Você está na página 1de 15

1

Participação Social da Pessoa Idosa

Boas-vindas! Olá, alunos e alunas. Este e-book vai ajudar vocês a


compreender o contexto em que surgiu o Marco Regulatório das
Organizações da Sociedade Civil, mais conhecido como MROSC, e
suas principais contribuições para as parcerias entre essas instituições
e o Estado. O texto está estruturado seguindo o roteiro a seguir.
Aproveitem a leitura!

A história brasileira é marcada pelo autoritarismo, com um Estado


forte e reduzido grau de institucionalização da democracia, marcada
ainda pela existência de uma sociedade civil fraca e pouco articulada.
Esse caminho, iniciado com uma matriz colonial exploratória,
processo emancipatório frágil e modelo republicano frequentemente
interrompido por experiências ditatoriais, é semelhante ao da maior
parte dos países da América Latina, o que os coloca em situação
diferente das democracias mais antigas e tradicionais. Santos e
Avritzer (2002, p.54) identificam que a participação dos movimentos
sociais nos processos de democratização nos países do Sul,
especialmente nos países da América Latina, foi preponderante para
iniciar novas formas de relação entre o Estado e a sociedade.

Esse novo cenário, que desponta na década de 1990, mas tem suas
origens ligadas aos movimentos sociais da década de 1970,
transforma a América Latina, e especialmente o Brasil, num
verdadeiro celeiro de experiências democráticas inovadoras com
modelos de gestão mais participativos e deliberativos, especialmente
nas administrações locais (municípios). Essas experiências estão
marcadas pelo “[...] desafio de construir relações mais democráticas
pautadas pela possibilidade de expressão da pluralidade, do diálogo
e do enfrentamento crítico-propositivo, visando à solução de
situações problemáticas.” (Tatagiba, 2006, p. 138). Faria identifica
ainda uma mudança nos limites do sistema político proveniente desta
nova atuação dos atores.

Uma das consequências desta transformação pode ser sentida na mudança do próprio padrão de
ação destes atores sociais: de uma postura de negação da institucionalidade vigente no final da
década de 1979, passaram para uma postura mais dialogal, demandando e participando dos
diversos canais participativos que se estruturavam. Neste movimento, além de mudar o perfil e o
sentido da atuação destes novos atores, mudou também os limites do sistema político que se
expandiu. Vários espaços participativos foram, então, construídos na interface entre governo e
sociedade (FARIA, 2010, p. 190).

No caso brasileiro, essas práticas participativas começaram a ser


defendidas desde a década de 1970, como resultado de uma

2
mobilização social muitas vezes de resistência, como os comitês de
operários e os grupos de luta pela saúde. Houve crescimento rápido
das associações civis e formava-se a consciência da necessidade de
autonomia social e organizacional em relação ao Estado, tendo como
conseqüência a defesa de formas públicas de apresentação de
demandas e de negociação com o poder público. O desenvolvimento
dessa mobilização não gerou, até a década de 1980, envolvimento
direto dos cidadãos nas escolhas públicas, senão na aderência a
planos de governo ou participação em consultas públicas.

A Constituição brasileira de 1988, por fim, é que conseguiu prever


detalhadamente a participação da sociedade civil nas principais
questões públicas com a institucionalização de muitos instrumentos
como conselhos, plebiscitos, referendos e a possibilidade de iniciativa
popular na formulação de leis. A década seguinte, de 90, foi marcada
pela crise do Estado com discussões sobre a reconfiguração do
mesmo. Essas discussões, mais uma vez, foram marcadas pelas
soluções baseadas em modelos e instrumentos gerencialistas e
participativos.

Faria identifica que o discurso neoliberal consolidado nessa década e


a difusão dessas práticas participativas inscrevem-se no que foi

3
chamado por Dagnino de “confluência perversa”. Ela é marcada pela
convivência simultânea de dois projetos distintos: o projeto
gerencialista, desenvolvido pelos governos do Fernando Collor ao
Fernando Henrique Cardoso; e o projeto participativo, com evolução
crescente desde o fim dos governos autoritários e muito presente nas
ações de governos de esquerda e ligados em âmbito nacional ao
governo Lula.

As soluções participativas e deliberativas, também comuns nos


demais países da América Latina, envolvem a participação direta de
usuários beneficiários de bens, serviços e políticas públicas. O projeto
democrático-participativo supõe, especialmente na abordagem
latino-americana, que esses participantes representam grupos que
tem pouco acesso às suas necessidades pela via do mercado. Assim,
todo o projeto é baseado na idéia de que a participação pode
promover a extensão e generalização do exercício dos direitos, a
abertura de espaços públicos com capacidades decisórias, o
reconhecimento e a inclusão das diferenças. Seguindo essa análise,
os principais instrumentos participativos existentes no caso brasileiro
remetem à idéia de espaço público como instrumento político
privilegiado para o avanço do processo de construção democrática.

Nos anos que se seguiram, os movimentos passaram a se consolidar


por meio de redes com abrangência regional ou nacional, firmando-
se como sujeitos na formulação e monitoramento das políticas
públicas.

Nos anos 1990 desempenharam papel fundamental na resistência a


todas as orientações do neoliberalismo de flexibilização dos direitos
sociais, privatizações, dogmatismo do mercado e enfraquecimento do
Estado. Nesse mesmo período, multiplicaram-se pelo país
experiências de gestão estadual e municipal em que lideranças
desses movimentos, em larga escala, passaram a desempenhar
funções de gestores públicos.

Com as eleições de 2002, alguns dos setores mais organizados da


sociedade trouxeram reivindicações históricas acumuladas,
passando a influenciar diretamente a atuação do governo e vivendo
de perto suas contradições internas.

Nesse novo cenário, o diálogo entre Estado e sociedade civil assumiu


especial relevo, com a compreensão e a preservação do distinto papel
de cada um dos segmentos no processo de gestão. A interação é
desenhada por acordos e dissensos, debates de ideias e pela
deliberação em torno de propostas.

4
Essa concepção de interação democrática construída entre os
diversos órgãos do Estado e a sociedade civil trouxe consigo
resultados práticos em termos de políticas públicas e avanços na
interlocução de setores do poder público com toda a diversidade
social, cultural, étnica e regional que caracteriza os movimentos
sociais em nosso País. Avançou-se fundamentalmente na
compreensão de que os Direitos Humanos constituem condição para
a prevalência da dignidade humana, e que devem ser promovidos e
protegidos por meio de esforço conjunto do Estado e da sociedade
civil.

Wampler (2010) considera que o impacto mais significativo desses


espaços é que eles ajudam a criar e expandir diferentes tipos de
comunidades, a saber: 1) a comunidade de políticas públicas; 2) a
comunidade do associativismo e; 3) a comunidade política.

As comunidades de políticas públicas incluem líderes comunitários


e ativistas da sociedade civil. Elas interligam as vozes presentes em
uma arena de políticas públicas, que influenciam a seleção e
implementação de políticas. Quando instituições participativas são
introduzidas em nível local, a comunidade de políticas públicas se
amplia para incluir dois novos atores: os líderes comunitários e os
funcionários de médio escalão do governo.

Para os cidadãos, o líder da comunidade é o seu representante no Estado, trazendo suas


demandas, questões e problemas a atenção dos gestores públicos. O segundo ator criado nesse
processo é o funcionário de médio escalão do governo, nomeado para interagir com os líderes
comunitários de forma constante. Esse funcionário do governo recebe as demandas dos líderes
comunitários e, em seguida, retransmite as demandas horizontalmente (de um departamento para
o outro), bem como verticalmente pelo governo (por exemplo, via secretários ou chefes de
gabinete). Assim, a comunidade de políticas públicas cria espaços institucionais formais por meio
dos quais os lideres comunitários e funcionários de médio escalão do governo encontrem soluções
para as políticas públicas (Wampler, 2010, p.399).

O funcionário de médio escalão é responsável pela criação de um


processo permanente e contínuo de diálogo entre as elites da política
e esses líderes comunitários para a compreensão comum dos
problemas. Os contatos se dão nas reuniões formais e geram
confiança em ambas as partes. A ampliação da comunidade de
políticas públicas, com inclusão de novos atores, e a troca de
informações e interações criadas afetam diretamente o ciclo de
construção e implementação de políticas públicas.

5
As comunidades associativas são as redes mais amplas, formadas
por ativistas da sociedade civil e cidadãos. Os espaços participativos
podem reforçá-las, de acordo com a freqüência e intensidade do
contato entre os líderes da comunidade. Os ativistas muitas vezes se
beneficiam desses espaços, por meio da promoção de novas redes e
de laços de solidariedade que permitem que as organizações da
sociedade civil avancem em suas próprias agendas.

As comunidades políticas, por fim, formadas por militantes e


funcionários de governo que se envolvem em campanhas, eleições,
mobilizações e manifestações, são afetas a todo o processo de
construção e implementação de políticas públicas e, portanto, são
inseridas no processo das instituições participativas. Para Wampler
(2010, p.402), “os governos não são susceptíveis a basear suas
decisões exclusivamente de acordo com o que ocorre nos processos
de gestão participativa, mas esses processos oferecem excelentes
oportunidades de recrutamento, bem como informações cruciais que
permitem aos governos terem uma noção melhor do que está
motivando a ação dos líderes da comunidade”.

Aperfeiçoar a interlocução entre Estado e sociedade civil depende da


implementação de medidas que garantam à sociedade maior
participação no acompanhamento e monitoramento das políticas
públicas em Direitos Humanos, num diálogo plural e transversal entre
os vários atores sociais e deles com o Estado.

Ampliar o controle externo dos órgãos públicos por meio de


ouvidorias, monitorar os compromissos internacionais assumidos
pelo Estado brasileiro, realizar conferências periódicas sobre a
temática, fortalecer e apoiar a criação de conselhos nacional, distrital,
estaduais e municipais de Direitos Humanos, garantindo-lhes
eficiência, autonomia e independência são algumas das formas de
assegurar o aperfeiçoamento das políticas públicas por meio de
diálogo, de mecanismos de controle e das ações contínuas da
sociedade civil.

Fortalecer as informações em Direitos Humanos com produção e


seleção de indicadores para mensurar demandas, monitorar, avaliar,
reformular e propor ações efetivas, garante e consolida o controle
social e a transparência das ações governamentais.

A adoção de medidas participativas fortalecerá uma democracia na


qual o Estado atua efetivamente como instância republicana da
promoção e defesa dos Direitos Humanos e a sociedade civil como
agente ativo – propositivo e reativo – de sua implementação.

6
PARTICIPAÇÃO SOCIAL DA PESSOA IDOSA
Os temas relacionados à pessoa idosa estão ganhando evidência no
Brasil e no mundo devido à (re)configuração dessa população e às
transformações evidentes que estão submetidas ao longo da história.
Instituições de todos os setores estão buscando responder demandas
mais complexas dos idosos, que hoje em dia extrapolam – e muito! –
a preocupação pela sobrevivência ou aumento da longevidade. Os
idosos, assim como os jovens, também possuem necessidades de
afeto, sociabilidade, trabalho, inclusão tecnológica, esporte, exercício
da intelectualidade, da arte e por aí vai.

Assim também funciona com a inclusão política. Idosos que


participam das decisões políticas, que fiscalizam as contas públicas e
que acompanham as ações dos nossos eleitos demonstram o
atendimento integral às suas necessidades, incluindo o exercício da
cidadania, a garantia de direitos e a busca pela qualidade de vida das
pessoas em idade mais avançada.

A pauta da participação social, nesse sentido, é uma das visões de


atendimento integral, responsável por inserir o idoso nas discussões
que afetam seu contexto social, político e econômico. Políticas de
participação social possibilitam ao idoso enxergar-se com devido
poder de exercício democrático e de cidadania ativa.

Existem, porém, muitos fatores limitantes à participação social.


Cultura geracional, uso intenso da tecnologia, sentimento de
desvalorização e inutilidade (Caetano, 1990), busca voluntária por
isolamento e mitigação de conflitos (Henry e Cumming, 1952), entre
outros fatores, funcionam como barreiras, naturais ou não, do livre
exercício da cidadania pelos idosos.

Por isso, para promover a participação social, além de criar


mecanismos, as organizações precisamos gerar estímulos, pensar
incentivos de engajamento e preparar a população idosa para um
debate com devida reciprocidade e poder de vocalização. É
necessário apresentar conteúdos de interesse, com linguagem e
formato inclusivos, e capacitar os idosos para um diálogo com
igualdade de condições.

No Brasil, as contribuições dialógicas da pessoa idosa foram sendo


reconhecidas muito em razão da crescente conscientização de seus
direitos e do espaço social (Novaes, 1995) que ocupam. Mas também
são fruto do trabalho: das Organizações da Sociedade Civil que visam
atendimento integral dos idosos; de grupos de encontro e grupos
recreativos, que despertam engajamento, felicidade e
empoderamento, sobretudo de mulheres; das representações (como
os Conselhos) na defesa dos direitos da pessoa idosa; e do próprio

7
poder público, responsável número 1 pela provisão de serviços
básicos, como Saúde.

São, todas, iniciativas que valorizam a convivência social das


diferenças e a multiplicidade de perspectivas como elementos
essenciais da democracia. Vale destacar, ainda, que o avanço da
participação social dos idosos seguiu uma tendência de proliferação
de práticas participativas que se institucionalizaram no âmbito do
Estado nos últimos anos.

Os idosos estão aprendendo a lutar por seus direitos e descobrindo a força de sua união. A partir
do convívio social e da troca de ideias é que nascem novas motivações e a descoberta de
conquistar qualquer área, seja na educação, na cultura ou na família. Santos e Vaz, 2008, p. 338.

A PARTICIPAÇÃO SOCIAL ATRAVÉS DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

Os Organizações da Sociedade Civil são instituições muito antigas na


sociedade e constituem-se espontaneamente por cidadãos e cidadãs
que desejam atuar em prol do interesse público, quase sempre
motivados por brechas em serviços básicos que nem o Governo
consegue atender nem o mercado se motiva a oferecer. As OSCs são,
por isso, “atores coletivos que expressam um sem-número de causas
e interesses difusos da população, frequentemente vinculados ao
exercício mesmo da cidadania” (Oliveira e Haddad, 2001, p. 62 apud
Landim, Fernandes, 1988; Landim, 1993; Fernandes, 1994; Garrison,
2000).

As OSC possuem tradicionalmente algumas características, que são


Considerado aqui a
elas:
conceituação presente no
texto “As Fundações • Atendem a uma finalidade pública
Privadas e Associações
sem Fins Lucrativos no • Nascem do engajamento e mobilização da sociedade civil
Brasil” (2010), produzido
pelo IBGE e o IPEA, que • São de organização voluntária e espontânea de um grupo de
usa como referência a pessoas
metodologia do
• São privadas – desvinculadas do poder público
Handbook on non-profit
institutions in the system • São sem fins lucrativos – não têm como objetivo o lucro e
of national accounts, não distribuem os possíveis ganhos entre sócios e
elaborado pela Divisão de fundadores
Estatística da
Organização das Nações Existem hoje no Brasil mais de 320 mil OSCs, segundo dados do Mapa
Unidas - ONU, em das Organizações da Sociedade Civil, que será apresentado mais
conjunto com a adiante. Essas organizações atuam em uma diversidade de temas e
Universidade John problemas e, devido à alta capilaridade, realizam ações onde o Estado
Hopkins, em 2002. não consegue alcançar. Esse alcance é somado a outros fatores que

8
contribuem para o reconhecimento do potencial democratizante e
garantidor de direitos das OSCs, como a capacidade de representar e
defender interesses e pleitos específicos de um determinado público
ou localidade.

As OSCs compõem o chamado 3º setor, que são aquelas


organizações que não pertencem às estruturas estatais (1º setor) e
também não fazem parte do mercado privado (2º setor). Essa visão
de setores, vale dizer, está cada vez mais ultrapassada, pois as
organizações e as relações que estabelecem entre si estão se
tornando mais híbridas com o passar do tempo. A figura abaixo
exemplifica as diversas interseções possíveis!

Fonte: Cartilha MROSC para Municípios, da SEGOV/MG, 2017.

As chamadas entidades privadas sem fins lucrativos podem ser


resumidas em dois tipos de organizações: as associações e as
fundações.

• Associações: reunião de pessoas em prol de causas que


beneficiam seus próprios associados ou aquelas de interesse
público, ambas que se organizam para fins não econômicos
(amparo no Código Civil, artigos de 53 a 61).

• Fundações: organizações cujos bens e patrimônio são


destinados à finalidade do interesse público, por meio de ações
em assistência social, cultura, educação, entre outras.

9
Dessa maneira, em síntese, as organizações da sociedade civil
contempladas pelo MROSC são:

Associações

Org. MR Fundações
Religiosas
OSC

Cooperativas

Exceções da lei: parcerias no âmbito do SUS, contratos de gestão


(com OSs), termos de parceria (com OSCIPs), parcerias em programas
educacionais (PNAE, PAED etc.), parcerias com o sistema S, entre
outras.

Mapa das Organizações da Sociedade Civil


O Mapa das Organizações da Sociedade Civil do Ipea é um portal que
apresenta dados com inteligência geográfica sobre as organizações
da sociedade civil. Uma rica fonte de informações sobre a dispersão,
alcance e atuação das OSCs no Brasil! Além de dar transparência e
apoiar gestores públicos na tomada de decisão estratégica sobre
atividades com potencial de interface, o Mapa faz parte do processo
de implementação e consolidação da Lei 13.019/2014.

10
OSCs em Minas Gerais
De acordo com o Mapa das Organizações da Sociedade Civil do Ipea,
o estado de Minas Gerais apresenta mais de 46 mil instituições desse
tipo, espalhadas por todo o território, como representado na imagem
abaixo.

Fonte: Imagem coletada a partir da interação com o Mapa das Organizações da Sociedade Civil do
IPEA (https://mapaosc.ipea.gov.br).

11
Para compreender melhor as organizações em Minas Gerais, é
interessante acessar o Extrator de Dados do Ipea, que apresenta
dados em formato aberto para o público e subsidia a própria
construção dos indicadores e achados do Mapa de OSCs. O extrator
permite ao Mapa “informar mais e melhor sobre o universo das OSCs,
fomentar pesquisas neste tema e qualificar as políticas públicas
>> Acesse o Extrator
implementadas em parceria com as organizações” (IPEA, Últimas
de Dados do Ipea
Notícias, acesso em: http://www.ipea.gov.br/extrator/).

De acordo com dados sobre o perfil das OSCs, tendo como referência
os anos de 2013 e 2014, em Minas Gerais as organizações da
sociedade civil atuam, segundo a Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE), tal como representado no gráfico abaixo.

Fonte: IPEA, Extrator de dados, 2014. Elaboração própria.

12
Observa-se que a grande maioria (79%) das OSCs está classificada
como “atividades de organizações associativas”. E o que isso
significa? Podemos olhar especificamente para essa categoria para
obter a resposta e compreender melhor que tipo de atividades
desempenham. O gráfico a seguir mostra a subclasse do CNAE para
as organizações associativas:

Fonte: IPEA, Extrator de dados, 2014. Elaboração própria.

A maior parte das organizações associativas desempenha atividades


relacionadas à defesa de direitos sociais, o que, por sua vez, também
reflete uma classificação bastante abrangente. Essas OSCs abarcam
desde associação de produtores rurais a conservatório de música; de
associação de propriedade intelectual a atividades nucleares. Ou seja,
se trata de um mundo de possibilidades!

Esses exemplos foram tirados do Portal da Transparência do


Governo Federal, por meio de busca a GASTOS DIRETOS POR
FAVORECIDO (PESSOAS JURÍDICAS POR ATIVIDADE ECONÔMICA),
com recorte na subclasse econômica de atividades de associações de
defesa dos direitos sociais. Esse recorte representou, em 2015, valores
de repasse de aproximadamente R$ 850 milhões. Lembrando, aqui se
trata de recurso federal!

Em relação a recursos estaduais, o Portal da Transparência de Minas


Gerais mostra, para o ano de 2017, muitos repasses a Associações de
Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) por todo o território

13
estadual. Outras associações também recebem recurso: centros de
formação, associação de reintegração da criança e adolescente,
associação de produtores e agentes culturais e por aí vai.

Perceba que, a depender do ente federativo, muda-se a temática da


atividade financiada, visto que cada um possui competências e
compromissos próprios. Veja a busca por convenente!

REFERÊNCIAS
AVRITZER, L. e SANTOS, B. S. Para ampliar o cânone democrático. In:
SANTOS, B. S. (Org.). Democratizar a democracia: os caminhos da
democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p.
39-82.

BRASIL. Secretaria-Geral da Presidência da República. Participação


social no Brasil: entre conquistas e desafios. Brasília, 2014.

Controladoria-Geral da União (CGU). Transferências de recursos da


União: perguntas e respostas. Brasília: CGU, 2013.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As fundações


privadas e associações sem fins lucrativos no Brasil: 2010. Rio de
Janeiro: IBGE, 2012.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Participação social


como método de governo? Um mapeamento das ‘interfaces
socioestatais’ nos programas federais. In: Textos para Discussão IPEA,
nº 1.707, Brasília, 2012.

MINAS GERAIS. Cartilha MROSC. Belo Horizonte: Secretaria de Estado


de Governo – SEGOV, 2016.

OLIVEIRA, Anna Cynthia and HADDAD, Sérgio. As organizações da


sociedade civil e as ONGs de educação. Cad. Pesqui, 2001, n.112,
pp.61-83.

SANTOS, GA., and VAZ, CE. Grupos da terceira idade, interação e


participação social. In ZANELLA, AV., et al., org. Psicologia e práticas
sociais [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais,
2008. pp. 333-346.

14
FORMAÇÃO SOBRE DIREITOS DA PESSOA IDOSA

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDESE )


Subsecretaria de Direitos Humanos (SUBDH)

Diretoria de Políticas de Promoção em Direitos Humanos

Luisa De-Lazzari B. P. Resende


Camila Felix Araujo
Fernanda Márcia de Lima Jales
Rosânia Mirtes de Freitas Verissimo

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO


Presidente Roberto do Nascimento Rodrigues
Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho
Diretora geral  Letícia Godinho de Souza
Diretora adjunta  Laura da Veiga

Núcleo de Educação a Distância


Ana Beatriz Mendes Bartoli
Marco Paulo Vianna Franco
Marconi Martins de Laia
Marcos Antônio Nunes
Max Melquíades da Silva

Expediente
Texto  Camila Montevechi Soares
Edição  Max Melquíades da Silva
Projeto gráfico  NEaD FJP

O conteúdo textual desta cartilha é de inteira responsabilidade de sua autora, e não reflete
necessariamente a opinião da Fundação João Pinheiro e da SEDESE-MG.

15

Você também pode gostar