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MÓDULO 3

Controle Social no SUS

Disciplina: Governança, saúde e sociedade


Prof. Dr. Éverton Luís Pereira


Especialização em Governança Pública
de Sistemas e Serviços de Saúde

MÓDULO 3

Controle Social no SUS

Disciplina: Governança, saúde e sociedade




Autor da disciplina Governança, saúde e sociedade

Professor Dr. Éverton Luís Pereira



Professor da Universidade de Brasília (UnB) no Departamento de Saúde Coletiva (DSC),

no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) – Mestrado Profissional e

Mestrado e Doutorado Acadêmico – e no Programa de Pós-Graduação em Ciências

Sociais – Estudos Comparados sobre as Américas (PPGECsA). Pesquisador do Instituto

Nacional de Pesquisa (INCT-CNPq) Brasil Plural. Graduado em Ciências Sociais pela

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mestre e Doutor em Antropologia Social

pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com período sanduíche na

University of Texas at Austin (UT), nos Estados Unidos da América. Pós-doutorado em

Antropologia Médica no Medical Anthropology Research Centre (MARC) da Universitat

Rovira i Virgili (URV), Espanha.

Apresentação
Chegamos ao terceiro módulo da disciplina, intitulado “Controle Social no SUS”. Ele é

uma continuidade da discussão que iniciamos no anterior, aprofundando

principalmente na questão da participação e do controle social no SUS. Abordaremos

com profundidade a forma como o controle social influencia as decisões e a

organização das políticas de saúde.

Assim como os demais, ele foi construído de modo a contemplar a reflexão contínua,

progressiva e em escala crescente de complexidade no conteúdo proposto para a

disciplina. Está organizado em tópicos, que dialogam entre si e buscam conquistar os

objetivos propostos.

Todas as referencias utilizadas serão disponibilizadas na biblioteca do módulo. Fique à

vontade para acessá-las e pautar discussões sobre as leituras obrigatórias e

complementares nos fóruns de discussões. O professor e os tutores estarão

disponíveis para debater com vocês e para tirar dúvidas! Desejamos bons estudos!

Objetivos
1) Discutir as formas de participação e controle social no Sistema Único de Saúde;

2) Apresentar as Conferências de Saúde e sua importância para as políticas

públicas;

3) Refletir sobre os Conselhos de Saúde como estratégias de participação e

controle social.

Ao final do módulo, espera-se que o estudante conheça e reconheça a importância

dessas instâncias para a governança em saúde. Além disso, o cursista poderá verificar

as melhores formas de propiciar o controle social em suas práticas cotidianas.

Avaliação
A avaliação será realizada por meio de um questionário com respostas objetivas ao

final do módulo. A avalição terá peso de 25%.

1. Governança nos espaços de construção e pactuação


No módulo anterior, foi possível compreender a estrutura institucional que permite a

gestão compartilhada no Sistema Único de Saúde (SUS). As comissões intergestoras

(CIT, CIB, CIR) são espaços propícios de pactuação, bem como de governança no SUS.

Sem dúvida, é importante que os profissionais envolvidos com a saúde conheçam as

potencialidades dessa estrutura organizacional como elemento disparador para

construir melhores estratégias para a efetivação da garantia do direto à saúde. As boas

práticas de governança podem iniciar dentro dessa estrutura organizacional,

especialmente com os gestores envolvidos no processo de tomada de decisão.

Além de serem espaços de tomadas de decisão e de pactuação, sem dúvida, também

podem ser encarados como lugares propícios para a troca de informações e para a

formação de redes integradas no Sistema Único de Saúde. As articulações que se dão

nas comissões e conselhos podem fortalecer os municípios, a região e os estados, e,

consequentemente, melhorar o acesso à saúde pela população.

Os textos que lemos também nos ajudam a pensar sobre a importância dos espaços

regionais de discussão e pactuação. As Comissões Intergestoras Regionais (CIR), ainda

em consolidação em muitos estados, podem ser estratégicas para o conhecimento da

rede regional, o mapeamento de problemas e/ou demandas, a construção de

prioridades compartilhadas, bem como a produção de respostas públicas de forma

coordenada, colaborativa e organizada.

Agora, iremos privilegiar o debate sobre o controle social no SUS. Detalharemos como

a participação da comunidade é prevista nas leis que dispõem sobre a organização do

SUS, os espaços de participação e controle disponíveis e as suas potencialidades para o

fortalecimento das ações em saúde.

2. A participação e o controle social no SUS


De acordo com o site do Ministério da Saúde, a Participação Popular é um dos

princípios organizativos. Veja abaixo como o Ministério da Saúde define esse

princípios. A definição transcrita abaixo está disponível em:

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sus .

Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto,

devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular

estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.

A participação popular está expressa na Lei 8.080/1990, porém, é na Lei 8.142/1990

que essa participação fica melhor definida, bem como seu papel no controle e na

fiscalização.

Você conhece a Lei 8.142/1990? Sugerimos a

leitura atenta desse documento normativo disponível em

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm

As duas principais instâncias colegiadas de participação popular – e que atuam no

controle do Sistema Único de Saúde (SUS) – são as Conferências e os Conselhos de

Saúde. Ambos são espaços estratégicos para a consolidação da atenção à saúde,

especialmente por pautarem vozes diferentes no processo de construção,

fortalecimento e fiscalização de políticas públicas.

3. Conferências de Saúde

As Conferências de Saúde foram e são essenciais para garantir a participação e o

controle da população nas políticas de saúde. A 8a. Conferência Nacional de Saúde, por

exemplo, marcou de forma definitiva a construção do SUS da forma como é visto hoje

em dia. As conferências são sempre espaços de discussão para avaliar e propor

diretrizes para as políticas de saúde.

As Conferências ocorrem nos diferentes níveis de gestão – municipal, estadual e

federal – e devem ser interligadas com o intuito de auxiliar na construção,

monitoramento e avaliação das políticas de saúde em todas as esferas. Dessa forma, as

conferências estaduais de saúde devem ser pautadas pelas deliberações das

conferências municipais. A Conferência Nacional, por sua vez, deve levar em

consideração o discutido nos estados.

A representação dos vários segmentos sociais deve ser garantida nas conferências de

saúde. As diversas entidades da área da saúde, os gestores, os prestadores de serviços

na saúde, a sociedade civil organizada e os usuários devem estar nas conferências com

a mesma legitimidade de voz e voto. A diversidade de perspectiva sobre as políticas de

saúde estão presentes nas Conferências, especialmente para possibilitar uma melhor

participação da sociedade nas tomadas de decisão em saúde.

As Conferências são realizadas a cada quatro anos e são convocadas pelo poder

executivo. Você sabia que em 2023, estamos em ano de Conferências?!

Veja abaixo o que o site do Conselho Nacional de Saúde (CNS) – em breve

estudaremos um pouco mais sobre o CNS – traz sobre a 17a. Conferência Nacional de

Saúde:

“A 17ª Conferência Nacional de Saúde será realizada de 2 a 5 de julho de 2023 pelo

Conselho Nacional de Saúde (CNS), juntamente com o Ministério da Saúde. O evento,

que acontece a cada quatro anos, é um dos mais importantes espaços de diálogo entre

governo e sociedade para a construção das políticas públicas do Sistema Único de

Saúde (SUS).

Com o tema “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã vai

ser outro dia”, a Conferência será precedida por etapas municipais, que vão acontecer

entre novembro de 2022 a março de 2023, e etapas estaduais e do Distrito Federal,

que serão realizadas de abril a maio de 2023.

As conferências locais serão organizadas pelos Conselhos de Saúde, junto às

respectivas Secretarias de Saúde. Para participar, é necessário acompanhar a

realização no seu município e estado, onde os interessados poderão ser eleitos para a

etapa final. Também foram programadas diversas atividades preparatórias para a

etapa nacional, como a 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, de 14 a 18 de

novembro, e a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental, que irá acontecer de 24 a 27

de outubro de 2023, em Brasília.

Ao final do processo, as deliberações aprovadas na 17ª Conferência Nacional de Saúde

devem ser contempladas no próximo ciclo de planejamento da União e servir de

subsídio para a elaboração do Plano Nacional de Saúde e Plano Plurianual de 2024-

2027”. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/17cns

Enquanto vocês estarão cursando essa disciplina, as Conferências Estaduais estarão

ocorrendo. Vocês já tiveram a oportunidade de participar de uma Conferência?

Sugerimos que passeiem pelo site do Conselho Nacional de Saúde para verificar o

calendário de conferências, as deliberações, e outras informações relevantes:

http://conselho.saude.gov.br/17cns

4. Conselhos de Saúde

Os conselhos municipais, estaduais e o conselho nacional são extremamente

importantes para o controle social em saúde. Por esse motivo, pedimos leitura atenta

do material produzido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) sobre esse assunto. A

leitura desse material será essencial para o desenvolvimento da atividade avaliativa:

Leitura obrigatória:

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de saúde. Para entender o controle

social na saúde. Brasília : Ministério da Saúde, 2014.

Capítulos: Entenda o controle social na saúde (p. 33-52) e Competências dos

conselhos de saúde (p. 53-76). Disponível em:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/para_entender_controle_social_saude

.pdf

5. Considerações finais

Neste módulo, aprendemos sobre a importância do controle social na saúde. O

controle social é uma questão expressa na Constituição Federal, na Lei 8.080/1990 e

na Lei 8.142/1990 e garante a participação da população na formulação, controle,

avaliação e fiscalização das políticas públicas.

É uma forma de possibilitar que os cidadãos participem mais ativamente das políticas

de saúde no país. Para isso, são organizados espaços de participação: as conferências e

os conselhos de saúde. Ambos os espaços são fundamentais para a governança local,

regional, estadual e federal e devem ser sempre reconhecidos e utilizados pelos

gestores e trabalhadores para garantir o bom andamento das ações em saúde.

2023 é ano de Conferência Nacional de Saúde. Etapas municipais e estaduais estão

sendo (ou foram) realizadas. Discussões e deliberações importantes são realizadas

nesses espaços e que apresentam potencial de melhorar as políticas de saúde em

todas as esferas da gestão. Acompanhe os debates no seu município e estado!

Também conhecemos mais sobre os Conselhos de Saúde. Além de serem importantes

espaços para a articulação municipal, estadual e federal, eles são também instâncias

deliberativas sobre as prioridades das políticas de saúde, inclusive com discussão e

deliberação sobre orçamento e financiamento. Nos conselhos de saúde, assim como

nas conferências, é garantida a participação dos diferentes setores da sociedade (como

trabalhadores, gestores, usuários, etc.). Busque conhecer sobre o que está sendo

discutido no Conselho de Saúde do seu município!

5. Referências Bibliográficas

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Guia de governança e gestão em saúde: aplicável

a secretarias e conselhos de saúde. Brasília : TCU, Secretaria de Controle Externo da

Saúde, 2018. Disponível em:

https://portal.tcu.gov.br/data/files/0A/52/94/E4/5F3F561019190A56E18818A8/GUIA

%20GOVERNANCA%20EM%20SAUDE_WEB.PDF

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de saúde. Para entender o controle

social na saúde. Brasília : Ministério da Saúde, 2014.

TEIXEIRA, Carmem. SILVEIRA, Paloma. Glossário de análise política em Saúde. Carmen

Teixeira e Paloma Silveira; organizadoras. Salvador: Edufba, 2016.

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