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TUTORIA - TUBERCULOSE

1 – Compreender a tuberculose (quadro clínico, tipos, prevalência, TDO e


fatores de risco)

2 – Entender o esquema e cobertura da vacina BCG

3 – Explicitar os tipos de exame para diagnóstico (principalmente a pesquisa de


BAAR)

4 – Evidenciar as políticas públicas voltadas para a tuberculose

5 – Explicar a sistematização e a operacionalização do Programa de Agentes


Comunitários de Saúde e do ESF

Primeiro objetivo – A tuberculose é uma infecção micobacteriana progressiva


crônica (dura por um longo período de tempo), frequentemente com um
período latente assintomático após a infecção inicial. A tuberculose afeta mais
comumente os pulmões. Os sintomas incluem tosse produtiva, febre, perda
ponderal (maior gasto de calorias que absorção) e mal-estar. O tratamento é
feito com múltiplos agentes antimicrobianos, administrados por pelo menos 4
meses.

Os sintomas clássicos, como tosse persistente seca ou produtiva, febre


vespertina, sudorese noturna e emagrecimento, podem ocorrer em qualquer
das três apresentações da TB: primária, pós-primária e miliar.

Na TB pulmonar primária se tem manifestações clínicas insidiosas, com o


paciente apresentando-se irritadiço, com febre baixa, sudorese noturna e
inapetência. Nem sempre a tosse está presente. O exame físico pode ser
inexpressivo

Nos casos de TB pós-primária, tem-se como característica principal a tosse


seca ou produtiva. Em locais com elevadas taxas de incidência de TB, toda
pessoa que procura a unidade de saúde devido à tosse prolongada (busca
passiva) deve ter a TB incluída na sua investigação diagnóstica.

Nos casos em que a tosse é produtiva, a expectoração pode ser purulenta ou


mucóide, com ou sem sangue. A febre vespertina, sem calafrios, não costuma
ultrapassar os 38,5 oC. A sudorese noturna e a anorexia são comuns. O exame
físico geralmente mostra fácies de doença crônica e emagrecimento, embora
indivíduos com bom estado geral e sem perda do também possam ter TB
pulmonar. A ausculta pulmonar pode apresentar diminuição do murmúrio
vesicular- som que ouve ao ausltar o peito de uma pessoa saudável, sopro
anfórico – parece que sopra dentro de uma garrafa ou mesmo ser normal.

Na TB miliar a apresentação clínica pode ser aguda ou subaguda, com maior


frequência em crianças e em adultos jovens. De uma forma mais incomum, a
TB miliar apresenta-se como doença crônica (idosos) ou mesmo febre de
origem obscura. Os sintomas como febre, astenia, emagrecimento e tosse
ocorrem em 80% dos exame físico pode mostrar hepatomegalia (35% dos
casos), alterações do sistema nervoso central (30% dos casos) e alterações
cutâneas do tipo eritemato-máculo-pápulo-vesiculosas (incomum).

A tuberculose miliar é um tipo de tuberculose com risco potencial à vida que


ocorre quando um grande número de bactérias se desloca pela corrente
sanguínea e se dissemina pelo corpo.

há a tuberculose pulmonar e a extrapulmonar. “A diferença é que a pulmonar


afeta os pulmões, enquanto a extrapulmonar também atinge outros locais,
como pleura, gânglios, meninges, intestino e sistema ...

Essa segunda versão acontece normalmente quando a bactéria sai do sistema


respiratório, chega em outros órgãos e provoca estragos por lá.

Tuberculose Pleural (na película que reveste os pulmões);

Tuberculose Cutânea;

Tuberculose Cerebral;

Tuberculose Ganglionar (afeta os linfonodos);

Tuberculose Óssea;

Tuberculose Urinária.

Com base em testes de tuberculina, estima-se que aproximadamente um


quarto da população mundial esteja infectada. Daqueles infectados, talvez 15
milhões tenham doença ativa em um dado momento.

Em 2020, cerca de 9,9 milhões (127/100.000) de novos casos de tuberculose


ocorreram em todo o mundo. A maioria dos novos casos ocorreu no Sudeste
Asiático (43%), na África (25%) e no Pacífico Ocidental (18%) (1).

Os índices de casos variam amplamente por país, idade, raça, sexo e status
socioeconômico. Em 2020, dois terços dos novos casos ocorreram em 8
países; a maioria ocorreu na Índia (26%), seguida pela Indonésia (8,4%), China
(8,5%), Filipinas (6,0%), Paquistão (5,8%), Nigéria (4,6%), Bangladesh (3,6%)
e África do Sul (3,3%) (1). Alguns países, incluindo a Coreia do Norte, Lesoto,
Moçambique, Filipinas e África do Sul, tiveram taxas de incidência acima de
500/100.000 (1).
Em termos globais, a incidência e a mortalidade da tuberculose suscetível a
fármacos estão diminuindo lentamente. A redução cumulativa entre 2015 e
2019 foi de 9% (de 142 a 130 novos casos por 100.000), incluindo uma
redução de 2,3% entre 2018 e 2019. Essas tendências provavelmente são em
parte por causa dos esforços globais de controle da TB que forneceram a mais
pessoas acesso a fármacos contra infecções por TB e HIV. Contudo, a
pandemia global de covid-19 de 2020 a 2021 interrompeu outros programas de
saúde pública, incluindo o controle da tuberculose; embora seja muito cedo
para quantificar, a OMS prevê uma desaceleração ou reversão dessas
tendências globais decrescentes

Em 2020, o Brasil registrou 66.819 novos casos de tuberculose e ficou entre os


22 países com maior incidência da tuberculose no mundo, segundo a
OMS. Atualmente, a tuberculose segue sendo uma das doenças infecciosas
mais mortais do mundo, com aproximadamente 30 mil casos e 4,5 mil mortes
registradas todos os dias.

O crescimento no número de casos de tuberculose no mundo foi agravado pela


pandemia de covid-19, explica que “todos os casos com suspeita de doença no
pulmão foram investigados como covid”. Ao descartar a possibilidade da
doença, o paciente era liberado, “sem que houvesse um aprofundamento da
investigação”, com muitos casos de tuberculose deixando de ser
diagnosticados

Contudo, a incidência parece estar diminuindo lentamente em todo o mundo.


Prováveis explicações incluem a diminuição da incidência de tuberculose e a
melhora no diagnóstico (molecular), no tratamento e no manejo de casos de TB
sensível a fármacos e resistente a fármacos. Embora os casos de tuberculose
multirresistente/RR representem menos de 4% dos casos incidentes, o
diagnóstico e o tratamento desses casos consomem uma fração
desproporcional dos recursos para o controle da doença. A tuberculose
multirresistente/RR resulta em uma proporção desproporcional de sofrimento
humano, morte e consequências econômicas para as pessoas impactadas e
suas famílias.

Em muitas regiões do mundo, a tuberculose multirresistente/resistente à


rifampicina (TBMR/RR) não pode ser diagnosticada de modo rápido e tratada
precocemente com esquemas eficazes, incluindo o tratamento eficaz dos
efeitos adversos dos fármacos de segunda linha. Essa situação resulta em
transmissão contínua, baixas taxas de cura e aumento da resistência. O
tratamento de casos de tuberculose altamente multirresistente teve resultados
ainda menos favoráveis, incluindo altas taxas de mortalidade, especialmente
em pacientes coinfectados pelo HIV, mesmo quando estão sendo tratados com
antirretrovirais. Esquemas de tratamento mais recentes, mais curtos e mais
eficazes (não injetáveis) combinados com tratamento dos efeitos adversos,
envolvimento com a comunidade e apoio social resultaram em tendências
epidemiológicas decrescentes mais favoráveis da tuberculose resistente a
fármacos em todo o mundo, especialmente em algumas regiões (p. ex., no
Peru e na região de Tomsk na Rússia). Índia e China estão implementando
programas contra tuberculose multirresistente nos respectivos países, e o
futuro da tuberculose multirresistente pode ser significativamente influenciado
pelo sucesso ou fracasso desses programas.

Genebra, 18 de março de 2024 - No mês em que é comemorado o Dia Mundial


de Combate à Tuberculose (TB), em 24 de março dia de conscientização da
tuberculose, a OMS divulgou um plano de investimento para o rastreio e
tratamento preventivo da TB. Um estudo de modelagem desenvolvido com
governos de quatro países - Brasil, Geórgia, Quênia e África do Sul - destacou
o impacto a ser alcançado com a expansão do rastreio e do tratamento
preventivo da TB.

O tratamento, incluindo os medicamentos, está disponível no SUS. Sua


duração é de no mínimo seis meses, e os remédios devem ser tomados todos
os dias. Para o acolhimento do paciente é fundamental a abertura de diálogo,
informando ao paciente os nomes dos remédios administrados, perguntando se
tem dúvidas em relação ao tratamento ou à doença.

Durante todo o tratamento deve ser questionada a existência de eventos


adversos à medicação e, caso seja identificado algum, o paciente deve ser
orientado e/ou encaminhado ao serviço de saúde para avaliação. Às pacientes
em idade fértil deve ser informado que a medicação para TB diminui o efeito do
anticoncepcional, assim é importante que durante o tratamento para TB sejam
utilizados também métodos contraceptivos de barreira, como camisinha
feminina ou masculina, DIU e diafragma.

É importante também estar atento a outras possíveis barreiras que dificultem a


adesão, como o horário do tratamento diretamente observado, preconceito de
familiares em relação à TB ou necessidades decorrentes do uso de álcool ou
outras drogas; e fazer o acionamento da rede que possa dar suporte ao
paciente (outros profissionais da equipe, Centros de Atenção Psicossocial –
Caps, Centros de Referência de Assistência Social – Cras e Centros de
Referência Especializados de Assistência Social – Creas).

Devem ser realizadas consultas mensais para o acompanhamento da resposta


ao tratamento e o monitoramento de efeitos adversos. Pacientes que não
comparecerem ao serviço de saúde quando agendados, seja para consultas ou
entrega de medicação, devem ser captados pelo ACS por meio da busca ativa,
por isso a necessidade de integração entre os membros da equipe, passando
ao ACS as agendas previstas para que ele possa monitorar os casos no seu
território.
Com o início do tratamento correto há melhora expressiva do estado geral do
paciente, ainda assim, é essencial que o tratamento seja seguido até o final.
Após 15 dias de tratamento adequado, com melhora do quadro clínico, as
chances de transmissão diminuem. A evolução do paciente deve ser registrada
no livro de Registro de Paciente e Acompanhamento de Tratamento dos Casos
de Tuberculose, no Boletim de acompanhamento dos casos, e na Ficha de
visita domiciliar – e-SUS. O tratamento para TB está disponível no SUS, dura
no mínimo seis meses e deve ser feito até o final para que se alcance a cura.
Cabe ao ACS realizar a busca ativa dos pacientes que não comparecerem ao
serviço de saúde quando agendados

O que é tratamento diretamente observado?

O tratamento diretamente observado (TDO) é recomendado como estratégia de


adesão, e consiste na tomada diária da medicação observada por um
profissional de saúde. Quando isso não for possível, a observação pode ser
feita por profissionais de outros equipamentos (Centro POP, abrigos
institucionais, Centros de Atenção Psicossocial – Caps e outros parceiros)
desde que supervisionados por um profissional de saúde.

O ACS deve fazer a observação das tomadas de medicação de segunda-feira


a sexta-feira. Caso isso não seja possível, no mínimo três vezes por semana,
supervisionado semanalmente por um profissional da Enfermagem. O
acompanhamento deve ser registrado na Ficha de Acompanhamento de
Tomada Diária da Medicação do Tratamento Diretamente Observado (TDO)

É essencial a construção de vínculo entre o usuário e os profissionais de saúde


para a elaboração de um tratamento que considere a singularidade do
indivíduo e seu contexto. O vínculo que o ACS tem com o paciente durante as
visitas domiciliares é importante estimulador para que ele(a) faça a adesão ao
tratamento e conclua-o. Especialmente no primeiro mês de tratamento, é
recomendado que o TDO seja realizado em ambientes bem ventilados.

Pessoas saudáveis infectadas pela tuberculose têm aproximadamente 5% a


10% de risco durante a vida de desenvolver doença ativa, embora a
porcentagem varie significativamente de acordo com a idade e outros fatores
de risco.

Em 50 a 80% daqueles que desenvolvem doença ativa, ocorre reativação da


TB após os dois primeiros anos, mas também pode ocorrer reativação décadas
mais tarde.

Qualquer órgão inicialmente infectado pode tornar-se um local de reativação,


mas esta ocorre com frequência nos ápices pulmonares, presumivelmente por
causa das condições locais favoráveis como alta tensão de oxigênio. Focos de
Ghon e linfonodos hilares afetados têm muito menos probabilidade de serem
locais de reativação.

Doenças que comprometem a imunidade celular (essencial para a defesa


contra a tuberculose) facilitam significativamente a reativação. Assim, os
pacientes coinfectados pelo HIV e que não recebem terapia antirretroviral
apropriada (TARV) têm cerca de 10% de risco anual de desenvolver doença
ativa.

Outros fatores de risco que facilitam a reativação, mas em menor grau do que a
infecção pelo HIV são

Diabetes

Câncer cefálico e cervical

Gastrectomia

Cirurgia de derivação jejunoileal

Nefropatia crônica dependente de diálise

Perda ponderal significativa

Uso de fármacos que suprimem o sistema imunitário

Uso de álcool, tabaco

Segundo objetivo - A vacina BCG previne contra as formas graves da


tuberculose (meníngea e miliar), é feita com o bacilo de Calmette-Guérin, que é
uma forma enfraquecida da bactéria que causa a tuberculose. Também contém
glutamato de sódio e solução fisiológica.
As crianças devem tomar uma dose única ao nascer, preferencialmente.

Na rotina dos serviços, a vacina está disponível para crianças menores de 5


anos de idade.

REAÇÕES

A vacina BCG geralmente deixa uma cicatriz de até 1 cm de diâmetro no


braço direito. A reação inclui uma mancha vermelha que evolui para uma
pequena ferida e eventualmente cicatriza. Possíveis eventos adversos incluem
úlceras grandes, gânglios ou abscessos na pele e disseminação do bacilo da
vacina. Os gânglios ocorrem em cerca de 10% dos vacinados. Em caso de
qualquer evento adverso, o serviço de vacinação deve notificar as autoridades
de saúde e encaminhar o paciente para acompanhamento e tratamento
adequados.

CUIDADOS
Não é necessário nenhum cuidado prévio para a vacinação. A reação no local
da aplicação e a formação de cicatriz são esperadas e não requerem produtos,
medicamentos ou curativos. A revacinação de crianças sem cicatriz não é
mais recomendada pelo Ministério da Saúde desde fevereiro de 2019.
Bebês prematuros com menos de 2Kg de peso corporal não podem tomar a
vacina.

Orientações para profissionais de saúde: A vacina BCG, uma vez reconstituída,


pode ser usada por um prazo máximo de 6 horas se mantida em temperatura
adequada (+2°C a +8°C).

A vacina está disponível no sistema público e também privado e não tem um


período de vacinação específico. Alguns convênios médicos cobrem esta
vacina no sistema particular de saúde.

Indicações da vacina BCG

O Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde recomenda


atualmente a vacinação universal das crianças contra tuberculose. É
importante que seja dada logo ao recém-nascido. Se isso não for
possível, deve ser ministrada após o primeiro mês de vida.

Ela pode ser tomada por crianças com sorologia positiva de HIV que não
apresentam sintomas, ou filhos de mulheres soropositivas assintomáticas.
Nas áreas de alta prevalência, deve-se também vacinar as crianças com de
seis a sete anos de idade, por ocasião da entrada na escola, caso não
tenham registro de esquema vacinal completo contra a tuberculose. De modo
semelhante, pode ser aplicada simultaneamente com a hepatite B.

Terceiro objetivo –
DIAGNÓSTICO BACTERIOLÓGICO
A pesquisa bacteriológica é de fundamental importância em adultos, tanto
para o diagnóstico quanto para o controle de tratamento da Tuberculose.
Resultados bacteriológicos positivos confirmam a tuberculose ativa em
pacientes com quadro clínico sugestivo de TB e em sintomáticos respiratórios
identificados através da busca ativa.
5. 2 BAAR-Baciloscopia direta do escarro (bacilo álcool-ácido resistente)
A baciloscopia do escarro, desde que executada corretamente em todas as
suas fases, permite detectar de 60% a 80% dos casos de TB pulmonar em
adultos, o que é importante do ponto de vista epidemiológico, já que os casos
com baciloscopia positiva são os maiores responsáveis pela manutenção da
cadeia de transmissão.

Em crianças, a sensibilidade da baciloscopia é bastante diminuída pela


dificuldade de obtenção de uma amostra com boa qualidade

A baciloscopia de escarro é indicada nas seguintes condições:

 No sintomático respiratório, durante estratégia de busca ativa;


 Em caso de suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar,
independentemente do tempo de tosse;
 Para acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares
com confirmação laboratorial.
Ela deve ser realizada em duas amostras: uma por ocasião do primeiro
contato com a pessoa que tosse e outra, independentemente do resultado da
primeira, no dia seguinte, com a coleta do material sendo feita
preferencialmente ao despertar.

Baciloscopia positiva e quadro clínico compatível, fecham o diagnóstico de


tuberculose e autorizam o início de tratamento. É importante lembrar, contudo,
que outros microrganismos podem ser evidenciados na baciloscopia direta e
essa possibilidade deve ser considerada na interpretação de casos
individualizados. Diagnóstico de certeza bacteriológica só é obtido com a
cultura (que é o padrão ouro) e/ou testes moleculares.
5.3 TRM-TB
O TRM-TB está indicado, prioritariamente, para o diagnóstico de tuberculose
pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes. Em alguns municípios
brasileiros, o teste rápido molecular para TB (TM-TB, GeneXpert®) encontra-se
disponível na rede pública de saúde

O teste apresenta o resultado em aproximadamente duas horas em ambiente


laboratorial, sendo necessária somente uma amostra de escarro. A
sensibilidade do TRM-TB em amostras de escarro de adultos é de cerca de
90% sendo superior à da baciloscopia. O teste também detecta a resistência à
rifampicina, com uma sensibilidade de 95%.

O TRM-TB está indicado nas seguintes situações:

 Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos


e adolescentes;
 Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos
e adolescentes de populações de maior vulnerabilidade;
 Diagnóstico de TB extrapulmonar nos materiais biológicos já
validados;
 Triagem de resistência à rifampicina nos casos de retratamento;
 Triagem de resistência à rifampicina nos casos com suspeita de
falência ao tratamento da TB
O TRM-TB deve ser realizado em crianças quando existe a possibilidade e
facilidade de coleta de escarro. O uso rotineiro está particularmente indicado
em adolescentes (≥10 anos de idade), pois a maioria tem TB bacilífera e, além
disso, é capaz de coletar amostras adequadas de escarro para exame.

Como também pode detectar bacilos mortos ou inviáveis, o TRM-TB não deve
ser utilizado para diagnóstico nos casos de retratamento (reingresso após
abandono e recidivas). Nesses casos, o diagnóstico da TB deve ser feito com
baciloscopia de escarro e cultura para micobactérias, seguida do teste de
sensibilidade antimicrobiano (TS) para verificação de resistência aos fármacos,
e o TRM-TB poderá ser utilizado apenas para triagem da resistência à
rifampicina.

5.4 CULTURA
Cultura é um método de elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico
da Tuberculose. Nos casos pulmonares com baciloscopia negativa, a cultura do
escarro pode aumentar em até 30% o diagnóstico bacteriológico da doença.

O resultado da cultura confirma o diagnóstico de micobacteriose, sendo


necessária a Identificação de espécie para caracterizar se é um caso de TB ou
outra micobactéria.

6. Diagnóstico de tuberculose por imagem


A radiografia de tórax é um método diagnóstico de grande importância na
investigação da tuberculose. Diferentes achados radiológicos apontam para a
suspeita de doença em atividade ou doença no passado, além do tipo e
extensão do comprometimento pulmonar. Deve ser solicitada para todo o
paciente com suspeita clínica de TB pulmonar ou extrapulmonar.

 Radiografia de tórax
 Cultura e coloração álcool-ácido resistente
 Teste cutâneo tuberculínico (TCT) e ensaio de liberação de gama interferon
(IGRA)
 Quando disponível, teste de amplificação de ácido nucleico (NAAT)

Geralmente pode-se suspeitar de tuberculose pulmonar com base em qualquer


um dos seguintes:
 Radiografias de tórax ao avaliar sintomas respiratórios (tosse durando > 3
semanas, hemoptise, dor torácica, dispneia), doença inexplicada, febre de
origem indeterminada ou teste cutâneo tuberculínico positivo
 IGRA feito como um teste de triagem ou durante a investigação de contato

Quarto objetivo - Compromissos pelo fim da TB no mundo e no Brasil

1 é meta de uma agenda política global que tem como visão alcançar um
mundo livre da TB até 2035 . Reduzir o adoecimento e as mortes por
tuberculose A Estratégia Global pelo Fim da TB da Organização Mundial da
Saúde (OMS) e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização
das Nações Unidas (ONU), ambos de 2015, são as iniciativas que deram início
a essa agenda política global

O Ministério da Saúde lança nesta quinta-feira (23) o Plano Nacional pelo Fim
da Tuberculose, com ações para reduzir a incidência da doença na população.
Atualmente, a doença atinge 32,4 pessoas por cem mil habitantes no Brasil. A
meta é chegar, até 2035, a menos de dez casos por cem mil habitantes. A
medida ratifica o compromisso do país com a Organização Mundial da Saúde
(OMS) e marca o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, celebrado

anualmente em 24 de março.

O plano define os indicadores utilizados para monitorar as ações feitas por


estados e municípios na rede de atenção à saúde. Dividido em três pilares:
prevenção e cuidado integrado e centrado no paciente; políticas públicas
arrojadas e sistema de apoio; e intensificação de pesquisa e inovação, o
objetivo do plano é diagnosticar precocemente a doença e garantir o
tratamento contínuo, diminuindo o abandono antes do período recomendado,
que é de no mínimo seis meses.

De acordo com a pasta, o controle da doença passará a ser feito com base em
indicadores relacionados à detecção, ao diagnóstico, à coinfecção TB-HIV, à
conclusão do tratamento e aos casos de tuberculose latente, sensível e
drogarresistente.

Reduzir a incidência da TB em 90% até 2035 (em relação aos valores de


2015), o que representa, para o Brasil, diminuir a incidência da TB para menos
de 10 casos por 100.000 habitantes até 2035.
Além da redução da incidência e das mortes por TB, também precisamos zerar
o número de famílias afetadas por custos catastróficos em decorrência da TB
até 2035

Quinto objetivo - A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização


da atenção básica no país, de acordo com os preceitos do Sistema Único de
Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais
como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica
por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial
de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de
ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e
coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.

Um ponto importante é o estabelecimento de uma equipe


multiprofissional (equipe de Saúde da Família – eSF) composta por, no
mínimo:
I. médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de
Família e Comunidade;
II. enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família;
III. auxiliar ou técnico de enfermagem; e
IV. agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a essa
composição os profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou
especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal.

Mais informações sobre as atribuições das equipes de Saúde da Família, assim


como de cada profissional, você encontra nos itens 4.3 e 4.4 da Política
Nacional de Atenção Básica. É prevista, ainda, a implantação da Estratégia
de Agentes Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como
uma possibilidade para a reorganização inicial da atenção básica com vistas à
implantação gradual da ESF ou como uma forma de agregar os agentes
comunitários a outras maneiras de organização da atenção básica.

Cada equipe de Saúde da Família (eSF) deve ser responsável por, no máximo,
4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas, respeitando
critérios de equidade para essa definição. Recomenda-se que o número de
pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade das famílias daquele
território, sendo que, quanto maior o grau de vulnerabilidade, menor deverá ser
a quantidade de pessoas por equipe.

Trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida,

a microárea;

– Cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros


atualizados;

– Orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis;

– Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;

– Acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos


sob sua responsabilidade. As visitas deverão ser programadas
em conjunto com a equipe, considerando os critérios de
risco e vulnerabilidade de modo que famílias com maior necessidade
sejam visitadas mais vezes, mantendo como referência a
média de uma visita/família/mês;

– Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe


de saúde e a população adscrita à UBS, considerando as características
e as finalidades do trabalho de acompanhamento de
indivíduos e grupos sociais ou coletividade;

– Desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção


das doenças e agravos e de vigilância à saúde, por meio de visitas
domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos
domicílios e na comunidade, por exemplo, combate à dengue,
malária, leishmaniose, entre outras, mantendo a equipe informada,
principalmente a respeito das situações de risco;

– Estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo


ações educativas, visando à promoção da saúde, à prevenção
das doenças e ao acompanhamento das pessoas com problemas
de saúde, bem como ao acompanhamento das condicionalidades do Programa
Bolsa-Família ou de qualquer outro programa similar de transferência de renda
e enfrentamento de vulnerabilidades implantado pelo governo federal, estadual
e municipal, de acordo com o planejamento da equipe.

É permitido ao ACS desenvolver outras atividades nas Unidades


Básicas de Saúde, desde que vinculadas às atribuições acima.

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