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Política Nacional de

Participação Social
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Bacharelado em Saúde Coletiva
POLÍTICAS PÚBLICAS E SISTEMAS DE SAÚDE III
Aluna Odaísa Faresin
Porto Alegre - Junho /2016
Contexto Histórico
A Constituição Federal de 1988 marcou o processo democrático brasileiro consolidando
as lutas sociais por liberdade e cidadania.

A participação na saúde vem se consolidando desde a década de 1980, passando por


um crescente processo de institucionalização com o surgimento do SUS que reestruturou e
criou novos formatos participativos como conferências, conselhos, ouvidorias, mesas de
negociação coletiva e outros.
A partir de 2003, o Governo Federal passou a investir em mecanismos de participação e
consulta popular, que se tornaram parte de uma estratégia para aprimorar a gestão e
ampliar a democratização do Estado. Neste mesmo ano, o Ministério da Saúde criou a
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa - SGEP, visando fomentar, implementar
e coordenar ações de auditoria, ouvidoria participação na saúde vem se consolidando
desde a década de 1980, passando por um crescente processo de institucionalização com
o surgimento do SUS que reestruturou e criou novos formatos participativos como
conferências, conselhos, ouvidorias, mesas de negociação coletiva e outros.

No final de 2003 ocorreu a 12ª Conferência Nacional de Saúde, e teve como uns dos
objetivos aprofundar a participação social, aponta a necessidade de se investir nos
Conselhos Locais de Saúde.

https://www.youtube.com/watch?v=XyvHJPrYGKQ
Em 2014, foi instituída a Política Nacional de Participação Social, vem
contribuir para efetivar a participação social como um método de governo,
instituindo diretrizes específicas sobre cada um dos canais de interação entre
Estado e sociedade.
Assim, a Política Nacional de Participação Social é uma importante conquista
dos movimentos e entidades da sociedade civil que buscam na participação social
o caminho para a defesa e efetivação de direitos e cidadania.
Organograma estrutura do Ministério da Saúde

Fonte: Site Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa


Estrutura institucional e decisória do SUS

Fonte: Ministério da Saúde


Política Nacional de Participação Social
Criada pelo Decreto nº 8.243, de 23 de maio de 2014, institui a Política Nacional de
Participação Social - PNPS e o Sistema Nacional de Participação Social - SNPS, e dá
outras providências.
A PNPS é o conjunto de conceitos e diretrizes relativos às instâncias e mecanismos
criados para possibilitar o diálogo, a aprendizagem e o compartilhamento de decisões entre
o governo federal e a sociedade civil.

Considera a sociedade civil: o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais


institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações;
Objetivos da política
A política possui os objetivos, entre outros:

-Consolidar a participação social como método de governo,

-Aprimorar a relação do governo federal com a sociedade civil, respeitando a autonomia das
partes;

-Desenvolver mecanismos de participação social acessíveis aos grupos sociais


historicamente excluídos e aos vulneráveis;

-Incentivar e promover ações e programas de apoio institucional, formação e qualificação


em participação social para agentes públicos e sociedade civil; entre outros.
A PNPS criou o Sistema de Informação de Participação social

O Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de Saúde - SIACS resultará em


um retrato detalhado dos conselhos de saúde de todo o País, mostrando a composição dos
colegiados e o cumprimento de normas legais relacionadas ao SUS.

Todos os conselhos devem realizar seu cadastro. Criando uma única rede de dados dos
5.569 conselhos municipais, dos 26 estaduais, do Distrito Federal e dos 36 conselhos
distritais de saúde indígena junto ao Conselho Nacional de Saúde e ao Ministério da Saúde.

Acesso às Informações no site do Conselho Municipal de Saúde.

http://conselho.saude.gov.br/web_siacs/index.html
INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO

1) Conselhos de políticas públicas – Instâncias colegiadas temáticas e permanentes,


instituídas por ato normativo, de diálogo entre a sociedade civil e o governo, destinadas a
viabilizar a participação da sociedade civil no processo decisório e na gestão de políticas
públicas.
Um pouco sobre os Conselhos de Saúde:

-Órgão colegiado, deliberativo e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada


esfera de governo.
-Deve funcionar mensalmente, ter ata que registre suas reuniões e infraestrutura que dê
suporte ao seu funcionamento.
-O segmento dos usuários deve ser PARITÁRIO com os demais segmentos.
50% integrantes usuários,
25% profissionais de saúde
25% devem ser gestores e prestadores de serviço.
-O conselho analisa e aprova o plano de saúde. Analisa e aprova o relatório de gestão.
Informa a sociedade sobre a sua atuação.
Além dos Conselhos Federais, Estaduais e Municipais existem:

• CONSELHO LOCAL DE SAÚDE: é a instância máxima deliberativa e de participação


da comunidade na área de abrangência de cada unidade de saúde, que atua no
planejamento, na cogestão e na fiscalização, exercendo atuação descentralizada e
regionalizada dos Conselhos Distritais de Saúde e do CMS. Possibilitam a proximidade
entre a comunidade e os serviços de saúde e as demais organizações do bairro.

• CONSELHO DISTRITAL DE SAÚDE: é a instância descentralizada e regionalizada


que cuidam de uma região ou de um distrito sanitário com uma ou mais unidades de saúde
e uma ou mais comunidades que guardam entre si identidade geográfica, socioeconômica e
epidemiológica.
2) Comissões de políticas públicas – Instâncias colegiadas temáticas, instituídas por
ato normativo, criadas para o diálogo entre a sociedade civil e o governo em torno de
objetivos específicos, com prazo de funcionamento vinculado ao cumprimento de suas
finalidades.

3) Conferências nacionais – É o fórum que reúne todos os segmentos representativos


da sociedade. Acontece a cada 4 anos. Instância de debate, formulação e avaliação sobre
temas específicos e de interesse público, com ampla participação de representantes do
governo e da sociedade civil, é realizada nas esferas estaduais, municipais ou regionais.

“Foram realizadas 121 conferências nacionais desde a promulgação da


Constituição de 1988.” Cartilha PNPS
4) Ouvidoria pública federal – Instância de controle e participação social responsável
pelo tratamento das reclamações, solicitações, denúncias, sugestões e elogios relativos às
políticas e aos serviços públicos, prestados, sob qualquer forma ou regime, com vistas ao
aprimoramento da gestão pública.

Cartilha PNPS

5) Mesas de diálogo – Mecanismo de debate e negociação com a participação dos


setores da sociedade civil e do governo diretamente envolvidos com o objetivo de prevenir,
mediar e solucionar conflitos sociais.
6) Fóruns Interconselhos – Mecanismo para o diálogo entre representantes dos
conselhos de políticas públicas para formular e acompanhar as políticas públicas e
programas governamentais, aprimorando a sua intersetorialidade e transversalidade.

7) Audiências públicas – Eventos participativos de caráter presencial, consultivos,


abertos a qualquer interessado, com a possibilidade de manifestação oral dos participantes.
8) Consultas públicas – Processos de caráter virtual que visam sistematizar a opinião
dos sujeitos sociais afetados e interessados no seu objeto para subsidiar uma decisão
governamental, garantindo a permeabilidade da política aos interesses dos cidadãos.

9) Interfaces e ambientes virtuais – Mecanismos de interação social, abertos ao


cidadão, que utilizam tecnologias de informação e comunicação livres e auditáveis, em
especial a internet, para promover o diálogo entre governo federal e sociedade civil.
IMPLEMENTAÇÃO
Os órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta são
responsáveis pela implementação da PNPS.

MONITORAMENTO
O acompanhamento e a implementação da PNPS serão de responsabilidade
da Secretaria-Geral da Presidência da República
Mesa de Monitoramento das Demandas Sociais: é uma instância colegiada
interministerial responsável pela coordenação e encaminhamento de pautas de
reivindicações dos coletivos, movimentos sociais e redes da sociedade civil, bem
como pelo monitoramento das respostas de governo.
Conclusão
A Participação é um dos princípios da democracia, é através dela que podemos mudar a realidade e
possibilitar a construção de acordo com a realidade e a necessidade local das regiões.
Foi um longo caminho percorrido para chegarmos neste nível de organização e funcionamento da
participação social, precisamos continuar lutando e mantendo estes espaços conquistados. Além disso
precisamos ressaltar a importância da divulgação das formas de participação social a todos os
brasileiros, bem como, a conscientização do seu papel quanto a sua participação na construção das
políticas públicas em saúde, conforme a necessidade de sua região.

“É através da PARTICIPAÇÃO que se supera a resignação e o medo e


gera as condições para o exercício pleno da liberdade e da cidadania”
(SOUZA, 2004).
Referências Bibliográficas
MACHADO, Vianna Frederico. Proposta de Pesquisa com títtulo Desafios da Participação Social na Atenção Básica: Análise do conselhos locais de saúde na
cidade de Porto Alegre e estudo comparativo com experiências de participação nas casa da saúde na Itália. Porto Alegre, 2016.

BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Consolidado dos relatórios das Conferências Estaduais de Saúde. 12ª Conferência Nacional de Saúde Sérgio
Arouca. Brasília, 7 a 11 de dezembro de 2003 Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/CES_consolidado.pdf Acessado em 18 de junho de 2016.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Decreto nº 8.243, de 23 de maio de 2014. Institui a Política Nacional de Participação Social - PNPS e o Sistema Nacional de
Participação Social - SNPS, e dá outras providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8243.htm Acessado em
18 de junho de 2016.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cartilha da Política Nacional de Participação Social - PNPS. Disponível em
http://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2014/10/CartilhaPNPS1.pdf Acessado em 18 de junho de 2016.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTAL DA SECRETARIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA E PARTICIPATIVA - SGEP. Disponível em
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8756&Itemid=425 Acessado em 18 de junho de 2016.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTAL DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL. Disponível em http://www.participa.br/ Acessado em 18 de junho de 2016.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Conselho de saúde: a responsabilidade do controle social democrático do SUS. 2ª
ed. Brasília, 2013.
Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/conselhos_saude_responsabilidade_controle_2edicao.pdf Acessado em 18 de junho de 2016.

PORTO ALEGRE. CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE. Estrutura Conselhos Locais e Distritais. Disponível em
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/cms/default.php?p_secao=76 Acessado em 18 de junho de 2016.

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