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FACULDADE ÚNICA

Tutor (A): Gislaine Dias dos Santos

Trabalho de Planejamento, Políticas Públicas e


Participação Social.

ALUNO: PAULO ELEMAR KIPPER

CURSO: TÉCNOLOGO GESTÃO PÚBLICA

CASCAVEL – PARANÁ

2022
No que se referem às políticas públicas, essas foram
sistematicamente exploradas com ênfase na legislação, aplicação
prática no Município, sua relação com o desenvolvimento e a
sustentabilidade em nível local. Para várias políticas públicas, a
partir da Constituição de 1988, foram instituídos mecanismos que
previam a participação popular. Isso porque a própria Carta Magna
foi elaborada sob a influência do processo de redemocratização do
país, diretamente relacionado com envolvimento dos cidadãos na
vida política da nação. As políticas públicas, por sua vez, são a
razão de ser do poder público e abrangem uma variedade de temas,
os quais são historicamente definidos. Os temas sobre os quais as
próprias políticas públicas se debruçam não estão escritos em
pedra, pois são dinâmicos, mudam com o tempo e com os
interesses da sociedade, com padrão de vida, com as mudanças
tecnológicas e com as expectativas das pessoas quanto à maior
liberdade que devem ter frente ao papel do Estado e de acordo com
a percepção de bem comum.
A definição de políticas públicas está baseada no que o poder
público faz com os recursos recolhidos dos cidadãos para promover
a melhoria de sua condição de vida e no estabelecimento de
legislação para ordenar as ações privadas a fim de atender às
finalidades da promoção do bem comum. Em nível local, Prefeitos e
membros da Câmara Municipal cumprem o papel de definir as
políticas públicas. A participação da sociedade civil é elemento-
chave, dado o reconhecimento formal do direito de acesso a esses
processos decisórios. A Constituição de 1988, sublinha a
possibilidade de exercício direto do poder pela população ao afirmar
no parágrafo único do seu art. 1º:

CF/1988, art. 1º, parágrafo único. Todo o poder emana


do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Além dessa previsão geral, a Constituição abre espaços para a


participação direta da população em diversos mecanismos,
incluindo, por exemplo, instrumentos de soberania popular
extensivos aos Municípios, como o plebiscito e o referendo (art. 14,
incisos I e II). Outras formas de participação popular, previstas
constitucionalmente, dizem respeito à iniciativa popular de projetos
de lei de interesse específico do Município, da cidade ou dos bairros,
mediante manifestação de, pelo menos, 5% do eleitorado (art. 29,
XIII), e à cooperação das associações representativas no
planejamento municipal (art. 29, XII).
Assim, é perceptível que vivemos a democracia como um processo,
algo dinâmico e vivo, no qual o envolvimento dos cidadãos não mais
é institucionalmente barrado, muito menos indesejado, mas
constitutivo da democracia. Cidadãos não lutam contra governos ou
rivalizam com eles, mas dialogam para encontrar dissoluções e, em
muitos casos, são os próprios agentes Na prática daquelas pelas
quais se luta.
Essas medidas devem ser amplamente discutidas dentro e fora do
poder público. O entendimento do próprio problema não mais é
único, privativo desse ou daquele gestor ou analista. Há um conjunto
grande de forças oriundas de diferentes campos e com diversas
inserções sociais que possuem capacidade de contribuir na análise
de problemas e na formulação e na proposição de soluções.
A crítica sobre ao que se executa para solucionar os problemas não
pode mais ser dirigida unicamente ao poder público. A compreensão
das competências e da divisão de responsabilidades é elemento
evidente para qualquer cidadão. Sabe-se que com os novos
espaços de participação há mais acesso aos gestores públicos para
dialogar, como também possibilidades de concertação para a
designação do que deve ser feito e, assim sendo, maior
compartilhamento de responsabilidades.
O que se mostrou ao longo dos quatro módulos foi o aprimoramento
da democracia brasileira. O que se mostrou ao longo dos quatro
módulos foi o aprimoramento da democracia brasileira, a partir do
entendimento das competências e responsabilidades do gestor local
e dos cidadãos, seus limites e direitos. Abordou-se todo o processo
que envolve a formulação de políticas públicas para proporcionar
mais qualidade de vida, mais cidadania e um desenvolvimento não
apenas incluem todos, mas também sustentável para as pessoas e o
território. A sociedade brasileira tem as ferramentas, a iniciativa e o
protagonismo para melhorar as políticas públicas ou buscar novas
políticas só precisam colocar em prática, reconhecendo as
diferenças não como rivalidade, mas como alternativa, e as soluções
não como automáticas, mas como processos que construímos
coletivamente, passo a passo, e conjuntamente a outros atores
sociais interessados.
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ANEXOS

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