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UNIVERSIDADE ROVUMA

EXTENSÃO DE NIASSA
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Licenciatura em Direito

Enriquecimento Ilícito dos Servidores Públicos no Ordenamento Jurídico Moçambicano


Lichinga

2022

Leonardo

Licenciatura em Direito

Enriquecimento Ilícito dos Servidores Publicos no Ordenamento Jurídico Moçambicano

O presente projecto de investigação será


apresentado ao Departamento de Ciências como
parte das exigências para aprovação de Tema
para a efectivação do trabalho de conclusão de
curso.

O candidato O supervisor
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Lichinga, 2022
1.2. Contextualização
O presente tema, insere-se num contexto actual em que se tem verificado um elevado
índice de servidores púbicos que ostentam um património incompatível com a sua renda
mensal e com uma capacidade financeira acima do seu vencimento, cujo a qual são
obtida em razão do vínculo existente entre os servidores púbicos com Administração
Pública. Desta feita, importa referir que o Ordenamento Jurídico Moçambicano tem
apresentado um elevado número de servidores públicos que enriquecem licitamente,
visto que, os seus níveis económicos são incompatíveis com os seus salários, e
apresentam posses económicas acima da capacidade dos salários oferecidos pela
Administração Pública e não exercem nenhuma actividade comercial com vista a
justificar as suas posses económicas.

Entretanto, o sistema legislativo Moçambicano é complementado por convenções


internacionais que o estado ratificou. As convenções internacionais dos quais
Moçambique é parte, recomendam aos Estados a adoptarem medidas legislativas
visando a punição do enriquecimento ilícito dos servidores públicos, enquanto acto de
corrupção, mas em Moçambique o enriquecimento ilícito ainda não é considerado como
crime de corrupção.

Deste facto, a falta da previsão do enriquecimento ilícito na lei de combate a corrupção,


em certa medida, constitui uma janela aberta para a prática de actos de corrupção, visto
que, dentre os vários princípios que definem actuação da Administração Publica, aferem
que os servidores públicos devem agir com base no princípio da impessoalidade e da
probidade.

Porem, notável no seio dos servidores públicos a omissão dos princípios da


Administração Públicos e a falta da observância da Lei da Probidade Púbica e a Lei de
combate a Corrupção, uma vez que, os servidores púbicos efectuam acções que omitem
e violam as normas vigentes no Ordenamento Jurídico Moçambicano, nos termos do
artigo 40 da Lei 16/2012 de 14 de Agosto, que aprova a Lei de Probidade pública,
estabelece que, constitui acto de improbidade pública conducente ao enriquecimento
ilícito obter qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida, em virtude do cargo, do
mandato, da função, da actividade ou do emprego do servidor público. E mesmo desta
ilação legal, verifica-se um crescimento significativo de servidor público que ostentam
uma capacidade económica e patrimonial oriundo da relação existente com
Administração Pública, facto que origina o enriquecimento ilícito.

1.3. Justificativa
A escolha do tema em estudo é de estrema importância, visto que o enriquecimento dos
servidores públicos oriundos da relação existente com administração pública é vista
como um mal que afecta todo sistema Administrativo, tendo em conta que, os
servidores usam os serviços criados pela Administração pública para satisfazer os seus
interesses pessoais oque culmina com o enriquecimento ilícito.

Desta feita, tem-se verificado servidores públicos na ordem jurídica Moçambicana a


evoluir dia-apôs-dia financeiramente e patrimonialmente oriundo de crime de corrupção
activa, corrupção passiva assim como desvio de fundo do erário publico para lograr os
seus interesses o que contraria os princípios da Administração Pública.

Portanto, a necessidade e a importância da investigação do tema em causa, surgiram a


partir da curiosidade da estudante nas lições de Direito aprendidas durante o curso, ficou
claro de que nenhum responsável fique sem ser aplicado a devida sanção e que nenhum
inocente seja condenado. Ademais, o vazio legal no que tange ao enriquecimento ilícito
na Lei de Combate a Corrupção, em certa medida, constitui uma janela aberta que dá
oportunidades para a prática de actos de enriquecimento ilícito. E com a falta de um
quadro legal e abrangente que viabiliza uma reacção penal efectiva contra a prática de
enriquecimento ilícito de forma integrada e criteriosa, de modo a que as instituições de
justiça ficassem dotadas de instrumentos necessários para agirem impulsionam o
crescimento do enriquecimento ilícito no ordenamento jurídico moçambicano.
O presente trabalho, considera-se fundamental, pois vai de certa maneira contribuir no
combate ao enriquecimento ilícito dos servidores públicos da Administração Pública.

Relevância do tema

A escolha do tema apresenta uma relevância tanto no âmbito académico, social e


jurídico, sendo que no âmbito académico o tema terá relevância no sentido de poder
consciencializar a comunidade académica sobre o impacto do enriquecimento ilícito dos
servidores públicos na Administração Pública, visto que é tido como um mal que poe
em causa os fins da Administração Pública. Já quanto ao âmbito social, a pesquisa
servirá para alertar a comunidade no geral sobre a probidade dos servidores públicos,
assim como os princípios que norteiam a actuação dos servidores públicos para a
prossecução dos interesses públicos. Portanto, a relevância jurídica do tema poderá
permitir desenhar estratégias e mecanismos com vista a combater as situações de
enriquecimento ilícito dos servidores Públicos na Administração Pública.

1.4. Problematização
O Enriquecimento ilícito passou a ser uma prática reiterada no ordenamento jurídico
moçambicano. É notável a verificação de Agentes Públicos, com uma evolução do seu
património de uma forma desproporcional a sua renda mensal. Desta feita, as
convenções internacionais dos quais Moçambique é parte, recomendam aos Estados
adoptarem medidas legislativas visando a punição do enriquecimento ilícito, mas em
Moçambique o enriquecimento ilícito ainda não é considerado como crime de
corrupção. Outro grande problema da legislação moçambicana tem a ver com o seu
completo desajustamento relativamente as convenções internacionais. A questão do
enriquecimento ilícito assume uma relevância particular uma vez que o enriquecimento
ilícito em Moçambique, chega a atingir contornos alarmantes e desagradáveis. A falta
de legislação específica que pune os infractores daquele ilícito, e a ineficácia das leis já
existentes constitui um dos motivos mais fortes que leva os Agentes Públicos praticar o
acto que culminam com o enriquecimento ilícito. Como tentativa de contribuir para
estancar este cenário coloca-se a seguinte questão: Quais são os factores que
influenciam o aumento do Enriquecimento ilícito dos agentes públicos no
ordenamento jurídico Moçambicano?

Objectivos

Objectivos gerais:
 Analisar os factores que influenciam o aumento do Enriquecimento ilícito dos
servidores públicos no ordenamento jurídico Moçambicano

Objectivos específicos:

 Descrever o nível da propagação do enriquecimento ilícito no ordenamento


jurídico Moçambicano.
 Avaliar as consequências do enriquecimento ilícito no que concerne ao
desenvolvimento socioeconómico do Pais.
 Identificar as fragilidades e limitações dos diplomas legais de combate a
corrupção em Moçambique.
Hipótese
 Possivelmente a falta de uma lei específica que visa a criminalização deste acto
causa a propagação do enriquecimento ilícito dos Agentes Públicos.
 Provavelmente, a falta da confiscalização do património dos agentes públicos
pelo Estado esteja a influenciar no crescimento do enriquecimento ilícito.
 E provável que, o enriquecimento ilícito dos agentes Pública esteja por detrás
da falta da eficácia da lei anti-corrupção e da lei da probidade Pública existentes
no nosso ordenamento.

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