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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


MEDICINA

TUBERCULOSE

Profa. Ma. Camila de Souza dos Santos


SUMÁRIO

 Agente etiológico;
 Transmissão;
 Epidemiologia;
 Sinais e Sintomas;
 Diagnóstico;
 Tratamento;
 Prevenção
Agente etiológico

 A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch;

 O M. tuberculosis é fino, ligeiramente curvo e mede de 0,5 a 3 μm;

 É um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR), com parede celular rica em


lipídios, o que lhe confere baixa permeabilidade, reduz a efetividade da
maioria dos antibióticos e facilita sua sobrevida nos macrófagos
Transmissão

 O M. tuberculosis é transmitido por via aérea, de uma pessoa com TB


pulmonar, que elimina bacilos no ambiente (caso fonte), a outra pessoa,
por exalação de aerossóis oriundos da tosse, fala ou espirro;
 As gotículas exaladas (gotículas de Pflüger) rapidamente se tornam secas e
transformam-se em partículas menores;
 Essas partículas menores (núcleos de Wells), contendo um a dois bacilos,
podem manter-se em suspensão no ar por muitas horas e são capazes de
alcançar os alvéolos, onde podem se multiplicar e provocar a chamada
primo-infecção
Transmissão

 A probabilidade de uma pessoa ser infectada depende de fatores


exógenos. Entre eles, a infectividade do caso-fonte, a duração do contato
e o tipo de ambiente partilhado;
 Estima-se que uma pessoa com baciloscopia positiva infecte de 10 a 15
pessoas em média, em uma comunidade, durante um ano;
 O risco de transmissão da TB perdura enquanto o paciente eliminar
bacilos no escarro. Com o início do tratamento, a transmissão tende a
diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias, ela encontra-se muito
reduzida.
Epidemiologia

 Estima-se que em 2015 cerca de 10,4 milhões de pessoas desenvolveram


tuberculose (TB) no mundo;

 A região das Américas representa cerca de 3,0% da carga mundial de


tuberculose, com 268 mil casos novos estimados, os quais estão localizados em
nações como Brasil (33,0%), Peru (14,0%), México (9,0%) e Haiti (8,0%), são
países com a maior carga
Epidemiologia

 O Brasil está entre os 30 países de alta carga para TB e TB-HIV;

 Em 2017, o número de casos notificados foi de 72.770 e os coeficientes de


incidência variaram de 10,0 a 74,7 casos por 100 mil habitantes entre as
Unidades Federadas.

 No ano de 2016, foram notificados 4.483 óbitos por TB, o que


corresponde ao coeficiente de mortalidade de 2,2 óbitos por 100.000
habitantes
Epidemiologia

 O Brasil possui a maior taxa de detecção entre os países de alta carga;

 O Brasil não possui uma epidemia generalizada, mas concentrada em


algumas populações, como as pessoas vivendo com HIV, em situação de
rua, privadas de liberdade (PPL), a população indígena e pessoas que
vivem em aglomerados e em situação de pobreza.
Epidemiologia

 Estima-se que 10% das pessoas que foram infectadas pelo M. tuberculosis
adoeçam;

 5% nos dois primeiros anos que sucedem a infecção e 5% ao longo da


vida, caso não recebam o tratamento preventivo preconizado;

 A TB primária é aquela que ocorre logo após a infecção, é comum em


crianças e nos pacientes com condições imunossupressoras
Epidemiologia

 O sistema imune é capaz de contê-la, pelo menos temporariamente;

 Os bacilos podem permanecer como latentes por muitos até que ocorra a
reativação, produzindo a chamada TB pós-primária (ou secundária);

 A reinfecção pode ocorrer se a pessoa tiver uma nova exposição, sendo


mais comum em áreas onde a prevalência da doença é alta.
Sinais e sintomas

 O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse na forma seca ou


produtiva.
 Todo sintomático respiratório, pessoa com tosse por três semanas ou
mais, deve ser investigado para tuberculose;
Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como:
 Febre
 Sudorese noturna
 Emagrecimento
 Cansaço/fadiga
Diagnóstico

 A baciloscopia do escarro, desde que executada corretamente em todas as suas


fases, permite detectar de 60% a 80% dos casos de TB pulmonar em adultos;
A baciloscopia de escarro é indicada nas seguintes condições:
 no sintomático respiratório, durante estratégia de busca ativa;
 em caso de suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar,
independentemente do tempo de tosse;
 para acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares com
confirmação laboratorial.
Diagnóstico

 A baciloscopia de escarro deve ser realizada em duas amostras:

 Uma por ocasião do primeiro contato, na primeira consulta. E outra


independentemente do resultado da primeira, no dia seguinte, com a
coleta do material sendo feita preferencialmente ao despertar
Diagnóstico

 O teste rápido molecular para TB (TRM-TB) é um teste de amplificação de ácidos


nucleicos utilizado para detecção de DNA dos bacilos do complexo M.
tuberculosis e triagem de cepas resistentes à rifampicina pela técnica de reação
em cadeia da polimerase (PCR);

 O teste apresenta o resultado em aproximadamente duas horas em ambiente


laboratorial, sendo necessária somente uma amostra de escarro.
Diagnóstico
Diagnóstico por imagem

 Dentre os métodos de imagem, a radiografia do tórax é o de escolha na


avaliação inicial e no acompanhamento da TB pulmonar.
 Nela podem ser observados vários padrões radiológicos sugestivos de
atividade de doença, como cavidades, nódulos, consolidações, massas,
derrame pleural e alargamento de mediastino
 A tomografia computadorizada (TC) do tórax é mais sensível para
demonstrar alterações anatômicas dos órgãos ou tecidos comprometidos
e é indicada na suspeita de TB pulmonar quando a radiografia inicial é
normal, e na diferenciação com outras doenças torácicas, especialmente
em pacientes imunossuprimidos
Tratamento

 A tuberculose é uma doença curável em praticamente todos os casos;


 O esquema de tratamento da tuberculose é padronizado, e compreende duas
fases: a intensiva (ou de ataque), e a de manutenção.
 A fase intensiva tem o objetivo de reduzir rapidamente a população bacilar e a
eliminação dos bacilos com resistência natural a algum medicamento. Uma
consequência da redução rápida da população bacilar é a diminuição da
contagiosidade.
 A fase de manutenção tem o objetivo de eliminar os bacilos latentes ou
persistentes e a redução da possibilidade de recidiva da doença. Nessa fase, são
associados dois medicamentos com maior poder bactericida e esterilizante, ou
seja, com boa atuação em todas as populações bacilares
Tratamento

 Em todos os esquemas de tratamento, os medicamentos deverão ser ingeridos


diariamente e de uma única vez;
 Em casos individualizados, independentemente da presença de outras
morbidades, quando a TB apresentar evolução clínica não satisfatória, o
tratamento poderá ser prolongado na sua segunda fase, de quatro para sete
meses
Prevenção

 A vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin) é utilizada desde a década de 1920


como medida preventiva complementar no controle da tuberculose. A
vacina previne especialmente as formas graves da doença;
 Diagnosticar e tratar, correta e prontamente, os casos de TB pulmonar são
medidas fundamentais para o controle da doença;
 A busca ativa de sintomáticos respiratórios (SR) deve ser realizada
permanentemente por todos os serviços de saúde (níveis primário,
secundário e terciário) e tem significativo impacto no controle da doença.
Referências

 Ministério da Saúde; Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose


no Brasil. 2 ed. 2019.

 Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico


de Tuberculose. 1a edição – 2022

 https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/fevereiro/tratamento-
mais-eficiente-no-sus-beneficia-pacientes-com-
tuberculose#:~:text=O%20SUS%20oferece%20tr%C3%AAs%20esquemas,quatro
%20meses%20(120%20doses).

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