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Universidade Pedagógica
Beira
2015
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Universidade Pedagógica
Beira
2015
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Índice
Declaração de Honra………………………………………………………………………..VIII
Dedicatória…………………………………………………………………………………....IX
Agradecimentos………………………………………………………………………………..X
Resumo ………………………………………………………………………………………XI
Introduҫão.................................................................................................................................12
Justificativa...............................................................................................................................13
Justificativa subjectiva..............................................................................................................13
Justificativa objectiva................................................................................................................14
Problematização........................................................................................................................15
Hipóteses...................................................................................................................................16
Hipóteses Principal...................................................................................................................16
Hipóteses Secundárias..............................................................................................................16
Objectivos.................................................................................................................................16
Objectivo Geral.........................................................................................................................16
Objectivos Específicos..............................................................................................................16
Revisão da Literatura................................................................................................................17
Quadro Conceptual...................................................................................................................18
Educação...................................................................................................................................18
Desenvolvimento......................................................................................................................19
Desenvolvimento sócio-económico..........................................................................................21
4
Crescimento económico............................................................................................................22
Procedimentos metodológicos..................................................................................................24
Método de abordagem...............................................................................................................24
Métodos de procedimento.........................................................................................................24
Técnicas....................................................................................................................................24
Entrevista..................................................................................................................................24
2.2 Criação................................................................................................................................41
Considerações finais.................................................................................................................62
Recomendações.........................................................................................................................63
Bibliografia...............................................................................................................................64
Apêndices..................................................................................................................................66
Anexos......................................................................................................................................67
Tabela 1: Ordem do fluxo dos cidadãos a acessibilidade ao (IICB) por ano. ……………..46
Introduҫão
O presente trabalho de carácter científico faz uma abordagem sobre “O ensino Técnico
Profissional como factor de desenvolvimento sócio-económico de Moçambique: caso do
Instituto Industrial e Comercial- Cidade da Beira 2008-2013”. Nele procura-se explicar como
Instituto Industrial e Comercial da Cidade da Beira como uma instituição que promove o
ensino técnico-profissional tem influenciado no desenvolvimento económico da Cidade da
Beira – Sofala que por sinal é o local onde se encontra instalada a respectiva instituição de
ensino técnico profissional.
Por seu turno o terceiro (3º) capítulo faz uma apresentação, análise e discussão dos resultados
obtidos no campo, através de citações de ideias dos entrevistados sobre o contributo do
Instituto Industrial e Comercial da Beira na promoção do ensino técnico-profissional e para o
desenvolvimento da Cidade da Beira.
Justificativa
Justificativa subjectiva
A ideia de realizar este estudo reside no facto de a educação técnico-profissional (ETP) ser
um processo pelo qual o homem através da sua capacidade para aprender, adquire
experiências que actuam sobre a sua mente e o seu físico. Não só, o facto de a ETP ser o meio
de preparação de recursos humanos necessários ao crescimento de um país e ao seu
desenvolvimento me motivou para levar avante um estudo desta natureza. E não só, o facto de
o autor ter tido convivência com vários quadros formados no referido Instituto “Instituto
Industria e Comercial da Beira” despertou em mim um ardente desejo de querer entender na
íntegra o papel desta instituição para o desenvolvimento sócio-económico de Moçambique e
com especial enfoque para o da Cidade da Beira.
Contudo, os motivos que me levaram a optar pelo estudo deste tema não param por aí,
contribuiu também o facto de a Cidade da Beira possuir muitas instituições de ensino e
formação técnico profissional, com maior abrangência nos últimos cinco anos entre públicas e
privadas, o que desperta o interesse de entender até que ponto estas instituições influenciam
no desenvolvimento socioeconómico dos citadinos da cidade, escolhendo especialmente o
Instituto Industrial e Comercial da Beira, por dum lado ser a mais antiga dentre as actuais
Instituições de ensino técnico profissional na Cidade da Beira olhando em primeira instância
para o actual estágio socioeconómico deste local que não está a mostrar uma evolução
comparativamente a outras cidades que não contem muitas instituições dessa natureza.
assim como regional, aonde o ensino técnico profissional ocupa o seu espaço indubitável
(Cidade da Beira), por via disso, determinar padrões de vida e a habilidade de a Cidade da
Beira competir na economia regional assim como local.
Justificativa objectiva
A literatura, em geral, reconhece a existência da interdependência entre a ETP e o
desenvolvimento social e económico de um país. Deste modo, o investimento na ETP permite
alcançar um maior nível de desenvolvimento e, este por sua, vez gera mais aperfeiçoamento
em torno do ETP.
A promoção do ensino profissional em Moçambique foi analisada por vários autores e, pode
dizer-se, generalizadamente criticada. Estas críticas incidiam sobre o modelo escolar de
ensino técnico-profissional, predominante até aos dias actuais e subjacente às novas
profissões Profissionais de Moçambique. As linhas principais deste património de análise
crítica, foi ressaltada pela crença nos benefícios do ensino técnico e profissional sobre a
economia e sobre o emprego que mais sustenta as políticas que o suportam e fazem crescer,
nomeadamente quando os empregadores perfilham as teorias funcionalistas e, em particular, a
teoria do capital humano, também é no âmago dessa relação entre a educação e a economia
que se encontram alguns dos principais pressupostos do ensino profissional.
técnico profissional. Portanto, é fácil notar que há grandes problemas ligados ao emprego e
actual política de auto emprego na relação entre educação e economia que não podem ser
resolvidos pelo incremento desses tipos de ensino e que podem até agravar-se por causa deles.
Problematização
Sabe-se que a educação técnico-profissional é um factor preponderante no desenvolvimento
das habilidades/capacidades intelectuais nos cidadãos, portanto, para que isso aconteça,
depende das políticas traçadas pelos governos, isto é, o governo deve traçar politicas que
visam o desenvolvimento e crescimento da economia nacional. Contudo, apesar de o Instituto
Industrial e Comercial da Beira, ao longo dos anos ter-se dito que tem sido um dos melhores
Instituições de ensino técnico do País, é notável a limitação a entrada no mercado de trabalho
depois dos estágios que se tem verificado junto as empresas consumidores das áreas prestadas
por esse Instituto.
De princípio, o Instituto Industrial e Comercial da Beira, tem como missão, leccionar cursos
de Ensino Técnico-Profissional e preparar os alunos para a transição da escola para o mundo
de trabalho, através do desenvolvimento de conhecimentos e de competências para um
desempenho adequado nas várias profissões, portanto, surgi a necessidade de fazer face as
reclamações do empregador que é o consumidor do material produzido na Instituição, e a
realidade do instituto. O desenvolvimento nessa vertente é crucial para uma economia em
crescimento, que solicita competências cada vez mais complexas e especializadas. Isto
implica a criação de um ETP de qualidade, que responda com graduados competentes e
suficientes às diversas necessidades do sector produtivo.
Até que ponto o Instituto Industrial e Comercial da Cidade da Beira contribui para o
desenvolvimento socioeconómico da respectiva Cidade?
16
Hipóteses
Hipóteses Principal
A concepção dos cursos olhando para a actual necessidade da Cidade da Beira, e a
acessibilidade dos candidatos locais em grande número, assim como o aumento dos cursos
leccionados pelo Instituto Industrial e Comercial da Beira, contribuiria em grande parte para o
rápido desenvolvimento desta Cidade através do Instituto Industrial e Comercial da Beira.
Hipóteses Secundárias
A inserção no mercado local do trabalho, após a graduação do Citadino formado pelo Instituto
Industrial e Comercial da Beira, aliado a uma colaboração célere das empresas sediadas na
Cidade e o Instituto Industrial Comercial da Beira, seria um impulso significante para o
desenvolvimento socio-económico da Cidade.
Objectivos
Objectivo Geral
Analisar o contributo do Instituto Industrial e Comercial da Beira no desenvolvimento
sócio-económico da Cidade da Beira.
Objectivos Específicos
Contextualizar a Criação do Ensino Técnico Profissional em Moçambique;
Descrever o historial da criação do Instituto Industrial e Comercial da Beira, e suas
realizações de 2008 a 2013;
Explicar o Contributo do Instituto Industrial e Comercial da Beira no desenvolvimento
sócio-económico da Cidade da Beira, de 2008 a 2013, e por fim;
Trazer recomendações que possam contribuir para minimizar os problemas ligados ao
Contributo do Instituto Industrial e Comercial da Beira para o desenvolvimento da Cidade
da Beira.
17
Revisão da Literatura.
A literatura, em geral, reconhece a existência de uma interligação entre os níveis de educação
e do desenvolvimento de um país. Deste modo investimento em educação pode permitir
alcançar um maior nível de desenvolvimento mas também este, por sua, vez pode gerar
acréscimos no nível educacional da população, em geral. Porem, ANRDADE, (2003) afirma
que a formação de pessoal tem por finalidade formar, treinar e motivar recursos humanos para
desempenhar suas actividades de maneira responsável diante de ambiente.
LIBÂNIO (2003), concorda com o autor afirmando que a educação de qualidade é aquela
mediante a qual a escola promove, para todos, domínio dos conhecimentos e desenvolvimento
de capacidades cognitivas e afectivas indispensáveis ao atendimento das necessidades
individuais e sócias dos alunos, bem como a inserção no mundo e a construção da cidadania
como poder de participação, tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária.
Este autor acrescenta sustentando que a busca do conhecimento implica orientar e desafiar
antes, acompanhar e estimular durante, avaliar e propor novos desafios. Uma experiencia e
aquela que não tem único caminho, permite desenvolvimento de capacidades cognitivas e
afectivas indispensáveis ao atendimento das necessidades individuais e sócias dos alunos,
bem como a inserção no mundo e a constituição da cidade também como poder de
participação, tendo em vista a construção de uma sociedade justa e igualitária.
Um dos autores que também concorda com os autores supracitados é KORNHAUSER (2001),
a educação é o cimento da construção do desenvolvimento humano sustentável. Porem, o
autor acrescenta que é preciso elaborar estratégia e programas de educação relacionada com o
ambiente, no qual haja abrangência, tanto no ensino escolar como na educação permanente a
18
ser desenvolvida pelos poderes públicos, pelo sector produtivo, pelo comércio e pelas
comunidades locais.
Um dos autores que traz uma vertente inovadora ao falar de educação e desenvolvimento é
SILVA (2005) o autor afirma que “a cultura amadurece ou se altera no decorrer do tempo,
em razão do processo contínuo de aprendizagem social e troca de experiencia na própria
sociedade”. Esse enfoque amplo ajuda as pessoas a proteger não só o capital natural de que
dependem, mas sim o próprio capital humano. Fornecem não só os recursos humanos das
mentes educadas e das mãos hábeis como também os muitos mais valiosos do serviço social:
a cultura, o saber, a honra, o amor e toda uma série de valores e atributos e comportamentos
que definem a humanidade e fazem com que valha a pena viver a vida.
Quadro Conceptual
Educação
Para DURKHEIM (1968: 51), a educação, ou seja, “a acção exercida pelas gerações adultas
sobre as que não estão ainda maduras para a vida social”, tem como objectivo principal
“suscitar e desenvolver na criança um certo número de estados físicos, intelectuais e morais
exigidos pela sociedade (…) pelo meio a que pertence”. É um conceito que da ênfase ao
carácter social e global da educação. A forma mais usual desta é a educação formal, que inclui
programas escolares, ministrados e avaliados por agentes especializados, e cuja leccionação
abarca um conjunto de actividades obrigatórias e facultativas, desenvolvidas dentro ou fora da
escola.
Educação pode ser entendida de acordo com COTRIM (1982:14) como “o processo pelo qual
o homem através de sua capacidade para aprender, adquire experiências que actuam sobre a
sua mente e o seu físico”. Na linha de pensamento de SCHMIED-KOWARZIK (1983): “a
educação é uma função parcial integrante da produção e reprodução da vida social, que é
determinada por meio da tarefa natural e, ao mesmo tempo, cunhada socialmente da
regeneração de sujeitos humanos, sem os quais não existiria nenhuma práxis social”. A
história do progresso social é simultaneamente também um desenvolvimento dos indivíduos
em suas capacidades espirituais e corporais e em suas relações mútuas. A sociedade depende
tanto da formação e da evolução dos indivíduos que a constituem, quanto estes não podem se
desenvolver fora das relações sociais.
O aumento dos investimentos em educação constitui uma necessidade premente para vencer o
atraso científico, que constitui uma condição imprescindível para o nosso progresso
económico e social, visto que causa diversos tipos de impactos no desenvolvimento
económico e na sociedade, porque esta possui um carácter sistémico de um nível muito
elevado, ou seja, cada acréscimo de quantidade ou qualidade educacional é reflectido
directamente no desenvolvimento e surgimento de novas oportunidades, causando um ciclo de
progresso em todas as esferas. Dessa forma a educação tem um papel muito importante na
criação de condições para a inovação tecnológica.
Desenvolvimento
O debate acerca do conceito de desenvolvimento é bastante rico no meio académico,
principalmente quanto à distinção entre desenvolvimento e crescimento económico, pois
muitos autores atribuem apenas os incrementos constantes no nível de renda como condição
para se chegar ao desenvolvimento, sem, no entanto, se preocupar como tais incrementos são
20
Neste sentido MILONE (1998) concorda com os autores supracitados (VASCONCELLOS &
GARCIA) ao afirmar que para se caracterizar o desenvolvimento económico deve-se observar
ao longo do tempo a existência de variação positiva de crescimento económico, medido pelos
indicadores de renda, renda per capita, PIB 1 e PIB per capita, de redução dos níveis de
pobreza, desemprego e desigualdade e melhoria dos níveis de saúde, nutrição, educação,
moradia e transporte.
Um dos pensadores que também com concorda com os autores que temos referenciados é
ADELMAN (1972:78) ao advogar, “o desenvolvimento económico é um conceito que por sua
amplitude aproxima a economia das demais ciências sociais”. Sua caracterização não se
restringe ao crescimento da produção em uma região, mas trata principalmente de aspectos
qualitativos relacionados ao crescimento. Os mais imediatos referem-se à forma como os
frutos do crescimento são distribuídos na sociedade, à redução da pobreza, à elevação dos
salários e de outras formas de renda, ao aumento da produtividade do trabalho e à repartição
dos ganhos dele decorrentes, ao aperfeiçoamento das condições de trabalho, à melhoria das
condições habitacionais, ao maior acesso à saúde e à educação, aos aumentos do acesso e do
tempo de lazer, à melhora da dieta alimentar e à melhor qualidade de vida em seu todo
envolvendo condições de transporte, segurança e baixos níveis de poluição em suas várias
conotações.
1
Produto Interno Bruto é o somatório de todos os bens e serviços produzidos em uma economia em determinado
período de tempo.
21
Neste sentido, Segundo MUCAVEL2, o desenvolvimento pode ser definido como sendo “o
crescimento económico acompanhado pela transformação da estrutura social onde são
reduzidas as diferenças entre os pobres e os ricos, com reformas caracterizadas por uma
assistência social, estabelecimento de postos de saúde e uma maior actividade comercial nas
zonas rurais”.
Porem, após vários debates dos autores sobre o desenvolvimento concluímos que o
desenvolvimento deve incluir a mudança de atitude dos agentes económicos perante a
poupança e o investimento, onde se deve priorizar o factor humano e o acesso á alimentação
adequada das populações mais vulneráveis. O desenvolvimento económico é um processo de
mudança social pelo qual um número crescente de necessidades humanas preexistentes ou
criadas pela própria mudança são satisfeitas através de uma diferenciação no sistema
produtivo decorrente da introdução de inovações tecnológicas.
Desenvolvimento sócio-económico
O desenvolvimento socioeconómico pode ser conceituado como “um processo de
enriquecimento dos países e de seus habitantes, relacionado à ascensão no aspecto social,
político e sustentável”. (CLEMENTE, 2000: 56). Todavia, o desenvolvimento garante lucro e
investimento, mas nem sempre garante igualdade para uma população ou nação.
O crescimento económico é factor determinante na geração de novas oportunidades de
trabalho. Entretanto, pelo natural processo de ampliação da produtividade, impulsionada pela
modernização tecnológica, os postos de trabalho gerados não acompanham às taxas de
expansão da economia. Tem-se de um lado o desemprego conjuntural que oscila de acordo
com as flutuações da actividade económica e por outro temos o desemprego estrutural que
cresce naturalmente com a evolução tecnológica. O desenvolvimento não é restrito apenas a
aspectos económicos, mas ao político, cultural e social que partiu da percepção das
desigualdades entre países e da disparidade entre regiões, as diferenças regionais são
constantes (GALVÃO 2004: 23).
Para SEN (2000: 18) “o desenvolvimento requer que se removam as principais fontes de
privação: pobreza, e tirania, carência de oportunidades económicas e destituição social
sistemática, negligência dos serviços públicos”. No que concerne aos países de terceiro
2
Comunicação apresentada na Conferência sobre a “Pobreza e Desenvolvimento Económico, caso de
Moçambique” por ocasião das celebrações dos quinze anos da criação do Millennium BIM, realizado em
Maputo no dia 30 de Novembro de 2010.
22
mundo destaca-se a exclusão da sociedade na área da saúde, educação, moradia, entre outros.
A esse respeito SEN (2000: 29) ressalta:
A esse respeito DEMO (2002: 77), ressalta: “o critério mais fundamental do combate a
pobreza será conseguir que o pobre se faça sujeito de suas próprias soluções”. Assim,
oferecer condições para a autonomia por meio da educação e trabalho de forma precisa e não
compensatórias.
Crescimento económico
Segundo Mendes (2008), “crescimento económico é uma medida da variação na quantidade
de bens e serviços produzida em determinado país ou região, ao longo de certo período de
tempo, sem levar em conta como esses bens e serviços são distribuídos na sociedade”. O
crescimento não conduz automaticamente à igualdade nem à justiça sociais, pois não leva em
consideração nenhum outro aspecto da qualidade de vida a não ser o acúmulo de riquezas, que
se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população.
Procedimentos metodológicos
Método de abordagem
Segundo LAKATOS & MARKONI (1992:105), o método de abordagem “caracteriza-se por
uma abordagem mais ampla, em nível de abstracção mais elevada, dos fenómenos da
natureza e da sociedade”. Assim, esta monografia baseou-se no método hipotético-dedutivo.
Método hipotético - dedutivo - “inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos
acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo de inferência dedutiva, testa a predição da
ocorrência de fenómenos abrangidos pela hipótese” (Idem).
Métodos de procedimento
Os métodos de procedimento constituem etapas mais concretas da investigação, com
finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenómenos menos abstractos.
Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenómeno e estão limitados a um domínio
particular (idem).
Para tal, a materialização desta monografia teve efeito com a utilização do método
monográfico ou de estudo de caso.
Técnicas
Entrevista
A entrevista é uma conversação efectuada face a face, de maneira metódica, proporciona ao
entrevistador, verbalmente, a informação necessária. Para efeitos deste estudo usou-se uma
25
Para a escolha desta amostra, pesou a questão de os visados terem feito o ensino técnico
profissional com maior incidência no Instituto Industrial e Comercial da Beira, foram 50
elementos atendendo e considerando a maturidade e a disponibilidade dos mesmos, visto que
já são técnicos formados, e um grande número destes já com certas ocupações ao nível da
Cidade. São técnicos de todas as categorias, sem excepção do sexo Masculino ou Feminino,
aliadas as respostas dos cursos técnicos profissionais oferecidos pelo Instituto Industrial e
Comercial da Beira, não existiu uma categoria, perfil ou curso especifico e privilegiado para a
entrevista, a entrevista procurou ser abrangente, atendendo e considerando a aleatoriedade da
escolha desses elementos como nos referimos anteriormente, assim como a despadronização
da entrevista.
O capítulo a seguir faz uma abordagem sobre a revisão da literatura, isto é, das principais
obras usadas para a concretização do trabalho assim como dos conceitos básicos do mesmo.
26
O subsistema de Ensino Técnico profissional (ETP) foi criado ainda no tempo colonial.
Caracteriza-se, e diferencia-se dos outros subsistemas, pela sua função social (assegura a
formação integral dos jovens e trabalhadores preparando-os para o exercício de uma profissão
numa especialidade, mas sempre dentro das exigências qualitativas e quantitativas da
planificação e do desenvolvimento da economia e da sociedade), pela ênfase na formação
profissional (dando aos jovens e trabalhadores uma especialidade e desenvolvendo neles
capacidades e hábitos profissionais; associar o conhecimento técnico às experiências práticas
e à busca de soluções técnicas e tecnológicas; vincular as escolas técnicas e institutos com os
sectores produtivos); pelo carácter terminal da formação (a formação geral e básica confina-
se às exigências da educação técnico-profissional, sem perderem a sua estrutura e solidez
científicas; os graduados de cada nível incorporam-se prioritariamente nos serviços e na
produção; o prosseguimento dos estudos sem abandonar o exercício da profissão) (PEETP 3,
2012: 100).
Este subsistema deve ter como população alvo: os jovens em idade escolar e pré-laboral que
provêm do subsistema do Educação Geral; os adultos sem qualificação profissional que
provêm do subsistema de Educação de Adultos; os trabalhadores adultos que têm toda uma
vasta gama de habilitações escolares e profissionais. As políticas nacionais Os objectivos que
estiveram na base da continuidade, pós-independência, deste subsistema foram:
Assegurar a formação integral e técnico-profissional dos jovens em idade escolar e dos
trabalhadores, com vista à sua preparação para o exercício duma profissão numa
determinada especialidade com garantias do aumento quantitativo da força de trabalho
qualificada nos vários sectores sócio-económicos, conferindo-lhes capacidades,
elevando e valorizando de modo continuo o nível científico e técnico com vista a
aumentar a produção e os índices de produtividade; (PEETP, 2012: 100).
Dar aos jovens e trabalhadores a concepção científica do mundo desenvolvendo-lhes
capacidades de análise, síntese, abstracção e de pensamento lógico, de imaginação
criadora, espírito de investigação e inovação, sentido do belo e da ordem, de
organização e direcção científica do trabalho; (PEETP, 2012: 100).
Desenvolver nos jovens e nos trabalhadores as qualidades básicas duma personalidade
socialista que caracterizam o Homem Novo, educando-os no sentido de assumir uma
atitude correcta perante o trabalho, a propriedade social, o estudo e a sociedade; na
3
Plano Estratégico da Educação 2012-2016
27
A introdução deste subsistema veio fazer alterações não só a nível estrutural, mas também na
transformação de métodos, conteúdos (político-ideológico e científico-técnico); houve ainda
mudanças na direcção, na organização e articulação com os Subsistemas de Educação de
Adultos e com os sectores laborais.
O problema central do ETP está no facto de não possuir um sub-sistema que reúna as
condições necessárias para satisfazer, qualitativa e quantitativamente, as necessidades actuais
e futuras do mercado de trabalho formal e informal.
E as principais causas desse problema são: o limitado acesso dos cidadãos ao ETP (absorveu
em 2001 apenas 1% da população em idade escolar, o nível médio só existe em 7 províncias e
a taxa de participação da rapariga era apenas de 20%), a baixa eficiência (taxa média de
aprovação de 50% e taxa média de repetência de 30%); a baixa eficácia (apenas 20% das
escolas reúnem boas condições para a realização de práticas oficinais e laboratoriais, elevado
nº de alunos por turma e falta de livros, manuais e outros meios de ensino-aprendizagem) e a
fraca relevância do sub-sistema (currículos da maioria dos cursos concebidos há mais de 20
anos, custos muito elevados para a produção de candidatos para o mercado com formação
pouco relevante, desajustamento entre a procura e a oferta de profissionais, falta de
mecanismos que promovam a adequação, formação/emprego, não existem serviços de
orientação profissional, são raros os estágios e não se faz o seguimento e a auscultação dos
resultados da formação junto ao mercado de emprego4).
4
Estratégia do Ensino Técnico-Profissional em Moçambique (2002-2011). Mais técnicos, novas profissões e
melhor qualidade” Maputo. 200.
29
5
Estratégia do Ensino Técnico-Profissional em Moçambique (2002-2011). Mais técnicos, novas profissões e
melhor qualidade”, Maputo, 2001, p. 14-23
30
técnicos compreende quatro áreas: a formação geral, a formação básica, a básica específica e
a de especialidade).
A implementação da estratégia deve ser para um funcionamento cada vez mais autónomo, mas
também mais comparticipado pelos empregadores e trabalhadores e pela sociedade civil em
geral, através de mecanismos juridicamente reconhecidos e legalmente estabelecidos.
Embora se reconheça as inúmeras dificuldades que o ensino técnico atravessa, há que referir
em parte aos esforços de iniciativa ao nível do contexto do seu funcionamento, a criação de
parcerias com as empresas e instituições, como é o caso do Instituto Industrial de Maputo,
Instituto Agrário de Boane, Escola Industrial e Comercial da Matola, Instituto Agrário de
Chimoio que como outras escolas procuram auto-sustentabilidade em troca de prestação de
serviços com as empresas e produção escolar.
Esta Situação resulta Ada combinação de vários factores, nomeadamente, a gestão das
instituições de ensino, a qualidade dos professores pela fraca experiencia como docentes, a
qualidade dos programas e duração dos cursos, a metodologias de ensino, carência de material
didáctico, turmas com muitos alunos (em media 40 a 45 no primeiro ano do ensino técnico)
além dos aprendentes revelarem a fraca preparação nos níveis de ensino precedentes.
Expansão do acesso;
Melhoria da qualidade da educação;
Desenvolvimento institucional.
A estratégia inclui acções prioritárias, com vista a integrar todos os esforços de formação para
responder de maneira adequada aos desafios que lhe colocam e equipar os Moçambicanos
com as competências profissionais necessárias nos diferentes sectores económicos e sociais.
33
Devera igualmente proporcionar os jovens e adultos, para os quais muitas vezes não existem
vagas no mercado de trabalho formal, habilidade e capacidades para desenvolverem
iniciativas singulares de empreendimentos económicos de pequena e media escala.
Os estudos do Banco Mundial (2004) revela que o Banco Mundial ajuda ao Governo de
Moçambique a identificação dos pontos chaves da reformas e investimentos para o sistema de
educação técnica vocacional e treinamento responder efectivamente as habilidades necessárias
para a oportunidade de emprego no mercado de trabalho. Os mesmos estudos, identificaram
os pontos principais de aumento de qualidade e relevância de formação, como sendo reformas
dos níveis curriculares, treinamento de professores e avaliação do ensino e material de
aprendizagem.
Um sistema nacional de educação é um dos investimentos de longo prazo que mais influencia
o desenvolvimento de uma nação, pois é ele que garante a criação de uma massa crítica
nacional, reforçando os valores da cidadania consciente e, consequentemente, a capacidade de
intervenção responsável do indivíduo e da colectividade na busca do desenvolvimento
sociocultural, económico e da sustentabilidade ambiental (ROCHA, 1987:60).
O sistema de educação determina também a relação que surge entre o cidadão e o Governo,
dando espaço a um debate à volta das questões políticas numa busca comum pelas soluções
dos problemas que o País enfrenta ou, pelo contrário, conduzindo para uma situação em que o
cidadão se mantém silencioso perante o seu Governo, nutrindo frustração e revolta (Ibdem).
Falar, por isso, de um sistema nacional de educação é falar também de poder ou da ausência
do mesmo, em particular quando o sistema educativo não responde à sua função essencial que
é a de aumentar a capacidade de intervenção dos seus cidadãos. Esta capacidade só poderá ser
potenciada se o sistema educativo aumentar o conhecimento na sociedade, aumentar a
capacidade de compreensão e reflexão dos cidadãos, o reforço de valores de cidadania, e a
criação de uma cultura que promove a competência, e a utilização do saber e da sabedoria no
seio da sociedade.
Não existe uma definição e uso universal de categorias de jovens e adulto. De acordo com
Torres (2002), considera adultos os que tenha uma idade superior a 18 anos. A Educação de
35
Actualmente os alunos são de grupos etários diferentes pela dificuldades dos jovens
conseguirem vagas no regime diurno, variando entre as idades a partir de 16 anos até mais de
35 anos.
No ensino técnico a muitos adultos o que torna muito importante tornar a aprendizagem
baseada nos métodos de educação de adultos sobre tudo nos cursos nocturnos. Segundo a
globalização e em países em via de desenvolvimento exige que os formam devem tomar em
conta as metodologias de educação de adulto. Os objectivos da educação de adultos e jovens,
considerada como um processo que dura toda a vida, reforçam a autonomia e a capacidade
36
Desadequação entre a formação que neles é fornecida aos alunos, as exigências dos sistemas
produtivos e tecnológicos cada vez mais complexos e sujeitos a fortes mudanças-mutações;
oferta em qualidade e quantidade pelos diferentes ciclos de ensino, sobretudo o superior,
bastante limitadora das aspirações da população estudantil, a qual se vem obrigada a desistir do
sistema educativo ou a seguir vias não desejadas; e aspecto que marca negativamente os
sistemas educativos: elevadas taxas de reprovação, repelência e abandono escolar.
É neste contexto global que se circunscreve a formação técnica profissional, em que dela se
esperam respostas a uma multiplicidade de problemas, na perspectiva de que a formação
possa contribuir para o desenvolvimento económico, suprir as necessidades de sistema de
emprego de nível intermédio, minimizar o desemprego, contribuir para o avanço tecnológico
e sua continua evolução.
Com ensino técnico profissional é hoje entendido como um dos factores essenciais de
adaptação das empresas as novas condições tecnológicas, económicas e sociais. De acordo
com a forma como se perspectivam as tecnólogas, os currículos mudam, assim se equacionam
o papel da educação. Martins (1999: 100), anota que:
Numa visão optimista das tecnologias, a evolução das tecnologias e a educação técnico
profissional é vista como um processo imparável e sua inovação deve ser incrementada na
medida em que se lhe atribuem capacidade de proporcionar benefícios em prol de todos. O
ensino técnico profissional deveria ser, nesta concepção, direccionado para criar, desenvolver e
manipular as tecnologias diluir os obstáculos a sua implantação. Em Situação oposta a visão
37
Uma questão que importa referir é que os sujeitos tem de desempenhar as suas funções
profissionais em ambientes tecnológicos cada vez mais complexos, quer porque, no mesmo
espaço, tende a existir tecnologias de diferentes gerações onde a sua substituição, é contínua,
quer porque as tecnologias se modificam constantemente no sentido de se adaptar a Situação
muito diversas, tornando se este processo bastante heterogéneo. Martins (1999: 101), afirma
que:
As exigências feitas as organizações, (locais de ensino) são de tal forma intensas que o ensino-
formação não deve ter em vista apenas uma adaptação ao evoluir das tecnologias e dos
processos de trabalho mas, ao contrario, deve procurar também engendrar novas atitudes e
novos saber no sentido de os agentes serem elementos transformadores da realidade onde se
inserem.
A evolução das tecnologias de forma heterogénea conduz a que elas estejam presentes em
todos os domínios, alargando o leque do campo de acção dos actores envolvidos nos
diferentes níveis de produção (aplicação, adaptação, controlo e utilização).
Foram recrutados 152 novos docentes para o ETP em diferentes províncias. No âmbito
da parceria com Portugal, foram formados 19 professores em diferentes áreas para as Escolas
Profissionais. Destes até agora 11 foram recrutados. No âmbito da cooperação com a
Alemanha foram capacitados 24 professores em exercício na Alemanha, 25 professores em
exercício foram capacitados em pedagogia vocacional e currículos baseados em competências
na área em estudo. Ainda em 2011 teve inicio o processo de elaboração do estatuto do
formador da educação profissional e o desenvolvimento da qualificação para afirmação
pedagógica dos instrutores, assim como Criação de uma comissão técnica como resultado
dum encontro interinstitucional entre os actores relevantes da formação de formadores. O
ensino técnico profissional, depara-se com o fenómeno da concorrência do sector privado, que
atrai os professores qualificados.
Este fenómeno exige um forte acréscimo de investimentos, que os economistas dignam por
investimentos demográficos, os quais pesam sobre o rendimento nacional, no sentido de
permitir o acréscimo da população escolar e a manutenção do nível de vida da população. Na
Cidade da Beira é notável a expansão da rede de escolas públicas assim privadas mas ainda
verifica-se um défice de recursos humanos qualificáveis, existem escolas técnicas mas na sua
maioria são providas de formação teórica, isto leva a desqualificação dos recursos humanos
formados por essas escolas já que o mercado do trabalho exige pessoas com capacidades
teóricas e práticas. O Desenvolvimento da Cidade da Beira passa também pelo
desenvolvimento do Factor Humano (individuo), isto porque uma cidade é desenvolvida por
indivíduos, não existe um desenvolvimento de uma cidade sem que os habitantes da mesma
não estão estejam com formação de qualidade, razão pela qual o desenvolvimento da cidade
da beira depende da formação dos seus citadinos.
em matérias que vão desde métodos pedagógicos modernos, até as mais actualizadas
tecnologias mundialmente empregues.
2.2 Criação
Foi inaugurado a 11 de Outubro de 1969, funcionava apenas com professores estrangeiros
sem nenhum Moçambicano, como professor ou mesmo a desempenhar qualquer função, o
instituto funcionava na altura com 5 turmas compondo 4 cursos e cerca de 30 professores, os
cursos leccionados eram carpintaria, electricidade, construção de estradas e pontes e
mecânica.
Portanto, depois da independência, e com o desequilíbrio que se registou a nível do país em
todos os sectores aonde a educação técnico profissional e em particular o instituto industrial e
comercial da Beira não foi excepção, os professores que compunham o instituo na altura
começaram a abandonar a instituição de volta as suas origens predominantemente em
Portugal.
Face a isto, o instituto foi obrigado a fechar já nos meados do ano 1976, tendo a instituição
passado por vários momentos de marginalização e abandono quase total e completo, facto que
levou já o governo dirigido pela Frelimo a reabrir a instituição em 1983, concretamente no dia
18 de Abril de 1983, este funcionava apenas com duas especialidades, apenas no curso Diurno
e englobava 70 alunos e cerca 15 professores aonde cerca de 55 por cento dos possessores
42
eram estrangeiro e restante era Nacional. O instituto começa a implementar o curso nocturno a
partir dos anos 90. Tendo funcionado com 3 turmas durante este período.
Fonte: (IICB).
É só observar por exemplo, um estudante dos cursos que aqui leccionamos que por
característica dos cursos são obrigados a permanecer por vezes todo dia na instituição, só com
apenas um intervalo as 12 horas, porem este estudante sendo funcionário duma determinada
empresa que também lhe ocupa devido o carácter do serviço que este presta na empresa. Com
certeza o estudante automaticamente fica de certo ponto prejudicado com as aulas na sua
continuidade formativa. Ressaltou Rogério Duarte.
Portanto é preciso realçar que mesmo com esta forma de trabalhar que as empresas têm
enveredado, e que em poucas vezes nos temos concordado, temos realizados encontros com as
empresas com vista a colmatar-mos tais situações, no sentido de disponibilizar-mos para esse
efeito só estudantes finalistas do 3º ano de cada curso, dependendo das vagas solicitadas pela
empresa. Porque nos também reconhecemos a nossa fraca disponibilidade de oferta de técnicos
para dar respostas as solicitações.
Com frequência as empresas que temos recebido convites de ofertas de vagas, entre tantas
podemos mencionar a Vale Moçambique, Rio Tinto, Electricidade de Moçambique essas duas
últimas são mineradoras, temos também CFM, empresas de construção civil carpintarias
Bancos comerciais e tantas outras. A s mineradoras assim como CFM têm precisado com
frequência mecânicos electricistas, técnicos electrónicos e outras especialidades. A
electricidade de Moçambique solicita técnicos de eléctricos e por vezes contabilistas ou seja,
técnico de contas. No caso das empresas de construção solicitam funcionários técnicos da área
de construção de estradas e pontes.
Vejamos que antes de 2008 funcionávamos com cerca de 120 professores mas até então já
estamos com 167 professores de diversas áreas de formação, que na globalidade tem a nobre
44
Desde 2008 a 2013 concorreram em todo país e a nível internacional, nomeadamente Malawi
e Zimbabwe, para ingressarem ao Instituto Industrial e Comercial da Beira cerca de 25765
candidatos, mas destes, só a nível da Cidade da Beira concorreram 15030 candidatos de vários
cursos aqui oferecidos para ingressarem no Instinto Industrial e Comercial da Beira, desde
Diurno e Nocturno respectivamente.
Para o ano 2009, concorreram para ingressarem ao IICB, na totalidade de 3127 candidatos
para todos cursos e todos turnos, aonde 1911 eram todos da cidade da Beira, tendo sido
admitidos 419 para todos os cursos, e destes 120 eram provenientes da Cidade da Beira. No
tocante as graduações tiveram cerca de 186 graduados para todos cursos, sedo englobados
para o mercado de emprego 166 graduados o restante decidiu por conta própria ingressarem
ao mercado informal e ao auto emprego.
Para o ano 2010, tivemos como concorrentes para o ingresso ao instituto a nível global, isto
é, em todas as províncias do país 4211 candidatos, a concorrerem para todos os cursos e
especialidades, assim como os períodos Diurno e Nocturno. Especialmente na cidade da Beira
inscreveram-se para o concurso nesta instituição de ensino 2279 candidatos. Para a
45
globalidade de concursos foram admitidos e ingressados para frequentar os cursos 512, sendo
166 Citadinos Beirenses em formação. Em termos de graduação, em 2010 o Instituto
Comercial e Industrial da Beira graduou 181 estudantes, tivemos como resposta a solicitação
a vagas para emprego 146 graduados disponibilizados pelo IICB, tendo o restante voltado aos
seus postos de trabalho normais e outros iniciados o seu próprio auto emprego.
No tocante as graduações, tivemos 256 graduações, sendo deste número cerca de 230
empregada ao mercado de trabalho e o restante recorrido ao sector de auto emprego.
E concretamente ao ano 2013, o nosso entrevistado avançou que registaram 5339 inscrições
concorrentes de todas as províncias do país com maior enfoque para a região sul do país. A
cidade da Beira teve 3473 candidatos, desde os graduados do ensino básico técnico e médio
geral. Deste número de concorrente, o IICB admitiu para o seu quadro estudantil 622, neste
número, a cidade da Beira Participou com 221 estudantes divididos em 12 turmas, os cursos
com maior incidência foram mecânica e contabilidade. E para o caso dos graduados em 2013,
tivemos 251 graduados em todos os cursos e turnos, tendo mais de 238 graduados ingressados
no mercado de trabalho predominantemente nas empresas mineradoras e CFM e o restante
optou por auto emprego e reintegração nos seus locais normais de trabalhos.
resposta a procura e oferta de técnicos formados neste instituto tende a ser fraco no fim das
graduações porque nem todos os estudantes que ingressam no instituto é por falta ou estão a
procura de oportunidade de emprego, alguns já são enviados pelas empresas desde públicas e
privadas para o fim de capacitar os seus funcionários. E na hora de se fazer a contabilidade
final encontramos este impedimento apesar de não ser em um número grosso mas sempre
ressente-se a tal facto. Contudo o ensino técnico profissional é de facto uma grande
oportunidade de desenvolvimento pessoal e Nacional. Só não trabalha quem não quer …
enfatizou Rogério.
Tabela 1: Ordem do fluxo dos cidadãos a acessibilidade ao (IICB) por ano. (2008-2013).
O gráfico de Barras a seguir ilustra de forma clara o número de estudantes inscritos por ano e
a respectiva graduação assim como a sua própria inserção no mercado do trabalho.
47
Gráfico 1: Ilustra a evolução gráfica dos candidatos ao (IICB) por ano. (2008-2013).
qual transcrevemos alguns excertos, por nos assim julgados, merecedores de destaque a que
darão ao futuro candidato uma luz ainda que pálida que permitira vislumbrar o terreno.
Porém, existe um regime de precedência integralmente as actividades lectivas, o aluno pode
inscrever-se para prestar exames como externos, para cálculo da nota final, a media anual é
multiplicada por dois, o que traz largas e inúmeras vantagens ao discente, o aluno frequenta
um estagio pratico de três meses em unidade de produção, onde se entra em contacto directo
com a realidade laboral, preparando-se efectiva e conscienciosamente, para uma fácil inserção
no contexto sócio profissional.
O ensino técnico profissional pode ser melhorado para ele ser ainda mais útil da seguinte
forma: formação de quadros e capacitação dos mesmos em áreas correspondentes, utilização
de meios adequados para os formandos em via de capacitação, criar meios para a existência
de manuais de consulta por parte dos formandos melhoramento de salários para seus
funcionários e minimização dos meios de transporte e sobretudo o alojamento etc. Do ponto
de vista dos nossos entrevistados, o (IICB) e o ensino técnico profissional, é um ensino que é
adequado a pessoas que querem estudar, mas não simplesmente estudar, este querendo
aprender a fazer algo através de uma profissão, um ensino que visa formar quadros numa
determinada área. O ensino técnico profissional pode ajudar a desenvolver o país através de
seus quadros formados e experientes numa determinada área pois eles vem desde muito
aprendendo técnicas especificas de trabalhos, contando isso para o desenvolvimento tendo em
conta que quanto cedo é formado também cedo o país desenvolve. Compartilharam.
51
mesma Cidade, é a abertura de mais escolas profissionais e instituições deste tipo de ensino a
nível da Cidade. Tendo em conta que o (IICB) visa formar homens para o futuro tendo em
conta com o acentuado desenvolvimento que se regista actualmente, que é também a
transmissão de conhecimento tecnológico para o melhoramento das actividades e a garantia
da passagem da responsabilidade económica. O ensino pode ajudar o desenvolvimento do país
quando se incrementar a política de criação de auto emprego para a redução de índice da
pobreza absoluta como também na criação de iniciativas de outras actividades a serem
desenvolvidas. Isso pode acontecer com capacitação dos alunos na busca de conhecimentos
tecnológicos mais profundo e concretos assim como a fácil adaptação com a comunidade para
a colaboração das actividades estabelecidas. Compartilharam a opinião Armando Gil Matió,
Laura João e Márcia Sigaúque, Formados no Instituto Industrial e Comercial da Beira, em
Engenharia Civil e Mecânica respectivamente citando em simultâneo a sua evolução por te
frequentado o (IICB).
O (IICB) é o melhor Instituto técnico profissional que temos no nosso país, pois ensina as
pessoas a estudar tendo uma profissão a sua escolha, como não só, o ensino técnico
profissional estuda a prática. Porem, o (IICB) pode ajudar no desenvolvimento da cidade da
Beira e do país da seguinte forma: o ensino formando técnicos numa determinada área, cujo
tais ares são própria para o sector de actividade em que se implementa a prática para a
execução das actividades. Acho que o ensino técnico profissional pode ser melhorado
formando mais docentes qualificados para melhor ensinar e formar técnicos profissionais.
Incrementar política de investigação e amor com a área Para mim o ensino o ensino técnico
profissional é um ramo de ensino qualificado, pois faz com que o estudante vá ao mercado do
emprego com noção do que vai fazer. O país pode ser mais desenvolvido do que já é, pois o
ensino técnico profissional garante a inserção no mercado de trabalho. O ensino técnico
profissional só pode ser melhorado se a comunidade e os encarregados de educação não
amedrontarem os alunos a escolherem o ensino técnico como opção certa. Deve-se fazer
palestras encarregando os estudantes a fazerem parte deste ensino. Devemos também incentivar
aos alunos a aderirem em massa ao ensino. Precisa-se acabar com o medo que impede aos
estudantes a aderir ao ensino. “Informaram-nos alguns dos técnicos formados em serralheiro
civil e contabilidade pelo (IICB) ”.
53
capacita os quadros e funcionários da mesma. Mas principalmente nas áreas técnicas. E tem
contratado também motoristas, mecânicos, contabilistas, electricistas e muitos outros, desde
básicos, médios e superiores. Mas segundo a empresa, o Instituto Industrial da Beira, tem sido
um dos principais parceiros nesta matéria. Apesar de englobar todos os grupos de ensino,
pode-se observar que os funcionários ao fim de tudo tem uma única formação (técnico
profissional) facto que leva a Vale a apostar nos técnicos formados no Instituto Industrial
Comercial da Cidade da Beira, porem esses apesar de apresentarem algumas lacunas nas áreas
de formação é possível apostar neles. Disse a Vale Moçambique. Acrescentando que:
“Há um projecto de apoio ao ensino técnico em Moçambique, e o (IICB) não é excepção, este
ainda precisa de várias intervenções de carácter financeiro, desde professores e outros centros
escolares, sobretudo nas zonas rurais onde o índice de educação é frágil principalmente no
ensino técnico em Moçambique que ainda esta atravessando momentos de avanços.
“O ensino técnico em Moçambique ainda esta fraco, mas esta fraqueza não esta aliado a falta
de capacidade dos cidadãos, porém podemos associar esta fragilidade com deficiente política
e estratégia do ensino técnico. É preciso desenvolver capacidades dos Moçambicanos em
relação ao ensino técnico para acabar com a pobreza e restabelecer os complexos desafios
actuais do desenvolvimento socioeconómico. Existe um desajustamento entre a procura e a
oferta de profissionais qualificados e garantir também a competência de conhecimentos, só
assim o país pode desenvolver num ritmo acelerado através do ensino técnico profissional”.
Com o objetivo de fornecer-mos umas visão clara e satisfatória fomos ao encontro de mais
uma entidade empregadora dos formandos e graduados do ensino técnico profissional na
Cidade da Beira, e que também é um potencial consumidor da mão-de-obra fabricada no
(IICB).
Neste caso, referimos a Carpintaria Mutende a qual ficamos a saber que, a selecção dos
quadros na respectiva carpintaria não é feita como um grande concurso, privilegia-se mais a
experiência, o saber fazer, mas de realçar que em casos de emergência recorrem ao INEFP e
submetem os candidatos a uma capacitação para poderem responder com as expectativas do
mercado da empresa. Portanto em relação ao referencial da empresa, é o ensino técnico
profissional, tendo em conta com a natureza da empresa, o aplicável é o ensino técnico. Os
carpinteiros, vidreiros e outros técnicos, mesmo se não possuem grandes níveis académicos
apenas o saber fazer em caso de existência de vaga.
Acreditamos tanto no ensino técnico profissional, e nos quadros formados no (IICB) mas em
poucos casos temos visto alguns formados a serem ultrapassados com os não formados, então
o nosso ensino deve sair completamente do teórico para a prática contínua, mas estamos até
certo ponto satisfeito. Mas alguém formado com o ensino técnico, no (IICB) tem muitas
probabilidades e portas abertas ao mercado do trabalho e ao auto emprego, não depende
somente do Estado, pode empreender tanto, por isso o Governo deve ajudar muito o ensino
técnico e principalmente aquele Instituto. Se possível a maior parte da população estar
formado em uma área do ensino técnico profissional, e num Instituto igual a aquele, deste
jeito o nosso país pode avançar-se economicamente em muito pouco tempo, enfim, na nossa
óptica, o ensino técnico faz as oportunidades de um cidadão.
Porem a quando a nossa passagem ao (IICB) deparamo-nos com uma situação muito crítica,
isto é grande parte das instituição do ensino/formação que, por sinal é tida como a única de
qualidade que existe na cidade não possui equipamentos técnicos de qualificado, e em
concordância com a contemporaneidade que possibilite uma conjugação entre a teoria e a
prática do cidadão formado no Instituto Industrial da Cidade da Beira, isso levou nos há uma
conclusão de que grande parte dos recursos humanos que saem daquela instituição de
formação, atende e reclamação duma parte dos empregadores da Cidade da Beira que clamam
pelo não apenas conhecimento teórico e não pratico oferecido por aquela instituição.
Portanto, olhando para a resposta dos graduados no (IICB) assim como a os consumidores da
mão-de-obra ali fabricado respectivamente, existe um desajustamento com os diplomas
ministeriais publicados em Moçambique, sobre o claro papel do (IICB), visto que, este prevê
os seguintes objectivos do Instituto Industrial e Comercial da Beira:
A duração dos cursos no Instituto Industria e Comercial da Beira varia de três a quatro
anos de acordo com a área ou ramo, turno e o nível. A organização curricular dos
cursos técnicos compreende quatro áreas: a formação geral, a formação básica, a
básica específica, formação técnica Médio e a de especialidade. O ensino técnico no
(IICB) tem um carácter terminal. Pelo facto de também ter como objectivo
proporcionar os conhecimentos necessários para o prosseguimento de estudos, com a
actual organização curricular, a componente de formação geral e básica acaba
reduzindo as possibilidades de uma maior profissionalização dos alunos (PEETP,
2012: 104).
E, apesar dos esforços desenvolvidos, o país não dispõe ainda de um subsistema de Ensino
Técnico Profissional que possa responder eficazmente aos complexos desafios da fase actual
de desenvolvimento socioeconómico. Portanto, o principal problema do Ensino Técnico
Profissional e também do (IICB) resume-se no facto do Subsistema não reunir,
presentemente, as condições necessárias para satisfazer, quantitativa e qualitativamente, as
necessidades actuais e futuras do mercado de trabalho formal e informal (PEETP, 2012: 104).
Também é passível destacar a baixa eficácia no (IICB), provada que esta é constatada pela
falta de correspondência entre a qualidade dos graduados e os objectivos definidos nos
curricula, com maior gravidade em termos de habilidades práticas, particularmente no curso
nocturno. Os principais indicadores deste problema são: A maior parte dos cursos está
desprovida de condições básicas em termos oficinais e laboratoriais. Os estudantes do curso
6
Estratégia do Ensino Técnico-Profissional em Moçambique (2012-2016). Mais técnicos, novas profissões e
melhor qualidade”, Maputo, 2001, p. 14-23
58
nocturno não têm aulas práticas e laboratoriais; O elevado número de alunos por turma (por
vezes mais de 55 no 1º ano) não permite a realização de aulas práticas de forma eficaz; A falta
de livros, manuais e outros meios de ensino-aprendizagem, aliada ao modelo pedagógico
tradicional (centrado no professor nos conteúdos e baseado na transmissão de
conhecimentos), tem contribuído para a limitada aprendizagem dos alunos. (PEETP, 2012:
104).
O (IICB) tem por missão garantir aos cidadãos o acesso a uma formação científico-técnica
altamente qualificada, para responder às necessidades do desenvolvimento económico e social
da cidade e não só.
7
Estratégia do Ensino Técnico-Profissional (2012-2016), aprovada pelo Conselho de Ministros da República de Moçambique
em 20 de Dezembro de 2012
61
É sabido que o estágio de desenvolvimento assim como a educação e os seus níveis de ensino
constituem, em cada comunidade, elementos de sua identificação e do seu modo de ser. O
desenvolvimento pode ser entendido como acções continuadas de adaptação e
aperfeiçoamento das condições humanas no seu ambiente. O mundo moderno assimilou esse
conceito dos valores da sociedade industrial, o que não significa subordiná-lo de maneira
muito estreita as ideias de modernização e de crescimento económico.
A interferência da educação “ETP” sobre esse processo ou sobre essa aspiração se perfaz dia a
dia, uma vez que o capital humano não pode estar ausente ou abstraído do jogo social. O
conhecimento, as habilidades e as posturas dos indivíduos ou dos grupos, resultantes da acção
pedagógica espontânea ou institucionalizada, constituem e movem a convivência humana. Os
actores do desenvolvimento o promovem, até mesmo negativamente, segundo as informações
que disponham com referência aos recursos nacionais existentes (potenciais ou em uso), as
hipóteses de viabilidade dos projectos, as experiências e reacções externas, as necessidades e
expectativas do país, vale dizer, segundo dados observados, analisados e transmitidos pelo
labor educacional em análise.
Recomendações
Lançando um olhar não muito particular, podemos observar que Moçambique deve rever a
sua legislação para estabelecer, de maneira clara, que a educação primária é gratuita e
obrigatória para todos. A redacção actual reduz a obrigação do governo para prestar educação
gratuita para todos. Também, a persistência de desigualdades e a baixa qualidade do ensino
reduz a relevância dos discursos sobre o direito à educação.
O processo de escolha e promoção de directores das escolas no geral deve ser mais
competitivo, com possibilidade da validação das nomeações de pais e comunidades por meio
dos conselhos de escola. Os requisitos e qualificações dos directores devem ser claros e
divulgados amplamente.
Bibliografia
BARROS, Aidil de Jesus Paes. Projecto de Pesquisa: Propostas Metodológicas, 13ª Edição,
Petrópolis: Vozes, 2002.
COTRIM, Gilberto & PARISI, Mário. História e Filosofia da Educação. 5. ed. São Paulo:
Saraiva, 1982.
ROCHA, F. (1987). Fins e objectivos do sistema escolar português de 1820 a 1926. Aveiro:
Liv. Estampa.
Apêndices
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Anexos