Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
Introdução: Vulvovaginite é o processo infeccioso do trato geniturinário inferior feminino,
podendo gerar complicações perinatais como trabalho de parto prematuro, rotura prematura
de membranas e corioamnionite. Objetivo: Avaliar a prevalência de vulvovaginites na
gestação e definir sua associação com fatores sociodemográficos e complicações perinatais.
Métodos: Estudo transversal, com análise de 216 prontuários das pacientes que realizaram o
pré-natal em ambulatório-escola de julho/2010 até fevereiro/2012. Os dados foram analisados
pelo programa SPSS 16.0. O teste qui-quadrado testou a homogeneidade de proporções.
Foram calculadas as razõoes de prevalência e seus respectivos intervalos de confiança, com
nível de significância de p < 0,05. Resultados: A prevalência de vulvovaginites na gestação
foi de 38,9%. A idade maior ou igual a 30 anos esteve menos associada (p = 0,003) ao
desenvolvimento de vulvovaginites [RP 0,24 (IC95% 0,07-0,68)]. O aparecimento de
vulvovaginites na gestação aumentou em quase quatro vezes [RP 3,80 (1,29-12,63)] a
probabilidade de ocorrência de rotura prematura de membranas (p = 0,007). As
vulvovaginites não se mostraram associadas ao trabalho de parto prematuro e/ou
corioamnionite. Conclusões: A prevalência de vulvovaginites na gestação foi de 38,9%.
Pacientes com 30 anos ou mais apresentaram menos probabilidade de desenvolverem
vulvovaginites, porém a patologia aumentou em quase quatros vezes a probabilidade de
ocorrência de rotura prematura de membranas.
ABSTRACT
Background: Vulvovaginitis is the infectious process of the female lower genitourinary tract,
which can lead to perinatal complications such as preterm labor, premature rupture of
membranes and chorioamnionitis. Objective: To evaluate the prevalence of vulvovaginitis in
gestation and to define its association with sociodemographic factors and perinatal
1
Faculdade de Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina – Palhoça/SC, Brasil.paulomedcarvalho@gmail.com.
2
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Universidade do Sul de Santa Catarina/SC.
1,2
Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul)
INTRODUÇÃO
MÉTODOS
RESULTADOS
DISCUSSÃO
REFERÊNCIAS
1. Linhares IM, Miranda SD, Vergolino RVD, Caetano ME, Peixoto S. Cobertura do exame de
Papanicolaou no Brasil e seus fatores determinantes: uma revisão sistemática da literatura,
Jornal Bras Doenças Sex Transm. 1998; 10(5):43-7.
2. Boatto HF, Moraes MS, Machado AP, Girão MJBC, Fischman O. Correlação entre os
resultados laboratoriais e os sinais e sintomas clínicos das pacientes com candidíase
vulvovaginal e relevância dos parceiros sexuais na manutenção da infecção em São Paulo,
Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2007; 29(2):80-4.
3. Neto AA, Hamdan JS, Souza RC. Prevalência de cândida na flora vaginal de mulheres
atendidas num serviço de planejamento familiar. Rev Bras Ginecol Obstet. 2006; 21(8):441-5.
4. Leite SRRF, Amorim MMR, Calábria WB, Leite TNF, Oliveira VS, Júnior JAF, et al. Perfil
clínico e microbiológico de mulheres com vaginose bacteriana. Rev Bras Ginecol Obstet.
2010; 32(2):82-7.
7. Simões JA, Giraldo PC, Cecatti JG, Camargo RPS, Faúndes A. Complicações perinatais em
gestantes com e sem vaginose bacteriana. Rev Bras Ginecol Obstet. 1998; 20(8):437-41.
9. Carvalho MHB, Bittar RE, Maganha PPAS, Pereira SV, Zugaib M. Associação da vaginose
bacteriana com o parto prematuro espontâneo. Rev Bras Ginecol Obstet. 2001; 23(8):529-33.
10. Silva JC, Geglmann RC, Costa JG, Giacometti C. Relação entre vaginose bacteriana e
prematuridade. Femina. 2010; 38(2):79-81.
11. Centers for disease control and prevention. Deseases and related conditions. Guideline 2010.
Disponível em http://www.cdc.gov/std/general/default.htm.
12. Lajos GJ, Junior RP, Nomura ML, Amaral E, Pareira BG, Milanez H, et al. Colonização
bacteriana do canal cervical em gestantes com trabalho de parto prematuro ou ruptura
prematura de membranas. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008; 30(6):458- 66.
13. Holanda AAR, Fernandes ACS, Bezerra CM, Ferreira MAF, Holanda MMRR, Holanda ICP,
et al. Candidíase vulvovaginal: sintomatologia, fatores de risco e colonização anal
concomitante. Rev Bras Ginecol Obstet. 2007; 29(1):3-9.
15. Rosa MI, Rumel D. Fatores associados à candidíase vulvovaginal: estudo exploratório. Rev
Bras Ginecol Obstet. 2004; 26(1):65-70.
16. Morris M, Nicoll A, Simms I, Wilson J, Cathpole M. Bacterial vaginosis: a public heath
review. Br J Obstet Gynecol. 2001; 108:439-50.
17. Ferrazza MHSH, Maluf MLF, Consolaro MEL, Shinobu CS, Svidzinski TIS, Batista MR.
Caracterização de leveduras isoladas da vagina e sua associação com candidíase vulvovaginal
em duas cidades do sul do Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27(2):58-63.
18. Tanaka VA, Fagundes LJ, Capatan A, Gotlieb SLD, Belda JW, Arnone M, et al. Perfil
epidemiológico de mulheres com vaginose bacteriana, atendidas em um ambulatório de
doenças sexualmente transmissíveis, em São Paulo, SP. An Bras Dermatol. 2007; 82(1):41-
46.
19. Smart S, Singal A, Mindel A. Social and risk factores for bacterial vaginosis. Sexual Trans
Dis. 2004; 80(1):58-62.
20. Barcelos MRB, Vargas PRM, Baroni C, Miranda AE. Infecções genitais em mulheres
atendidas em unidade básica de saúde: prevalência e fatores de risco. Rev Bras Ginecol
Obstet. 2008; 30(7):349-354.
23. Martius J, Eschenbach DA. The role of bacterial vaginosis as a cause of amniotic fluid
infection, chorioamnionitis and prematurity: a review. Arch Gynecol Obstet. 1990; 247:1-13.
24. Lamagni T, Hughes G, Rogers PA, Paine T, Cacthpole M. New cases seen at genitourinary
medicine clinics: England 1998. Comun Dis Rep. Suppl. 1999; 9:1-12.
25. Nai GA, Mello ALP, Ferreira AD, Barbosa RL. Frequência de Gardnerella vaginalis em
esfregaços vaginais. Rev Assoc Med Bras. 2007; 53(2):162-5.
26. Goldenberg RL, Culhane JF, Johnson DC. Maternal infection and adverse fetal and neonatal
outcomes. Clin Perinatol. 2005; 32:523-59.
TABELAS
Vulvovaginites
Características Sim Não Total valor p RP* (IC95%)
sociodemográficas n (%) n (%) n (%)
Idade
≤ 18 anos 21 (25,0) 29 (22,0) 50 (23,1) 0,480 0,98 (0,51-1,89)
19-34 anos 59 (70,2) 80 (60,6) 139 (64,3) 1,00
≥ 35 anos 4 (4,8) 23 (17,4) 27 (12,6) 0,003 0,24 (0,07-0,68)
Cor de Pele
Branca 76 (90,5) 117 (88,6) 193 (89,4) 1,00
Não branca 8 (9,5) 15 (11,4) 23 (10,6) 0,343 0,82 (0,32-2,02)
Vive c/ parceiro
Sim 53 (63,1) 74 (56,1) 127 (58,8) 1,00
Não 31 (36,9) 58 (43,9) 89 (41,2) 0,155 0,75 (0,42-1,31)
Escolaridade
≤ 8 anos completos 30 (35,7) 56 (42,4) 86 (39,8) 0,166 0,76 (0,43-1,33)
> 8 anos completos 54 (64,3) 76 (57,6) 130 (60,2) 1,00
*Razão de prevalência