Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DO SEMIÁRIDO-CDSA


UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS SOCIAIS-UACS
MESTRADO PROFISSIONAL EM SOCIOLOGIA-PROFSÓCIO
COMPONENTE: TEORIA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS III

Discente: Alan Jones Leite Henrique Dias


Matrícula: 221906130013
Prof. Dr. José Marciano Monteiro
Referências: Movimentos Sociais e Democracia: a tensão necessária
Marcus Abílio Diniz

Roteiro de apresentação

1. Movimentos sociais e democracia: a tensão necessária

1.1 Neste artigo busca-se reforçar a importância da recuperação do conflito como


elemento determinante para o desenvolvimento de nossas democracias.

1.2 Na primeira parte do artigo recupero as principais críticas desenvolvidas no


decorrer dos últimos anos acerca da real capacidade de inclusão de grupos
historicamente excluídos.

1.3 Em seguida recupero o sentido conflitivo que passa a ser elemento


fundamental nos processos políticos.

1.4 Na conclusão reafirmo a importância dos diferentes mecanismos, incluindo


os processos deliberativos, mas também, a necessidade de tocarmos nossas
análises nos movimentos sociais.

2. Críticas a teoria deliberativa da democracia


2.1 A teoria deliberativa sendo vista como uma inovação dentro da teoria
democrática.

2.2 A teoria deliberativa tem sido objeto de críticas e de novas propostas em


relação aos seus pressupostos teóricos.

2.3 Poderemos analisar a produção do consenso como forma de participação


limitante.

2.4 o caráter elitista dos pressupostos deliberativos e todo o questionamento da


teoria deliberativa da democracia.

3. A produção do consenso como forma de participação limitante

3.1 Análises de autores como Sustein que questiona a possibilidade da produção


de consensos dentro do processo deliberativo, em função da tendência a uma
polarização entre grupos heterogêneos.

3.2 O caminho que segundo o autor pode levar a essa polarização pela
necessidade que o indivíduo tem de reconhecimento de pertencimento social a
um determinado grupo de forma a manter a sua reputação.

3.3 Um segundo ponto relevante é o questionamento que o autor vai chamar de


like minded peaple, onde o conjunto de questões que são consideradas como
relevantes por aqueles que estão deliberando.

3.4 Outro ponto relevante ponto relevante é a importância que é dada as


participações de indivíduos de origens distintas, sejam elas componentes
étnicas, de gênero ou de classe social.

3.5 Por outro lado é fundamental sobre os processos deliberativos sua análise
das preferências e análises dos cidadãos em ambientes democráticos.

3.6 Possíveis limitações decorrentes tanto dos diferentes status sociais dos
indivíduos como da possibilidade de radicalização, o insulamento de
determinados grupos dentro do processo deliberativo.

4. Pressupostos deliberativos ou elitismo cognitivo?


4.1 um momento chave para uma importante crítica habermasiana da
democracia deliberativa, ou seja, a imposição de um modelo discursivo racional
e o não reconhecimento de outras práticas comunicativas que também poderiam
servir como mecanismos para colaborar no processo deliberativo de escolha
coletiva.

4.2 Distingue-se duas formas de exclusão nos processos de discussão política


e de tomada de decisão, a exclusão externa, relacionado ao impedimento de
alguns indivíduos de participar desses processos e a exclusão interna que está
relacionada a exclusão dentro desses mesmos processos.

5. Teoria deliberativa da democracia- ainda uma teoria crítica?

5.1 Drysek questiona a aproximação da teoria deliberativa de Habermas com os


preceitos liberais.

5.2 Teóricos críticos defendem que a participação democrática é capaz de


modificar os indivíduos através do caráter didático da democracia.

5.3 Teóricos liberais se prendem a arranjos constitucionais e legais para lidar


com as distorções e não avançam em relação ao reconhecimento de outros
agentes de distorção.

5.4 Habermas não dedica a devida atenção aos agentes extraconstitucionais que
promovem tanto a distorção como a influência democrática.

5.5 Mouffe tem como foco principal o conflito como inevitável entre a democracia
e o pluralismo liberal e a tentativa da corrente deliberativa de em encontrar um
equilíbrio entre ambos.

5.6 Para Mouffe torna-se necessária a dicotomia entre Nós e Eles, incompatível
com a proposta liberal de igualdade, que deveria incluir toda a humanidade.

5.7 Nesta perspectiva a legitimidade do sistema democrático se constrói a partir


de procedimentos nos quais a participação de indivíduos se dará em condições
de igualdade onde todos terão oportunidade de se manifestar, além de
possibilidade de questionamentos dos próprios procedimentos e a possibilidade
de inclusão de indivíduos que não faziam parte da deliberação.
5.8 A autora sustenta uma diferença entre o político e a política, o primeiro
estaria relacionado com a dimensão do antagonismo, inerente as relações
humanas, enquanto a política estaria relacionada as práticas discursos e
instituições necessárias para organizar a sua coexistência, sendo esta, portanto
potencialmente conflitiva.

5.9 Nesta formulação a elação entre Nós e Eles não deve ser construída a partir
de uma percepção do eles como inimigos, mas como adversários. Com essa
proposta a autora procura diferenciar antagonismo (onde se reconhece o papel
de inimigo) e o agonismo (onde temos o papel de adversário).

6.0 Isto posto o desafio o desafio que se coloca para além da criação de espaços
de partilha de poder decisório é o fortalecimento dos atores da sociedade civil.

6.1 É importante reforçar que todas as críticas até aqui desenvolvidas não
eliminam a possibilidade de apropriação de alguns dos conceitos produzidos
pela teoria democrática deliberativa.

7. Movimentos sociais e democracia – a tensão necessária

7.1 O papel dos movimentos sociais contemporâneos é promover a


democratização das relações sociais dentro da sociedade civil, através da
redefinição de papéis, normas, identidades, conteúdos e modos de interpretação
de discursos existentes nesta esfera.

7.2 Partindo para o cerne do contexto democrático, a explicitação do conflito


permite que determinadas temáticas adentrem o espaço público através do uso
estratégico da mídia e da influência da opinião pública.

7.3 A primeira relação causal entre o fortalecimento dos movimentos sociais e


instituições democráticas pode ser pensada a partir da análise histórica do
momento em que as eleições passaram a ser centrais dentro do processo
político.

7.4 o contexto político dos movimentos também é um elemento de análise, uma


vez que em regimes muito fechados a via disruptiva pode levar a um aumento
de repressão.
7.5 Outra questão relevante é saber se a dinâmica interna dos movimentos pode
favorecer a democracia e suas relações com outros atores políticos,
internamente os movimento sociais tem procurado desenvolver estruturas
organizativas baseadas na participação, na busca da construção de consensos
e redes horizontalizadas.

7.6 Seguindo do pressuposto que os movimentos sociais buscam desenvolver


interna e externamente práticas mais horizontalizadas e de estruturas
reticulares, os pressupostos com a teoria deliberativa e seus críticos ficam claras.

7.7 Outro ponto relevante que deve ser devidamente analisado dentro das
esferas públicas contemporâneas é o caráter heterogêneo da própria sociedade
civil, e a luta por espaço entre os atores sociais que dela fazem parte, diferentes
culturas e tradições políticas dos atores sociais demonstram que não existe só
projetos democráticos em disputa ; projetos autoritários, populistas , neoliberais
e outros também ocupam espaço na esfera pública.

8. A políticas de conflito

8.1 As democracias existentes hoje se veem confrontadas com a necessidade


de aumentar a quantidade e a qualidade da participação de seus cidadãos, de
reconhecer a existência de desigualdades sociais relacionadas a gênero, raça,
etnia.

8.2 A principal diferença entre as ações coletivas de conflito e outras formas de


ação coletiva, tais como a ação política institucional e o lobbyng, é a capacidade
que tem a primeira de trazer para o centro da arena política indivíduos que a
princípio não teriam acesso aos canais institucionais para alcançarem seus
objetivos.

8.3 As diferentes formas de ação desenvolvidas por movimentos são fruto de um


movimento histórico cumulativo de atividades anteriormente desenvolvidas e que
se adequam as necessidades e aos constrangimentos de cada processo
específico.

8.4 um dos possíveis caminhos para o aperfeiçoamento democrático é reforçar


o caráter conflitivo entre os movimentos sociais e o sistema político.

Você também pode gostar