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Nome: Clara Beatriz Barbosa Lima

TICs semana 11 - 4º Período

Encaminhe uma resenha contendo as patologias que devem ser rotineiramente


consideradas na avaliação de uma gestante.

Mudanças durante a gravidez, como imunossupressão relativa, alterações anatômicas


durante a gravidez e alterações hormonais, podem alterar o curso de uma DST. As infecções
maternas podem afetar a saúde da mãe e do feto, e a transmissão pode ocorrer durante a
gravidez, o trabalho de parto e o parto.

O diagnóstico e tratamento desta infecção dependem do tipo de infecção, do período


de incubação, das manifestações clínicas da doença, da disponibilidade de testes diagnósticos
precisos e rápidos e do tratamento específico. Para gestantes, devem ser considerados os
riscos das abordagens diagnósticas e terapêuticas. O rastreio do VIH, da sífilis e do vírus da
hepatite B (VB) é frequentemente realizado durante o pré-natal, enquanto o rastreio da
clamídia e da gonorreia é muitas vezes ignorado. Além disso, mesmo quando estes testes
sorológicos estão disponíveis, não é incomum que muitas mulheres grávidas desconheçam os
resultados devido à confusão em todo o sistema de saúde.

Os testes a serem realizados pela gestante para prevenir a transmissão vertical de


infecções e outros agravos estão detalhados a seguir:

​ › Sífilis: na primeira consulta do pré-natal (idealmente, no primeiro trimestre da


gestação), no início do terceiro trimestre (28a semana) e no momento do parto ou
aborto, independentemente de exames anteriores. A sífilis é uma doença infecciosa
considerada sistêmica desde o início, de evolução crônica, sujeita a surtos de
agudização e períodos de latência quando não tratada, podendo ser transmitida por via
sexual, transfusão sanguínea e ainda indiretamente por for- mas incomuns, como
objetos contaminados e tatuagens (sífilis adquirida) ou vertical (sífilis congênita).22 A
sífilis na gestante pode ser causa de aborto, prema- turidade, morte neonatal ou
desenvolvimento da doença nos conceptos (sífilis congênita precoce e tardia). A
gravidade da sífilis congênita deve-se ao fato de a infecção transplacentária ser
maciça.
​ › Hepatite B: na primeira consulta do pré-natal (idealmente, no primeiro trimestre).
Se o resultado for não reagente e se não houver história de vacinação prévia,
recomenda-se a vacinação. Caso a gestante se apresente no momento do parto sem ter
realizado todas as doses da vacina, deve-se proceder à testagem da usuária para
hepatite B na maternidade. A transmissão do HBV se faz por via parenteral, solu- ção
de continuidade e, sobretudo, por relações sexuais desprotegidas. A transmissão
vertical (mãe- filho) também é causa frequente de disseminação do vírus, sobretudo no
final da gravidez.
​ › HIV: na primeira consulta do pré-natal (idealmente, no primeiro trimestre da
gestação), no início do terceiro trimestre e no momento do parto, independentemente
de exames anteriores.
​ › Hepatite C: na primeira consulta do pré-natal (idealmente, no primeiro trimestre da
gestação). A principal forma de transmissão do HCV é por via parenteral, sendo pouco
frequente por via sexual (risco menor de 1% em parceiros estáveis) e ocorre,
principalmente, em pessoas com múltiplos parceiros sexuais e nas que se envolvem
em prática sexual de risco (sem uso de preser- vativo). A coexistência de alguma DST
facilita a transmissão. A transmissão vertical do HCV ocorre em 3%-5% dos casos,
com risco aumentado nas gestantes portadoras do vírus HIV ou com alta carga viral do
HCV.
​ › Gonorreia e infecção por clamídia: na primeira consulta do pré-natal em gestantes
com idade menor ou igual a 30 anos, quando disponível. A gonorreia na gestação pode
estar relacionada a um risco maior de prematuridade, ruptura prematura das
membranas, perdas fetais, retardo do crescimento intrauterino e febre no puerpério.
Pode haver bartolinite, peri-hepatite, artrite, endocardite e endo- metrite pós-parto.
Vinte e cinco por cento das mulheres com gonorreia ou clamídia tornam-se inférteis.
No recém-nascido, as complicações são conjuntivite, pneumonite intersticial atípica,
bronquite e otite média. A clamidíase apresenta quadro clínico bastante semelhante à
gonorreia, exceto pelo período de incubação maior, variando de 14-21 dias. Infecção
por cla- mídia durante a gestação pode levar à ruptura prematura de membranas, parto
pré-termo, endometrite puerperal e, ainda, conjuntivite e pneumonia no neo-nato.
​ › Vaginose bacteriana: na primeira consulta do pré-natal em mulheres com alto risco
de trabalho de parto pré-termo. É causada por bactérias anaeróbias, como Gardnerella
vaginalis, Bacteroides sp, Mobiluncus sp, micoplasmas, peptoestreptococos. A
infecção ocor- re, normalmente, quando há um desequilíbrio da flora vaginal normal,
com diminuição dos lactobacilos acidófilos, permitindo a proliferação desses agentes
etiológicos. Pode ser excepcionalmente transmitida por via sexual.
​ › Estreptococo do grupo B: da 35a à 37a semana gestacional. Realizar coleta de
amostra por swab vaginal e endoanal, quando disponível.

​ › HTLV: O HTLV está associado a doenças neurológicas, oftalmológicas e


dermatológicas, assim como à leucemia/linfoma. O aleitamento materno é a principal
via de transmissão vertical, ocorrendo em 20% a 30% dos lactentes amamentados por
mães infectadas.
​ › HPV: A gestação pode agir como facilitadora no processo de aparecimento,
crescimento ou ressurgimento de lesões causadas pelo papilomavírus humano (HPV).
Nas gestantes infectadas, parece haver maior frequência de complicações obstétricas.
O diagnóstico das lesões condilomatosas é clínico, devendo a biópsia ser reservada
para casos especiais, como ausência de resposta ou exacerbação das lesões durante ou
após o tratamento, dúvida diagnóstica e pacientes imunodeprimidos.

REFERÊNCIA

PIMEL, Maiara; BOFF, Everton. Doenças infectocontagiosas detectadas em exames


pré-natais de pacientes de cinco municípios do extremo-oeste de Santa Catarina. Unoesc &
Ciência-ACBS, v. 10, n. 1, p. 59-66, 2019. Disponível em:
https://periodicos.unoesc.edu.br/acbs/article/view/19053. Acesso em: 16 out. 2023.

​PORTH C.M.; MATFIN G. Fisiopatologia. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2015.

REIS, Amanda Ribeiro de Paula et al. Testes treponêmicos e não treponêmicos reagentes em
gestantes e fatores associados. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 56, 2022.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/QxvqkqjHK68GN8nstV55G7j/?lang=pt.
Acesso em:16 out. 2023.

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