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ARTIGO ARTICLE
Controle social no SUS: discurso, ação e reação

Social control in the Brazilian Unified Health System (SUS):


discourse, action and reaction

Ana Maria Caldeira Oliveira 1


Aurea Maria Zöllner Ianni 1
Sueli Gandolfi Dallari 1

Abstract This article seeks to describe and ana- Resumo Este artigo se propõe a descrever e ana-
lyze the dynamics of social participation, from lisar a dinâmica da participação social, a partir
the standpoint of the social representations of the das representações sociais dos Conselheiros Mu-
City Health Councillors of Belo Horizonte on the nicipais de Saúde de Belo Horizonte sobre os sen-
significance of social control. A methodological tidos do controle social. Foram utilizadas técni-
approach was used, backed by qualitative research cas de entrevistas baseadas em roteiro semiestru-
techniques: semi-structured interviews and par- turado e de observação participante. Decorridos
ticipant observation. Three years after the sur- três anos da realização da pesquisa, recorreu-se à
vey, documentary research was conducted to técnica de pesquisa documental para verificar a
check for signs of institutional reaction seeking to existência de sinais de reação institucional vi-
minimize or even to overcome the difficulties re- sando minimizar as dificuldades relatadas. Veri-
ported. It was ascertained that the City Health fica-se que a instituição política Conselho Muni-
Council political institution activated several me- cipal de Saúde, reflexivamente, aciona diversos
chanisms to improve their techniques of action mecanismos para aprimorar seus modos de ação e
and organization and also the commitment of organização e, também, o comprometimento dos
stakeholders to this forum. atores para com esse fórum.
Key words Social participation, Health policy, Palavras-chave Participação social, Política de
Health counseling saúde, Conselhos de saúde

1
Faculdade de Saúde
Pública, Universidade de
São Paulo. Av. Dr. Arnaldo
715. 01.246-904 São Paulo
SP. amcoliveira@usp.br
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Oliveira AMC et al.

Introdução a democratização das relações entre Estado e so-


ciedade.
Com pouco mais de duas décadas de construção, Controle social é um conceito originado nas
o processo institucionalizado de participação e Ciências Sociais e está associado ao condiciona-
controle social das políticas públicas de saúde já mento ou limitação das ações dos indivíduos,
apresenta uma significativa experiência acumula- pelos grupos sociais e pela sociedade aos quais
da. Segundo Escorel1, o Brasil vem se destacando pertencem, a partir dos valores, das normas e
como modelo para outros países, por ter um sis- dos comportamentos11. No entanto, após o pro-
tema de participação social tão amplo e capilari- cesso de redemocratização política e da promul-
zado. Esta disseminação se deve em grande medi- gação da Constituição Cidadã, a ideia de contro-
da à regulamentação desse processo pela Lei Fe- le social no Brasil passa a corresponder à com-
deral 8142/902 que ao instituir os conselhos e as preensão da relação Estado-sociedade, na qual
conferências de saúde os vinculou ao repasse de cabe à sociedade o estabelecimento de práticas de
recursos federais, fazendo com que se transfor- vigilância e controle sobre o Estado12. Nesse sen-
massem em peças centrais da descentralização e tido, Stotz13 observa uma ressignificação do ter-
democratização das políticas sociais3. De acordo mo controle social ao ser compreendido como
com essa lei, os conselhos são órgãos colegiados participação da sociedade na formulação, acom-
permanentes e possuem caráter deliberativo, de- panhamento e verificação das políticas públicas.
vendo atuar na formulação de estratégias e no con- Contudo, essa participação social decorrente
trole da execução da política de saúde2. dos processos de descentralização e redemocra-
Para Gurza Lavalle e Isunza4 o exercício parti- tização política, passa a ter seu desempenho as-
cipativo teria o potencial de desenvolver o senti- sociado a fatores socioculturais históricos14, quais
mento de pertencimento do cidadão à sua socie- sejam: a falta de tradição participativa e de cultu-
dade, não apenas fortalecendo a formação de ra cívica no país, a tradição autoritária do Esta-
identidades políticas amplas, mas colaborando do brasileiro e a cultura política dominante3,7,14.
para a legitimação das instituições políticas. Cabe Esses fatores são percebidos no cotidiano dos
ressaltar, que os conselhos de saúde estão inseri- conselhos como dificuldades relacionadas à fra-
dos no contexto dos conselhos gestores de políti- gilidade da vida associativa, a impermeabilidade
cas públicas, de caráter obrigatório pela Consti- à participação e a defesa de interesses corporati-
tuição de 1988, e organizados em setores de polí- vos e clientelistas, respectivamente.
ticas definidos pela própria Carta Magna. Por isso, Nesse contexto, este trabalho se propõe a des-
esses conselhos são instituições cuja criação obe- crever e analisar a dinâmica da participação, a
dece a mandato e garantias legais5. Moreira6 ob- partir das representações sociais dos conselhei-
serva os conselhos de saúde como instâncias po- ros de saúde sobre os sentidos do controle soci-
líticas inovadoras, muito diferentes daquelas tra- al. O estudo procura, ainda, verificar a existência
dicionais, ainda que em processo de construção. de sinais de reação institucional frente às dificul-
São instituições que estão sendo problematiza- dades relatadas.
das, no debate nacional e internacional, como de
participação política não eleitoral ou partidária7,
ou seja, de representação política extraparlamen- Métodos
tar apontando também para o processo de plura-
lização da representação4. Vêm sendo conceitua- A pesquisa aqui apresentada foi realizada no
das como experiências de inovação democrática4. Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte
Dessa forma, a inclusão de novos atores so- (CMSBH) nos meses de março a setembro de
ciais como sujeitos sociopolíticos, investidos de 2009, sendo aprovada pelo Comitê de Ética em
poder institucional, modificou o modo de fazer Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de Belo
política dos grupos, das entidades organizadas e Horizonte.
da própria gestão pública8. Para Dallari et al.9, os Foram entrevistados 35 dos 36 membros efe-
conselhos são instâncias de ação política, que ar- tivos do CMSBH, e os dados obtidos, analisa-
ticulam no interior do campo da saúde, as ações dos por meio da técnica do Discurso do Sujeito
do Estado e da cidadania, com objetivo de am- Coletivo (DSC) 15 com o apoio do Programa
pliar o controle social na gestão do Sistema Úni- Qualiquantsoft16. Foram identificadas as expres-
co de Saúde (SUS). Assim sendo, observa-se que sões-chave, que são trechos selecionados do
a noção de controle social adquire centralidade, material verbal que melhor descrevem seu con-
difundindo-se como prescrição normativa10 para teúdo, as ideias centrais, que correspondem às
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formulações sintéticas que descrevem o(s) Quadro 1. Síntese de ideias centrais
sentido(s) presente(s) nos conjuntos de respos-
A Participação na gestão pública
tas de diferentes indivíduos, com sentido seme-
lhante ou complementar e, então, foram cons- B Fiscalização do gasto público
truídos os Discursos do Sujeito Coletivo. C Efetivo controle do Estado pela sociedade
Para a descrição e analise da ação participati- D Participação na formulação, implementação
va dos conselheiros, no cotidiano do conselho, e verificação da política pública
foi utilizada a técnica da observação participante E Não é a cogestão
com a adoção de um diário de campo. Essa téc- F Solidariedade ao próximo
nica traz consigo a dualidade do pesquisador es- G Lutar pelo direito de todos
tar, ao mesmo tempo, distante e próximo do
objeto de observação, facilitando o conhecimen-
to e a compreensão da realidade17.
Decorridos três anos da realização da pes-
quisa, recorreu-se à técnica documental, que foi universalização do acesso aos serviços e atenção
utilizada para verificar a existência de sinais de integral à saúde, combinada com a democratiza-
reação institucional frente às dificuldades obser- ção política do país e, mais especificamente, des-
vadas e relatadas na ação participativa dos con- ta área18. Para tanto, a Constituição Federal de
selheiros. Dessa maneira, foram analisadas as atas 1988 foi o marco legal que possibilitou a criação
das reuniões plenárias e as resoluções – docu- de um aparato institucional que relaciona a cons-
mentos públicos disponíveis no site do CMSBH trução de um estado democrático com amplos
– e o Consaúde – jornal do conselho, no período direitos sociais, a partir da inclusão de um con-
de agosto/2010 à agosto/2012, gestão 2010/2012, junto de mecanismos que garantissem a partici-
que corresponde à gestão do conselho subse- pação dos cidadãos19.
quente à analisada na pesquisa inicial. Então, o controle social é a participação efetiva
da população em todas as decisões tomadas, não só
dentro da prefeitura, mas também, no estado e no
Resultados e discussão próprio país. É uma maneira do povo estar com o
poder público atuando junto na área da saúde [...].
O discurso Segundo esse sujeito coletivo, a gestão da saú-
de se daria com a participação da população na
Com a finalidade de conhecer e analisar os tomada de decisões, dentro do espaço público
pensamentos e as opiniões dos conselheiros so- denominado conselho, que sem dúvida se cons-
bre os sentidos do controle social utilizou-se a titui em inovação institucional. Essa articulação
seguinte questão aberta: Controle Social, o que é entre sociedade civil e representantes do poder
isso para você? público possibilitaria às secretarias de saúde a
Os discursos elaborados pelos sujeitos cole- percepção das necessidades da população.
tivos dos grupamentos A, B, C e D compreen- É a secretaria municipal, estadual e federal es-
dem o controle social a partir da ideia de partici- tar sentindo mais a necessidade de um povo... e um
pação da sociedade. Entretanto, esses discursos povo se organizando melhor para poder entender e
coletivos foram separados em distintos grupa- discutir a questão do controle social.
mentos, por apresentarem especificidades para Esse discurso coaduna-se com o pensamen-
essa ideia de participação (Quadro 1). to de Fleury et al.20 ao enfatizarem que, com a
O discurso do sujeito coletivo do grupamen- proposta da descentralização, o melhor desem-
to A, expressa a ideia de reconhecimento do ter- penho passa a ser entendido como um incremen-
mo controle social como participação na gestão to da sensibilidade do governo em detectar e agir
pública, um dos princípios do SUS. conforme as demandas da sociedade.
Controle social é um dos princípios do SUS. Da Por sua vez, o sujeito coletivo do grupamento
necessidade da participação popular na gestão pú- B, que concentra a maior incidência de ideias cen-
blica. Acredito que o controle social é a gestão da trais, explicaria o termo controle social pelo seu
saúde através das pessoas que participam dos con- lado mais conhecido: a participação da sociedade
selhos garantindo à população uma saúde com civil na fiscalização do gasto público. Essa ideia se
qualidade. deve, por um lado, à busca de legitimidade por
Com efeito, a reforma sanitária lutava pela parte do próprio Estado para suas ações, fato
construção de um sistema de saúde único, com
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Oliveira AMC et al.

constatado no dia a dia do conselho de saúde, Entretanto, o sujeito coletivo do grupamento


através do encaminhamento de demandas da ges- E expressa que o controle social, entendido como
tão para análise e aprovação, como, por exem- participação popular, deve-se limitar a uma par-
plo, o Relatório de Gestão, o Relatório Financeiro ticipação no planejamento e direcionamento das
e o Acompanhamento da Execução Orçamentá- ações de saúde, não se confundindo com a co-
ria. E, por outro, ao entendimento pela socieda- gestão.
de, de que a possibilidade de sucesso das políticas O controle social é a participação popular jun-
públicas está diretamente relacionada ao olhar tamente com as outras instâncias, no planejamento
atento sobre o destino do dinheiro público3. e direcionamento das ações, não na cogestão.
Então, controle social é você tá de olho, né! De acordo com Monteiro e Fleury22 a prática
Através de instâncias como os conselhos, tanto nos de cogestão pública deve ser entendida como ges-
gastos financeiros quanto nos serviços que são pres- tão compartilhada com a sociedade, visando a
tados à população. divisão do poder decisório. Desse modo, esse dis-
O discurso do grupamento C, expressa o curso poderia ser interpretado pela recusa do seg-
entendimento do termo controle social como a mento gestor em partilhar o poder de decisão.
efetiva participação da sociedade civil organiza- Por sua vez, o sujeito coletivo do grupamento
da com suas entidades e organizações no contro- F entende o controle social como ação de solida-
le do Estado. riedade realizada em favor do próximo e, dessa
O controle realmente pela sociedade, pela co- forma, o controle social é entendido como práti-
munidade, de todos os entes públicos. É a sociedade ca caritativa.
ajudando na melhor prestação de serviços para que É uma ajuda pro pessoal que depende do SUS.
ela possa utilizar, é essa pró-atividade, né! Pro pessoal que procura os postos de saúde. Nosso
Fica claro o papel determinante da sociedade povo tá muito doente e carente! E, na hora que pre-
em exercer o controle sobre as ações do Estado, cisam do SUS... não têm a assistência necessária.
ao invés de o Estado controlar a sociedade21. Nesse contexto, o SUS é entendido como ação
Ter um controle efetivo em todos os momentos, de filantropia contrariando a premissa da saúde
ser mais propositivo e não ser só pra aprovar as como direito social e de cidadania. Se, por um
propostas que vêm do governo. lado, observa-se que a construção da Constitui-
Nesse sentido, esse discurso coletivo também ção Cidadã não foi capaz de reduzir as iniquida-
percebe a necessidade de se avançar mais, de ser des sociais, por outro, caberia questionar se a ci-
mais propositivo. Ou seja, para exercer de fato o dadania não tem se restringido à igualdade jurí-
controle sobre o Estado a sociedade precisa in- dica e formal, não tendo alcançado o caráter trans-
duzi-lo à ação3. formador proposto pela reforma sanitária19.
Para o sujeito coletivo do grupamento D, con- Todavia, o sujeito coletivo do grupamento G
trole social seria entendido como o exercício de recorre ao discurso constitucional saúde como
cidadania através da participação articulada de direito de todos e dever do Estado23 para dar
diversos atores sociais, interferindo no processo significado ao controle social, que seria entendi-
de formulação, fiscalização e regulação das polí- do como o exercício da nossa cidadania em defesa
ticas públicas. dos nossos direitos.
[...] vários atores sociais articuladamente bus- Através do controle social, a gente vai saber
cam exercer sua cidadania participando da for- quais são as dificuldades lá em baixo, lá na ponti-
mulação, fiscalização e regulação no processo das nha! Buscando fazer um trabalho em conjunto pra
políticas públicas. Assim, o controle social vem para incorporar aquele que nem tá sabendo que tem
resgatar um compromisso de ser fiscalizador de uma direito!... nem tá sabendo como funciona!
política pública que vá ao encontro dos anseios da Nesse sentido, Vieira citado por Cohn24, afir-
população. ma que a cidadania não pode ser mais vista como
Esse sujeito coletivo ao observar a participa- um conjunto de direitos formais, mas sim, como
ção através da construção das políticas públicas, um modo de incorporação de indivíduos ao con-
a entende como uma estratégia de construção do texto social.
Estado, cuja finalidade precípua seria a constru-
ção de uma política pública que atenda os ansei- A ação
os da população. Essa observação afina-se com
a de Carvalho10, para quem os conselhos devem As reuniões ordinárias e extraordinárias do
estabelecer uma agenda setorial, que seja parâ- conselho municipal de saúde acontecem no au-
metro para a ação do Estado. ditório da Secretaria Municipal de Saúde e são
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agendadas para às 14:00 horas. Na realidade, es- seja bláblá [...] Precisamos somar esforços para fa-
sas reuniões têm previsão de início para às 14:30 zer o melhor. (Diário de campo, reunião extraor-
horas, pois esse intervalo é reservado aos infor- dinária, 30/07/2009).
mes gerais e, enquanto isso, se constata o quo- A ausência do segmento gestor é motivo de
rum de maioria simples, necessário à abertura indignação para os usuário e trabalhador. Na
dos trabalhos. Todavia, o que se observa é o não grande maioria das reuniões do CMSBH, o seg-
comparecimento dos conselheiros no horário mento gestor esteve presente apenas na Mesa
agendado, não permitindo o início da sessão por Diretora.
falta de quorum, o que acaba por prolongar em O conselho está enfraquecido politicamente
demasia os informes gerais com discursos ma- (Diário de campo, reunião extraordinária de 30/
çantes e de interesse restrito. 07/2009).
Quando da verificação do quorum, muitas O Conselho Municipal de Saúde de Belo Ho-
vezes depois das 15:30 horas, se procede à abertu- rizonte, à época da pesquisa, vivia um período de
ra da sessão com os informes da mesa diretora. transição. Na realidade, a mudança ocorria na
Mesmo com o plenário esvaziado pela ausência própria Secretaria Municipal de Saúde, com re-
de vários conselheiros, as conversas paralelas atra- flexos no conselho. Uma nova gestão, dentro da
palham o desenrolar dos trabalhos, exigindo pa- esperada alternância democrática, assumia o co-
ciência de quem conduz a sessão e daqueles espec- mando em janeiro de 2009, resultando em uma
tadores realmente interessados em participar da alteração política e gerencial.
plenária. Esses problemas são percebidos pelos Avritzer et al.25 ao questionarem os represen-
conselheiros que chegam a pedir a palavra para tantes do governo, nos vários Conselhos de Polí-
questionar sobre o real interesse em participar. ticas de Belo Horizonte, sobre as dificuldades para
Falta interesse em participar! Ficam atravan- a participação, obtiveram como resposta prefe-
cando o funcionamento... existem mais de 800 pes- rencial (73,8%) a opção “Falta de tempo devido
soas capacitadas para o controle social, sobre o ao acúmulo de funções”. E, desse modo, a parti-
quorum somente às 15:30 horas (Diário de cam- cipação na instituição Conselho Municipal de
po, reunião extraordinária, 09/07/2009). Os con- Saúde não foi priorizada, o que na visão dos ato-
selheiros não estão disponíveis e nem dispostos [...] res sociais seria interpretado como falta de com-
as coisas deixam a desejar (Diário de campo, reu- promisso do governo, devido à ausência às reu-
nião extraordinária, 30/07/2009). niões e a valorização deste espaço25.
A pauta das reuniões é na maioria das vezes Diante dessa dificuldade, o segmento gestor
apresentada com uma exposição técnica e, de- utiliza-se do mecanismo regimental que possibi-
pois, mediante inscrições, a discussão é aberta ao lita a troca de seus representantes a qualquer tem-
plenário. Invariavelmente as discussões se tor- po, e o faz com a finalidade de garantir uma par-
nam mais acaloradas, pois os conselheiros têm ticipação mais efetiva. Côrtes18 ressalta que os
dificuldades em aceitar a opinião do outro, as atores estatais são decisivos na definição das con-
diferentes interpretações e posicionamentos pos- dições de funcionamento dos conselhos. A confi-
síveis para as questões em pauta. guração das relações entre atores estatais e soci-
Somado a isso, a existência de tensões entre ais define, em grande medida, o papel institucio-
os segmentos acaba por transformar o plenário nal que os conselhos podem ter no contexto da
em um verdadeiro campo de batalhas. Conse- política de saúde18.
lheiros falando alto e ao mesmo tempo expõem Os conselheiros de saúde possuem uma per-
um latente conflito entre os segmentos usuário e cepção própria da sua prática cotidiana no exer-
trabalhador. Ou então, uma composição entre cício do controle social que, ao contrário do que
esses segmentos contra o do gestor. afirma Cohn24, conseguem diferenciar bem co-
Essas discussões não levam a nada (Diário de mum de interesse comum.
campo, reunião extraordinária, 09/07/2009). O Não foi feito controle social. Foi feito controle
conselho é ineficaz. As coisas não funcionam. É pessoal (Diário de campo, plenária de usuários,
tudo bláblá (Diário de campo, reunião extraordi- 12/08/2009). Será que todos que estão aqui estão
nária, 30/07/2009). Questiono para encontrar res- desinteressados (Diário de campo, reunião extra-
postas... entendo o lado do usuário que precisa ser ordinária, 30/07/2009). Conheço as dificuldades...,
atendido com respeito. Entendo, também, o traba- mas deparo com os interesses pessoais... estou de-
lhador que tem seus direitos desrespeitados com cepcionado (Diário de campo, plenária de usuá-
salários aviltantes. Os conselheiros precisam se unir rios, 12/08/2009). A vaidade pessoal e o interesse
por bem da saúde. Não penso que a participação pessoal sobrepõem aos interesses dos usuários da
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ponta (Diário de campo, plenária de usuários, evidenciada na expressão “controle pessoal”, cha-
12/08/2009). mando a atenção para a necessidade de um de-
Entretanto, a percepção dos conselheiros so- bate público sobre as questões procedimentais
bre sua própria atuação, ao privilegiarem o “con- que envolvem a construção institucional desse
trole pessoal” frente ao compromisso com o exer- espaço14.
cício da cidadania, através do controle social, ain-
da não induz a uma mudança de postura. Preva- A reação
lece a dimensão particularista citada por Cohn24.
Qual é o critério de escolha para as viagens? A A compreensão do conceito ressignificado de
participação precisa de regras (Gravação da reu- controle social pelos conselheiros, a significativa
nião ordinária, 07/05/2009). Os conselheiros estão experiência acumulada nas duas décadas de exis-
interessados só em viajar [...]. As viagens são ne- tência desse fórum e, sobretudo, a percepção so-
cessárias. O conselho participou de votações im- bre sua própria atuação, ao privilegiarem o “con-
portantes, como por exemplo, a de Fundações Esta- trole pessoal” frente ao compromisso com o con-
tais. (Diário de campo, plenária dos usuários, trole social não induziria a uma reação? Passa-
16/06/2009). dos três anos da realização da pesquisa, seria
As viagens dos conselheiros cuja finalidade possível detectar a existência de mecanismos de
precípua deveria ser o aprendizado através do reação do conselho de saúde visando minimizar
acúmulo de experiências como a participação em ou até mesmo superar as dificuldades observa-
congressos, Fórum Social Mundial, votações em das e relatadas?
Brasília, marcha pelo SUS, acabam se desvirtu- No sentido de responder a essas questões fo-
ando frente aos interesses do ‘controle pessoal’. ram analisadas as atas, as resoluções e o Con-
Assim, constata-se que a desigualdade social e a saúde no período de vigência da gestão 2010/2012,
econômica acabam por fortalecer uma maior que corresponde à gestão subsequente à do con-
aproximação entre esse “controle pessoal” e a selho analisada na pesquisa inicial.
gestão do Estado24. O Conselho Municipal de Saúde de Belo Ho-
Essa breve análise identificou os significados rizonte, a cada dois anos, passa por um processo
do termo controle social por meio da prevalên- de renovação de seus 72 membros, entre efetivos
cia da expressão Participação da Sociedade. No e suplentes. Nesse sentido, publicou um chama-
entanto, constatou-se que o discurso apresenta- mento público26 visando sua renovação. Foram
do por esses sujeitos coletivos não corresponde convidadas as associações de portadores de defi-
necessariamente à ação, observando-se, de fato, ciências e patologias crônicas, entidades do mo-
uma tensão entre o discurso de Participação da vimento sindical do setor produtivo e de servi-
Sociedade e uma ação participativa fragilizada e ços, entidades do movimento popular e comuni-
esvaziada. tário, entidades de mulheres, entidades de apo-
Dessa maneira, as dificuldades relacionadas sentados, prestadores de serviço de saúde públi-
à fragilidade da vida associativa são percebidas co, filantrópico e privado, entidades formadoras
na ausência dos conselheiros, demonstrando fra- de recursos humanos na saúde, entidades sindi-
gilidade no vínculo, o que acaba por resvalar tam- cais gerais de trabalhadores da saúde e entidades
bém na questão da legitimidade da representa- sindicais de categorias da saúde para participa-
ção. O processo de discussão é prejudicado por rem do processo de escolha dos conselheiros
uma cultura política que tem dificuldades em re- municipais para o período de 2010/2012. Esse
conhecer e respeitar o outro como cidadão. Além processo foi conduzido por meio de uma comis-
disso, constata-se a necessidade de capacitação são eleitoral, paritariamente constituída e eleita
técnica e política dos conselheiros, sociais e esta- em plenário.
tais, visando uma intervenção mais argumenta- Essa iniciativa foi publicada em um jornal de
tiva3. A impermeabilidade à participação carac- grande circulação de Belo Horizonte26 e, também,
terizada pela falta de compromisso do governo veiculada no Jornal do Ônibus – veículo de co-
(ou de tempo)25 devido à ausência às reuniões municação da prefeitura que divulga mensagens
precisa ser superada. E isso se dá na postura de de interesse público, sem cunho político ou co-
governantes sensíveis a um modelo de gestão que mercial, para aproximadamente 1,5 milhão de
amplie o espaço público para a participação da pessoas/dia.
sociedade7, e a mudança de postura pode ocor- Coelho14 já havia alertado para a necessidade
rer em uma mesma gestão governamental. A de- de se pressionar pela democratização, chaman-
fesa de interesses corporativos e clientelistas é do a atenção para a importância de formalizar e
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divulgar os procedimentos de escolha dos repre- refeição e a participação em viagens, entre ou-
sentantes desse fórum. tras. Contudo, a comissão que foi reconduzida e
Nesse sentido, para a renovação da gestão ampliada por mais um período, objetivando a
2010/2012, ou seja, para a escolha de novos con- conclusão dos trabalhos, foi extinta antes que
selheiros para o período de 2012/2014 o conse- isso ocorresse. Paliativamente, na tentativa de
lho aprovou uma resolução27 formalizando e minimizar as lacunas, o conselho aprovou reso-
ampliando o processo de democratização. Para luções sobre alguns desses temas31.
tanto, fez incluir no edital de chamamento públi- Dessa maneira, observa-se por um lado o
co os conselhos distritais e as comissões locais de esforço do próprio conselho, ainda que ampara-
saúde. Assim, o CMSBH articula um processo do pelo Ministério Público, em fazer avançar as
de eleições uniforme, sob sua supervisão e pres- discussões que envolvem as questões regimen-
sionando pela renovação, mas garantindo aos tais desse fórum. Por outro, fica claro a falta de
conselhos distritais e às comissões locais a res- maturidade política do conselho para encarar o
ponsabilidade pela execução do seu respectivo desafio de construir regras para a participação,
processo eleitoral. ou seja, de se autorregular. E ainda, a prevalência
A construção de um processo eleitoral ro- do corporativismo30 dentro do CMSBH que pri-
busto é um mecanismo fundamental no sentido vilegia o interesse comum frente ao bem comum.
de se legitimar a representação. Entretanto, esse Na visão de Reis e Arantes32, as instituições
mecanismo precisa ser complementado por ou- concebidas para exercer controle transformam-
tro que estimule a participação da diversidade de se elas mesmas em objeto de atenção devido ao
sujeitos existente na sociedade. Essa participação poder que exercem sobre outrem. Assim, o para-
só será possível quando a sociedade, em sua di- doxo do exercício simultâneo do poder e de sua
versidade, tiver o aporte de conhecimentos que contenção se faz presente e a análise se volta para
promovam não só a sua efetiva participação, os efeitos da participação direta de alguns sobre
mas, principalmente, o gosto em participar. os interesses de parcelas mais amplas da socieda-
Dessa forma, constatou-se que o CMSBH vem de. E é assim, em um exercício de aproximação,
se empenhando na realização de cursos de capa- que conselhos de políticas públicas começam a
citação, por ele nomeado, Oficinas de Qualifica- ser tomados como instituições políticas formais32.
ção para o Controle Social, que tem como mote a Por fim, verifica-se que o CMSBH amplia seu
expressão: “venha exercer sua cidadania”. Como leque de discussões ao se associar ao Projeto Ma-
observa Dallari28, a cidadania expressa um con- nuelzão – projeto de extensão da Universidade Fe-
junto de direitos que dá à pessoa a possibilidade deral de Minas Gerais, que busca a revitalização
de participar ativamente da vida e do governo de da bacia hidrográfica do rio das Velhas – visando
seu povo. Assim, as oficinas têm como priorida- à efetivação do controle social das políticas ambi-
de a formação de novos conselheiros nas comis- entais. Nesse sentido, aprovou uma resolução33
sões locais de saúde, fornecendo conhecimentos e que solicita ações mais efetivas por parte da Secre-
partilhando experiências para que possam, de fato, taria Municipal de Meio Ambiente visando à revi-
exercer a participação e a representação nos pro- talização das bacias hidrográficas da cidade. Desse
cessos políticos que envolvem a saúde. modo, ao exercer a intersetorialidade, o conselho
As discussões abordando o tema da reestru- faz valer o conceito ampliado de saúde, ao mesmo
turação da organização e do processo de traba- tempo em que viabiliza a intervenção nas situa-
lho tiveram seu inicio em novembro/2010 com a ções sociais determinantes da saúde, assegurando
criação de uma comissão para revisão do Regi- uma maior efetividade da política pública.
mento Interno do conselho. Essa agenda foi in-
termediada pela Promotoria da Saúde do Minis-
tério Público de Minas Gerais29. O trabalho da Considerações finais
comissão consistia na apresentação de uma pro-
posta para um novo regimento interno e contou, Na perspectiva da modernização reflexiva de
inclusive, com assessoria jurídica. O prazo para Beck34, o desconhecimento é uma das faces do
a elaboração da proposta era de 120 dias e as conhecimento. Dessa maneira, os conselheiros de
discussões abrangiam o aumento do número de saúde possuiriam um conhecimento especializa-
conselheiros, a incorporação de resoluções ao do sobre os significados do controle social que
regimento visando a modernização das regras ainda não se transformou na prática social espe-
que normatizam o conselho30, o estabelecimento rada, em função do desconhecimento intrínseco
de critérios objetivos para a distribuição de vale- e constitutivo do próprio conhecimento. Nesse
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Oliveira AMC et al.

sentido, esse desconhecimento é resultado de um sociais e estatais tem por consequência o fortale-
conflito entre o conhecimento e as múltiplas ra- cimento da instituição conselho.
cionalidades, sendo traduzido em suas consequ- Nesse contexto, a instituição política Conse-
ências indesejáveis. lho Municipal de Saúde, reflexivamente, aciona
Assim, por exemplo, observamos as omis- diversos mecanismos visando aprimorar seus
sões arbitrárias, ou seja, um conhecimento que modos de ação e organização e, também, o com-
não está disponível para a quebra das corpora- prometimento dos atores para com esse fórum.
ções. A limitação do próprio conhecimento de- Assim, os fatores socioculturais históricos, perce-
monstrado pela repetição de um discurso. Ou bidos no cotidiano como obstáculos ao bom fun-
mesmo, um conhecimento equivocado, que en- cionamento dos conselhos, têm a possibilidade
tende o controle social apenas como ação de so- de serem minimizados. Ainda que um cenário de
lidariedade. Entretanto, como observa o autor, incertezas e resistências se imponha, já se constata
não se trata de um fracasso, mas sim, de um o desejo de mudança, que amparado na institui-
conhecimento potencial34. ção Ministério Público, não sob sua tutela, mas
Em meio a uma ação participativa fragilizada por meio de uma parceria, permite vislumbrar o
e esvaziada, percebe-se que a partir da indisponi- salto de qualidade, tão necessário ao desenvolvi-
bilidade do segmento gestor os demais se agre- mento de uma instituição participativa.
gam na reinvindicação por mais participação. Afinal, como acredita Santos35, os conselhos,
Dessa forma, a construção e reconstrução das caso sejam de fato representativos da sociedade,
relações sociais entre os segmentos provoca a vin- utilizando ações afirmativas para sua composi-
da do segmento gestor para dentro deste fórum, ção, promovendo processos de troca de conhe-
gerando uma conjuntura favorável à mobiliza- cimento e facilitando a intersetorialidade podem
ção. Esse processo de articulação entre os atores fazer a verdadeira reforma do Estado.

Colaboradores

AMC Oliveira trabalhou na concepção, coleta e


análise de dados e redação do artigo; AMZ Ianni
colaborou na revisão crítica e aprovação da ver-
são a ser publicada; SG Dallari foi a orientadora,
colaborando também na revisão crítica e na apro-
vação da versão a ser publicada.
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Ciência & Saúde Coletiva, 18(8):2329-2338, 2013


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Artigo apresentado em 09/01/2012


Aprovado em 10/10/2012
Versão final apresentada em 04/11/2012

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