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Fábio Carvalho
Epidemiologia
Em condições normais, cerca de 3,5 a 4,5 gramas de ferro estão presentes no corpo
humano, sendo cerca de 70% na forma funcional (contida na hemoglobina, mioglobina e
enzimas intracelulares) e 30% na forma de armazenamento (ferritina e hemossiderina).
Na dieta, obtém-se o ferro inorgânico (não heme), presente em plantas e em tecidos
animais, e o orgânico (heme), visto na mioglobina e na hemoglobina. O ferro heme é
absorvido de maneira intacta e é transportado para dentro dos enterócitos por proteínas
carreadoras (PCFT e HCP1). Já o não heme é convertido do estado férrico (3+) para o
ferroso (2+) para ser absorvido pelos receptores DMT1.
No enterócito, o ferro é armazenado como ferritina ou transportado para o plasma
via ferroportina. A hepcidina regula a expressão de ferroportina: sua presença induz a
proteólise da ferroportina, de modo a reduzir a exportação de ferro e a preservar os
estoques. A hepcidina tem sua concentração corporal variada de acordo com a
concentração de ferro corporal e a necessidade de eritropoiese.
Para se ligar à transferrina na circulação, o ferro ferroso é transformado novamente
em férrico.
Fatores etiológicos
Diagnóstico clínico
Diagnóstico laboratorial
É importante ressaltar que pode haver deficiência de ferro sem que haja anemia
ferropriva. Para que esta ocorra, é necessária a presença de uma concentração de
hemoglobina inferior a dois desvio-padrão de referência para a idade e o sexo.
O processo da anemia ferropriva apresenta uma evolução: primeiro, há a depleção
das reservas (ferritina); depois, há queda do ferro circulante e da eritropoiese; e, por fim,
reduz-se o ferro funcional ligado à hemoglobina.
Para diagnosticar, basta a concentração baixa de hemoglobina estar presente junto
de índices hematimétricos reduzidos ou de um RDW (coeficiente de variação eritrocitária)
acima de 14%. As hemácias vistas à hematoscopia são hipocrômicas e microcíticas. O
CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) e o HCM (hemoglobina
corpuscular média) também são úteis na avaliação da hipocromia, enquanto o VCM (volume
corpuscular médio) é importante para a avaliação da microcitose. O RDW elevado indica
anisocitose (heterogeneidade nos tamanhos das hemácias), que é confirmada à
hematoscopia.
A dosagem de ferritina indica redução dos estoques de ferro, mas ela pode estar
elevada em quadros infecciosos, já que é uma proteína de fase aguda. A contagem de
reticulócitos pode estar aumentada, indicando resposta medular à anemia. A dosagem de
ferro sérico pode estar reduzida e a capacidade de ligação do ferro (CLF) aumentada. O
índice de saturação de transferrina (IST), calculado pela divisão da concentração do ferro
sérico x 1000 pela CLF pode estar diminuída.
Para formar o grupo heme, a protoporfirina deve se combinar com o ferro. Na
carência deste elemento, vê-se aumento da protoporfirina eritrocitária livre (PEL). Há
aumento dos receptores de transferrina.
Hiperplasia eritróide pode ser vista à punção medular.
Em resumo:
Fatores inibidores
Fatores facilitadores
Ácido ascórbico, ácido cítrico, carne, frango, peixe e carboidratos não digeríveis (ex:
pectina, inulina, oligofrutose).
Tratamento
➔ Administração:
◆ Iniciar preferencialmente por via oral.
◆ Evitar a via intramuscular sempre que possível.
➔ Pode-se pensar na associação com ácido ascórbico para pacientes com dificuldade
de absorção do ferro.
➔ Efeitos adversos: fezes enegrecidas, manchas escuras nos dentes, náuseas,
vômitos, diarréia, dor epigástrica, cólicas e constipação intestinal.
◆ Podem ser minimizados com a administração após refeições ou em menores
doses.
◆ Administração com água ou sucos de frutas cítricas pode amenizar o gosto e
reduzir a formação de manchas dentárias.
➔ Dose: 4 a 6 mg/kg/dia (máximo de 200mg por dia).
◆ Sulfato ferroso é a droga de escolha.
◆ Uma opção é dar uma dosagem semanal equivalente ao invés de diária.
➔ Duração: até normalizar a ferritina ou, ao menos, dois a três meses após o
desaparecimento da anemia.
➔ Absorção é facilitada quando ingerido em jejum ou nos intervalos entre as refeições:
30 minutos antes ou 2 horas depois da refeição.
Profilaxia
Epidemiologia
Está presente nos alimentos de origem animal e só é obtida pela dieta. Junto ao
fator intrínseco, produzido pelas células parietais do fundo gástrico, forma um complexo que
resiste às enzimas proteolíticas e que penetra nos enterócitos do íleo via receptores
específicos. O fator intrínseco é degradado e a cobalamina (vitamina B12) se liga à
transcobalamina II, sua proteína de transporte de maior afinidade.
Etiologia
Diagnóstico clínico
Diagnóstico laboratorial
Tratamento e prevenção
➔ 100 mcg/dia durante uma semana e, a seguir, duas doses semanais acompanhadas
do exame de hemograma (após três a cinco dias há aumento dos reticulócitos).
➔ Outra opção: 1.000 mcg/dia por dois a sete dias e, a seguir, doses semanais,
mensais e, posteriormente, a cada três meses.
Etiologia
Diagnóstico clínico
Diagnóstico laboratorial
Tratamento e prevenção
Bibliografia