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A Mulher na Rede

de Atenção à
z Saúde II
Prof.ª Ms. Thaís Moreira Oliveira

Enfermeira – Escola de Enfermagem da UFMG

Mestre em Saúde e Enfermagem – Escola de Enfermagem – UFMG

Pós-graduação em Terapia intensiva, urgência e trauma - CMMG


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Conteúdo aula 17-10

▪ Medidas universais para prevenir infecções durante a gravidez

▪ Cartão de vacina da gestante

▪ Doença hemolítica perinatal

▪ Infecção Urinária na Gestação

▪ GD
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Medidas universais para prevenir infecções
durante a gravidez

CONTATO COM CONTATO COM ALIMENTOS E


ADULTOS CRIANÇAS ÁGUA

RISCOS RISCOS
OCUPACIONAIS AMBIENTAIS
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Imunização na gestante
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Cartão de vacina da gestantes

▪ A vacinação durante a gestação tem como objetivo a proteção


da gestante e do feto.

▪ A administração de vacinas de vírus inativados (raiva humana e


influenza), de bactérias mortas, toxóides (tetânico e diftérico) e
de vacinas constituídas por componentes de agentes
infecciosos (hepatite B) não acarreta qualquer risco para o feto.
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Imunização na gestante

▪ A vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular do adulto) tem o objetivo


específico na gestação de proteger contra tétano neonatal e
coqueluche no recém-nascido.

▪ Em relação ao componente pertussis (proteção contra


coqueluche), o objetivo da vacinação da gestante é diminuir a
transmissão da mãe para o recém-nascido após o parto e a
proteção relativa do recém-nascido por meio dos anticorpos
maternos via transplacentária.

▪ Por isto é que a cada gestação, independentemente do intervalo


entre elas, a vacinação deve ser repetida, pois aquele feto deve
ser protegido por meio da vacinação durante aquela gestação.
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Recomendações do Programa Nacional
de Imunização do Ministério da Saúde
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Imunização na gestante

Contudo, quando for alto o risco de


▪ As vacinas virais vivas ocorrer a infecção natural pelos agentes dessas
que contêm os doenças (viagens a áreas endêmicas ou vigên
componentes do cia de surtos ou epidemias), deve-se avaliar cada
situação, sendo válido optar-se pela vacinação
sarampo, da rubéola, da quando o benefício for considerado maior do que o
caxumba e da febre possível risco.
amarela não são
recomendadas em
situações normais
Caso se vacine uma mulher em
idade fértil e que não está gestante, deve-se
recomendar que, se houver o desejo de engravidar,
que o faça após, no mínimo, 30 dias após a vacinação
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Doença hemolítica perinatal


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Doença hemolítica perinatal

▪ A doença hemolítica perinatal (DHP) caracteriza-se pela


hemólise fetal, com suas múltiplas e graves repercussões sobre
a vitalidade do feto.

▪ É decorrente da incompatibilidade sanguínea materno-fetal, em


que anticorpos maternos atravessam a barreira placentária e
agem contra antígenos eritrocitários fetais.

▪ Ocorre, neste caso, uma reação antígeno-anticorpo que


promove a hemólise eritrocitária. Isso representa, em maior ou
menor grau, o principal determinante das diversas
manifestações clínicas da doença (anemia, hipóxia)
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Doença hemolítica perinatal
Fisiopatologia

▪ Em princípio, as células do sangue materno e fetal não se


misturam, mas, de fato, pequenos sangramentos podem ocorrer
durante a gestação e permitir o contato.

▪ De início, os anticorpos produzidos são IgM, que não


atravessam a placenta. Em seguida, há produção de anticorpos
IgG, moléculas pequenas que atravessam a placenta e
provocam a ruptura das hemácias fetais, gerando um quadro
progressivo de anemia.
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Doença hemolítica perinatal
Fisiopatologia
O feto inicia, então, uma eritropoese compensatória
à custa da medula óssea, do fígado e do baço,
chegando a liberar na circulação eritroblastos
jovens e imaturos, até cursar com
hepatoesplenomegalia importante.

Com a progressão do quadro, o feto sofre de


hidropisia fetal (resultante da infiltração hepática
por tecido hematopoiético), hipertensão do sistema
porta (compressão parenquimatosa dos vasos
porta) e hipoproteinemia (insuficiência de síntese)

A evolução para hidropisia é acompanhada por


insuficiência cardíaca congestiva, anóxia e óbito.
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Doença hemolítica perinatal

▪ É fundamental que o diagnóstico se antecipe à DHP. Isso significa que, ao se firmar o


diagnóstico de DHP, reconhecemos que medidas importantes deixaram de ser
tomadas antes da atual gestação.

Período
Período Período
pré-
pré-natal pós-natal
gestacional
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Doença hemolítica perinatal

▪ Período pré-gestacional: detecte a mulher com risco de


desenvolver isoimunização maternofetal, pela solicitação da
tipagem sanguínea com definição do fator Rh. Caso se
identifique fator Rh negativo, deve-se pesquisar a presença do
anticorpo anti-D, por meio do teste de Coombs indireto;
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Doença hemolítica perinatal

▪ Período pré-natal: adote medidas recomendadas para o período pré-gestacional, caso


ainda não tenham sido realizadas. A preocupação nesta fase é a instalação da DHP.

▪ Se forem identificados anticorpos anti-D (Coombs indireto positivo), as gestantes


devem ser encaminhadas ao pré-natal de alto risco, no qual se determinará a
intensidade da hemólise provocada no feto e poderão ser indicados procedimentos
invasivos com maior brevidade.

▪ Caso o Coombs indireto resulte negativo, ele deve ser novamente solicitado a cada 4
semanas, após a 24ª semana gestacional;
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Doença hemolítica perinatal

▪ Período pós-natal: tem o objetivo de proteger as gestações futuras.

▪ Promove-se, na gestante com Rh negativo, a pesquisa do grupo sanguíneo e do


fator Rh no sangue do recém-nascido, assim como o teste de Coombs direto para
verificar a presença de anticorpos maternos anti-D no seu sangue. Se o recém-
nascido for Rh positivo e seu Coombs direto for negativo, a mãe deverá receber a
imunoglobulina protetora.
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Doença hemolítica perinatal

▪ Todas as mulheres com Rh negativo não sensibilizadas


(Coombs indireto negativo) devem receber 300mcg de
imunoglobulina anti-D nas primeiras 72 horas após o parto de
um recém nascido com Rh positivo e Coombs direto negativo.

▪ Também deve ser indicada imunoglobulina, dentro de 72 horas,


após abortamento, gestação ectópica, gestação molar,
sangramento vaginal ou após procedimentos invasivos
(amniocentese, biópsia) quando o pai é Rh+ e a mãe é Rh-.
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Infecção Urinária na Gestação
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Infecção Urinária na Gestação

▪ A infecção urinária durante a gravidez é um problema muito


frequente devido às alterações fisiológicas da gravidez, que
favorecem a colonização do trato urinário.

▪ Estes problemas afetam a qualidade de vida da mulher além de


aumentar o risco de morbidade materna e fetal neste período.

▪ Por isso deve-se solicitar exames de rotina de urina e urocultura


durante a gravidez, mesmo em mulheres assintomáticas.
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Infecção no Trato Urinário (ITU)

▪ A Infecção no Trato Urinário (ITU) se manifesta de três maneiras:

Infecção do
Infecção do
Bacteriúria trato urinário
trato urinário
assintomática alta
baixa (cistite)
(pielonefrite)
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Infecção no Trato Urinário (ITU)

▪ Bacteriúria assintomática – ocorre em 2% a 15% dos casos.


Durante a gravidez está associada à morbidade materna, em
particular a pielonefrite, sendo então indicado tratá-la.

▪ Ainda que as evidências sejam fracas, elas sugerem que


também há associação entre resultados adversos neonatais
(como sepse e infecções neonatais) com a infecção urinária não
tratada ou não diagnosticada na gravidez.

▪ Outra associação muito comum é a de ITU e prematuridade.


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Infecção no Trato Urinário (ITU)

▪ Infecção do trato urinário baixa (cistite) – Pode ser tratada


ambulatorialmente. Os sintomas mais conhecidos são: disúria,
polaciúria e dor supra-púbica.

▪ Nestes casos, o profissional deve questionar se a gestante tem


febre, dor lombar ou outros sintomas sistêmicos que possam
sugerir uma infecção generalizada (sepse). Se a resposta for
não, o provável diagnóstico será uma cistite.
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Infecção no Trato Urinário (ITU)

▪ Infecção do trato urinário alta (pielonefrite) – Nestes casos, a


gestante apresenta, além de disúria, polaciúria e dor supra-
púbica, dor lombar e febre. É necessário avaliar se, além da
pielonefrite ela tem sepse.

▪ O manejo da paciente com pielonefrite é sempre hospitalar. A


melhora clínica e ausência de febre em 24h – 48h é critério de
substituição da medicação venosa por medicação oral e alta
para o domicílio.
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Infecção no Trato Urinário (ITU)

▪ O diagnóstico diferencial é fundamental para que o tratamento seja


adequado. Uma vez identificada uma urocultura positiva na
gravidez, é necessário tratá-la.

▪ A escolha do antibiótico para tratamento deve ser feito a partir da


sensibilidade da bactéria identificada e o perfil de segurança do
antibiótico. A duração ótima do tratamento é desconhecida, sendo
indicado regimes de 3 a 7 dias.

▪ Sintomas urinários são comuns, frequentes e inespecíficos.


Frequência e urgência podem ser achados fisiológicos durante a
gestação, mesmo em mulheres sem cistite ou bacteriúria
comprovadas. Estes sintomas tendem a piorar conforme a gravidez
progride.
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PRATICAR

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