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Artigo Científico – Fluxo Contínuo

ISSN 2965-1557
http://doi.org/10.7213/1980-5934.34.063.AO00

periodicos.pucpr.br/aurora

Conselhos Gestores de políticas públicas


Public policy management councils

Lucas Plaza, Talita Aparecida e Pamella Chaves


Curitiba, PR, Brasil.

Como citar: Aparecida, Talita; Chaves, Pamella; Plaza, Lucas. Conselhos Gestores de Políticas Públicas.
Revista de Filosofia Aurora, Curitiba, v. 35, elocation, 2023.

Resumo
Os Conselhos gestores de políticas públicas, fazem parte do modo de gestão da sociedade a
partir de uma ideia de democracia participativa e deliberativa, cujo objetivo é fortalecer a
cidadania. Criados a partir da Constituição de 1988, como resultado de uma participação
popular ativa. A atualidade dos Conselhos Gestores e das conferências no Brasil reflete uma
busca contínua por uma sociedade mais democrática. Esse artigo busca apresentar a história
dos conselhos, assim como a ideia de ampliação de participação democrática, apresenta
também, os conselhos Gestores atuantes no município de Curitiba e o potêncial das
conferências, que oferecem as diretrizes das políticas públicas.

Palavras-chave: Conselhos Gestores. Cidadania. Democracia. Participação.

Abstract

Public Policy Management Councils are part of the way society is managed based on an idea of
participatory and deliberative democracy, whose objective is to strengthen citizenship. Created
following the 1988 Constitution, as a result of active popular participation. The current nature of
Management Councils and conferences in Brazil reflects a continuous search for a more democratic
Aluno de Licenciatura em Ciências Sociais da Pontifícia universidade Católica do Paraná – PUCPR
Aluna de Licenciatura em ciências sociais da Pontifícia universidade Católica do Paraná – PUCPR
Aluna de Licenciatura em filosofia da Pontifícia universidade Católica do Paraná – PUCPR

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Conselhos Gestores de políticas públicas.

society. This article seeks to present the history of the councils, as well as the idea of expanding
democratic participation, presents the Management councils active in the city of Curitiba, as well as
the potential of conferences that offer guidelines for public policies.
Keywords: Management Councils. Citizenship.Democracy.Participation

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Conselhos Gestores de políticas públicas.

Introdução

A participação política é o caminho mais eficaz para mudanças significativas na sociedade, os conselhos
gestores são um dos caminhos possíveis, já que tem por finalidade a ampliação da participação da sociedade civil nas
políticas públicas ampliando e fortalecendo os ideais democráticos.

Criado a partir da Constituição de 1988 os conselhos gestores tornaram-se instituições importantes no âmbito
das políticas públicas. Essa Constituição marcou uma transição significativa na história política do país ao promover
uma maior participação popular e descentralização do poder. Os Conselhos Gestores surgiram como parte desse
processo, como instâncias para promover a participação da sociedade civil na gestão das políticas públicas e como
um mecanismo de controle social sobre as ações do Estado. Desde então, eles foram criados em diferentes níveis de
governo para tratar de diversas áreas e direitos, contribuindo para a ampliação da democracia participativa no Brasil.

O objetivo dos conselhos gestores é atuar como um forte agente na garantia da ampliação da participação
política da sociedade, visando uma melhor relação entre o estado e sociedade civil, que consequentemente garantirá o
controle social é uma forma de assegurar o que está previsto na constituição.

Atualmente o Brasil apresenta uma quantidade significativa de conselhos gestores, que seguem retomando
suas funções, já que em 2019 o decreto n.9759 extinguiu todos os colegiados da administração pública federal, o
Supremo Tribunal Federal – STF, concedeu uma liminar parcial buscando limitar o alcance do decreto, mas no que se
refere as políticas publicas e cidadania, foi um retrocesso muito prejudicial a atuação popular para uma sociedade
mais justa.

As conferências têm importância significativa para oferecer as diretrizes sobre as quais os conselhos podem pensar a
elaboração das propostas de melhorias nas políticas públicas e está diretamente ligada a atuação dos conselheiros, já
que os conselhos gestores podem estar voltados às ações e aos serviços públicos (saúde, educação e cultura) aos
interesses gerais da comunidade (meio ambiente, defesa do consumidor, patrimônio histórico-cultural), assim como a
interesses de grupos e camadas sociais específicas, como crianças e adolescentes,idosos, mulheres, etc.

Os conselhos gestores, assim como as conferências, buscam ampliar a ideia de cidadania e aprimorar a
própria concepção de democracia, num processo de “democratizar a democracia”, que se dá de forma contraditória,
com avanços e retrocessos.

A História

Os Conselhos Gestores de Políticas Públicas no Brasil foram estabelecidos a partir da Constituição Federal
de 1988, também conhecida como a Constituição Cidadã. De acordo com Campos, Juliatti e Valle (2022), essa
constituição marcou uma transição significativa na história política do país ao promover uma maior participação
popular e descentralização do poder.

Dessa forma, foram criados em diferentes níveis de governo, sendo eles, federal, estadual e municipal, para
tratar de diversas áreas e direitos, que contribuíram para a ampliação da democracia participativa no Brasil. Segundo
Nahra (2009), eles são compostos por representantes da sociedade civil e do poder público, e são autônomos em suas
decisões, apesar de estarem vinculados à estrutura do Poder Executivo.

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Conselhos Gestores de políticas públicas.

Os Conselhos de Gestores são instâncias institucionais que tem como objetivo a proposição, fiscalização,
controle e deliberação sobre as diretrizes das políticas públicas. Sua atuação, composição e impacto na elaboração de
políticas públicas variam dependendo da legislação e da dinâmica interna, assim como Luciana (2005, p. 209)
demonstra:

Constituem uma das principais experiências de democracia participativa no Brasil contemporâneo. Presentes na
maioria dos municípios brasileiros, articulados desde o nível federal, cobrindo uma ampla gama de temas como
saúde, educação, moradia, meio ambiente, transporte, cultura, dentre outros, representam uma conquista inegável
do ponto de vista da construção de uma institucionalidade democrática entre nós.

No entanto, a participação não é um fim em si mesma, mas está intrinsecamente ligada à construção de um
projeto de sociedade. Os conselhos representam espaços de negociação, disputa, pactuação e compartilhamento de
responsabilidades entre a sociedade civil e o Estado na formulação de políticas públicas, como Achary, Lavalle e
Houttzager (2004, p. 4) expõem:

Antes de ser uma opção meramente conceptual, é uma exigência imposta pela realidade dos novos espaços
participativos, ora porque os conselhos foram propositalmente desenhados para acolher a participação de
entidades da sociedade civil, ora porque a organização do orçamento participativo estipula canais que favorecem
o engajamento de diferentes tipos de atores da sociedade civil.

É importante destacar que a sociedade civil não é homogênea e representa diversos grupos sociais com
interesses variados. Portanto, os conselhos são palcos onde diferentes visões de mundo competem e, nesse contexto, a
"qualidade da participação" é essencial. De acordo com Achary, Lavalle e Houttzager (2004), a Constituição,
especialmente, criou várias regras e maneiras para que os cidadãos possam se envolver diretamente nas decisões
políticas e na supervisão do governo. Isso foi feito com o objetivo claro de tornar a democracia mais forte, oferecendo
novas maneiras para as pessoas participarem diretamente na criação de políticas públicas e no controle das ações do
governo. Como resultado disso, outras instituições de participação foram criadas em todos os níveis do governo, ou
seja, em municípios, estados e no governo federal.

Ampliação da participação popular


O principal objetivo dos conselhos gestores é permitir e assegurar a participação popular nas decisões
públicas como forma de controle social e descentralização do poder, que está prevista na constituição. Segundo
Gomes o objetivo dos conselhos gestores é:

Aos conselhos gestores coloca-se o desafio de constituir espaço democrático destinado a alcançar três objetivos
essenciais: promover a construção da cidadania e a educação política; viabilizar a identificação e captação
permanente das demandas da sociedade; e exercer controle social sobre o governo. Estes objetivos podem ser
depreendidos das circunstâncias, contextos e debates que permearam a disseminação deste novo formato de
participação da sociedade na gestão das políticas públicas, ao longo das décadas de 80 e 90 (Gomes, 2003. p. 5).

Visa ir além do ato de votar e escolher um representante, mas ser um ator importante e ativo nas
participações, que tira a passividade e tenta trazer uma aproximação do Estado com a sociedade e vice-versa, atuando
com as demandas sociais, funcionando como espaço de participação, troca de experiência e fiscalização, em que a
sociedade pode exigir e colaborar com programas, projetos e ações voltadas à implantação e efetivação de políticas
públicas. Gomes apresenta também os três objetivos mais específico dos conselhos gestores “Promoção da cidadania
e da educação política; identificação, captação e ponderação constante das preferências da sociedade, com vistas à
formulação de políticas públicas; e controle social sobre estas, incluindo a responsividade às demandas da sociedade
e a responsabilização dos governantes (Gomes, 2003. p. 56)”.

Em relação a construção da cidadania e à formação política este espaço de participação de fato é um meio de
promoção do primeiro objetivo, a abertura de novos lugares para reivindicação e de interlocução demonstram isso, e a

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Conselhos Gestores de políticas públicas.

discussão produz cidadãos mais participativos; já em relação ao segundo objetivo pensando em um contexto de boa
governança a abertura do espaço de manifestação proporciona ao Estado identificar as necessidade urgentes e a
melhor forma de tratá-las; o terceiro objetivo depende e passam a ser uma questão principalmente do conselho
conseguir cumprir a premissa de controle social sobre o Estado para assegurar a responsabilização e o cumprimento
das políticas públicas. Como existe uma diversidade gigante de conselhos e uma multiplicidade de áreas, os objetivos
e funções específicas de cada um deles serão determinados conforme as atividades e especificidades.

Conselhos Gestores em Curitiba

Os conselhos possuem caráter interinstitucional estão distribuídos a nível federal, estadual e municipal,
possibilitam uma maior participação da sociedade civil nas políticas públicas, estão compreendidos em diversos
setores, como por exemplo “as políticas setoriais de saúde e educação, as políticas transversais de direitos humanos, e
iniciativas mais específicas, como merenda escolar”(GOMES, 2003, p.4). São classificados em quatro categorias:

(i) conselhos gestores de unidade e de autarquias, os primeiros dedicados à fiscalização de equipamentos públicos
e os segundos criados pela atual prefeitura para gerir autarquias criadas na área de saúde; (ii) conselhos de
programas, criados facultativamente pelos governos nacional, estadual ou municipal para apoiar programas
específicos de sua gestão; (iii) conselhos temáticos, eminentemente municipais, de caráter facultativo e voltados à
atenção de temas e assuntos considerados relevantes pelas prefeituras — raça ou de gênero, eventos
extraordinários, celebração de efemérides —; (vi) conselhos de políticas (LAVALLE;HOUTZAGER;ACHARY,
2004, p.10).

No município de Curitiba, localizado no Estado do Paraná, os conselhos estão classificados em área social,
área da cidade e meio ambiente, área administrativa e área fiscal. A área social, é formada por conselhos que
possibilitam à sociedade expor suas demandas, através de fóruns participativos que estão voltados às políticas
públicas sociais, são compostos por membros do Estado e da sociedade civil, cujo objetivo é propor e controlar a
execução das políticas públicas setoriais. Segundo o portal dos conselhos de curitiba (2019), atuam na área social, os
seguintes conselhos: comissão municipal de direitos humanos - CMDH, comitê intersetorial de acompanhamento e
monitoramento das ações concernentes à política nacional - CIAMP, conselho municipal da diversidade sexual -
LGBT, conselho municipal da juventude - CMJ, conselho municipal da procuradoria geral do município - CSPGM,
conselho municipal de alimentação escolar - CAE, conselho municipal de assistência social - CMAS, conselho
municipal de economia popular solidária - CMEPS, conselho municipal de educação - CME, conselho municipal de
emprego e relações do trabalho - CMERT, conselho municipal de esportes - CME, conselho municipal de política
étnico racial - COMPER, conselho municipal de políticas culturais, conselho municipal de políticas sobre drogas -
COMPED, conselho municipal de saúde – CMS, conselho municipal de segurança alimentar e nutricional -
COMSEA, conselho municipal de turismo – COMTUR, conselho municipal do patrimônio cultural de curitiba-
CMPC, conselho municipal dos direitos da criança e do adolescente - COMTIBA, conselho municipal dos direitos da
mulher – CMDM, conselho municipal dos direitos da pessoa com deficiência - CMDPcD e conselho municipal dos
direitos da pessoa idosa - CMDPI.

Na área da Cidade e Meio Ambiente, os conselhos buscam formular, elaborar e acompanhar as Políticas
Públicas Urbanas, para que a cidade seja conduzida de forma democrática. São identificados como conselhos
comunitários. São apresentados no portal dos conselhos do município (2019): o comitê Intersetorial de Promoção de
Saúde e Qualidade de Vida - CIPSQV, Conselho da Cidade de Curitiba – CONCITIBA, Conselho Municipal de
Proteção aos Animais, Conselho Municipal de Trânsito – COMUTRAN, Conselho Municipal de Urbanismo – CMU,
Conselho Municipal do Meio Ambiente – CMMA e Conselho Municipal do Transporte.

A área Administrativa é sediada por conselhos que buscam propor, acompanhar e avaliar as ações dos
Órgãos públicos, compete a eles o desenvolvimento das questões estratégicas e a garantia da transparência dos
resultados da administração. Atuam na área administrativa os seguintes conselhos: conselho de Administração da

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Agência Curitiba, Conselho de Administração da COHAB, Conselho de Administração da CURITIBA S.A, Conselho
de Administração da URBS, Conselho de Administração do Fundo de Abastecimento Alimentar de Curitiba,
Conselho de Administração do Fundo Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, Conselho de Administração
do ICAC,Conselho de Administração do ICS, Conselho de Administração do IPMC, Conselho de Administração do
IPPUC, Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social e Conselho Municipal de
Acompanhamento Controle Social do FUNDEB.

Por fim, a área Fiscal, em que os conselhos têm como atribuição fiscalizar, os orgãos administradores e
verificar o cumprimento dos seus deveres legais e previstos no Estatuto; os conselheiros podem opinar sobre o
relatório anual da administração assim como sobre as propostas de políticas elaboradas pelos setores administrativos.
São conselhos que atuam na área fiscal em Curitiba: o conselho fiscal da agência Curitiba, conselho fiscal da
COHAB, conselho fiscal da Curitiba S.A., conselho fiscal da URBS, conselho fiscal do fundo municipal de defesa
civil – FUMDEC, conselho fiscal do Instituto Curitiba de saúde, conselho fiscal do IPMC e o conselho municipal de
contribuintes – Fiscal.

As Conferências

As Conferências de Políticas Públicas são uma forma democrática de realizar propostas de melhorias na
sociedade e ampliar discussões, são grandes plenárias com representantes do poder público e da sociedade civil,
através delas busca-se definir as principais diretrizes das políticas públicas. As conferências foram instituídas no
governo de Getúlio Vargas, “pela Lei nº 378/1937, de 13 de Janeiro de 1937, com o objetivo de facilitar o
conhecimento do Governo Federal acerca das atividades relativas à saúde” (Petinelli;Lins;Faria, 2011, p.12).
Inicialmente a convocação das conferências era realizada pelo presidente da República, atualmente as conferências
acontecem por mecanismos legais como uma portaria, um decreto, lei ou mesmo por meio de resolução por parte dos
conselhos gestores.

Desde sua criação até 2010, já foram realizadas 102 conferências nacionais e centenas de milhares de
conferências intermediárias, nas esferas municipais e estaduais. Do total de encontros nacionais, 9 aconteceram
entre 1941 e 1988 – 8 delas referentes ao tema saúde e 1 de Ciência e Tecnologia; 27 foram organizados entre
1988 e 2002 e debateram políticas de Saúde, Assistência Social, Direitos Humanos, Direitos da Criança e do
Adolescente e Segurança Alimentar e Nutricional; e as outras 67 Conferências, que correspondem a 66% do total,
ocorreram entre 2003 e 2010, nos governos. Neste governo, as conferências tornaram-se a principal arena de
interlocução entre governo e sociedade civil com o objetivo de debater e deliberar propostas para formulação de
políticas públicas, propor novas ações do governo para compor o Plano Plurianual de Ação (PPA) e avaliar as
políticas aprovadas em encontros anteriores (Petinelli;Lins;Faria, 2011, p.12).

É importante destacar que existem áreas como a da saúde que possuem maior participação nas conferências
nacionais, exatamente por serem demandas levantadas por movimentos sociais e coletivos consolidados. ”Assim,
podemos afirmar que há uma participação efetiva nas conferências nacionais que expressa continuidade com as
formas de participação que surgiram no Brasil durante a redemocratização” ( IPEA, 2012, p. 16).

São exemplos de debates relacionados as políticas públicas realizadas em conferências nacionais, segundo o
relatório do IPEA (2012) “o debate sobre as fundações de direito público que dominou a XIII Conferência Nacional
de Saúde e o debate sobre o direito à memória e à questão do aborto que dominou a XI Conferência Nacional de
Direitos Humanos realizada em 2009”, há também debates que não chegaram a ter grandes adeptos como a “questão
da criação do Sistema Único de Assistência Social (Suas) durante a IV Conferência Nacional da Assistência Social.”

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Conselhos Gestores de políticas públicas.

É possível concluir que nas conferências nacionais são debatidos temas diversos ligados a vida na sociedade,
e que de forma geral os canais participativos como os conselhos gestores e as conferências buscam ampliar a ideia de
democracia permitindo que a população exerça o controle social previsto na constituição.

Considerações finais
Os Conselhos Gestores são espaços públicos permanentes que tratam de questões específicas e direitos em
políticas públicas. Eles existem em diversas esferas e são criados por meio de leis, com regulamentos definidos pelos
próprios conselheiros. Além disso, esses conselhos desempenham um papel fundamental na promoção da
participação da sociedade civil, contribuindo para a construção de uma cultura cidadã.

Portanto, é possível identificar que o principal objetivo dos conselhos gestores é atuar na ampliação e
assegurar a participação popular, e cumprir o que está previsto na constituição como forma de ter uma democracia
mais participativa-ativa e ser um ator crucial para o controle social assegurando os direitos e demandas da sociedade,
ao invés de apenas ter cidadãos passivos para eleger um representante.

Ainda que haja uma quantidade expressiva de conselhos gestores e mesmo que possuam caráter deliberativo
há muitos desafios para serem superados, na prática existe um descompasso entre a representatividade dos
conselheiros e a deliberação, as decisões levantadas nos conselhos nem sempre são aceitas pelo governo. Além disso,
esses espaços são altamente disputados, assim se não houver uma participação cidadã efetiva, não haverá uma
representação plural, podendo essas instâncias serem dominadas por um nicho mínimo da sociedade. Dessa forma,
promover a ideia de cidadania e a educação política, identificar as demandas da sociedade, e exercer controle social
sobre o governo, segue sendo um desafio para os conselhos gestores de políticas públicas.

Referências

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RECEBIDO: 8/11/2023 RECEIVED: 8/11/2023

APROVADO: XX/XX/2023 APPROVED: 8/11/2023

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