Você está na página 1de 22

Ciência Política

20-02-2023
1ª frequência- 17 de abril
2 frequências (70% da avaliação)
1 trabalho (30% da avaliação) - entregar até dia 29 de maio e apresentação de
5 a 12 de junho.
Temas do trabalho:
1. Os fins e as funções do Estado
2. A importância do Estudo da Ciência Política
3. As ideologias e o poder
10 págs. A4
Tipo de letra: Times New Roman, 12, espaçamento de 1,5.
Bibliografia:
Ciência Política no séc. XXI, Lisbon Internacional Price
Adriano Moreira, Ciência Política
António José Fernandes, Porto Editora, Introdução à Ciência Política
Objetivos da disciplina:
 Objetos da ciência política
 Sociedade Civil
 Cidadãos e o poder político
 A importância do estudo da ciência política

Ciência Política
 Valores da filosofia política
 As correntes da antiguidade clássica
 Iluminismo
 Positivismo
 Marxismo
 Liberalismo
 Século XXI
Classificação de Aristóteles: saber/fazer/criar
Ciências Teóricas (matemática, física), práticas (ética,
Economia- ciência da família e dos seus recursos
Política- Ciência de constituição e da conduta da cidade
Depois da ligação entre a antiguidade grega e latina com Santo Agostinho e S.
Tomás de Aquino.
 Conceção moderna com maquiavel- o príncipe (1512)
 Jean Bodin- a República (1576)
 Montesquieu- o espírito das leis (1748)
 República, monarquia, despotismo
 John Locke- dois tratados sobre o governo (1690)
 Jean Jacques Rosseau- contrato social (1761)
 Augusto Comte- Lei dos três Estados (1855)
 Aléxis de Tocqueville- a Democracia na América (1867)
 Karl Marx- Capital (1867)

Sociologia política- a política sob o aspeto social


Economia Política- o Estado como agente económico
Direito Político- Instituições e as relações-públicas sob o aspeto jurídico
História Política- Factos
Filosofia Política- Apreciação desses factos
Geografia política- Espaço e Poder
E-mail
antonio.tavaresculusofona.pt
p7331culusofona.pt
Pág. 34- António José Fernandes, Porto Editora, Introdução à Ciência Política

27-02-2023
Max Weber- Ciência e Técnica
A política deve ser uma vocação ou uma profissão?
O liberalismo levou a pessoas sem posses financeiras ascender à política.
A resposta aparentemente é que devemos olhar para a política como uma
vocação tendo em conta a Respublica (Res- coisa; pública); quando estudamos
a ciência política entendemos que ela tem uma esfera privada de intervenção e
Weber trouxe para a ciência política a liderança política e a burocracia política,
a maneira como é organizado o poder. Quer entre os Estados, quer entre o
interior dos Estados é esta a definição que ele traz para a política. Existe uma
“luta” para participar no poder, existe a dimensão de participar no poder e
dimensão de influenciar o poder. Existe uma diferença entre participar e
influenciar:
Participar no poder é ser ator do poder, mas para além disso pode-se ser autor.
O autor é quem pensa/concede/ desenvolve e o ator é quem executa.
Influenciar o poder, exemplos, da média, grupos de pressão e redes sociais,
influenciam o poder. Não havendo paz social, o poder pode estar a ser
influenciado, pela negativa.
Weber explicou isto de uma maneira simples, é que a política é inevitavelmente
uma competição entre áreas políticas. Quando alguém se candidata para
deputado está a procurar participar no poder; enquanto se alguém candidatar
para um sindicato está a procurar influenciar o poder.
Outros autores da nossa vida política refletiram qual seria o objeto da ciência
política, por exemplo Raymond Aron “Espectador comprometido”; a política é
o estudo das relações de autoridade entre os indivíduos e os grupos. Da
hierarquia de forças que se estabelecem no interior de todas as comunidades
complexas numerosas.
O espectador está comprometido porque usa como porta de entrada a sua
situação ideológica.
As autoridades complexas e numerosas são os Estados. Sem poder não há
autoridade e sem autoridade não há poder;
Duverger junta a autoridade dos governantes e do poder.
George Vedel: Definir a política pelo poder, ela tem como objeto os fenómenos
oriundos do poder, os fenómenos de comando que se manifestam numa
sociedade.
Porque é que damos valor aos atos de simbolismo na política?
A vontade individual é junta com as outras vontades individuais formando a
vontade geral.
O poder é na legitimidade que ela vai buscar a sua legitimidade e autoridade,
por exemplo, o poder absoluto não respeita a separação de poderes não
respeitando a legitimidade.
O poder precisa dessa legitimidade que está consagrada na constituição (o
poder reside no povo, e a soberania passou a ser popular), por isso, é que a
constituição é a lei suprema, é o princípio de todas as coisas.
Adriano Moreira: “O poder é o objeto da Ciência Política” e deve ser
examinado num critério tridimensional: a sede do poder, a forma ou a imagem
e a ideologia.
O poder está no centro do nosso objeto da ciência política, mas para termos
poder precisamos de legitimidade que o vai buscar à autoridade.
A lei também tem prevista um crime, no direito penal, todos os crimes têm a
sua tipicidade, para não exercerem o abuso de poder, pois o exercício do poder
tem limites.
Nem sempre a sede e a forma coincidem com o poder. Desencadeando-se um
acontecimento, em determinados momentos, é possível bloquear um Estado
porque não há coincidência entre a sede e a forma.
Segundo a concessão sociológica o Estado difere devido à sua própria
dinâmica, por exemplo, através da organização da sociedade, difere da Igreja
devido à sua complexidade. O direito está sempre relacionado com a sua
realidade sociológica. Exemplo dos casamentos, a lei estava imposta sobre o
casamento civil e o divorcio, enquanto se cassassem pela igreja não se
poderiam divorciar, então porque será que as pessoas preferiam o casamento
pela igreja invés do civil? Devido à pressão social, como o peso social era
muito forte, as pessoas mesmo tendo a possibilidade de terem essa escolha
preferiam aquilo que era socialmente imposto.
Duverger diz que a escolha entre noção jurídica e a noção sociológica de
Estado é uma escolha à priori- hipótese inicial.
Ao contrário da sociologia política a ciência política vai possibilitar como ciência
do poder comparar como Estado e as demais comunidades.
A Ciência Política como ciência do poder nas sociedades complexas. Esta
noção de Ciência política aproxima-se da concessão de Ciência política igual a
ciência de Estado, com a diferença que o Estado é definido de modo realista,
por critérios sociológicos e não através do critério jurídico de soberania.
As monarquias como hoje conhecemos vemos a preocupação da separação
dos poderes e a soberania popular. Mesmo com o assumir deste princípio há
quem diga que as monarquias não fazem sentido devido a chegar ao poder do
Estado através do nascimento.
 Ainda algumas referências à filosofia política
 Foi a génese do estudo da política
 Renovou-se com autores como Hannah Arendt (consentimento como
base de autoridade) ou Leo Strauss.
 Martin Heidegger e a Escola de Frankfurt
 Herbert Marcuse e Habermas
 Friedrich von Hayek (1889-1991) - liberalismo ético
 Karl Popper (1902-2002) A sociedade aberta e os seus inimigos.
Tolerância e controlo da democracia.
A ciência política não é uma ciência exata devido às diferentes perspetivas.
Quando o Estado usa a legitima defesa é uma violência legitima para
defendermos os nossos valores (Hannah Arendt); a banalidade do mal, este
livro foi escrito com base no julgamento de um militar nazi eu fugiu para a
Argentina e quando foi descoberto raptaram-no
Sociedade aberta é algo onde todos podem participar (autores e espectadores)
para praticar a tolerância e a democracia.
 Voltando a sociologia vemos que Emile Durkheim (1857-1917) ou Max
Weber e os seus contributos para a liderança e a burocracia.
 Os modelos de Talcott Parsons
 Movimentos sociais
 Redes sociais
A diferença entre Ciência Política e Sociologia política, apesar da
coincidência no objeto.
A sociologia política estuda os fenómenos políticos enquanto fenómenos
sociais.
A antropologia política é a procura de uma política sem Estado. A
antropologia na determinação das almas dos povos, espíritos nacionais ou
personalidades básicas.
Estudo de Jorge Dias sobre “caráter nacional português”.
Adriano Moreira e a Academia Internacional de Cultura Portuguesa.
A importância da antropologia no estudo das instituições e culturas.
O estudo da questão nacional, das relações interétnicas e dos fenómenos
de racismo e da xenofobia.
A abordagem marxista (abordagem de esquerda), liberal (abordagem mais
de direita/mais aberta) ou institucionalista (feita pelas instituições e pelos
Estados).
Em Portugal não sentimos este impacto, mas sentimos que estes
fenómenos têm impacto na nossa leitura da Ciência Política.

06-03-2023

A perspetiva sistémica
David Easton e Karl Deutsch
A perspetiva sistémica na ciência política é uma tentativa de síntese de todas
as perspetivas.
A origem deste modelo remonta aos estudos da biologia a propósito da célula.
Esta perspetiva foi importada para as ciências sociais.
Aplicada depois na Ciência Política por David Easton e Karl Deutsch.
Toda a ação humana apresenta os caracteres de um sistema- interação entre o
agente e a situação em que se encontra.
Funções: adaptação e realização de objetivos.
O sistema de ação social está dividido em quatro subsistemas:
Biológico: adaptação
Personalidade: realização de objetivos
Social: integração
Cultura: criatividade
O sistema social realiza estas quatro funções.
Parsons autonomiza o sistema político com um critério funcionalista e atribui a
definição de objetivos gerais da comunidade.
O poder aparece ocupar o centro das preocupações.
Importa a ciência económica o conceito para recorrer por analogia a avaliar o
comportamento do Poder como se fosse o comportamento da moeda.
As correntes atuais não negam valor a Parsons, mas aceitam que o poder é o
fenómeno central da política, mas mais que o poder são os conflitos sociais e a
luta não o equilíbrio e a ordem.

A aplicação da perspetiva sistémica de David Easton.


O sistema político é um sistema social autónomo integrado no sistema global.
Essas relações são configuradas como um circuito cibernético fechado em que
o sistema político figura uma caixa negra para significar a irrelevância do que
se passa dentro.
De um lado temos o sistema político do outro o meio ambiente. No meio
ambiente estão os subsistemas sociais.
Também estão os ecológicos, biológicos e psicológicos.
Entre o sistema político e o meio ambiente temos um circuito continuo.
O meio ambiente fornece inputs- alimentação sobre o sistema político.
Este por sua vez faz outputs- produção
Os quais retroagem sobre o meio ambiente e dão inputs.
Inputs- exigências (o poder político tem de tomar medidas) e apoios (ajudas ao
sistema).
Retroação- feedback- o resultado
Sistema que se vai alimentando de forma sistémica.
As exigências não são infinitas.
O papel dos vários agentes.
A função principal de qualquer sistema é a autoconservação. Não se fala de
manutenção porque a manutenção não permite a organização individualizada.
Uma das funções essenciais do Estado não entra na teoria de Easton, este
prefere a figura do apoio.
O sistema político é dependente ou independente dos restantes sistemas
sociais?
A ideia de autonomia relativa, porque se houvesse uma ideia de autonomia
pura e dura não haveria relações do sistema político com os restantes
sistemas- máxime económico.

Karl Deutsch responde à questão de Easton.


Deutsch diz nos que a resposta está na teoria da comunicação e da
cibernética.
As decisões, o controlo e as comunicações como ponto central da ciência
política em lugar do poder, trata-se de estudar a pilotagem do sistema. A
intuição é algo que nos diz que juntando um conjunto de informação é melhor
tomar determinada decisão.
As comunicações recebem os inputs e os outputs são gerados e lançados no
ambiente.
A atividade política depende da comunicação e por isso, a cibernética é
inspiradora do modelo. Estuda a comunicação e o controlo em todas as
espécies de organizações, desde as máquinas à sociedade.
O Poder necessita para funcionar com eficácia de ser informado e de poder
informar, por isso, a informação circula em canais que são como os nervos do
governo.
O comportamento do sistema político depende de 4 fatores:
 O peso da informação (a que o governo deve responder)
 O atraso (ausência de resposta)
 O ganho (velocidade reação)
 Avanço (capacidade de antecipar as situações em função das
informações obtidas)
13-03-2023

A forma de poder (a separação de poderes de


Montesquieu)
O princípio da separação de poderes:
Executivo, Legislativo e Judicial
Montesquieu e o seu enunciado.
O poder executivo é representado pelo governo, o legislativo pelo parlamento e
o poder judicial pelos tribunais.
Devemos examinar o poder numa perspetiva tridimensional: a forma, a sede e
a ideologia.
A forma atende à definição normativa do regime político.
Isto é, a solução que uma comunidade adota para a sua convivência política, já
vimos que esta forma de definição normativa são diferentes pelo mundo todo,
as famílias divergem destas definições de poder político.
Esta solução deve ser vista em dois planos:
Ordem jurídica: o direito político acaba numa teoria do direito.
Constituição real: o direito proclamado- escrito ou não- não se cumpre ou só
se cumpre parcialmente e existe um direito composto de vigências que se
impuseram.
Este duplo plano de normativismo não se deve confundir com a evolução do
sentido das normas.
Exemplo: constituição política em resultado de uma interpretação jurídica
atualizada.
A ciência política precisa de ir mais longe do que reconhecer essa dualidade
normativa.
O poder político precisa de se guiar por um normativismo resultante do
chamado poder normativo dos factos, instituindo em proclamar a validade e
eficácia da constituição escrita.
O direito teve de se encontrar com a realidade dos factos tendo em conta a
sociedade.
O exemplo dos direitos humanos.
Todas ou quase todas as Constituições não deixam de se referir a eles, mas
existem muitos Estados que não observam os referidos preceitos e que os
violam.
A constituição formal e a constituição real podem não coincidir.
A ideia de Ferdinand Lassale.
Outro exemplo é na constituição de 1933 que dava o chefe de Estado como
sede de poder executivo e era o Presidente do Conselho verdadeiramente. (A
forma não coincidia com a sede).
A constituição como a função política de contribuir para a eficácia do Poder,
isto é, a generalização da obediência.
A ideia de constituição política, a sua função no processo político do que é o
governo constitucional pode ser encontrada em pensadores como Platão,
Aristóteles, S. Tomás de Aquino, Hobbes, Locke, Rosseau, Kant, Mill,
Montesquieu, Hegel ou os federalistas americanos.
A importância do princípio da separação dos poderes é permitir delimitar todos
os elementos da ideia de constituição não já apenas como causa formal não
valorado pelo Estado, mas antes uma forma correspondente ao arquétipo
valorativo assim desenhado.
O aparelho do poder mesmo quando repudia o modelo procura manter a
imagem de fidelidade a esse arquétipo embora a constituição real que observa
seja outra.
Quando a sede do poder se altera é no sentido de conseguir a circulação do
poder se faça sem alteração da forma.
A Comunidade Política
“Todo o poder deve estar em proporção com os seus objetivos, dando origem a
uma equação que é esta: os privilégios e imunidades de um órgão, os seus
direitos e poderes, estão em proporção coma função e deveres que
desempenham.”- Hamilton.
“Qualquer ato de uma autoridade delegada contrário ao teor da comissão que
rege é nulo. Nenhum ato legislativo, por essa razão, pode ser válido se for
contrário à Constituição.” -Hamilton.
Para a Ciência Política o que revela é a distinção entre a constituição formal e
a constituição real que se traduz na ideia de Estado sustentar uma imagem de
submissão à primeira observando a segunda.
Equação entre Poder e obediência onde o primeiro não se autolimita logo
necessitamos de outro poder que se oponha pela desobediência.
Era o que Locke chamava de apelo aos céus.

Classificação formal dos Estados


A constituição formal e a Constituição real
Constituição de 1933- Presidente da República e Presidente do Conselho.
Constituição de 1976- os governos de iniciativa presidencial e a correção da
revisão constitucional de 1982.
 A ideia de Aristóteles- forma e finalidades
 Monarquia degenera em Tirania
 A aristocracia degenera em Oligarquia.
 A democracia em demagogia.
 Montesquieu fala do número dos que participam no poder.
 A República são todos. A monarquia só um.
A monarquia com honra.
O despotismo com o terror.
Admite a alternância de modelos no tempo e no espaço.
Políbio dá um contributo importante: a ideia de circularização do poder- de um
grupo social para outro.
Com Maquiavel e o seu Príncipe:
Não que vincular o poder a um valor, mas antes o Poder é o mais importante
dos valores.
A ideia de alternância diz respeito não só á ocupação da sede do poder é
também dos valores que estão por trás, a conceção do mundo e da vida.
Olhando para a forma, para a sede e para a ideologia podemos falar de duas
categorias: monistas e pluralistas.
Monistas: o que não aceitam a circulação do poder nem a alternância
ideológica.
Pluralistas: alternância de poder e ideológica consentida pela sociedade civil.
Autoritarismo e totalitarismo.
Polivalência de poder.

Tipologia de Edward Shils


 Democracias políticas e Democracias Tutelares (Gana).
 Oligarquias em via de modernização (Paquistão), Oligarquias Totalitárias
(África) e Oligarquias tradicionais (Irão e Arabia Saudita).

Tipologia de Almond e Powell


 Elementos tradicionais e elementos modernos;
 Vocação conservadora e vocação inovadora
 Três variáveis: diferenciação de funções
 Autonomia dos subsistemas
 Secularização

Tipologia de Max Weber


 Atende ao critério de legitimidade de poder: autoridade tradicional,
carismática e racional.
No primeiro caso a Arábia Saudita.
 No segundo caso distinguir entre poder pessoal e personalização do
Poder (Perón ou Xi Jinping).
A autoridade racional “impõe se em virtude da legalidade, da crença na
validade de um estatuto legal e de uma competencia positiva fundada sobre
regras estabelecidas racionalmente, isto é, a autoridade baseada sobre a
obediência que se liberta das obrigações em conformidade com o estatuto
estabelecido. É o poder tal como exerce o servidor do Estado Moderno.”
Primado das leis -> constituições:
 forma do poder
 Sede do poder
Perguntas:
Porque é que se faz uma revisão constitucional?
A revisão constitucional é feita através de um processo importante que permite
a uma nação adaptar sua Constituição para atender às necessidades e
aspirações de seu povo em constante mudança.
E quando a Constituição real já nada tem a ver com a Constituição
formal?
Em casos como esses, a Constituição formal pode não ser respeitada ou
aplicada, e a "constituição real" pode ser baseada em outras normas, tais como
a tradição, a cultura política ou a vontade do poder dominante.
No entanto, é importante lembrar que, apesar dessas limitações, a Constituição
formal ainda desempenha um papel crucial no estabelecimento das regras do
jogo e na proteção dos direitos fundamentais, servindo como referência para
avaliar as ações do governo e outros atores políticos.
Aula 20-03-2023

A sede do poder
O aparelho do Poder como um sistema que produz decisões irresistíveis.
Regime político: a estrutura e dinâmica dos intervenientes na formação das
decisões.
Como vimos o principal problema do poder é a obediência e se não for
generalizada o Poder é ineficaz.
A diferença de gestão de uma greve parcial ou geral.
Três ideias:
 Decisões
 Formação das decisões
 Dinâmica e estrutura
A produção da minha decisão sofre alterações.
O aparelho produz decisões.
A estrutura vai ter a ver com a sociedade civil, com os partidos políticos, com
os grupos de pressão… grupos da sociedade civil.
O nosso sistema político não é estático, ele tem uma dinâmica, nos vimos
anteriormente que o principal problema do poder é a desobediência, ou seja, se
não houver uma lei de obediência o poder é ineficaz, ou seja, há uma gestão
de uma greve parcial ou uma greve geral.
Uma greve parcial é uma greve que não abrange mais que um setor, por
exemplo greve dos professores básico e secundário.
Uma greve geral é todos os setores aderem à greve, por exemplo, transportes,
serviços de saúde e de educação.
O poder é ineficaz em fase de greve geral, que em muitos casos os Governos
caem, por exemplo o Governo de Passos Coelho.
Utilização do aparelho burocrático ou militar.
Paralisa num caso ou se não decidir intervir.
Primeira distinção: entre a sede de apoio e a sede de exercício do Poder.
A sede de apoio fica visível em sistemas parlamentares. Princípio da
legitimidade democrática.
Esta sede de apoio pode ser ativa (militância) ou passiva (alheamento das
pessoas).

O aparelho burocrático pode paralisar, por exemplo, quando a função pública


faz uma greve, pois assim, cria problemas ao Estado.
A greve está limitada nos termos da lei.
A sede de apoio é aquilo que é visível, em Portugal a sede de apoio encontra-
se na Assembleia da República. É ela que tem o princípio da legitimidade
democrática- aqueles deputados que representam na Assembleia da República
estão por meios de eleição, todos nós participamos no processo eleitoral.
A sede pode ser ativa ou passiva, a sede é ativa quando ela tem de ter em
conta a disponibilidade dos cidadãos. As pessoas que não participam no
processo eleitoral estão a contribuir para a sede passiva.
No caso do totalitarismo o partido único de massas mobiliza a sede de apoio
ativa e a intervenção da força impondo o apoio passivo pelo temor.
O Poder é uma relação entre a Sociedade Civil e o aparelho do Poder.
A política é a luta pela aquisição, manutenção e exercício do Poder.
As pessoas percebem que não tem hipótese de ficar de fora do sistema, por
terem medo da denuncia e por isso, não participam na vida política.
A Aquisição é a forma de como chegam ao poder, mas depois precisa-se de
manter o poder, por exemplo, se adquiriu através de eleições tem de se
manter, e o exercício é a atitude continua do exercício do poder.
O que será a sociedade civil?
 Organizações
 Pessoas associadas
 Igreja X
 Forças Armadas X
 Forças de segurança X
“Trata-se de conquistar o aparelho de Poder e as condições de obediência ou
conquistar a sociedade civil para a desobediência ao poder estabelecido
procurando instalar um processo de transferência de fidelidades ou de
obediência para um novo aparelho.”
Os instrumentos e processo de luta pelo Poder, pela sua manutenção e
exercício escapam ao normativismo ético e jurídico.
Nem todos os meios justificam os fins.
“Do ponto de vista da ciência política, a lei é mais um instrumento do Poder do
que um limite”
O Papel dos Grupos de interesses.
“As lutas empreendidas por uma categoria social qualquer para fazer com que
as decisões dos poderes políticos sejam favoráveis aos seus interesses e
ideais” (Meynaud).
A lei é um limite ao Poder. Por exemplo a questão da habitação e da
propriedade privada.
Os grupos de interesse são os sindicatos, ONG’s, para que os assuntos sejam
favoráveis aos seus interesses e ideais.
Alguns exemplos: a corrupção
O caso da corrupção
A tipologia dos grupos: sexo, etária, atividade, preocupações ou número.
A ideia ativista.
Por exemplo a vice-presidente do parlamento europeu e o Qatar.
Por outro lado, temos a tipologia destes grupos de pressão.
As empresas (CIP; CAP; CCP)
A burocracia e a tecnocracia.
O aparelho burocrático do Estado.
A tecnocracia como a ideia moderna da burocracia do Estado.
Tendência para ocupar o poder político.
O aparelho burocrático do Estado em grande destaque no seu próprio aparelho
judicial.
A ocupação do poder político pelos tecnocratas já teve melhores dias, há aqui
claramente uma ideia que a tecnocracia tem de evoluir consoante a evolução
do Estado.
A teoria da tecnocracia: matriz liberal
 Sociedade industrial de Raymond Aron.
 A sociedade afluente Galbraith.
 A tecnoestrutura de Limmenman.
Toda a mesma realidade que supera a diferença ideológica entre democracias
capitalistas e autoritarismos.
A realidade anda sempre à nossa frente, ultrapassa-nos e supera a diferença
ideológica.
Há uma ideia de alteração, seguindo a ideologia de Max Weber, a realidade
não é neutra, podemos estrategicamente não obedecer, mas não há
neutralidade.
A ideia fundadora de Max Weber. Não será ideologicamente neutra.
Será uma doença ou uma teoria? (Will Rogers).
Doença porque poderia levar à morte da democracia ocidental.
Ideia de Mosca, Pareto e Michels “O poder vem a pertencer a elites restritas
variando apenas os critérios de recrutamento”.
Como será em tempo de redes sociais?
Intervir no processo político de acordo com uma tendência intelectual e sem
compromisso com as ideologias dos partidos?
O movimento Woke?
Não esquecer: matriz liberal, racionalista, elitista, capitalista, científica, devota
da democracia formal, ou seja, a matriz liberal é aquela que me permite a juntar
a matriz política a matriz racional.
A teoria tecnocracia: a matriz marxista
Separa dois corpos. Evidente modelo soviético
O facto de os tecnocratas poderem ascender à classe política é um fenómeno
de assimilação individual e não uma mudança de estrutura.
A tecnocracia seria necessária no modelo liberal, mas era dependente e
solidária da ordem do poder.
A classe dos tecnocratas não tem poder e está completamente dependente da
oligarquia dominantes que contrata o trabalho e o lazer dos capitalistas.
Uma outra visão: tecnocracia militar.
Poder político militarizado sem projeto político.
Militares de caserna, militares das escolas e laboratórios.
A tecnocracia pode ser um grupo de pressão.
Ação dos grupos de pressão ou lobbies.
Ideia de Oposição ou Cooperação
Onde centrar a pressão: caso português

 O papel do Governo e do Presidente


 A assembleia.
Os partidos políticos - as organizações que lutam pela aquisição,
manutenção ou exercício do poder.
O Político quer o Poder porque julga ter uma solução para o interesse público.
Tem de ter duração razoável- esperança de vida superior aos dos dirigentes.
Implantação local generalizada.
Decisão de vir ocupar o Poder.
Apoio Popular usando as eleições ou outros meios disponíveis.
Desenvolver na próxima aula.
Aula 27-03-2023

Partidos políticos
Partidos como organizações que lutam pela aquisição, manutenção e
ocupação do poder.
Ocupar o poder
Para isso devem ser duráveis, implantação local, obter o apoio popular em
sistema democrático.
São organizações sociais voluntárias, com caráter de permanência e duração
razoável, que lutam pela aquisição e exercício do poder, através de meios
legais e democráticos.
Implantação local= autarquias locais.

A origem dos partidos políticos


O caso dos Tory (Conservador- Rei e Igreja) e dos Whigs (Liberais- Cromwell)
Maurice Duverger lembra os primeiros partidos dos EUA.
No séc. XVII nascidos da revolução de 1648 são tendências de opinião.
Carlos I tentou assumir-se como um monarca absoluto que não queria respeitar
o parlamento, tendo este um papel importante.
O parlamento na origem interior dos partidos porque nascem lá.
São chamados partidos de origem interior de criação eleitoral devido ao
ambiente parlamentar.
Outros quando têm origem extraparlamentar são de origem exterior (sindicatos,
confederações paternais)
Os partidos de origem parlamentar decorrem da estrutura liberal, elitistas, com
um corpo eleitoral a princípio reduzido e representam a resposta ao
alargamento eleitorado.
Os partidos nascidos de fora do sistema eleitoral partem do conceito de
estratos sociais párias.
Sindicatos. O caso do Labour.
Liberal Conservador
Trabalhista
Os partidos populistas e as suas origens em causas de esquerda ou de direita.

As funções dos partidos


Concorrer para formar a opinião pública, propor os candidatos à eleição e
disciplinar os eleitos.
Apter define os partidos políticos como variáveis intermediação (eleitorado e
poder) variáveis dependentes (sociedade, organização do poder).
Variáveis independentes são geralmente as últimas para examinar e analisar,
está fora das variáveis dependentes e intermédias.

Classificação dos partidos


 Partidos de quadros-
 Partidos de massas- são aquilo a que chamamos os partidos
comunistas, preocupam-se com uma formação elitista;
 Catch-all-party (partidos interclasses máxima base eleitoral)- eleitorado
flutuante: é o eleitorado que votou num determinado partido e nas
próximas eleições votam noutro. Partidos de reunião ou integração
social

Estrutura dos partidos e graus de participação


 Eleitores
 Militantes
 Simpatizantes
 A lei de Bronze da Oligarquia dos partidos (Robert Michels 1914)- a
tendência da oligarquia sobrepõe-se aos princípios democráticos da
coletividade plenamente livre dos dirigentes e da plena igualdade dos
membros do partido. Não é obviamente uma lei universal.
 Estrutura rígida
 Estrutura flexível
 Entrada de novos militantes e a sua ascensão partidária.
 Princípio da renovação partidária.

Sistemas de partidos (Jean Blondel)


 Monopartidarismo- um partido
 Bipartidarismo: 2 partidos dividem 9/10 dos votos validamente
expressos
- Bipartidarismo Imperfeito: 2 partidos e meio, um pequeno partido liberal
no UK coligação Cameron.
 Multipartidarismo
-Multipartidarismo integral
-Multipartidarismo de partido dominante.
Sistemas de partidos segundo Sartori
Monopartidarismo (totalitário, autoritário, pragmático)
Partido Hegemónico (ideológico, pragmático)
Bipartidarismo
Multipartidarismo

Partidos políticos e Grupos parapolíticos


Movimentos, clubes de reflexão, associações;
 Não pretendem a conquista e o exercício do poder.
 Antes de influenciar os sistemas eleitorais.

Objetivos do teste:
1. O objeto da ciência política e a sua relação com disciplinas ou áreas
cientificas das quais se veio a autonomizar (história, filosofia,
sociologia)- aulas 1 e 2
2. A perspetiva sistémica de Easton e outros- aula 3
3. A forma e a sede do Poder- aulas 4 e 5
4. Os partidos políticos- aula 6

De que forma os partidos políticos são importantes para a existência de


qualquer tipo de regime?
Os partidos políticos são fundamentais para a existência de qualquer tipo de
regime, pois eles desempenham um papel importante na formação de
governos, na representação de interesses e na tomada de decisões.
O papel dos partidos políticos é estabelecer e manter o equilíbrio entre os
diferentes grupos da sociedade, garantindo assim que cada um possa ter a
oportunidade de expressar suas opiniões e de influenciar as decisões do
governo.
Os partidos políticos também ajudam a criar um meio no qual as pessoas se
reúnem para discutir ideias e propor soluções para os problemas do país. Além
disso, os partidos políticos são essenciais para a estabilidade de qualquer
regime, pois eles fornecem um meio de segurança para que as pessoas
possam expressar suas opiniões e participar ativamente na vida política do
país.
Em resumo, os partidos políticos são importantes para a existência de qualquer
tipo de regime, pois fornecem representação, formam governo, controlam
legislativamente, monitoram e se opõem, e ajudam a garantir a estabilidade
política.
Aula 24-04-2023
Trabalho:
 Pesquisa (quais são as melhores práticas)
 Revisão da literatura
 Escolha do tema
O trabalho deve ter uma introdução que explica o trabalho, o desenvolvimento
onde partimos de uma pergunta que iremos responder, e por fim, a conclusão é
a resposta à pergunta.

A importância do 25 de abril de 1974;

22-05-2023

Sociedade civil
Influência da economia e das novas formas de
comunicação
Sociedade civil- conjunto das organizações voluntárias que servem como
mecanismos de articulação de uma sociedade por oposição às estruturas
apoiadas pela força de um Estado independentemente do seu sistema político.
Distinção entre sociedade e Estado (Maquiavel)
A sociedade civil é o oposto do individuo isolado (Adam Ferguson 1767)
Sociedade baseada no direito oposto da categoria explicativa de estado de
natureza por vocação, de guerra potencial entre todos contra todos (Kant).
A sociedade civil como um estágio no relacionamento dialético (tese- antítese -
síntese) entre a macro comunidade Estado e a micro comunidade Família.

A sociedade civil como um espaço de ações coletivas voluntárias em torno de


interesses, propósitos e valores.
A ideia de sociedade civil e democracia teve as suas raízes nos textos de
liberais como Tocqueville.
Ernest Gelner no seu livro “Condições da liberdade” de 1995 dizia que «a
sociedade civil é um conjunto de instituições e associações que são
suficientemente fortes para evitar a tirania, mas que, no entanto, são
permeáveis para a livre entrada e saída de indivíduos, em vez de impostas pela
nascença ou mantidas por algum ritmo assombroso, você pode entrar para o
partido socialista sem nunca ter sacrificado uma cabra …».
Não preciso de praticar qualquer tipo de ato para entrar em qualquer partido
político.
As ONG’s ajudam na consolidação do Estado democrático.
Reunião de pessoas unidas pela origem ou pelas leis (Noberto Bobbio)
Solidariedade de interesses.
Grupos para políticos como movimentos políticos, instituições de reflexão
política ou clubes políticos.
Estes grupos surgem na sociedade civil.
Os lobbies surgem na sociedade civil, pois são grupos de interesse.
A influencia da economia na política. A emergência das instituições da
sociedade civil que representam interesses económicos como confederações
ou sindicatos.
Os fenómenos da corrupção e as tentativas de controle ou influencia do poder
político.
Os novos meios de comunicação. As redes sociais e a imprensa.
O risco de difusão de ideias com objetivos de serviço a correntes populistas.
 O que tem de estar subordinado é a economia à política, a política é o
único órgão que é eleito e tem legitimidade, enquanto a economia
representa interesses/oportunidades.
Quando alguém utiliza a função política para responder a situações
económicas pessoais dá-se a corrupção.
O conceito de interesse particular e de bem público servem para termos
determinadas regras na função pública. Estes conceitos não coincidem.
Hoje a corrupção é um fenómeno que entra na tentativa de controle e influência
político.
As instituições democráticas tem de ser credíveis e só conseguem quando
separamos estes dois conceitos, a economia com a política se se misturarem
pode-se de dar o alargamento de fenómenos de corrupção. Portanto, temos de
estar preparados para dar resposta a esta situação, a sociedade civil aqui, tem
influência na economia.
O Estado e a sociedade civil são opostos, porém o Estado tem outras
organizações se que relacionam, por exemplo, a Igreja.
O conflito de interesse do sindicato não significa que não tenha conflito também
com a entidade paternal.
As ideologias
As ideologias e a sua importância nas sociedades modernas.
 O liberalismo- nesta sociedade encontramos a associação de valores,
tanto económicos como políticos, liberais
 A social-democracia- acredita-se que ao lado de uma certa liberdade
económica tem de existir uma preocupação pública
 O conservadorismo- preocupam-se com a dinâmica da liberdade
económica e social, mas deve ter valores que se vão encontrar no
quadro social da doutrina da igreja.
 A democracia cristã- preocupam-se com a dinâmica da liberdade
económica e social, mas deve ter valores que se vão encontrar no
quadro social da doutrina da igreja.
 O socialismo democrático- acredita-se que ao lado de uma certa
liberdade económica tem de existir uma preocupação pública
 O comunismo- não permite o desenvolvimento de uma sociedade civil
aberta, todos têm de estar creditados no partido único
 O populismo- a defesa de valores mais populares que todas as
pessoas sentem.
 O extremismo- a defesa de valores mais populares que todas as
pessoas sentem.
A principal linha recorrente entre a economia, a política e as ideologias e a
diferença entre o interesse popular e o bem público.
As instituições particulares de solidariedade são interesses particulares, pois a
forma de organização é completamente diferente.

De que forma o papel da sociedade civil fica condicionado pela ação


económica e pela opção ideológica?
O papel da sociedade civil pode ser limitado por ações económicas e escolhas
ideológicas. A ação económica inclui atividades e relações relacionadas à
produção, distribuição e consumo de bens e serviços e pode mediar o papel da
sociedade civil de várias maneiras, por exemplo, através de recursos
financeiros, pois a disponibilidade de recursos financeiros afeta a capacidade
da sociedade civil de realizar as suas atividades e atingir os seus objetivos. As
organizações da sociedade civil dependem de financiamento para funcionarem,
como por exemplo, o pagamento de salários aos funcionários, realização de
projetos e atividades, entre outros; a sociedade civil pode lutar para funcionar e
ter um impacto significativo se a ação económica não fornecer oportunidades
de financiamento adequadas.
Quanto à opção ideológica, isto é, que se referem às crenças, valores e visões
do mundo que orientam as ações das pessoas e das organizações, também
podem condicionar o papel da sociedade civil de diversas maneiras, como por
exemplo, a identidade e orientação é uma opção ideológica que pode moldar a
identidade e o posicionamento das organizações da sociedade civil, por
exemplo, uma organização baseada em valores ambientais pode se concentrar
em questões de sustentabilidade, enquanto uma organização baseada em
valores de justiça social pode trabalhar no combate à desigualdade. As
escolhas ideológicas afetam as causas que uma organização defende, a sua
estratégia de defesa e as suas prioridades.
Em suma, tanto a ação económica como a opção ideológica podem
condicionar o papel da sociedade civil, afetando a sua capacidade de atuação,
financiamento, influência e colaboração. O impacto destas condicionantes
relacionam-se com o contexto específico em que a sociedade civil opera, bem
como as interações complexas entre fatores económicos, ideológicos e sociais.

Os cidadãos e o poder político, as modalidades de poder;


A importância de Noberto Bobbio, Maquiavel, Adam
Smith e Karl Marx
Os cidadãos e o poder político
O substrato pessoal do Estado é a respetiva população, o conjunto dos seus
nacionais. O Estado nacional moderno baseia-se justamente numa coletividade
nacional, identificada por traços de pertença comuns. Os processos de nation-
building podem demorar muito tempo, muitos séculos, até à aquisição de um
sentimento de identidade nacional. Nos países resultantes da descolonização,
muitas vezes caracterizadamente multiétnicos e multilinguísticos, o Estado
nasce sem nação, visto não haver Estados plurinacionais e nações sem
Estado. Daí a importância da noção de nacionalidade ou cidadania nacional,
que estabelece a relação jurídica entre as pessoas e um determinado Estado,
distinguindo-a dos estrangeiros, que não gozam de um certo conjunto de
direitos que são reservados para os nacionais (nomeadamente a titularidade de
cargos políticos).
O conjunto dos cidadãos de um Estado constitui o respetivo povo, o qual, no
moderno Estado representativo, é o titular de soberania (princípio da soberania
popular). Conceitos alternativos são os de comunidade nacional e o de nação
(e o correspondente conceito de soberania nacional). Todavia, o conceito de
nação sofreu uma carga específica de regimes nacionalistas no passado
(sobretudo nos regimes fascistas ou para-fascistas), que lhe conferiam um
significado transcendental e transpessoal, independentemente da coletividade
atual dos cidadãos, cuja vontade e cujos interesses seriam interpretados
diretamente pelo Estado, ou seja, pelos dirigentes.

Nobbert Bobbio
Segundo Bobbio, sobre a democracia.
Se no seu período acionista – período em que pertencia ao Partido d’Azione,
que ajudou a fundar (1942) e que fazia oposição frontal ao fascismo,
pretendido uma síntese de liberalismo e socialismo- Bobbio defende a
conceção ética da democracia; a partir da década de 1950 propõe uma
conceção procedimentalista da democracia.
Antes, a democracia tinha um fim: “O objetivo próprio que distinguia
substancialmente de todas as outras formas de governo: a educação do
cidadão para a liberdade.” Com efeito, só o homem livre é responsável.
Porém, o homem não nasce livre, antes, torna-se livre em um ambiente social.
Assim, importa desenvolver nos indivíduos o sentido da liberdade, bem como
fortalecer as instituições que garantam as condições socioeconómicas que o
permitam.
Esta foi a posição de Bobbio, que, naquele particular contexto do pós-guerra e
de luta contra o fascismo, estava particularmente preocupado com a
emergência de um ethos democrático.
-“Os fascistas talvez não soubessem o que queriam, mas sabiam muito bem o
que não queriam. Numa palavra, não queriam a democracia, entendida como
laborioso processo de educação para a liberdade”.
-“Ser democrático é, em primeiro lugar crer que a igualdade entre os homens é
um ideal nobre, em segundo lugar, que uma diminuição das desigualdades
sociais é, por obra do homem, possível”.
No entanto, Bobbio não deixa de sublinhar que esta visão da democracia, no
contexto de imediato pós-guerra.

Maquiavel
Descreveu as dinâmicas do poder.

Adam Smith
Influencia Intelectual
Mão invisível
Divisão do trabalho
Mercantilismo

Karl Marx
Ideologia do proletariado

Você também pode gostar