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Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia

Campus Jacobina
Aluna: Jenyfer Gabrielly M. da Silva
Data 18.06.2023 – 20.06.2023
Turma: Eletromecânica 3812 Professor: Joallan

O Cenário da formulação política sobre as sociedades


Fichamento

Jenyfer Gabrielly M. da Silva


Eletromecânica 3812
Introdução
O tema abordado é sobre a importância da compressão e analisa do contexto político em
relação as diferentes sociedades do mundo, com base nisso temos ideia que a política
empenha um papel fundamental que impacta diretamente a vida da sociedade e a estrutura
social de um país. Serão abordados nesse documento questões relacionado a econômica,
política e até diversidade cultural. Análise desse cenário vai permitir ao leitor uma visão bem
explicativa e ampla das dinâmicas presentes em casa sociedade, como a identificação de
obstáculos e oportunidades para o desenvolvimento e aprimoramento das políticas publicas.

Tópico 1 - Política, um pensamento que vem de há muito tempo

A teoria política, também conhecida como ciência política, tem suas raízes nos termos e
conceitos básicos atribuídos pelos gregos, que até hoje permanecem como categorias para
problematizar a realidade política. As correntes do pensamento político moderno estão, em
grande parte, conectadas às obras e autores que marcaram as origens da filosofia política.
Filósofos como Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau e Karl Marx encontraram nas obras,
especialmente de Aristóteles, uma fonte para suas indagações e questões.
No estudo das Ciências Políticas, é imprescindível voltar-se para um autor clássico da
Antiguidade, como Aristóteles, e fazê-lo a partir de uma obra central para o pensamento
político (também aplicável à filosofia política): "A Política". Essas obras também permitem
observar a construção e a transição que o pensamento sobre a Polis - a cidade grega, seu
governo e a cidadania - experimenta desde o seu surgimento. Conforme Jean-Pierre Vernant
nos ensina em "As Origens do Pensamento Grego" (1992), o advento da filosofia política
coincide com a crise da Polis, ao mesmo tempo em que é uma reflexão sobre ela. Na Grécia
antiga, a política era um atributo e uma ocupação exclusiva dos homens livres. Crianças e
mulheres obedeciam e, no caso destas últimas, gerenciavam o oikos, o espaço privado da
família, incluindo seu patrimônio. A participação no espaço público era o único elemento
verdadeiramente valorizado como dignificador da condição humana. No extremo oposto,
encontravam-se os escravos, considerados como "coisas" e parte do patrimônio familiar,
constituindo a maioria numérica na Grécia Antiga.
Curiosamente, Aristóteles, o autor que sistematizou parte das categorias centrais até hoje
presentes na filosofia e no pensamento político, não era um "cidadão completo" em Atenas,
onde residia. Como estrangeiro, ele possuía o status de "meteco", uma posição de
inferioridade social e política. A obra "A Política" reúne as anotações originalmente feitas por
Aristóteles durante seus cursos sobre como os homens vivem na Polis e sobre as diferentes
formas de constituição desta, ou seja, os diferentes tipos de governos ou regimes políticos.
Esse estudo tinha como objetivo descobrir a melhor forma de viver, ou seja, o bem viver.
Tópico 2 - Poder, Política e Estado Moderno

A esfera da vida em sociedade, que chamamos de esfera política, muitas vezes se limita ao
tema do uso do poder para alcançar os objetivos governamentais. A Política, nesse sentido
restrito, trata das instituições e práticas sociais dedicadas à realização de um bom governo,
discutindo o distanciamento entre o "ideal de um bom governo" (suas instituições, conteúdos
e práticas) e a sua realidade concreta. No entanto, o campo da política é muito mais amplo,
extrapolando as questões relacionadas aos Estados e práticas políticas governamentais.
Da forma como abordaremos aqui, a Política trata do exercício do poder para influenciar o
conteúdo das ações governamentais. De maneira geral, o poder é a capacidade de um
indivíduo ou grupo impor sua vontade sobre outros, superando qualquer resistência, inclusive
por meio da força física. O poder pode ser encontrado em todas as relações sociais, não
apenas nas relações políticas voltadas para atividades governamentais, que é o foco deste
texto. Na verdade, estamos tratando do exercício do poder político, ou seja, da capacidade
efetiva que o Estado tem de obrigar os indivíduos a fazerem ou deixarem de fazer algo, com o
objetivo de promover o bem público. Quando o poder, em seu exercício, não busca o bem
público, deixa de ser o poder do Estado, deixa de ser um direito, não obriga jurídica e
moralmente; torna-se apenas a força, a violência de pessoas que estão no governo.
O desenvolvimento histórico das sociedades humanas tem gerado uma infinidade de práticas
e instituições políticas, conforme a especificidade de cada sociedade e as influências que
exercem e recebem de outras sociedades, bem como das relações entre os grupos e indivíduos
que as compõem. Isso faz com que a trajetória de cada sociedade seja um conjunto único de
recursos institucionais políticos. Por exemplo, um Estado republicano certamente se
distinguirá de outro, mesmo que ambos sejam classificados como republicanos. O mesmo
pode ser dito sobre monarquias constitucionais, repúblicas presidencialistas, monarquias
parlamentaristas, repúblicas parlamentaristas, ditaduras e outras formas de governo. A
constituição do Estado Moderno e sua diversidade contemporânea têm sido objetos de estudo
das Ciências Políticas há muito tempo. O termo "Estado" foi empregado por Maquiavel em
1513 e, desde então, está associado ao conceito de sociedade política: um grupo de pessoas
que busca alcançar determinados interesses por meio do poder estatal legitimamente
estabelecido e reconhecido.
Um tema recorrente nas Ciências Políticas é o estudo dos mecanismos democráticos de
restrição ao poder dos governantes, como a composição representativa da democracia
moderna. É discutido como esse aspecto difere das experiências concretas de democracia na
Antiguidade e como surge como uma necessidade decorrente da crescente complexidade e
dimensão das sociedades modernas.

Tópico 3 - A origem do Estado Moderno


Resumidamente, podemos dividir as explicações sobre a origem do Estado em duas grandes
interpretações. De um lado, há o entendimento de que o Estado surge naturalmente a partir do
desenvolvimento necessário dos grupos humanos. Os seres humanos, ao viverem em
sociedade, cooperam e trocam ajuda mútua para alcançar seus objetivos. Com o tempo, surge
a necessidade de uma liderança para dirigir e orientar os demais. Assim, surge o Estado como
resultado desse impulso natural. Por outro lado, há a perspectiva contratualista, que defende
que a sociedade surge a partir de um acordo voluntário dos membros. Os indivíduos decidem
viver juntos e estabelecem uma ordem social e política através desse contrato. Nessa visão, o
Estado é criado para resolver conflitos e proteger os direitos naturais dos indivíduos.
Thomas Hobbes, filósofo inglês, argumentava que, no estado de natureza, os homens vivem
em constante beligerância e violência devido aos seus impulsos egoístas. Para acabar com
esse estado de tensão, os indivíduos formam um pacto social e estabelecem um poder
absoluto, representado pelo Leviatã, para impor limites às vontades particulares.
John Locke, por sua vez, defendia que os homens são iguais e têm direitos naturais à vida,
liberdade e propriedade. A ausência de uma autoridade para resolver conflitos leva à criação
do Estado, por meio de um contrato social. O governo deve proteger esses direitos, e os
indivíduos têm o direito de resistir a um governo despótico.
Jean Jacques Rousseau acreditava que o homem, em seu estado de natureza, é livre e bom,
mas a sociedade corrompe sua natureza. A divisão do trabalho e a propriedade privada geram
desigualdades. Para evitar maiores desigualdades, os homens criam o Estado por meio de um
contrato, cedendo parte de seus direitos naturais. A vontade geral, expressa pela maioria,
representa a soberania. Essas teorias refletem os contextos e problemas enfrentados pelos
pensadores em suas épocas. Embora haja discussões sobre a veracidade dos estados de
natureza e a viabilidade dos contratos sociais, eles são metáforas que representam a vida em
sociedade e fornecem elementos para a construção das propostas dos autores.
Vale ressaltar que Rousseau é frequentemente criticado por suas obras contraditórias, apesar
de sua influência nos movimentos políticos ao longo dos últimos dois séculos. Em suma, a
origem do Estado pode ser compreendida tanto como um desenvolvimento natural decorrente
da convivência humana, quanto como um acordo voluntário entre os membros da sociedade.
Cada teoria apresenta desafios relacionados às obrigações políticas e à liberdade dos cidadãos.
Mecanismo de Controle do poder do Estado – Parte 1
Fichamento

Jenyfer Gabrielly M. da Silva


Eletromecânica 3812
Tópico 1 – Um olhar amplo sobre o estado e seus elementos constitutivos

O Estado moderno surge na Europa dos séculos XV e XVI, impulsionado pelo crescimento do
capitalismo e por mudanças sociais e políticas. Apresenta elementos comuns em todas as suas
formas concretas: uma base territorial e populacional que define as fronteiras geográficas e
culturais do Estado; o monopólio estatal do uso da violência para manter a ordem e a
segurança; um sistema monetário e fiscal próprio; uma estrutura jurídica que busca garantir a
justiça e a proteção dos direitos; e uma organização burocrática baseada na eficiência e
impessoalidade.
Durante a transição da Idade Média para a Idade Moderna, ocorreram conflitos entre os
monarcas e as instituições estabelecidas, como a Igreja Católica e os senhores feudais. A luta
pelo poder resultou no reconhecimento da soberania dos monarcas como o poder supremo.
Jean Bodin, em sua obra "Os seis livros da república" publicada em 1576, defendeu a ideia de
que a soberania era um poder absoluto e perpétuo, encarnado no monarca. Ele desvinculou a
soberania da figura do monarca, defendendo que o poder supremo deve ser exercido
coletivamente pela comunidade através da participação popular. Assim, o povo torna-se o
segundo elemento constitutivo do Estado, referindo-se aos indivíduos que vivem sob o
mesmo sistema jurídico. A população, por sua vez, consiste no grupo de pessoas que vivem
em um determinado território. Enquanto a nação une as pessoas com base em valores culturais
e interesses comuns, o povo compartilha um ordenamento jurídico.
Esses três elementos - território, povo e obrigação política - são fundamentais na formação
das estruturas institucionais do Estado, cujo propósito é promover a felicidade e proteger os
indivíduos.

Tópico 2 – Formas de Governo e Formas de Estado

Na abordagem clássica de Aristóteles, as formas de governo eram classificadas em três


categorias principais: monarquia, aristocracia e democracia. No entanto, Aristóteles também
reconhecia que essas formas de governo podiam degenerar em suas correspondentes formas
negativas: tirania, oligarquia e demagogia, respectivamente. Posteriormente, com as análises
de Maquiavel e o advento da era moderna, uma taxonomia mais sintética das formas de
governo e Estado surgiu. Nessa perspectiva, duas formas concretas de governo
predominaram: a monarquia e a república.
A monarquia é uma forma de governo em que o poder é exercido por um único indivíduo,
geralmente um monarca hereditário. Essa figura centralizada detém autoridade suprema e é
responsável por tomar decisões políticas em benefício do Estado e de seus cidadãos. Embora
tenha havido diferentes variações de monarquia ao longo da história, a essência desse sistema
de governo é a concentração de poder nas mãos de um líder. Por outro lado, a república é uma
forma de governo em que o poder é exercido pelo povo ou por seus representantes eleitos.
Nesse sistema, o Estado é considerado um bem comum, e as decisões políticas são tomadas
em nome do interesse coletivo. A república pode assumir diferentes formas, como a república
presidencialista ou parlamentarista, dependendo da estrutura institucional adotada. É
importante ressaltar que as formas de governo não devem ser confundidas com as formas de
Estado. Enquanto as formas de governo se referem à maneira como o poder é exercido, as
formas de Estado dizem respeito à organização política e jurídica do Estado como um todo.
Dessa forma, o Estado pode assumir diferentes formas, independentemente do tipo de
governo adotado. Alguns exemplos comuns de formas de Estado incluem o Estado unitário,
em que o poder central é concentrado em um único governo central; o Estado federal, que
divide o poder entre o governo central e os governos regionais ou estaduais; e o Estado
confederado, em que o poder é compartilhado entre entidades políticas independentes, mas
unidas por uma aliança.
Ao contrário de uma Confederação, em que estados independentes se associam
temporariamente para alcançar um objetivo comum, na Federação não há direito de secessão,
ou seja, os estados que a compõem não podem se separar da União. No caso dos Estados
Unidos, os estados federados atuam autonomamente nas relações entre eles, exercendo poder
político, legislativo e judiciário, desde que respeitem as atribuições da União. No Estado
Federal, os entes subnacionais participam da elaboração das normas federais e da escolha dos
governantes do Estado central. Essa descentralização do poder político implica uma divisão
de poderes entre o órgão central e as unidades subnacionais. Além dos Estados Unidos, outros
países como Alemanha, Argentina, Brasil, Canadá, Índia, México, Rússia e Austrália adotam a
forma de Estado federativo.
Essa forma de Estado oferece vantagens significativas, especialmente em territórios
extensos, e serve como uma valiosa fonte de experiências para a constituição de novos estados
federativos no futuro. As formas de governo e as formas de Estado são elementos
fundamentais na organização política de uma sociedade. Compreender esses conceitos
permite uma análise mais profunda das estruturas políticas e dos mecanismos de governança
em diferentes países, contribuindo para uma melhor compreensão do funcionamento dos
sistemas políticos e das relações de poder.

Tópico 3 - Funções do Estado

As funções do Estado são elementos fundamentais para o adequado funcionamento do poder


público em uma sociedade. Elas buscam conter e orientar os poderes constituídos,
promovendo sua distribuição entre os diversos grupos e ideologias presentes na comunidade.
Montesquieu, em sua obra "O espírito das leis" (1748), sistematizou a compreensão da divisão
dos poderes do Estado em três tipos de funções: executivas, legislativas e judiciárias. Essa
separação visa assegurar a manutenção e o aprofundamento das liberdades individuais,
evitando abusos e garantindo o bem público.
Montesquieu defende que a repartição do poder em três funções não visa a
fragmentação da soberania estatal, que é indivisível e originada no povo. Em vez disso, a
identificação e a separação dessas funções em mecanismos institucionais diferentes visam
garantir a preservação e o aprofundamento das liberdades individuais. Se um governo
concentrasse as funções legislativas, executivas e judiciárias em um único centro de poder, a
contenção do uso abusivo desse poder estaria prejudicada. Portanto, a separação dos poderes é
uma medida para evitar que o governo utilize o poder de forma contrária ao bem público.
Os federalistas, representados por Madison, Hamilton e Jay, também compartilhavam dessa
preocupação. Eles acreditavam que cada poder do governo deveria ser exercido de maneira
independente e distinta, para garantir a preservação da liberdade. Segundo eles, para que isso
ocorresse de forma adequada, cada poder deveria ser constituído de modo que seus membros
tivessem a menor interferência possível na designação dos membros dos outros poderes. De
acordo com os federalistas, todas as nomeações para os cargos supremos do executivo,
legislativo e judiciário deveriam ser provenientes da mesma fonte de autoridade, o povo, por
meio de canais que não tivessem comunicação entre si. A estruturação dos poderes dessa
maneira seria menos difícil na prática do que pode parecer em projeto, na visão dos
federalistas.
o exercício do poder e evitar abusos. Essa ideia é defendida por James Madison, um dos
principais autores da Constituição dos Estados Unidos, que argumenta que a garantia contra a
concentração de poder reside na atribuição de meios constitucionais e motivos pessoais para
que cada poder governe controle os abusos dos outros.
Madison afirma que as medidas de defesa devem ser proporcionais ao perigo de ataque, ou
seja, devem ser adequadas e suficientes para evitar a usurpação de poder. Ele ressalta que a
ambição deve poder contra-atacar a ambição, ou seja, os interesses pessoais dos governantes
devem estar vinculados aos direitos constitucionais do cargo que ocupam. O autor reconhece
que pode não ser lisonjeiro para a natureza humana considerar tais estratagemas necessários
para controlar os abusos do governo, mas enfatiza que o próprio governo é a maior crítica à
natureza humana. Ele argumenta que se os homens fossem anjos, não haveria necessidade de
governo, e se os homens fossem governados por anjos, o governo não precisaria de controles
externos ou internos.
O autor observa que esse esquema de suprir a falta de melhores motivos por meio de
interesses opostos e rivais pode ser encontrado tanto nas atividades privadas quanto nas
atividades públicas. Ele destaca que isso é particularmente visível na distribuição de poder,
onde a meta é dividir e organizar os vários cargos de forma que cada um exerça controle sobre
o outro, tornando o interesse pessoal de cada indivíduo uma sentinela dos direitos públicos.
A representação política enfrenta desafios significativos na busca por dar voz e poder de
decisão aos diferentes setores da sociedade. Um dos principais desafios é a questão da
representatividade, pois em muitos casos um representante pode tomar decisões em nome de
um cidadão que não o escolheu. Isso levanta preocupações sobre como garantir que todos se
sintam representados. Apesar dessas dificuldades, os mecanismos de representação política
são essenciais para o controle adequado do poder político.
Mecanismo de Controle do poder do Estado – Parte 2
Fichamento

Jenyfer Gabrielly M. da Silva


Eletromecânica 3812
Tópico 4 – Mecanismo de Representação Política

O mecanismo de representação política é fundamental para o funcionamento do Estado


moderno. Isso ocorre porque é impossível reunir toda a população em uma assembleia para
tomar todas as decisões políticas. Mesmo na democracia ateniense, frequentemente citada
como um exemplo de exercício direto do poder, apenas uma parte dos cidadãos participava
das assembleias e decidia em nome de toda a população. Nas sociedades modernas, o conceito
de representação política legitima o fato de que as decisões são tomadas por uma maioria
presente, e que todos os cidadãos devem acatá-las. A representação permite que aqueles que
não puderam participar diretamente da tomada de decisão exerçam controle sobre o poder
político por meio de seus representantes.
Dessa forma, a representação política garante que cada cidadão faça parte da sociedade,
mesmo que uma decisão contrária à sua opinião seja tomada. A legitimidade dessa decisão é
fundamentada no fato de ter sido decidida por uma maioria de representantes. Ao mesmo
tempo, os cidadãos confiam que seus representantes estão agindo de acordo com seus
interesses e necessidades, mesmo quando não estão presentes em todas as atividades
governamentais.
Quando representantes são escolhidos por maioria de votos, pode haver casos em que eles
não foram a escolha de uma parte dos cidadãos. No entanto, é fundamental que a sociedade
seja coesa, apesar das divergências internas. A existência de um conjunto único de vontades
expresso pelo voto é essencial para a coesão social e o funcionamento da democracia.
Existem três formas principais de representação política. A representação "por delegação"
ou "mandato imperativo" é a mais antiga, na qual o representante atua como executor direto
da vontade do seu representado. Já a representação "por confiança" permite ao representante
eleito uma ampla autonomia para defender os interesses do povo e interpretar sua vontade em
busca do bem comum. A representação dos interesses é outra forma de representação política,
focada em refletir os diferentes grupos de interesse presentes na sociedade. Essa abordagem
busca garantir que todas as vozes sejam ouvidas e consideradas nas decisões políticas. No
entanto, essa forma de representação é um desafio nas sociedades contemporâneas, e seu
efetivo alcance é um dos principais objetivos da representação política. Os partidos políticos
são grupos de indivíduos que se organizam para defender e promover seus interesses e
ideologias no cenário político. Esses grupos surgem naturalmente quando há a necessidade de
fazer escolhas e tomar decisões coletivas, pois cada pessoa possui suas próprias aspirações,
interesses e preferências.
Um exemplo histórico da formação de partidos políticos ocorreu em Atenas, no século V
a.C., quando a democracia foi instaurada. Nesse período, a autoridade máxima do Estado era a
assembleia dos cidadãos. Com a diversidade de opiniões e interesses, surgiram os partidos na
assembleia, representando diferentes visões políticas e disputando o poder. Alguns apoiavam
o governo democrático, enquanto outros buscavam estabelecer um sistema oligárquico.
Tópico 5 – O Sufrágio e os Sistemas Eleitorais

O voto é uma maneira importante de escolher as pessoas que vão nos representar no governo.
É o jeito principal de selecionar os candidatos que achamos mais adequados para ocupar
cargos governamentais. Quando votamos, expressamos nossa opinião e decidimos quem
queremos que nos represente.
É muito importante porque nos permite participar nas decisões políticas. Quando escolhemos
nossos representantes, estamos influenciando as decisões que afetam nossa vida em
sociedade. Podemos concordar ou discordar de ideias, valores e propostas que afetam a
sociedade, e o voto é uma forma de expressar nosso consentimento ou não em relação a essas
coisas. Existem diferentes tipos de democracia. Em alguns sistemas, como nas democracias
diretas ou semidiretas, podemos expressar nossa opinião diretamente, concordando ou
discordando de medidas específicas. Mas na maioria dos sistemas democráticos, é através do
voto que escolhemos nossos representantes. Ao votar, esperamos que os representantes eleitos
levem em conta o que pensamos sobre assuntos governamentais e sociais durante as
discussões e decisões no governo. Não é apenas uma forma de expressar nossa opinião, mas
também tem o objetivo de influenciar as decisões do governo. Quando votamos, estamos
mostrando nosso poder diante de formas de governo em que os governantes são escolhidos
por hereditariedade ou força. O voto garante que tenhamos voz ativa na escolha dos
governantes e nas políticas públicas que serão implementadas. É uma maneira de assegurar
que os governados tenham poder e não sejam controlados por governantes que não
representam seus interesses.
Quando utilizamos o sufrágio, que é o ato de votar, como mecanismo de tomada de
decisões, incluindo a escolha de representantes que participarão diretamente nas decisões,
estamos fortalecendo a ideia de que o povo tem o direito de exercer o poder. Os sistemas
eleitorais são conjuntos de processos estabelecidos para garantir que esse exercício do poder
pelo povo seja efetivado. As formas históricas de escolha de governantes e tomada de
decisões políticas em diferentes sociedades são influenciadas pelas forças sociais presentes
em cada contexto específico. Esses sistemas não são considerados perfeitos, e há avaliações
que vão desde a visão de que não são perfeitos até serem considerados opressivos e
desmobilizadores. Em ocasiões eleitorais, é comum encontrar argumentos que enxergam a
escolha entre candidatos como uma disputa entre produtos, onde os eleitores são
bombardeados por propaganda. Esses argumentos sugerem um controle desmobilizador da
sociedade, em vez de a sociedade ter controle sobre o Estado e os governantes Os sistemas
eleitorais são construções históricas que fornecem instrumentos concretos para a escolha entre
alternativas políticas, inclusive aquelas propostas por grupos minoritários. Quando falamos
sobre eleições, é importante destacar que a maioria qualificada é necessária para a tomada de
decisões importantes. Isso significa que uma medida só é aprovada se tiver o apoio de pelo
menos 50% mais um dos votos. Essa é uma forma de garantir que as decisões sejam
respaldadas pela maioria da população.
No entanto, há um desafio em relação à representação das minorias. Normalmente, esses
grupos têm dificuldade em vencer as eleições, a menos que consigam negociar sua
participação no poder no segundo turno ou através de coligações a longo prazo. Mesmo
assim, é difícil para essas minorias vencerem eleições. Em geral, reconhecemos que o sistema
eleitoral majoritária ajuda a estruturar uma base sólida para o governo. Por outro lado, o
sistema proporcional permite uma maior expressão das diversas correntes de pensamento e
interesses que compõem as sociedades modernas.

Tópico 6 – Sistemas de Governo e Democracia

Na monarquia, o país é governado por um monarca, que pode ter poder absoluto ou limitado
por uma constituição. Já na república, o poder está nas mãos dos representantes eleitos pelo
povo. É importante entender a diferença entre chefe de governo e chefe de Estado. Em
algumas monarquias constitucionais, o monarca é o chefe de Estado, mas o chefe de governo
é um representante eleito pelo povo. Isso significa que o monarca tem um papel mais
cerimonial, enquanto o representante eleito é responsável pela administração do governo.
Essas observações são importantes para entender a evolução dos sistemas de governo. No
parlamentarismo, por exemplo, que surgiu em alguns países com a transformação de
monarquias absolutistas em constitucionais, o monarca passou a ter um papel secundário,
enquanto o chefe de governo era escolhido pelo parlamento. No presidencialismo, por outro
lado, o presidente é eleito diretamente pelo povo e concentra as duas funções de chefe de
governo e chefe de Estado. Isso significa que a presença do monarca é eliminada, como
ocorreu nos Estados Unidos quando se tornaram uma república presidencialista.

“No Reino Unido, eles têm um sistema de governo chamado parlamentarismo, onde o chefe
de governo é escolhido pelo Parlamento. Ainda mantêm a forma de governo monárquica, com
uma separação entre o papel de chefe de Estado e chefe de governo.
Nos Estados Unidos, eles têm um sistema chamado presidencialismo, onde o presidente é
tanto o chefe de Estado quanto o chefe de governo. Isso se baseia em uma forma de governo
republicana, onde o poder vem do povo.
No Brasil, eles adotaram o presidencialismo após serem uma monarquia até o final do século
XIX. “

O presidente da República, eleito pelo voto direto, assume tanto a chefia de Estado quanto a
de governo. Houve momentos na história do Brasil em que eles adotaram o parlamentarismo,
o que ajudou a diminuir a influência do poder do presidente. As instituições que existem
atualmente podem ser responsáveis pela insatisfação das pessoas, mesmo sendo criadas para
manter a ordem ou promover mudanças. É importante questionar se essas instituições
realmente promovem as transformações necessárias ou se apenas canalizam os desejos das
pessoas, sem efetivamente melhorar as coisas.
Essas instituições são construídas de acordo com as características e forças sociais de cada
sociedade em particular. Devemos analisar se elas realmente promovem o desenvolvimento
dessas forças sociais e melhoram as relações entre elas, de forma que as demandas sejam cada
vez mais qualificadas e a insatisfação seja um incentivo para buscar uma sociedade mais justa
e igualitária. A democracia é vista como o sistema político que busca alcançar esses objetivos.
Originada em eventos históricos importantes, como as revoluções na Inglaterra, a
independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa, a democracia busca limitar o
poder do Estado, controlar os governos, ampliar os direitos e dar voz ao povo.
A democracia pode ser entendida como um ideal que respeita a diversidade cultural, social e
política, ou como um sistema que procura conciliar interesses diferentes por meio de
procedimentos. Nesse sentido, os mecanismos estudados até agora são formas históricas de
buscar esse ideal.

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