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Ciência Política e

Teoria Geral do
Estado
Ciência Política é o estudo da política — dos
sistemas políticos, das organizações políticas e
dos processos políticos. Envolve o estudo da
estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos
processos de governo — ou qualquer sistema
equivalente de organização humana que tente
assegurar segurança, justiça e direitos civis.
Quanto à Teoria Geral do Estado, ela lança idéias
sobre a formação de uma consciência política,
facilitando a compreensão das bases estruturais
da sociedade, do poder do Estado e das demais
relações sociais.
Enriqueça o seu currículo com este aprendizado.
Definição de Ciência Política
• - Conjunto das Ciências que estudam a
organização e o funcionamento do Estado, e
as interações dos grupos nele existentes; a
política, a sociologia, etc. E que tratam de
valores fundamentais tais como a igualdade, a
liberdade, a justiça e o poder. ( Dicionário
Aurélio Ed. Séc. XXI )
• - Ramo das Ciências Sociais que trata do
governo e da organização dos Estados.
• ( Pequeno Dicionário koogan Larousse )
• - Ramo das ciências sociais que estuda as
formas de governo, os partidos políticos, os
grupos de pressão, as relações
internacionais e a administração pública, que
dizem respeito a atividades de indivíduos ou de
grupos e envolvem as relações humanas
básicas, tratando de valores fundamentais
como a igualdade, a liberdade, a justiça e o
poder.
• A Ciência Política está intimamente ligada a
história ( que fornece o material básico ao
cientista ); ao direito ( quadro de idéias formais
); a filosofia ( liga-a às outras ciências ) e a
sociologia ( fornece o quadro social para os
fatos da vida política). ( enciclopédia Delta
Universal – Vol. 4 )
• A ciência política visa, ou seja, tem como
objetivo, apresentar, analisar e posicionar as
instituições e os problemas existentes na
sociedade contemporânea, através das ciências
jurídicas ( direito constitucional ) com
consciência na participação , identificando os
problemas e buscando as soluções.
• Objeto da Ciência Política
• O objeto da ciência política é a sociedade
política organizada. Tendo como objeto
abstrato o Estado, relacionando-se com as
outras ciências relacionadas ao homem;
sociologia, História, Economia, Filosofia,
Geografia, Direito.
Histórico
• Na Grécia Antiga, para Aristóteles a política
deveria estudar a pólis e as suas estruturas e
instituições (a sua constituição e conduta). É
considerado o pai da Ciência Política, porque
considerou a política a ciência “maior”, ou mais
importante do seu tempo. Criou, ainda, um
método de observação que permitiu uma
sistematização e explicação dos fenómenos
sociais.
Preocupava-se com um governo capaz de garantir
o bem-estar geral (o bom governo).
• No século XVI, Maquiavel e a sua obra dão
origem à modernidade política. A sua preocupação
era a criação de um governo eficaz que unificasse
e secularizasse a Itália. Defende um príncipe ou
dirigente de governo sem preocupações morais
ou éticas, um dirigente que não olha a
sensibilidades para atingir os seus fins.
A política, era assim a arte de governar, ou seja,
uma técnica que permitisse ao dirigente ou
governante alcançar os fins independentemente
dos meios, não visa a realização geral mas sim
pessoal. Introduziu, ainda, um método
comparativo-histórico, fazendo comparação entre
dirigentes da sua época e de épocas anteriores
através de exemplos. Introduziu, também, e
reforçou a importância do Estado e da Instituição
Estatal.
• Na segunda metade do século XVI, Jean Bodin
escreve “República”, obra que era também uma
sistematização e explicação dos fenómenos
políticos. Dá também grande relevância à ideia de
soberania do Estado, é com base nesta teoria de
soberania do Estado que Bodin cria o conceito de
soberania (segundo o qual, o poder não tem igual
na ordem interna e nem superior na ordem
externa).
Divide, portanto, o Estado em ordem interna e
ordem externa e apenas considera um Estado
soberano, se este for superior nestas duas
dimensões.
• No século XVIII, Montesquieu em pleno
iluminismo, difunde idéias políticas que têm por
base a acção humana. Esta surge, assim, como
alternativa às ideias de Aristóteles, chamando a
atenção para a “natureza das coisas”. Procurou
explicar a natureza das coisas pelas suas
idiossincrasias.
• Foi com Montesquieau que a geografia dos
Estados ou a geopolítica se tornou um
elemento importante na análise política. Introduz
o método comparativo de base geográfica.
• Faz a distinção entre república, monarquia e
despotismo, afirmando que este último deveria
ser irradiado e afastado, na república o poder
pertence ao povo ou a uma parte esclarecida
deste, na monarquia o poder pertence ao
monarca, no despotismo, o poder pertence a um
indivíduo, o déspota que governa sem honra e
que utiliza o terror e a violência como forma de
governação.
• Para irradiar o despotismo, Montesquieu
apresenta a teoria da separação de poderes,
de forma que o poder seja descentralizado das
mãos de uma só pessoa para que não o use em
proveito próprio.
Resolvia-se então o perigo do despotismo com a
institucionalização da separação de poderes.
• A partir da segunda metade do século XVIII, a
investigação dos fenómenos políticos começaram
a perder terreno e a dar lugar a ciências como a
sociologia, o direito e a economia. Embora a
ciência política não tenha desaparecido.
• A prová-lo está o contributo dado por três autores
e pensadores do século XIX. A. Comte (alertou
para a necessidade de analisar com objectividade
os fenómenos ou factos políticos); Alexis de
Tocqueville (chama a atenção para o estudo do
sistema político norte-americano, na sua análise
introduziu um conjunto de entrevistas, o que lhe
permitiu uma comparação entre estas e irradiar
erros ou alguma falha possível.
Fazendo um quadro onde apresentava
detalhadamente o sistema político norte-
americano como se de uma fotografia se tratasse);
Karl Marx (introduz uma nova perspectiva de
abordagem dos fenómenos políticos e de poder,
uma vez que faz uma análise do ponto de vista
económico e social, o fenómeno político é uma
consequência das relações de produção, e o
regime político era o reflexo da organização das
forças produtivas).
É também nesta altura que surgem as ciências
políticas especializadas em determinados
fenómenos (economia política, direito político,
geografia política, etc.)
• Nos finais do século XIX a Ciência Política é
reconhecida nos EUA nas universidades, como
forma de combater o caciquismo no poder local e
a corrupção nos partidos políticos.
• O estímulo ao desenvolvimento da Ciência
Política dar-se-ia já à época da Primeira Guerra
Mundial e, principalmente, ao final da Segunda
Guerra Mundial. Nesse período, os EUA
assumiram a posição de nova potência
hegemônica mundial e, nos organismos
internacionais, no âmbito das Nações Unidas,
passaram a irradiar sua influencia.
As missões de manutenção da paz e a
preservação ou construção da democracia, em
nome da qual o país participara da guerra, eram
elementos que contribuíam para aumentar a
demanda de especialistas na área da Política, o
que fez proliferar cursos da disciplina de Ciência
Política em universidades norte-americanas.
Em paralelo, fundações privadas, tais como a
Fundação Ford, a Fundação Rockfeller e Kellog,
impulsionaram pesquisas em áreas de especial
interesse da sociedade e da economia americana,
com o apoio do governo norte-americano,
interessado em manter-se informado sobre o resto
do mundo.
A difusão ocorreria nos países do Terceiro Mundo
particularmente à época do colapso das
democracias representativas.
• Os fenómenos que contribuíram para o reforço
da ciência política foram a proliferação dos
sistemas democráticos, dos partidos políticos, dos
mass media, de organizações internacionais, pelo
próprio sistema internacional, etc.
Estes factos levaram ao aumento de estudos
sobre estes assuntos, o que suscitou também uma
maior proliferação da ciência política (criação da
IPSA, associação onde cientistas políticos
discutiam as suas posições e que deu origem a
outras organizações sobre a mesma temática).
• Na Europa, apenas muito mais tarde a área viria
a se expandir, embora ali se encontrasse o fulcro
das mais remotas tradições do pensamento
político e da filosofia política. Se remontássemos a
Maquiavel, Giovani Botero, Rousseau,
Montesquieu, Alexis de Tocqueville, Hegel, Karl
Marx, Max Weber, Émile Durkeim, Robert Michels,
para citar alguns, entre outros, era ali que se
encontrava o berço da análise do fenômeno
político.
Muita diversidade seria a característica da área,
porque o espaço cultural/institucional da disciplina
teria influência sobre os estudos desta área do
conhecimento.
• Quase oito décadas desde sua inserção formal
na academia, a Ciência Política é hoje,
inegavelmente, um campo de estudo acadêmico
consagrado, com um universo conceitual e
discursos científicos próprios, além de amplo
acervo de conhecimento.
• Fica claro que o estudo da Ciência Política não
se enquadra em sub-área de qualquer outra
disciplina porque apresenta objeto próprio.
• Seus principais campos de análise, como os
estudos sobre o poder, as elites, Estado, nação,
soberania, sociedade civil e participação,
representação política, burocracias, governo,
executivos, legislativos, políticas publicas,
políticas sociais, a constituição da autoridade
democrática, a construção institucional,
cidadania, corporativismo, gênero, minorias,
questão ambiental, etc., são, entre outros,
incluem-se na agenda de estudos da área.
A ciência política no Brasil
• A Ciência Política brasileira institucionalizou-se
há relativamente pouco tempo. Ainda em
meados dos anos 1950, seu principal veículos
era a Revista Brasileira de Estudos Políticos, no
entanto editada pela Faculdade de Direito da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A Associação Brasileira de Ciência Política
(ABCP) só foi fundada em 1986 e só passou a
atuar efetivamente a partir de 1996.
• Os dois nomes fundadores centrais da Ciência
Política no Brasil são Fábio Wanderley Reis, da
UFMG, e Wanderley Guilherme dos Santos, do
Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de
Janeiro (IUPERJ).
Hoje, sob influência das matrizes norte-
americanas, a maior parte da disciplina opera com
modelos neo-institucionalistas e de "escolha
racional", que estilizam fortemente a ação política,
seja reduzindo o número de atores envolvidos
(tipicamente, resumindo-os a "candidatos" e
"eleitorado" ou a "executivo" e "legislativo"), seja
eliminando a discussão sobre a formação de suas
preferências.
Os modelos, assim, dizem respeito mais a si
mesmos do que ao mundo real externo. Entre as
exceções destacam-se grupos do Departamento
de Ciência Política da UFMG, com Leonardo
Avritzer, inspirado pela teoria crítica
habermasiana, e do Instituto de Ciência Política da
Universidade de Brasília, com Luis Felipe Miguel,
que adota uma postura radical democrática pós-
marxista.
Ciência Política e as dificuldades
terminológicas
• A ciência política é indiscutivelmente aquela
onde as incertezas mais afligem o estudioso,
por decorrência de razões que a crítica de
abalizados publicistas tem apontado à reflexão
dos investigadores, levando alguns a duvidar se
se trata aqui realmente de ciência.
Quais são essas razões?
* Caráter movediço e oscilante do vocabulário
político;
* As variações semânticas dos termos de que se
serve o cientista social de país para país, com as
mesmas palavras valendo para os investigadores
do mesmo tema, coisas inteiramente distintas,
como, por exemplo, a palavra democracia, a que
se emprestam variadíssimas acepções.
* A expressão Estado, devido as incertezas e
objeções, apresentadas por diversos estudiosos
da área, quanto à determinação exata do
significado de que se reveste.
* Apresentar um conceito simples e inteligível,
claro, sobre governo, nação, liberdade
democracia, etc.
* Variações de um país para o outro, até mesmo
na prática de um mesmo regime político; ou de um
a outro século de uma ou outra geração.
* Dificuldade do observador neutralizar-se perante
o fenômeno que estuda, para daí retirar
conclusões válidas, lícitas, imparciais, objetivas,
que não sejam frutos de inclinações emocionais,
ou de juízos pré-formados na mente do
observador.
* Realidades apresentadas em épocas distintas
• O material de que se serve o cientista social cria
pela extrema mutabilidade de sua natureza, não
somente óbices quase invencíveis ao estudioso,
como torna penosíssimo senão impossível o
reconhecimento da Ciência Política.
• Portanto, onde entram atos e sentimentos
humanos, só a consideração despretensiosa
dos aspectos históricos, jurídicos, sociológicos e
filosóficos, ontem e hoje, neste ou naquele
Estado, dará à problemática política da
sociedade o aproximado teor de certeza,
tomando em conta a medida contingente das
verdades que se extraem do comportamento
dos grupos e da dinâmica das relações sociais.
• Prisma filosófico:

• Tem-se a filosofia como o estudo que se


caracteriza pela intenção de ampliar
incessantemente a compreensão da realidade,
no sentido de apreendê-la na sua totalidade,
quer pela busca da realidade, quer pela
definição do instrumento capaz de apreender a
realidade.
• A Ciência Política inserida neste contexto
apresenta-se, em sentido lato, tendo por objeto
o estudo dos acontecimentos, das instituições e
das idéias políticas, tanto em sentido teórico
(doutrina) como em sentido prático (arte),
referido ao passado, ao presente e às
possibilidades futuras.
• Tanto os fatos como as instituições e as idéias,
matérias desse conhecimento, podem ser
tomados como foram ou deveriam ter sido
(consideração do passado), como são ou
devem ser (compreensão do presente) e como
serão ou deverão ser (horizontes do futuro).
• Aristóteles conclui na Grécia um ciclo de
estudos políticos conscientemente
especulativos.
• Platão, seu predecessor, evoluiu passando do
Estado ideal e hipotético ao Estado real e
histórico, com considerações de índole
sociológica, antecipações que deixam de ser
puramente filosóficas.
• Já na Europa medieva a filosofia se enlaça com
a teologia ao ocupar-se de temas políticos.
• A Filosofia conduz para os livros de Ciência
Política a discussão de proposições respeitantes
à origem, à essência, à justificação e aos fins do
Estado, como das demais instituições sociais
geradoras do fenômeno do poder, visto que nem
todos aceitam circunscrevê-lo apenas à célula
mater, embriogênica, que no caso seria
naturalmente o Estado, acrescentando-lhe os
partidos, os sindicatos, a igreja, as associações
internacionais, os grupos econômicos, etc.
• Prisma sociológico

• Outra dimensão importantíssima que toma a


Ciência Política é a de cunho sociológico.
• O estudo do Estado, fenômeno político por
excelência, constitui um dos pontos altos e
culminantes da obra de Max Weber.
• O profundo sociólogo fez
com o Estado aquilo que
Ehrlich fizera já com a
sociologia jurídica. Deu-
lhe a consistência do
tratamento autônomo.
• Com efeito, na sociologia política de Max
Weber, abre-se o capítulo de fecundos estudos
pertinentes à política científica, à racionalização
do poder, à legitimação das bases sociais em
que o poder repousa: inquire-se ali da influência
e da natureza do aparelho burocrático;
investiga-se o regime político, a essência dos
partidos, sua organização, sua técnica de
combate e proselitismo, sua liderança, seus
programas.
• Interrogam-se as formas legítimas de
autoridade, como autoridade legal, tradicional e
carismática; indaga-se da administração
pública, como nela influem os atos legislativos,
ou como a força dos parlamentos, sob a égide
de grupos sócio-econômicos poderosíssimos,
empresta à democracia algumas de suas
peculiaridades mais flagrantes.
• Aqui a Ciência Política revela-se
predominantemente social, segundo o binômio
Direito e Sociedade.
• Prisma jurídico
• Tem sido também a Ciência Política objeto de
estudo que a reduz ao Direito Político, a simples
corpo de normas.
• Tendência de cunho exclusivamente jurídico
vem representada por Kelsen, que constrói uma
Teoria Geral do Estado, onde leva às últimas
conseqüências, no estudo da principal
instituição geradora de fenômenos políticos.
• O Estado, segundo Kelsen, pertencendo ao
mundo do dever ser, do sollen, se explica pela
unidade das normas de direito de determinado
sistema, do qual ele é apenas nome ou
sinônimo.
• Quem elucidar o direito como norma elucidará o
Estado. A força coercitiva deste nada mais
significa que o grau de eficácia da regra de
direito, ou seja, da norma jurídica.
• O Estado, organização de poder, para Kelsen,
se esvazia de toda a substantividade. Os
elementos materiais que o compõem – território
e população – se convertem, respectivamente,
na típica e revolucionária linguagem do antigo
professor vienense, em âmbito espacial e
âmbito pessoal de validade do ordenamento
jurídico.
• A doutrina de Kelsen tem sua originalidade em
banir do Estado todas as implicações de ordem
moral, ética, histórica, sociológica, criando o
Estado como puro conceito, agigantando-lhe o
aspecto formal, restritamente jurídico,
escurecendo a realidade estatal com seus
elementos constitutivos, materiais, conforme
vimos.
Diferenciação entre Ciência Política e Teoria
Geral do Estado
• Devido as diversas posições adotadas pelos
escritores políticos quanto âmbito de atuação da
Teoria Geral do Estado e da Ciência Política
podemos perceber que, uns tendem a adotá-las
como disciplinas idênticas uma vez há
equivalência de áreas e de objeto, tratando-se
portanto da mesma matéria.
• Observa-se, entretanto, o professor Dalmo de
Abreu Dallari que há uma distinção existente
entre as matérias. Enquanto a Ciência Política
faz o estudo da organização política e dos
comportamentos políticos sem levar em conta
os elementos jurídicos, a Teoria Geral do Estado
volta-se ao estudo do Estado sob todos os
aspectos, inclusive o jurídico.
• “A Ciência Política faz o estudo da organização
política e dos comportamentos políticos,
tratando dessa temática à luz da Teoria Política,
sem levar em conta os elementos jurídicos. Tal
enfoque é de evidente utilidade para
complementar os estudos de Teoria do Estado,
mas, obviamente, é insuficiente para a
compreensão dos direitos, das obrigações e das
implicações jurídicas que se contêm no fato
político ou decorrem dele.”(Dallari)
• Outro fato importante a ser observado é que os
objetos das disciplinas são distintos, enquanto a
Ciência Política cuida dos fenômenos políticos
(já estudados), a Teoria Geral do Estado cuida
do estudo do Estado sob todos os aspectos,
incluindo a origem, a organização, o
funcionamento e as finalidades,
compreendendo-se no seu âmbito tudo o que se
considere existindo no Estado e influindo sobre
ele.
A Ciência Política e as demais Ciências
• A Ciência Política e o Direito Constitucional:

• São apertadíssimos os laços que prendem a


Ciência Política ao Direito Constitucional. Entre
os publicistas célebres da França, no século XX,
autores há que se preocuparam menos com o
aspecto jurídico da Ciência Política do que
propriamente com suas raízes na filosofia e nos
estudos sociais.
• Naquele país, a Ciência Política, antes de
chegar à maioridade como disciplina autônoma,
esteve quase toda contida no Direito, mormente
no Direito Constitucional. A despeito do cisma
operado, este ainda é o ramo da Ciência
Jurídica cujo influxo mais pesa sobre a Ciência
Política.
• Observa-se ademais que nos países
subdesenvolvidos, os golpes de Estado, a
violação contumaz do Direito Constitucional, o
fermento revolucionário oriundo da insatisfação
social, a luta de classes, brutalmente
exacerbada pelo privilégio ou por violentas
discrepâncias econômicas, compõem um
quadro onde o processo político e a realidade
do poder escapam não raro aos limites
modestos da autoridade institucionalizada.
• É então nessas circunstâncias que o Direito
Constitucional pode ser tomado ou interpretado
como “um conjunto formal de regras das quais a
vida se ausentou”, conforme disse Burdeau, e a
Ciência Política aparece “como disciplina apta a
prestar contas da realidade”, pois sua
“promoção se faz concomitantemente ao
declínio do Direito Constitucional.
• Tem-se portanto que o Direito Constitucional
representa apenas uma faceta da Ciência
Política.
• Ciência Política e Economia:

• O fato econômico representa o fato fundamental


de polarização da sociedade.(Burdeau)
• O mesmo Burdeau nos ensina que a
conexidade entre os dois ramos (Ciência
Política e Economia) em nada se alterou.
• Pode-se, em verdade, passar da análise
econômica a uma política econômica, e da
política econômica para uma ação política,
racionalmente apoiada num programa de
sustentação e metas econômicas, traçadas de
antemão, com o propósito de promover por
exemplo fins desenvolvimentistas, ou combater
o atraso de estruturas sociais e econômicas,
reconhecidamente arcaicas.
• Portanto o conhecimento econômico se faz mais
interessado e o Estado não o emprega
unicamente para explicar ou conhecer o modo
porque se satisfazem as necessidades materiais
de uma sociedade, senão que os emprega cada
vez mais, para criar instrumentos novos e
direitos de aço, vinculando-os a um programa
de governo ou a uma política econômica
específica.
• Objetivando sempre a paz social, tida como
aquela que resulta da atenuação da luta de
classes e da distribuição mais eqüitativa do
poder econômico numa sociedade, mediante a
prática da justiça social.
• Ciência Política e a História:

• Tomando a história como acumulação crítica de


fatos experiências vividas, fácil se torna
perceber a importância de seu estudo para a
Ciência Política.
• É importante destacar que determinadas
proposições da Ciência Política nada mais são
do que generalizações da experiência histórica,
portanto a história representa fonte
importantíssima para a explicação dos
fenômenos políticos.
• Com o incremento das investigações
sociológicas e com o maior espaço concedido a
certas ciências do comportamento, como a
Psicologia Social e a Antropologia, “esfriou” o
interesse por uma Ciência Política
fundamentada unicamente na História. Como as
demais concepções já examinadas – filosófica,
jurídica e econômica – padeceria esta também o
deplorável vício da unilateralidade.
• Sendo ademais a Ciência Política co-artífice ou
coconstitutiva da realidade mesma que
investiga, faz-se válida a afirmativa de Burdeau,
segundo a qual “as idéias sobre os fatos são
mais importantes que os fatos mesmos”, razão
por que cumpre ter sempre presente às
indagações da Ciência Política, para fazê-las de
todo fecundas e compreensíveis, a história das
idéias.
• Se há esfera de modernidade ou atualidade no
problema de relações da Ciência Política com
outras ciências sociais, essa esfera pertence
agora a psicólogos políticos, que intentam impor
suas técnicas de investigação e operar uma
redução sistemática da Ciência Política à
disciplina da qual procedem e pela qual sempre
se orientaram.
• A Ciência Política e a Psicologia:
• Aí estão os “behavioristas” para atestá-lo,
formando já escola e fundando a chamada nova
Ciência Política, tão em voga nos Estados
Unidos.
• O irracionalismo, não raro observado em
atividades de governos ou relações de Estados,
fortalece por igual a convicção dos psicólogos
sociais de que fora das motivações psicológicas
não é possível lograr uma compreensão
plenamente satisfatória do processo político.
Com efeito, segundo afirma Xifra Heras, de
forma lapidar, “a Ciência Política opera com
material humano e os fundamentos do poder e
da obediência são de natureza psicológica”.
• Se erro existe entre os que adotam essa
posição, decorre isso em larga parte do
empenho de alguns em quererem reduzir a
Ciência Política a simples capítulo da Psicologia
Social, o que inevitavelmente resultaria num
encurtamento intolerável do seu campo.
Considerações Finais sobre Ciência Política

• Ciência Política é o estudo da política, dos


sistemas políticos, das organizações políticas e
dos processos políticos. Envolve o estudo da
estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos
processos de governo, ou qualquer sistema
equivalente de organização humana que tente
assegurar segurança, justiça e direitos civis.
• Os cientistas políticos podem estudar
instituições como corporações (ou empresas, no
Brasil), uniões (ou sindicatos, no Brasil), igrejas,
ou outras organizações cujas estruturas e
processos de ação se aproximem de um
governo, em complexidade e interconexão.
• Disciplina que dedica-se ao estudo dos
fenômenos políticos. Avançando sobre esta
definição básica, podemos associar a ciência
política ao campo de estudos sobre governo,
em todos os níveis, suas instituições e atores
(políticos).
• De fato, é no contexto do aparato estatal que a
política se torna mais visível. Porém, a atividade
política é geral, ocorrendo em todas as
organizações, sejam elas empresas, sindicatos,
igrejas, etc.
• Para Mário Lúcio Quintão Soares a Ciência
Política é concebida como conhecimento
ordenado, racional, objetivo e metódico de uma
realidade política, a ser recepcionado pela
Teoria do Estado, permitindo-se se saber se é
possível, e de que modo, o Estado deve atuar
em mundo globalizado como uma estrutura real
e histórica.
• A Ciência Política preenche uma função
essencial, que é a de ajudar os cidadãos a
adquirir melhor compreensão dos fenômenos
políticos e, assim, exercerão maior influência
sobre sua comunidade e sobre a sociedade
como um todo.
• Quanto ao estudioso, a ciência política reserva
uma valiosa gama de referenciais teóricos, pois
não há produção científica sem teoria, e o
pensamento político clássico e contemporâneo,
fornece ferramentas importantes para entender
e explicar o complexo mundo social.
Teoria Geral do Estado
A Teoria Geral do Estado
• Já na Antigüidade, na Idade Média, e também
durante os séculos XVI em diante já se ouvia
rumores que tentavam explicar as instituições
sociais, políticas e o fenômeno estatal (a partir
do séc. XVI, com Maquiavel), demonstrando
uma relação pertinente com o tema da Teoria
Geral do Estado.
• Dessa forma, pode-se dizer que a primeira
manifestação da disciplina, enquanto conteúdo
sistematizado e autônomo, é devida ao autor
George Jellinek, por volta do ano de 1900, na
Alemanha.

Em sua obra "Teoria Geral do Estado" torna


claro o objeto da disciplina, que visa o estudo
aprofundado do Estado e suas implicações
sociais.
• Acrescenta-se que Jellinek sofreu grande
influencia das idéias do autor Gerber, também
alemão, que havia publicado, em 1865, a obra,
"Fundamentos de um Sistema de Direito Político
Alemão".
A obra de Jellinek foi um ponto de partida para o
estudo da disciplina, tendo sido traduzida em
diversos idiomas diferentes.
• Depois dessa primeira manifestação surgiram
em todo o mundo tantas outras com o mesmo
tema proposto na Teoria Geral do Estado,
porém com nomenclaturas diferentes.
• Em relação ao Direito Brasileiro, pode-se
afirmar que a disciplina era ministrada nos
cursos de Direito como parte do Direito Público
e Direito Constitucional. A partir dos anos de
1940, a disciplina Teoria Geral do Estado, foi
destacada do Direito Constitucional, tendo, pois,
autonomia.
• No Brasil foi atribuído à disciplina em questão o
nome Ciência Política, e algumas faculdades se
referiram a ela com o nome de Direito
Constitucional I.

Mas, independente da nomenclatura adotada,


atualmente, não resta dúvida que a Teoria Geral
do Estado possui caráter de extrema
importância, sendo estudo obrigatório nos
cursos de Direito.
• A disciplina Teoria Geral do Estado fornece um
estudo sistematizado sobre o fenômeno estatal,
desde seu surgimento, funcionamento,
finalidades e objetivos.

Tudo que exerça qualquer tipo de influencia no


surgimento ou no funcionamento do Estado será
objeto de estudo da Teoria Geral do Estado.
• Dessa forma, verifica-se que serão analisados
aspectos jurídicos e não jurídicos, como por
exemplo fatores políticos, que, embora não
sejam dotados de caráter jurídicos, influenciam
de uma maneira profunda o Estado.
O Estado: Conceito e Origem
• CONCEITO

• Para se compreender o conceito de Estado,


deve-se ter em mente o conceito de sociedade
e suas características, pois a seu modo o
Estado nada mais é do que uma sociedade
organizada política e juridicamente, visando o
bem estar social, possuindo poder determinado
e próprio, com território determinado.
•  Deve-se lembrar que não há um conceito-
definição uniformemente aceito.
• Darcy Azambuja: "É a organização político-
jurídica de uma sociedade para realizar o bem
público, com governo próprio e território
determinado".
• Dalmo de A. Dallari: “Todas as sociedades
políticas que, com autoridade superior, fixam as
regras de convivência de seus membros".
• Para Sahid Maluf: "Estado é o órgão executor
da soberania nacional”
• John W. Burgess (Sahid Maluf) : “Estado é uma
parte especial da humanidade considerada
como unidade organizada".
• Thomaz M. Cooley (Sahid Maluf): “Estado é
uma sociedade de homens unidos para o fim de
promover o seu interesse e segurança mútua,
por meio da conjugação de todas as suas
forças”.
• Clóvis Beviláqua (Sahid Maluf): "Estado é um
agrupamento humano, estabelecido em
determinado território e submetido a um poder
soberano que lhe dá unidade orgânica”.
• Kant (R. A. AMARAL VIANA): “reunião de uma
multidão de homens vivendo sob as leis do
Direito”.
• Marx (R. A. AMARAL VIANA): “O estado é o
poder organizado de uma classe para a
opressão de uma outra, isto é o poder de
opressão da classe exploradora (detentora do
capital) sobre as massas exploradas,
fornecedoras de mão-de-obra para acumulação
da riqueza (via mais-valia) da classe
exploradora".
• Oppenheimer (R. A. AMARAL VIANA) : “aquela
instituição social que um grupo vitorioso impõe a
um grupo vencido, com o único fim de organizar
o domínio do primeiro sobre o segundo e
resguardar-se contra rebeliões intestinas e
agressões estrangeiras”.
• ORIGEM DO TERMO ESTADO

• Não faz muito tempo que passou a ser


empregada a palavra Estado no sentido que a
conhecemos. Na antigüidade os gregos
utilizavam o termo polis. Os romanos
empregavam civitas.
• O termo Estado (derivado do latim status= estar
firme), com significado hoje conhecido foi
empregado pela primeira vez por Maquiavel (o
Príncipe), passando a ser utilizado pelos
italianos, sempre relacionado a cidades
independentes.
• O uso, para significar o Estado, como sociedade
política, aparece só no séc. XVI, o que, para
alguns autores, demonstra que o Estado só
passou a existir a partir de então.
• Hoje, pode-se afirmar que o termo é
universalmente utilizado; état (francês), staat
(alemão), state (inglês), stato (italiano) e estado
(português e espanhol).
• ORIGEM DO ESTADO

• É interessante destacar que não há um


consenso acerca da origem do Estado, do
mesmo modo como ocorre com a origem da
sociedade.
• Há três teorias existentes:

• O Estado sempre existiu, assim como a própria


sociedade, pois o homem sempre viveu
integrado numa organização social, dotada de
poder e com autoridade para determinar o
comportamento do grupo;
• 2) A sociedade existia sem que houvesse a
existência do Estado, o qual foi sendo criado
para atender as necessidades e conveniências
do grupo social;
• 3) O Estado, por ser somente a sociedade
política, dotada de certas características, só veio
a surgir no séc. XVII, destacando-se a Paz de
Westfália (1648), como marco do aparecimento
do Estado.
Elementos do Estado
1 - Soberania
• CONCEITO DE SOBERANIA

• O conceito de soberania, claramente afirmado e


teoricamente definido desde o século XVI, é um
dos temas que mais tem atraído a atenção dos
teóricos do Estado.
• Para Kaplan e Katzenbach, a soberania é um
“símbolo altamente emocional”. Soberania é
uma autoridade superior que não pode ser
limitada por nenhum outro poder.
Estado Antigo
• Não se falava em soberania. Durante o Estado
grego, Aristóteles, no Livro I, “A Política”, utilizou
o vocábulo “Autarquia”.
• O que se verifica é auto-suficiência, mas não
exercício de Poder.
• Em Roma, os poderes visualizados eram: civil
ou militar, que não apresentavam um Poder
Político que representasse o Poder uno e
indivisível do Estado.
Estado Medieval

• Nas Monarquias medievais, o poder de


suserania era de fundamento carismático e
intocável.
• No absolutismo monárquico, que teve seu
clímax em Luiz XIV, a soberania passou a ser o
poder pessoal exclusivo dos monarcas, sob a
crença generalizada da origem divina do poder
de Estado.
Estado Moderno

• A partir da Revolução Francesa, firmou-se o


conceito de poder político e jurídico, emanado
da vontade geral da Nação.
TEORIAS A RESPEITO DA SOBERANIA
• Com relação à Fonte do Poder Soberano,
existem várias teorias:
Teoria da Soberania Absoluta do Rei
• — Berço: França, séc. XVI
• — Destacado Teórico: Jean Bodin sustentou: “a
soberania do rei é originária, ilimitada, absoluta,
perpétua e irresponsável em face de qualquer
outro poder temporal ou espiritual”.
• → O poder de soberania era o poder pessoal do
rei e não admitia limitações.
• → O destacado teórico era contraditório quando
admitiu a limitação do poder de soberania pelo
Direito Natural.
Teoria da Soberania Popular
• Essa teoria teve como principais precursores
Suarez e Molina, entre outros.
• Ocorreu uma reformulação da Teoria do Direito
Divino Providencial: deixou-se de reconhecer o
poder soberano do rei e passou-se a
reconhecer um poder maior, exercido pelo povo,
no sentido amplo, acolhendo até mesmo os
estrangeiros residentes no país, sendo
reconhecida como soberania constitucional.
Teoria da Soberania Nacional
• A teoria da soberania nacional ganhou corpo
com as idéias político-filosóficas que
fomentaram o liberalismo e inspiraram a
Revolução Francesa: ao símbolo da Coroa
opuseram-se os revolucionários liberais o
símbolo da nação. Como frisou Renard, a Coroa
não pertencia ao Rei; o Rei é que pertencia à
Coroa. Esta é um princípio, é uma tradição, de
que o Rei é depositário, não proprietário do
Poder Soberano.
• → Da Escola Clássica Francesa nasceu a
Teoria da Soberania Nacional, da qual
Rousseau foi o mais destacado expoente. Esta
teoria foi desenvolvida por Esmein, Harior, Paul
Duez e outros que sustentaram que a Nação é a
fonte única do poder de soberania. O órgão
governamental só o exerce legitimamente
mediante o consentimento nacional.
• Idéia Central. Esta teoria é radicalmente
nacionalista: a soberania é originária da Nação,
no sentido estrito de população nacional – povo
no sentido estrito.
• A diferença entre a Teoria da Soberania Popular
e a da Teoria da Soberania Nacional é que a
primeira não se restringe ao nacional ou
nacionalizados.
• O conceito de soberania, na Escola Clássica
Francesa, envolve as seguintes características:
• A Soberania é una, porque não pode existir
mais de uma autoridade soberana em um
mesmo território. “É inadmissível a coexistência
de poderes iguais na mesma área da validez
das normas jurídicas”.
• A Soberania é indivisível. O poder soberano
delega atribuições, reparte competências, como
no caso dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, mas não divide soberania.
• A Soberania é inalienável, ou seja, não se
transfere a outrem. O Poder Soberano emana
do corpo social (entidade coletiva dotada de
vontade própria), constituída pela soma das
vontades individuais. Os representados devem
exercer o poder de soberania segundo a
vontade do corpo social consubstanciada na
Constituição e nas leis.
• A Soberania é imprescritível, ou seja, não sofre
limitações pelo tempo. Não se admite soberania
por tempo determinado.
Teoria da Soberania do Estado

• Esta teoria pertence às escolas alemã e


austríaca e divergem da Escola Clássica
Francesa e, portanto, contrária a Teoria da
Soberania Nacional.
• Esta teoria tem o alicerce na idéia de que a
única fonte de direito é o Estado, ou seja, na
Teoria Monística.
• Jellinek desenvolveu esta teoria, sob a idéia da
soberania ser a capacidade de
autodeterminação do Estado por direito próprio
e exclusivo. Jellinek desenvolveu o pensamento
de Rudolf Von Ihering.
• A Soberania, para esta teoria, é uma qualidade
do Estado.
• → Escola alemã e austríaca.
• “Toda forma de coação estatal é legítima,
porque tende a realizar o direito como
expressão da vontade soberana do Estado”.
• Para as escolas alemã e austríaca, lideradas,
respectivamente, por Jellinek e Kelsen, que
sustentaram a estabilidade integral do Direito, a
soberania é de natureza estritamente jurídica, é
um direito do Estado e é de caráter absoluto,
isto é, sem limitação de qualquer espécie, nem
mesmo do direito natural, cuja existência é
negada.
Teoria Negativista da Soberania

• A Teoria Negativista da Soberania é da mesma


natureza absolutista. Foi formulada por Léon
Duguit, desenvolvendo o pensamento de
Ludwig Gumplowicz: “A soberania é uma idéia
abstrata. Não existe concretamente. O que
existe é apenas a crença na soberania.
• Estado, Nação, Direito e Governo são uma só
realidade. Não há direito natural nem qualquer
outra fonte de normatividade jurídica que não
seja o próprio Estado e este conceitua-se como
organização da força a serviço do Direito. Ao
conceito metafísico de soberania nacional, opõe
Duguit o conceito simplista de regra de direito
como norma de direção social. Assim, a
soberania resume-se em mera noção de serviço
público”.
• A negação da soberania, acentuou Esmein, só
pode levar a um resultado claro: afirmar o reino
da força.
Teoria Realista ou Institucionalista
• A soberania é originária da Nação, mas adquire
expressão concreta e objetiva quando se
institucionaliza no órgão estatal, recebendo,
através deste, o seu ordenamento jurídico-
formal dinâmico.
• Este entendimento, evidentemente, não exclui a
possibilidade de retomar a Nação o seu poder
originário, sempre que o órgão estatal se
desviar dos fins legítimos, conflitando
abertamente com os fatores reais do poder.
• Caberia acrescentar, como inarredável verdade,
que todas as correntes doutrinárias da
soberania se resumem, afinal, numa afirmação
dogmática da onipotência do Estado.

• → A Soberania, para esta teoria, é um poder


relativo, sujeito a limitações.
Teoria da Soberania Partilhada

• Esta teoria foi extraída de uma palestra


ministrada em 24 de maio de 2001 pelo Profº. J.
J. Gomes Canotilho em Belém-PA. A base desta
teoria é a formação e o crescimento, não só
econômico, mas político da União Européia.
• Embora confrontando os juristas nacionais,
como Sahid Maluf, a teoria demonstra uma
espécie de parceria entre os países, de forma
que haveria um consenso entre os países
participantes da União Européia, exercendo,
assim, uma soberania partilhada.
Teoria da Soberania Limitada

• Esta teoria foi também baseada na Palestra do


profº. Canotilho, bem como em conversa
posterior com esta professora.
• Esta soberania, contemplando o Estado
Contemporâneo e o cenário internacional,
descreve uma soberania jamais imaginada, no
qual os países em desenvolvimento, por
problemas financeiros, dependeriam de
decisões estrangeiras para tomar decisões
simples, como, por exemplo, investir na
produção de energia elétrica.
• Limitações da Soberania. A soberania é
limitada pelos princípios de direito natural, pelo
direito grupal, isto é, pelos direitos dos grupos
particulares que compõem o Estado (grupos
biológicos, pedagógicos, econômicos, políticos,
espirituais, etc.), bem como pelos imperativos
da coexistência pacífica dos povos na órbita
internacional.
2 - Território

• Pode-se dizer que a noção de território é


fundamental à noção de Estado pois garante
que a soberania seja exercida de forma
eficiente, perante os indivíduos daquele local,
mantendo a estabilidade necessária para o
Estado funcione.
• Território então seria o espaço físico que
compreende e limita uma determinada ordem
jurídica, que será exercida exclusivamente
dentro daquele determinado local.
• Assim, pode-se dizer que num mesmo território
não poderão coexistir duas ordens jurídicas
diferentes, exercendo dois poderes soberanos
distintos.
• Pode-se dizer que nenhum Estado existe sem o
seu território delimitado. Não há regras quanto à
extensão mínima de um território. Mas deve-se
atentar que o Estado deverá, necessariamente,
possuir um território seu.
• A perda temporária do território não vai implicar
na dissolução do Estado desde que não seja
definitiva, ou seja, que haja possibilidades do
Estado recuperá-lo.
• O Estado, por atuar com seu poder soberano
perante o território, poderá dele usar e até
dispor, contanto que esteja dentro das
finalidades do estado.
O território será, então, impenetrável, por não
poder outra ordem jurídica influir, sendo o limite
de monopólio do poder soberano do Estado.
• Dessa forma, ao mesmo tempo que num
determinado território não poderão coexistir
duas ordens jurídicas diferentes, o território
garantirá que um Estado possa exercer o seu
poder de império dentro de suas delimitações.
• As fronteiras definem os limites de cada estado,
e podem ser naturais, quando decorrem de
barreiras geográficas que separam dois
estados, ou artificiais, quando negociada entre
os estados.
• Não somente as fronteiras são responsáveis
pelos limites de um território, mas há também as
dimensões do subsolo, extensão marítima e
espacial.
• Pode-se dizer que não há limites específicos
para o subsolo, haja vista que essa divisão não
geraria maiores complicações, pela
impossibilidade de um estado invadir o outro por
meio do subsolo.
• Já em relação às outras duas dimensões, como
vários problemas foram surgindo, foram criadas
várias regras para se evitar o conflito.
Depois de inúmeros critérios e debates, e os
vários motivos que se destacavam a cada época
(segurança, valores econômicos, higiene
sanitária, dentre outros), ficou determinado em
muitos tratados e convenções internacionais,
que o mar territorial, ou seja, a extensão do
continente que se projetaria e pertenceria ao
território do estado, seria de 200 milhas.
• Vale dizer que tal medida não poderá ser
uniforme para todos os estados do mundo uma
vez que entre as áreas há inúmeras diferenças
naturais e interesses distintos.
• Já em relação ao espaço aéreo, a situação é
um pouco mais complicada.
• É certo que o espaço existente em cima de
determinado território pertence ao Estado.

Contudo, foi convencionado entre os Estados o


direito de passagem inofensiva, para viabilizar a
passagem de um avião de um Estado pelo
território aéreo de outro, sem que isso signifique
ofensa à soberania.
• Dessa forma, o critério que prevalece seria o da
fixação de determinado limite de altitude para o
exercício da soberania de um determinado
estado.

Mas o assunto ainda não possui uma conclusão


totalmente determinada, gerando inúmeras
polêmicas, pois ainda não se definiu esse limite.
3 - O Povo

• Primeiramente é importante dizer que "povo" é


elemento essencial do Estado, e como tal
apresenta características próprias.

Dessa forma, é necessário se estabelecer


algumas distinções principais, pois é muito
comum que a noção do significado de "povo"
seja confundida com outros termos, que,
embora se pareçam, não podem ser utilizados
como sinônimos.
• Um dos termos que traz essa dificuldade seria
população. Por população entenda-se a mera
expressão numérica de pessoas que habitam
um determinado território.

Não há nenhuma especificação sobre o vínculo


a que essas pessoas estariam submetidas, mas
tão somente à quantidade de pessoas.
Outros termos que apresentam problemas de
distinção para "povo" seriam nação e
nacionalidade.
• O termo nação se refere a um Estado que
possui na população uma unidade homogênea,
ou seja, pessoas que possuem origens, cultura
e costumes comuns.

E o termo nacionalidade decorreria desse


conceito, caracterizando cada pessoa
pertencente à nação.
• Pode-se dizer que é um conceito mais
sociológico do que jurídico.
• Mas o termo "povo" é uma noção muito mais
específica do que as já citadas.

Vale dizer que durante a história a noção do


termo variou muito, de acordo com a cultura,
sendo, muitas vezes, uma noção extremamente
restritiva, em que apenas determinadas classes
estariam incluídas na condição de povo.
• Foi somente a partir do Estado moderno que a
noção de povo surge livre de qualquer
discriminação de classes.

A consagração do princípio do sufrágio universal


foi um dos grandes impulsos para que essa
idéia fosse reforçada.
• O termo povo, então, possui dupla significação
pois, sobre a população de um determinado
território, deverá existir uma relação de
subordinação e coordenação.
• Explicando, tem-se que uma relação de
subordinação é aquela em que os pólos da
relação encontram-se em situações diferentes,
sendo que uma parte está submetida ao poder
de outra.
• Essa é a relação que deverá existir entre a
população perante o poder do Estado, sendo
que os indivíduos terão de acatar esse poder.

Já as relações de coordenação são aquelas em


que as partes se encontram em situação de
plena igualdade, tendo as duas, poderes iguais
dentro da relação.
• Dessa forma, tem-se que os indivíduos que
compõem o Estado são, também, sujeitos de
direitos perante o poder do Estado, pois ao
Estado caberá garantir que cada indivíduo não
sofra ofensas aos seus direitos, tanto em
relação aos seus semelhantes, quanto em
relação ao em relação ao próprio Estado.
• É importante ressaltar que as pessoas, a partir
de um determinado momento se unem e
formam o Estado, possuindo com ele um vínculo
permanente.
Essas pessoas que participam tanto da
formação, quanto do exercício do poder do
Estado, são consideradas cidadãos.
• O indivíduo, desde o nascimento pode ter
adquirir a sua cidadania, mas dependendo do
Estado, poderá condicionar esse
reconhecimento a alguns requisitos, que
somente depois de preenchidos é que o
indivíduo terá a sua cidadania.

Pode-se fazer uma distinção entre cidadania e


cidadania ativa.
• A cidadania é a condição adquirida pelo
indivíduo no próprio nascimento.

Já a cidadania ativa é a aquela em que o


indivíduo somente adquire se comprovado o
atendimento a alguns requisitos exigidos.
• Vale dizer que a condição de cidadão de um
indivíduo o tornará sujeito de direitos e deveres
perante um determinado Estado, e essa
condição acompanhará esse indivíduo ainda
que ele esteja localizado em outro território.
• Importante dizer que o indivíduo pode perder a
sua cidadania ativa, se por acaso deixar de
possuir algum dos requisitos exigidos.
• Contudo, a cidadania "simples" somente será
perdida em casos totalmente excepcionais, pois
o indivíduo que perdeu a sua, corre o risco de
ficar se nenhuma outra proteção, dificultando a
própria interação do indivíduo com seus
semelhantes.
Finalidade do estado
• Dalmo Dallari, apoiado em Groppali, sustenta a
idéia de que a finalidade é elemento essencial
do Estado. Para Groppali e J. J. Gomes
Canotilho, o Estado tem como finalidades
proporcionar a defesa, a ordem, o bem-estar e o
progresso aos grupos sociais.
• Finalidade e funções do Estado

• Kelsen e Mortati não acreditam que seja função


da Teoria do Estado se ocupar da finalidade do
Estado. O primeiro, por entender que se trata
de uma questão política, e o segundo, por
entender que a finalidade do Estado é
demasiado genérica, não havendo interesse em
estudá-la.
• Para Alexandre Gropalli, é essencial a
afirmação da existência da finalidade como
elemento essencial do Estado, pois é absurdo
recusar-se que a defesa, a ordem, o bem-estar
e o progresso, que representam o fim supremo
de qualquer Estado em qualquer tempo, sejam
elevados a elementos formadores do Estado,
uma vez que tais finalidades constituem o
conteúdo de toda a atividade estatal,
determinando mesmo a estrutura fundamental
do Estado.
Classificação
• Fins objetivos: prende-se à indagação sobre o
papel representado pelo Estado no
desenvolvimento da história da Humanidade.
• Fins universais objetivos: fins comuns de
todos os Estados de todos os tempos (Platão e
Aristóteles e da maioria dos autores).
• Fins particulares objetivos: cada Estado tem
seus fins particulares, que resultam das
circunstâncias em que eles surgiram e se
desenvolveram e que são condicionantes de
sua história. Não é aceita essa teoria, porque
esses fins se confundem com os interesses
desses Estados, ou, até mesmo, de seus
governos.
• Fins subjetivos: Jellinek concorda com a idéia
dos fins subjetivos, e o que se atêm aos fins
subjetivos é o encontro da relação entre o
Estado e os fins individuais.

• Sob o ponto de vista do relacionamento do


Estado com os indivíduos, encontra-se outra
classificação para os fins do Estado
• Fins expansivos: aqui se enquadram todas as
teorias que, dando grande amplitude aos fins do
Estado, preconizam o seu crescimento
desmesurado a tal ponto que acaba anulando o
indivíduo.

• Os fins expansivos se dividem em Utilitários e


éticos.
• Utilitários: indicam como bem supremo o
máximo desenvolvimento material, mesmo que
isso se obtenha com o sacrifício da liberdade e
de outros valores fundamentais da pessoa
humana. A idéia do Estado do bem-estar é uma
das expressões dessa linha de pensamento,
sustentando que a consecução de uma situação
material bem favorável dará aos homens plena
satisfação, desaparecendo todas as
necessidades.
• Éticos: preconizam a absoluta supremacia de
fins éticos, sendo este o fundamento do Estado
ético. O que ocorre é um exagerado moralismo,
que fornece a base para a supremacia absoluta
da vontade dos governantes, pois são estes que
ditam as regras morais em nome do Estado.
• Fins limitados: são favoráveis aos fins
limitados, reduzindo ao mínimo as atividades do
Estado, todas aquelas teorias que dão ao
Estado a posição de mero vigilante da ordem
social, não admitindo que ele tome iniciativas,
sobretudo em matéria econômica.
• Fins relativos: trata-se de uma nova posição,
que leva em conta a necessidade de uma
atitude nova dos indivíduos no seu
relacionamento recíproco, bem como nas
relações entre o Estado e os indivíduos.
O Poder
• O estudo do poder do Estado é de extrema
importância pois o Estado não poderia existir
sem ele, sendo, dessa forma, um atributo
essencial do Estado.

A princípio é importante se fazer uma distinção


entre as denominações: poder de império do
Estado e soberania estatal.
• A primeira designa o poder que o Estado exerce
internamente sobre os indivíduos que o
compõem; já a soberania é autodeterminação
do Estado, tanto no seu âmbito interno, em
relação ao povo, quanto ao seu âmbito externo,
em relação aos outros Estados.
• O poder do Estado é um poder diferenciado, e
para se estabelecer quais seriam suas
características principais é importante verificar a
qual classificação ele pertence.
• Há então dois gêneros de poder: poder
dominante e poder não dominante.

O poder não dominante é o poder característico


das sociedades que não são Estado, em que o
indivíduo participa voluntária ou
involuntariamente.
• É uma forma de poder que não possui força
ativa para se auto-afirmar, e os indivíduos que o
obedecem, não são coagidos a isso, de forma
que o vínculo se desfaz facilmente, por ato de
vontade do indivíduo.
Já o poder dominante é típico dos Estados, que
o exerce de forma imperativa, não existindo
outra forma de poder que concorra com este.
• Vale dizer que caso o exercício desse poder
encontre qualquer tipo de resistência, o poder
dominante será exercido, inclusive, pelo uso da
força.
O poder dominante é originário, pois é dele
mesmo que decorre a noção desse poder, que
será exercido mediante a elaboração e
aplicação de leis, diante de um determinado
povo, nos limites de um determinado território.
• Pode-se dizer que esse poder é também
irreversível, pois quando encontrar resistência
no seu cumprimento, tem a possibilidade de
utilizar a força, de modo a coagir as pessoas a
observá-lo.
O poder dominante, característico dos Estados,
é poder político ou poder jurídico?
• Há duas teorias opostas que tratam do assunto.

Há uma teoria que afirma que o poder é político,


sendo exercido de maneira absoluta e ilimitada.

Já a teoria oposta afirma que o poder é jurídico,


ou seja, somente exercido mediante critérios e
princípios elencados em lei.
Hans Kelsen é o jurista que defende a corrente
que afirma ser o poder jurídico e não político.
• Kelsen afirma que no poder jurídico, os
indivíduos, ao observarem as normas, realizam
condutas que constituem dever jurídico, e
caberá ao Estado garantir que essas condutas
se dêem de acordo com a ordem imposta pelo
poder de império.
• Assim, o poder será exercido sobre os
indivíduos apara que se possa atingir um fim,
sendo esse jurídico, e nunca político.
• Dessa forma, acredita Kelsen que não há no
poder do Estado qualquer vestígio de poder
político, isso em relação aos três elementos
caracterizadores do Estado, quais sejam, povo,
território e o próprio poder (tido como
autoridade).
• Kelsen afirma, ainda, em sua teoria que há uma
norma fundamental, que é anterior a tudo e que
não foi elaborada por ninguém, e que dela
decorreriam todas as outras, inclusive o poder
do Estado.
• Essas afirmações foram criticadas, por trazerem
fragilidade ao poder do Estado enquanto
essencialmente jurídico. Ora, se a norma
fundamental é anterior a tudo e não há uma
autoria certa, como garantir que tal norma não
contém aspectos políticos.
• Atualmente a concepção é de que o poder é
jurídico, embora seja admitido entre os autores
que há graus de juridicidade do poder do
Estado, pois nem sempre o poder será
exclusivamente jurídico, sendo verificado no
poder, vestígios de poder político.
• Dessa forma, segundo os graus de juridicidade,
o poder poderá ser exercido em seu grau
máximo ou mínimo.
Será exercido em seu grau máximo quando se
der totalmente de acordo com as normas
jurídicas, e em seu grau mínimo quando for
exercido diretamente para a realização de um
determinado fim, mas sem estar totalmente
preso às normas.
Formas de Governo
Governo- é a própria soberania posta em ação.
- Complexo que disciplina o exercício do poder.
- Autoridade, possibilidade de suscitar obediência
- Conjunto das funções necessárias à manutenção
da ordem jurídica e da administração pública.
• Seu requisito essencial é a independência tanto
na ordem interna como na ordem externa. Se o
governo não é independente e soberano não é
um estado perfeito e sim um semi- Estado.
• Alguns doutrinadores colocam o governo como
elemento constitutivo do Estado no lugar de
poder.
• Governo é o conjunto das funções pelas quais,
no Estado, é assegurada a ordem jurídica. Este
elemento estatal apresenta-se sob várias
modalidades; quanto a sua origem, natureza e
composição, do que resultam as diversas
formas de governo.
Três aspectos de direito público interno devem ser
considerados;
a) segundo a origem do poder; o governo pode
ser de direito ou de fato;
- Governo de direito - é aquele que foi
constituído de conformidade com a lei
fundamental do Estado, sendo, por isso,
considerado como legítimo perante a
consciência jurídica da nação.
- Governo de fato - é aquele implantado ou
mantido por via de fraude ou violência.
b) pela natureza das suas relações com os
governados, pode ser legal ou despótico;
- Governo legal - é aquele que, seja qual for a
sua origem, se desenvolve em estrita
conformidade com as normas vigentes de direito
positivo. Subordinando-se ele próprio aos
preceitos jurídicos, como condição de harmonia e
equilíbrio sociais.
- Governo despótico - ao contrário do governo
legal, é aquele que se conduz pelo arbítrio dos
detentores eventuais do poder, oscilando ao sabor
dos interesses e caprichos pessoais.
c) quanto à extensão do poder pode ser
constitucional ou absolutista
- Governo constitucional - é aquele que se
forma e se desenvolve sob a égide de uma
constituição, instituindo a divisão do poder em três
órgãos distintos e assegurando a todos os
cidadãos a garantia dos direitos fundamentais,
expressamente declarados.
- Governo absolutista - é o que concentra todos
os poderes num só órgão. Tem suas raízes nas
monarquias de direito divino e se explicam pela
máxima do cesarismo romano que dava a vontade
do príncipe como fonte da lei.
Classificação essencial de Aristóteles.
Aristóteles classificava em duas as formas de
governo;
- Normais - que têm por objeto o bem da
comunidade, atendem aos interesses gerais e,
- Anormais - aquelas que visam somente
vantagens para os governantes.
• As formas Normais ou Puras, segundo a
classificação de Aristóteles, ainda aceitas, são;

• a) Monarquia - governo de uma só pessoa. A


monarquia caracteriza-se pela Honra
(Montesquieu). Forma anormal é a Tirania.
• b) Aristocracia - governo de uma classe
restrita. A Aristocracia caracteriza-se pela
Moderação (montesquieu). Forma anormal é a
Oligarquia.
• c) Democracia - governo de todos os cidadãos.
A Democracia caracteriza-se pela Virtude
(Montesquieu). Forma anormal é a Demagogia.
• Alguns escritores acrescentam uma quarta
expressão, a Teocracia (considerada
simplesmente uma modalidade de aristocracia
ou oligarquia ou plutocracia), que tem como
forma anormal a Clerocracia (governo
despótico dos sacerdotes), cuja classe
governante pode ser formada por nobres,
sacerdotes, detentores do poder econômico ou
qualquer outro grupo social privilegiado,
formando uma aristocracia dominante.
• Qual a melhor forma de governo? "A
corrupção pode ser idêntica em todas as formas
de governo; o principal não é o regime em si,
mas a virtude na execução dele (Fenelon)".
• Monarquia e República.

• Segundo Maquiavel (considerado fundador da


ciência política moderna), são duas as formas
de governo: Monarquia (ou principado) e
República, ou seja, governo da minoria ou da
maioria.
- Monarquia - O governo é hereditário e vitalício,
e suas características são (segundo Queiroz
Lima);
a) autoridade unipessoal;
b) vitaliciedade;
c) hereditariedade;
d) ilimitabilidade do poder e indivisibilidade das
supremas funções de mando;
e) irresponsabilidade legal, inviolabilidade corporal
e sua dignidade.
• Esse conjunto de características pertence à
monarquia absoluta. Às monarquias, mesmo,
pertencem somente as duas primeiras
características.
• A forma monárquica não se refere apenas aos
soberanos coroados; os consulados e as
ditaduras também
• A monarquia se subdivide em:
- Monarquia Absoluta - todo o poder se
concentra na pessoa do monarca. Exercendo ele,
por direito próprio, as funções de legislador,
administrador e supremo aplicador da justiça,
agindo por seu exclusivo arbítrio, prestando
contas de seus atos somente à Deus, justificando-
se pela origem divina de seu poder.
• Na crença popular da origem sobrenatural do
poder exercido pelos soberanos coroados
repousou a estabilidade das instituições
monárquicas desde a mais remota antigüidade
até o limiar da Idade Moderna.
• Entre as monarquias absolutistas se incluem o
cesarismo romano, o consulado napoleônico e
certas ditaduras latino-americanas.
- Monarquia Limitada - o poder central se reparte
admitindo órgãos autônomos de função paralela,
ou se submete esse poder às manifestações da
soberania nacional. Podem ser de três tipos;
a) Monarquia de estamentos (monarquia de
braços) - é aquela onde o rei descentraliza certas
funções que são delegadas a elementos da
nobreza reunidos em Cortes, ou órgãos
semelhantes que funcionam como desdobramento
do poder real. Geralmente eram delegados a
esses órgãos funções de ordem tributiva. É forma
antiga típica do regime feudal. Normalmente
nomeava pessoa de sua confiança, devido a
administração do poder estatal. Classe social,
status.
b) Monarquia Constitucional - é aquela em que
o rei só exerce o poder executivo, ao lado dos
poderes legislativo e judiciário, nos termos de uma
constituição escrita (Bélgica, Holanda, Suécia,
Brasil-Império). Só o que está no ordenamento
jurídico. O que o ordenamento determinar.
c) Monarquia parlamentar - é aquela em que o
rei não exerce função de governo - o Rei reina
mas não governa -, segundo a fórmula dos
ingleses. O poder executivo é exercido por um
Conselho de Ministros (gabinete) responsável
perante o Parlamento. A rainha é a chefe do
Estado e o Primeiro Ministro é o chefe do
Governo. O ponto negativo neste sistema é que
precisa de "cidadão".
• Ao rei se atribui um quarto poder - Poder
Moderador - com ascendência moral sobre o
povo e sobre os próprios órgãos
governamentais, "símbolo vivo da nação",
porém, sem participação ativa no funcionamento
da máquina estatal. É forma decorrente da
adoção do sistema parlamentarista no Estado
monárquico. O Rei preside a Nação; não
propriamente o governo. Firma tratados. Política
externa.
• Atenção: - Formas de Governo = Monarquia
e República.
• Sistemas de Governo = Presidencialismo e
Parlamentarismo
- República
Características fundamentais;
- Temporalidade - mandato com duração
determinada.
- Eletividade - eleito pelo povo.
- Responsabilidade - deve prestar contas.
Politicamente responsável.
• No Estado moderno a soberania é do povo.
Governo do povo para o povo. A origem é o
povo que é a fonte do poder estatal. O povo
como razão de existir.
• Do - fonte; (do povo)
• Pelo - fundamento; (pelo povo)
• Para - liberar. (para o povo).
• Valores - Liberdade e Igualdade.
• Liberalismo clássico Revolução Francesa =
Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
• Objetivo - Afirmação da soberania popular.
• Benefício - Aumento da participação do povo
no governo; limitação de poder dos
governantes, com atribuição de
responsabilidade política; liberdade individual.
Pressupostos;
- investir no social para dar dignidade à pessoa,
em vista do equilíbrio.
- Econômico -
- Informação -
- Bipartidarismo
• A principal característica da Democracia é a
liberdade.
• "o governo renova-se mediante eleições
periódicas - Maquiavel". É o governo temporário
e eletivo.
• As características essenciais da forma
republicana são a eletividade e a
temporariedade.
• "Existirá República toda vez que o poder, em
esferas essenciais do Estado, pertencer ao povo
ou a um Parlamento que o represente"(Prof.
Machado Paupério).
• A República pode ser aristocrática ou
democrática.
• República Aristocrática - é o governo de uma
classe privilegiada por direitos de nascimento ou
de conquista. É o governo dos melhores, no
exato sentido do termo, pois a palavra
aristocracia não corresponde, especificamente,
a nobreza, mas a escol social, isto é, os
melhores da sociedade. Atenas e Veneza foram
Repúblicas aristocráticas.
• A República aristocrática pode ser direta poder
de governo exercido diretamente pela classe
dominante em assembléias gerais) ou indireta
(delegados eleitos, em assembléia
representativa) admitindo, teoricamente a forma
semidireta. Exemplo: - política café-com-leite ou
a dos militares. É o governo alternado dentro de
uma classe.
• República Democrática - é aquela em que todo
poder emana do povo, podendo ser direta,
indireta ou semidireta. Qualquer um que,
preenchendo os requisitos estatais, pode
assumir esse lugar.
• República Democrática Direta - governa a
totalidade dos cidadãos, deliberando em
assembléias populares, como faziam os gregos
no antigo Estado ateniense. Atualmente está
completamente abandonado, em face da
evolução social e da crescente complexidade
dos problemas governamentais.
• Soberania de todos.
• República Democrática indireta ou
representativa - é a solução racional,
apregoada pelos filósofos dos séculos XVII e
XVIII e concretizada pela Revolução Francesa.
• Firmado o princípio da soberania nacional e
admitida a impraticabilidade do governo direto,
apresentou-se a necessidade irrecusável de se
conferir, por via do processo eleitoral, o poder
de governo aos representantes ou delegados da
comunidade (sistema representativo).
• O poder público se concentra nas mãos de
magistrados eletivos, com investidura
temporária e atribuições predeterminadas.
• "República não é coexistência de três poderes,
mas a condição que, sobre existirem os três
poderes constitucionais, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário, os dois primeiros
derivam, realmente, de eleição popular"(Rui
Barbosa).
• Os Poderes Legislativo e o Executivo são eleitos
pelo povo, pelo sufrágio universal. E o Poder
Judiciário, sua composição, obedece ao
princípio da nomeação, pelos outros dois
poderes pois, os atos desse Poder decorrem da
vontade da lei e não do arbítrio dos
magistrados.
• A eletividade é a regra, em face da verdadeira
doutrina republicana democrática.
• República Democrática Semidireta ou Mista -
Miscigenação dos dois. O povo se contrapõe ao
Estado. Precisa de soberania e Congresso
nacional. Consiste esse sistema em restringir o
poder da assembléia representativa,
reservando-se ao pronunciamento direto da
assembléia geral dos cidadãos os assuntos de
maior importância, particularmente os de ordem
constitucional (Suiça e alguns Estados da
federação norte-americana)
• A delegação de poderes, neste sistema, é feita
com as devidas restrições, de tal sorte que os
problemas considerados de vital importância
nacional são decididos pelo próprio povo por
processos típicos de democracia direta, como o
referendum, a iniciativa popular, o veto popular,
etc.
• Em todos os casos de conflitos entre os poderes
do Estado, reforma constitucional, ratificação de
tratados, empréstimos externos, etc. decide o
povo em última instância.
• Os EUA introduzem cada vez mais no sistema
institutos de democracia direta.
• O Brasil, pela Constituição de 1946, adotou o
plebiscito, em tudo semelhante ao referendum,
para a solução dos casos de divisas internas,
administrativas ou judiciárias, subordinando as
decisões das câmaras representativas ao
pronunciamento das populações interessadas.
• Os institutos de manifestação da soberania
nacional, que integram a doutrina republicana
são:
• Referendum - O Estado faz a lei, apresenta
para o povo e pergunta o que faz com ela..
Identifica o conflito, elabora a solução e a
apresenta a votação. Eu sei o que vem.
• O referendum pode servir como instrumento de
limitação do poder das assembléias
representativas. Não tem o mesmo alcance das
assembléias populares; o povo não formula
soluções; apenas se manifesta sobre o
problema que lhe é submetido, aprovando ou
desaprovando a solução proposta.
Para Queiroz Lima referendum é fator de equilíbrio
democrático pois;
a) está em harmonia com os mais puros princípios
democráticos.
b) Constitui poderoso obstáculo ao despotismo
possível das assembléias.
c) Assegura perfeita concordância de vistas entre
a maioria parlamentar e a opinião dominante no
país.
d) É valioso instrumento de pacificação e
estabilidade.
• No entanto, o referendum tem sido usado
abusivamente para legitimar atos de usurpação
da soberania nacional (Napoleão, Hitler;
Salazar, etc.) perdendo, assim, sua
característica essencial de instituto democrático.
• Plebiscito - Identifica o conflito e pergunta ao
povo se, no futuro, elabore a lei. Não sei o que
vem. É consulta feita à priori, e a solução obtida
sobrepõe-se à vontade das assembléias
representativas.
• No plano internacional, fundado na doutrina do
livre arbítrio dos povos, é adotado para a
solução de contendas várias.
• Como individualização do direito geral que tem
cada povo de dispor de si mesmo, o plebiscito,
no direito internacional ou no público interno, é
afirmação solene do princípio da soberania
nacional e instrumento de contenção dos
desmandos das assembléias representativas.
• Iniciativa popular - direito assegurado à
população de formular projetos de lei e
submetê-los ao Parlamento. Tal projeto,
assinado por determinado número de eleitores,
será obrigatoriamente recebido como objeto de
deliberação pela assembléia legislativa.
• Veto popular - faculdade concedida ao povo de
recusar uma lei emanada do Parlamento.
Embora aprovada, sancionada e promulgada, a
lei será anulada se contra ela manifestar-se a
maioria do corpo eleitoral.
• Recall - processo de pronunciamento popular,
de natureza plebiscitaria, dirigido pela
assembléia representativa.
Os Partidos políticos
• Partido - No sentido político, é o vocábulo
indicado para designar a organização, que tem
por finalidade agregar ou arregimentar
elementos para defesa de programas e
princípios políticos, notadamente para sufragar
os nomes de seus membros aos cargos
eletivos.
• Segundo os princípios políticos adotados, cada
partido toma uma denominação própria ou
alusiva aos mesmos princípios, dizendo-se,
assim, conservador, liberal, socialista,
democrata, republicano, etc.
• É livre a sua criação, fusão, incorporação e
extinção, resguardados a soberania nacional, o
regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e
observados os preceitos de caráter nacional,
proibição de recebimento de recursos
financeiros ou de subordinação a entidade ou
governo estrangeiros, prestação de contas à
Justiça Eleitoral e funcionamento parlamentar
regular e legal.
• Tem autonomia para definir sua estrutura
interna, organização e funcionamento, devendo
seu estatuto estabelecer normas e fidelidade e
disciplina partidárias.
• Deve registrar-se no TSE; tem direito a recursos
do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e
à televisão; sendo-lhe vedada a utilização de
organização paramilitar.
• O sistema democrático representativo
consiste, formal e substancialmente, numa
organização
• estatal fundada na existência de partidos
políticos, considerados como órgãos de
coordenação e manifestação da vontade
popular, visto que todo poder emana do povo
e em seu nome será exercido.
• Levando em conta essa conceituação
axiomática, as Constituições republicanas
brasileiras consignaram nos seus textos, como
reconhecimento expresso e como definição, a
afirmação de que o estado Democrático tem
como um dos seus fundamentos o pluralismo
político.
• É generalizado o conceito simplista de
democracia representativa como Estado de
Partidos, ilustrando-se a idéia de que não se
pode conceber esse sistema de governo sem a
pluralidade de partidos políticos.
• Discute-se no campo doutrinário a verdadeira
natureza dos partidos políticos, dividindo-se as
opiniões em dois grupos principais:
• a) dos que defendem a concepção puramente
social; sintetizada no pensamento de Bluntschli,
para quem "os partidos não são instituições de
direito público, nem membros do organismo do
Estado, senão agremiações sociais de fins
políticos, corporações político-sociais, de fundo
eminentemente sociológico.
• b) dos que sustentam a natureza jurídica dos
partidos políticos como institutos de direito
público interno. Sustenta o entendimento de
que partidos políticos são autênticas instituições
de direito,público interno. Revestem-se de
aspecto jurídico-formal e condicionam-se à
disciplina traçada pelo Estado.
• Para o tecnicismo radical de Kelsen, são
órgãos destinados à formação da vontade
estatal.
• Autores modernos, reunindo as duas
concepções, fixaram um conceito integral dos
partidos políticos, considerando-os ao mesmo
tempo como agremiações político-sociais e
instituições jurídicas de direito público interno.
Portanto, como entidades de natureza
sociológica, reguladas pelo direito estatal.
• Conclui Linhares Quintana: "Cabe ao Estado
Moderno reconhecer os partidos políticos como
corporações político-sociais necessárias e dar-
lhes normas para que respondam eficazmente à
função que tendem a cumprir".
• Pinto ferreira dá-nos uma noção genérica, que
reúne a dupla natureza social e jurídica: "O
partido político é uma associação de pessoas
que, tendo a mesma concepção de vida sobre a
forma ideal da sociedade e do Estado, se
congrega para a conquista do poder político a
fim de realizar um determinado programa".
• Qualquer definição de partido político se prende,
sempre, a uma determinada posição ideológica
ou doutrinária no campo vasto da ciência
política.
• Três concepções se chocam, com referência às
diversas características de sistemas partidários,
definidas pelas relações que se estabelecem
entre o Estado e os partidos políticos:
• a) Democrática - funda-se na concepção do
Estado pluripartidário, afirmando que os partidos
políticos, como entidades sociais ou instituições
jurídicas, ou ainda na sua dupla natureza social
e jurídica, são indispensáveis à realização do
ideal democrático. Verdadeiros instrumentos de
realização do governo.
• Pluripartidarismo que o povo possa
acompanhar. O estado não pode interferir. É o
povo quem controla a existência ou não dos
partidos. Pluripartidarismo mas não em demasia
pois, partidos em demasia demonstra
desorganização estatal. Por opção da base é
democrático, mesmo que só com um partido.
• b) Marxista - desenvolvida por Lenin e Stalin,
atribui aos partidos políticos uma existência
precária e transitória, necessária apenas na
fase evolutiva da sociedade, até alcançar o
estágio superior da ordem comunista ideal.
• Completada a evolução, com o aniquilamento
completo da ordem burguesa, a abolição da
propriedade privada, a supressão das
desigualdades políticas e econômicas, o
desaparecimento total da divisão social em
classes antagônicas, então, os partidos
políticos, mantidos como mal necessário, como
elementos naturais das lutas pela transformação
social, tendem à desaparecer, como o próprio
Estado, que se transformará em simples órgão
de administração do patrimônio comum.
• C) Fascista - Resume-se na tese do partido
único, entrosado com o próprio poder estatal. O
Estado unipartidário se impôs com o fascismo
italiano e o nazismo alemão, propagando-se
com os chamados Estados-novos, e permanece
como solução indicada na doutrina neofascista.
Partido político de quem detém o poder. Tem
intervenção estatal.
• Os partidos políticos, analisadas as três
concepções, classificam-se em três
modalidades principais: (o que define é a linha
filosófica)
• a) Partidos direitistas - a direita era a ditadura,
a intervenção.
• b) Partidos esquerdistas.
• c) Partidos centristas.
• O radicalismo não é benvindo em nenhum dos
três, muito menos na esquerda, pois impede a
evolução.
• O objetivo dos partidos políticos é estruturar o
Estado para cumprir sua finalidade que é o bem
comum.
• A fidelidade partidária quem cobra é a base, o
povo, que tem de ser consciente para isso. Os
partidos de centro surgem como uma reação a
preconceitos da época da ditadura.
• Segundo o Prof. Pinto ferreira, "A existência dos
partidos direitistas, esquerdistas e moderados é
indiscutível, pois, em todo tempo e em todos os
países, uma parte da sociedade é
conservadora, tradicionalista, enquanto a outra
procura a renovação, a mudança, a
transformação das instituições em favor das
maiorias desvalidas e desamparadas.
• Dentro destas duas tendências cabem diversas
variantes doutrinárias. Já os partidos
moderados são núcleos circunstanciais, de
transição, que costumam aparecer como
reações provocadas pelos excessos cometidos
por direitistas ou esquerdistas no uso do poder
público".
• No Brasil, os dois primeiros partidos políticos,
sob a denominação clássica de Conservador e
Liberal, surgiram na fase final da Regência
Trina, durante a legislatura de 1838.
• Ainda durante o Império, foi constituído o
vigoroso Partido Republicano (1870), o qual,
recebendo a influência da chamada "política dos
governadores", desdobrou-se em agremiações
políticas provinciais, destacando-se duas
correntes. O Partido Republicano Paulista (PRP)
e o Partido Republicano Mineiro (PRM), que
representavam as tendências conservadoras e
liberais da sociedade.
• Os Partidos Políticos Brasileiros, no tocante à
sua natureza jurídica, mantiveram-se desde o
Império até a República de 1964 como
corporação político-sociais, conservando a
natureza jurídica de associação civil, sem uma
regulamentação estatal própria.
• Nessa condição, falharam em quase todas as
épocas decisivas da nossa vida constitucional,
culminando com o seu total desprestígio total
em 1964.
• A Constituição de 1969 procurou reformá-la em
novas bases, concretizando-se na Lei Orgânica
dos Partidos Políticos (Lei 5.682, de 20.07.1971
e alterações posteriores e Lei Complementar
n.42, de 01.02.1982), segundo a qual os
partidos políticos passaram a ser, efetivamente,
pessoas jurídicas de direito público interno, com
a missão precípua de "assegurar, no interesse
do regime democrático, a autenticidade do
sistema representativo".
• A Constituição de 1.988 consagrou
definitivamente o sistema democrático do
pluripartidarismo, assegurando a liberdade de
criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos. Os limites dessa liberdade
situam-se no resguardo da soberania nacional,
do regime democrático, do pluripartidarismo e
dos direitos fundamentais da pessoa humana
(art. 17 da CF).
• Os partidos políticos adquirem personalidade
jurídica na forma da lei civil, e registrarão seus
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (art. 17
CF).
• Como instituição sócio-jurídica, organizada para
servir à comunidade nacional, tem o Estado a
finalidade de promover a concretização dos
ideais nacionais de paz, de segurança e de
prosperidade.
• Sendo a própria nação politicamente
organizada, representa o estado o órgão
normativo e disciplinador dos elementos sociais.
É a organização da força a serviço do direito.
• Os fins do estado são os da comunidade
nacional.
• O Estado é meio pelo qual a nação procura
atingir seus fins. Não pode, pois, possuir fins
outros que não sejam os da nação. Que lhe dá
causa, que determina a sua organização e que
traça as diretrizes de sua atividade.
• A necessidade de governar por meio de
representantes deixa para o povo o problema da
escolha desses representantes. Cada indivíduo
tem suas aspirações, seus interesses, suas
preferências a respeito das características dos
governantes.
• E quando se põe concretamente o problema da
escolha é natural a formação de grupos de
opinião, cada um pretendendo prevalecer sobre
os demais.
• Tendo se afirmado no início do século XIX como
instrumentos eficazes da opinião pública, dando
condições para que as tendências
preponderantes no Estado influam sobre o
governo, os partidos políticos se impuseram
como o veículo natural da representação
política. Em conseqüência, multiplicaram-se
vertiginosamente os partidos, apresentando as
mais variadas características.
• A crítica aos partidos políticos, que envolve a
crítica à própria representação política, tem
indicado aspectos favoráveis e negativos:
• - A favor dos partidos argumenta-se com a
necessidade e as vantagens do agrupamento
das opiniões convergentes, criando-se uma
força grupal capaz de superar obstáculos e de
conquistar o poder político, fazendo prevalecer
no Estado a vontade social preponderante.
• Além dessa necessidade para tornar possível o
acesso ao poder, o agrupamento em partidos
facilita a identificação das correntes de opinião e
de sua receptividade pelo meio social, servindo
para orientar o povo e os próprios governantes.
• - Contra a representação política, argumenta-
se que o povo, mesmo quando o nível geral de
cultura é razoavelmente elevado, não tem
condições para se orientar em função de idéias
e não se sensibiliza por debates em torno de
opções abstratas. Assim, no momento de votar
são os interesses que determinam o
comportamento do eleitorado, ficando em plano
secundário a identificação do partido com
determinadas idéias políticas.
• Assim, os partidos são acusados de se ter
convertido em meros instrumentos para a
conquista do poder, uma vez que raramente a
atuação de seus membros condiz fielmente com
os ideais enunciados no programa partidário.
Em lugar de orientarem o povo, tiram-lhe a
capacidade de seleção, pois os eleitores são
obrigados a escolher entre os candidatos
apontados pelos partidos.
• No entanto, pode-se dizer que os partidos
políticos poderão ser úteis, apresentando mais
aspectos positivos que negativos, desde que
sejam autênticos, formados espontaneamente
e com a possibilidade de atuar livremente.
• Neste caso, podem exercer uma função de
extraordinária relevância, preparando
alternativas políticas, sendo oportuno lembrar
que a existência dessas alternativas é
indispensável para a caracterização do Estado
Democrático.
Princípios e sistemas eleitorais
• SUFRÁGIO - exprime a manifestação da
vontade de um povo, para escolha de seus
dirigentes, por meio do voto. Traduz o direito de
votar, de escolher pessoas ou de aprovar atos
por meio de votos.
• É o meio pelo qual se manifesta a vontade do
povo na formação do governo democrático. É o
processo legal de escolha das pessoas que irão
representar o povo no exercício das funções
eletivas. É a organização política do
assentimento.
• Sufrágio não é somente o instante exato de
votar, o ato de votar, mas sim, todo o processo
eletivo, (desde a formação de um partido,
escolha do candidato, etc.) todo o processo
eleitoral, cujo momento culminante é o voto.
Não é sinônimo de voto que é o momento da
escolha.
• Sufrágio Universal: No exato sentido do termo,
sufrágio universal, deveria entender-se como a
participação ativa da totalidade dos habitantes
do país nas eleições. Porém, a vontade geral é
artifício doutrinário e legal. O corpo eleitoral, que
fala por todos, é minoria. O Estado Moderno
afastou de cogitação o sufrágio universal
absoluto por inconveniente e prejudicial ao
aperfeiçoamento do sistema democrático.
• Em conseqüência, o Estado restringe a
capacidade eleitoral, estabelecendo, em leis
constitucionais e ordinárias, requisitos mínimos
de instrução, idoneidade e independência para
o exercício do direito de voto.
• Assim, a expressão sufrágio universal
corresponde a uma universalidade de
competências. É a extensão do direito de voto à
universalidade dos cidadãos habilitados para o
seu exercício nos termos das leis de cada país.
• No sistema constitucional brasileiro estão
excluídos dessa universalidade os
estrangeiros (enquanto não naturalizados), os
menores de 16 anos e os conscritos
(recrutados) durante o período do serviço militar
obrigatório.
• A possibilidade de exercer o direito de votar
implica séria responsabilidade, pois uma
escolha inadequada pode ser desastrosa para o
Estado e para o próprio povo. Assim, coloca-se
o problema da extensão do direito de sufrágio;
Universal ou restrito.
• (Dicionário Jurídico - O sufrágio universal é
aquele em que não se faz qualquer restrição ao
cidadão, em razão de fortuna, ou de instrução.
Assim, a qualidade de eleitor, posta ao alcance
de todo cidadão civilmente capaz, somente é
vedada às pessoas que, por disposição
expressa de lei, estejam impedidas de exercer
os direitos políticos.
• É assim que, nos termos da Constituição
brasileira, cujo regime adotado é o do sufrágio
universal e direto (art. 14, caput), somente não
se podem alistar como eleitores os estrangeiros,
e durante o período do serviço militar, os
conscritos. Dessa maneira, sufrágio universal
quer exprimir propriamente sufrágio geral,
sufrágio de todos, sufrágio sem restrições, ou
sem limitações.
• O alistamento eleitoral e o voto são
obrigatórios para os maiores de 18 anos e
facultativos para os analfabetos, maiores de 70
anos e maiores de 16 e menores de 18 anos.
• Sufrágio Restrito e Censo Alto.
• A capacidade para o exercício do voto sofre
necessariamente, em todos os países, as
restrições de ordem jurídica. Mas além dessas,
podem ser adotadas restrições de caráter
social, econômico ou religioso, como ocorre na
Inglaterra, que é um padrão de democracia.
• Um dos sistemas de restrição do voto era a
exigência do eleitor possuir bens de fortuna,
como na Inglaterra, durante vários séculos, só
podiam ser eleitores proprietários de terras. No
Brasil-Império vigorou a exigência de uma renda
anual mínima.
• Outro sistema de sufrágio restrito consiste na
exigência de possuir o eleitor determinado grau
de instrução, secundária ou superior. É o
chamado censo alto ou sufrágio de qualidade
• Anotações da aula - restringe a participação de
alguns cidadãos, por exemplo, até 1934 a
mulher não votava. Entendia-se que somente o
homem teria capacidade para fazer uma
escolha de alto nível. A imposição de retrições
daria qualidade ao voto.
• Sufrágio Igualitário.
• Por sufrágio igualitário entende-se o mesmo
valor unitário do voto, seja o votante um simples
operário ou um cidadão de nome. "one man,
one vote".
• Anotações da aula - pesos iguais para todos os
votos. Tão importante quanto. Intimamente
ligado à Democracia. Restringe apenas em
alguns pontos, por exemplo, o analfabeto pode
votar mas não pode ser eleito, por uma questão
de bom senso.
• Sufrágio de Qualidade ou Voto plural.
• Sistema adotado pelas grandes democracias no
passado. Os sufrágios dos eleitores que se
destacavam pelas posses territoriais. Pelos
encargos de famílias, pela posição social ou
pelo grau de cultura, eram computados com
valor 2, 3, 5, etc.
• O sistema é originário da Inglaterra, onde
subsiste na lei eleitoral de 1.918, mediante
concessão feita às universidades: o cidadão
possuidor de um degree (grau) correspondente
a certo nível de cultura é considerado eleitor de
universidade, com direito a voto duplo.
• O sistema de voto de qualidade de valor
múltiplo é incompatível com o princípio da
igualdade formal no regime democrático, por
sua característica de privilégio aristocrático.
• Anotações da aula - liga o grau de instrução à
qualidade do voto. Mas ter informação técnica
(quantidade) não traz, obrigatoriamente,
consciência política, nem participação ou
qualidade ao voto.
• Analfabeto = analfabeto político.
• O voto do analfabeto e o voto feminino.
• A exclusão dos analfabetos não condiz com a
doutrina democrática. Analfabetismo não
significa ausência de bom-senso, nem falta de
discernimento para exercer o direito de escolha.
• No Brasil o voto dos analfabetos foi admitido no
tempo do império, quando a votação se
realizava publicamente. Proibido desde então,
foi restabelecido pela Emenda Constitucional n°
25, de 15 de maio de 1985, e mantido com o
caráter de facultativo na Constituição de 1988.
• O voto feminino é conquista recente da
civilização, corolário do princípio da igualdade
jurídica dos sexos. A inteira equiparação da
capacidade eleitoral ativa dos dois sexos foi
consagrada pelos EUA, seguido pela Noruega,
Dinamarca, Luxemburgo e Holanda e, a partir
de 1928, pela Inglaterra.
• No Brasil venceu o sufrágio feminino com a
Constituição Federal de 1934.
• VOTO PÚBLICO E VOTO SECRETO.
• O voto a descoberto (público) está hoje
completamente abandonado. É sistema
considerado antidemocrático, porque possibilita
a intimidação do eleitor, a corrupção, o
alastramento da venalidade, a influência da
demagogia, a perseguição dos poderosos sobre
os economicamente fracos, e tudo o mais que
conduz à desmoralização da democracia
representativa.
• O voto secreto e indevassável assegura melhor
a liberdade do eleitor, evita o temor das
perseguições, reduz as possibilidades de
corrupção das consciências e permite mais
segura apuração da verdade eleitoral,
legitimando e fortalecendo o regime
democrático.
• VOTO COMO DIREITO OU FUNÇÃO.
• O voto foi considerado, pelos teoristas da
origem contratual do Estado como um direito do
cidadão. A escola clássica francesa conceituou
o voto como ato de exercício da soberania
nacional, ou seja, como um direito do cidadão.
• Outras correntes doutrinárias interpretam o
sufrágio como função social.
• Como direito, o sufrágio deve ser universal;
como função social, tende a ser restrito e
qualitativo.
• Atualmente, o voto é considerado como um
direito individual e, ao mesmo tempo, como
função social. Segundo Duguit, o eleitor, ao
mesmo tempo que é titular de um direito é
investido em uma função pública. O direito
decorre do poder de votar que assiste aos
cidadãos, observadas as prescrições legais. O
caráter de função social resulta da
obrigatoriedade do voto.
• No Estado Democrático o povo deve ter
assegurado a possibilidade de autogoverno, e
reconhecendo-se a impraticabilidade do
governo direto, só é possível conciliar esses
dois aspectos concedendo-se ao povo o direito
de escolher seus governantes. E como o direito
de sufrágio, que cabe ao indivíduo, se exerce na
esfera pública para a consecução de fins
públicos, tem-se que ele configura um direito
público subjetivo.
• Por outro lado, como é necessária a escolha de
governantes para que se complete a formação
da vontade do Estado e tenha meios de
expressão, o sufrágio corresponde também a
uma função social, o que justifica sua
imposição como um dever.
• Voto tem de ser um direito. Hoje, é função, pois
tenho a função, a obrigação de votar. Deveria
ser por opção, função interna e não imposição
estatal. Deveria ser por imposição da
consciência. Assim, o voto, atualmente, é
antidemocrático
• ELEIÇÃO DIRETA E INDIRETA. - O
pronunciamento do eleitor pode dar-se por
votação direta ou indireta.
• Eleição direta - quando os eleitores escolhem
pessoalmente, sem intermediários, os
candidatos a cargos eletivos.
• Eleição indireta - quando os eleitores, então
considerados de primeiro grau, limitam-se a
eleger certas pessoas que , por seu turno, como
eleitores de segundo grau, elegerão os
governantes.
• O sistema indireto é preferido por muitas das
grandes democracias, pelo menos para a
eleição do chefe do poder executivo, como
acontece nos EUA.
• No Brasil foi adotado o sistema indireto, durante
o império, para as eleições dos Deputados e
Senadores: o povo elegia, em assembléias
paroquiais, os chamados Eleitores de Província,
e estes, em assembléias gerais, elegiam os
Deputados e Senadores.
• Durante a primeira fase republicana, quando os
candidatos a Presidente e Vice-Presidente da
República não alcançassem maioria absoluta na
eleição direta, a eleição se fazia, a seguir, em
segundo turno, pelo sistema indireto, cabendo
ao Congresso Nacional escolher entre os
candidatos.
• As eleições indiretas tendem à negação da
democracia. Como afirmou Assis Brasil, o voto
deve ser a voz do povo, não o eco.
• Rui Barbosa afirmou que o deputado que vem
de uma eleição indireta não exerce o mandato
do país real, da universalidade dos cidadãos, da
soberania nacional, mas representa os colégios
eleitorais, o país legal.
• A Constituição brasileira de 1988 restabeleceu o
sistema de eleição por sufrágio universal direto
e secreto, na esteira da tradição brasileira , que
havia sido rompida pela Constituição de 1967, e
restabelecida pela Emenda Constitucional n °
25, de 1985.
• Para serem considerados eleitos, o Presidente e
o Vice-Presidente da República deverão obter
maioria absoluta de votos na primeira votação.
Se a maioria não for obtida, realizar-se-á nova
eleição até vinte dias após a proclamação do
resultado, concorrendo os dois candidatos mais
votados, considerando-se eleito aquele que
obtiver a maioria dos votos válidos.
• A eleição indireta, por si só, não é
antidemocrática. Se fossemos parlamentaristas,
o presidente seria escolhido indiretamente, mas
por votação do povo pelos seus representantes.
Na Ditadura era antidemocrático porque tinha a
influência militar ditatorial.
• SISTEMAS ELEITORAIS. (De como será
contado o voto e quem será eleito).
• Sistema de Representação Majoritária - os
candidatos são individuais independentemente
de partidos, e são considerados eleitos os mais
votados, ou, dependendo da organização
partidária, todas as vagas das assembléias
legislativas são preenchidas pelo partido que
vencer as eleições em cada circunscrição
eleitoral, ficando os partidos minoritários sem
representação, ainda quando derrotados por
diferença mínima.
• Assim, só o grupo majoritário é que elege
representantes. Não importa o número de
partidos ou a amplitude da superioridade
eleitoral. Desde que determinado grupo obtenha
maioria, ainda que de um único voto, conquista
o cargo de governo objeto da disputa eleitoral.
• Contra o sistema de representação majoritária
alega-se que a maioria obtida quase sempre
está muito longe de representar a maior parte
dos cidadãos. Isso é ainda mais evidente
quando são vários os partidos em luta e se
concede a representação ao mais votado,
podendo, entretanto, ocorrer que o eleito tenha
recebido menos votos do que o conjunto dos
demais.
• Outro argumento é o de que não se considera
justo dar representação apenas à maioria,
deixando as minorias sem possibilidade de
participação no governo.
• A maioria pode ser;
• - relativa - inferior à soma dos votos obtidos por
todos os demais partidos;
• - absoluta - só se considera eleito aquele que
obtém mais da metade dos votos que compõem
o colégio eleitoral, ou mais da metade dos votos
depositados nas urnas. Porém, se houver mais
de dois candidatos, dificilmente algum candidato
consegue obter a maioria.
• Para superar essa dificuldade criou-se o
sistema de turno duplo, que consiste numa
segunda votação, concorrendo apenas os dois
candidatos mais votados na primeira.
• No início do regime representativo as eleições
para Deputados faziam-se pelo sistema
majoritário, de candidaturas individuais. As
vagas das assembléias eram preenchidas pelos
candidatos que, individualmente, obtivessem
maioria de votos. Alguns países, como a
Inglaterra e a França, conservaram esse
sistema.
• Sistema de Representação Proporcional -
além dos votos individuais do candidato,
consideram-se os votos de legenda, das
coligações, etc.
• Por esse sistema, todos os partidos têm direito a
representação, estabelecendo-se uma
proporção entre o número de votos recebidos
pelo partido e o número de cargos que ele
obtém.
• Os defensores desse sistema consideram que
ele resolve o problema das minorias, pois
assegura também aos grupos minoritários a
possibilidade de participação no governo.
Assim, o sistema de governo será
verdadeiramente democrático também em
relação a eles , que não ficam sujeitos a ser
governados pela maioria, só participando do
governo por ficção.
• Contra o sistema de representação proporcional
muitas são as alegações, sendo a principal
delas a que o acusa de provocar uma diluição
de responsabilidade e eficácia do governo
porque, sendo produto de uma conjugação
heterogênea.
• O governo não é responsável pela manutenção
de uma linha política definida, ninguém sendo
responsável pela ineficácia da ação
governamental e, como conseqüência do fato
de ser uma unidade heterogênea, de que
participam correntes diversas e até opostas, não
é possível aplicar-se a orientação integral e
uniforme de qualquer partido político, resultando
um sistema de governo indefinido e muitas
vezes até contraditório em si mesmo e em seus
atos.
• Acrescenta-se que ainda não foi assegurada
efetivamente, pela representação proporcional,
a representação das minorias, uma vez que o
representante eleito por um grupo minoritário
não tem condições para impor ao governo suas
idéias e seus princípios. Na realidade, há uma
preponderância de fato dos grandes partidos,
que têm maior número de representantes,
resultando disso tudo a completa
inautenticidade da representação.
• No conceito de León Duguit o sistema
proporcional é aquele que "assegura, em cada
circunscrição eleitoral, aos diferentes partidos,
contando um certo número de membros, um
número de representantes, variando segundo a
importância numérica de cada um". Refere-se
às eleições para as Câmaras de Deputados.
• Segundo Harold Gosnell, "é o sistema que visa
assegurar um corpo legislativo que reflita, com
uma exatidão mais ou menos matemática, a
força dos partidos no eleitorado". Para Latarria,
esse sistema "consiste em ser o único meio de
representar todos os interesses, todas as
opiniões, em proporção do número de votos
com que contam".
• O sistema proporcional apresenta-se sob várias
modalidades técnicas, destacando-se;
• a) o sistema de voto limitado - adotado na
Inglaterra, Itália, Brasil e outros países.
• b) o sistema de voto cumulativo -
• c) o sistema preferencial -
• d) o sistema de concorrência de listas -
• e) o sistema automático -
• f) o sistema de cociente eleitoral -
• Sistema de Distritos Eleitorais - Por esse
sistema, o colégio eleitoral é dividido em
distritos, devendo o eleitor votar apenas no
candidato de seu respectivo distrito, sendo-lhe
proibido votar em candidato de outro distrito que
não o seu. Adotado na França. Não é adotado
no Brasil, mas há tendências para. A França não
é Estado Federal, é dividida, no sistema
eleitoral, em distritos.
• Quanto a extensão do direito de votar, podem-
se fixar dois princípios orientadores;
• a) O eleitor deve ter a possibilidade de agir
livremente no momento de votar. Se houver
qualquer fator de coação, direta ou indireta,
viciando a vontade do eleitor, sua manifestação
já não será autêntica. E a falta de autenticidade
no pronunciamento de muitos eleitores
compromete todo o processo eleitoral, retirando-
lhe o caráter democrático.
• b) O eleitor deve ter consciência da significação
de seu ato. Evidentemente, não se há de
pretender que qualquer colégio eleitoral se
componha só de indivíduos dotados de grande
cultura política. Mas o que é razoável pretender
é que os eleitores, tendo noções fundamentais
da organização do Estado e das competências
que atribuem aos eleitos, votem com
responsabilidade.
• Como é óbvio, o simples fato de alguém atender
aos requisitos legais para exercer o direito de
sufrágio não indica a existência, de fato, de
preparo adequado.
• Cabe aos governos democráticos promover a
educação política do eleitorado, através da
divulgação sistemática de conhecimentos, por
meio de programas escolares, e concedendo ao
povo amplas possibilidades de exercício livre
dos direitos políticos, aproveitando os efeitos
educativos da experiência.
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Estado, 3ª ed., São Paulo, Ed. Martins Fontes,
1998.

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