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Índice

Introdução................................................................................................................................2
Síndromes neonatais mais frequentes.....................................................................................3
A pneumonia neonatal.............................................................................................................3
Etiologia da pneumonia neonatal.............................................................................................3
Sinais e sintomas da pneumonia neonatal...............................................................................3
Diagnóstico da pneumonia neonatal........................................................................................3
Tratamento da pneumonia neonatal.......................................................................................4
A sepse neonatal......................................................................................................................4
Etiologia da sepse neonatal......................................................................................................4
Sepse neonatal de início precoce.............................................................................................4
Sepse neonatal de início tardio................................................................................................5
Sepse neonatal de início precoce e tardio................................................................................6
Sinais e sintomas da sepse neonatal........................................................................................6
Diagnóstico da sepse neonatal.................................................................................................7
A icterícia neonatal...................................................................................................................7
1. Icterícia fisiológica................................................................................................................8
2. Icterícia do leite materno.....................................................................................................8
Doença hemolítica neonatal.....................................................................................................8
Dificuldade Respiratória aguda................................................................................................9
Cuidados de enfermagem em neonatais................................................................................10
Síndrome Convulsiva..............................................................................................................11
 Hipóxia isquêmica..........................................................................................................11
Assistência de enfermagem em pacientes convulsivos..........................................................15
Introdução
O presente trabalho visa dissertar em relação às síndromes neonatais, que são um
conjunto de sinais e sintomas que ocorrem ao mesmo tempo (neste caso,
especificamente em recém nascidos) e que podem ter causas variadas, assemelhando-se
a uma ou a várias doenças. Costuma-se denominar também de síndrome uma condição
que ainda não tem uma causa bem definida. As síndromes que serão abordadas são:
Pneumonia neonatal, síndrome convulsiva, Icterícia neonatal e dificuldade respiratória
aguda, onde o foco estará sob o quadro clinico, diagnostico precoce, tratamento, e por
fim, assistência de enfermagem em todos estes casos.
Síndromes neonatais mais frequentes
A pneumonia neonatal
Refere-se à infecção pulmonar no neonato. Pode ter início nas primeiras horas de vida e
fazer parte de uma síndrome septicêmica generalizada ou aparecer após 7 dias, limitada
aos pulmões. Os sinais podem ser restritos a uma disfunção respiratória ou evoluir para
choque e morte. O diagnóstico é o da avaliação clínica e laboratorial para sepse. O
tratamento inicial utiliza antibióticos de amplo espectro, que são substituídos pelas
fármacos organismo-específicos logo que possível.
A pneumonia é a infecção bacteriana invasiva mais comum após a sepse primária. A
pneumonia com início precoce faz parte de uma sepse generalizada que está presente ao
nascimento ou se manifesta com poucas horas de vida (Sepsia neonatal). A pneumonia
de início tardio geralmente ocorre depois dos 7 dias de vida, mais comumente em
lactentes em unidade de terapia intensiva neonatal que precisam de entubação
endotraqueal prolongada por doenças pulmonares (chamada pneumonia associada à
ventilação mecânica).

Etiologia da pneumonia neonatal


Os organismos são adquiridos do trato genital materno ou no berçário. Esses
organismos incluem cocos Gram-positivos (p. ex., estreptococos dos grupos A e B,
Staphylococcus aureus, ambas sensíveis e resistentes à meticilina) e bacilos Gram-
negativos (ex., Escherichia coli, Klebsiella spp, Proteus spp). Muitos outros agentes
patogênicos podem ser encontrados nos lactentes que receberam antibióticos de amplo
espectro, incluindo Pseudomonas, Citrobacter, Bacillus e Serratia. Vírus e fungos
podem ser responsáveis por alguns casos.

Sinais e sintomas da pneumonia neonatal


Pneumonia de início tardio adquirida em hospital se manifesta com agravamento
inexplicável do estado respiratório do paciente e aumento na quantidade e alteração na
qualidade das secreções respiratórias (p. ex., espessa e marrom). Os lactentes podem
tornar-se agudamente enfermos, com instabilidade térmica e neutropenia.
Diagnóstico da pneumonia neonatal
 Radiografia de tórax
A avaliação inclui radiografia de tórax, oximetria de pulso, hemoculturas e coloração de
Gram e cultura do aspirado traqueal.
Novos infiltrados persistentes devem ser visíveis na radiografia de tórax, mas podem ser
difíceis de reconhecer se o lactente apresentar displasia broncopulmonar grave.
Se a coloração de Gram do aspirado traqueal mostra um número significativo de
leucócitos polimorfonucleares e um único organismo que é consistente com aquele que
cresce da cultura do aspirado traqueal, há uma maior probabilidade de que esse
organismo seja a causa da pneumonia. Como as pneumonias bacterianas dos neonatos
podem disseminar, deve-se realizar uma avaliação completa para sepse, incluindo a
punção lombar. Entretanto, hemoculturas são positivas em apenas 2 a 5% dos casos da
pneumonia nosocomial.

Tratamento da pneumonia neonatal


 Geralmente, vancomicina e um betalactâmico de amplo espectro
A terapia antimicrobiana na doença de início precoce é semelhante à da sepse neonatal.
O tratamento inicial de escolha é com vancomicina (ver tabela Dosagem de
vancomicina para neonatos) e um fármaco betalactâmico de amplo espectro como
meropenem, piperacilina/tazobactam ou cefepima (Doses recomendadas de antibióticos
parenterais selecionados para recém-nascidos) para a maioria das pneumonias de início
tardio associadas a cuidados de saúde. Esse esquema é para o tratamento da sepse e
também da pneumonia com patógenos típicos adquiridos em hospital, incluindo P.
aeruginosa. Os padrões locais de infecção e resistência bacteriana sempre devem ser
usados para ajudar a orientar as escolhas empíricas dos antimicrobianos. Antibióticos
mais específicos são utilizados quando os resultados de sensibilidade estiverem
disponíveis. O tratamento geral é o mesmo da sepse neonatal.

A sepse neonatal é uma infecção bacteriana invasiva que ocorre durante o período
neonatal. Os sinais são múltiplos, inespecíficos e incluem diminuição da atividade
espontânea, ausência de sucção vigorosa, apneia, bradicardia, instabilidade térmica,
disfunção respiratória, vômitos, diarreia, distensão abdominal, nervosismo, convulsões e
icterícia. O diagnóstico é clínico e baseado nos resultados das culturas. O tratamento
inicial é com ampicilina mais gentamicina ou cefotaxima, substituídas por fármacos
organismo-específicos tão logo possível.
A sepse neonatal ocorre em 0,5 a 8,0/1.000 nascidos vivos. As taxas mais altas ocorrem
em
 Lactentes com baixo peso ao nascer (BPN)
 Lactentes com função deprimida no nascimento que se manifesta por baixo
classificação de Apgar
 Lactentes com fatores de risco perinatal materno (p. ex., baixo nível
socioeconômico, ruptura prematura das membranas)
 Minorias
 Homens

Etiologia da sepse neonatal


O início da sepse neonatal pode ser precoce (≤ 3 dias de vida) ou tardio (após 3 dias).
Sepse neonatal de início precoce
A sepse neonatal de início precoce deve-se geralmente a organismos adquiridos
intraparto. Muitos lactentes têm sintomas nas primeiras 6 h do nascimento.
A maioria dos casos é causada por estreptococos do grupo B e organismos Gram-
negativos entéricos (predominantemente Escherichia coli). Culturas de material vaginal
e retal de gestantes de termo podem revelar taxas de colonização de estreptococos do
grupo B de até 35%. Pelo menos 35% dos recém-nascidos tornam-se colonizados. A
densidade da colonização dos recém-nascidos determina o risco de doenças invasivas de
início precoce, que é 40 vezes maior quando a colonização é intensa. Embora apenas
1/100 desses lactentes colonizados desenvolvam doença invasiva por estreptococos do
grupo B, em > 50% deles a doença aparece nas primeiras 6 h de vida. Sepse por
Haemophilus influenzae não tipável foi também identificada cada vez mais em recém-
nascidos, especialmente em prematuros.
Outros casos tendem a ser provocados por bacilos entéricos Gram-negativos (p. ex.,
Klebsiella spp) e certos organismos Gram-positivos [ Listeria monocytogenes,
enterococos (p. ex., Enterococcus faecalis, E. faecium), estreptococos do grupo D (p.
ex., Streptococcus bovis), estreptococos alfa-hemolíticos e estafilococos]. Além disso,
S. pneumoniae, H. influenzae tipo b e, menos comumente, Neisseria meningitidis foram
isolados. A gonorreia assintomática ocorre ocasionalmente na gestação, portanto a N.
gonorrhoeae raramente é um agente patogênico.
Sepse neonatal de início tardio
A sepse neonatal de acometimento tardio é geralmente adquirida do meio ambiente
(Infecção neonatal adquirida em hospital). Os estafilococos respondem por 30 a 60%
dos casos de início tardio e devem-se mais frequentemente a instrumentos
intravasculares (particularmente cateteres na artéria vascular central). E. coli é cada vez
mais reconhecida como uma causa significativa da sepse de início tardio, especialmente
em lactentes com peso extremamente baixo. Isolamento de Enterobacter cloacae ou
Cronobacter sakazakii (anteriormente Enterobacter sakazakii) no sangue ou no líquido
cerebrospinal pode ser causada por alimentos contaminados. Equipamentos respiratórios
contaminados são suspeitos nos casos de surtos de pneumonia ou sepse por
Pseudomonas aeruginosa adquiridos em hospital.
Embora a triagem universal e a profilaxia intraparto com antibióticos para streptococos
do grupo B tenham diminuído de modo significativo a doença de início precoce por
causa desse organismo, a taxa de sepse por estreptococos do grupo B de início tardio
permaneceu inalterada, o que é consistente com a hipótese de que a doença de início
tardio é geralmente adquirida do meio ambiente.
O papel dos anaeróbios (particularmente bacteroides fragilis) em sepse de início tardio
não está claro, embora casos de morte tenham sido atribuídos a bacteremia por
bacteroides.
Candida spp são causas cada vez mais importantes na sepse de início tardio, ocorrendo
em 12 a 18% dos lactentes com peso extremamente baixo.
Sepse neonatal de início precoce e tardio
Certas infecções virais (p. ex., herpes simples disseminado, enterovírus, adenovírus,
vírus sincicial respiratório) podem manifestar-se tanto nos casos de sepse de início
precoce quanto tardio.
Sinais e sintomas da sepse neonatal
Os sinais iniciais da sepse neonatal são frequentemente sutis e não específicos e não
distinguem os microrganismos (inclusive virais). Os sinais precoces particularmente
comuns incluem:

 Diminuição da atividade espontânea


 Sucção menos vigorosa
 Anorexia
 Apneia
 Bradicardia
 Instabilidade térmica (hipo ou hipertermia)
A febre está presente em apenas 10 a 15% dos neonatos; porém, quando mantida (p. ex.,
por > 1 h), geralmente indica infecção. Outros sinais e sintomas incluem disfunções
respiratórias, distúrbios neurológicos (p. ex., convulsões, irritabilidade), icterícia
(especialmente se ocorrer nas primeiras 24 h de vida sem incompatibilidade dos grupos
sanguíneos Rh ou ABO e com níveis de bilirrubina direta maiores do que o esperado),
vômitos, diarreia e distensão abdominal.

Sinais específicos de um órgão infectado podem apontar exatamente o local originário


ou metastático.
A maioria dos neonatos com infecção por streptococos do grupo B de início precoce (e
muitos com L. monocytogenes) apresenta-se com disfunção respiratória de difícil
diferenciação com a síndrome do desconforto respiratório.
Eritema periumbilical, secreção ou sangramento sem diátese hemorrágica sugerem
onfalite (a infecção impede a obstrução dos vasos umbilicais).
Coma, convulsões, opistótono ou abaulamento da fontanela sugerem meningite,
encefalite ou abscesso cerebral.
Diminuição dos movimentos espontâneos de uma extremidade, edema e articulação
quente, eritematosa ou dolorida indicam osteomielite ou artrite piogênica.
Distensão abdominal inexplicada pode indicar peritonite ou enterocolite necrosante
(particularmente quando acompanhada de diarreia sanguinolenta e leucócitos nas fezes).
Vesículas cutâneas, úlceras orais e hepatoesplenomegalia (particularmente com
coagulação intravascular disseminada [CIVD]) podem indicar herpes simples
disseminado.
A infecção por streptococos do grupo B de início precoce pode manifestar-se com
pneumonia fulminante. Frequentemente ocorrem complicações obstétricas
(particularmente prematuridade, RPM ou corioamnionite). Em > 50% dos neonatos, a
infecção por GBS manifesta-se nas primeiras 6 h de vida; 45% têm classificação de
Apgar < 5. Meningite também pode estar presente, embora não seja comum. Já na
infecção por estreptococos do grupo B de acometimento tardio (em > 3 dias a 12
semanas), a meningite costuma estar presente. A forma tardia da infecção por
estreptococos do grupo B geralmente não está associada a fatores de risco perinatais ou
colonização cervical materna demonstrável e pode ser adquirida pós-parto.

Diagnóstico da sepse neonatal


 Alto índice de suspeita
 Hemocultura, cultura do liquor e, às vezes, cultura de urina
O diagnóstico precoce da sepse neonatal é importante e requer atenção para os fatores
de risco (particularmente nos neonatos com baixo peso) e alto índice de suspeita quando
qualquer recém-nascido se afasta dos padrões normais nas primeiras semanas de vida.
Exame de urina e cultura de urina
O exame de urina só é necessário para a avaliação à procura de sepse de início tardio.
Amostras de urina devem ser obtidas por cateter ou aspiração suprapúbica, e não de
bolsas de coleta. Embora somente a cultura seja capaz de fornecer o diagnóstico, a
existência de ≥ 5 leucócitos por campo de grande aumento na urina ou qualquer
microrganismo presente em amostra recente de urina corada pelo gram levanta a
suspeita de infecções do trato urinário. Ausência de piúria não afasta uma infecção do
trato urinário.

Punção lombar
Existe risco aumentado de hipóxia durante a PL em um recém-nascido já hipoxêmico.
Mas a PL deve ser realizada no neonato com suspeita de sepse assim que as condições
do recém-nascido permitirem. Oxigênio suplementar é administrado antes da PL e
durante o procedimento para prevenir hipóxia. Como a pneumonia por estreptococos do
grupo B que se manifesta no primeiro dia de vida pode ser confundida com a síndrome
do desconforto respiratório, a PL é frequentemente realizada de rotina em recém-
nascidos com suspeita de ter essas doenças.

A icterícia neonatal é quando a pele e os olhos do bebê apresentam coloração


amarelada, o que indica que pode haver níveis elevados de bilirrubina no sangue, sendo
geralmente causada por alterações no metabolismo da bilirrubina e nem sempre sendo
considerada um problema.
No entanto, quando a icterícia se desenvolve com menos de 24 horas de vida, persiste
por mais de 14 dias, é intensa ou acompanhada de outros sintomas como fezes
esbranquiçadas ou urina escura, pode ser indicativo de doenças graves, como atresia de
vias biliares ou infecções.

Principais sintomas
A icterícia no bebê normalmente causa pele e olhos amarelados e pode ser
acompanhada de outros sintomas como urina escura e fezes esbranquiçadas,
dependendo da sua causa.
Além disso, quando os níveis de bilirrubina estão muito elevados no sangue, sintomas
como dificuldade de alimentação, sonolência e convulsões podem ocorrer e indicar
complicações graves como o kernicterus.

Etiologia
As principais causas de icterícia no bebê são:

1. Icterícia fisiológica
A icterícia fisiológica geralmente ocorre após 24 horas de vida, com um lento
desenvolvimento de pele e olhos amarelados, devido a alterações no metabolismo da
bilirrubina que normalmente ocorrem em recém-nascidos, não sendo acompanhado de
outros sintomas.
Normalmente, neste caso a icterícia melhora em cerca de 2 semanas sem que nenhum
tratamento específico seja necessário, não sendo considerada um problema.
2. Icterícia do leite materno
A icterícia do leite materno geralmente ocorre em bebês alimentados apenas com leite
materno devido à ingestão insuficiente de leite, que pode levar à diminuição dos
movimentos do intestino, o que prejudica a eliminação da bilirrubina.
Geralmente, o desenvolvimento de pele e olhos amarelados ocorre lentamente ao final
da primeira semana após o nascimento e não é acompanhado de outros sintomas. Além
disso, neste caso a icterícia tende a melhorar até o final da segunda semana de vida sem
tratamento específico.
Doença hemolítica neonatal
A doença hemolítica neonatal geralmente é causada por uma incompatibilidade de
sangue entre a mãe e o bebê, devido à presença de anticorpos que podem atravessar a
placenta e destruir as hemácias no sangue do recém-nascido, levando a um aumento dos
níveis de bilirrubina no sangue. Dessa forma, nos casos mais graves, além de pele e
olhos amarelados, outros sintomas como anemia, sonolência e aumento do fígado ou
baço também podem ocorrer.
Infecções
Infecções durante o período do pré-natal ou nos primeiros dias de vida, como herpes,
sífilis, toxoplasmose ou HIV, podem afetar o funcionamento do fígado e o metabolismo
da bilirrubina, causando icterícia. No entanto, outros sintomas como aumento do fígado
e baço, manchas vermelhas na pele ou febre geralmente também ocorrem.

Dificuldade Respiratória aguda


A síndrome de dificuldade respiratória aguda (SDRA) é uma doença potencialmente
fatal na qual os pulmões não conseguem funcionar adequadamente. É causada por
lesões na parede capilar, seja devido a doença ou devido a uma lesão física, como por
exemplo um grande traumatismo. Isto resulta em que a parede fica com fugas, levando a
uma acumulação de líquido e ao eventual colapso dos alvéolos, deixando os pulmões
incapazes de fazer as trocas de oxigénio e dióxido de carbono.

Sintomas
É improvável que a SDRA ocorra isoladamente, é geralmente o resultado de um outro
problema de saúde ou de um acidente ou lesão graves. É provável, portanto, que as
pessoas que sofrem de SDRA já tenham sido internadas no hospital. Os sinais de que
uma pessoa poderá ter desenvolvido SDRA incluem a falta de ar ou os dedos ou lábios
azulados

Etiologia
Existem dois tipos de eventos que podem causar SDRA; Lesão direta aos pulmões e
lesões indiretas a outras partes do corpo.

Causas diretas
 Pneumonia
 Conteúdo do estômago movendo-se para dentro do pulmão (conhecido como
aspiração gástrica)
 Quase afogamento
 Traumatismo grave nos pulmões
 Inalação de fumo e gases tóxicos
 Uma embolia gorda – quando a gordura do corpo entra no sistema respiratório e
causa problemas

Causas indiretas
 Inchaço generalizado no corpo, causado por uma reação excessiva do sistema
imunológico (conhecida como sépsis grave)
 Choque
 Múltiplas transfusões de sangue
 Inflamação no pâncreas (conhecida como pancreatite)
 Coagulação do sangue
 Overdose de drogas

A doença é tratada de várias formas:

 Ventilação mecânica, que ajuda os pulmões a respirar artificialmente depois de


estes terem parado de funcionar
 Gestão de líquidos, seja restringindo a ingestão de líquidos ou fornecendo
líquidos adicionais, consoante as necessidades do doente
 As estratégias que utilizam as vias respiratórias para aceder ao pulmão lesado
podem mostrar-se benéficas, mas tem havido pouca investigação quanto ao
sucesso destes tratamentos
 Técnicas e dispositivos que envolvem a retirada de sangue de um doente e a
adição de oxigénio ou a remoção de dióxido de carbono, para ajudar a apoiar os
pulmões e o coração (conhecidos como (oxigenação por membrana
extracorpórea, ECMO)
 As medidas de suporte, como por exemplo virar o doente de barriga para baixo,
e o suporte nutricional também podem ajudar

Até agora, não se desenvolveram tratamentos farmacológicos eficazes para ajudar a


tratar a SDRA.

A SDRA pode causar a morte, uma vez que há a falha de múltiplos órgãos. Os idosos e
as pessoas com outras doenças são as que têm maior probabilidade de morrer de SDRA.

Cuidados de enfermagem em neonatais


 Avaliar as mudanças e o aumento do trabalho respiratório a cada 1-2 horas e
quando necessários avaliar também: cor, frequência respiratória, retrações,
presença de gemido expiratório, batimento de asa de nariz. Pois mudanças no
padrão respiratório podem indicar sinais de agravamento de doença.
 Manter oxigenação adequada de acordo com a prescrição médica.
Administrar oxigênio umidificado e aquecido de acordo com a necessidade do
paciente. A oxigenação aquecida auxilia na estabilidade térmica, e a
umidificação evita o ressecamento das mucosas do trato respiratório,
facilitando também as fluidificações das secreções nas vias aéreas.
Usualmente, a saturação de O2 deve ser mantida entre 88-95%.
 Manter vias aéreas desobstruídas; aspirar quando necessário; obstrução das
vias aéreas superiores promove aumento do esforço respiratório,
comprometendo a oxigenação.
 Manter a temperatura do recém-nascido estabilizada dentro dos parâmetros
normais: Axilar: 36,5-37°C; Pele 36,0-36,5°C. Manter o ambiente térmico
neutro estável promove a conservação calórica, além de diminuir a
demanda de oxigênio, fator esse importante para o paciente com
comprometimento do sistema respiratório.
 Monitorizar a gasometria arterial de acordo com a prescrição médica. Os
resultados desse exame oferecem parâmetros para a avaliação da oxigenação
e ajustamento da assistência ventilatória.

Síndrome Convulsiva
Uma convulsão é a resposta a uma descarga elétrica anormal no cérebro – episódio
isolado. O que ocorre durante uma convulsão depende da área do cérebro afetada pela
descarga elétrica anormal. A descarga elétrica pode envolver uma área mínima do
cérebro (crise parcial) ou uma grande área (crise convulsiva) - espasmos musculares
generalizados).

Definição
Convulsões neonatais são descargas elétricas anormais no sistema nervoso central do
recém-nascido e geralmente se manifestam como alterações estereotipadas da atividade
muscular ou autonômica. O diagnóstico é confirmado pelo eletroencefalograma (EEG),
sendo indicados testes para condições causais. O tratamento depende da causa.

Etiologia
A descarga elétrica anormal do sistema nervoso central pode ser causada por:
 Processo intracraniano primário (p. ex., meningite, acidente isquêmico,
encefalite, hemorragia intracraniana, tumor, malformação)
 Problema sistêmico (p. ex., hipóxia isquêmica, hipoglicemia, hipocalcemia,
hiponatremia, outras disfunções metabólicas)
As convulsões resultantes de processo intracraniano geralmente não podem ser
diferenciadas, por seu aspecto clínico, das convulsões resultantes de um problema
sistêmico (p. ex., focal versus generalizada).

 Hipóxia isquêmica, a causa mais comum de convulsão neonatal, pode ocorrer


antes, durante ou após o parto. Tais convulsões podem ser graves e de difícil
tratamento, mas tendem a diminuir em cerca de 3 a 4 dias. Quando a hipóxia
neonatal é tratada com hipotermia terapêutica (geralmente resfriamento de todo
o corpo), as convulsões podem ser menos graves, mas podem reaparecer durante
o reaquecimento.

 Acidente isquêmico é mais provável em recém-nascidos com policitemia,


trombofilia devido a uma genética ou hipotensão grave, mas também pode
ocorrer mesmo na ausência de quaisquer fatores de risco. Os acidentes
vasculares ocorrem, tipicamente, na vascularização da artéria cerebral média ou
em zonas entre vasos, se houver associação com hipotensão. As convulsões por
acidentes vasculares tendem a ser focais e podem provocar apneia.

 Infecções neonatais como meningite e sepse podem provocar convulsões; em


tais casos, as convulsões são geralmente acompanhadas de outros sinais e
sintomas. Estreptococos do grupo B e bactérias gram-negativas são causas
comuns dessas infecções nos recém-nascidos. Encefalite por citomegalovírus,
herpes-vírus simples, vírus da rubéola, Treponema pallidum, Toxoplasma
gondii, ou vírus da zica também podem causar convulsões.

 Hipoglicemia é comum entre recém-nascidos cujas mães têm diabetes, nos


pequenos para a idade gestacional ou que apresentam hipóxia isquêmica ou
outros estresses. As convulsões por hipoglicemia tendem a ser focais e variáveis.
Hipoglicemia prolongada ou recorrente pode afetar o sistema nervoso central
permanentemente.

 Hemorragia intracraniana, incluindo hemorragia subaracnoide, intracerebral e


intraventricular, pode causar convulsões. A hemorragia intraventricular, que
ocorre mais comumente em prematuros, é resultado de sangramento na matriz
germinativa (uma região adjacente aos ventrículos e que dá origem aos
neurônios e às células gliais durante o desenvolvimento).
 A hipernatremia pode resultar de sobrecarga acidental, oral ou IV de cloreto de
sódio.

 Hiponatremia pode resultar de diluição (quando é administrada muita água por


via oral ou IV, particularmente no contexto de hipovolemia, que, quando
suficientemente grave, leva ao aumento dos níveis de hormônio antidiurético
(ADH), apesar da baixa osmolaridade sérica (liberação de ADH não osmótica)
ou pode ocorrer seguinte à perda de sódio pelas fezes ou urina.

 Hipocalcemia (nível sérico de cálcio < 7,5 mg/dL [< 1,87 mmol/L]) é
geralmente acompanhada de nível sérico de fósforo de > 3 mg/dL (> 0,95
mmol/L) e também pode ser assintomática. Prematuridade e parto difícil são
incluídos como fatores de risco de hipocalcemia.

 Hipomagnesemia é uma causa rara das convulsões, podendo ocorrer quando os


níveis de magnésio no soro são < 1,4 mEq/L (< 0,7 mmol/L). A
hipomagnesemia frequentemente ocorre com a hipocalcemia e deve ser
lembrada em neonatos hipocalcêmicos se as convulsões continuarem após
terapia adequada com o cálcio.

 Erros inatos do metabolismo (p. ex., amino ou acidúria orgânica) podem


causar convulsões neonatais. Raramente, a dependência de piridoxina causa
convulsões; mas sempre deve ser considerada em recém-nascidos com
convulsões refratárias. A deficiência de piridoxina é prontamente tratada com
piridoxina.

 Malformações do sistema nervoso central também podem causar convulsões.

 Uso abusivo de substâncias pela mãe (p. ex., cocaína, heroína, diazepam) é um
problema cada vez mais comum; as convulsões podem acompanhar a
abstinência aguda após o nascimento.

As convulsões neonatais podem ser familiares e algumas até genéticas. Convulsões


neonatais familiares benignas são uma doença dos canais de potássio herdada em um
padrão autossômico dominante. Encefalopatia epiléptica infantil precoce (síndrome de
Ohtahara) é uma doença rara associada a uma variedade de mutações.
Epilepsia
 Distúrbio caracterizado por crises convulsivas recorrentes – duas ou mais crises.
 São classificadas por suas características.

Variedades.
 Crises parciais ou focais.
 Antigamente conhecidas como “Pequeno Mal”.
 Origem no lobo temporal, frontal ou parietal.
 Crises parciais simples – O cliente está acordado, mas é incapaz de controlar o
comportamento.

Variedades
 Crises parciais complexas – há perda da conciência e automatismo –
movimentos como mastigação e deglutição.
 Crises totais ou generalizadas.
 Antigamente “Grande Mal”.
 Atingem o cérebro difusamente.
 Convulsão tônico-clônica.
 Caracterizam-se por duas fases distintas.

Fase Clônica
 Reviramento ocular.
 Perda imediata da consciência.
 Contração generalizada e simétrica de toda musculatura corporal – braços
fletidos, cabeça, pernas e pescoço estendidos.
 Duração de aproximadamente.

Fase Tônica
 Movimentos violentos, rítmicos e involuntários.
 Saída de secreção espumosa pela boca.
 Liberação esfincteriada- vesical e/ou anal.
 Movimentos tornam-se menos intensos, com intervalos maiores.
 Relaxamento corporal.
 Período de sonolência – Pós-comicial.

Diagnostico
 Definição do tipo de crise convulsiva.
 Compreensão da causa.
 Diagnóstico clínico – exame físico geral e neurológico.
 Realização de Eletroencefalograma – EEG.
 Ressonância Magnética.

Tratamento
 Correção da situação causal.
 Ressecção cirúrgica da lesão.
 Controle com anticonvulsivantes:
 Diazepan.
 Fenobarbital - Gardenal.
 Fenitoína – Hidantal.

Assistência de enfermagem em pacientes convulsivos


Durante as crises:
 Manter extremidades protegidas.
 Lateralizar face – evitar broncoaspiração.
 Introduzir cânula de Guedel.
 Realizar aspiração traqueal.
 Não tentar conter movimentos.
 Instalar cateter de O2 e oximetria de pulso.
 Avisar equipe imediatamente.
 providenciar acesso venoso calibroso.
Conclusão
As convulsões no período neonatal constituem, por excelência, expressão clínica de
disfunção do Sistema Nervoso Central (SNC). Caracterizam-se por uma alteração súbita
das funções neurológicas, a nível motor, comportamental ou da função autônoma. A sua
incidência estima-se entre 0,15 a3,5%dos recém-nascidos (RNs)(2). Este tipo de
manifestação neurológica apresenta particularidades no grupo etário em questão. A
clínica é pouco definida, com padrões pouco organizados e por vezes difíceis de
reconhecer. Em vez de crises generalizadas, há predomínio de movimentos oculares,
bucais, pausas apneicas e movimentos peculiares dos membros. Observa-se com
frequência dissociação electro clínica, ou seja, convulsões clinicamente visíveis sem
tradução no EEG ou vice versa.
Bibliografia

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