mesmo que não possamos afirmar que é uma finalidade da
democracia garantir a justiça social, esta é uma aposta que está contida nas expectativas
daqueles que se empenharam pela instauração de regimes democráticos e que se dedicam aos
espaços de participação política, mesmo sem saber ao certo o quão eficiente são os instrumentos
e instituições democráticos.
O descrédito no Estado e nas instituições públicas em alguma medida tem a ver a constatação
da falência – se é que podemos usar este termo – desta aposta. Talvez nosso olhar esteja
erroneamente direcionado, falta questionarmos sobre os princípios de justiça que balizam a
atuação dos cidadãos em uma democracia e se estes são de fato orientadores dessa atuação.
Os critérios e as concepções de justiça que podemos adotar para avaliar a prática democrática
são vários, acredito que os que compõe a justiça como equidade são os mais apropriados para
uma sociedade democrática que valoriza a participação e que precisa urgentemente lidar com
os problemas de legitimidade oriundos desta prática cujas promessas parecem cada vez mais
distantes da realidade.
Neste raciocínio importa mais o que queremos em termos de justiça social ao organizar as
relações sociais de acordo com os princípios democráticos, ou seja, saber responder qual é a
nossa concepção de justiça de fundo, do que tentar responder se o procedimento deliberativo,
ou o participativo, são mais eficientes do que o representativo, ou competitivo, para a
concretização da liberdade, da igualdade ou da soberania popular.
Por isso o esforço empreendido por este artigo foi o de mostrar os pontos, princípios comuns a
teorias com propósitos tão distintos, e ao mesmo tempo elucidar algumas questões colocadas
pelos estudos participacionistas mais recentes, que têm visto na noção de accountability uma
maneira de garantir melhores resultados, mas ainda com um raciocínio colado mais ao
procedimento, ao processo democrático em si, do que ao seu conteúdo substantivo normativo,
que pode ser trazido ao debate via teoria da justiça, esta sim, voltada para uma finalidade
específica, a justiça social.
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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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