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A PRÁTICA ASSISTENCIAL NAS DOENÇAS CRÔNICAS TRANSMISSÍVEIS

Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO BH – Curso de Enfermagem

DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)

DOURADO, Adriana Costa 1


MARTINS, Lucas Afonso Silva 2
MOREIRA, Nayara Boari3
SANTOS, Betânia Rodrigues4
SANTOS, Leiliane de Jesus Freitas 5
SILVA, Nathália Christina Custódio6

RESUMO
O presente estudo aplica a síntese descritiva como metodologia, onde dois artigos científicos e
uma revista foram utilizados para a extração de informações, que compreendem desde o
diagnóstico ao tratamento necessário para a interrupção do processo infeccioso contido na
doença inflamatória pélvica (DIP). Além de retratar aspectos importantes da doença, o objetivo
central da pesquisa é identificar dados epidemiológicos, afim de entender a real dimensão do
agravo no Brasil. O resultado alcançado no trabalho, evidencia estatísticas apenas subestimadas
e pouco divulgadas. A DIP é uma infecção dada pela ascensão de microrganismos da cavidade
vaginal, podendo acometer vários órgãos ginecológicos. Os principais patógenos causadores da
doença são as bactérias: Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae. Mulheres jovens, com
múltiplos parceiros são mais suscetíveis à doença. A laparoscopia é uma das recomendações
para o diagnóstico. Dentre os sinais e sintomas destacam-se: dor em abdome inferior e secreção
vaginal mucopurulenta. O tratamento varia a nível ambulatorial e hospitalar. A educação sexual
é uma das melhores formas de prevenção.

Palavras-chave: Educação Sexual 1. Infecção sexualmente transmissível 2. Sequelas


reprodutivas 3.

1. INTRODUÇÃO

A doença inflamatória pélvica (DIP), é uma infecção que acomete o trato genital
feminino, podendo afetar estruturas superiores como a cavidade do útero, tuba uterina, ovários
e superfície peritoneal. A mesma é oriunda de complicações das doenças de transmissão sexual,
comumente causadas por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae. A DIP pode também
ser proveniente de bactérias endógenas presentes no órgão genital da mulher, dentre elas as

1
DOURADO, Adriana Costa. Graduando em enfermagem. E-mail: adrianacosta1919@gmail.com
2
MARTINS, Lucas Afonso Silva. Graduando em enfermagem. E-mail: lucas.saudeenfermagem@gmail.com
3
MOREIRA, Nayara Boari. Graduando em enfermagem. E-mail: nayaraboari@hotmail.com
4
SANTOS, Betânia Rodrigues. Graduando em enfermagem. E-mail: betaniasantos.r28@gmail.com
5
SANTOS, Leiliane de Jesus Freitas. Graduando em enfermagem. E-mail: leiliane.freitas23@outlook.com
6
SILVA, Nathália Christina Custódio. Graduando em enfermagem. E-mail: nathybocao87@gmail.com
bactérias anaeróbias responsáveis pela vaginose bacteriana, como a Gardnerella vaginalis por
exemplo. Em menor proporção, a doença pode estar associada à bactéria denominada
Mycobacterium tuberculosis.

2. ANÁLISE E COMENTÁRIO DO CONTEÚDO

O atual cenário brasileiro nos fornece dados subnotificados em relação a doença


inflamatória pélvica (DIP), a real estatística do agravo ainda permanece desconhecida ou apenas
especulada, pois a notificação compulsória neste caso não é obrigatória. Estima-se que de quase
1milhão de casos diagnosticados anualmente, 20% ocorrem em adolescentes. Estudos indicam
que 10% a 40% das mulheres com cervicite por N. gonorrhoeae ou C. trachomatis desenvolvem
a DIP.
Além de aspectos socioeconômicos, mulheres com vida sexual ativa, menores de 25
anos, com múltiplos parceiros, possuem risco aumentado para a DIP, seguido de outros fatores
de risco, entre eles: a não adesão ao preservativo; histórico de IST’s ou de DIP; o tabagismo;
etc.
O processo fisiopatológico da doença se inicia com a proliferação do patógeno no colo
uterino, posteriormente a infecção é instalada em órgãos superiores. Após a fase anterior, os
micro-organismos se instalam iniciando a reação inflamatória, originando um conteúdo
purulento, podendo acometer as tubas uterinas, endométrio, ou até mesmo contaminar o
peritônio. A possibilidade de evolução para septicemia não deve ser ignorada, pois em alguns
casos pode haver derramamento de exsudato purulento, ocasionado pela ruptura do abcesso
tubo-ovariano.
O diagnóstico da DIP é complexo devido a variação dos sinais e sintomas, o mesmo é
dado de forma clínica, quando há inflamação do trato genital inferior. Conquanto os sintomas
da DIP, em combinação com um ou dois parâmetros inflamatórios, possam aumentar a
especificidade do diagnóstico, a laparoscopia é indicada para comprová-lo. Segue alguns sinais
e sintomas: dor à mobilização do colo uterino; temperatura exilar >38,3º C; proteína C reativa
ou VSG elevada; entre outros. Tais fatores apresentados implicam em possíveis complicações
como a infertilidade e gravidez ectópica.
É importante elucidar que o tratamento da DIP possui como finalidade interromper o
processo infeccioso, danos ocasionados aos órgãos acometidos pela doença devem ser tratados
separadamente. A abordagem terapêutica geralmente é realizada a nível ambulatorial, onde
antibióticos como o ceftriaxona, doxiciclina e metronidazol são administrados. Outros
antibióticos também podem auxiliar no tratamento, isso dependerá do método escolhido para
tratar a infecção. Em casos de gravidez, intolerância à terapia oral, febre alta, vômito, abcesso
tubovariano ou quadro de emergência cirúrgica, o tratamento requer nível hospitalar.
A conscientização sobre o uso do preservativo, a redução do comportamento sexual
de risco e a detecção de mulheres com IST’s, são aspectos relevantes para prevenir a DIP. Posto
isso, a enfermagem desempenha um papel importante de responsabilidade social, educando e
orientando a população feminina, tornando-a capazes no autocuidado.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em resposta ao objetivo central da pesquisa, a real dimensão do agravo imposto pela


doença inflamatória pélvica (DIP) foi bem evidenciada, é notório a gravidade do problema. A
inexigibilidade da notificação compulsória da DIP é preocupante, dados extraídos de
subnotificações ou estatísticas incertas podem prejudicar o controle efetivo da infecção, e
consequentemente da doença que o processo infeccioso causa, produzindo um efeito cascata,
impactando negativamente no diagnóstico, no tratamento e na prevenção da doença, além de
dificultar o acesso à informação para a população brasileira. Portanto, conclui-se necessário as
autoridades competentes, tornarem obrigatório a notificação compulsória da referida doença.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHAVES, Gabrielle Augusta Barros; LEGATTI, Julia Nascimento; LIRA, Juliana Alves;
SCHEER, IsadoraOliveira; SILVA, Carlos Correa da; SOUSA, Isabela Ceccato. Abordagem
da doença inflamatória pélvica; uma revisão de literatura. Brazilian Journal Of Health,
Curitiba, Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda, v.4, n.1, p.169-187,
fev. 2021.

CHAVES, Isabelly Maia; TRÉS, Amandha Espavier. Resumo Sobre Doença Inflamatória
Pélvica. Disponível em: < https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-doenca-inflamatoria-
pelvica-dip-ligas > Acesso em: 27, out 2022.

COUTO, Livia Catarina Lopes Vianna; GABRIELI, Maiara Sales; MENICUCCI, Paula Vaz;
SCHAMACHE, Milla Morena Persiano; SILVA, Thiago Fernandes Peixoto; TEIXEIRA,
Pedro Luiz Botrel. Doença iflamatória pélvica: fisiopatologia, investigação, diagnóstica e
manejo terapêutico. Brazilian Journal Of Health, Curitiba, Brasilian Journals Publicações de
Periódicos e Editora Ltda, v.7, n.10, p 98440-98453, out. 2021.

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