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ESTUDO DE CASO: PACIENTE SOROPOSITIVO AO HIV EM

UMA GESTAÇÃO GEMELAR

MACAPÁ
2019
ESTUDO DE CASO: PACIENTE SOROPOSITIVO AO HIV EM
UMA GESTAÇÃO GEMELAR

Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem


da Instituição Faculdade de Macapá ( FA M A ).
Como Requisito parcial para obtenção de nota
na disciplina de estágio supervisionado I.

Orientador:

MACAPÁ
2019
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO5

1.1 O PROBLEMAError! Bookmark not defined.

2 OBJETIVOS6

2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO6

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS6

3 JUSTIFICATIVA7

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA8

5 METODOLOGIA7

6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO17

REFERÊNCIAS18
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RESUMO:

A pesquisa visou relatar, o caso de uma gestação gemelar em mãe soropositiva ao


HIV, no ano de 2019, com a finalidade de identificar suas dúvidas oferecendo suporte
informativo, diante das questões levantadas no decorrer das consultas de pré-natal e
sobre os cuidados de enfermagem a paciente. Optou-se, por relatar o caso de L.V.C.,
36 anos, gesta 18 semanas e 1 dia, pela alta prevalência de infecção por HIV em
gestantes e a taxa de transmissão vertical durante o parto,. O trabalho t Trata-se de
um estudo de caso baseado na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE),
relacionando-o com a Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem. Para que pudessem
ser trabalhados os aspectos da SAE , Aabordou-se a problemática sobre as práticas
de enfermagem ao cuidado a paciente soropositivo em uma gestação gemelar, nas
quais os dados foram coletados por meio de o manuseio dos prontuários Pesquisa
documental de pré- natal, na unidade Básica de saúde Congós.
Para implementar o processo, ao tema proposto, foram Consultado traves de
pesquisas por meio de em artigos acadêmicos que foram selecionados à partir de
pesquisas em bases de dados, utilizando-se os descritores, Enfermagem ; gestantes
; HIV, gemelar, e em Revistas eletrônicas, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
Para construir a fundamentação teórica se procedeu com uma pesquisa na literatura
em busca de artigos, publicações acadêmicas, normativos e legislação, junto as bases
de dados indexados na UBS, utilizando os descritores: Enfermagem; gestantes; HIV;
gemelar.
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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, de acordo com dados de estudos, a infecção por HIV tem


prevalência de 0,61% na população entre 15 e 49 anos de idade e, em mulheres, de
0,41%. A transmissão vertical (da mãe para o filho) pode ocorrer em qualquer
momento da gestação, do parto e do pós-parto, por meio do aleitamento materno. O
crescimento do número de casos da infecção pelo Vírus ,constitui um fenômeno global
que representa importantes transformações epidemiológicas, A infecção pelo vírus do
HIV, é um grave problema de saúde pública, caracterizado como uma pandemia, que
se destaca pelas alterações e consequências causadas na vida do portador e pelo
número de pessoas infectadas que continua aumentando (BRASIL, 2013).
De acordo com o Ministério da Saúde, as gestantes soropositivas ao HIV, com
carga viral desconhecida ou maior que 1.000 cópias/mL, após 34 semanas de
gravidez, é escolhida por via de regra a cesárea eletiva na 38ª semana de gestação
por causa da diminuição do risco de transmissão vertical do HIV. E, para as gestantes
que fazem tratamento com antirretrovirais e com supressão da carga viral sustentada,
e se por algum motivo o parto Cesário não houver indicação, aí então o parto vaginal
pode ser indicado mas alguns cuidados específicos devem ser tomados durante
trabalho de parto, sendo contraindicados todos os procedimentos invasivos durante o
trabalho de parto (amniocentese, amniotomia, escalpo cefálico) (BRASIL, 2015).
A infecção perinatal pelo HIV pode se dar em três momentos: durante a
gestação, com passagem do sangue materno através da placenta; durante o trabalho
de parto, através do contato do concepto diretamente com o sangue e secreções
maternas; que é através do leite materno, durante a amamentação . Há um maior
risco de infecção no momento do parto, cerca de 50 a 70% dos casos de transmissão
vertical do HIV. No entanto à gemelaridade, além da ordem de nascimento e do tipo
de parto, a exposição aos outros fatores é semelhante para os conceptos. O risco para
o primeiro gemelar chega a ser 4,5 vezes maior do que para o segundo gemelar ,
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principalmente para os que nascem de parto vaginal . O primeiro gemelar “limpa” o


canal de parto com sua passagem e, portanto, tem maior exposição ao sangue e
secreções maternas, do que o segundo gemelar (FRIEDRICH, et al, 2016).
2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Relatar o caso de uma paciente soropositiva ao HIV em uma gravidez gemelar

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS

 Identificar as principais dúvidas e angustias da gestante soropositivo ao


HIV, oferecendo suporte informativo durante as consultas de Pré-natal
 Elencar fatores de risco para uma transmissão vertical
 Descrever o papel do enfermeiro quanto aos principais cuidados á uma
paciente soropositiva
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3 METODOLOGIA

Estudo do tipo descritivo-exploratória, trata-se de um estudo de caso de uma


gestante HIV+, gravida de gêmeos, baseado na Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE), relacionando-o com a Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem.
O estudo foi desenvolvido no período de Março à junho de 2019. Nelae descreve-se
a história da paciente, Por meio do manuseio dos prontuários de pré- natal, na unidade
Básica de saúde Congós, optou-se por relatar a história de L.V.C, 36 anos, pela alta
prevalência de infecção por HIV em gestantes e a taxa de transmissão vertical durante
o parto. Sua elaboração inclui:, objetivo Geral e especifico; resultado e discussão;
Fundamentação teórica; coleta de dados; Identificação; História da doença atual;
História familiar; Diagnostico de enfermagem; Planejamento das ações de
enfermagem; Implementação; e Avaliação do processo de enfermagem. Para orientar
este estudo de caso, formulou-se a seguinte questão: “Quais práticas da assistência
de enfermagem são efetivas nos cuidados a pacientes soropositivas ao HIV em uma
gestação gemelar”?
Consultaram-se por meio de pesquisas em artigos acadêmicos, Revistas
eletrônicas, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Teoria do Autocuidado de Orem,
diagnósticos de enfermagem, NANDA , planejamento NOC, e implementação NIC.
Foram excluídos da busca inicial capítulos de livros, resumos, textos incompletos,
teses de doutorado, dissertações de mestrados e relatos técnicos, e artigos
publicados até o ano de 2010.
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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 ABORDAGEM INICIAL DA GESTANTE COM HIV

Os serviços que hoje são considerados porta de entrada para o diagnóstico da


infecção pelo HIV em gestantes no Sistema Único de Saúde, são as Unidades Básicas
de Saúde (UBS), o Programa da Saúde da Família (PSF) e os Centros de Testagem
e Aconselhamento (CTA ou COAS). Estes são responsáveis pela captação das
gestantes para o pré-natal e realização da testagem para o HIV. Os testes sorológicos
(ELISA e confirmatório), assim como o teste rápido para HIV, que pode ser realizado
por profissionais de saúde capacitados, são indicados na rotina pré-natal
(BRASIL,2012).
A gestação, acompanhada com o HIV, para as mulheres refletem expectativas
diante do surgimento de uma nova vida Principalmente relativas à possível
transmissão da doença e a saúde do recém-nascido. O pré-natal é o momento ideal
para orientar e acolher essas gestantes. Nesta fase, os profissionais precisam ter
muita sensibilidade para compreender o impacto que é nas vidas dessas mulheres em
ser gestante e estar infectada pelo vírus do HIV.( CECCHETTO,2016)
Deve-se solicitar, de rotina, o teste para HIV na primeira consulta pré-natal e
na rotina de 3º trimestre, na dependência da autorização da grávida – lembrar que no
nosso meio o rastreamento do HIV necessita da autorização expressa da paciente
(assinatura no prontuário). Em caso de positividade do teste, durante o pré-natal,
confirmar com novo teste de HIV e Western-blot, em uma 2ª amostra. Se positivos,
encaminhar a gestante para atendimento em Centro Especializado no Controle e
Tratamento da AIDS (IPPMG), e acompanhamento pré-natal. Na internação, deve ser
solicitado o teste rápido para HIV, quando não houver sorologia prévia ou se está tiver
mais de três meses (DUARTE,2010).
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4.2 DÚVIDAS FREQUENTES DE GESTANTES SOROPOSITIVAS AO HIV

No momento da descoberta da soropositividade na vida de mulheres gravidas.


são muitos os sentimentos que emergem diante desse acontecimento. Normalmente
essa descoberta e feita durante o acompanhamento pré-natal. muitas são pegas de
surpresa e nesse momento muitas dúvidas são acometidas por elas, muitas vezes até
mesmo pelo desespero no momento. A maior angustia vivenciada pela gestante, no
entanto, é o medo de transmitir o vírus HIV para o bebê, pois ao visualizarem a
possibilidade do filho tornar-se soropositivo, preocupam-se com o fato da criança
sofrer discriminação e preconceito, além do sofrimento agregado à condição da
própria doença. As dúvidas mais frequentes são: a respeito do feto, se ele será
contaminado durante a gravidez, se ela poderá amamenta-lo, se poderá beijar seu
companheiro, se poderá manter relações sexuais, e se poderá ter uma vida normal
junto com seus familiares (BERTAGNOLI,2017).
O conhecimento do tratamento anti-HIV permite reduzir o risco de transmissão
do vírus à criança. Entre as mulheres que não recebem tratamento durante a gravidez,
o risco é muito maior, mesmo sendo assintomáticas. Nas gestantes sintomáticas, o
aborto espontâneo, a prematuridade, o descolamento prematuro da placenta, o
retardo de crescimento intra-uterino e o baixo peso são algumas consequências
frequentes. Partindo-se do pressuposto de que a própria mulher soropositiva é quem
irá decidir se deverá engravidar ou não, seria necessário recolher o máximo de
informações possíveis a fim de fazer uma opção consciente.(BRASIL,2010)
Vale ressaltar, que a assistência pré-natal a essa paciente não deve
desconsiderar o suporte informativo sobre a patologia. Com raras exceções, as
orientações e os cuidados relacionados a pessoas com AIDS estão sob a
responsabilidade de enfermeiro O aconselhamento se fundamenta na interação e na
relação de confiança que se estabelece entre o profissional e o usuário. Logo, o papel
do profissional sempre é o da escuta sobre as preocupações e as dúvidas dos
usuários. Para tanto é necessário que haja, por parte do profissional, o
desenvolvimento de habilidade para a realização de perguntas sobre a vida s que
atuam em instituições de saúde e em hospitais de atendimento emergencial. íntima
das pessoas, com a finalidade de propor questões que facilitem a reflexão e a
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superação de dificuldades, a adoção de práticas seguras e a promoção da qualidade


de vida. Para que todos esses objetivos sejam alcançados, é fundamental que,
durante todo o atendimento, a linguagem utilizada seja acessível ao
usuário.(SANARE, 2015)

4.3 FATORES DE RISCO PARA UMA TRANSMISSAO VERTICAL

A TV do HIV pode ocorrer em três períodos: intrauterino, no nascimento


(intraparto) ou durante a amamentação (pós-parto). O HIV pode ser transmitido dentro
do útero pelo transporte celular transplacentário, por meio de uma infecção
progressiva dos trofoblastos da placenta até que o vírus atinja a circulação fetal, ou
devido a rupturas na barreira placentária seguidas de microtransfusões da mãe para
o feto ( FRIEDRICH,2016).
A definição dos fatores associados ao risco de TV do HIV é bastante complexa
e envolve a interação de diversos aspectos. Sua patogênese está relacionada a
múltiplos fatores, entre os quais se destacam:
 Fatores virais; Em relação aos subtipos
virais, ainda não existem resultados definitivos que tenham demonstrado sua
interferência no risco de transmissão, bem como em relação ao fenótipo viral. Todavia,
alguns estudos realizados na África sugerem que o subtipo C esteja associado a um
maior risco de transmissão intraútero.
 Fatores clínicos e imunológicos: O status clínico envolve a presença
de manifestações relacionadas à imunodeficiência, como, por exemplo, a presença
de doenças oportunistas, que aumentam a complexidade do manejo clínico da
gestante, interferindo nas intervenções que reduzem o risco de transmissão vertical.
 Fatores comportamentais: O uso de drogas ilícitas acarreta dano
vascular placentário, aumentando a permeabilidade da placenta e,
consequentemente, o risco de passagem do HIV e de transmissão intraútero. Em
gestantes usuárias de drogas ilícitas, a terapia antirretroviral, mesmo que pro$lática,
deve ser iniciada o mais precocemente possível.
 Fatores obstétricos: A transmissão do HIV por via intra-útero é maior
no 3º trimestre da gestação, o que justifica que toda gestante esteja em tratamento
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nesse período. A realização de procedimentos invasivos durante a gestação, tais


como amniocentese e cordocentese, pode acarretar maior risco de TV, devido à lesão
placentária.
 Fatores relacionados ao recém-nascido: A prematuridade e o baixo
peso são fatores de risco associados à transmissão vertical do HIV.

 Fatores relacionados ao aleitamento materno: A amamentação está


associada a um risco adicional de 7 a 22% de transmissão. Por sua vez, em casos de
infecção materna aguda, o aleitamento natural aumenta a TV do HIV para 29%.
As taxas de transmissão vertical do HIV, sem qualquer intervenção durante a
gestação, situam-se entre 25 e 30%. Desse percentual, 25% referem se à transmissão
intraútero e 75% à transmissão intraparto (BRASIL,2010).

4.3.1 Transmissão vertical em gestação gemelar

Pacientes com HIV em gestações gemelares, é um fator de risco importante


para a ocorrência de transmissão perinatal do HIV . Os estudos identificaram que a
realização da cesariana reduz o risco da transmissão, quando comparada ao parto
vaginal. Este fato pode ser explicado por haver menor exposição dos conceptos às
microtransfusões que ocorrem durante o trabalho de parto, menor contato com sangue
materno e, por evitar o contato com o trato genital materno que, principalmente no
caso de coinfecções, apresenta secreções com maior presença do vírus HIV . A ordem
de nascimento foi considerada fator de risco para a infecção . O risco para o primeiro
gemelar chega a ser 4,5 vezes maior do que para o segundo gemelar , principalmente
para aqueles que nascem de parto vaginal . O primeiro gemelar “limpa” o canal de
parto com sua passagem e, portanto, tem maior exposição ao sangue e secreções
maternas, do que o segundo gemelar. Entre os nascidos de parto cesariana, também
se evidenciou maior ocorrência de infecção para o primeiro gemelar, porém, as taxas
entre os dois grupos foram mais próximas . Com relação à influência da zigozidade
sobre a transmissão materno-fetal do HIV, foi encontrado que entre as gestações
monozigóticas houve maior taxa de concordância de infecção entre os conceptos,
quando comparadas às gestações dizigóticas. Além dos fatores de risco acima
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citados, existem outros mecanismos relacionados com a transmissão vertical do HIV.


No entanto, com relação à gemelaridade, além da ordem de nascimento e do tipo de
parto, a exposição aos outros fatores é semelhante para os conceptos.

4.4 O PAPEL DO ENFERMEIRO QUANTO AOS PRINCIPAIS CUIDADOS

O pré-natal é um período de preparação física e psicológica para as gestantes.


O parto e a maternidade são os momentos de intenso aprendizado e uma
oportunidade para os profissionais de saúde desenvolverem ações educativas no ciclo
grávido-puerperal. Pois é no pré-natal que a mulher deverá ser orientada sobre sua
condição de saúde, para que possa viver a gestação, o parto e a maternidade de
forma adequada e sem riscos. O aconselhamento é uma estratégia criada pelo
Ministério da Saúde afim de estabelecer uma relação interpessoal entre profissional
da saúde e paciente.( SOUZA,2011)
Nesta fase, os profissionais precisam ter muita sensibilidade para
compreender o impacto vivenciado por essas mulheres, em ser gestante e estar
infectada pelo vírus do HIV. Muitas gestantes não têm com quem compartilhar seus
problemas, então, cabe ao enfermeiro prestar apoio emocional necessário e contar
com outros membros da equipe de saúde para desenvolver um aconselhamento
pautado efetivamente no diálogo, na escuta, na empatia, na confiança e no
acolhimento. Aliado a isso, devem conhecer como as gestantes soropositivas para o
HIV percebem a geração de um filho com risco para a infecção.( LÔBO et al,2018)
Ao ser feito o diagnóstico de infecção pelo HIV durante a gestação, a paciente
deverá ser encaminhada para os serviços de referência, na qual fará o seu
acompanhamento pré-natal de alto risco e clínico, como portadora do HIV. Sempre
que possível esse acompanhamento deverá ser feito em serviço de referência durante
toda a gestação, no parto e pós-parto (incluindo, serviço de Planejamento Familiar).
Exames de T-CD4+ e Carga Viral, devem ser solicitado com brevidade, pois os
mesmos serão fundamentais para a decisão quanto ao esquema profilático ou
terapêutico a ser adotado. Avalia-se a forma que acontecerá o parto de acordo com a
carga viral da mãe, cargas virais elevadas são indicativas de cesariana, em
contrapartida, cargas virais baixas indicam a possibilidade do parto normal. Em
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gestantes HIV positivas.( AMARAL et al,2012)


Usa-se a quimioprofilaxia com AZT injetável. No momento do parto é
administrado zidovudina por via intravenosa durante todo o trabalho de parto e parto,
até a ligadura do cordão umbilical. No recém-nascido, deve-se administrar zidovudina
solução oral nas primeiras 8 horas após o nascimento, devendo ser mantido durante
as primeiras seis semanas de vida (42 dias), A efetividade da prevenção da
transmissão vertical está no aconselhamento, desta forma, o profissional da área da
saúde envolvido no cuidado das gestantes deve proceder com todo zelo e abstendo-
se de julgamentos, discriminação e preconceito ( MENEZES,2015).

4.4.1 Aplicação da teoria do autocuidado no cuidado à gestante com HIV

A Teoria do Autocuidado é considerada um método eficaz na


promoção do cuidado de enfermagem, pois se destina às necessidades do paciente
e trata-se de um cuidado holístico. Nessa teoria, o indivíduo deve realizar atividades
que promovam a própria recuperação do seu padrão de saúde, melhorando a
qualidade de vida e bem-estar. Encontrou-se um DE do Domínio 1 (Promoção da
Saúde), um do Domínio 4 (Atividade/Repouso) e um do Domínio 8 (Sexualidade)
(SOARES, et al,2017)
Os diagnósticos de enfermagem (DE) foram: Comportamento de saúde
propenso a risco relacionado à atitude negativa em relação aos cuidados de saúde,
evidenciado por falha em agir de forma a prevenir problemas de saúde; Manutenção
do lar prejudicada relacionada a planejamento familiar insuficiente, evidenciado por
dificuldade para manter um ambiente confortável; Risco de binômio mãe-feto
perturbado relacionado a cuidado pré-natal inadequado (NANDA,2017)
As intervenções prescritas foram: Estimular a paciente a esclarecer suas
dúvidas em relação aos cuidados com sua saúde e sobre sua doença, se mostrando
disposta a auxiliá-la durante o período do tratamento, através de consultas de
enfermagem; Orientar sobre hábitos saudáveis de vida, autocuidado e proteção
consigo mesma, através de didáticas abordando hábitos de higiene, prevenção de
doenças e controle de patologias, de fácil entendimento; Salientar a importância do
autocuidado principalmente relacionado ao HIV e quanto aos riscos de uma futura
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gestação, com possível risco de infecção ao feto; Orientar métodos de cuidado e


prevenção de transmissão do HIV para seus familiares e futuro(s) companheiro(s),
ofertando o uso de preservativos e manutenção do tratamento com Terapia
Antirretroviral (TARV) ; Esclarecer dúvidas da gestante quanto a sua gestação e sobre
o pré-natal, abordando a importância da continuidade do tratamento com TARV, a
cada consulta na unidade; Explicar a importância de adesão ao regime terapêutico
prescrito (TARV) para saúde dela e do bebê e do autocuidado, para que o percurso
da gestação ocorra da maneira mais saudável possível, em todas as consultas de pré-
natal (MACÊDO ,2013).
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5. RESULTADOS E DISCUÇÃO

O caso acima, relata a realidade de muitas mulheres portadoras do HIV.


Porém, a história de l.V.C. se passa em um momento muito especial de sua vida ,além
de estar gravida de gêmeos, descobriu durante o pré-natal que era soropositiva, esse
caso, se assemelha ao de milhares de outras mulheres que, num misto prazer e
necessidade, vão se infectando.
A gestação acelera a evolução da doença nas mães portadoras do vírus e
cerca de 20% dos recém-natos de mães soropositivas não medicadas também
carregam o HIV. A importância do seu estudo na gestação reside no esforço de reduzir
as taxas de transmissão vertical, que pode ocorrer por via transplacentária, intraparto
por inoculação direta ou através da amamentação. Procurou-se direcionar as
intervenções baseadas no autocuidado estabelecido por Orem, através de métodos
simples e que podem ser implantados sem precisar de materiais complexos para o
aprendizado, apenas com diálogos, escutas e aconselhamentos por parte do
enfermeiro e de uma equipe multidisciplinar.

5.1 COLETA DE DADOS


A coleta de dados ocorreu no período de abril a maio de 2019. através do
prontuário da paciente a partir de pesquisa documental, e a abordagem da gestante
foi no próprio consultório da unidade Básica de Saúde Congós, como forma de garantir
a privacidade e sigilo das informações, se deu por meio de uma entrevista
semiestruturada com perguntas abertas e fechadas elaboradas pelas autoras. escuta
qualificada mais anamnese. Durante a segunda consulta de pré-natal, a coleta foi mais
abrangente onde trouxe informações importantes e precisas para dá um ponto de
partida ao caso.

5.1 IDENTIFICAÇÃO
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L.V.C., 36 anos, branca, doméstica, casada, natural de Macapá AP , com idade


gestacional de 18 semanas e 1 dias, em uma gestação gemelar, sendo esta sua 4ª
gestação, sabendo que é soropositivo ao HIV há um meses.

5.2 HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL

Paciente multípara, realizou exames de rotina de pré-natal, onde fez exame de


testagem rápida em HIV. Após realizar o exame retornou a consulta de enfermagem
de pré-natal, junto de seu parceiro. Durante a anminese anamnese , o casal informou
que realizaram testagem rápida positivando HIV para a gestante e negativando para
o parceiro, foi realizado acolhimento e aconselhamento e encaminhado ao SAE/CTA
para acompanhamento especializado, e para pré-natal de alto risco, para avaliação e
acompanhamento paralelo a AB.

5.3 HISTÓRIA FAMILIAR

Possui antecedentes familiares de gemelaridade (companheiro)

5.4 DIAGNOSTICO DE ENFERMAGEM

5.5 PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE ENFERMAGEM

5.6 IMPLEMENTACAO DAS ACOES DE ENFERMAGEM 5.7 AVALIAÇÃO


DO PROCESSO DE ENFERMAGEM
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6 CONCLUSÃO

Durante a construção deste trabalho foram abordados conceitos teóricos de


fundamental importância, onde buscou trazer informações sobre a realidade das
gestantes soropositivas pela alta prevalência de infecção por HIV em gestantes e a
taxa de transmissão vertical durante o parto. No entanto essa prevalência gera uma
preocupação para os profissionais de saúde, dessa forma busca-se a ampliação da
humanização do aconselhamento e assistência no pré-natal e pós-parto. Acredita-se
que o enfermeiro, pela sua formação acadêmica, esteja capacitado para atuar nessa
função de educador e cuidador. Reconhecer que as gestantes HIV positivas, estão
mais susceptíveis ao preconceito e discriminação social, e desenvolver um olhar
humanizado ao cuidado.
Ao conhecer as vivências das gestantes portadoras de HIV acerca da
assistência de enfermagem fornecida no pré-natal, deparamos com impossibilidades.
Detectamos que a atenção específica a essas mulheres, no que tange ao tempo
gestacional, lhes era oferecida apenas por profissional médico e não havia
acompanhamento obstétrico sistemático. Ação educativa em saúde é o melhor meio
para que os profissionais alcancem um maior envolvimento dessas gestantes, que
envolva os parceiros, permitindo, dessa forma, a discussão de medidas de sexo
seguro, entre o casal , com o objetivo de reduzir a carga viral de ambos e evitar uma
gravidez não planejada . Julga-se necessário que os programas de saúde da mulher,
desenvolvidos em todo o Brasil, devam dar maior ênfase ao atendimento humanizado
prestado pela equipe de saúde no atendimento à mulher/mãe soropositiva.
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REFERÊNCIAS

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