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METABOLISMO DO FERRO

VITAMINA B12 – ÁCIDO FÓLICO-

ANEMIAS
Valores de referência

Método: automatizado com eventual estudo morfológico em esfregaços corados.

Os valores normais de hemácias variam, dependendo do tipo de amostra e da idade e


sexo do paciente, da seguinte maneira:

Homens adultos: 4,6 a 6,2 milhões de hemácias/ml de sangue venoso

Mulheres adultas: 4,2 a 5,4 milhões de hemácias/ml de sangue venoso

Crianças: 3,8 a 5,5 milhões de hemácias/ml de sangue venoso

Bebês a termo: 4,4 a 5,8 milhões de hemácias/ml de sangue capilar ao nascimento,


diminuindo para 3,8 milhões de hemácias/ml na idade de 2 meses, e aumentando
lentamente daí em diante.
Achados anormais

Uma contagem elevada de hemácias pode indicar policitemia absoluta ou relativa.


Uma contagem deprimida de hemácias pode indicar anemia, sobrecarga de líquido ou
hemorragia além de 24 horas.
Teste adicionais, como, por exemplo, exame de célula colorida, hematócritos,
hemoglobina, índices hematimétricos e estudos de glóbulos brancos são necessários
para confirmar o diagnóstico.

Baixos VCM e CHCM indicam anemias microcíticas hipocrômicas causadas por anemia
por deficiência de ferro, anemia sideroblástica ou talassemia. Um VCM alto sugere
anemias macrocíticas causadas por anemias megaloblásticas, devido à deficiência de
ácido fólico ou vitamina B12, desordens congênitas de DNA ou reticulocitose.
Hematócrito

O exame de hematócrito (Ht) pode ser efetuado separadamente ou como parte de um


hemograma completo. Ele mede a porcentagem por volume de hemácias contidas em
uma amostra de sangue total – por exemplo, 40% de Ht indica 40 mL de hemácias
contidas em uma amostra de 100mL. Essa concentração é obtida centrifugando-se o
sangue total anti-coagulado em um tubo capilar, de forma que as hemácias sejam
firmemente concentradas sem hemólise.

Objetivos
•Auxiliar no diagnóstico de policitemia, anemia ou estados anormais de hidratação.
•Auxiliar no cálculo de dois índices de hemácias: VCM e CHCM

O Ht é normalmente medido eletronicamente. Os resultados são até 3% mais baixos do


que as medições manuais, que aprisionam o plasma na coluna de hemácias
concentradas.
Os valores de referência variam dependendo do tipo de amostra, do
laboratório que estiver efetuando o teste e do sexo e idade do paciente,
como segue:

Recém-nascidos: 42% a 60% de Ht

1 semana de idade: 47% a 65% de Ht


6 meses de idade: 33% a 39% de Ht
Crianças de 6 meses a 18 anos: 35% a 45% de Ht
Homens: 42% a 54% de Ht
Mulheres: 36% a 46% de Ht.

Achados anormais
Um Ht baixo sugere anemia, hemodiluição ou uma perda maciça de sangue.
Um Ht alto indica policitemia ou hemoconcentração devido à perda
sangüínea ou desidratação.
Hemoglobina Total

Este teste é usado para medir a quantidade de hemoglobina (Hb) encontrada em um


decilitro (100 mL) de sangue total. Usualmente ele é parte de um hemograma completo.
A concentração de hemoglobina correlaciona-se estreitamente com a contagem de
hemácias.

Objetivos

•Medir a gravidade de anemia ou policitemia e monitorar a resposta à terapia.


•Obter dados para o cálculo da hemoglobina corpuscular média e concentração de
hemoglobina corpuscular média.
Valores de referência
Método: automatizado

As concentrações de Hb variam, dependendo do tipo de amostra retirada (amostras


de sangue capilar para bebês e amostras de sangue venoso para todos os demais) e
da idade e sexo do paciente, da seguinte maneira:

Recém-nascidos: 14 a 20 g/dL
1 semana de idade: 15 a 23 g/dL
6 meses de idade: 11 a 14 g/dL
Crianças de 6 meses a 18 anos: 12 a 16 g/dL
Homens: 14 a 18 g/dL
Mulheres: 12 a 16 g/dL.

Achados anormais

Baixas concentrações de Hb podem indicar anemia, hemorragia recente ou


retenção de líquido causando hemodiluição.
Hb elevada sugere hemoconcentração originária de policitemia ou desidratação.
Os índices hematimétricos avaliam indiretamente as características dos eritrócitos quanto ao
volume e o conteúdo de hemoglobina.

VCM: volume corpuscular médio é calculado dividindo-se o hematócrito pelo número de


eritrócitos e multiplicando-se por 10. Representa o tamanho médio dos eritrócitos e sua
unidade é fentolitros (fL.).
VCM=(Ht/nº eritrócitos) x 10 - 80 a 98fL

HCM: hemoglobina corpuscular média é calculada dividindo-se a hemoglobina pelo número de


eritrócitos e multiplicando-se por 10, sua unidade é picogramas (pcg ou pg.).
HCM=(Hb/Nº eritrócitos) x 10 - 27 a 32 pg

CHCM: concentração de hemoglobina corpuscular média, calculado pela razão entre


hemoglobina e hematócrito deve ser expressa em %.
CHCM=(Hb/Ht)X100 -30-35%

RDW: índice fornecido por contadores automáticos, que indica a variação no volume (tamanho)
dos eritrócitos determinando o grau de anisocitose.
VALOR NORMAL: 11,5 a 14,5 %.
FERRO NO ORGANISMO
HEME
Ferro inorgânico é absorvido como Fe3+
Ferro orgânico como Fe2+

FERRITINA- células da parede do intestino delgado


jejuno
A proteína da hemocromatose (HFE) está fortemente
relacionada com a regulação da absorção intestinal do ferro.
Interage com o receptor da transferrina (TfR) e detecta o seu
grau de saturação, sinalizando para o enterócito se há maior
ou menor necessidade de absorção do ferro na luz intestinal.
Indivíduos com mutação no gene da HFE apresentam
hemocromatose, caracterizada pelo acúmulo de ferro no
organismo decorrente da contínua absorção do ferro pelo
intestino pela ferritina

DMT -1 - proteína transportadora de metal divalente


HFE - proteína da hemocromatose
TfR- receptor de transferrina
FERRO NA HEMOGLOBINA
Metabolismo do Ferro
Quase todo o ferro da hemoglobina é reaproveitado, assim as
necessidades diárias de ferro novo são pequenas.

ABSORÇÃO
A absorção intestinal - duodeno e jejuno - é da ordem de 1 mg/dia,
embora a quantidade ingerida seja pelo menos 10 vezes maior. O
ferro absorvido repõe o que é perdido em células descamadas (que
sempre contêm algum ferro, p. ex. em citocromos) e no sangue
menstrual. Nas mulheres, a necessidade diária é cerca do dobro da
dos homens.
FERRITINA
Nas células da mucosa intestinal, o ferro absorvido fica armazenado
como Fe+++ em uma proteína chamada ferritina. Para tal, o ferro
forma micelas de hidroxifosfato férrico e se liga a uma proteína, a
apoferritina, cuja molécula é constituida de várias subunidades que
circundam a micela.
ANEMIA DA CARÊNCIA DE VITAMINA B12

Anemia da carência de Ácido Fólico, Anemia Perniciosa

A vitamina B12, cujo nome científico é cianocobalamina, foi isolada e


identificada a partir de um extrato de fígado, em 1948.
É indispensável, na espécie humana, para a proliferação dos glóbulos do sangue e
para a manutenção da integridade das células nervosas.

A vitamina B12 só existe no reino animal; os vegetarianos restritos (que


não comem nenhum produto de origem animal), felizmente raríssimos no
Brasil, desenvolvem a carência.

A deficiência comum é a que decorre da falta de absorção da vitamina, por uma


doença auto-imune da mucosa do estômago - a gastrite atrófica - que, rara
antes dos 40 anos, aumenta de freqüência com a idade, até tornar-se muito
comum na velhice. A incidência é maior no sexo feminino, em pacientes com
doenças da tireóide e com vitiligo.
A falta de vitamina B12 causa anemia e alterações neurológicas, que
são progressivas e mortais se não houver tratamento, donde o nome de
anemia perniciosa dado à doença antes de sua notável e recente
descoberta.
Anos de absorção inadequada são necessários para o esgotamento
das reservas de B12 do organismo, mas a partir daí, a anemização é
rápida:

há glossite (língua vermelha e ardente),

surgem dormências, depois falta de sensibilidade, nas extremidades,

e, por fim, deterioração mental irreversívell.


O hemograma mostra que a anemia é macrocítica, isto é, caracterizada pela
presença de eritrócitos (glóbulos vermelhos) maiores que o usual.

A dosagem de vitamina B12 no soro sangüíneo é útil para o diagnóstico, que se


completa pela notável resposta ao tratamento de reposição: dois ou três dias
após a primeira injeção intramuscular de vitamina B12, o paciente sente-se
eufórico, bem disposto e com apetite.

A anemia cura-se em poucas semanas; os sintomas neurológicos de modo mais


lento. Como a gastrite atrófica é uma doença definitiva, o tratamento com uma
injeção mensal de B12 deve ser mantido por toda a vida.

A inclusão da dosagem de vitamina B12 na avaliação laboratorial de pacientes


idosos tem permitido o diagnóstico da deficiência antes da aparição da anemia e
dos sintomas acima.
A reposição parenteral da vitamina causa, em alguns desses pacientes,
significativa melhora das condições mentais. A ação da vitamina no organismo é
muito ampla; a dosagem deve tornar-se um exame rotineiro em geriatria.

ANEMIA POR CARÊNCIA DE ÁCIDO FÓLICO

Anemia da carência de ácido fólico (nome científico ácido pteroilglutâmico) é uma


vitamina do complexo B, abundante nas
folhas verdes (donde o nome fólico), presente em pequena
quantidade em muitos outros alimentos vegetais, e na totalidade
dos alimentos de origem animal.

A fervura prolongada dos alimentos destrói a vitamina.


A deficiência de ácido fólico, no organismo, geralmente ocorre quando há uma
dieta carente, por precariedade de condições sócioeconômicas, associada a
excesso de demanda.
No Brasil é comum, em:

Crianças em idade de máximo crescimento (1 a 3 anos):


o crescimento exige ácido fólico.

Gestantes: o crescimento fetal consome ácido fólico materno.

Alcoolistas: alimentam-se apenas das calorias vazias do álcool e desenvolvem


múltiplas deficiências; a de ácido fólico é potencializada porque o álcool age como seu
antagonista no metabolismo.

Pacientes com doenças inflamatórias crônicas do trato digestivo que ocasionam


má absorção de ácido fólico; são raras.
A interação do ácido fólico com a vitamina B12 é indispensável para a proliferação
dos glóbulos do sangue.

A falta de ácido fólico causa uma anemia macrocítica idêntica a da falta de


B12, mas não causa doença neurológica.

Os pacientes perdem o apetite, o que faz piorar a dieta, por hipótese, já carente;
há rápido emagrecimento.

O tratamento com ácido fólico por via oral causa imediata melhora clínica; o
paciente desenvolve um apetite voraz que corrige espontaneamente a dieta.

Só há recaída em casos de extrema pobreza ou de alcoolismo persistente.


Propriedades da vitamina

Funções: divisão celular e transmissão de traços hereditários, formação e


maturação dos eritrócitos e leucócitos.

Fontes: espinafre, vegetais de folhas verdes, fígado, levedo de cerveja,


cenoura, gema de ovo.

Deficiência: diminuição do crescimento, anemia megaloblástica e outros


distúrbios sangüíneos, glossites e distúrbios no trato gastrointestinal.

Excesso: interfere na ação farmacológica de drogas anticonvulsivas


Anemia Ferropriva
Anemia Ferropriva:
hemácias hipocrômicas
Anemia
Magaloblástica

Corpúsculo de Howell-Joly

Proeritroblasto gigante
Neutrófilo Hipersegmentado em
anemia megaloblástica
MONOPOESE
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