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Esse novo cenário, que desponta na década de 1990, mas tem suas
origens ligadas aos movimentos sociais da década de 1970,
transforma a América Latina, e especialmente o Brasil, num
verdadeiro celeiro de experiências democráticas inovadoras com
modelos de gestão mais participativos e deliberativos, especialmente
nas administrações locais (municípios). Essas experiências estão
marcadas pelo “[...] desafio de construir relações mais democráticas
pautadas pela possibilidade de expressão da pluralidade, do diálogo
e do enfrentamento crítico-propositivo, visando à solução de
situações problemáticas.” (Tatagiba, 2006, p. 138). Faria identifica
ainda uma mudança nos limites do sistema político proveniente desta
nova atuação dos atores.
Uma das consequências desta transformação pode ser sentida na mudança do próprio padrão de
ação destes atores sociais: de uma postura de negação da institucionalidade vigente no final da
década de 1979, passaram para uma postura mais dialogal, demandando e participando dos
diversos canais participativos que se estruturavam. Neste movimento, além de mudar o perfil e o
sentido da atuação destes novos atores, mudou também os limites do sistema político que se
expandiu. Vários espaços participativos foram, então, construídos na interface entre governo e
sociedade (FARIA, 2010, p. 190).
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mobilização social muitas vezes de resistência, como os comitês de
operários e os grupos de luta pela saúde. Houve crescimento rápido
das associações civis e formava-se a consciência da necessidade de
autonomia social e organizacional em relação ao Estado, tendo como
conseqüência a defesa de formas públicas de apresentação de
demandas e de negociação com o poder público. O desenvolvimento
dessa mobilização não gerou, até a década de 1980, envolvimento
direto dos cidadãos nas escolhas públicas, senão na aderência a
planos de governo ou participação em consultas públicas.
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chamado por Dagnino de “confluência perversa”. Ela é marcada pela
convivência simultânea de dois projetos distintos: o projeto
gerencialista, desenvolvido pelos governos do Fernando Collor ao
Fernando Henrique Cardoso; e o projeto participativo, com evolução
crescente desde o fim dos governos autoritários e muito presente nas
ações de governos de esquerda e ligados em âmbito nacional ao
governo Lula.
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Essa concepção de interação democrática construída entre os
diversos órgãos do Estado e a sociedade civil trouxe consigo
resultados práticos em termos de políticas públicas e avanços na
interlocução de setores do poder público com toda a diversidade
social, cultural, étnica e regional que caracteriza os movimentos
sociais em nosso País. Avançou-se fundamentalmente na
compreensão de que os Direitos Humanos constituem condição para
a prevalência da dignidade humana, e que devem ser promovidos e
protegidos por meio de esforço conjunto do Estado e da sociedade
civil.
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As comunidades associativas são as redes mais amplas, formadas
por ativistas da sociedade civil e cidadãos. Os espaços participativos
podem reforçá-las, de acordo com a freqüência e intensidade do
contato entre os líderes da comunidade. Os ativistas muitas vezes se
beneficiam desses espaços, por meio da promoção de novas redes e
de laços de solidariedade que permitem que as organizações da
sociedade civil avancem em suas próprias agendas.
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PARTICIPAÇÃO SOCIAL DA PESSOA IDOSA
Os temas relacionados à pessoa idosa estão ganhando evidência no
Brasil e no mundo devido à (re)configuração dessa população e às
transformações evidentes que estão submetidas ao longo da história.
Instituições de todos os setores estão buscando responder demandas
mais complexas dos idosos, que hoje em dia extrapolam – e muito! –
a preocupação pela sobrevivência ou aumento da longevidade. Os
idosos, assim como os jovens, também possuem necessidades de
afeto, sociabilidade, trabalho, inclusão tecnológica, esporte, exercício
da intelectualidade, da arte e por aí vai.
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poder público, responsável número 1 pela provisão de serviços
básicos, como Saúde.
Os idosos estão aprendendo a lutar por seus direitos e descobrindo a força de sua união. A partir
do convívio social e da troca de ideias é que nascem novas motivações e a descoberta de
conquistar qualquer área, seja na educação, na cultura ou na família. Santos e Vaz, 2008, p. 338.
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contribuem para o reconhecimento do potencial democratizante e
garantidor de direitos das OSCs, como a capacidade de representar e
defender interesses e pleitos específicos de um determinado público
ou localidade.
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Dessa maneira, em síntese, as organizações da sociedade civil
contempladas pelo MROSC são:
Associações
Org. MR Fundações
Religiosas
OSC
Cooperativas
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OSCs em Minas Gerais
De acordo com o Mapa das Organizações da Sociedade Civil do Ipea,
o estado de Minas Gerais apresenta mais de 46 mil instituições desse
tipo, espalhadas por todo o território, como representado na imagem
abaixo.
Fonte: Imagem coletada a partir da interação com o Mapa das Organizações da Sociedade Civil do
IPEA (https://mapaosc.ipea.gov.br).
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Para compreender melhor as organizações em Minas Gerais, é
interessante acessar o Extrator de Dados do Ipea, que apresenta
dados em formato aberto para o público e subsidia a própria
construção dos indicadores e achados do Mapa de OSCs. O extrator
permite ao Mapa “informar mais e melhor sobre o universo das OSCs,
fomentar pesquisas neste tema e qualificar as políticas públicas
>> Acesse o Extrator
implementadas em parceria com as organizações” (IPEA, Últimas
de Dados do Ipea
Notícias, acesso em: http://www.ipea.gov.br/extrator/).
De acordo com dados sobre o perfil das OSCs, tendo como referência
os anos de 2013 e 2014, em Minas Gerais as organizações da
sociedade civil atuam, segundo a Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE), tal como representado no gráfico abaixo.
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Observa-se que a grande maioria (79%) das OSCs está classificada
como “atividades de organizações associativas”. E o que isso
significa? Podemos olhar especificamente para essa categoria para
obter a resposta e compreender melhor que tipo de atividades
desempenham. O gráfico a seguir mostra a subclasse do CNAE para
as organizações associativas:
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estadual. Outras associações também recebem recurso: centros de
formação, associação de reintegração da criança e adolescente,
associação de produtores e agentes culturais e por aí vai.
REFERÊNCIAS
AVRITZER, L. e SANTOS, B. S. Para ampliar o cânone democrático. In:
SANTOS, B. S. (Org.). Democratizar a democracia: os caminhos da
democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p.
39-82.
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FORMAÇÃO SOBRE DIREITOS DA PESSOA IDOSA
Expediente
Texto Camila Montevechi Soares
Edição Max Melquíades da Silva
Projeto gráfico NEaD FJP
O conteúdo textual desta cartilha é de inteira responsabilidade de sua autora, e não reflete
necessariamente a opinião da Fundação João Pinheiro e da SEDESE-MG.
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