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A aula de que nos vamos debruçar reporta-se aos Modelos políticos e neste
iremos apreciar sucessivamente:
Formas Institucionais
Formas de Governo
Sistemas de Governo
Sistemas Eleitorais
Sistemas Partidários
Formas de Governo
1
Ciência Politica – Formas de Governo, Lisboa, 1996, p. 43.
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Dr. António Salomão Chipanga, Assistente Universitário da Faculdade de Direito da UEM e do Instituto
Superior de Ciência e Tecnologias de Moçambique (ISCTEM) – Disciplina de Ciência Política, Direito
Constitucional e Direitos Fundamentais, 2006
Sumários da Aula
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Superior de Ciência e Tecnologias de Moçambique (ISCTEM) – Disciplina de Ciência Política, Direito
Constitucional e Direitos Fundamentais, 2006
Sumários da Aula
Bibliografia:
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Constitucional e Direitos Fundamentais, 2006
Sumários da Aula
Sistemas de Governo
2
Maurice Duverger. Os Grandes Sistemas Políticos. Coimbra: Livraria Almedina, 1985, pag. 12.
3
Jorge Reis Novais. Tópicos de Ciência Politica e Direito Constitucional Guineense, Lisboa, 1996, pag. 59.
4
Ciência Politica, Lisboa, 1996, pag 125.
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Sumários da Aula
5
Idem, pag. 59.
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Constitucional e Direitos Fundamentais, 2006
Sumários da Aula
Ciência Política
Introdução
A aula que hoje se inicia está subordinada ao tema sistema de governo, e enquadra-se na
parte IV, do nosso programa que se dedica as formas de governo.
Com esta aula pretende-se fazer um estudo dos sistemas de governo que têm sido
praticados em alguns Estados Modernos.
Mas, o nosso tema é sobre sistema de governo, conforme já anunciamos e tem a ver
com as relações entre os órgãos de governo encarregados de exercer o poder político
entre si, em democracia representativa. Neste tema vamos estudar sobretudo a
natureza dos laços que os órgãos estabelecem entre si as modalidades institucionais e
práticas do seu interrelacionamento e o peso relativo que cada um manifesta no sistema
de poder.
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Sumários da Aula
Sistema semi-Presidencial.
No sistema de governo parlamentar, o modelo que vamos dedicar maior atenção é o Britânico
e, o sistema presidencial no seu estado puro funciona, até então, nos EUA onde surgiu e
se vêm adaptando muito bem em relação a outros Estados que também pretenderam
adoptar o mesmo sistema e, finalmente o sistema semi-presidencial que se introduz
pela 1.ª vez, no nosso século, nos Estados da Europa, América latina e África.
Esta classificação, que de forma alguma é a única, tem o mérito de abranger todos os
grandes modelos que historicamente se têm concretizado na democracia no nosso
século.
A classificação que ora se apresenta tem como critério da distinção entre os três
sistemas:
Para nos esclarecer destas dúvidas, importa saber se o chefe de Estado foi ou não
eleito directamente pelo povo. É da eleição por sufrágio directo e universal que emana a
legitimidade democrática plena que permita ao chefe do Estado o exercício efectivo de
poderes atribuídos.
A falta deste legitimidade por ter sido eleito de forma diversa (eleições indirecta,
sufrágio restrito ou qualquer outra forma) priva-o da legitimidade que lhe é exigida para
reivindicar a possibilidade de exercer, sempre que quiser os poderes constitucionais
conferidos.
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Sumários da Aula
Ao contrário do que o nome nos pode sugerir, o que nos poderia levar a pensar, o
Parlamento não é o núcleo central do Governo, isto é, não detêm a responsabilidade
política, trata-se do sistema em que o chefe de Estado é um órgão politicamente
"apagado" (em termos de possibilidades de exercício efectivo de poder) e em que o
Governo é politicamente responsável perante o Parlamento.
Assim, neste sistema são elementos caracterizadores o facto de o chefe de Estado não
possuir um poder Político significativo e a responsabilidade política do Governo perante
o Parlamento.
Entre os três sistemas há, como é evidente, aspectos comuns e aspectos próprios.
Vejamos então o que é comum e o que é distintivo, começando por:
Aspectos comunus
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c) O chefe de Estado tem funções quase sempre puramente honorificas, isto é, não tem
poderes reais. Age como representante do Estado. Aparece nas cerimónias
nacionais, exerce funções não por iniciativa própria mas por iniciativa dos outros
órgãos.
O Governo, enquanto não for investido pelo Parlamento não inicia as funções.
Porém, a prática política quotidiana este sistema pode assumir feições bastante
diferenciadas, variando de experiência para experiência concreta.
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. No primeiro caso em que o Partido Político obtém uma maioria absoluta, o líder
dessa força política é chamado a formar o Governo e este disporá de um apoio
maioritário do parlamento, ou seja, estaremos perante uma situação chamada
Parlamentarismo maioritário. O Governo a formar é forte, estável, com garantia de
permanência por toda a legislatura sem obstáculos ao seu programa político. Nesse
caso, o centro da vida política é, de facto, o Governo, pois não obstante responder,
por imposição Constitucional do Parlamento, o apoio de que goza no Parlamento
garante-lhe a plena estabilidade e uma ampla margem de actuação.
Neste sistema, sempre que haja conflitos entre o Governo e o Parlamento, cada um
deles possui mecanismos legais para promover a demissão ou dissolução do outro.
Requerendo-se novas eleições ou formação de um novo Governo.
Neste sistema, a eventual dissolução da Câmara dos Comuns - que se verifica a pedido
do Gabinete - não se destina a resolver qualquer conflito entre duas instituições, mas
apenas a antecipar a data das eleições para o momento mais adequado à renovação do
mandato do partido do Governo. .
No segundo caso, onde temos uma situação de ausência de uma maioria sólida no
parlamento, o centro da vida política tenderá a deslocar-se para o parlamento.
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É inseguro, porque pode ser destituído pelo Parlamento a qualquer momento e não pode
evitar tal acto quando requerido sempre que se achar conveniente.
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Para o efeito, impõe a exigência da obtenção por parte de cada candidatura de uma
percentagem mínima de votos nas eleições, sem o que não lhe será! atribuída
representação parlamentar. Evita deste modo a presença no Parlamento de partidos
mais pequenos sem expressão significativa.
É um sistema que evita ainda a resolução unilateral dos conflitos uma vez que a
resolução unilateral é um método que em si revela uma arrogância e perturba o
funcionamento normal das instituições.
Os conflitos são dirigidos ou arbitrados pelo chefe de Chefe que é uma figura mestra
que só recorre a dissolução do Parlamento ou do Governo em caso do extremo.
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Eleições do Presidente
O Presidente dos Estados Unidos em termos formais não é eleito directamente pelos
cidadãos eleitores. É eleito por um colégio eleitoral composto por "grandes eleitores".
Do ponto de vista jurídico, o Presidente dos EUA é escolhido através de uma eleição
indirecta.
O mandato do Presidente da União é de quatro anos e esse facto não tem provocado
qualquer dissabor no ritmo Presidencial na execução da sua agenda governamental.
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O Congresso
O Presidente da União não pode dissolver o Congresso, nem este pode demitir o
Presidente.
Congresso, também, detém, instrumentos que lhe permite uma interferência eficaz nas
funções constitucionais.
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O Supremo Tribunal
O Supremo Tribunal é constituído por nove juízes, um dos quais exerce o cargo de
Presidente (Chief Justice), nomeados vitaliciamente pelo Presidente dos Estados
Unidos com o assentimento do Senado.
A nivel interno o Presidente da União está muito limitado pelos órgãos federais e
poderes estaduais. Por isso, ele não tem o domínio de todo o sistema. A sua actuação
requer a colaboração das restantes instituições, embora seja o motor dinamizador de
todo o processo.
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Por outro lado, o sistema de governo semi-presidencial tem sido contestado por vários
autores, como sistema autónomo, pois combina características presentes nos outros
dois sistemas, pelo que há quem prefira integrar seja no sistema Presidencial, seja no
sistema Parlamentar.
Surge no século XX, havendo ainda divergências sobre qual foi o primeiro Estado a
introduzir o sistema.
Alguns autores defendem que teria sido a Alemanha após a derrota na 1.ª guerra
mundial em 1918, quando aprovou a Constituição da República de Weimar em 1919.
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A Constituição Weimar, quando foi introduzida, não se sabia que se tratava de um novo
modelo de organização político constitucional. Os estudos posteriores revelaram tratar-
se de um novo sistema politico-constitucional. As experiências foram se aumentando
sucedendo o mesmo em relação a Constituição da Austria de 1920 (alterado em 1929),
a Constituição irlandesa além das Constituições da França, Grécia, Portugal e de outros
países da América latina e África.
Características do Sistema
Diferecia-se de outros dois sistemas pelas suas características próprias que justificam a
sua autonomização.
1. Tem como princípio director o equilíbrio entre os seus órgãos, em número de três,
nomeadamente:
a) Chefe de Estado;
b) Parlamento;
c) Governo.
Os três órgãos estão organizados de tal forma que no seu funcionamento estabelecem
um equilíbrio mútuo.
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Os poderes que cada um dos órgãos tem podem ser de natureza negativa ou positiva.
A título de exemplo é o direito de veto que quando exercido invalida a acção do outro e
obriga-o a obter soluções de compromisso. A recusa de ratificar a nomeação de
funcionário da administração proposto por outro órgão, a recusa de ratificar tratados
internacionais ou a inviabilização de projectos em programas governamentais, através
da não aprovação de políticas e orçamentos propostos.
2. A dissolução do Parlamento;
3. Nomeação ou demissão do Governo;
4. Aprovação de diplomas legislativos;
5. Nomeação de funcionários da administração;
6. Marcação da data de actos eleitorais.
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Sumários da Aula
Neste sistema, a distribuição das competências não é arbitrária. Nenhum órgão deve
sobrepor-se ao(s) outro(s). Deve haver sempre uma distribuição proporcional.
Bibliografia
1. Vitalino Canas, Preliminar do Estudo da Ciência Política, Macau, 1992, págs. 129 a
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