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Universidade Pedagógica
Lichinga
2018
Índice
Introdução………………………………………………………… 4
Aconselhamento pré-teste…………………………………………..11
Conclusão…………………………………………………………... 17
Bibliografia………………………………………………………… 18
1.Introdução
1.objectivo Geral
Logo que o HIV foi descoberto, os indivíduos mais acometidos caracterizavam-se por
serem homens e homossexuais; com a disseminação do vírus houve juntamente a
feminização, aumentando consideravelmente o número de mulheres portadoras do vírus
HIV.
Com isso, as crianças também começaram a ser diagnósticas como portadoras do vírus,
principalmente por meio da transmissão vertical ou materno-infantil.
Desta forma , a transmissão vertical é a infecção pelo vírus HIV passada da mãe para o
filho, durante o período da gestação no parto ou pelo aleitamento materno.
Conceito de prevenção é norteado por concepções biomédicas, que têm a saúde como
ausência de doenças e, segundo as quais, cabe ao profissional ensinar aos usuários a
forma de evitarem-se as patologias·
Quanto mais precoce o diagnóstico da infecção pelo HIV na gestante, maiores são as
chances de evitar a transmissão para o bebé.
Visando diminuir o número de infecções pelo HIV pela transmissão vertical, vários
estudos foram feitos e comprovou-se a eficácia da utilização dos antirretrovirais na
gestante e no recém-nascido como meio de profilaxia para o não desenvolvimento da
soro conversão do filho da mãe portadora do HIV.
Segundo Araújo, Farias & Rodrigues (2006), “ o diagnóstico precoce do HIV deve ser
alcançado especialmente pelas Unidades Básicas de Saúde da Família em virtude
dessas serem responsáveis por garantir uma boa cobertura pré-natal e pelo acesso
geográfico da população em relação à unidade”.
Assim, é importante atentar que há gestantes HIV positivas que fazem uso de
Antirretrovirais (ARV) por seu estado imunológico/clínico (TARV-Tratamento) e
outras que ingerem os ARV como meio de profilaxia da transmissão vertical sendo que
nesta segunda condição a paciente é avaliada após o término da gestação (duas
semanas) para retirada dos ARV por profissional especializado. Na Teoria
Antirretroviral (TARV) utilizada como profilaxia a idade gestacional recomendada para
que a paciente inicie o tratamento é a partir da 14° semana de gestação; já na TARV o
tratamento independe da idade gestacional, visto que o acometimento da paciente
prejudica igualmente a mulher e o feto, devendo ser tratada conforme avaliação médica.
MINKOFF & AUGENBRAUN (1997) “afirmam que os efeitos adversos tanto para a
mulher como para o feto do uso do AZT no período gestacional não estão totalmente
explicáveis”.
Mesmo nos casos em que a terapia com ARV não foi iniciada a gestante deve receber o
AZT intravenoso conforme descrito anteriormente. Todas as gestantes que estão sendo
medicadas com AZT devem ser avaliadas diante de exames periódicos como forma de
detectar possíveis alterações hepáticas e anemia associada ao regime terapêutico, bem
como a contagem de CD4 para determinar a profilaxia das infecções oportunistas (CDC,
1994).
Orientar a gestante para que suspenda os ARV somente mediante a instrução médica,
pois alguns ARV – devido à meia-vida – devem ser suspensos antes que os outros.
Segundo MATURANA et al. (2007), “mulher deve ser informada sobre a importância
de se iniciar o uso do AZT oral após a 14º semana de gestação e sobre a possível
necessidade de se instituir o consumo de TARV combinada, o que será estabelecido
mediante avaliação criteriosa clínica e laboratorial; sendo a idade gestacional um
dado de suma importância para que a TARV se inicie no período adequado”.
O AZT em sua forma injectável (frasco ampola de 200mg/20 ml, sendo 10mg/ml)
possui estabilidade após a diluição de oito horas em temperatura ambiente e 24 horas
sob refrigeração.
Por ser medicação infundida e controlada, como citado na tabela acima, se instrui o uso
da bomba de infusão. Nos casos em que não esteja disponível o AZT em apresentação
endovenosa pode-se optar pela administração VO em solução, sendo administrados 300
mg VO no início do trabalho de parto e 300 mg VO a cada três horas até o
clampeamento do cordão.
Sendo a apresentação da solução se AZT VO de 200 ml (10 mg/ml), o total neste caso a
ser administrado é 30 ml, que equivale a 300 mg:
Nos casos em que a criança não possui condições de receber a dosagem por VO poderá
ser administrado por via endovenosa seguindo a mesma orientação de
miligramagem/Kg.
A escolha da via de parto para a gestante HIV positiva é avaliada pelo médico que
acompanha a paciente, sendo que a recomendação do Ministério da Saúde (2007) é que
a partir da 34º semana gestacional a carga viral seja avaliada, tendo um resultado abaixo
de 1.000 cópias/ml poderá ser optado pelo parto vaginal, já nos casos em que a carga
viral for superior a 1.000 cópias/ml ou é desconhecida a via de escolha é a cesariana
electiva; para evitar a ruptura das membranas e dilatação maior que 3 a 4 cm a cesariana
preferencialmente deverá ser realizada entre a 38º e 39º semana (MATURANA et al.,
2007).
Os medicamentos ARV que a paciente estiver em uso não devem ser interrompidos,
independente do Jejum prescrito para o procedimento, e em pacientes que fazem uso de
ARV Estavudina (d4T) a mesma deve ser suspensa 12 horas antes do início da
administração do AZT injetável.
A mãe HIV positivo bem como a criança devem ser encaminhadas ao alojamento
conjunto, não necessitando isolamento. No parto vaginal da paciente HIV positiva a
episiotomia deve ser evitada, conforme a possibilidade; a bolsa rota (por mais de quatro
horas) e o trabalho de parto prolongado aumentam o risco de transmissão vertical (2% a
cada hora). (Recomendações para Profilaxia da Transmissão Vertical e Terapia
Antirretroviral em Gestantes, MS/2007).
O aconselhamento objectiva cuidar dos aspectos emocionais, tendo como foco a saúde
sexual, a saúde reprodutiva e a avaliação de vulnerabilidades, na perspectiva dos
direitos humanos. Essa pratica deve privilegiar:
2.3.Aconselhamento pré-teste
A abordagem inicial permite identificar o conhecimento das gestantes sobre aids, sifilis
e outras DST, iniciar o mapeamento das situações defense vulnerabilidade e de risco em
que elas possam estar inseridas e estimular a aceitação para a realização do teste. Esses
conteúdos deverão ser complementados e aprofundados após o resultado do teste,
propiciando uma abordagem sobre aspectos da vida pessoal, tais como praticas sexuais
e uso de drogas.
a) Factores virais
Diversos estudos têm demonstrado correlação entre a magnitude da carga viral e o risco
de transmissão vertical do HIV. Em relação aos subtipos virais, ainda não existem
resultados definitivos que tenham demonstrado sua interferência no risco de
transmissão, bem como em relação ao fenótipo viral.
Todavia, alguns estudos realizados na África sugerem que o subtipo C esteja associado
a um maior risco de transmissão intraútero.
c) Factores comportamentais
O uso de drogas ilícitas acarreta dano vascular placentario, aumentando a
permeabilidade da placenta e, consequentemente, o risco de passagem do HIV e de
transmissão intrautero. Em gestantes usuárias de drogas ilícitas, a terapia antirretroviral,
mesmo que profilática, deve ser iniciada o mais precocemente possível.
d) Factores obstétricos
Tais efeitos raramente determinam a suspensão da utilização dos ARV, ja que a eficácia
desses medicamentos na prevenção da transmissão vertical do HIV, amplamente
demonstrada na literatura, claramente sobrepõe-se aos riscos das reacções adversas aos
mesmos. As alterações fisiológicas que ocorrem durante a gestação podem afectar a
cinética da absorção, distribuição, bio transformação e eliminação dos medicamentos,
alterando potencialmente a susceptibilidade da gestante a toxicidade aos diferentes
fármacos.
Entretanto, os autores de todos esses estudos descrevem que os casos de anemia foram
geralmente leves a moderados, raramente determinando suspensão dos medicamentos
ou interferindo de forma significativa na saúde das gestantes.
Tais síndromes tem semelhanças com outras mais raras, mas muito graves, que ocorrem
durante a gestação, como a síndrome HELLP (complicação da pré-eclampsia e
eclampsia associada a anemia hemolitica microangiopatica, hemólise, elevação de
enzimas hepáticas e plaquetopenia). Tais alterações podem estar associadas ao uso
prolongado de análogos de nucleosideos (acima de 6 meses de uso), e possivelmente
relacionam-se a toxicidade mitocondrial.
Uma avaliação sistemática do perfil lipídico de 248 gestantes em uso de profilaxia com
medicamentos antirretrovirais, na Itália, mostrou que os valores de colesterol total e de
triglicerides aumentaram progressiva e significativamente durante a gravidez e que, em
todos os trimestres da gestação, o aumento de triglicerides foi significativamente maior
nas mulheres que recebiam esquemas contendo inibidores de protéase.
Em uma coorte composta por 11.321 crianças nascidas de mães infectadas pelo HIV,
acompanhadas no período entre 1989 a 2004, observou-se que a proporção de crianças
com baixo peso ao nascimento diminuiu de 35% para 21% e a de partos prematuros
diminuiu de 35% para 22% no decorrer do tempo, sugerindo um papel protector da
profilaxia antirretroviral nessa população. No mesmo estudo, quando foram analisadas
as 8.793 mães que possuíam registos de acompanhamento pré-natal, não houve
correlação entre uso de profilaxia antirretroviral e baixo peso ao nascimento. A
ocorrência de prematuridade foi associada a uso de drogas ilícitas, presença de aids, uso
de inibidores de protease durante a gravidez e infecção pelo HIV na criança.
Chegando nos trâmites finas do trabalho, verificou-se que o enfermeiro tem um papel
fundamental na busca pela efectiva implementação dos cuidados preconizados para
promoção da saúde no contexto da tv do HIV, podendo actuar em todas as fases que
constituem a linha do cuidado, desde o período pré-concepcional, pré-natal, parto até o
puerpério.
Bibliografia
ANDERSON, J. (ed). A Guide to the Clinical Care of Women with HIV. U.S.
Department ofHealth and Human Services, Health Resources and Services
Administration: Rockville, 2001. 2. ed.
Araújo cl, Signes af, Zampier vs. O cuidado à puérpera com hiv/aids no alojamento
conjunto: a visão da equipe de enfermagem. Esc Anna Nery Rev Enferm [periódico na
Internet]. 2018 [acesso: 08 Setembro 2018];16(1):49-56. Disponível em: doi:
http://dx.doi.org/10.1590/
Barros VL, Araújo MAL, Alcântara MNA, Guanabara MAO, Melo SP, Guedes SSS.
The factors that influence adherence of pregnant women with HIV/AIDS to anti-
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