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Profª Juliana
Conceitos gerais
São anemias causadas pela destruição das hemácias.
Entre elas, temos: Talassemia; Anemia falciforme; Defeitos enzimáticos; Defeitos de membrana.
Sintomas e sinais: Icterícia (é leve, pois a bilirrubina indireta não aumenta tanto), aumenta
bilirrubina indireta e contagem de reticulócitos (hemácias jovens).
o O reticulócito sempre aumenta em casos de anemias hemolíticas.
o Esplenomegalia (casos de anemia hemolítica crônica ou neoplasia hematológica), história
familiar positiva de anemia (sugere hereditariedade), uso de medicamentos, urina
avermelhada ou marrom.
Exames laboratoriais: LDH aumentado (hemácias liberam essa enzima para o meio exterior),
aumento de bilirrubina indireta.
o Contagem de reticulócitos: Ela precisa ser corrigida para que passe a ser fiel.
Depende de 2 fatores: Grau de anemia e tempo de maturação reticulocitária.
A Reticulocitose também ocorre na anemia pós-hemorragia aguda e no tratamento
de anemias carenciais.
o Haptoglobina: Alfaglobulina sintetizada pelo fígado que é capaz de se ligar a fração globina
da hemoglobina.
Quando ocorre hemólise, as cadeias de globina se ligam a essa hapto, diminuindo
seus níveis séricos.
A reposição de ferro não auxilia no tratamento, atrapalhando um pouco inclusive.
o Aqui, muitas vezes, a ferritina já é aumentada, logo, ao repor, pioramos o quadro do
paciente, aumentando sua reserva de ferritina.
o Desencadeia um quadro de insuficiências.
Dentro da hemácia, temos, principalmente, a hemoglobina A1 (formada por 2 cadeias alfas e 2
cadeias beta), cerca de 97% de todas presentes no corpo.
o Temos 4 genes que ditam as cadeias alfa e 2 genes que codificam as betas.
o A A2 (2-2,5%) é formada por 2 cadeias alfa e 2 cadeias delta.
o Também há a fetal, formada com 2 alfa e 2 gama.
o Por termos mais cadeias alfas, temos mais genes.
Ela sempre irá preferir se ligar a beta, seguida de delta e gama por último.
Microangiopática
Apresenta esquizócitos.
Representa qualquer processo hemolítico relacionado a fragmentação das hemácias.
Ocorre em associação com doença de pequenos vasos.
O processo que desencadeia a hemólise é a deposição de fibrina decorrente de lesão endotelial.
Condições associadas: Síndrome hemolítico-urêmica; CIVD; PTT; Síndrome HELLP e eclampsia;
HAS maligna; Crise renal de esclerodermia; Carcinomatose disseminada.
Talassemia
Similar a anemia falciforme, com reticulócito aumentado normocítica e hipocrômica, podendo ser
alfa ou beta, dependendo da cadeia acometida.
São desordens hereditárias, que tem como característica básica a deficiência de uma síntese de
uma das cadeias de globina.
Na beta-talassemia, temos diminuição ou ausência da cadeia beta, sendo a forma mais comum.
o Ocorrem 2 consequências com isso:
Redução da síntese de Hb, promovendo microcitose, hipocromia, anemia;
Sobram cadeias alfa no citoplasma do eritroblasto.
São insolúveis e precipitam no citoplasma celular.
Resulta na destruição de eritroblastos na própria medula, no chamado
eritropoiese ineficaz.
Os que sobrevivem, geram hemácias defeituosas, que sofreram hemólise
extravascular crônica.
Essa eritropoiese estimula uma absorção intestinal de ferro, levando a
hemocromatose eritropoiética.
o Com isso, sobram cadeias alfa, que, por preferência, se unem a delta, formando
hemoglobina A2 (que aumenta no sangue).
Não significa predominância, mas sim aumento.
Chega a 5%, dependendo do quanto de cadeia beta estiver faltando para o paciente.
o De acordo com a gravidade (leve, moderada ou grave) influencia na quantidade de
hemoglobina.
Se for ausência total, não temos A1, assim a Hb fica muito instável e acaba não
liberando O² para os tecidos, ficando ligada a ela.
Leva ao óbito intrauterino.
A formação de complexos de cadeia alfa provocarão a destruição celular.
Na intermediária ou grave, o paciente pode necessitar de uma transfusão.
o Dos 3-6 meses de idade, a Hb que predomina é a HbF, logo, não há necessidade da beta.
A partir dessa faixa etária, a doença se instala com anemia e icterícia (em casos da
betatalassemia major).
Nesses casos mais graves, por consequência a uma expansão da medula
óssea, ocorrem as deformidades ósseas talassêmicas (proeminência de
maxilares, aumento da arcada dentária superior).
Os pacientes têm prejuízo no crescimento, desenvolvimento e
resposta imunológica.
A hepatoesplenomegalia é clássica, seja pela hemólise crônica quanto pela
eritropoiese extramedular.
Sucessivas transfusões podem provocar hemocromatose transfusional
Essa anemia se caracteriza como microcítica e hipocrômica, aumento da
bilirrubinemia indireta, aumento do LDH, redução da Haptoglobina.
No esfregaço, observamos as hemácias em alvo (leptócitos) e eritroblastos.
A forma intermedia, é representada por uma produção intermediária, com
diagnóstico feito na adolescência ou na fase adulta.
Indivíduos são cronicamente anêmicos, com deformidades ósseas
características, icterícia intermitente e esplenomegalia moderada.
O crescimento e funções imunes são mantidos.
A absorção de ferro também está aumentada, com sintomas aparecendo
após os 30 anos.
Pode ser acelerado se o médico prescrever, erroneamente, sulfato
ferroso (se ele achar que a anemia é ferropriva).
O laboratório é idêntico, o que diferencia os casos é o grau da anemia.
Ainda há a forma minor, que não deve ser confundida com anemia ferropriva.
Importante, pois se dois indivíduos com ela tiverem um filho, ele tem 25% de
chance de ter a forma major.
Paciente é assintomático, com o problema sendo descoberto acidentalmente.
Possui microcitose, hipocromia, hemácias em alvo e pontilhado
basofílico (esses últimos no esfregaço periférico).
o O exame diagnóstico é a eletroforese (gera resultado em porcentagem).
Quantifica, proporcionalmente, os tipos de Hb presentes no homogeneizado de
hemácias do paciente.
O percentual de Hb formadas por cadeias não alfa (HbA2 e HbF) está maior.
o Tratamento: Depende da gravidade.
Major: Baseia-se na hipertransfusão crônica, que controla a hiperplasia eritoide
desordenada, além de fornecer hemácias com Hb normal.
Feita na dose de 5-10ml/kg a cada 3-5 semanas, para manter a Hb normal.
Com esse tratamento, as crianças conseguem se desenvolver
adequadamente.
Esplenectomia é recomendável se a necessidade de transfusão aumentar
em 50% em um ano.
O problema passa a ser a hemocromatose secundária.
Por isso, fazemos uso de Deferoxamina, quelante de ferro IV
5x/semana de 12-12h.
A avaliação disso é feita através de dosagens seriadas de transferrina
e quantificação de Fe no parênquima hepático.
Intermedia e minor:
Os com a forma intermedia devem ser acompanhados para avaliação
contínua dos seus sintomas.
A reposição de ácido fólico (1mg/dia) é indicada.
Hemotransfusões são indicadas para aqueles sintomáticos ou com
IC.
Quando a ferritina sérica for superior a 1.000ng/ml, a terapia com
quelante de Fe está indicada.
A forma minor não exige tratamento, apenas orientação e aconselhamento
genético.
Na alfa-talassemia, temos diminuição ou ausência da cadeia alfa.
o Por conta disso, a proporção das Hb não se altera, por isso que a eletroforese é normal
o Em casos severos, há tanta falta de cadeia alfa, podemos ter a formação de tetrâmeros de
beta ou gama (4 cadeias que se juntam).
Beta: HbH.
Gama: HbBart’s.
o Se, no laboratório, não tivermos acusação de HbH ou HbBart’s, NÃO conseguimos fechar o
diagnóstico por eletroforese.
Apenas em casos graves concluímos.
Em casos leves, ou fechamos através de estudo genético ou por exclusão.
o Se manifesta por 3 formas.
Hidropisia fetal: Ausência total de cadeias alfa, sendo incompatível com a vida
extrauterina, resultando em natimorto ou óbito logo ao nascer.
Sem cadeias alfa, ainda dentro do útero, as cadeias gama se juntam,
formando tetrâmetros de gama, chamados de HbBart’s.
Essa Hb é muito ávida por O², logo, não o libera para os tecidos.
A anemia e hipóxia grave provocam falência cardíaca e edema fetal
(hidropsia)
Doença da HbH: Paciente nasce sem maiores problemas, mas com anemia.
A clínica é similar à da talassemia intermedia, com hemólise extravascular e
moderada eritropoiese ineficaz.
Pacientes chegam a fase adulta sem necessidade de hemotransfusões.
Apresentam esplenomegalia e anemia moderada microcítica e
hipocrômica.
A sobra das cadeias beta não possui efeito tóxico, elas apenas se unem
formando um tetrâmero, denominado HbH.
Alfatalassemia minor: São pacientes assintomáticos, mas com microcitose e
hipocromia no hemograma.
Tem-se a suspeita com exames de check-up.
A preocupação recai sobre o genótipo, pois existe a possibilidade dos filhos
terem hidropsia fetal ou doença de HbH.
o Diagnóstico: A eletroforese confirma casos de hidropsia fetal, mostrando HbBart’s e
ausência total de HbA.
A doença de HbH também é diagnosticada por esse exame.
Mostra HbH entre 5-40%, com HbA2 e HbF reduzidas ou normais.
A minor é de difícil diagnóstico, com ele sendo confirmado por estudo genético.
Importante para aconselhamento genético de casais.
O diagnóstico precoce da hidropsia fetal é possível a partir da 10ª semana, via
biópsia do vilo coriônico.
o Tratamento: Indicado apenas na doença da HbH, sendo semelhante ao TTO da
betatalassemia intermedia.
Analisa-se indicações de hemotransfusão, quelação de ferro e esplenectomia.
Reposição de ácido fólico, com 1mg VO /dia, sempre está indicada.
Como tratamento, os pacientes podem necessitar de transfusão (se a Hb ficar abaixo de 8), uso de
quelante de ferro (para eliminação do acúmulo de ferro), suplementação diária de ácido fólico (pois
a medula óssea começa a utilizar ele por completo).
Anemia falciforme
É a mais grave, com a principal complicação sendo os danos teciduais causados pelo formato da
hemácia (e não a anemia em si, que é muito severa).
Ocorre quando, ao invés de cadeia beta normal, temos uma cadeia beta mutada que não se junta a
alfa formando outra Hb (chamada de HbS).
o Logo, o que predomina é a quantidade de HbS.
o É determinada geneticamente.
o O afoiçamento de hemácias acontece de forma espontânea, mas piora dependendo de:
Hipóxia; Acidose; Desidratação celular.
O paciente pode ter um maior número de HbF, o que acaba protegendo-o da HbS.
o A hemácia adquire formato de foice, acabando por entupir, mecanicamente, microvasos.
Muito comum que ocorra no baço e, quando o paciente chega aos 5 anos de idade,
esse baço já passa a ser inoperante (pessoa fica imunodeprimida).
o A HbF impede que ela mude de forma, diminuindo a porcentagem de falcifização que ele
terá, menos dano tecidual ele terá.
Indivíduos com maior porcentagem dela são mais protegidos contra crises
falcêmicas.
Consequentemente as alterações, as hemácias sofrem mais estresse
oxidativo, independente ou não de serem afoiçadas.
o Essas células sofrem dano acumulativo (resultando em lise
osmótica ou mecânica), desidratação celular e exposição da
fosfatidilserina (FS), molécula com propriedade pró-inflamatória.
Uma grande complicação, é a vaso-oclusão capilar.
o Ocorre tanto de maneira aguda quanto de forma crônica.
o Decorre de 2 etapas sucessivas:
Adesão de hemácias ao endotélio das vênulas pós-capilares, lentificando o fluxo
local;
Impactação e empilhamento de hemácias a montante, inicialmente as ISC e,
posteriormente, hemácias não afoiçadas.
Diagnóstico: Observamos leve-moderada queda da Hb e hematócrito; Reticulocitose;
Hiperbilirrubinemia indireta; Aumento de LDH; Queda da Haptoglobina.
o Geralmente, são anemias normocrômicas.
o Apresentam elevação de marcadores pró-inflamatórios (PTN C reativa, por exemplo).
o A confirmação pode ser feita através da eletroforese de Hb.
Está inclusa no teste do pezinho como forma de rastreio.
Clínica: Quadro de hemólise crônica associada a múltiplas disfunções orgânicas progressivas.
o Órgãos-alvo acometidos: Baço; Ossos; Rins; Cérebro; Pulmões.
o Paciente cursa com crises vaso-oclusivas que ocorrem a partir do momento em que os
níveis de HbF fisiologicamente aumentados nos primeiros meses de vida começam a se
reduzir.
Tratamento:
o Apresenta 4 condutas básicas, que são modificadoras de doença:
o Profilaxia contra pneumococo; Reativação da HbF; Hemotransfusão; Uso de quelantes de
ferro (substancia que aumenta a eliminação de ferro do corpo).
o
Sequestro esplênico/hepático/pulmonar: Grande complicação, uma vez que gera uma obstrução
aguda da rede de drenagem microvenular de determinados órgãos.
o Gera represamento de sangue no interior do órgão.
o Caracterizada pela súbita queda nos níveis de hemoglobina acompanhada por aumento de
reticulocitose., associada a plaquetopenia e (possíveis) sinais de hipovolemia.
o Ocorre nos primeiros anos de vida.
Por isso que, o baço de um paciente falcêmico adulto, é atrofiado e fibrosado.
o A profilaxia é feita com esplenectomia (após o primeiro episódio.
o O tratamento das crises agudas é baseado na reposição volêmica com hemotransfusão.
Podemos ter apenas uma ligação errada, formando o traço falcêmico.
o Nele, não temos sintomas e, quando temos, é uma hematúria (rim é muito sensível), por
exemplo.
o O maior perigo é casar-se com quem tem traço falcêmico, pois é um forte indicativo de que
o filho pode ter anemia falciforme.
Isso é mesmo se o paciente for assintomático.
Autoimune
Pode ser mediada por anticorpo IgG ou IgM (mais comum).
Esse autoanticorpo se liga a hemácia e a leva a sua destruição.
o Quando é um IgG, a destruição é no baço (normalmente).
Também chamado de anticorpo a quente (temperatura ideal de ligação de 37°)
A forma idiopática acomete mais mulheres entre 50-60 anos.
A clínica varia de formas assintomáticas até episódios hemolíticos agudos.
Grande parte dos pacientes cursa com forma leve a moderada, com leve icterícia,
esplenomegalia (em casos mais graves).
Pode acontecer associada com PTI, na chamada Síndrome de Evans.
O laboratório inclui Reticulocitose e VCM normal ou aumentado (pode ser normo ou
macrocítica).
Também podemos ver microesferócitos e reticulócitos no esfregaço.
o Quando é um IgM, a destruição é pelo sistema complemento (normalmente), no fígado
Também chamado de anticorpo a frio (temperatura ideal de ligação de 04°).
Não tem anemia severa, mas possui isquemia e necrose de extremidade.
O quadro clínico costuma ser mais leve quando comparada a anemia por IgG.
O diagnóstico pode ser feito, além do teste de Coombs direto, pela pesquisa dos
títulos séricos de crioaglutinina.
Uma forma terapêutica é evitar a exposição à climas frios.
o A hemólise mais severa é causada pelo IgG, mas o IgM ocorre em extremidades (dedos,
nariz) em locais de baixa temperatura.
Pode ocorre a forma mista, na qual temos ambos os anticorpos circulando.
Em 50% dos casos temos uma causa secundária (infecções, neoplasias, doenças reumatológicas)
que leva a formação do anticorpo.
o Nos outros 50% dos casos, não temos causa aparente, surgindo do nada (idiopática).
o Quanto mais idoso o paciente estiver, maior deverá ser a desconfiança de uma neoplasia.
Quando desconfiamos, podemos fazer o exame do Coombs direto + (teste de antiglobulina direta).
o Trata-se de um anticorpo que se liga ao anticorpo ligado a hemácia.
o Isso leva a formação de uma rede, gerando aglutinação.
o Não significa que é primária ou secundária, apenas que existe.
o Identifica a presença de anticorpos ou complemento ligados à superfície das hemácias do
paciente.
Normalmente, tratada com corticoide (por até 6 semanas) em dose alta (para reduzir a atividade do
sistema imune) de 1-2 mg/kg/dia.
o O perigo é que a anemia pode ser secundária a um linfoma.
O corticoide diminui a linfonodomegalia e hepatoesplenomegalia.
Por isso, antes de fazer o corticoide, temos que descartar a possibilidade de linfoma
ou fazer biópsia de linfonodo antes.
o O paciente pode recidivar e possuir uma neoplasia escondida.
Por isso seu acompanhamento deve ser longo.
Se acontecer uma recidiva e se ele for mediado por IgG, podemos optar por fazer
uma esplenectomia (não é definitiva, pois o paciente pode ter IgM, mas
predominância de IgG).
o Podemos fazer uso do Rituximabe (anti-linfocitário), que diminui a resposta celular e é a
droga de escolha para tratamento da doença da crioaglutinina.
Podem ser feitos outros imunossupressores.
Feito quando o paciente é refratário a prednisona.
Outra alternativa é a esplenectomia.
o Paciente sem doença de base, vem evoluindo bem, diminuímos a desconfiança de haver
uma doença de base (existe mais quando o paciente é mais velho).
o A prescrição de ácido fólico é recomendada para todos os pacientes com hemólise crônica.
Defeito de membrana
Pode ser esferocitose ou eliptocitose.
1. Esferocitose: Célula fica muito redonda e hipercrômica (microcítica e hipercrômica).
o Há perda de membrana, com isso, a Hb que estava espalhada se condensa.
Faz com que as hemácias fiquem mais tempo em contato com os macrófagos,
resultando na perda de pequenos pedaços de membrana.
Elas passam a ser chamadas de microesferócitos, presentes no sangue periférico do
paciente.
o Clínica: Geralmente, a anemia é moderada.
o O diagnóstico, tipicamente, é o de uma criança com investigação de esplenomegalia.
Pode ser micro ou normocítica, com hemácias hipercrômicas (aumento de CHCM),
além de reticulócitos e microesferócitos no esfregaço periférico.
o Na dúvida da presença de microesferócitos, fazemos o teste de fragilidade osmótica.
Usamos um soro hiperosmótico em relação a hemácia.
Se a hemácia for menorzinha, ela irá sofrer hemólise antes das hemácias normais,
pois não possui membrana o suficiente para aguentar.
o O tratamento é feito de acordo com a gravidade.
Nos casos graves, o paciente precisará de transfusão.
Em todos os casos, ele precisará de suplementação constante de ácido fólico.
Em casos graves, se faz indicada a esplenectomia (pois a destruição das hemácias
ocorre, predominantemente, no baço).
Deve ser evitada antes dos 4 anos de idade, pois é o período de vida com
maior risco de sepse fulminante por germes encapsulados.
2. Eliptocitose: Fica elíptica e hipocrômica, pois a hemácia sofre em suas forças horizontais de
seu citoesqueleto.
o A maioria dos pacientes é assintomática.
o No sangue periférico, temos ovalócitos e eliptócitos, que não possuem correlação com a
gravidade.
o Casos graves recebem a indicação da esplenectomia, que corrige a hemólise, mas não a
anormalidade da hemácia.
Defeito enzimático
Causada pela deficiência de G6PD (mais comum) ou deficiência de piruvatoquinase (PK).
Em regra, essa deficiência é variável (leve, moderada, grave).
Herança ligada ao cromossomo X.
1. G6PD: Paciente agudiza a hemólise em algumas situações (infecção ou uso de medicação que
leva a oxidação celular).
o Caracterizada pela enzima com atividade reduzida e/ou meia-vida curta.
o O paciente apresenta crises hemolíticas, que ocorrem por conta de algum estresse
oxidativo (mais comumente por infecção).
o Sinais e sintomas: Hemólise IV aguda, com febre, lombalgia, palidez e icterícia,
precipitada por uma infecção ou por administração de certas drogas (2-4 dias após).
Pode lesar os rins, levando a necrose tubular aguda (pela intensa hemoglobinúria).
o Laboratório: Hemoglobinemia, hemoglobinúria, metalbuminemia, corpúsculos de Heinz
(precipitados intracelulares de hemoglobina desnaturada).
O diagnóstico é feito com dosagem da atividade da G6PD no sangue.
o Não existe tratamento específico, apenas hemotransfusão e suporte clínico em casos
graves.
O principal a ser feito é a profilaxia das crises, evitando uso de substancias
oxidativas e tratando precocemente infecções.
2. Piruvatoquinase: A célula fica rígida e é destruída precocemente no baço.
o Indivíduos gravemente afetados apresentam desordem desde a infância, junto com icterícia
e esplenomegalia.
o O sangue periférico, em esfregaço, demonstra eritrócitos bizarros e múltiplos equinócitos
(hemácias crenadas), mas sem esferocitose.
o O teste da fragilidade osmótica das hemácias é negativo.
o A maioria dos pacientes não necessita de tratamento, a não ser a prescrição de ácido fólico
para os casos moderados a graves.
A esplenectomia é recomendada em casos graves.