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Centro Universitário Internacional - Uninter


Curso: Bacharelado em Serviço Social

Disciplinas: Estado e Serviço Social no Brasil e Serviço Social, Direito e Cidadania.


Tutora local: Andreza Cristina Nardo
Aluna: Dirce Janaína Ayala Azenha _ RU:1724664

A DEMOCRACIA E SUAS INTER-RELAÇÕES

O presente trabalho tem por escopo o estudo de alguns conceitos muito


importantes para o Serviço Social, o Direito e a Cidadania, muitos deles tratados no
livro intitulado “Democracia, cidadania e sociedade civil”, de Cesar Beras, quais
sejam: democracia, cidadania, estado, políticas sociais, direitos sociais, formação
econômica do Estado brasileiro, além de abordar também a diferença entre Ciência
Politica e Teoria Política.

Segundo o enfoque dado pelo autor, cidadania não é um conceito estanque,


pelo contrário, sua configuração delineia-se a partir das relações sócio-históricas em
que foi engendrado e nesse sentido é determinado pelo contexto discursivo de sua
época. De fato, na antiguidade democracia se referia à capacidade do sujeito atuar
dentro da pólis grega, ou seja, da cidade de Atenas, e ao longo do tempo foi
evoluindo, adquirindo novas nuances semânticas em razão das próprias mudanças
ocorridas em cada período histórico da sociedade. Em outras palavras, passou por
diferentes enfoques, sendo incialmente o conceito de democracia entendido a partir
do exemplo histórico de Atenas, passando pelo enfoque de uma democracia
participativa e finalmente, por uma democracia deliberativa.
Essa última abordagem da democracia repercute diretamente no conceito de
cidadania, que também evoluiu historicamente e hoje é visto de forma muito mais
ampla do que apenas a capacidade de votar e ser votado; modernamente é
entendido como o exercício pleno dos direitos civis, políticos e sociais do cidadão.
O autor também discute no livro o conceito de Estado, que é definido como o
lugar, a infraestrutura sob a qual se situa a sociedade civil, que é o espaço, por
excelência, da opinião pública que legitima/deslegitima o Estado. Nesse sentido, a
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separação estabelecida entre Estado e sociedade civil proporciona autonomia à


sociedade, que se torna uma esfera de afirmação da democracia, tendo em vista
que se configura como condição de diálogo e de construção de argumentos,
impendentemente do Estado.
Outro conceito importante contido diz respeito às políticas sociais, cuja
conceituação e implementação se tornaram possível graças à evolução histórica dos
conceitos de democracia e cidadania, que modernamente são discutidos em sua
condição de efetividade, ou seja, em sua capacidade de impactar na vida cotidiana
do cidadão. Nesse sentido, políticas sociais são o conjunto de orientações, diretrizes
e ações que visam à continuidade e melhoria do bem-estar social, onde os
benefícios do desenvolvimento alcancem todas as classes da sociedade de forma o
mais justa possível.
De fato, o enfoque sobre o bem-estar social propiciou que o Estado se
debruçasse sobre a forma pela qual esse bem-estar poderia ser garantido para a
sociedade e dessa maneira os direitos sociais foram pensados e elencados no
ordenamento jurídico através da Constituição. Nesse sentido, o legislador
estabeleceu no artigo sexto da Carta Magna os direitos à educação, saúde,
alimentação, moradia, segurança, previdência social, proteção à maternidade e
infância, assistência aos desamparados, e também o direito ao transporte, lazer e ao
trabalho.
Cabe ressaltar que a garantia desses direitos constitucionais se fez
necessária em razão da própria formação do Estado brasileiro, erguido sob a uma
estrutura social escravocrata que propiciou um aprofundamento da desigualdade
social no Brasil tendo em vista a exploração econômica a que foram submetidos
grupos marginalizados, como por exemplo os negros, cuja mão de obra foi preterida
em detrimento de uma colonização europeia massiva do tipo exportação.
Nesse sentido, os direitos sociais constitucionalmente estabelecidos revelam
uma tentativa do Estado brasileiro de garantir os direitos básicos a todos os
cidadãos, sobretudo aos hipossuficientes e dessa forma tentar promover o
desenvolvimento social e o exercício da plena democracia.
Outro aspecto importante dessa discussão refere-se à diferença entre Teoria
Política e Ciência Política. Esta se ocupa de descrever as instituições políticas, como
o Estado, o governo, os grupos de pressão, de interesse, assim como se ocupa dos
recursos utilizados pela política, tais como a influência, o poder, a autoridade, enfim,
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visa entender tais conceitos e descrevê-los. Já a teoria política busca refletir acerca
da sociedade a partir das teorias filosóficas, cuja tradição se iniciou com Sócrates,
pensador que refletia acerca da sociedade e do mundo à sua volta. Tal distinção é
importante, pois nos mostra que a tradição filosófica tem muito a nos ensinar sobre
política, cujo conceito remonta em sua origem ao conceito de pólis grega, lugar de
atuação do cidadão.
Nesse sentido, vemos que nenhum dos conceitos abordados podem ser
considerados de maneira estanque, pelo contrário, todos guardam estreita relação
entre si, pois foram sendo pensados ao longo de um processo histórico que não tem
prazo de validade, ou seja, a história continua sendo feita por homens e mulheres
que vivem de forma objetiva dentro de uma estrutura social que precisa ser objeto
de reflexão para que seja também objeto de mudança. Portanto, o estudo dessas
questões empodera a sociedade na medida em que a capacita a ser e a fazer a
mudança no mundo por meio da reflexão, da informação e da ação.

IDENTIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA: Colocar aqui as referências dos textos


utilizadas para este trabalho (Observar normas da ABNT)
 Veja como fazer esta referência na pg. 110 do livro: SANTOS, Gisele do Rocio
Cordeiro Mugnol; MOLINA, Nilcemara Leal; DIAS, Vanda Fattori (org).
Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos. 2. Ed. revista e
atualizada. Curitiba: Intersaberes, 2014. (Disponível na biblioteca virtual).

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