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CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Aluna: Sheila Lima Cardoso


Turma: 03
Prof.ª: Enf.ª Roselene
Disciplina: Fundamentos de Enfermagem

TUBERCULOSE

Laranjal do Jari – AP
2024
INTRODUÇÃO

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis,


que afeta principalmente os pulmões. Quando se espalha para outros órgãos, é chamada de
forma extrapulmonar, afetando pele, rins, cérebro, entre outros. Pessoas com HIV ou sistema
imunológico comprometido têm maior risco de desenvolver a doença. É uma doença
transmitida pelo ar, por meio da inalação de aerossóis com bacilos expelidos por pessoas com
a forma ativa da doença. O tratamento reduz a transmissão da doença rapidamente. A
tuberculose é uma doença antiga e conhecida, caracterizada por tosse seca ou produtiva, que
pode durar mais de três semanas. É uma doença infectocontagiosa com maior incidência em
áreas urbanas. Pode se manifestar de várias formas, como pulmonar, meníngea, óssea e renal,
entre outras. Ao longo da história, as percepções sobre a tuberculose mudaram devido à
interação entre o indivíduo e a sociedade, especialmente no final do século XIX no Brasil por
exemplo.
TUBERCULOSE

É uma doença infecciosa e transmissível que atinge principalmente os pulmões. Causada por
uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, em homenagem ao
médico alemão que a identificou: RobertKoch.
Quando atinge outros órgãos é conhecida como forma extrapulmonar. Pode atingir pele, rins,
linfonodos, ossos, cérebro, etc. Geralmente, esta forma atinge mais pessoas que vivem com
HIV e que tem seu sistema imunológico comprometido. Pessoas saudáveis que entram em
contato com o bacilo da tuberculose têm aproximadamente 5% a 10% de risco durante a vida
de desenvolver a doença ativa.
Segundo o Ministério da Saúde são notificados cerca de 70 mil novos casos a cada ano e
ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose.

TRANSMISSÃO DA TUBERCULOSE

A tuberculose é transmitida por via aérea, pela inalação de aerossóis (bacilos) eliminados no
ambiente através da fala, espirro ou tosse de uma pessoa com tuberculose pulmonar ativa (é
considerada “bacilífera”). Estima-se que essa pessoa possa infectar uma média de 10 a 15
pessoas durante um ano, em uma comunidade.
Quando se inicia o tratamento, a transmissão diminui gradativamente. Pode-se dizer que após
15 dias está tão reduzida, que é quase nula.
Em relação aos bacilos que podem se depositar em roupas, lençóis, copos e outros objetos
dificilmente se dispersam em aerossóis no meio ambiente. Por isso, não têm papel na
transmissão da doença.
MITOS SOBRE A TRANSMISSÃO

•Assim como o compartilhamento de objetos, tais como: talheres, copos, entre outros, não
transmite a tuberculose.
•Vale ressaltar, que pessoas com tuberculose extrapulmonar geralmente não são capazes de
transmitir a doença, fato confirmado com a negativação da baciloscopia.
•Também é importante manter os ambientes ventilados e com entrada de luz natural direta,
pois a circulação de ar possibilita a dispersão das partículas infectantes e o bacilo da
tuberculose é sensível à luz solar, assim, diminui o risco de transmissão da doença.
FATORES DE RISCO

Algumas doenças ou características podem aumentar o risco de desenvolver tuberculose:


 Idosos  Pessoas que usam
 Diabéticos imunossupressores
 População de rua  Contatos (indivíduos que convivem
 Alcoólatras no dia a dia) de pessoas com
 Insuficientes renais crônicos tuberculose resistente

 Doentes com neoplasias ou sob  Pessoas em situação de pobreza


quimioterapia (compromete a saúde das pessoas e

 Transplantados de suas famílias, causando

 Portadores do vírus HIV impactos econômicos e sociais)

 População prisional

SINTOMAS

O principal sintoma é tosse seca ou produtiva (nesta última pode ter ou não presença de
sangue). Quando a pessoa está com tosse há mais de três semanas, deve ser investigado para
tuberculose. Também podem estar presentes outros sintomas, tais como:
 Febre vespertina (normalmente aparece no final da tarde, pode ser baixa ou alta);
 Sudorese noturna;
 Emagrecimento;
 Cansaço ou fadiga.
DIAGNÓSTICO
São realizados alguns exames como:
•Radiografia de tórax: é o método de escolha na avaliação inicial e no acompanhamento da
tuberculose pulmonar, pois permite verificar se existe outra doença pulmonar associada, bem
como para avaliar a extensão acometida e a evolução radiológica durante o tratamento.
•Tomografia computadorizada de tórax: por ser mais sensível permite verificar alterações
anatômicas dos órgãos ou tecidos comprometidos. É indicada na suspeita de tuberculose
pulmonar com radiografia inicial normal e para diferenciação com outras doenças
pulmonares.
•Exame histopatológico: refere-se à avaliação de fragmento de tecido obtido por biópsia nos
casos de tuberculose pulmonar difusa e nas formas extrapulmonares.
•Exame de escarro ou baciloscopia: é um método simples e seguro realizado tanto em
laboratórios públicos quanto nos privados. É indicado para os casos de suspeita de tuberculose
pulmonar, os sintomáticos respiratórios e para acompanhamento e controle da cura. Permite
detectar entre 60% a 80% dos casos de tuberculose pulmonar em adultos, desde que
executado corretamente em todas as suas fases. É realizado em duas amostras – uma no
primeiro contato com a pessoa suspeita de tuberculose pulmonar e outra no dia seguinte, com
a coleta do material ao despertar, independente do resultado da primeira.
•Cultura: é um método de elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico da
tuberculose. Permite identificar o tipo de bactéria e os antibióticos que são mais indicados
para o tratamento dessa doença. É indicada para todos os casos suspeitos de tuberculose,
independente do resultado da baciloscopia.
•Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB): encontra-se disponível na rede pública.
É realizado com uma amostra de escarro e o resultado é disponibilizado cerca de 02 horas. É
indicado para o diagnóstico de tuberculose pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes. A
sensibilidade em amostras de escarro de adultos é de aproximadamente 90%, o que é superior
à da baciloscopia.
O teste também detecta a resistência ao antibiótico rifampicina, com uma sensibilidade de
95%.
•PPD (Derivado Proteico Purificado) ou prova tuberculínica (PT ): é utilizado para
diagnosticar Infecção Latente pelo Bacilo da Tuberculose (ILTB). Consiste na inoculação
intradérmica (abaixo da pele) do derivado proteico purificado do bacilo de Koch para medir a
resposta imune a essa bactéria. A leitura da PT deve ser realizada 48 a 72 horas após a
aplicação. Quando positivo se considera tuberculose latente (dormente), o paciente é
assintomático e deve fazer o tratamento medicamentoso para evitar uma futura reativação do
bacilo de Koch.

TRATAMENTO

•Geralmente, o tratamento tem duração de 6 meses e é realizado a nível ambulatorial.


•Para que haja sucesso no tratamento da tuberculose se faz necessária uma abordagem
humanizada entre o profissional de saúde e o paciente. Este deve ser orientado quanto às
características da doença e o tratamento ao qual será submetido, como tipo de medicamento,
consequências do uso incorreto, eventos adversos (dor de cabeça, febre, náusea ou vômito,
etc.), controle de contatos e duração do tratamento.
•Se o tratamento não for adequado ou se for interrompido antes do tempo determinado, pode
induzir o aparecimento de bactérias resistentes aos medicamentos, dificultando alcançar a
cura da doença.
•O esquema terapêutico para tuberculose é padronizado no SUS e compreende duas fases: a
intensiva (ou de ataque – objetiva reduzir rapidamente a população de bacilos, o que reduz o
contágio) e a de manutenção (objetiva eliminar os bacilos persistentes e reduzir a
possibilidade de recidiva da doença).

HISTORIA DA TUBERCULOSE

A tuberculose é uma das enfermidades mais antigas e conhecidas do mundo, caracterizando-


se como uma doença infectocontagiosa, com evolução de ciclos lentos e maior registro de
número de casos em aglomerações urbanas. Essa enfermidade se manifesta de diferentes
formas, tais como a pulmonar, a meníngea, a miliar, a óssea, a renal, a cutânea, a genital, entre
outras (SOUZA et al., 2009).
Ao longo do processo histórico, as representações da tuberculose se firmaram ou se
modificaram através da negociação entre o micro e o macro, o indivíduo e a sociedade. Há um
recorte temporal (final do século XIX no Brasil), que se justifica pela preocupação crescente
com relação à doença, quando ela se tornou um problema social e começou a mobilizar a elite
médica para uma solução de cura. Em meados do século XIX (1860), a medicina associava a
tuberculose (tísica) "diretamente às condições de miséria em que vivia a população"
(Chalhoub, 1996, p. 32). A grande preocupação, em termos de saúde pública, estava na
destruição dos cortiços e recuperação da zona urbana da cidade. Os cortiços eram vistos como
mantenedores, propagadores e acumuladores de sujeira e perigo social, antro de doenças,
pessoas perigosas e locais onde ocorriam as conspirações contra o governo. Dentre estas
preocupações, a tuberculose não figurava como epidemia que necessitava de controle, como a
febre amarela. Encarar o problema da possibilidade de disseminação da tuberculose, que já
matava muito, era considerar outros aspectos importantes para a solução do problema.
Até o final do século XIX, acreditava-se também que a tuberculose estava intrinsecamente
ligada à hereditariedade e às condições de vida, como habitação e trabalho. A noção da
doença implicava a noção de herança de morte. A moléstia era herdada enquanto constituição
e, na época, a morte sobrevinha porque a cura inexistia. Esta concepção não se restringia à
tuberculose; Carrara (1996) demonstra esta mesma relação para a sífilis. A partir do final do
século XIX, a ideia de hereditariedade ligou-se intimamente à de degeneração, visto que estas
duas concepções coexistiam. O adoecimento de várias pessoas da mesma família, ao mesmo
tempo, levava os médicos da época a considerarem a tuberculose como hereditária. As
condições e os hábitos de vida eram também, de modo geral, considerados importantes para a
determinação da enfermidade. Contudo, a teoria mais corrente definia a tuberculose como
uma doença "da constituição", ou seja, nascia-se com o organismo predisposto ou com a
moléstia. Ideia antiga, remanescente de Hipócrates, quando afirmava que um tísico nascia de
outro igualmente doente (Montenegro, 1949), morrendo tísico. Talvez esta ideia tenha-se
formado devido ao fato de muitas crianças nascerem doentes ou mortas, quando a mãe sofria
do mal.
Naquela época, não havia métodos diagnósticos e nem terapêuticas eficazes para combater a
tuberculose. Talvez resida aí a razão para tantas representações com tão diferentes origens.
Não sabiam qual era o agente causador da doença, nem como lidar com ela. As atuações no
campo leigo e médico variavam de acordo com o que julgavam ser a causa do mal e a melhor
forma de combatê-lo.

O BACILO, A MUDANÇA

Com a descoberta do bacilo de Koch, em 1882, a tuberculose foi pensada como causa de uma
série de associações, que permitiam maior infecciosidade e consequente disseminação. Na
saúde pública em geral, as descobertas dos agentes causadores das doenças desordenava a
visão até ali mantida da dinâmica e dos tratamentos das enfermidades. Além disso, alteraram-
se as relações do indivíduo (agora doente) e do seu grupo (cuidados, medos em relação ao
doente); modificaram-se as concepções, as representações da doença, enquanto
responsabilidade e controle individual e social. O indivíduo era o agente hospedeiro e
transmissor da tuberculose, era ele quem passava adiante a doença, porém retirou-se dele a
isenção da carga genética e constitucional. Modificaram-se as políticas de saúde, conferiram-
se poderes e responsabilidades cada vez mais abrangentes à medicina: controlar em nome do
bem social. A descoberta científica, relacionando o bacilo ao mal, modificou não só a
etiologia, mas as formas de perceber e lidar com a doença. De algum modo, o controle sempre
acompanhou a trajetória da tuberculose; e também grande parte das doenças
infectocontagiosas.
Com o surgimento do HIV/Aids na década de 1980, o número de casos de tuberculose
aumentou devido ao comprometimento imunológico que algumas pessoas que vivem com
HIV/Aids apresentam.
No manejo das doenças contagiosas de então, enfatizou-se o caráter biológico, baseado no
saber científico. Não bastava conhecer o agente causador da tuberculose; era necessário uma
estrutura física, econômica e pessoal para combatê-la, ainda que de forma rudimentar. Como
não se dispunha de um medicamento específico para a cura, as terapias climáticas e o repouso
absoluto eram os recursos mais utilizados. As más condições de moradia, a alimentação
precária e o local inadequado de trabalho eram fatores considerados importantes para a
exposição ao bacilo de Koch e o crescente adoecimento da população. Dessa forma, os menos
favorecidos economicamente tinham maiores chances de contrair a enfermidade, por viverem
nestas condições. A noção de doença social, de flagelo social ou doença operária tornava-se
cada vez mais forte no país, pois baseava-se na capacidade de contaminação e nas condições
de vida desfavoráveis daqueles que a contraíam e disseminavam: os pobres e os trabalhadores.
As discussões no âmbito médico, social e político deixavam claro que a educação higiênica
era uma das soluções e que a estrutura urbana favorecia a disseminação da doença. Entretanto,
ainda prevalecia o tratamento higiodietético para aqueles que podiam afastar-se do trabalho e
manter uma boa alimentação.
Nas últimas décadas do século XIX, somaram-se à concepção da doença orgânica a crescente
urbanização e a industrialização, introduzindo elementos ditos de agravamento da doença: o
desenvolvimento, a má distribuição de renda e a "pobreza". Com o capitalismo em pleno
crescimento, as indústrias requisitavam mão-de-obra barata, que se acumulava em moradias
insalubres nas periferias das grandes cidades (Almeida, 1994). Paralelamente, houve o
aumento do controle e manipulação do Estado sobre as camadas menos favorecidas da
sociedade, através das políticas sanitárias (Costa, 1989). A serviço do Estado, "a educação
higiênica do século XIX almejou, de fato, criar um corpo saudável" (Costa, 1984, p. 11). A
desorganização urbano-social era percebida como causadora de doenças e, portanto, devia ser
combatida. O estado corporal (magro, fraco, pálido, "tuberculoso") denunciava uma condição
social (de pobre, de descuidado). O corpo frágil estava exposto às doenças, o doente às
políticas de saúde e às classificações e estigmas da época.
Enquanto os ricos moravam em casas mais arejadas e iluminadas, nas casas dos pobres (por
exemplo, operários das indústrias) os quartos eram divididos entre muitas pessoas, tornando
comuns as aglomerações. Para a medicina da época, o ambiente úmido, pouco iluminado e
mal arejado propiciava a disseminação e a contaminação da tuberculose e de outras doenças.
Estes locais e as pessoas que ali moravam eram vistos como focos de doenças, portanto,
passíveis de discriminação. Nos ambientes de trabalho populosos, mal arejados e com pouca
luminosidade, o operário era o receptáculo da doença e esta era causada pelas péssimas
condições do local. Os locais (de trabalho, de moradia), os objetos (maquinaria industrial) e o
ar eram considerados tão pestilentos quanto a própria doença. Locais onde os trabalhadores
doentes ficavam aglomerados durante horas, em condições não favoráveis à conservação da
boa saúde e propensos à disseminação dos bacilos caracterizavam a crença de que a "pobreza"
também se associava a trabalhadores e à tuberculose. Hoje em dia através do tratamento, é
possível ter pleno controle da doença.
CONCLUSÃO

A tuberculose era comumente associada à miséria na qual a população vivia, e a destruição


dos cortiços era vista como uma forma de combater a doença. Por não haver métodos
diagnósticos nem terapêuticas eficazes contra a tuberculose, as representações e abordagens
adotadas variavam muito. A descoberta do bacilo de Koch em 1882 possibilitou uma melhor
compreensão da doença e sua disseminação. Com o surgimento do HIV/AIDS na década de
1980, o número de casos de tuberculose aumentou devido ao comprometimento imunológico
das pessoas afetadas. O tratamento da tuberculose antes se baseava em terapias climáticas e
repouso absoluto, devido à falta de medicamentos específicos. Atualmente, com o tratamento
adequado, é possível controlar a doença de forma eficaz.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Tuberculose. Disponível
em<https://institucional.ufrrj.br/casst/files/2021/04/Tuberculose.pdf>acesso em 01/04/2024.
TCC corrigido após apresentação. Disponível
em<https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-
9DTFRN/2/tcc_corrigido_apos_apresentacao_1__pos_revisao_adriano.pdf>acesso em
01/04/2024
Guia Tuberculose na Atenção Primária à Saúde (APS). Disponível
em<https://www.cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/202211/24113735-guia-tuberculose-versao-
final-nov-2022-1.pdf>acesso em 01/04/2024
A tuberculose ao longo dos tempos. Disponível
em<https://www.scielo.br/j/hcsm/a/SCkjg9j5vBY7WhnyXK7pjgB/>acesso em 01/04/2024

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