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CIÊNCIA POLÍTICA E BOA GOVERNAÇÃO

I – A CIÊNCIA POLÍTICA

1. NOÇÃO E ÂMBITO
A noção de Ciência Política como “ciência do Estado”
abriga duas visões diferentes de Estado: a do Estado-Nação
(o Estado designa a sociedade nacional – um tipo de
comunidade, nascida no fim da Idade Média e que é hoje o
mais fortemente organizado e o melhor integrado) e a do
Estado-Governo (que designa os governantes), ou seja, os
chefes desta sociedade nacional.
Ambas têm em comum a noção de soberania do Estado.
A noção de Ciência Política como “ Ciência do Poder” é,
segundo Duverger, uma concepção mais moderna e estuda o
Estado não como uma única comunidade que possui
soberania, ou como sendo de natureza diferente dos outros
agrupamentos humanos, mas identificando no Estado uma
diferença de “grau” em relação às outras comunidades: “todas
as comunidades humanas têm governantes ...dispondo de um
sistema de sanções e de uma certa força material; no Estado, a
organização política e as sanções são mais aperfeiçoadas e a
força material é maior”.
O homem defronta-se com política na direcção do país, da
cidade, da escola, igreja, firma comercial, sindicato, clube,
partido...
Ocupa-se do âmbito dos interesses políticos dos indivíduos e
da consciência que estes têm do funcionamento complexo das
instituições políticas em grande escala.
2. RELAÇÃO COM OUTRAS CIÊNCIAS
SOCIAIS
Poderíamos dizer que embora ambas – Sociologia
e Ciência Política sejam disciplinas específicas,
possuem um conjunto de fenómenos como objecto de
estudo em comum, mas nem todos os fenómenos que
uma estuda, a outra também o faz.
Enquanto a Sociologia dedica-se ao estudo das
manifestações colectivas do comportamento da
sociedade, a Ciência Política preocupa-se também
com o comportamento individual na sociedade, desde
que com significado político.

É impossível analisar inúmeros acontecimentos


políticos sem recorrer à História.
RELAÇÃO COM OUTRAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Ao estudar o comportamento político, com
frequência a Ciência Política aproxima-se da
Psicologia, utilizando-se, inclusive, de seus
instrumentos metodológicos, como as escalas de
atitudes.

Bonavides explica que também são


apertadíssimos os laços que prendem a Ciência
Política ao Direito Constitucional.

As relações da Ciência Política com a


Economia também são profundas, existindo
inclusive a Economia Política.
4. HISTÓRIA: SURGIMENTO E
EVOLUÇÃO

A maioria dos autores que estuda a História da Ciência


Política concorda que a política, enquanto disciplina
científica, surgiu apenas no final do século passado, embora
tenha sido gestada desde a Antiguidade.

Prélot, por exemplo, afirma que a politologia “ constitui


ciência desde as suas origens. São os gregos os fundadores
da política e, ao mesmo tempo, as Ciência Política.

Duverger, identifica três etapas na História da Ciência


Política:
HISTÓRIA: SURGIMENTO E EVOLUÇÃO
1ª) a sua pré-história, que se estendeu das origens da
humanidade até o século XIX;

2ª) a fase intermediária durante o século XIX;

3ª) a História, a partir do final do século XIX e, mais


propriamente, o século XX;
Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C.(384-322) que
embora fizesse uma análise filosófica criou a teoria do
“Estado Ideal”.
Ib Khaldoun (1332-1406) mais um precursor da Ciência Política,
através de sua obra “Os Prolegômenos”.
HISTÓRIA: SURGIMENTO E EVOLUÇÃO

- Nicolau Maquiavel, no século XVI (1469-1527), “O Príncipe”.

- Jean Bodin (1529-1596), “Da República”.

- No século XVIII Duvverger e Schwartzenberg coincidem em


apontar Montesquieu (1689-1755) e sua obra “O Espírito das
Leis”(1748).

- Tocqueville (1805-1859) “Democracia na América”, Comte


(1798-1857) e Marx ( 1818-1883) são identificados como os
precursores de maior importância da Ciência Política do século
XIX.
5. PAPEL DA CIÊNCIA POLÍTICA

Para uns, a política é essencialmente uma luta... Para outros, a


política é um esforço no sentido de fazer reinar a ordem e a
justiça: o poder assegura o interesse geral e o bem comum
contra a pressão das reivindicações particulares.
Para os primeiros, a política serve para manter os privilégios de
uma minoria sobre a maioria.
Para os segundos, ela é um meio de realizar a integração de todos
os indivíduos na comunidade e de criar assim a sociedade justa
de que falava Aristóteles.
PAPEL DA CIÊNCIA POLÍTICA

O Estado – é, de um modo geral, o poder instituído em uma


sociedade – é sempre e em todo o lugar, ao mesmo tempo,
instrumento de dominação de certas classes sobre outras...- e
um meio de assegurar uma certa ordem social, uma certa
integração de todos na coletividade para o bem comum.

A proporção de um e outro elemento é muito variável, segundo


as épocas, as circunstâncias e os países; mas os dois
coexistem sempre.
PODER E PODER POLÍTICO
A palavra poder designa a capacidade ou a possibilidade de
agir, produzir efeitos.

A existência das relações de poder é uma realidade central


nas relações dos homens em sociedade, bem como na vida
quotidiana dos seres humanos.

Por exemplo, o controle somente da força física, tem


dificuldade em sustentar o processo do poder por um período
indeterminado. Ao mesmo tempo, quando o uso for simultâneo
dos recursos económicos, de informação e ideológico, a
extensão da dominação torna-se mais segura.
PODER E PODER POLÍTICO

A ideologia do dominante frente ao subordinado


funciona na prática em dois planos simultâneos: a
racionalização do dominante e a motivação do subordinado.
O poder político está inserido, não numa instituição
específica, mas em toda a sociedade onde a relação de poder
emerge como política.
AUTORIDADE

- Uma espécie de poder;


- Uma relação de poder estabilizado e institucionalizado;
- Pressupõe um poder legítimo;

- A autoridade é a aceitação do poder como legítimo. Que


produz a atitude de mais ou menos estável no tempo para a
obediência mais ou menos permanente incondicional às
ordens que provêm de uma determinada fonte.

- A legitimidade, que sustenta o poder o transforma em


autoridade, facilita a transformação do poder em eficácia
estabilidade.
6.Ciência Política na Antiguidade Clássica

 A Ciência Política, trás consigo um objecto,


método e analisa os fenómenos de forma
sistematizada, teve o seu início na Grécia Antiga.
Foi Aristóteles o primeiro a fazer as análises dos
fenómenos políticos usando o método indutivo.
Aristóteles idealizou 3 formas de governo que na
sua óptica seriam perfeitos: a monarquia,
aristocracia e república. Foi o primeiro a aceitar
o pluralismo na sociedade, contrariamente a
Platão.
Ciência Política na Antiguidade Clássica

 Platão considera o bom governo quando ele é


dirigido por um filósofo, pois, este detém
conhecimentos suficientes para dirigir a
sociedade. Estes governantes (filósofos)
poderiam trabalhar usando a sua sabedoria sem
necessitar de Leis.
 Para o estudo da Ciência Política, na Antiguidade
Clássica, esses dois (Aristóteles e Platão), foram
os que mais se notabilizaram, sem, contudo, tirar
mérito a outros estudiosos desta época.
Ciência Política na Antiguidade Clássica
 Para Platão, o governo deve ser entregue a um Rei-
filósofo, dado ser único com acesso às ideias e às
formas originais. Esse governante supremo poderia
exercer o poder, sem necessitar de Leis, e subordinar
a vontade individual dos membros da comunidade
às suas decisões.
 Enquanto isto, Aristóteles começa por defender que
o homem é um animal político, feito para viver em
sociedade. A vida do homem em sociedade tem
origem natural.
Ciência Política na Antiguidade Clássica
 As formas de governo sã e que procuram o bem
comum, para Aristóteles, são: a monarquia (governo
de um só), a aristocracia (governo de um pequeno
grupo de homens) e a república (governo da multidão).
Se estas formas de governo se degerarem e os
governantes prosseguirem o interesse da classe
dirigente, teremos, a tirania (monarquia governada no
interesse exclusivo do monarca), oligarquia (forma de
governo dirigida unicamente no interesse dos ricos) e
democracia (forma de governo dirigida unicamente no
interesse dos pobres). Aristóteles considera a
democracia o mais tolerável entre os governos viciosos.
Ciência Política na Idade Média
 Santo Agostinho e São Tomás de Aquino foram
os dois estudiosos, mais vulgares da Idade Média
que idealizaram a governação e os melhores
regimes.
 Bastos (1999), refere que Santo Agostinho (354-
430) idealiza duas Cidades: Cidade de Deus e
cidade terrena. A cidade de Deus caracteriza-se
por reunir as pessoas que vivem em
conformidade com os mandamentos de Deus. A
cidade terrena é o reino de satanás.
Ciência Política na Idade Média
 São Tomás de Aquino (1225-1274), figura importante
no estudo da Ciência Política, defende a existência de
uma ordem única na natureza, criada pela providência
divina. 
 Sendo o homem um animal político, conforme
Aristóteles, São Tomás de Aquino considera que a
natureza social do homem, racionalmente vai criar uma
autoridade que terá a tarefa de governação. Considera o
Estado como o modelo de sociedade perfeita, com o
fim de prosseguir o bem comum. Para os homens
poderem dedicar à prossecução dos fins eternos do
Estado, eles devem ter acesso a um mínimo de bens
que possam assegurar a sua subsistência.
Ciência Política na Idade Média
 Em termos de regimes políticos, São Tomás de
Aquino considera que o ideal é monarquia e o
pior é a tirania, daí a necessidade de se evitar que
o monarca se transforme em tirano. Se o monarca
se transformar em tirano, ele deve ser deposto.
 São Tomás de Aquino foi o primeiro defensor da
concepção do poder pelo povo, ou seja, origem
popular do poder, que terá depois maiores
consequências na Europa. Há no pensamento
político dele, alguns traços de elementos de
autoridade mas também democráticos, o que lhe
faz, de certo modo, ambivalente.
CIÊNCIA POLÍTICA NA IDADE MODERNA
 A obra “O Príncipe” de Maquiavel é que introduz as
concepções modernas da Ciência Política. Este se
preucupa com a manutenção do poder através da
eficácia do governo. A eficácia do governo deve-se
reflectir na obediência dos seus cidadãos. Maquiavel
não se preucupa com as questões morais, daí que este
tenha introduzido o método objectivo.
 Bodin desenvolve a teoria da soberania. Considera
que a soberania do Estado é o poder que não tem
igual internamente e não tem superior externamente.
CIÊNCIA POLÍTICA NA IDADE MODERNA
 Hobbes projecta a sociedade perfeita através da
construção de um poder político forte. Considera que
na história da humanidade existem dois grandes
estados: o estado da natureza e o da sociedade.

 O estado da natureza é caracterizado pelos conflitos


entre os homens e para se passar para o estado da
sociedade é necessário os homens abdicarem de uma
parte dos seus direitos a favor do Estado.
CIÊNCIA POLÍTICA NA IDADE MODERNA
 Fernandes (1995) considera que as concepções modernas
da ciência política radicam da admirável obra de
Maquiavel – “O Príncipe”. Influenciado pela obra de
Aristóteles, Maquiavel atribui à sua obra um objectivo e
um método diferente.
 Enquanto que Aristóteles se preocupa com o bom governo
que assegure o bem estar dos seus cidadãos, Maquiavel se
preocupa com a eficácia do governo através da obediência
dos seus cidadãos.
 O “maquiavelismo” tornou-se sinónimo de um
determinado tipo de comportamento: o daquele que “não
olha aos meios para atingir os fins”. O único fim político
relevante era a conquista e a manutenção do poder.
O ESTADO
1.INTRODUÇÃO
O Estado envolve a questão do Poder, sua origem,
natureza, organização e distribuição.

O enfoque liberal é uma interpretação do Estado feita


pela burguesia nos diferentes momentos do desenvolvimento
do capitalismo. Este enfoque fundamenta-se na ideia de que
o Estado objetiva a realização do bem comum e é neutro.

O enfoque marxista foi elaborado a partir da crítica ao


enfoque liberal de Estado e embasa-se na existência de uma
sociedade de classes onde os interesses são antagônicos,
inviabilizando a realização do bem comum e a neutralidade
do Estado.
2. CONCEITO LIBERAL DE ESTADO

A construção teórica de Hobbes tinha, na prática, o objectivo de


explicar e justificar o poder do Estado Absoluto que era
necessário para o capitalismo em sua fase de acumulação
primitiva (séculos XV, XVI, XVII).

Tanto Locke como Rousseau consideravam que o poder do


Estado residia no povo que era soberano. Rousseau afirmou
que a partir do contrato social surgiu a vontade geral que é
soberana e que objetiva a realização do bem geral.
CONCEITO LIBERAL DE ESTADO

No entanto, quando se estabeleceu no Poder e teve que


se defrontar com a nova classe social emergente e o
proletariado precisou reinterpretar as idéias de liberais para
justificar suas prerrogativas e evitar que o proletariado
reivindicasse os direitos naturais à liberdade e igualdade.

Comte que foi o propagador da paz entre as classes


sociais e da imutabilidade das relações capitalistas,
afirmava que nenhuma sociedade pode existir se os
inferiores não respeitarem os superiores e se os fortes
não governarem, rendendo serviço aos débeis e que a
propriedade é a condição fundamental da sociedade.
3. CONCEITO MARXISTA DE ESTADO

Somente pouco a pouco, vai se construindo, na obra de


Marx, a visão do Estado como guardião dos interesses da
burguesia.

- Para Marx e Engels o surgimento e desenvolvimento do


Estado decorreu das relações de produção.

- Eles negam a possibilidade do Estado representar a


vontade geral e ter como objectivo a realização do bem
comum.

- Para eles o Estado representa o braço repressivo da


burguesia.
A BUROCRACIA

...burocracia encerra no fundo relações de Poder e de


controle.
1.CONCEITO
Na conceituação de burocracia a fonte principal está ligada
aos traços destacados por Max Weber, que isola os elementos
fundamentais da organização moderna, que São:
1. As atribuições dos funcionários, são oficialmente fixadas por
leis, normas ou disposições administrativas;
2. As funções são hierarquizadas, integradas num sistema de
mando, de modo que, em todos os níveis, as autoridades
inferiores são controladas pelas superiores, sendo que a
autoridade inferior pode apelar das decisões de uma instância
superior a ela.
A BUROCRACIA
3. A actividade administrativa é registada em documentos
escritos;
4. As funções supõem um aprendizado profissional;
5. O trabalho do funcionário exige vinculação inteira ao cargo;
6. O acesso à profissão é ao mesmo tempo o acesso a uma
tecnologia particular (jurisprudência, ciência comercial,
ciência administrativa, etc).
Em sua essência, ela seria indiferente aos interesses e valores
que um regime político defende. Isso significa que ela é um
órgão a serviço dos dominantes, situada de algum modo entre
os dominantes e dominados.
ELEMENTOS DO ESTADO

 Falar dos elementos do Estado, entanto que tal, foi a


partir da Idade Moderna com os Estados modernos.
 É a partir deste período que começa-se a despertar a
ideia de economia mercantil e da consciência nacional.
 É com os Estados modernos que surge o poder
institucionalizado, despersonalizado e organizado de
forma hierárquica.
 Antes do Estado moderno, encontramos o domínio da
Igreja sobre as instituições, a personalização do poder e
a autoridade familiar nas instituições.
ELEMENTOS DO ESTADO
 O conjunto dos governantes e governados constitui a
população do Estado, que vive num determinado território
segundo regras de conduta definidas pelos órgãos do poder e
salvaguardados pela autoridade pública.
 O Estado garante o bem estar social da colectividade através
da organização política do povo, dentro do seu território. 
 Daí que, são elementos do Estado a população, o território e
o aparelho do poder ou o poder político 
 O povo é o elemento básico na constituição do Estado. Ele é
o primeiro elemento do Estado, a parte humana é
imprescindível à existência de um Estado (Henriques e
Cabrito, 1995).
AS FUNÇÕES DO ESTADO
 O Estado, enquanto pessoa colectiva pública, tem como fim
a satisfação do interesse colectivo.
 Às funções do Estado, referi-mo-nos ao conjunto de
actividades por este desenvolvido com vista à realização
dos seus fins. 
 Aos Estados modernos, considera-se funçao do Estado, as
jurídicas e as não jurídicas. Funções jurídicas referi-mo-nos
à legislativa e judicial.
 Às funções não jurídicas referi-mo-nos à política. 
AS FUNÇÕES DO ESTADO
 As funções do Estado tem uma relação intrínseca com
Administração Pública na medida em que esta depende das
Leis elaboradas pela função legislativa e depende da política
que tem o papel de identificar aquilo que são os interesses
gerais de uma determinada comunidade.
 A função de justiça é feita pelos Tribunais que possuem
juízes independentes. Henriques e Cabrito (1995),
consideram funções do Estado ao conjunto de actividades
por este desenvolvido com vista à realização dos seus fins.
 São actividades desenvolvidas pelos órgãos do poder
político do Estado, tendo em vista a realização dos
objectivos que se lhes encontram constitucionalmente
cometidos.
FORMAS DE ESTADO

 Ao se referir à forma de Estado, deve-se distinguir entre


Estados Unitários e Estados Complexos.
 Quando num território existir único órgão de poder
político, aí estaremos perante Estados Unitários.
 Em relação aos Estados Complexos, temos a União Real e
as Federações. Enquanto a União Real é a união de
Estados que dá origem a um único Estado.
 Federação é a associação de Estados que dá origem a
criação de um novo Estado, e novos órgãos de poder
político sobrepostos aos órgãos dos Estados federados.
FORMAS DE ESTADO

 O Estado Unitário é um Estado simples em que há um


só poder político para todo território.
 O poder do Estado pode estar concentrado e
centralizado nos órgãos centrais, ou encontrar-se
repartido pelos órgãos locais com poderes e
competências relactivamente autónomos.
 No primeiro caso, estamos perante o Estado Unitário
centralizado; no segundo perante Estado Unitário
descentralizado, segundo Fernandes J. A. (p.40, 2010).
REGIMES POLÍTICOS
 Aristóteles foi o estudioso clássico que concluiu existirem
3 tipos de regimes políticos. A Monarquia, Aristocracia
e Democracia.
 O mesmo estudioso considera que estes 3 regimes
concorrem para a satisfação do interesse geral.
 Mas eles podem degenerar em Tirania, Oligarquia e
Demagogia caso a sua acção seja feita para os seus
próprios interesses descurando o interesse geral.
REGIMES POLÍTICOS

O regime político de uma sociedade determina como se


desenvolve a Política dos cidadãos.

1.REGIMES TOTALITÁRIOS
Os regimes totalitários caracterizam-se pela capacidade
dos governantes exercerem um controle quase completo
sobre a sociedade e eliminarem a maior parte dos controles
que a mesma teria sobre eles, isto é, sua capacidade de
controle é infinitamente superior a capacidade de ser
controlado.
2. FASCISMO
Os regimes fascistas constituem-se num tipo especial de
totalitarismo, surgidos no presente século, no período posterior
à Primeira guerra e à Revolução Socialista de 1917.

Linz identifica o fascismo como “um movimento tardio na


cena política” e caracteriza-o como “anti-liberal, anti-
parlamentar, anti-marxista e anti-comunista...anti-burguês e
anti-capitalista”.
Reforça que o regime é tudo isso, mas somente se associado a
duas outras características: “ nacionalismo exacerbado” e “não
comprometimento com a continuidade conservadora em relação
ao passado recente, ou mero retorno reacionário a ele, mas
orientado para o futuro”.
2.REGIMES AUTORITÁRIOS

Juan Linz define regimes autoritários como “sistemas


políticos com pluralismo limitado e não responsável; sem
ideologia elaborada e dirigente (porém com mentalidades
específicas); sem mobilização política intensiva ou
extensiva (excepto em alguns pontos do seu
desenvolvimento) e nos quais o líder (ou, às vezes, um
pequeno grupo) exerce o poder dentro de limites
formalmente mal definidos mas realmente bem
previsíveis”.
3. A BUROCRACIA
Tomando-se a palavra no seu sentido etimológico,
democracia significa poder do povo (demos = povo; kratos =
poder), ou poder que pertence ao povo.

A concepção original de democracia está assentada nesta


idéia de participação directa de toda a população nas
decisões...a idéia de representação pode ser interpretada de
duas formas:
1. A representação é de interesses, isto é, o representante
é um delegado dos seus representados para uma situação
específica;
A BUROCRACIA

2. A representação é política, onde o representante goza da


confiança dos seus eleitores para representar os interesses
gerais da sociedade civil.

A preocupação em caracterizar os regimes políticos em


totalitários, autoritários e democráticos, pode ser entendida
como um esforço em traçar o perfil de cada um deles e
estabelecer comparações entre os mesmos.
SISTEMAS POLÍTICOS

 O sistema político refere-se a qualquer conjunto de


instituições, grupos ou processos políticos caracterizado
por um certo grau de interdependência recíproca.
 O homem como um animal social, está sempre envolvido
numa multiplicidade de relações , em virtude das quais ele
condiciona os seus próprios semelhantes e é por este
condicionado.
 Em qualquer agrupamento social há, por isso, duas
componentes fundamentais: de um lado os indivíduos
singulares e, do outro, as relações que caracterizam a
convivência recíproca dos indivíduos.
SISTEMAS POLÍTICOS
 Sistema político, para Fernandes (2010), é o conjunto de
processos de decisão e das relações de poder que dizem
respeito à totalidade de uma sociedade global. Nem todos os
processos de decisão inerentes a uma sociedade global
passam efectivamente pelo aparelho do Estado.
 O sistema político compreende dois tipos de estrutura
política existentes na sociedade global: por um lado, as
estruturas que constituem o aparelho do Estado, por outro
lado, as estruturas que, apesar de desempenharem funções e
papéis políticos, como os partidos políticos, grupos de
interesse e de pressão e grupos parapolíticos.
 O aparelho do Estado é o centro do sistema político, pois,
são os órgãos do aparelho do Estado que tomam as decisões
obrigatórias para os membros da sociedade.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO

BEIRA, 18 DE MARÇO DE 2023

POR ROGÉRIO UCULA

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